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UEL_SOCIOLOGIA_2016_-_2019

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UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
Página 1 de 40 
 
 
 
1. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. 
 
A modernidade [...] é um fenômeno de dois gumes. O desenvolvimento das instituições sociais 
modernas e sua difusão em escala mundial criaram oportunidades bem maiores para os seres 
humanos gozarem de uma existência segura e gratificante que qualquer tipo de sistema pré-
moderno. Mas a modernidade tem também um lado sombrio. 
GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1991, 2ª 
reimpressão, p. 16. 
 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o debate a respeito da modernidade, considere 
as afirmativas a seguir. 
 
I. Para Marx, a modernidade identificava-se com o capitalismo, o qual continha, em suas 
origens industriais, dimensões sociais potencialmente revolucionárias. 
II. No momento do surgimento do industrialismo, Durkheim identificou o lado sombrio da 
modernidade com a possibilidade dos fenômenos da anomia social. 
III. Weber compreendia o mundo moderno como aquele no qual a racionalização implicava a 
expansão da burocracia e dos limites que o corpo de funcionários estabelecia à autonomia 
individual. 
IV. Para Giddens, a atual fase da modernidade, ao reduzir as possibilidades de autodestruição 
social, eliminou a existência da chamada “sociedade de risco”. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
2. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. 
 
A menos que seja um físico, quem anda num bonde não tem ideia de como o carro se 
movimenta. E não precisa saber. Basta-lhe poder contar com o comportamento do bonde a 
orientar sua conduta de acordo com sua expectativa; mas nada sabe sobre o que é necessário 
para produzir o bonde ou movimentá-lo. O selvagem tem um conhecimento incomparavelmente 
maior sobre suas ferramentas. 
 
WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. Max Weber. Ensaios de 
Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p. 165. 
 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a sociedade moderna, conforme Max Weber, 
assinale a alternativa correta. 
a) A secularização da vida moderna e o consequente desencantamento do mundo são 
expressões da racionalização ocidental. 
b) O homem moderno detém menor controle sobre as forças da natureza, em comparação com 
o domínio que possuía o “selvagem”. 
c) O avanço da racionalidade produz, também, uma maior revitalização da cultura clássica, 
dado que amplia o alcance das escolhas efetivas disponíveis. 
d) O desencantamento do mundo é um fato social que atua como força coercitiva sobre as 
vontades individuais, visando à construção da consciência coletiva. 
e) O desencantamento do mundo destitui o Ocidente de um elemento diferenciador em relação 
ao Oriente: as ações sociais dotadas de sentido. 
 
3. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. 
 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
Página 2 de 40 
 
Após assinar o decreto que estabeleceu a intervenção federal na segurança pública do Rio de 
Janeiro, o presidente Michel Temer justificou a medida dizendo “(...) que o crime organizado 
quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo país 
(...)”. Destacam-se no crime organizado as milícias privadas, grupos formados para atuarem 
em comunidades urbanas de baixa renda, os quais, sob a alegação de “manter a ordem e a 
segurança”, praticam agiotagem, extorquem dinheiro do comércio e de moradores e cometem 
assassinatos. As milícias podem ser definidas por alguns traços centrais: controle de um 
território e da população que nele habita por parte de um grupo armado ilegal; caráter 
coercitivo desse controle; a busca do lucro como motivação principal; a participação ativa de 
agentes do aparelho estatal legal; um discurso de legitimação referido à proteção dos 
moradores e à instauração da ordem. Apesar de se colocarem nas comunidades onde atuam 
como poder alternativo ao poder legal, acabam atuando como uma espécie de Estado paralelo 
ao Estado constitucional. Isto implica em assumir, alternativamente, traços semelhantes 
àqueles que definem o Estado moderno constitucional. 
 
Adaptado de MAIA, G.; AMARAL, L. O crime organizado quase tomou conta do Estado do Rio, 
diz Temer. UOL Notícias, Cotidiano. Brasília, 16/02/2018. 
noticias.uol.com.br. 
 
 
Com base na teoria de Max Weber, indique e explique três características definidoras do 
Estado moderno constitucional sob o modelo da dominação racional-legal. 
 
4. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. 
 
Como houve continuidade sem quebra temporal entre a escravidão, que destrói a alma por 
dentro e humilha e rebaixa o sujeito, tornando-o cúmplice da própria dominação, e a produção 
de uma ralé de inadaptados ao mundo moderno, nossos excluídos herdaram, sem solução de 
continuidade, todo o ódio e o desprezo covarde pelos mais frágeis e com menos capacidade de 
se defender. 
 
SOUZA, J. A elite do atraso. Rio de Janeiro: Leya, 2017. p.83. 
 
 
Nas teorias sociais, um dos temas mais controversos refere-se às relações entre o indivíduo e 
a sociedade. A imensa maioria dos cientistas sociais demonstra a existência de complexas 
relações entre as características sociais (classe social, renda, situação familiar etc.) que 
envolvem o indivíduo e o seu comportamento. 
 
Considerando esse texto, explique a relação entre o passado escravocrata e a forte presença 
de afrodescendentes entre os jovens presos e assassinados na atualidade no Brasil. Em 
seguida, relacione esse cenário à discriminação que esses indivíduos sofrem por uma parcela 
substancial da população brasileira. 
 
5. (Uel 2019) Nas sociedades capitalistas liberal-democráticas, exaltam-se os direitos dos 
indivíduos de se expressarem de maneira livre e tomarem decisões políticas por meio de 
processos eleitorais conhecidos por soberania popular. Porém, em seu exercício, esses direitos 
foram afetados pela constituição dos meios de comunicação de massas como “indústria 
cultural”, conforme definiram Theodor Adorno e Max Horkheimer. Isso ocorre porque, de um 
lado, ideias e valores são (re)produzidos como mercadorias e, portanto, em conformidade com 
as demandas do mercado e daqueles que detêm poderes econômicos e políticos; de outro, o 
enorme poder publicitário das grandes empresas e a elevada concentração da propriedade no 
setor potencializam algumas vozes e silenciam muitas outras. 
 
Com base na noção de “indústria cultural”, identifique possíveis consequências sobre três 
aspectos fundamentais para o exercício da cidadania e, portanto, da democracia: a liberdade 
de expressão, a formação política e a autonomia dos indivíduos. 
 
6. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
Página 3 de 40 
 
 
Hoje em dia [...] as máquinas, dotadas da propriedade maravilhosa de encurtar e tornar mais 
frutífero o trabalho humano, provocam a fome e o esgotamento do trabalhador. [...] O domínio 
do homem sobre a natureza é cada vez maior; porém, [...] todos os nossos inventos e 
progressos parecem dotar de vida intelectual as forças materiais, enquanto que reduzem a vida 
humana ao nível de uma força material bruta. 
 
MARX, K. Discurso pronunciado na festa de aniversário do “People’s Paper”, MARX, K.; 
ENGELS, F. Obras Escolhidas, V.1. São Paulo: Editora Alfa - Ômega. p. 298. 
 
 
Atentando para o movimento de razão e desrazão na sociedade contemporânea, o texto, de 
autoria de Marx, acentua a presença, no modo de produção capitalista, do(a) 
a) luta de classes. 
b) anomia social. 
c) fetichismo social. 
d) indústria cultural. 
e) fim da história. 
 
7. (Uel 2019) As reflexões liberais tenderam a acentuar,até o século XIX, a compreensão de 
que o Estado era a expressão da Razão. Nessa forma de compreensão liberal, é correto 
afirmar que o Estado 
a) deveria intervir na economia, uma vez que a liberdade de negociar reconduziria a sociedade 
ao princípio do “homem como lobo do homem”, destacado por Rousseau. 
b) atingiria seu maior grau de eficiência se comandado pelas classes industriais, em detrimento 
das demais frações que compõem a burguesia, isto é, proprietários de terra e comerciantes. 
c) seria a instância a partir da qual as desigualdades formais entre os indivíduos se 
transformariam em igualdade real entre os homens. 
d) tenderia a desaparecer, na medida em que o sistema produtivo dividisse as riquezas 
produzidas pelas classes sociais, como expressão da Razão. 
e) representaria os interesses do conjunto da sociedade, pairando, portanto, acima das classes 
sociais e de suas demandas específicas. 
 
8. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. 
 
O prefixo “des” indica anomalia. “Desemprego” é o nome de uma condição claramente 
temporária e anormal, e, assim, a natureza transitória e curável da doença é patente. A noção 
de “desemprego” herdou sua carga semântica da auto consciência de uma sociedade que 
costumava classificar seus integrantes, antes de tudo, como produtores, e que também 
acreditava no pleno emprego não apenas como condição desejável e atingível, mas também 
como seu derradeiro destino. Uma sociedade que, portanto, classificava o emprego como uma 
chave – a chave – para a solução dos problemas ao mesmo tempo da identidade pessoal 
socialmente aceitável, da posição social segura, da sobrevivência individual e coletiva, da 
ordem social e da reprodução sistêmica. 
 
BAUMAN, Z. Vidas despedaçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. p. 19. 
 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as transformações mais recentes quanto ao 
tema desemprego no capitalismo, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. A tendência no capitalismo globalizado é tornar os postos de trabalho mais flexíveis para 
atender necessidades das grandes corporações, levando a questionamentos do modelo 
taylorista-fordista. 
II. A perda de identidade em relação ao emprego no capitalismo contemporâneo confirma o 
fato de que a categoria trabalho deixou de ser essencial para a produção e reprodução da 
vida social. 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
Página 4 de 40 
 
III. As políticas antissindicais que acompanham as práticas neoliberais apresentam como 
resultado a supressão das crises econômicas globais com o restabelecimento do pleno 
emprego. 
IV. O desemprego, no capitalismo globalizado, tem a longa duração como seu traço 
característico, enquanto avança o emprego precário e de alta rotatividade, como nos call 
centers. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
9. (Uel 2019) Leia o gráfico e o texto a seguir. 
 
 
 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação do 
trimestre encerrado em março de 2018 chegou a 13,1%, com aumento de 1,3 ponto percentual 
em relação ao último trimestre do ano passado (11,8%). O total de pessoas desocupadas 
cresceu no período, passando de 12,3 milhões para 13,7 milhões. 
 
Adaptado de agenciadenoticias.ibge.gov.br. 
 
 
Com base no gráfico e no texto, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. A taxa de desocupação no primeiro trimestre de 2017 é maior nesta série histórica e 
apresenta uma oscilação de 0,6 ponto percentual se comparado ao mesmo período de 2018. 
II. A taxa de desocupação apresentada no primeiro trimestre de 2018 indica que houve um 
crescimento de 6,6 pontos percentuais em relação ao último trimestre de 2014. 
III. Ao longo de 2017, a taxa de desocupação apresentou queda e, no trimestre seguinte, houve 
dispensa de trabalhadores representando perda de postos de trabalho. 
IV. A taxa de desocupação apresentou queda, se comparados o primeiro trimestre de 2016 ao 
mesmo período de 2017. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
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c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
10. (Uel 2019) Escândalos recentes sobre a exposição de dados dos usuários do Facebook 
alimentaram os debates sobre a privacidade nas redes sociais, um tema que se conecta com a 
questão do poder e suscita preocupações sobre o quanto as pessoas e suas relações tornam-
se expostas ou protegidas com o uso das novas tecnologias de informação. 
 
Com base nos conhecimentos sociológicos sobre redes sociais e sociedade contemporânea, 
assinale a alternativa correta. 
a) A revolução tecnológica atual originou-se da resistência social à reestruturação global do 
capitalismo e moldou-se pela lógica da liberdade em oposição aos interesses mercantis. 
b) O novo das redes sociais é que, diferentemente das mídias tradicionais, são 
empreendimentos anticapitalistas por não cobrarem dos usuários o acesso aos serviços de 
informação. 
c) As interações via redes sociais tornam mais fluidas as fronteiras entre as esferas pública e 
privada no mundo contemporâneo. 
d) A força política das fake news, nas recentes eleições presidenciais nos EUA, teve como 
motor a ausência de medidas estatais e privadas para regular os termos de uso das redes 
sociais. 
e) Os sistemas de comunicações digitais, ao criarem novos espaços de diálogo sobre os 
problemas sociais, retiram do Estado sua principal função: o uso do monopólio legítimo da 
violência. 
 
11. (Uel 2019) Observe o gráfico a seguir, elaborado com base em dados do IDEB (Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica), que, em uma escala de 0 a 10, mede aprovação e 
desempenho escolar nas avaliações nacionais. O valor de referência considerado adequado é 
6,0. 
 
 
 
O sociólogo Pierre Bourdieu sugeriu que, nas sociedades divididas em classes sociais, a 
escola contribui para a reprodução das desigualdades sociais. Isso acontece porque, nessas 
sociedades, além da desigualdade de base econômica, há mecanismos que promovem o 
acesso e a distribuição desiguais daquilo que ele denominou capital cultural. 
 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
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Caracterize o conceito de capital cultural elaborado por Pierre Bourdieu e utilize-o para explicar 
a dimensão cultural da relação entre segregação residencial e resultados educacionais 
apontada no gráfico. 
 
12. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. 
 
A distância entre ricos e pobres tem aumentado na maioria dos países. Estudos do FMI e da 
OCDE afirmam que isso prejudica o crescimento econômico, mas nem todos os economistas 
concordam. Economistas não têm a reputação de terem compaixão: seus olhos estão voltados 
para números, e não para destinos humanos. Assim, a maioria não vê problemas na 
desigualdade de renda ou de propriedade. 
 
BECKER, A. A desigualdade é boa ou ruim para a economia? 
noticias.uol.com.br. 
 
 
As recentes discussões sobre distâncias sociais entre classes, ou estratos de classe, envolvem 
também definições e explicações sobre a pobreza e a desigualdade. 
 
Com base nos conhecimentos sobre o tema pobreza e desigualdade, assinale a alternativa 
correta. 
a) Celso Furtado identifica que as origens da desigualdade brasileira decorrem de nossa 
tradição autocrática, que impediu a formação de uma burguesia autônoma. 
b) Malthus atribui a causa da pobreza à baixa taxa de natalidade, o que reduziria a massasalarial das famílias de baixa renda. 
c) Amartya Sen considera que a eliminação da pobreza depende diretamente do crescimento 
econômico, pois este assegura benefício a todos os grupos sociais. 
d) Hayek propõe a redução do Estado como meio de gerar maior eficiência econômica, 
contrapondo-se assim às políticas do Welfare State. 
e) Keynes aponta que a redução dos gastos públicos é uma variável essencial para o 
estabelecimento do crescimento econômico e do bem-estar social. 
 
13. (Uel 2018) No Brasil, entre abril e maio de 2017, uma espécie de jogo conhecido como 
“Baleia Azul” causou alvoroço nas redes sociais digitais. Trata-se de uma série de desafios que 
culmina no suicídio do “jogador”, geralmente um indivíduo jovem. As reações, principalmente 
das famílias e das escolas, alertavam para a necessidade de reforçar os laços sociais e as 
regras de convívio coletivo. Também se disseminaram opiniões sobre a necessidade de os 
jovens concentrarem-se nos estudos e no trabalho como forma de manutenção do equilíbrio 
social. Mas o assunto não é novo em Sociologia. Os aspectos sociológicos do suicídio foram 
analisados por um autor clássico, Émile Durkheim, que, em 1897, publicou a obra “O Suicídio: 
estudo de sociologia”. 
 
Com base na teoria de Durkheim, caracterize o “suicídio anômico” como um tipo de suicídio 
específico das sociedades modernas. 
 
14. (Uel 2018) Analise a figura e leia o texto a seguir. 
 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
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Estou sentada nos ombros de um homem 
Ele está afundando sob o fardo (peso) 
Eu faria qualquer coisa para ajudá-lo 
Exceto descer de suas costas 
(Disponível em: <http://www.aidoh.dk/new-struct/About-Jens- Galschiot/CV-GB-PT.pdf>. 
Acesso em: 1 set. 2017.) 
 
 
Com a obra intitulada A sobrevivência dos mais gordos, Jens Galschiot (2002) aborda o tema 
da injustiça, uma questão constitutiva da vida social de difícil solução, como indica o texto que 
acompanha a obra. O entendimento que uma sociedade produz sobre o que se considera justo 
e injusto está fundado em padrões de valoração a respeito da conduta dos indivíduos e dos 
objetivos comuns da coletividade, bem como em sua estrutura social. Pode-se considerar que 
uma das expressões da justiça ou injustiça é a estratificação social, objeto de estudo de Max 
Weber. 
 
Segundo o autor, na sociedade moderna ocidental, a estratificação social é 
a) estruturada fundamentalmente na base econômica da sociedade, que subordina as esferas 
política, jurídica e ideológica de modo a perpetuar a exploração da classe dominante sobre a 
dominada. 
b) formada pelas dimensões econômica, política e ideológica, as quais estabelecem entre si 
relações necessárias que devem ser desvendadas com a descoberta de suas leis gerais 
invariáveis. 
c) constituída em três dimensões, a econômica, a política e a social, sendo que suas possíveis 
afinidades eletivas devem ser analisadas à luz de cada especificidade histórica em questão. 
d) composta por múltiplas dimensões, sendo a cultura a determinante para a compreensão 
totalizante dos processos históricos de desenvolvimento econômico no Ocidente. 
e) estabelecida pela moral social, a qual situa o posicionamento dos indivíduos de acordo com 
os papéis sociais por eles cumpridos, tendo em vista o melhor desempenho das funções 
necessárias à sociedade. 
 
15. (Uel 2018) Leia o texto a seguir. 
 
Assim como Darwin descobriu a lei do desenvolvimento da natureza orgânica, Marx descobriu 
a lei do desenvolvimento da história humana. A produção dos meios imediatos de vida, 
materiais e, por conseguinte, a correspondente fase de desenvolvimento econômico de um 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
Página 8 de 40 
 
povo ou de uma época é a base a partir da qual tem se desenvolvido as instituições políticas, 
as concepções jurídicas, as ideias artísticas. A descoberta da mais-valia clareou estes 
problemas. 
 
(Adaptado de: ENGELS, F. Discurso diante do túmulo de Marx. 1883. Disponível em: 
<http://www.marxists.org/espanol/m-e/1880s/83-tumba.htm>. Acesso em: 11 set. 2017.) 
 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção materialista da história, assinale a 
alternativa correta. 
a) Existem leis gerais e invariáveis na história, que fazem a vida social retornar continuamente 
ao ponto de partida, isto é, a uma forma idêntica de exploração do homem sobre o homem. 
b) A mais-valia, ou seja, uma maneira mais eficaz de os proprietários lucrarem por meio da 
venda dos produtos acima de seus preços, é uma manifestação típica da sociedade 
capitalista e do mundo moderno. 
c) O darwinismo social é a base da concepção materialista da história na medida em que esta 
teoria demonstra cientificamente que somente os mais aptos podem sobreviver e dominar, 
sendo os capitalistas um exemplo. 
d) A partir de intercâmbios na infraestrutura da vida social, desenvolve-se um conjunto de 
relações que passam a integrar o campo da superestrutura, com uma interdependência 
necessária entre elas. 
e) A sociedade burguesa, por intensificar a exploração dos homens através do trabalho 
assalariado, constitui-se em forma de organização social menos desenvolvida que as 
anteriores. 
 
16. (Uel 2018) Leia a charge a seguir. 
 
 
 
A charge remete a discussões que têm marcado o pensamento sociológico e a sociologia 
contemporânea. 
 
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o teor desses debates. 
a) O reconhecimento de que as classes sociais deixaram de existir com a implantação dos 
modos de produção comunistas na Europa e, desde então, perderam sua importância 
histórica. 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
Página 9 de 40 
 
b) As classes existiram apenas como um fenômeno localizado historicamente no tempo, de tal 
modo que hoje mesmo os partidos de esquerda renunciaram a identificar sua permanência 
na sociedade contemporânea. 
c) As classes sociais, assim como a estrutura social, são construções conceituais ideológicas, 
de modo que não existem empiricamente na vida social. 
d) As lutas de classes existiram enquanto se mantiveram os partidos de esquerda tradicionais 
e, com a morte desses, as lutas de classe foram substituídas por embates identitários. 
e) As classes deixaram de ser o referencial analítico privilegiado, mas conservam sua 
importância, pois as relações entre capital e trabalho no mundo moderno se mantêm. 
 
17. (Uel 2018) Analise o quadro a seguir. 
 
Anos de Estudo das vítimas de homicídios de 20 a 29 anos de idade e 
probabilidade (%) de vitimização por homicídio. Brasil, 2014. 
Anos de 
Estudo 
Vítimas de Homicídio 
População na Faixa de 
Anos de Estudo Probabilidade 
diferencial de 
homicídio (%) 
Número % 
Taxa 
o
oooo 
Número % 
de 0 a 3 3.713 22,4 264,0 1.406.481 4,5 6.516 
de 4 a 7 8.234 49,6 198,0 4.158.042 13,3 4.863 
de 8 a 11 4.339 26,2 23,9 18.137.213 57,9 500 
12 e mais 305 1,8 4,0 7.643.609 24,4 -- 
Total 16.591 100,0 52,9 31.345.345 100,0 
Nota: O símbolo ooooo representa “por 100.000” indivíduos da população de 
referência. 
(WAISELFISZ, J. J. Educação: blindagem contra a violência homicida? Recife: 
FLACSO, 2016. p.7.) 
 
 
Um princípio explicativo das desigualdades sociais é o fato de o suprimento total de recursos 
socialmente valorizados ser acessado e distribuído de forma desigual, levando a sociedade a 
se organizar hierarquicamente. 
 
Com base no quadro e nessa afirmação, explique a “probabilidade diferencial de homicídio”, 
encontrada na última coluna, como um exemplo dos efeitos da desigualdade social. 
 
18. (Uel 2018) A artista norte-americana Barbara Kruger apropria-se de imagens de revistas, 
comerciais e filmes de seu tempo passado recente e, sobrepondo frases, constrói composições 
que questionam valores e funções sociais,como as relações de sexualidade, de poder, de 
inclusão e de exclusão, de violência e de consumo. 
 
No início da década de 1970, artistas e historiadoras da arte começaram a questionar: por que 
a grande desvalorização das mulheres como artistas? 
(LUCIE-SMITH, E. Os movimentos artísticos a partir de 1945. São Paulo: Martins Fontes, 2006. 
p.203.) 
UEL – SOCIOLOGIA (2016 – 2019) 
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Eu tô na luta, sou mulher, posso ser o que eu quiser!... 
(Trecho da música Tô na luta, da rapper brasileira Carol Konka, gravada em 2016.) 
 
 
 
Considerando os textos e a imagem, aponte as questões problematizadas pelo trabalho da 
artista Barbara Kruger. 
 
19. (Uel 2018) Em 2016, ocorreu a deposição de Dilma Rousseff da presidência da república. 
Desde a eleição de 1989, que resultou na posse de um presidente eleito depois de mais de 
duas décadas de ditadura militar – a última eleição direta presidencial tinha ocorrido em 1960 –
, esta é a segunda interrupção do mandato de um ocupante do principal cargo da república. A 
história republicana do Brasil é muito marcada pela instabilidade política, que se instaura 
sobretudo quando certas frações das classes médias ou das massas populares buscam algum 
protagonismo político e/ou visam impor alguma agenda de políticas públicas concernentes às 
suas demandas e interesses. Para Florestan Fernandes, essa instabilidade expressa 
características problemáticas do desenvolvimento socioeconômico, político e cultural do Brasil: 
permanência da dependência tecnológica e financeira ante os países centrais (desenvolvidos), 
concentração da propriedade da terra e da riqueza, elevada pobreza material e educacional 
das massas populares, caráter autocrático do Estado, entre outros. Em um país que se torna 
industrializado muito tardiamente, 
 
a instabilidade transfigura-se, assim, numa espécie de ‘doença da velhice’, afirmando-se 
nitidamente como uma técnica antissocial de uso pacífico ou violento do poder para impedir a 
reorganização da sociedade nos planos econômico, político e social. 
(FERNANDES, F. Sociedade de classes e subdesenvolvimento. São Paulo: Global, 2008. 
p.133.) 
 
 
Com base nas ideias de Florestan Fernandes e na concepção marxista de luta de classes, 
explique como essas características estruturais da sociedade brasileira fomentam a 
instabilidade das relações e instituições políticas do Brasil. 
 
20. (Uel 2018) Nos últimos anos, os suicídios têm se tornado uma constante em diversas 
empresas do mundo. Na China, por exemplo, a fim de evitar que os funcionários de uma 
empresa saltassem pela janela do prédio, a gerência, conscienciosamente, instalou redes na 
parte externa. 
 
Com base nos conhecimentos sobre o mundo do trabalho contemporâneo, considere as 
afirmativas a seguir. 
 
I. As práticas neo ou pós-fordistas adotadas pelas empresas têm limitado os suicídios de 
trabalhadores às fábricas de organização mais tradicionais. 
II. Os métodos de trabalhos inspirados no toyotismo acentuam o gerenciamento do estresse e, 
consequentemente, o desgaste da força de trabalho. 
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III. A racionalização do trabalho proposta por Taylor baseou-se no controle dos tempos e 
movimentos e foi aprimorada por Ford com a esteira rolante. 
IV. O absenteísmo e a rotatividade nos chamados “empregos MacDonalds” alinham-se como 
problemas para a utilização da força de trabalho no capitalismo globalizado. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
21. (Uel 2018) O capitalismo tornou-se hegemônico na última década do século XX. No curso 
do seu desenvolvimento, esse sistema socioeconômico sofreu muitas transformações. Entre 
elas, cabe destacar, na esfera das relações de produção, a transição do padrão de 
estruturação técnica e organizacional fordista pelo padrão toyotista – que alguns, de modo 
abrangente, denominam “acumulação flexível”. Nessa transição, uma série de mudanças 
políticas, jurídicas e culturais ocorreram de modo entrelaçado, seja respondendo àquelas 
transformações ou, então, antecipando-se a elas. De acordo com o sociólogo brasileiro Ricardo 
Antunes, na década de 1980, o toyotismo penetra, mescla ou mesmo substitui o padrão 
fordista dominante em várias partes do mundo globalizado. Vivem-se formas transitórias de 
produção, cujos desdobramentos são também agudos, no que diz respeito aos direitos do 
trabalho. 
 
(ANTUNES, R. Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 2.ed. 
São Paulo: Cortez, 1995. p.16.) 
 
 
Com base nessa contextualização e os conhecimentos científicos sobre o tema, explique os 
motivos pelos quais a recente reestruturação técnica e organizacional do modo de produção 
capitalista repercutiu sobre a legislação trabalhista e intensificou os conflitos sindicais e 
políticos no Brasil atual. 
 
22. (Uel 2018) Os dados apresentados pelo Mapa da Violência de 2016, publicado pela 
Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), reiteram o padrão segundo o qual 
a juventude brasileira encontra-se em maior vulnerabilidade frente às situações de violência, 
especialmente no que se refere às mortes provocadas por armas de fogo. De acordo com os 
especialistas responsáveis por este estudo, tal situação exige políticas de juventude e políticas 
para a juventude. 
 
Sobre juventudes, vulnerabilidade juvenil e políticas públicas para a redução da violência, 
considere as afirmativas a seguir. 
 
I. A condição juvenil é socialmente construída e atravessada por condições sociais como 
classe, raça, escolaridade, local de moradia, religião e gênero. 
II. O trabalho é uma dimensão constitutiva da condição juvenil e é vivenciado positivamente por 
muitos jovens, pois permite o acesso ao entretenimento, ao consumo e aos namoros. 
III. O acesso dos jovens à educação formal e ao mercado de trabalho são questões resolvidas 
pelas políticas públicas, eliminando a chamada geração “nem-nem”. 
IV. O combate às desigualdades de renda, em primeiro plano, e as desigualdades de gênero, 
em segundo, são as condições imediatas para a efetiva redução da violência entre jovens 
negros, via políticas públicas. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia a charge a seguir e responda à(s) questão(ões). 
 
 
 
 
 
23. (Uel 2018) Na figura, o “fim da linha” é também uma metáfora para interpretações como 
aquelas que defendem que a sociedade atual encontra-se no “fim da história”, tese 
popularizada por Francis Fukuyama, ou diante do “fim das utopias”, formulada por autores 
como Anthony Giddens e Zigmunt Baumann. Este debate teórico e social coloca no centro da 
reflexão temas como modernidade, mudanças e movimentos sociais. 
 
Sobre o contexto sociopolítico e os fundamentos presentes nesse debate, assinale a alternativa 
correta. 
a) Os protestos coletivos urbanos, a partir dos anos 1990, quando ocorrem, demonstram ser 
uma ferramenta política empregada primordialmente pelos indivíduos mais pobres e menos 
escolarizadas. 
b) Os novos movimentos sociais têm apresentado como grandes traços a heterogeneidade dos 
atores envolvidos, a valorização das adesões individuais e as alianças pontuais 
independentes do pertencimento de classe. 
c) O liberalismo econômico é o referencial teóricodos movimentos contra a globalização, 
revelando a descrença geral com os grandes projetos inspirados nos ideais socialistas e o 
fim das grandes narrativas. 
d) Para teóricos do “fim da linha” ou do “fim da história”, a pós-modernidade está marcada pela 
ausência de perspectivas para superar a cristalização de valores, práticas e projetos sociais 
defendidos na época da modernidade. 
e) O “fim da linha” é o reconhecimento de que os valores criados pela modernidade foram 
cumpridos, restando às novas gerações, garanti-los sem alterações significativas. 
 
24. (Uel 2017) Max Weber é considerado pioneiro em definir o Estado por duas características 
fundamentais. A primeira é o monopólio legítimo do uso da força física. A segunda reside no 
fato de que tal monopólio é restrito a determinado território. O controle das fronteiras, incluindo 
a permissão de quem pode adentrar e permanecer em seu território segundo aquelas 
características, seria prerrogativa do Estado. É necessário lembrar, entretanto, que o conceito 
de Estado elaborado por Weber é um tipo ideal. 
 
Com base nessas informações e nos acontecimentos da recente “crise migratória na Europa”, 
cujo fluxo de refugiados exemplifica alterações significativas dos papéis atribuídos ao Estado 
moderno, cite e explique um fato que se afasta do tipo ideal de Estado definido por Weber, 
apontando para algumas configurações recentes das ações ou reações dos Estados nacionais. 
 
25. (Uel 2017) No pensamento sociológico clássico e contemporâneo, as dimensões 
igualdade, diferença e diversidade assumem importância para estudos relacionados à questão 
das desigualdades sociais. 
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Com base nos conhecimentos sobre as perspectivas sociológicas que explicam a desigualdade 
social, no cotidiano das sociedades capitalistas, assinale a alternativa correta. 
a) A sociologia weberiana, quando analisa as modernas sociedades ocidentais, demonstra que 
os fatores econômicos e os antagonismos entre as classes determinam as hierarquias de 
poder e os tipos de dominação. 
b) As análises de Marx defendem a ideia de que as mudanças mais recentes na ordem mundial 
capitalista alteraram a preeminência das classes na explicação das assimetrias sociais e 
diversidades culturais. 
c) Na sociologia de Bourdieu, os fatores econômicos, simbólicos e culturais, a exemplo da 
renda, do prestígio e dos saberes, incorporados pelos agentes em seu cotidiano e em sua 
trajetória de vida, são responsáveis pela diferenciação de posições nos campos sociais. 
d) No pensamento funcionalista, a origem da desigualdade social encontra-se nas contradições 
econômicas e políticas entre os agrupamentos, que mantêm relações uns com os outros 
para produzir e reproduzir a estrutura social. 
e) Para os pensadores críticos do neoliberalismo, a mobilidade dos indivíduos de um estrato 
social para outro, no Brasil, é acompanhada igualmente por mudanças na estrutura de 
classes sociais, na medida em que pobres e ricos se aproximam. 
 
26. (Uel 2017) Observe a figura e leia o texto a seguir. 
 
 
 
Orlan foi a primeira artista a utilizar a cirurgia estética nas suas performances com a intenção 
de transformar a operação em um evento artístico e não obter um resultado final que 
adequasse seu rosto aos padrões de beleza vigentes. A figura faz parte de uma série de 
autorretratos produzidos a partir da apropriação de práticas de intervenções corporais 
provenientes de outras tradições e da hibridização do seu rosto com imagens de registros 
etnográficos, por meio da manipulação digital. Esses autorretratos buscam o mesmo apelo 
visual que as propagandas de produtos de beleza. 
 
Adaptado de Entrevista: “Orlan, artiste: Mon corps est devenu un lieu public de débat”. 
(Orlan, artista: Meu corpo se tornou um lugar público de debate). In: Le Monde. Paris, 22 abr. 
2009. 
 
 
Com base na figura e no texto, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. Ao evidenciar a falta de um padrão universal de beleza feminina, Orlan indica que a beleza é 
construída socialmente. 
II. Orlan, ao problematizar o estatuto do corpo e da beleza nas sociedades de culturas 
tradicionais, questiona os padrões de beleza da sociedade ocidental contemporânea. 
III. Ao recorrer às imagens e às práticas de intervenções corporais de outras culturas, Orlan 
revela que o que é considerado feio diz respeito às culturas tradicionais. 
IV. O processo de hibridização da imagem do rosto de Orlan com máscaras africanas, ou 
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outras representações, visa à constituição de um novo conceito de beleza. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
27. (Uel 2017) 
 
 
De acordo com vários estudos recentes sobre a vivência do racismo, a descoberta da 
discriminação racial, baseada em alguns aspectos físicos (como a coloração da pele e o cabelo 
encaracolado, por exemplo), acontece ainda na infância para muitas crianças negras, que 
primeiro percebem a negritude como algo ruim, a ser escondida. No entanto, desde os anos 
1960, vários movimentos sociais, entre eles o movimento negro e os movimentos 
contraculturais, vêm contestando duramente os padrões impostos socialmente como modelos 
únicos de beleza, cultura e religiosidade, por exemplo. Em um movimento crescente, que 
remete a uma luta histórica do povo negro em países de todo o continente americano, aos 
poucos a negritude tem começado a ser concebida como algo positivo, uma herança a ser 
cultivada e valorizada. 
 
Entendendo que tanto as estruturas racistas das sociedades quanto os atuais movimentos em 
prol da valorização da cultura negra são fruto de processos sociais e disputas políticas, 
responda aos itens a seguir. 
 
a) A despeito das diferenças culturais existentes entre os países do continente americano, o 
racismo é um elemento presente em todos esses lugares. Por que as sociedades 
americanas têm um histórico de racismo tão acentuado? 
b) Qual o papel dos movimentos negros e das ações afirmativas no combate ao racismo? 
 
28. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
Os processos de formulação e implementação de políticas públicas envolvem relações entre 
Estado e sociedade marcadas pela influência de grupos organizados com diferentes interesses 
e valores sociais, culturais e políticos. Em parte, o que está em disputa é a definição de quais 
são as demandas importantes para a coletividade e que, portanto, deveriam ser objeto de 
esforços governamentais para atendê-las. 
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AMABILE, A. E. N. Políticas Públicas. In: CASTRO, C. L. F.; GONTIJO, C. R. B.; AMABILE, A. 
E. N. (orgs.). Dicionário de políticas públicas. Barbacena: EdUEMG, 2012. 
 
 
Um exemplo de relação entre Estado e sociedade para a formulação de políticas públicas é o 
protagonizado pela antropóloga Débora Diniz. Em fevereiro de 2016, Diniz anunciou que 
estava preparando, junto com outros ativistas e acadêmicos, uma ação dirigida ao Superior 
Tribunal Federal do Brasil para garantir direito ao aborto em caso de contaminação de 
gestantes pelo vírus da zika, cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti. Uma das motivações do 
grupo de Diniz é o aumento do número de casos de “síndrome congênita da zika”, cujo sinal 
mais conhecido é a microcefalia. 
 
Com base nessas informações e nos seus conhecimentos sobre o contexto social brasileiro, 
responda aos itens a seguir. 
 
a) Como as desigualdades sociais afetam de forma específica as mulheres no caso da 
epidemia do vírus da zika? 
b) Cite dois valores sociais relacionadosao contexto da ação proposta por Diniz que se 
contrapõem e podem influenciar as políticas públicas de saúde das mulheres. 
 
29. (Uel 2017) Nas sociedades contemporâneas, ocorrem expansões do desenvolvimento e do 
uso de substâncias químicas com a finalidade de interferir nas sensações, nas percepções e 
nos comportamentos dos indivíduos. Partes dessas substâncias são consideradas lícitas e 
outras ilícitas, a depender dos valores hegemônicos de uma dada sociedade. O consumo 
dessas substâncias lícitas e ilícitas constitui prática cotidiana e mobiliza uma diversidade de 
julgamentos de valor. As preocupações com o consumo das drogas ilícitas encontram 
respostas em determinados tipos de políticas de repressão por parte do Estado. 
 
Com base nos conhecimentos sobre as políticas de segurança e de repressão e suas relações 
com os temas do poder, da dominação e do controle, assinale a alternativa correta. 
a) As perguntas sobre por que as pessoas violam as normas, como, por exemplo, comprar e 
consumir drogas ilícitas, a reiteração de vícios e como fazer para que as pessoas 
abandonem práticas delituosas são típicas dos estudos do interacionismo simbólico. 
b) Os estudos de Loïc Wacquant demonstram a tendência de ampliação dos direitos e 
benefícios sociais, com consequente redução do chamado capitalismo de pilhagem de 
abrangência internacional e diminuição do denominado Estado penal. 
c) Políticas, como as de choque de ordem e da tolerância zero, têm resultados positivos em 
termos de respeito e de reconhecimento dos direitos humanos das populações pobres e 
residentes de áreas de vulnerabilidade social. 
d) De acordo com Howard Becker, todos os grupos sociais fazem regras e tentam impô-las, 
mas o rotulado como desviante pode ter uma opinião diferente sobre a questão, assim como 
aquele que infringe a regra pode pensar que quem o julga é que é um outsider. 
e) Os estudos positivistas preocupam-se com questões como quem define as regras sobre que 
tipos de atividades são considerados normais e que tipos são considerados desviantes ou 
ilícitos e de que forma os agentes definem tais regras. 
 
30. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
Uma parte considerável dos novos ativistas já compareceu a protestos e a encontros 
presenciais, mas há muitos que se manifestam exclusivamente na Internet sob a forma de 
textos, hashtags e vídeos. E o volume de informação produzido por eles sinaliza a centralidade 
que a política assumiu no dia a dia dos brasileiros. 
Adaptado de: CIRNE, S. Somos todos ativistas. Galileu. abr. 2016, p. 41. 
 
 
As formas de ativismo on-line e off-line, no Brasil, demonstram a emergência, na sociedade 
civil, de novos atores políticos, que se articulam por meio de ações coletivas em rede. 
 
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Com base no texto e nos conhecimentos sobre as recentes formas de mobilização dos atores 
da sociedade civil, assinale a alternativa correta. 
a) As ações coletivas em rede podem ser comparadas aos movimentos sindicais brasileiros da 
década de 1970, por adotarem práticas de organização e de mobilização em defesa da 
esfera privada contra a opressão estatal. 
b) As manifestações políticas organizadas em redes de movimentos caracterizam-se pela 
participação de diversos grupos e de múltiplos atores imersos na vida cotidiana, com 
militância parcial e efêmera. 
c) O atual ativismo político no Brasil, a exemplo do mundo, mobiliza entidades e organizações 
ideologicamente unificadas e com práticas comuns no mercado, a fim de obter vantagens 
coletivas trabalhistas e salariais. 
d) O ciberativismo, na contemporaneidade, envolve, como no passado, a mobilização das 
grandes classes e a afirmação do movimento operário como principal protagonista das 
transformações socioeconômicas. 
e) Os sujeitos dos movimentos favoráveis às políticas neoliberais, na atualidade brasileira, 
organizam-se em rede para a defesa da intervenção e da regulação da economia e das 
relações de trabalho, pelo Estado. 
 
31. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
O homem ocidental nem sempre se comportou da maneira que estamos acostumados a 
considerar como típica ou como sinal característico do homem “civilizado”. Se um homem da 
atual sociedade civilizada ocidental fosse, de repente, transportado para uma época remota de 
sua própria sociedade, tal como o período medievo-feudal, descobriria nele muito do que julga 
“incivilizado” em outras sociedades modernas. Sua reação em pouco diferiria da que nele é 
despertada no presente pelo comportamento de pessoas que vivem em sociedades feudais 
fora do Mundo Ocidental. Dependendo de sua situação e de suas inclinações, sentir-se-ia 
atraído pela vida mais desregrada, mais descontraída e aventurosa das classes superiores 
dessa sociedade ou repelido pelos costumes “bárbaros”, pela pobreza e rudeza que nele 
encontraria. E como quer que entendesse sua própria “civilização”, ele concluiria, da maneira a 
mais inequívoca, que a sociedade existente nesses tempos pretéritos da história ocidental não 
era “civilizada” no mesmo sentido e no mesmo grau que a sociedade ocidental moderna. 
 
Adaptado de: ELIAS, N. O processo civilizador. v. 1. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994, p. 13. 
 
 
Com base no texto e nos conhecimentos de Norbert Elias sobre as normas e as emoções 
disseminadas nas práticas cotidianas, especialmente no tocante à formação da civilização na 
sociedade moderna ocidental, assinale a alternativa correta. 
a) A construção social do processo civilizador comprova que este é um fenômeno sem 
características evolutivas, dadas as sucessivas rupturas e descontinuidades observadas, por 
exemplo, em relação aos controles das funções corporais. 
b) Os estudos do processo civilizador comprovam que as emoções são inatas, com origem 
primitiva, o que garante a empatia entre indivíduos de diversas sociedades e culturas, bem 
como de diferentes classes sociais. 
c) Os mecanismos de controle e de vigilância da sociedade sobre as maneiras de gerenciar as 
funções corporais correspondem a um aparelho de repressão que se forma na economia 
política da sociedade, sendo, portanto, exterior aos indivíduos. 
d) O modo de se alimentar, o cuidado de si, a relação com o corpo e as emoções em resposta 
às funções corporais são produtos de um processo civilizador, de longa duração, por meio 
do qual se transmitem aos indivíduos as regras sociais. 
e) O processo civilizador propiciou sucessivas aproximações sociais entre o mundo dos adultos 
e o das crianças, favorecendo a transição entre etapas geracionais e reduzindo o embaraço 
com temas relativos à sexualidade. 
 
32. (Uel 2017) O decênio de 1930 viu florescer um gênero novo de textos sobre o Brasil. O 
país, que já havia sido interpretado anteriormente em livros de gênero literário (como em Os 
Sertões, de Euclides da Cunha), passou a contar com análises advindas do campo das 
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ciências sociais, que também começavam a se constituir em terreno nacional. Um dos mais 
destacados autores do período foi Sérgio Buarque de Holanda, que escreveu, em 1936, o 
clássico ensaio Raízes do Brasil, que aborda aspectos fundamentais acerca da colonização 
nacional e da formação de características da cultura política brasileira. Muito conhecida é sua 
formulação acerca do homem cordial. 
 
Com base nessas considerações, disserte sobre como a cordialidade do brasileiro, descrita por 
Sérgio Buarque de Holanda, influi na relação entre o público e o privado na sociedade 
brasileira. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia a tirinha a seguir e responda à(s) questão(ões). 
 
 
 
 
33. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
Moldado pelo contexto social e cultural em que o ator se insere, o corpo é o vetor semântico 
pelo qual a evidência da relação com o mundo é construída: atividadesperceptivas, mas 
também expressão dos sentimentos, cerimoniais dos ritos de interação, conjunto de gestos e 
mímicas, produção da aparência, jogos sutis da sedução, técnicas do corpo, exercícios físicos, 
relação com a cor, com o sofrimento etc. 
 
LE BRETON, D. A sociologia do corpo. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 7. 
 
 
A tirinha e o texto evocam referências do lugar socialmente ocupado pelo corpo. O físico e a 
estética corporal são temas da vida cotidiana na sociedade moderna e, enquanto tais, são 
suscetíveis de ressignificações, como também de uma multiplicidade de representações. 
 
Com base nos conhecimentos contemporâneos sobre o corpo e as corporalidades, produzidos 
pelas ciências sociais, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. Os usos que homens e mulheres fazem de seu físico e a construção dos julgamentos sobre 
as aparências dependem de um conjunto de sistemas simbólicos, cujas significações 
fundamentam a existência individual e coletiva. 
II. O processo de socialização da experiência corporal é uma condição social de homens e 
mulheres que se conclui na adolescência, sendo este um momento final da formação 
identitária. 
III. Nos anos 1960, a emergência dos novos sujeitos sociais produziu fortes críticas à 
importância social atribuída aos corpos e representou um retorno às lutas materialistas, 
preocupadas com a estrutura econômica. 
IV. Na sociedade atual, o poder é exercido por meio da produção de corpos dóceis, 
configurando, assim, as sociedades disciplinares, tanto na dimensão econômica quanto na 
política. 
 
Assinale a alternativa correta. 
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a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: 
Analise a charge a seguir e responda à(s) questão(ões). 
 
 
 
 
34. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
O avanço do uso de novas tecnologias de informação e comunicação altera as relações 
sociais, os hábitos cotidianos e os costumes das pessoas, especialmente nas grandes cidades. 
Um exemplo é a crescente utilização da Internet, das redes sem fio, dos celulares e 
smartphones tanto em pesquisas escolares como nos espaços privados e públicos. Nos trens, 
nos ônibus e nas ruas, o uso dessas tecnologias se multiplica e se transforma quase em uma 
regra, relegando àqueles que não os usam como comportamentos “fora dos padrões”. 
 
Adaptado de: OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R. C. R. Sociologia para jovens do século XXI. 
Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2013, p. 250-254. 
 
 
Com base na charge, no texto e nos conhecimentos sociológicos sobre os efeitos da expansão 
das novas tecnologias de informação e comunicação nas relações sociais, assinale a 
alternativa correta. 
a) Para Zigmunt Bauman, na modernidade líquida, a intensa interatividade e a multiplicação 
das relações em rede criam vínculos sociais duradouros e quadros de referência e de 
identificação permanentes. 
b) Para Umberto Eco, os efeitos principais do avanço dos novos meios de comunicação, nos 
locais mais isolados, são a padronização dos comportamentos, o desaparecimento das 
diversidades culturais e das tradições comunitárias. 
c) O uso de tecnologias móveis e pessoais de comunicação, como os smartphones, ao mesmo 
tempo em que estimula relações sociais virtuais, seja através de voz, de SMS, de fotos ou 
vídeos, dificulta a disseminação de conteúdos e de ideias divergentes. 
d) Na contemporaneidade, o acesso universal e ilimitado às redes digitais rompe com o 
controle das grandes empresas sobre a produção e a circulação de notícias e com a sua 
atuação em rede nacional e internacional. 
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e) A utilização cada vez mais frequente de celulares confere maior mobilidade nas 
comunicações, modifica as formas de controle dentro e fora dos grupos e torna públicas 
conversas consideradas, no passado, restritas ao mundo privado. 
 
35. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
A prudência sugere que, para qualquer pessoa que deseja agarrar uma chave sem perder 
tempo, nenhuma velocidade é alta demais; qualquer hesitação é desaconselhada, já que a 
pena é pesada. 
BAUMAN, Z. Vida para Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Trad. Carlos 
Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 50. 
 
 
Com base na charge e na sociedade agorista, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. Na sociedade agorista, o volume de informação disponível é superior ao que seria consumido 
por uma pessoa culta do século XIII ao longo da vida, o que gera a necessidade de proteção 
contra as informações indesejadas. 
II. Os sentimentos de felicidade ou a sua ausência derivam de esperanças e expectativas, 
assim como de hábitos aprendidos, e tudo isso tende a diferir de um ambiente social para 
outro. 
III. A modernização tecnológica, materializada em equipamentos, facilitou o acesso a produtos 
e transformou as ações eventuais em hábitos diários e comuns. 
IV. O consumo é uma condição estimulada pelo convívio humano e o consumismo, um aspecto 
permanente e irremovível, sem limites temporais ou históricos, natural e praticado por todos. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
36. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
As reações mais íntimas das pessoas estão tão completamente reificadas para elas próprias 
que a ideia de algo peculiar a elas só perdura na mais extrema abstração: personality significa 
para elas pouco mais que possuir dentes deslumbrantemente brancos e estar livres do suor 
nas axilas e das emoções. Eis aí o triunfo da publicidade na indústria cultural. 
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Trad. Guido Antonio de 
Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p. 138. 
 
 
A respeito da relação entre Indústria Cultural, esvaziamento do sentido da experiência e 
superficialização da personalidade, assinale a alternativa correta. 
a) A abstração a respeito da própria personalidade é uma capacidade por meio da qual o 
sentido da experiência, esvaziado pela Indústria Cultural, pode ser reconfigurado e 
ressignificado. 
b) A superficialização da personalidade e o esvaziamento do sentido da experiência são efeitos 
secundários da Indústria Cultural, decorrentes dos exageros da publicidade. 
c) A superficialização da personalidade resulta da ação por meio da qual a Indústria Cultural 
esvazia o sentido da experiência ao concebê-la como um sistema de coisas. 
d) O esvaziamento do sentido da experiência criado pela Indústria Cultural atesta a 
superficialidade inerente à personalidade na medida em que ela é uma abstração. 
e) O poder de reificação exercido pela Indústria Cultural sobre a personalidade consiste em 
criar um equilíbrio entre sensibilidade (emoções) e pensamento (máxima abstração). 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
Observe a figura a seguir e responda à(s) questão(ões). 
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37. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
Uma das obras de Alex Flemming é a instalação realizada na Estação Sumaré do Metrô de 
São Paulo, constituída por vinte e dois retratos frontais, do tipo fotos para documentos de 
identidade, impressos sobre vidro, contendo vinte e dois poemas de autores brasileiros. 
Adaptado de: <http://www.metro.sp.gov.br/cultura/artemetro/livro-
ital/arquivos/assets/downloads/publication.pdf>.Acessoem: 12 maio 2016. 
 
 
Sobre o trabalho de Flemming, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. O sentido da proposição de Flemming permaneceria inalterado em museus e galerias de 
arte. 
II. A instalação remete à questão da identidade e, ao mesmo tempo, da alteridade. 
III. Embora a estação de metrô seja um espaço de trânsito, o artista evidencia outro modo de 
relação com ele, conferindo aos passantes e às imagens a possibilidade de pertencimento. 
IV. As imagens em grande escala, para um espaço público determinado, resultam em uma 
instalação de impacto visual que sugere sentidos políticos sob forma plástica. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
38. (Uel 2017) Leia o texto a seguir. 
 
Na supermodernidade, os lugares considerados identitários, relacionais e históricos são 
diferentes dos não lugares, que se definem como grandes espaços de circulação e de 
passagem das pessoas, a exemplo dos terminais de metrô, dos aeroportos, das estações, dos 
parques de lazer, das grandes cadeias de hotéis e de supermercados. Nos não lugares, o 
único rosto que se esboça e a única voz que toma corpo, no diálogo silencioso do indivíduo 
com as paisagens, imagens, orientações e propagandas, são os seus – rosto e voz de uma 
solidão ainda mais desconcertante porque evoca milhões de outras. 
 
Adaptado de: AUGÉ, M. Não lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. 
Campinas: Papirus, 2012, p. 74-110. 
 
 
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O texto do antropólogo Marc Augé e a presença de obras de arte em uma estação de metrô 
remetem para a importância de estudos contemporâneos sobre as relações entre os indivíduos 
e os espaços da supermodernidade, com intensa circulação de pessoas. 
 
Com base na figura, no texto e nos conhecimentos socioantropológicos sobre as relações dos 
indivíduos com os espaços denominados de não lugares, na contemporaneidade, considere as 
afirmativas a seguir. 
 
I. Na contemporaneidade, nos grandes espaços por onde as pessoas circulam e transitam, o 
“estar junto” é feito de pura semelhança, sem nós sociais para além daqueles que os 
agregam como um somatório de indivíduos. 
II. Nos grandes locais de circulação, prevalecem as experiências sem precedentes de 
individualidade solitária e de mediação não humana; suas referências, na multidão, são os 
avisos, os painéis, o outdoor ou a tela. 
III. Os grandes espaços públicos das cidades, por onde os indivíduos passam, compram e se 
divertem, formam um social orgânico e interdependente de relações sociais e de 
experiências que se complementam. 
IV. Nas superfícies da supermodernidade, onde prevalece o intenso trânsito de pessoas, a 
geração de identidades sociais e culturais sobrepõe-se à atualidade e à urgência do 
momento. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
39. (Uel 2016) Leia o texto a seguir. 
 
O Estado moderno é uma associação de dominação institucional que, dentro de determinado 
território, pretendeu com êxito dominar os meios de coação física legítima como meio de 
dominação e reuniu para este fim, nas mãos de seus dirigentes, os meios materiais de 
organização, depois de desapropriar todos os funcionários estamentais autônomos que antes 
dispunham, por direito próprio, destes meios e de colocar-se, ele próprio, em seu lugar, 
representado por seus dirigentes supremos. 
 
(Adaptado de: WEBER, M. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. 
v.2. Brasília: Editora da UnB, 1999. p.529.) 
 
 
No texto, o sociólogo Max Weber explica que um dos principais traços distintivos do Estado 
moderno em relação às instituições políticas que o antecederam é o do monopólio da violência 
física legítima que este deve deter. 
 
Com base nisso, responda aos itens a seguir. 
 
a) O que significa monopólio da violência física legítima e quem o exerce? 
b) Cite e explique duas atribuições legais de quem exerce o monopólio da violência física. 
 
40. (Uel 2016) A ordem e o progresso constituem partes fundamentais da Sociologia de 
Auguste Comte. 
Com base nas ideias comteanas, assinale a alternativa correta. 
a) A ordem social total se estabelece de acordo com as leis da natureza, e as possíveis 
deficiências existentes podem ser retificadas mediante a intervenção racional dos seres 
humanos. 
b) A liberdade de opinião e a diferença entre os indivíduos são fundamentos da solidariedade 
na formação da estática social; essa diversidade produz vantagens para a evolução, em 
comparação com a homogeneidade. 
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c) O desenvolvimento das forças produtivas é a base para o progresso e segue uma linha reta, 
sem oscilações e, portanto, a interferência humana é incapaz de alterar sua direção ou 
velocidade. 
d) O progresso da sociedade, em conformidade com as leis naturais, é resultado da 
competição entre os indivíduos, com base no princípio de justiça de que os mais aptos 
recebem as maiores recompensas. 
e) O progresso da sociedade é a lei natural da dinâmica social e, considerado em sua fase 
intelectual, é expresso pela evolução de três estados básicos e sucessivos: o doméstico, o 
coletivo e o universal. 
 
41. (Uel 2016) Leia o texto a seguir. 
 
Rigorosamente falando, não existe exclusão: existe contradição, existem vítimas de processos 
sociais, políticos e econômicos excludentes; existe o conflito pelo qual a vítima dos processos 
excludentes proclama seu inconformismo, seu mal-estar, sua revolta, sua esperança, sua força 
reivindicativa e sua reivindicação corrosiva. Temos de admitir que a ideia de exclusão é pobre 
e insuficiente. Ela nos lança na cilada de discutir o que não está acontecendo exatamente 
como sugerimos, impedindo-nos, portanto, de discutir o que de fato acontece: discutimos a 
exclusão e por isso, deixamos de discutir as formas pobres, insuficientes e, às vezes, até 
indecentes de inclusão. 
 
(Adaptado de: MARTINS, J. S. Exclusão social e a nova desigualdade. 3.ed. São Paulo: 
Paulus, 1997. p.14.) 
 
 
Embora o termo exclusão social seja bastante difundido nas ciências e na imprensa, o 
sociólogo brasileiro José de Souza Martins o critica. 
 
A partir do texto, responda aos itens a seguir. 
 
a) Explique por que, para Martins, não existe propriamente exclusão social. 
b) Cite quatro exemplos de situações que, segundo Martins, constituem “formas pobres, 
insuficientes e, às vezes, até indecentes de inclusão”. 
 
42. (Uel 2016) Leia o texto a seguir. 
 
Inevitavelmente, nós consideramos a sociedade um lugar de conspiração, que engole o irmão 
que muitas de nós temos razões de respeitar na vida privada, e impõe em seu lugar um macho 
monstruoso, de voz tonitruante, de pulso rude, que, de forma pueril, inscreve no chão signos 
em giz, místicas linhas de demarcação, entre as quais os seres humanos ficam fixados, rígidos, 
separados, artificiais. Lugares em que, ornado de ouro ou de púrpura, enfeitado de plumas 
como um selvagem, ele realiza seus ritos místicos e usufrui dos prazeres suspeitos do poder e 
da dominação, enquanto nós, “suas” mulheres, nos vemos fechadas na casa da família, sem 
que nos seja dado participar de nenhuma das numerosas sociedades de que se compõe a 
sociedade. 
 
(WOOLF, V. Trois Guinées. Paris: Éditions des Femmes, 1997. p.200. apud Bourdieu, P. A 
Dominação Masculina. 2.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. p.4.) 
 
 
Em suaobra, Virginia Woolf reflete sobre a condição social das mulheres. Tal condição foi 
historicamente abordada com base no pensamento binário, a exemplo da díade masculino-
feminino, também presente na oposição entre ordem e caos, o que pode ser encontrado em 
diferentes culturas e no pensamento científico. O binarismo, no entanto, é uma forma de 
racionalização da vida social criticada por diferentes correntes teóricas. 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as críticas ao pensamento binário aplicado às 
explicações das relações sociais de gênero, considere as afirmativas a seguir. 
 
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I. Nesse trecho, Virginia Woolf invoca o paradigma do construtivismo social e entende que os 
posicionamentos sociais das mulheres e dos homens são fruto de forças sociais que tendem 
a transcender as vontades individuais e a gerar opressões. 
II. Para Virginia Woolf, as separações entre o mundo dos homens e o mundo das mulheres são 
intransponíveis, havendo correspondência real entre as representações sociais e as práticas 
dos sujeitos empreendidas na experiência concreta. 
III. As evidências de que diferentes sociedades atribuem posição de domínio ao masculino 
fornecem a comprovação de que os valores culturais são determinados pelas diferenças 
biológicas entre os sexos, o que se expressa em uma cultura universal. 
IV. Pelos exemplos históricos conhecidos, os esquemas binários de representação do 
masculino e do feminino produzem hierarquias entre esses dois termos, de modo a reservar 
um status superior aos atributos classificados como masculinos. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
43. (Uel 2016) Leia o texto a seguir. 
 
Cumpre ainda acrescentar que essa cordialidade, estranha, por um lado, a todo formalismo e 
convencionalismo social, não abrange, por outro, apenas obrigatoriamente, sentimentos 
positivos e de concórdia. A inimizade bem pode ser tão cordial como a amizade, visto que uma 
e outra nascem do coração, e procedem, assim, da esfera do íntimo, do familiar, do privado. 
Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o brasileiro. Nada mais 
significativo dessa aversão ao ritualismo social, que exige, por vezes, uma personalidade 
fortemente homogênea e equilibrada em todas as suas partes, do que a dificuldade em que se 
sentem, geralmente, os brasileiros, de uma reverência prolongada ante um superior. Nosso 
temperamento admite fórmulas de reverência, e até de bom grado, mas quase somente 
enquanto não suprimam de todo a possibilidade de convívio mais familiar. Para o funcionário 
“patrimonial”, a própria gestão política apresenta-se como assunto de seu interesse particular. 
As funções, os empregos e os benefícios que deles aufere, relacionam-se a direitos pessoais 
do funcionário e não a interesses objetivos, como sucede no verdadeiro Estado burocrático, em 
que prevalecem a especialização das funções e o esforço para se assegurarem garantias 
jurídicas aos cidadãos. 
 
(Adaptado de: HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. 13.ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1979. 
p.105-108.) 
 
 
O pensador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda desenvolveu sua noção de “homem cordial” 
em Raízes do Brasil. 
A partir desse trecho da obra, identifique e explique as três características básicas ligadas a 
essa noção. 
 
44. (Uel 2016) Leia o texto a seguir. 
 
O homem faz a religião, a religião não faz o homem. E a religião é de fato a autoconsciência e 
o sentimento de si do homem, que ou não se encontrou ou voltou a se perder. Mas o homem 
não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado, a 
sociedade. Este Estado e esta sociedade produzem a religião, uma consciência invertida do 
mundo, porque eles são um mundo invertido. 
 
(MARX, K. Crítica à Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2005. p.145.) 
 
 
Na teoria do pensador Karl Marx, há um conceito que explica essa inversão da realidade (por 
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conseguinte, da consciência) e, em razão dela, da relação do sujeito (seres humanos) com 
aquilo que, objetiva e subjetivamente, ele produz. 
 
Com referência às ideias de Marx, responda aos itens a seguir. 
 
a) Qual é esse conceito? 
b) O que significa inverter a relação sujeito-objeto? Explique como isso se manifesta na 
religião. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto a seguir e responda à(s) questão(ões). 
 
A sociedade contemporânea convive com os riscos produzidos por ela mesma e com a 
frustração de, muitas vezes, não saber distinguir entre catástrofes que possuem causas 
essencialmente naturais e aquelas ocasionadas a partir da relação que o homem trava com a 
natureza. Os custos ambientais e humanos do desenvolvimento da técnica, da ciência e da 
indústria passam a ser questionados a partir de desastres contemporâneos como AIDS, 
Chernobyl, aquecimento global, contaminação da água e de alimentos pelos agrotóxicos, entre 
outros. 
 
(Adaptado de: LIMA, M. L. M. A ciência, a crise ambiental e a sociedade de risco. Senatus. v.4. 
n.1. nov. 2005. p.42-47.) 
 
 
45. (Uel 2016) A tomada de consciência sobre as consequências da intervenção humana na 
natureza propiciou a emergência de um ramo particular da Sociologia, a Sociologia Ambiental, 
dedicada ao estudo das relações envolvendo as diversas sociedades e o meio ambiente. 
 
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a emergência da Sociologia Ambiental e as 
principais teses vigentes nesse campo. 
a) As análises evidenciam que a escassez de recursos ambientais afeta, com a mesma 
intensidade, as distintas sociedades e os diferentes estratos de classes sociais. 
b) As evidências levantadas comprovam que a percepção sociopolítica do risco é diretamente 
derivada da ocorrência empírica dos fenômenos. 
c) As pesquisas apresentam uma ruptura com as preocupações e os temas antes 
desenvolvidos no âmbito da Sociologia Urbana e da Sociologia do Desenvolvimento. 
d) Os debates confirmam que os impactos dos avanços científicos e tecnológicos são 
acompanhados pela redução dos riscos ambientais. 
e) Os estudos indicam que a lógica do lucro, presente nas ações que resultam na destruição da 
natureza, perpassa diferentes sistemas econômicos e regimes políticos. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto a seguir e responda à(s) questão(ões). 
 
A vida em grandes metrópoles apresenta atributos que consideramos sinônimos de progresso, 
como facilidades de acesso aos bens de consumo, oportunidades de trabalho, lazer, serviços, 
educação, saúde etc. Por outro lado, em algumas delas, devido à grandiosidade dessas 
cidades e aos milhões de cidadãos que ali moram, existem muito mais problemas do que 
benefícios. Seus habitantes sabem como são complicados o trânsito, a segurança pública, a 
poluição, os problemas ambientais, a habitação etc. Sem dúvida, são desafios que exigem 
muito esforço não só dos governantes, mas também de todas as pessoas que vivem nesses 
lugares. Essas cidades convivem ao mesmo tempo com a ordem e o caos, com a pobreza e a 
riqueza, com a beleza e a feiura. A tendência das coisas de se desordenarem 
espontaneamente é uma característica fundamental da natureza. Para que ocorra a 
organização, é necessária alguma ação que restabeleça a ordem. É o que acontece nas 
grandes cidades: despoluir um rio, melhorar a condição de vida dos seus habitantes e diminuir 
a violência, por exemplo, são tarefas que exigem muito trabalho e não acontecem 
espontaneamente. Se não houver qualquer ação nesse sentido, a tendência é que prevaleça a 
desorganização. Em nosso cotidiano,percebemos que é mais fácil deixarmos as coisas 
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desorganizadas do que em ordem. A ordem tem seu preço. Portanto, percebemos que há um 
embate constante na manutenção da vida e do universo contra a desordem. A luta contra a 
desorganização é travada a cada momento por nós. Por exemplo, desde o momento da nossa 
concepção, a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide, nosso organismo vai se 
desenvolvendo e ficando mais complexo. Partimos de uma única célula e chegamos à fase 
adulta com trilhões delas, especializadas para determinadas funções. Entretanto, com o passar 
dos anos, envelhecemos e nosso corpo não consegue mais funcionar adequadamente, ocorre 
uma falha fatal e morremos. O que se observa na natureza é que a manutenção da ordem é 
fruto da ação das forças fundamentais, que, ao interagirem com a matéria, permitem que esta 
se organize. Desde a formação do nosso planeta, há cerca de 5 bilhões de anos, a vida 
somente conseguiu se desenvolver às custas de transformar a energia recebida pelo Sol em 
uma forma útil, ou seja, capaz de manter a organização. Para tal, pagamos um preço alto: 
grande parte dessa energia é perdida, principalmente na forma de calor. Dessa forma, para 
que existamos, pagamos o preço de aumentar a desorganização do nosso planeta. Quando o 
Sol não puder mais fornecer essa energia, dentro de mais 5 bilhões de anos, não existirá mais 
vida na Terra. Com certeza a espécie humana já terá sido extinta muito antes disso. 
 
(Adaptado de: OLIVEIRA, A. O Caos e a Ordem. Ciência Hoje. Disponível em: 
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio/o-caos-ea- ordem>. Acesso em: 10 
abr. 2015.) 
 
 
46. (Uel 2016) O texto apresenta certas dimensões da cidade contemporânea que podem ser 
tratadas a partir do que a Sociologia denominou “questões urbanas”. 
 
Com base nos conhecimentos sobre as questões urbanas, especialmente nos estudos 
sociológicos da Escola de Chicago, assinale a alternativa correta. 
a) A cidade é um estado de espírito, um corpo organizado de costumes, tradições, sentimentos 
e atitudes, que são transmitidos de uma geração a outra. 
b) A cidade é um somatório de homens individuais e de conveniências sociais, ruas, edifícios, 
luz elétrica, linhas de bonde, telefones, instituições e dispositivos administrativos. 
c) A preocupação com o planejamento urbano é decorrente do surgimento das grandes 
metrópoles, fenômeno esse produzido pelas sociedades contemporâneas, especialmente 
ocidentais. 
d) A segregação socioespacial e etnorracial, no Brasil, foi inaugurada com a emergência do 
processo de modernização das cidades, a partir da década de 1960. 
e) Espaços segregados, como, por exemplo, as favelas, representam o bloqueio de sua 
integração com o entorno e com a sociedade mais geral. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
 
Observe as figuras a seguir e responda à(s) questão(ões). 
 
 
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47. (Uel 2016) A imagem de um edifício alude à existência de uma estrutura ordenada. De 
modo análogo, a compreensão e a explicação sobre a organização de uma sociedade também 
podem invocar o tema da ordem e sua antítese, o caos, como, por exemplo, as questões 
relativas à harmonização social e às revoluções. No caso da teoria de Karl Marx, a metáfora 
espacial de um edifício é utilizada para exemplificar seu entendimento sobre a dinâmica 
dialética da sociedade. 
 
Com base nos conhecimentos sobre Karl Marx a respeito das relações entre infraestrutura e 
superestrutura, assinale a alternativa correta. 
a) Os conflitos entre grupos sindicais mais politizados e de status mais elevado, na produção, 
geram a eliminação das desigualdades sociais. 
b) O controle das ideias e das instituições de uma época é insuficiente para estabelecer o valor 
do trabalho e a igualdade de oportunidades no mercado. 
c) O aparato político e estatal é a base sobre a qual se articulam as disputas pelo controle e 
pela apropriação dos meios de produção. 
d) A ordem partidária e jurídica que compõe o estado burguês determina a emergência das 
forças revolucionárias dos trabalhadores. 
e) A consciência social e o sistema jurídico contradizem a existência material na medida em 
que pretendem anular o antagonismo das relações de produção. 
 
48. (Uel 2016) A Torre de Babel é uma das várias narrativas de cunho mágico-religioso sobre 
o mundo, os homens e a existência de diferentes línguas e culturas. Por analogia, pode-se 
considerar o mundo como uma “Babel de Culturas”. 
 
Com base nos conhecimentos socioantropológicos sobre diversidade cultural, assinale a 
alternativa correta. 
a) A existência de diversos modos de vida humana provoca o conflito, o que, na 
contemporaneidade, impossibilita o contato e a convivência entre culturas particularistas e 
universalistas. 
b) As culturas podem manter relações de conflito, tolerância ou aceitação, de acordo com a 
historicidade de cada sociedade e com a forma como determinada cultura dominante se 
impôs ou foi imposta. 
c) As diferentes culturas são realidades harmônicas, desvinculadas do passado e das ações 
dos homens sobre a natureza, com o propósito de resolver os impasses provocados pela 
herança multicultural. 
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d) As sociedades formadas por mosaicos culturais mantêm um princípio de estabilidade 
permanente dos valores e normas, que resulta na eliminação das tradições e dos laços 
comunitários. 
e) Os diferentes sistemas culturais provocam a estabilidade das identidades dos povos, com a 
fixação das fronteiras entre aqueles considerados como “nós” e “eles”, “eu” e “outro”. 
 
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Gabarito: 
 
 
Resposta da questão 1: 
 [D] 
 
[I] Correta. A ideia de modernidade em Marx está colocada no Manifesto do Partido comunista, 
quando analisa o surgimento da sociedade capitalista. Marx vê, inclusive, uma fase 
revolucionária na sociedade burguesa em relação à sociedade feudal. 
[II] Correta. As rápidas transformações produzidas pelo desenvolvimento das sociedades na 
Europa e seus desdobramentos em movimentos revolucionários e conflitos sociais conduziu 
Durkheim a visualizar os perigos de uma desagregação social profunda, a qual caracterizou 
como “anomia social”. Portanto, para evitar que as sociedades mergulhassem em um 
estado anômico, Durkheim defende a necessidade de se conhecer as instituições e fazê-las 
agir coordenadamente, com o intuito de garantir a harmonia social. 
[III] Correta. Na leitura weberiana, a tendência do mundo moderno é para a racionalização de 
suas estruturas e a constituição de burocracias dotadas de um agir impessoal. A 
racionalização do mundo conduziria a padronizações e a um mundo desencantado e, 
portanto, redutor das liberdades e criatividades individuais. 
[IV] Incorreta. Para Guiddens, acompanhando Beck, viver na modernidade é viver em um 
mundo aberto a possibilidades e sujeito a riscos. A modernidade criaria, assim, tanto perigos, 
riscos, tais como a expansão das tecnologias (nucleares, bélicas etc.), como também 
vantagens, para a expansão da construção das relações sociais entre os indivíduos. 
 
Resposta da questão 2: 
 [A] 
 
[A] Correta. Nos estudos de Max Weber a respeito da sociedade moderna, a exemplo da obra 
A ética protestante e o espírito do capitalismo, o autor busca identificar e compreender a 
especificidade da sociedade moderna ocidental. Tal especificidade diz respeito ao modo 
como um tipo particular de racionalização se desenvolveu nessa região, envolvendo a 
secularização e, com seu aprofundamento, o desencantamento do mundo. 
[B] Incorreta. De acordo com a compreensão de Weber,

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