Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prova Sociologia da saúde- AV1 1)Segundo Reinaldo Dias, um dos principais objetivos da sociologia é “identificar aquilo que não está evidente, não parece claro , e quais os padrões e as influências do comportamento social” (A perspectiva sociológica, p. 5).Considerando essa proposta, explique de que maneira o conceito de Imaginação sociológica pode contribuir para a compreensão do campo da saúde de um modo mais amplo que a visão puramente biomédica. PEDE-SE UM DESENVOLVIMENTO no mínimo de 8 LINHAS A imaginação sociológica que possibilita fazer uma conexão entre a vida particular de uma pessoa e os problemas sociais que pode está por trás de uma atitude ou comportamento por exemplo, pode explicar perfeitamente a prevalência de algumas doenças em certas classes social, como na caso da tuberculose que é conhecida como uma “doença de pobres”. Nessa questão, avaliar apenas o indivíduo não explica a permanência dessa doença nas classes mais baixas, mas ao olhar os problemas sociais a que essas pessoas são submetidas, entende-se perfeitamente a continuidade dessa doença que é relacionada à pobreza. Por exemplo, o tipo de moradia que a maioria dessas pessoas tem que são minúsculas, sem o saneamento básico eficiente, sem ventilação eficientes e ainda dividir o pequeno espaço com outros muitos familiares, traz melhor a compreensão do porque a tuberculose ocorre preferencialmente em pessoas pobres, ou seja, uma pessoa infectada que tosse a noite toda e a casa não tem ventilação, contamina as outras pessoas com o bacilo e a falta de políticas públicas para moradias adequadas por exemplo condena essas pessoas a permanecer nessa situação e vulneráveis a infecção.Quando através da imaginação sociológica não se analisa só o porque tal pessoa tem a doença, mas quais os fatores sociais possibilitaram a ocorrência dessa doença nesse grupo social é possível que o problema da prevalência de certas patologias ou aderência a tratamentos não depende apenas da vontade das pessoas e sim dos fatores social que causam certos comportamentos de pacientes e/ou prevalência de doenças Leia o texto abaixo (Ele deve ser utilizado para as respostas 2 e 3.) “Às vezes tenho uma sensação esquisita ao acordar, geralmente após uma noite de sono longa e mal dormida. É quase como se minha mente tivesse acordado, mas meu corpo seguisse dormindo. Eu vou ao banheiro, lavo o rosto e escovo os dentes em um estado meio sonâmbulo, acompanhada por um leve medo de perder o controle de mim mesma e apagar a qualquer momento, como um carro com o motor pifando. Daí, por algum motivo, este estado vira um gatilho para lembrar dos meus piores episódios com transtornos alimentares, especialmente relacionados à anorexia, e algumas coisas se costuram. Afinal, anorexia é mais ou menos isso: essa sensação de sonambulismo, não-pertencimento e um estranhamento constante. Uma questão muito mal compreendida sobre este transtorno alimentar é que vai muito além de emagrecimento ou de uma tentativa de se encaixar em padrões sociais de beleza malucos. Quer dizer, é tudo isso também, mas não é só isso. Do meu ponto de vista, de quem já vivenciou e ainda sofre com rastros corporais e emocionais desta bizarra doença, penso que anorexia fala sobre, principalmente, disforia corporal: o teu corpo, de repente, não te pertence mais, então você entra num jogo perigoso, e muitas vezes fatal, que mascara uma tentativa de se anular, se machucar, sumir. Um jogo que, importante ressaltar, não leva a lugar nenhum. É basicamente um redemoinho auto-destrutivo. Entrar até que é fácil, às vezes a gente nem sente. O problema é sair. O tratamento, quando acontece, é cruel e acompanhado por muitas dores, uma melancolia esmagadora, raiva e várias frustrações -principalmente, por ser forçada a abandonar algo que você, infelizmente, desejou (e se esforçou) muito para alcançar. Entender que as suas metas eram totalmente equivocadas e que você é, na verdade, um grande perigo para você mesma é muito (mas muito!) difícil. Além disso, justificar um controle abusivo das pessoas (falo de família, principalmente) sobre o seu corpo, ameaçando a sua própria independência e zerando qualquer possibilidade de privacidade não vale a pena. Mesmo, não vale a pena. Mas até você se dar conta de que não vale a pena, é um loooongo caminho de reflexão. É bem cansativo, também. Aliás, acho que o que me venceu, mesmo, foi o cansaço. Rompi todos os meus limites e me esgotei, em todos os sentidos. Em algum momento, que não consigo lembrar exatamente qual foi, eu só cansei. Parei. Fui deixando de mentir, para os outros e para mim mesma, não porque fui “iluminada” pela razão e auto-percepção, mas porque cansei. Mesmo. Comecei, então, a ganhar peso, comendo o que me diziam que eu deveria comer, fazendo mais refeições compartilhadas, deixando de me pesar sozinha e diminuindo o tempo que eu passava em frente ao espelho. Mas tudo aos poucos, bem aos poucos. E assim meu corpo foi, lentamente, voltando a me pertencer. Eu escrevi tudo isso, na verdade, com a finalidade de dizer, para quem couber, que é possível melhorar. Mesmo, gente: é possível ficar bem e, principalmente, vale a pena ficar bem. Por mais difícil que este caminho possa parecer, e muitas vezes é. Acho que o mais importante é não desistir. E seguir, tentando se perceber e se pertencer, a cada dia um pouquinho mais. Com paciência, carinho e muito auto-cuidado. 2) Ao criar os 4 tipos ideais de ação social, Weber propôs um caminho para a compreensão das motivações individuais e coletivas. EXPLIQUE quais os dois tipos de ação social predominantes no comportamento da autora do relato. PEDE-SE UM DESENVOLVIMENTO no mínimo de 8 LINHAS. Primeira ação social predominante é a referente a valores, pelo o padrão de beleza referente a magreza ser valorizada socialmente, a autora se vê quase que inconscientemente condenada a suprir e seguir esse valor, onde ela não mais reconhece o corpo que possui, não o enxerga como ele é, mas segue na busca intensa de suprir esse valor, de se enquadrar o que leva ao um quadro de inquietude e o desespero intenso de alcançar essa característica que cada vez se torna mais inalcançável. A segunda ação social predominante é de modo afetivo, ou seja, emocional. Na parte que ela diz: “ de quem já vivenciou e ainda sofre com rastros corporais e emocionais desta bizarra doença, penso que anorexia fala sobre, principalmente, disforia corporal”, ou seja, um estado constante de angústia por não ter o resultado esperado por ela (e pelos outros na visão dela), estado esse que leva a uma inquietude e até depressão quando ela diz: “ essa sensação de sonambulismo, não-pertencimento e um estranhamento constante.” esse sentimento constante de ser “leal” a esse sentimento de pertencimento social e até de antagonismo quando ela diz sobre “E assim meu corpo foi, lentamente, voltando a me pertencer” quando ela rompe aos pouco com esse jugo e se “cansa” de continuar nesse labirinto, a levando aos poucos mudança de comportamento 3) INTERPRETE o relato, utilizando o conceito adequado, dentre as representações de doença propostas pela pesquisadora C. Herzlicht, argumentando de acordo. PEDE-SE UM DESENVOLVIMENTO no mínimo de 5 LINHAS Pelo relato é possível identificar o conceito de doença como desafio, ou seja, a autora teve que enxergar a doença como um inimigo que a limitava, a condenava a essa prisão. Na parte que ela menciona: “ Mas até você se dar conta de que não vale a pena, é um loooongo caminho de reflexão. É bem cansativo, também. Aliás, acho que o que me venceu, mesmo, foi o cansaço” , ela enxergou a doença como um desafio que ela precisava vencer, um inimigo que por mais difícil que fosse era preciso enfrentar para mudar o seu quadro atual. E apesar de ter característica da doença destruidor inicial pelos seus relatos de comportamentos depressivos que a levaram a um certo quadro de isolamento, por ela ter encarado por fim a doença como um obstáculo, ela teve pequenos atos de mudança que começou seu processode tratamento quando ela relato sobre começar a fazer refeições compartilhadas, se pesar sozinha e etc, pelo fato da sua inconformidade ou cansaço com seu estado e ter essa visão de “combate a um inimigo”, a levou a vencer o transtorno. 4) Cite e explique dois tipos de suicídio, segundo a teoria de Emile Durkheim. Utilize pelo menos um exemplo utilizado pela profa. Nilda Sirelli, durante a Aula 3 No suicidio egoísta que é um “desamparo do laço social” o indivíduo precisa que dar um sentido a sua vida separado do seu grupo social, no exemplo que a professora menciona no caso da adolescência onde ocorre um “desamparo” porque a referência da família por exemplo, para um adolescente não faz mais sentido para ele, nao se identifica mais totalmente com os ideais de seus pais, mas ainda não tem uma outra referência a ser seguida o que pode ocasionar num quadro depressivo no adolescente por essa angústia da busca de algo que faça e que dê sentido a sua existência, assim como, o desamparo dos pais com relação a conflitos de ideias que podem surgir, ou seja, “se você acha isso, então responda por você mesmo” o que também pode levar a esse sentimento de não aceitação do seu grupo familiar mais. Um outro fato é o suicidio anômico que acontece um desmoronamento dos valores que o indivíduo acreditava, uma desorganização social, quando ocorre uma mudança social repentina, uma quebra de valores e o indivíduo não em um preparo emocional para lidar com isso, como no caso da adolescência onde essa mudança abrupta onde o adolescente precisa corresponder às expectativas de seus pais para o futuro escolher com muita certeza a profissão, ou seja, uma pressão por tomadas de decisões repentinas que o adolescente não tem um preparo emocional para suportar. 5) Explique quais relações existem entre a realidade do documentário Ilha das flores e os conceitos de equidade e desigualdade ? A desigualdade que se refere uma diferença grande de acesso as recursos pelas diferentes classes que no caso da ilha das flores que começou com a plantação de tomates que foi passando por grupos sociais diferentes que por exemplo foi comprada por uma mulher de classe média através do fruto seu trabalho para fazer uma receita receita e o tomate que a mulher identificou como "impróprio" para utilizar na sua receita foi jogado no lixo e esse lixo que foi coletado e depois descartado no aterro sanitário na ilha das flores serviu de alimentação para os porcos e só depois o restos dos porcos foram “servidos” pelos moradores pobres e vulneráveis à fome e insegurança alimentar para servir de alimentos para esses seres humanos.Nisso é possível a desigualdade social entre as classes, um alimento que foi considerado “lixo” por uma classe abastada, para a classe vulnerável, o lixo foi considerado alimento. Já a equidade que seria adaptar às condições sociais aplicando a justiça ao caso específico de cada grupo, no caso do documentário seria a promoção de ações que retiraria esses indivíduos da insegurança alimentar que é o que não vemos acontecer no documentário, o que mostra na realidade é como se esse indivíduos tivesse condenado a essa situação. 6) Defina sua experiência no curso de Sociologia da Saúde até o momento, em uma palavra ou frase: Boa, trouxe uma visão da saúde por um viés diferente mostrando que não existe apenas um fator ou um obstáculo
Compartilhar