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Nome: Heloisa Beatriz Paulo Estudos dirigidos – Viroses Exantemáticas – 2021-2 1) Como fazer o diagnóstico diferencial das viroses exantemáticas? Podemos fazer a análise do tipo de lesão, dos sinais e sintomas concomitantes e a epidemiologia permite inferir o diagnóstico etiológico sem a necessidade de exames laboratoriais. As principais doenças exantemáticas são: sarampo, rubéola, escarlatina, exantema súbito, eritema infecioso, varicela e doença de Kawasaki. Portanto deve-se estar consciente dos quadros clínicos que cada uma dessas doenças causa e se atentar ao que o paciente relata no momento da consulta. Rubéola Na fase prodrômica apresenta febre baixa, mal-estar, artralgia, mialgia e a fase exantemática. Na fase exantemática há exantema maculopapular, róseo, mais brando, há uma distribuição craniocaudal; não há descamação, gânglios retroauriculares e adenomegalia. Presença de enantema, “bolinhas” vermelhas em região de palato e de úvula. A grande maioria dos casos não tem manifestação clínica. A intensidade dos sintomas está diretamente relacionada à faixa etária. Herpes (HHV) 6 e 7 Pacientes apresentam febre alta >39,5oC de início súbito que dura por 3 dias, seguido de exantema, a criança se apresenta clinicamente estável durante o curso da doença, ela não apresenta outros sintomas. O exantema é leve, maculopapular, róseo, discreto, que dura de 2 a 3 dias. Se inicia na face, pescoço e no mesmo dia se dissemina, predominando no tronco. Raramente vai ter linfadenopatia, pode ter sintomas respiratórios, gastrointestinais. Deve se pedir hemograma para descartar outras doenças, como dengue. Escarlatina Quadro de dor de garganta e febre, que precede o exantema em 2 dias, inicia-se com vermelhidão no corpo, que começou pelo tronco, puntiforme, áspero, que desaparecia à compressão. A língua da criança apresentou-se inicialmente com uma secreção espessa, esbranquiçada, posteriormente com vários pontos vermelhos. Sete dias após o início do quadro há descamação da pele em placas. Eritema Infeccioso/ Parvovírus B19 Na fase prodrômica ocorre febre baixa, cefaleia, sintomas de IVAS e linfadenopatia. Na fase Exantemática, a fase 1, ocorre 3 dias após os sintomas iniciais e se caracteriza por exantema em face, em regiões maxilares (bochecha esbofeteada); a fase 2, após 2 dias, ocorre pela disseminação para o tronco, extremidades proximais, e do aspecto rendilhado; e a fase 3, 2 semanas após o desaparecimento do exantema, quando ocorre o surgimento da recidiva discreta em tronco e membros, principalmente com sol, calor e estresse. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS DISCIPLINA DE VIROLOGIA – MAC 044 http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-16731997000100002#:~:text=O%20sarampo%20passou%20a%20ser,ou%203%20anos2%2C3 Varicela Inicia com febre baixa, e após esse período surgem manchas vermelhas na pele, iniciando na face e couro cabeludo. Sobre essas manchas aparecem pequenas vesículas. Seu conteúdo fica espesso, secando e formando uma crosta. As lesões evoluem para tronco, membro, mucosa oral, conjuntiva, conduto auditivo, genitália. Em uma mesma região você pode encontrar várias lesões em situações diferentes: crosta, vesícula, bolha. Há comprometimento tanto em mucosas quanto em pele. 2) Por que fazer os diagnósticos diferencial das viroses exantemáticas? Porque a maioria dos testes que poderiam identificar esses vírus tem um tempo de espera muito grande, isso é após algum sintoma, então esperar pode agravar o quadro clínico do paciente, por esses motivos a melhor forma de diferenciar essas doenças é com a avaliação clínica do paciente para que haja um atendimento rápido, até porque essas doenças são muito contagiosas e podem estar no ambiente infectando outras pessoas. Após dar início ao tratamento ainda pode-se pedir os exames de diagnóstico para auxiliar no diagnóstico anterior. 3) Qual o sinal patognomônico do sarampo? O sinal patognomônico do sarampo são as manchas de Koplik essa são manchas brancas pequenas (geralmente sobre um fundo avermelhado) e ocorrem na parte interna das bochechas no início do ciclo do Sarampo. . 4) Por que a infecção pelo vírus da rubéola em gestantes deve ser evitada? A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras). Por esses motivos o ideal é evitar o vírus da rubéola se cuidando da melhor forma. 5) Quais os sintomas mais comuns observados na rubéola? Os primeiros sintomas da rubéola podem ser confundidos com a gripe, já que são sintomas mais gerais, no entanto evoluem rapidamente, sendo importante que o médico seja consultado. Os principais sintomas de rubéola podem surgir cerca de 12 a 21 dias após a infecção pelo vírus e são: 1. Febre até 38ºC; 2. Secreção nasal, tosse e espirros; 3. Dor de cabeça; 4. Mal-estar; 5. Gânglios aumentados, especialmente próximos ao pescoço; 6. Irritação no olho, que fica mais vermelho; 7. Manchas vermelhas na pele que causam coceira. 6) Quais as principais manifestações clínicas observadas na síndrome da Rubéola Congênita (SRC)? A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) é uma importante complicação da infecção pelo vírus da Rubéola durante a gestação, principalmente no primeiro trimestre, podendo comprometer o desenvolvimento do feto e causar aborto, morte fetal, natimorto e anomalias congênitas. As manifestações clínicas da SRC podem ser transitórias (púrpura, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia, icterícia, meningoencefalite, osteopatia radioluscente), permanentes (deficiência auditiva, malformações cardíacas, catarata, glaucoma, retinopatia pigmentar), ou tardias (retardo do desenvolvimento, diabetes mellitus). As crianças com SRC frequentemente apresentam mais de um sinal ou sintoma, mas podem ter apenas uma malformação, das quais a deficiência auditiva é a mais comum. 7) Por que o sarampo e a rubéola são doenças de notificação compulsória? O sarampo é uma doença transmissível aguda, grave e extremamente contagiosa, causada por um RNA vírus, da família Paramyxoviridae, que apresenta tropismo pelas vias aéreas superiores, cujo reservatório e fonte de infecção é o homem.É disseminada facilmente em áreas com alta densidade populacional e não existe predisposição quanto à raça, sexo e idade. A maior letalidade está associada às condições socioeconômicas desfavoráveis. O vírus do sarampo é altamente contagioso e na presença de pessoas não imunizadas, pode manter-se em níveis endêmicos, com comportamento sazonal, produzindo epidemias recorrentes. A doença cursa com febre, exantema cefalocaudal e sintomas respiratórios, principalmente tosse. No quadro clínico clássico há coriza, conjuntivite e fotofobia. Casos complicados podem apresentar otites, laringites, diarreias, pneumonia e encefalites. A rubéola é uma doença transmissível aguda, contagiosa, causada por um RNA vírus (13 subtipos circulantes até 2011), da família Togaviridae, sendo que o homem é reservatório e fonte de infecção. Por esse motivo a rubéola e o sarampo são infecções de notificação compulsória, por serem altamente contagiosas. 8) Como o sarampo, rubéola e Parvovírs B19, são transmitidos? O sarampo é transmitido diretamente de pessoa para pessoa por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar e, em menor importância, permanecer em ambientes contaminados. O período de incubação, da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas, é, em média, de 10 dias (7 a 21 dias), sendo que a transmissibilidade ocorre 6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após seu aparecimento. A rubéola é transmitida diretamente de pessoa para pessoa por meio de secreçõesnasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar e falar. O período de incubação, da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas, é, em média, de 17 dias (12 a 23 dias), e a transmissibilidade ocorre 07 dias antes a 07 dias após o início do exantema. O parvovírus B19 é comum na infância, e metade dos adolescentes de 15 anos de idade têm anticorpos específicos antiparvovírus B19. A infecção continua ao longo da vida adulta, e a maioria dos idosos é soropositiva. Em climas temperados, a maioria das infecções ocorre na primavera. A transmissão se dá por via respiratória pela disseminação de gotículas, e as taxas de infecção secundária entre os contatos domiciliares são altas. Pode ocorrer infecção nosocomial, e o parvovírus B19 tem sido transmitido em produtos sanguíneos. 9) Por que a infecção pelo Parvovírus B19 está associada à aplasia de medula? O parvovírus B19 é um vírus muito pequeno (25nm de diâmetro), constituído por uma cadeia de DNA sem envelope, com elevado tropismo específico para as células precursoras eritropoiéticas, devido à presença nessas células do receptor globosídeo P. A replicação viral ocorre apenas nas células progenitoras eritroides da medula óssea, que expressam tanto o receptor antigênico P como a integrina correceptora α5β1, os quais permitem a entrada do vírus no interior da célula. Como consequência, há inibição da eritropoiese e efeitos citotóxicos. Os indivíduos que não têm o antígeno P são resistentes à infecção pelo parvovírus B19. O antígeno P também ocorre em megacariócitos, células endoteliais, células sinoviais, células trofoblásticas das vilosidades placentárias, e nas células hepáticas e cardíacas do feto. Os indivíduos saudáveis podem raramente desenvolver aplasia eritroide pela interrupção da maturação da eritropoiese medular durante 5 a 7 dias acompanhada de exantema e artralgia. Por esse motivo estão associadas por ser um dos sintomas da parvoríruas. 10. Por que se deve manter altas coberturas vacinais contra o sarampo? Para que não ocorra surtos de sarampo em todo o país, como a vacina ocorre na primeira infância alguns pais podem não levar seus filhos para receberem a vacina pensando ser um vírus que já fora erradicado do país, por esse motivo a cobertura vacinal serve para instruir esses pais dos riscos de não levarem os filhos para vacinar e também pode até informar o restante da população para ficarem alerta com esse vírus que pode ser rapidamente transmitido e é um risco para alguns grupos da população.
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