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Código Civil (arts 966-980), Empresário e Empreendedor

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Capítulo 1
Da Caracterização e da Inscrição​
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.​
Não importa caso ele não esteja regularizado.
Aqui trata do empresario individual e da empresa individual de responsabilidade limitada.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.​
Antes de iniciar a atividade, o empresário precisa fazer a inscrição para ser um empresário de direito, regular. Deve ser feito pelo órgão oficial da sua sede em um livro próprio.
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha:​
O contador que dará entrada na inscrição do empresário.
Antes da Lei da Liberdade Econômica, precisava ser tudo físico, depois pode se fazer tudo digitalmente e há um prazo de resposta da junta para legalizar a empresa.
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;​
O empresário, a depender de sua nacionalidade, não poderá abrir empresa de determinada área, sendo exclusivo aos brasileiros natos.
II - a firma (assinatura, no direito empresarial é o nome da empresa), com a respectiva assinatura autógrafa (assinatura do empresário, para validar e provar que é a dele) que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1o do art. 4o da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; 
Quanto ao empresário individual, o nome da empresa será obrigatoriamente o nome dele.
III - o capital;​
Obrigatório.
IV - o objeto (tipo de atividade que será exercida pela empresa) e a sede (onde está sendo a atividade empresarial independente de ser a principal) da empresa.​
CNAE – identificação do ramo de exercício da empresa.
§ 1º Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos.
§ 2º À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.​
§ 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. ​
§ 4º O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, bem como qualquer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, preferentemente eletrônico, opcional para o empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2º da mesma Lei. ​
§ 5º Para fins do disposto no § 4º, poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil e regime de bens, bem como remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM. ​
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência (estabelecimento secundário), em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.​
Matriz: primeira sede, aquele que primeiramente foi registrada.
Estabelecimentos secundários:
Sucursal: independência administrativa e a área de abrangência grande. Ex.: Jornal da tarde, no qual há uma sucursal em uma cidade grande, onde centraliza a administração, mas ela faz matérias em outros municípios ao redor.
Filial: pode estar no mesmo município que a matriz, ou em outros lugares, administração separada. Precisa provar (inscrição originária) que existe uma matriz em outro estado, para abrir uma filial em um estado diferente do da matriz. Ex.: TV Santa Cruz.
Agência: independência administrativa.
O CNPJ muda somente o numero 0001, para 0002 e seguintes.
Vantagem: leva o nome, facilitando empréstimos, levando clientes da sede para lá. O histórico da matriz. Pode escolher o simples nacional, desde que a soma dos faturamentos da matriz e as filiais devem estar de acordo com o máximo permitido pelo simples.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede.​
É necessário que seja registrado o estabelecimento secundário e a matriz no seu respectivo lugar de funcionamento.
​Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural (se tiver as características do art. 966, desenvolvendo atividades em áreas rurais) e ao pequeno empresário (tratamento diferenciado), quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.​
O produtor rural não é empresário, pois ele não se encaixa nas características do art. 966, e sua produção é voltada para subsistência. 
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.​
Capítulo 2
Da Capacidade
​Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil (maiores de 18 anos que não tenham o discernimento reduzidos, e menores de 18 e acima de 16, desde que seja emancipado) e não forem legalmente impedidos.​ ​ (CF, código de ética, estrangeiros sem visto permanente, falidos, os servidores públicos, os magistrados, os membros do Ministério Público, os militares da ativa, os que cometeram os crimes do art. 1.011, §1º, do CC/2002, os devedores do INSS e leiloeiros).
Os funcionares públicos podem exercer como sócio, mas não o sócio administrativo.
Art. 973. A pessoa legalmente impedida (agentes políticos, funcionários públicos, estrangeiros e para o exercício de determinadas profissões) de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Art. 974. Poderá (é facultativo) o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.​
O incapaz aqui pode ser um interditado ou um menor de 18 anos, ou um que seja maior de 16 e menor que 18 não emancipado.
Esse continuar é porque, o incapaz não pode criar uma empresa, mas pode continuar a administrar uma se caso for necessário. 
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
O advogado entrará com uma ação para requerer um alvará judicial, para que o juiz autorize que o incapaz continua a exercer a atividade empresarial. Mesmo que o juiz de essa autorização, a qualquer momento ele poderá revogar, desde que ouça todas as partes interessadas.
​§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.​
O advogado, no ato da provocação, deverá listar osbens pertencentes à empresa e os bens que foram recebidos pelo incapaz que não tenham ligação com a empresa.
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos (formação inicial, início de uma sociedade) ou alterações contratuais de sociedade (continuidade de uma empresa) que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
Quando se trata de sociedade, aqui só as que possuem mais de 2 sócios, a lei deixa que o incapaz inicie ou continue uma empresa, desde que obedeçam, cumulativamente, os requisitos abaixo.​
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; ​
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; ​
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. ​
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.​
§ 1º Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conveniente.​
Caso ele entenda que essa pessoa nomeada não seja capacitada para tal função.
​§ 2º A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.​
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.​
Parágrafo único. O uso da nova firma (assinatura da empresa) caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.​
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.​
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga (consentimento) conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.​
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário (falar qual regime de bens quer adotar), o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.​
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.​
Deve levar a prova da separação para ser averbado na junta.
O Empresário e o Empreendedor
O empresário de hoje para ter sucesso, deverá:
· Ser empreendedor e administrador do futuro.
· Sonhar e transformar sonhos em realidade, aproveitando as oportunidades.
​Obrigações Gerais Do Empresário
· ​​Registrar-se na Junta Comercial – Lei nº 8934/94 (seu art. 1º fala das finalidades); art. 967 - Empresário regular.
· Manter escrituração regular de seus negócios - obrigados a fazer o registro diário das movimentações.
· Levantar demonstrações contábeis periódicas - declaração do imposto de renda, o livro de balanço, resultado econômico ou financeiro.
· Boa guarda dos documentos, escrituração e correspondência. Prazo: sempre.
​Natureza do Ato de Registro
Empresário de fato: aquele que preenche os requisitos, mas não regular.
Empresário de direito: preenche os requisitos e ainda é regular.
Ato declaratório: declara a situação regular do empresário.
Consequências do Registro
· Sofrer falência: processo em que a empresa não continuará a exercer a atividade empresarial. Lei de falência. O empresário pode pedir falência própria ou outro.
· Requerer falência de um devedor;
· Benefício de recuperação de empresas;
· Recuperação judicial - oportunidade que foi dada aos empresários com dificuldade financeira, para continuar funcionando e pagando os credores. Desde que haja como ele se recuperar (o juiz que irá analisar). Somente o empresário pode pedir. No mínimo 2 anos de funcionamento para pedir.
· Participar de licitação;
· Contrair empréstimos bancários – BNDES (banco que ajuda o desenvolvimento dos empresários, precisando ser registrado).
No caso de empresa individual de responsabilidade limitada e sociedade empresária, o ato de registrar faz nascer, para o direito, a pessoa jurídica, com direito ao CNPJ.
​Sendo Irregular
· É possível sofrer falência (pois o registro é declaratório);
Aqui ele sofrerá persecução penal por omissão de documentos contábeis obrigatórios.
· Não pode requerer a falência de um devedor – art. 97 da lei nº 11.101/05 (pode chegar até a fase de execução apenas); Um regular pode pedir a falência desse irregular.
· Não pode utilizar do benefício de recuperação de empresas.
A lei falimentar ainda prevê a condenação do empresário, com penas de 1 a 2 anos de detenção.
Não poderá esse possuir CNPJ (Cadastro de Contribuintes Fiscais).
​Registro de Empresas
· É uma obrigação de quem exerce atividade empresarial;
Não prevê sanções a quem descumprir.
· Registro de empresas mercantis e atividades afins – Junta Comercial;
· Registro de sociedades simples – Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas;
· Competência para legislar sobre as Juntas Comerciais (órgão) é da União, Estados e D.F (art. 24,III CF);
Finalidade do Registro
· Dar garantia (direitos e deveres), publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis.
· Cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no país;
· Proceder à matrícula e o cancelamento dos agentes auxiliares estrangeiras.
Empresário individual: inscrição. Requerimento
Sociedade: registro. Contrato social
Agente auxiliar do comércio: matrícula. Ex.: Corretor, leiloeiro.
​Órgãos
Hierarquia: Ministério da Economia – DREI – Junta comercial.
Os órgãos que integram o Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (SINREM) são:
· DNRC (Departamento Nacional de Registro Comercial), agora Departamento de Registro Empresarial e Integração – DREI - Ligado ao Ministério da Economia.
· Da Secretaria de Governo Digital da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia (está no topo);
DREI 
· Tem como função normatizar e fiscalizar a Atividade da Junta Comercial;
· Promover medidas correcionais – medidas de intervenção;
· Organizar e manter atualizado o CNEM (cadastro nacional .
Supervisionar, orienta, coordenar e normatizar no plano técnico, coordenar e suplementar, no plano administrativo.
Junta Comercial
· Tem natureza híbrida, ou seja, tecnicamente é subordinada ao DREI (órgão federal) e administrativamente é subordinada ao Estado;
· Art . 5º. Haverá uma Junta Comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva;
· Faz: Matricular, Arquivar, Autenticar, Assentar (registrar) e Publicar. Os agentes comercias.
Para ser membro desse órgão, precisam obedecer às exigências do art. 10 do Decreto nº. 1.800/96.
Atos de Registro de Empresa
· Matrícula e seu cancelamento
Alguns profissionais necessitam estar matriculados para poderem exercer suas atividades.
Ex. leiloeiro, tradutor público e intérprete comercial, trapicheiro e Administrador de armazém-geral.
· Arquivamento – termo técnico para registros e averbações.
a) Dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas. Pode ser início, registro, averbação. Termo genérico.
b) Dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 
· Grupo econômico: vários sócios nos quais há a necessidade de ir na junta econômica e registrar como tal.
c) Dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil;
d) Das declarações de microempresa (simples nacional);
e) De atos ou documentos que, pordeterminação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas Mercantis;
Em alguns atos, e o julgamento de recursos administrativos estão sujeitos à deliberação colegiada da Turma ou do Plenário, sendo fixado por lei, o prazo de 5 dias para o recebimento da decisão.
· Autenticação: certidões e livros - instrumentos de escrituração das empresas - (abertura e encerramento dos livros), e as cópias dos documentos assentados.
Falta de Registro – Sociedade Empresária Irregular
· Responsabilidade ilimitada dos sócios pelas obrigações da sociedade;
· Não tem legitimidade ativa para pedir falência de outro empresário;
· Não pode requerer a recuperação judicial;
· Sanções de natureza fiscal e administrativa;
· Impossibilidade de inscrição no CNPJ, estadual e Municipal;
· Não poderá contratar com o poder público;
· Não poderá se enquadrar como microempresa ou empresa de pequeno porte.
Escrituração – Art. 1179/CC
· Seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva;
Precisa de um contador, não há especificação se está proibido o técnico.
Sistema de contabilidade mecanizado ou não em que se registra todos os fatos ocorridos em uma organização/empresa.
· Levantar anualmente um balanço patrimonial e de resultados econômicos;
· Organização a cargo de profissionais habilitados;
· Funções: gerencial, documental e fiscal;
· Decisões administrativas, financeiras e comerciais;
· Controle interno e externo do exercício da atividade empresarial;
· Instrumentos de escrituração: livros contábeis e memoriais, livro de registro de empregados, de operações de compra e venda.

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