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Competência da Justiça do Trabalho

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Competência é a medida, o limite, o fracionamento da jurisdição; é a divisão dos trabalhos perante 
os órgãos encarregados do exercício da função jurisdicional, cujo objetivo é a composição da lide e 
a pacificação social. 
 
A sociedade moderna apresenta uma multiplicidade de conflitos de interesses. Como esperado, o 
Poder Judiciário é cada vez mais acionado pelos cidadãos na busca pela respectiva solução. Nesse 
contexto, buscando-se a efetividade do processo, o acesso à ordem jurídica justa e a busca de uma 
prestação jurisdicional célere, foram criadas regras de fixação da competência, distribuindo-se de 
modo uniforme a “jurisdição” entre os órgãos jurisdicionais. 
 
De modo bem simples, saber a competência de um juiz significa verificar quais as espécies de causas 
ele terá a incumbência de solucionar. 
 
Como a jurisdição é una e indivisível, todos os juízes a exercem, mas a competência será atribuída 
a apenas um deles para processar e julgar o caso concreto. 
 
 
 
 
 
A Emenda Constitucional nº 45/2004 implementou uma alteração de extrema relevância para a 
Justiça do Trabalho, haja vista que abriu as portas desta última para o processamento e o 
julgamento de controvérsias originadas a partir das relações de trabalho, e não mais, apenas 
daquelas decorrentes do vínculo de caráter empregatício. Esta modificação ocasionou ampliação 
bastante expressiva em termos de competência, pois permitiu a apropriação pela justiça trabalhista 
de inúmeras situações, que encontram neste ramo especializado, o melhor e mais adequado local 
de tratamento e solução. 
Nesse sentido, antes da Reforma do Judiciário, a principal competência da Justiça do Trabalho era 
conciliar e julgar relações de emprego, além de algumas relações de trabalho pontuais, se a lei assim 
dispusesse, como no caso do trabalho avulso. Com a Reforma, a Justiça do Trabalho passou a ter 
competência constitucional para processar e julgar relação de trabalho em sentido amplo. 
 
Assim, em suma, a partir da EC nº 45/2004, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para 
as ações oriundas da relação de trabalho, e não somente relação de emprego. 
O trabalho “refere-se ao dispêndio de energia pelo ser humano, objetivando resultado útil (...) é, em 
síntese, o conjunto de atividades produtivas ou criativas que o homem exerce para atingir 
 
Enquanto a jurisdição é um todo, a competência significa uma fração dele. Assim, há possibilidade de o 
magistrado ter jurisdição sem competência. De outra sorte, não há possibilidade de o juiz ter 
competência sem jurisdição. 
Emenda Constitucional nº 45/2004: 
determinado fim”. Verifica-se uma relação de trabalho em qualquer atividade humana que possua 
prestação de labor, podendo ser citados como exemplo, o trabalho autônomo, eventual e avulso. 
Essa relação é composta basicamente de três elementos: a) o prestador do serviço; b) o trabalho, 
de maneira subordinada ou não, e; c) o tomador de serviço. 
Já a expressão relação, significa ligação ou liame, entre pessoas, fatos ou coisas, sendo que na esfera 
jurídica se traduz como vínculo. Destarte, em resumo, a relação de trabalho pode ser estabelecida 
como aquela existente entre o trabalhador e o tomador de serviços, de forma remunerada ou 
não. De outro modo, tendo a expressão emprego como escopo, constata-se uma estreita ligação 
com o trabalho subordinado, prestado pelo empregado a um empregador, podendo ser este, 
inclusive, pessoa de direito público interno ou externo. Assim, a relação empregatícia, como 
fenômeno sociojurídico, é resultado da fusão de diversos fatores ou elementos, reunidos em 
determinado contexto social ou interpessoal. 
Para configurar uma relação de emprego devem estar presentes, de modo concomitante, todos os 
elementos fático-jurídicos, elencados no art. 3º da Consolidação das Leis Trabalhistas. Dessa forma, 
são características do trabalho de caráter empregatício: a pessoalidade (prestação do labor por 
pessoa física), a não eventualidade (trabalho desenvolvido de maneira contínua e habitual), a 
subordinação (com controle, fiscalização e estipulação de ordens) e remuneração (trabalho 
realizado mediante contraprestação econômica). 
RELAÇÃO DE TRABALHO (Gênero) RELAÇÃO DE EMPREGO (Espécie) 
Toda relação jurídica cuja prestação é uma 
obrigação de fazer consubstanciada em labor 
humano. 
Vínculo obrigacional que une empregado e 
empregador. 
 
 Competência das relações de consumo: com o advento da Emenda 45, as relações de 
trabalho autônomo passaram a ser de competência da Justiça do Trabalho. Todavia, nas lides 
entre consumidor e prestador de serviços, em que irá ser aplicado o Código de Defesa do 
Consumidor, a competência não será da Justiça do Trabalho, por se tratar de relação de 
consumo, que tem natureza econômica. Exemplos são a relação do paciente com o médico 
em decorrência da operação malfeita, do cliente contra outra pessoa física que faz conserto 
incorreto de um aparelho eletrônico. 
Assim, em suma, se a relação jurídica trabalho que também se caracterize como relação de 
consumo, regida pelo CDC, entende-se que não haverá competência da Justiça do Trabalho. 
 Competência das relações de trabalho eventual: uma das características da relação de 
emprego é a não eventualidade, fato que afastava esses trabalhadores da Justiça do 
Trabalho e os direcionava a Justiça Comum. A alteração intentada pela EC 45/2004 
possibilitou que os eventuais (boias fria, chapas, etc) agora se socorram da justiça obreira 
sem, todavia, aumentar o rol de direitos trabalhistas em seu sentido material. 
Dentro desse contexto, com a redação atual do artigo 114, inciso I da CF, se alguém que labora 
eventualmente, alega que era trabalhador eventual e requer indenização pelos serviços prestados 
ao tomador, pelo fato de ser um caso que provém da relação meramente de trabalho, deve ela ser 
dirimida na esfera jurisdicional trabalhista. 
 Competência das relações de trabalho avulso: também em virtude da inovação ocasionada 
pela EC 45/2004, há a competência originária da Justiça do Trabalho para julgar e processar 
ações que advém da relação de trabalho avulso. Ademais, o artigo 643 da CLT ratifica essa 
possibilidade de julgar lides desses trabalhadores. 
Ainda, diante do que prevê o inciso III, do art. 114, da CF, a Justiça Obreira também possui 
competência para julgar e processar ações propostas pelo trabalhador avulso em face do sindicato, 
que corresponda a sua categoria profissional, além daquelas entre tomadores de serviços avulsos e 
os sindicatos da correspondente categoria econômica. 
 Competência da ação de cobrança de honorários advocatícios: que concerne ao contrato 
particular de honorários advocatícios em que o advogado atua como profissional autônomo, 
é possível surgir relação de trabalho ou relação de emprego. Depende da qualidade do 
destinatário do serviço. Se utilizá-lo como destinatário final (consumidor), haverá relação de 
consumo, sendo incompetente a Justiça do Trabalho. Do contrário, isto é, se não for o tomador 
do serviço destinatário final, haverá relação de trabalho, sendo a Justiça do Trabalho 
competente. 
 
Cliente empresa (pessoa jurídica) geralmente utiliza o trabalho do advogado como meio para 
realizar bem os seus negócios em face de terceiros; logo, relação de trabalho. Além disso, neste 
último caso, o tomador utiliza o serviço com habitualidade vinculada aos seus negócios, ficando o 
advogado, muitas vezes, em situação de dependência econômica, o que não ocorre quando o 
tomador é pessoa física. 
 
Nesse viés, a Justiça do Trabalho não tem competência para a cobrança de honorários devidos 
a profissionais liberais, visto que trata-se de relação de consumo em que o destinatário final do 
serviço é um consumidor. 
Súmula 363, STJ. “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança 
ajuizada por profissional liberal contra cliente”. 
 
 
 
É a chamadacompetência em razão da natureza da relação jurídica ou objetiva, e tem por 
parâmetro a natureza da relação jurídica controvertida. Desta maneira, se uma ação é intentada e 
nela se verifique que a causa de pedir e o próprio pedido se sustentam numa relação trabalhista 
regida pela CLT, a competência é, de forma absoluta, da Justiça do Trabalho. São fundamentos 
legais da competência material da Justiça do Trabalho os arts. 114 da CF e 652 da CLT. 
 
Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Competência em razão da matéria: 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público 
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado 
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o 
disposto no art. 102, I, o; 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de 
trabalho; 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos 
órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus 
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
 
Art. 652, CLT. Compete às Varas do Trabalho: 
a) conciliar e julgar: 
I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado; 
II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de 
rescisão do contrato individual de trabalho; 
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja 
operário ou artífice; 
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho; 
V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão 
Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho; 
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; 
c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões; 
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; 
f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência 
da Justiça do Trabalho. 
Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de 
salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da 
Junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a 
reclamação também versar sobre outros assuntos. 
 
 
Conhecida também por competência em razão da qualidade das partes envolvidas na relação 
jurídica controvertida, é aquela que tem por parâmetro certas qualidades das pessoas litigantes. 
Assim, compete a Justiça do Trabalho dirimir conflitos existentes entre empregadores e 
empregados, envolvidos de modo direto, tanto no polo passivo como ativo da ação trabalhista 
proposta. É necessário evidenciar que o artigo 114 da CF, abrange tanto a competência em razão da 
matéria como a competência em razão das pessoas. 
 
 Funcionários públicos: a relação de trabalho no âmbito da administração pública pode tomar 
duas formas: como relação estatutária ou relação empregatícia. Diante da eficácia erga 
omnes da decisão proferida na ADI nº 3.395, as ações que provenham da relação de trabalho 
Competência em razão da pessoa: 
de natureza estatutária entre servidores investidos de cargos públicos, seja de provimento 
efetivo ou comissão, permanecem como competência da Justiça Comum, Federal ou 
Estadual. 
 
EMENTA: INCOSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. 
Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores 
estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito 
estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 
114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir 
outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange 
as causas instauradas entre o Poder Público e o servidor que lhe seja vinculado por 
relação jurídico-estatutária. 
 
Do contrário, quando o regime for celetista, sujeito à relação jurídica da administração pública, 
compete a Justiça Laboral dirimir as lides existentes. Demonstra-se como uma lide que emerge da 
relação de emprego, prevista no art. 114, I, da CF. 
 
Assim, no que concernem as relações de trabalho com a Administração Pública direta e indireta da 
União, bem como dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, permanece, a princípio, a 
distinção entre servidores públicos estatutários e servidores públicos com contratos de emprego 
público, possuindo diferente regulamentação jurídica aplicável a cada um na práxis. 
 
 
 Entes de direito público externo: antes da entrada em vigor da Constituição de 1988, 
predominava o entendimento da Súmula n. 83 do extinto Tribunal de Recursos, cabendo “à 
Justiça Federal processar e julgar reclamação trabalhista contra representação diplomática 
de país estrangeiro, inclusive para decidir sobre a preliminar de imunidade de jurisdição”. Este 
entendimento era também aplicado a outros entes de Direito Internacional Público e não 
somente as representações diplomáticas. 
 
 A partir de 05 de outubro de 1998, mais precisamente com o art. 114, inciso I, da CF, é estabelecida 
especificamente a competência da Justiça do Trabalho para apreciar lides oriundas da relação de 
trabalho, abrangendo os entes de direito público externo, como por exemplo, Estados Estrangeiros, 
organismos internacionais e suas agências, agências consulares, dentre outros. 
Assim, de acordo com a Constituição de 1988, cabe a Justiça do Trabalho apreciar e julgar a 
existência de jurisdição, imunidade ou renúncia, quanto às relações de trabalho entre brasileiros ou 
estrangeiros que residam no Brasil, além de entes de direito público externo. 
Servidor 
Público
Regime 
celetista
Justiça do 
Trabalho
Regime 
estatutário
Justiça 
Comum
 
 
 
 Atletas profissionais de futebol: o dispositivo que versava sobre esta questão era a Lei nº 
6.354/76. Devido à sua edição, apenas eram admitidas reclamações na Justiça do Trabalho 
após serem esgotadas as instâncias da Justiça Desportiva. Isso porque a Constituição, em 
seu artigo 217, § 1º, expõe que: O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em 
lei. Entretanto, o art. 5º, inciso XXXV, dispõe que a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça de direito, não fazendo menção do ingresso somente após 
esgotada a instância administrativa. 
Assim, a Justiça do Trabalho possui competência para averiguar a relação entre o atleta profissional 
e o respectivo clube, em virtude do artigo 114 da CF. Somente os casos que versem sobre disciplina e 
competições esportivas necessitam esgotar a via administrativa, enquanto que em outros casos, 
como atraso de salários, o problema pode ser discutido na Justiça do Trabalho, diretamente. 
 
 
Também chamada de competência em razão do lugar, é aquela que tem por parâmetro a porção 
territorial conferida ao magistrado para que ele exerça a sua competência e, assim, solucione os 
respectivos conflitos de interesses. A Justiça do Trabalho tem a sua competência territorial prevista 
no art. 651 da CLT, cuja regra é o local de prestação dos serviços, sendo o empregado reclamanteou reclamado, independentemente do local da contratação. O legislador fixou essa orientação geral 
para facilitar o acesso do empregado ao órgão jurisdicional, devido à insuficiência econômica do 
trabalhador, presumindo-se, assim, que ele resida próximo ao local em que presta os serviços e para 
facilitar a colheita de provas. 
 
A fixação de competência territorial deve ser interpretada de maneira que confira a máxima 
efetividade dos princípios constitucionais do ordenamento jurídico, como os princípios fundamentais 
do valor do trabalho e da dignidade humana, assim como, os princípios constitucionais de 
inafastabilidade do acesso ao Poder Judiciário no caso de ameaça ou lesão de direito. 
 
Art. 651, CLT. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada 
pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao 
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
 
 Empregado ou agente viajante comercial: a regra geral de competência traz uma exceção, 
isso porque quando uma das partes é empregado ou agente viajante comercial a 
competência será da Vara do Trabalho da localidade em que a empresa tenha agencia ou 
filial na qual o empregado esteja subordinado e, na ausência destas, será competente a Vara 
da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
 
São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem 
regidas pelo Direito Internacional Público. 
Competência em razão do lugar: 
Art. 651, §1, CLT. Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a 
competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a 
esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da 
localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
 
 Empregado brasileiro que trabalha no estrangeiro: a regra de competência traz uma exceção, 
uma vez que a relação trabalhista extrapola os limites do país, e entra no ramo do Direito 
Internacional, o qual possui regras e princípios próprios. Todavia, diante do artigo 651, § 2º, da 
CLT, contata-se que é indiferente se a empresa é brasileira ou estrangeira, visto que a 
legislação se refere ao empregado brasileiro, que prestar serviços fora do país, além de não 
haver tratado em âmbito internacional que fixe critério distinto de competência. 
 
Assim, a Vara competente para julgar a ação, no entendimento de alguns, seria a existente na sede 
ou filial da empresa no Brasil ou o local da contratação, o qual precedeu a partida para o exterior. 
Acentua-se que, se não houver sede ou filial no Brasil, não há possibilidade de sujeição jurídica à 
decisão da Justiça Laboral. 
 
Art. 651, §2, CLT. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida 
neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, 
desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em 
contrário. 
 
 Empresa que promove atividade fora do lugar de celebração do contrato: de maneira geral, 
devem estar presentes esses requisitos (prestar serviços de maneira eventual, transitória e 
incerta) para que a relação se amolde ao § 3º, pois ao determinar um local de trabalho, 
consequentemente, estará sendo retirada a não eventualidade, incerteza ou transitoriedade, 
restando não aplicável tal dispositivo. O obreiro pode optar por propor a ação onde celebrou 
o contrato de trabalho ou no da prestação de serviços, onde considerar ser-lhe de prova mais 
fácil, ou no local onde tiver menores custos de locomoção, evidenciando-se assim, a 
possibilidade de escolha por parte do empregado. 
Art. 651, §3, CLT. Em se tratando de empregador que promova realização de atividades 
fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar 
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos 
serviços. 
 
 
É aquela que tem por parâmetro o valor do pedido ou pedidos, ou seja, toma por base o montante 
pecuniário da pretensão. No Direito Processual do Trabalho, o valor da causa é utilizado para a 
fixação dos procedimentos trabalhistas no procedimento comum; sumário e sumaríssimo. 
 
PROCEDIMENTO COMUM (ORDINÁRIO) Previsto na CLT, abrangendo dissídios cujo valor da causa 
sejam acima de 40 salários mínimos. 
PROCEDIMENTO SUMÁRIO (DISSÍDIO DE ALÇADA) Previsto no art. 2º, §§3º e 4º, da Lei 5.584, abrangendo os 
dissídios cujo valor da causa seja até 2 salários mínimos. 
Competência em razão do valor da causa: 
 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
Fruto da Lei 9.957/2000, que incluiu os arts. 852-A a 852-
H na CLT, abrangendo os dissídios cujo valor da causa 
seja superior a 2 até 40 salários mínimos. 
 
A competência em razão do valor da causa, para o Direito Processual do Trabalho, não tem a mesma 
importância quando comparada com o Direito Processual Civil. No Processo Civil, tem-se os 
Juizados Especiais Cíveis, órgãos jurisdicionais especiais que processam e julgam as causas cíveis 
de menor complexidade. Em contrapartida, não há na Justiça do Trabalho “Juizados Especiais 
Trabalhistas”. Assim, o juiz do trabalho processa e julga os dissídios trabalhistas de ritos ordinário, 
sumário, sumaríssimo e especial. Portanto, no Processo do Trabalho, não há a classificação da 
competência em razão do valor da causa. 
 
 
A greve é um direito fundamental assegurado aos trabalhadores. É instrumento que busca, por meio 
da paralisação das atividades da função, dar voz às reivindicações dos trabalhadores por seus 
direitos. Os próprios trabalhadores são quem determinam as condições em que a greve será 
exercida – em que oportunidade ela acontecerá e os interesses que serão defendidos –, devendo 
porém observar os termos da lei. 
 
Art. 9, CLT. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir 
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele 
defender. 
§1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade. 
§2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
Ações individuais ou coletivas que envolvam o exercício do direito de greve são da competência da 
Justiça do Trabalho, podendo ser partes: empregados, empregadores, sindicatos, Ministério Público 
do Trabalho, dirigentes sindicais, usuários do serviço paralisado etc. 
 
Assim, todas as ações que sejam relacionadas ao exercício do direito de greve, direta ou 
indiretamente, deverão ser processadas e julgadas na Justiça do Trabalho, tais como: ações 
prévias (inibitórias) para assegurar o exercício do direito de greve para a classe trabalhadora; 
ações de reparações de dados ocasionados aos empregados, aos empregadores e até aos 
terceiros etc. 
 
Com efeito, segundo o art. 114, § 3º, da Constituição, em caso de greve em atividade essencial, com 
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio 
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 
Art. 114, §3, CF. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do 
interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, 
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 Ações declaratórias de abusividade ou não da greve: se a greve deixar de obedecer a 
qualquer dos limites impostos na Lei ou se for mantida mesmo após a celebração de acordo, 
Competência das ações que envolvam exercício do direito de greve: 
convenção ou decisão da Justiça do Trabalho, será considerada abusiva. Competirá a Justiça 
do Trabalho declarar a abusividade, ou não, da greve. 
 
Súmula 189, TST. “A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou 
não, da greve.” 
 Ações que envolvam a greve dos servidores públicos: por força de decisãodo Supremo 
Tribunal Federal, não tem competência para apreciar as controvérsias envolvendo servidor 
público estatutário e Estado, a Justiça do Trabalho não seria competente para apreciar a 
greve destes trabalhadores. Assim, a Justiça do Trabalho não detém competência material 
para julgar dissídios de greve que envolvam servidores estatutários, permanecendo a 
competência para os servidores públicos, cujo regime é o celetista. 
 
O Supremo Tribunal Federal decidiu, nos MI ns. 670 e 708, que "as greves de âmbito local ou 
municipal serão dirimias pelo Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal com jurisdição sobre 
o local da paralisação, conforme se trate de greve de servidores municipais, estaduais ou federais"; 
"para o caso da jurisdição no contexto estadual ou municipal, se a controvérsia estiver adstrita a 
uma unidade da federação, a competência será do respectivo Tribunal de Justiça"; "se a paralisação 
for de âmbito nacional, ou abranger mais de uma região da justiça federal, ou ainda, compreender 
mais de uma unidade da federação, a competência para o dissídio e greve será do Superior Tribunal 
de Justiça"; "ainda no âmbito federal, se a controvérsia estiver adstrita a uma única região da justiça 
federal, a competência será dos Tribunais Regionais Federais". 
 
Concluindo, prevalece o entendimento, na doutrina e na jurisprudência justrabalhista, de que a 
Justiça do Trabalho não possui competência material para processar e julgar as ações que envolvam 
greve de servidores públicos estatutários, com supedâneo no julgamento do Pretório Excelso na ADI 
3.395-6. Com efeito, a Justiça Laboral não possui competência material para processar e julgar as 
ações que envolvam qualquer relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico administrativo. 
 
EMENTA: INCOSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. 
Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores 
estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito 
estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 
114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir 
outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange 
as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por 
relação jurídico-estatutária. 
 
 
Greve de 
servidor público
Servidor regido 
pelo regime 
celetista
Justiça do 
Trabalho
Servidor regido 
pelo regime 
estatutário
Justiça Comum

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