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Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com EDUCAÇÃO FÍSICA – CONCURSOS APOSTILA Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Diretos desta edição reservados à Portal Educação Física Concursos Site www.efconcursos.com.br Rio de Janeiro Brasil Copyright @ 2015 by THIAGO ELIAS MERLO 2015 Nenhum trecho desta obra poderá ser reproduzido, por qualquer meio, sem prévio consentimento, por escrito, dos editores. Excetuam-se as citações de pequenos trechos em resenhas para jornais, revistas ou outro veículo de divulgação. Capa da PORTAL EDUCAÇÃO FÍSICA CONCURSOS Editoração eletrônica THIAGO ELIAS MERLO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com http://www.lojasiga.com.br/ Dados Insternacionis de Catalogação na Publicação (CIP) (Cãmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Merlo, Thiago Elias Educação Física – Concursos – Apostila: Rio de Janeiro, 2015. 1. Educação Física – História – Orientações Gerais 2. Abordagens Pedagógicas – Crescimento e Desenvolvimento Infantil – Documentos Oficiais Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com EDUCAÇÃO FÍSICA CONCURSOS APOSTILA Conteúdos & Exercícios de Fixação 2ª EDIÇÃO TTHIAGOHIAGO M MERLOERLO Edição dirigida aos candidatos dos concursos públicos na área de Educação Física RIO DE JANEIRO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com SUMÁRIO APRESENTAÇÃO IDEALIZADOR ORIENTAÇÕES GERAIS HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ASPECTOS DESPORTIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com APRESENTAÇÃO A apostila foi idealizada pensando no graduando e/ou graduado em Educação Física que se prepara para os concursos públicos da área e busca conteúdos e exercícios de qualidade. Sabemos que o serviço público é uma ótima oportunidade para obtenção de empregos estáveis e duradouros. E não por acaso, diversos colegas já perceberam as vantagens de empregos na iniciativa governamental. Os concursos estão cada vez mais disputados. Cada dia de preparação é um dia a menos em direção ao sonhado emprego. O Portal Educação Física Concursos (www.efconcursos.com.br) e a fanpage no Facebook (www.facebook.com.br/educacaofisicaconcursos) oferecem conteúdos simples, selecionados e gratuitos, auxiliando os estudantes a se preparem com rapidez e direcionamento. Apresentamos informações de concursos públicos de todo Brasil, além de comentários, artigos, resumos, slides e vídeos. Os exercícios de fixação foram criteriosamente selecionados. São provenientes de bancas examinadoras complexas e comuns no cenário dos concursos públicos para Professores de Educação Física do Brasil. Observação: O Portal Educação Física Concursos se reserva ao direito de cometer erros materiais. Logo aconselhamos a buscarem a fonte primária de todos os conteúdos aqui apresentados. Esperamos que os materiais sejam de grande valia. Bons estudos! Thiago Merlo Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com http://www.facebook.com.br/educacaofisicaconcursos http://www.efconcursos.com.br/ IDEALIZADOR Meu nome é Thiago Merlo e sou Professor de Educação Física. Além de Doutorando em Educação, Mestre em Educação, Especialista em Docência Superior, Especialista em Engenharia de Software e Licenciado em Educação Física, sou servidor público. Lecionei em graduações e sazonalmente trabalho com preparação presencial de concursos públicos da Educação Física. Em 1999, ingressei no serviço público como Técnico em Processamento de Dados da IplanRio – Empresa Municipal de Informática da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Entre 2011 até 2014, trabalhei na Rede Municipal de Educação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro como Professor de Educação Física. Atualmente sou Professor de Tecnologia da Informação da UNESA – Universidade Estácio de Sá. Prestei mais de 25 concursos desde os 15 anos, obtendo sucesso em diversos deles. Realizo concursos públicos para Professor de Educação Física desde o terceiro período da graduação. Após diversas tentativas, desenvolvi familiaridade com os conteúdos, sabendo com relativa precisão, quais os temas mais recorrentes nas avaliações. O site e a apostila são disponibilizações dos meus conhecimentos para aqueles que desejam seus empregos na iniciativa pública. Curriculum Lattes: http://lattes.cnpq.br/6740982179802704 Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com http://lattes.cnpq.br/6740982179802704 ORIENTAÇÕES GERAIS 1) Quando souber de um concurso público, encontre o edital. Não se limite a possuir apenas as informações de fontes secundárias. Confirme data e hora da prova, salário, benefícios, vaga(s), local de trabalho, conteúdos e prova de títulos; 2) Estude pela bibliografia informada. Leia todos os livros e faça seus próprios resumos; 3) Quando não puder ler os livros e/ou criar seus resumos, encontre resumos prontos. O Portal Educação Física Concursos (www.efconcursos.com.br) disponibiliza alguns resumos e artigos. Lembre-se que, sem dominar a obra resumida, o resultado esperado pode não aparecer; 4) Faça exercícios de provas anteriores. Dê preferência as questões da banca examinadora do concurso desejado; 5) Avalie sistematicamente seu desempenho global e específico por disciplina e obra lida/resumida; 6) Conheça a Banca Examinadora; 7) Avalie as questões de provas realizadas pela Banca Examinadora e compare a recorrências dos tipos de questões, autores mais citados e nível de dificuldade; 8) As questões específicas costumam ter Peso 2; 9) Procure estudar em grupo; 10) Resolva as questões com apoio da obra para consulta; 11) Na resolução das questões (especialmente aquelas onde houve erro no momento da resolução), busque a justificativa textual nas obras para respostas; 12) Questões de Conhecimentos Pedagógicos e Específicos vem acompanhados de textos explicativos. Não atribua informações que não foram perguntadas; 13) Não subestime questões sobre legislações específicas da Educação e Educação Física, pois o valor das mesmas são idênticas comparada as demais questões; 14) Compartilhe informações sobre concursos públicos; Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Autores Recorrentes BRACHT, Valter CASTELLANI FILHO, Lino DAOLIO, Jocimar DARIDO, Suraya Cristina FARIA JR, Alfredo Gomes FREIRE, João Batista KUNZ, Elenor GALLARDO, Jorge GALLAHUE, David L. GHIRALDELLI JR, Paulo GO TANI HILDEBRANDT-STRAMANN, Reiner LOVISOLO, Hugo MARINHO, Vitor MEDINA, João Paulo Subirá MELO, Vitor Andrade OLIVEIRA, Sávio Assis SOARES, Carmem L. TAFFAREL, Celi Z. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA Reforma Couto Ferraz (1854): Inclusão oficial da Educação Física na escola; Início do século XX: sistematização dos conteúdos ginásticos; Em 1930, a Educação Física assume caráter higienista; Outros modelos de Educação Física surgem como pegagogicista, competitivista, militarista; Após as guerras importantes do século, o princípio da Escola Nova ganha força na Educação Física; Na década 1960, o modelo escolanovista foi perseguido; Entre 1960 e 1980, acopla-se a Educação Física o fenômeno da Esportivização; “Esporte é saúde!”, “Esporte é vida!”, “Pátria de chuteiras!”, a honra de representar o Brasil através do esporte; Princípios: alto rendimento, performance, treinamento e resultados; A partir da década 1980 ocorre a crise na Educação Física e a contestação do modelo competitivo; Em 1979,os militares declaram Anistia ao exilados políticos; Em 1981, os partidos políticos deixam a clandestinidade; Em 1984, o congresso elege por via indireta o Presidente da República após 20 anos de ditadura; Em 1988, promulga-se a Constituição Brasileira; Os principais autores da Educação Física lançam livros de ruptura intelectual com a antiga ordem vigente, instaurando-se a crise; Em 1992, o Coletivo de Autores lança a obra definitiva “Metodologia de Ensino de Educação Física”; Em 1996, promulga-se as LDB´s (Lei de Diretrizes e Bases) para educação brasileira; Em 1997 e 1998, promulga-se os PCN´s (Parâmetros Curriculares Nacionais) da Educação Física; Em 1998, oficializa-se a criação do sistema CONFEF/CREF; Em 2007, realiza-se os Jogos Pan-americanos no Brasil; Em 2014, realizar-se a Copa do Mundo de Futebol no Brasil; Em 2016, realizar-se-á as Olimpíadas de Verão no Brasil; Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Educação Física na História do Brasil Educação Física Higienista Vigorou entre 1889 até 1930; O marco histórico começa com a Proclamação da República até o início da Era Vargas; Oriunda do Movimento Higienista do início do Século XX, promove um projeto de “assepsia social”; A Educação Física era um veículo de promoção de saúde, preparando os homens ao trabalho e evitando a aquisição de doenças; “Mente sã. Corpo são.”; Influência do Pensamento Ideológico Liberal; Educação Física Militarista Vigorou entre 1930 até 1945; O marco histórico começa e termina na Era Vargas; Influenciado pelo Movimento Nazifascista, o militarismo tratava-se de um conjunto de comportamentos padronizados, buscando uma falsa uniformização de condutas e pensamentos sociais, políticos e ideológicos; A Educação Física foi utilizada para perpetuar comportamentos militares nas escolas, preparando o indivíduo para o combate, a batalha e a guerra. O objetivo maior era formar “cidadãos patrióticos”; Educação Física Pedagogicista Vigorou entre 1945 até 1964; O marco histórico começa ao final da Era Vargas até o início da Ditadura Militar de 1964; Influenciada pelo Movimento Escolanovista, a Educação é observada pela primeira vez no Brasil como o ambiente adequado a formação de consciência, valorizando a atuação docente; A Educação Física foi observada para além dos movimentos ou instrumentalizações superficiais. Passou a ser tratada como uma ferramenta educacional ampla; Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Educação Física Competitivista Vigorou entre 1964 até 1984; O marco histórico começa e termina na Ditadura Militar; A superação individual, a busca por resultados e a representação do país através do esporte transformaram-se em valores a serem alcançados; A Educação Física serviu para produzir atletas (inclusive os atletas-heróis) alinhados com os pensamentos políticos vigentes na época; “Pão e circo”; Educação Física Popular De 1984 em diante; O marco histórico começa ao final da Ditadura Militar de 1964; Influenciada pelo Movimento Comunista, a Educação e a Educação Física não são mais observadas como um instrumento de saúde pública ou ratificador de esteriótipos militares ou mero veículo de educação ou formador de atletas. A Educação Física deve ser utilizada para auxiliar os indivíduos a ser organizarem para os contínuos embates oriundos das lutas de classes. Bibliografia GHIRALDELLI JR, Paulo. Educação Física Progressista: A Pedagogia Crítico -Social dos Conteúdos e a Educação Física Brasileira. São Paulo: Loyola, 1987. Abordagens Históricas e Pedagógicas da Educação Física Higienismo Militarismo Competitivista Pedagocista Recreacionista Popular Psicomotricidade (Le Bouch) Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Desenvolvimentista (Go Tani) Construtivista–interacionista (Freire) Crítico-superadora (Coletivo de Autores) (Abib) Crítico-emancipatória (Kunz) Sistêmica (Darido) Educação Física Plural (Abib) Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física Concepção Propositiva e Não Sistematizada; Seu objetivo é apresentar diversos movimentos, fazendo com que o indivíduo tenha o maior e mais complexo repertório motor possível; A temática principal consiste em desenvolver habilidades motoras, aprendizagem através do movimento e aprendizagem pelo movimento; A estratégia e metodologia no plano prático consiste na progressão pedagógica na demonstração dos movimentos, fazendo com que o indivíduo reconheça, qualifique e expanda seu repertório motor; Sua proposta pedagógica é inclusiva; A avaliação é feita através do desempenho motor. A percepção do erro por parte do indivíduo também é fundamental; TÔNICA O movimento tem fim em si próprio. Bibliografia TANI, G. ; MANOEL, E.J. ; KOKUBUN, E. ; PROENÇA, J. E. . Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988. v. 1. TANI, G. . Pesquisa e pós-graduação em educação física. In: S. C. E. Passos. (Org.). Educação física e esportes na universidade. 1ed.Brasília: SEED-MEC/UnB, 1988, v. 1, p. 381-394. MANOEL, E.J. ; TANI, G. ; PROENÇA, J. E. ; KOKUBUN, E. . A abordagem desenvolvimentista e o movimento humano: implicações para a educação física escolar. In: XL Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, 1988, São Paulo. Anais. São Paulo: SBPC/ Universidade de São Paulo, 1988. p. 223-224. Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física Concepção Propositiva e Não Sistematizada; Seu objetivo é permitir com que o indivíduo construa o conhecimento do corpo e dos movimentos, permitindo a interação dos seus conhecimentos prévios com os novos conhecimentos dirigidos; A temática principal consiste no apreço a cultura local, jogos populares e brinquedos cantados; A estratégia e metodologia consiste em resgatar os conhecimentos prévios na solução de problemas. Há oposição ao mecanicismo; Sua proposta pedagógica é inclusiva; A avaliação é feita através do autorreconhecimento individual da qualidade do movimento, bem como sua capacidade cognitiva. TÔNICA O movimento é utilizado como meio para atingir domínios cognitivos. O resgate dos conhecimentos prévios é premissa básica no ensino do movimento. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Bibliografia FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1989. Abordagem Pedagógica Sistêmica da Educação Física Concepção Propositiva e Não Sistematizada; Seu objetivo é inserir o indivíduo no contexto da cultura física, propiciando as condições favoráveis para usufruir, criar, recriar e transformar as manifestações culturais diante das ações físicas; Há influências sociais e culturais na Educação Física e vice-versa; A temática principal consiste equilibrar a importância do desenvolvimento das habilidades motoras com outros valores sociais, morais e culturais como a sociabilização dos membros da equipe, repeito as regras e ações motoras; A estratégia e metodologia consiste em resgatar os conhecimentos prévios na solução de problemas. Há oposição ao mecanicismo; Sua proposta pedagógica é considerada inclusiva (Princípio da Não-Exclusão); Não há referências sobre avaliação. TÔNICA O movimento é o meio e o fim da Educação Física. Bibliografia BETTI, Mauro. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Movimento, 1991. Abordagem Pedagógica Cultural da Educação Física Concepção Não Propositiva; Seu objetivo é compreender o indivíduo através da diversidade e pluralidade presentes na culturado corpo, na cultura local e no mundo; Há uma sublimação do conceito de “certo” e “errado” na produção dos movimentos; A temática principal consiste no resgate dos valores históricos do corpo; Aborda o princípio da “eficiência simbólica” em detrimento a “eficiência técnica”. O meio é mais importante que o fim. Ou seja, o processo de construção do movimento é o mais importante; Insere na observação do movimento, princípios fundamentais da Antropologia e Sociologia; Não há referências sobre avaliação. TÔNICA O cultura do corpo é início da construção do movimento. Bibliografia DAÓLIO, Jocimar. Educação Física e o Conceito de Cultura. São Paulo: Autores Associados, 1995. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Abordagem Pedagógica Saúde Renovada da Educação Física Concepção Propositiva e Sistematizada; Seu objetivo é informar, mudar atitudes e promover a prática sistemática de exercícios; A temática principal consiste em favorecer a autonomia no gerenciamento da Aptidão Física. Sugestões: ◦ Cultura corporal: reconhecer e valorizar as diferenças de desempenho, linguagem e expressão, autonomia na elaboração de atividades corporais, capacidade para discutir e modificar regras com o intuito de promoção e manutenção da saúde ◦ Aptidão física: propiciar a elaboração de conhecimentos sobre atividade física para o bem-estar e a saúde; estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos, proporcionar oportunidades para a escolha e práticas regular de atividade física; Adere ao Princípio da Não-exclusão; A avaliação propõem testes de aptidão física, enfatizando o processo e requisitando aos alunos uma autoavaliação. TÔNICA O movimento e a cultura do corpo são instrumentos para construção da autonomia. A educação e autonomia levarão o indivíduo a aptidão física, saúde, qualidade de vida e bem- estar. Bibliografia GUEDES, D. P. e GUEDES, J.E.R.P. Controle do Peso Corporal: Composição Corporal Atividade Física e Nutrição, Londrina, Midiograf, 1996. GUEDES D.P. e GUEDES J.E.R. P. Características dos programas de Educação Física escolar. São Paulo: Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo: Revista Paulista de Educação Física, v.11, n.1. p.49-62,1997. GUEDES D.P. e GUEDES J.E.R. P Esforços Físicos nos programas de Educação Física escolar. São Paulo: Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo: Revista Paulista de Educação Física, v.15, n.1, p. 33-44, 2001. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida. Londrina: Midiograf, 2003. Abordagem Pedagógica Crítico-superadora da Educação Física Concepção Propositiva e Sistematizada; Seu objetivo é resgatar valores históricos ligados a cultura e expressividade corporal utilizando o movimento como linguagem. Valoriza o desenvolvimento da emancipação, criticidade e autonomia dos discentes através dos princípios fundamentais da luta de classes; O arcabouço ideológico adotado é o Marxismo; Pauta-se na Pedagogia Histórico-crítica; Critica o mecanicismo, a competição excludente e até a cooperação alienante; Acredita que as práticas sociais organizadas através dos interesses da coletividade apresentarão expressões corporais capazes de interver adequadamente nas questões ligadas a luta de classes; A avaliação é considerada um elemento a ser criticado, devido aos impactos negativos nos discentes ◦ Criticada pela valorização de resultados individuais, excludentes e atentando contra os interesses da classe trabalhadora. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com TÔNICA O resgate da historicidade do corpo e o respeito a cultura corporal através da dança, jogos populares e brincadeiras auxiliam a promoção da justiça social nas aulas de Educação Física escolar. Bibliografia COLETIVO DE AUTORES. Metodologia de Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. Coletivo de Autores Carmem Lúcia Soares Celi Nelza Zülke Taffarel Elizabeth Varjal Lino Castellani Filho Micheli Ortega Escobar Valter Bracht Abordagem Pedagógica Crítico-emancipatória da Educação Física Concepção Não Sistematizada; Seu objetivo consiste no exercício do movimento consciente, livrando-se de modelos opressores e coercivos. Utiliza o esporte como um instrumento de transformação didática e pedagógica; Seu enfoque metodológico baseia-se no arranjo material, transcendência de limites pela experimentação, transcendência de limites pela aprendizagem e a transcendência de limites pela criatividade; Fundamenta-se através do arcabouço ideológico marxista e pós-marxista; Pauta-se nas reflexões produzidas pela Escola de Frankfurt e a Teoria Sociológica da Razão Comunicativa (Habermas); Critica o mecanicismo. Valoriza o esporte, a dança e as atividade lúdicas na construção do movimento na perspectiva crítica; Os conteúdos são construídos através de valores sociais, culturais, éticos e esportivos com enfoque no individuo e não nos interesses estatizantes da coletividade; A avaliação organiza-se na observação integral do indivíduo, valorizando os avanços individuais. TÔNICA O movimento consciente, seja através do esporte, dança ou atividade lúdica, intervém no indivíduo, propiciando a transformação social através de valores sociais, culturais, éticos e esportivos. Bibliografia KUNZ, E. Educação Física: ensino & mudanças. Ijuí: Unijuí, 1991. KUNZ, E. Transformação didático pedagógica do Esporte. Ijui, Ed Inijui, 1994. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Abordagens Pedagógicas da Educação Física – Outras Considerações Psicomotricidade PCN Jogos Cooperativos Segundo Suraya Darido, a Psicomotricidade, PCN e Jogos Cooperativos são consideradas abordagens pedagógicas. Contudo no contexto dos concursos públicos, os temas recebem tratamento diferenciado. Os conteúdos da Psicomotricidade são avaliados na área de Crescimento e Desenvolvimento Infantil; os PCN são citados como documentos oficiais da Educação e Educação Física e tratados como aspectos legais; os Jogos Cooperativos surgem no contexto dos aspectos desportivos. Logo veremos os temas em outros momentos. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA (DOCUMENTOS OFICIAIS) São os 5(cinco) documentos oficiais mais relevantas para a preparação em concursos públicos na área de Educação Física: Constituição Federal Promulgada em 1988; Reconhecimento dos Princípios Fundamentais (Artigos 1 ao 4); Artigo 24 - IX - educação, cultura, ensino e desporto; A Carta Magna entende que todos 4 (quatro) itens fazem parte de uma mesma dimensão existencial e por isso merecem ser legisladas; Artigo 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais (…); O desporto é observado através de 3 (três) dimensões: desporto escolar, desporto de participação e desporto de rendimento; DESPORTO É DIREITO DE TODOS Lei de Diretrizes e Bases Promulgada em 1996 através da Lei: 9394; Artigo 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. § 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular CF Constituição Federal LDB Lei de Diretrizes e Bases ECA Estatuto da Criança e Adolescente PCN Parâmetros Curriculares Nacionais Código de Ética Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) ◦ I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de1º.12.2003) ◦ II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) ◦ III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) ◦ IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) ◦ V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) ◦ VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) Artigo 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: ◦ IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais. NO ÂMBITO EDUCACIONAL, A EDUCAÇÃO FÍSICA É DIREITO DE TODOS. O DESPORTO DEVE SER INCLUSO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Estatuto da Criança e Adolescente Promulgada em 1990 através da Lei N: 8069; Artigo 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Artigo 16 - O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: ◦ IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; Artigo 71 - A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. REAFIRMAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Parâmetros Curriculares Nacionais Lançados em 2 momentos: 1998 para o Ensino Fundamental e 2000 para o Ensino Médio; O Ensino Fundamental é dividido em 4 ciclos; O Ensino Fundamental I tem 2 ciclos; O Ensino Fundamental II tem 2 ciclos; Os 2 ciclos do Ensino Fundamental I são: 1º ciclo: 1º, 2º e 3º ano; 2º ciclo: 4º e 5º ano; Os 2 ciclos do Ensino Fundamental II são: 3º ciclo: 6º e 7º ano; 4º ciclo: 8º e 9º ano; Princípios Fundamentais dos PCN Inclusão A cultura corporal do movimento é o um dos principais veículos para promoção da inclusão; Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Diversidade Compreender as individualidades e a velocidade do aprendizado; Objetivos da Educação Física Participar de atividades corporais, respeitando os limites dos alunos e fazendo com que os alunos se respeitem mutuamente; Adotar atitudes de respeito mútuo e repúdio a violência; Conhecer e valorizar a pluralidade da cultura corporal; Adotar hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais; Conhecer e aperfeiçoar suas limitações corporais; Reconhecer situações pouco favoráveis ao desenvolvimento corporal; Desenvolver a criticidade sobre a estética imposta pela mídia; Cobrar o direito ao exercício do movimento corporal. Papel do Professor Qualificar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais e, com criticidade e autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativa. Perspectiva de Ensino Conceitual: fatos, conceitos e princípios; Procedimental: ações práticas ligadas ao movimento; Altitudinal: normas, valores e princípios. Blocos de Conteúdos Esportes, jogos, lutas e ginásticas; Atividades rítmicas e expressivas; Conhecimento sobre o corpo. Objetivos dos conteúdos para todos os ciclos: Conhecer seus limites e possibilidades para estabelecer suas próprias metas; Compreender, valorizar e saber usufruir as diferentes manifestações culturais; Organizar jogos e outras atividades lúdicas. Conteúdos Participação em jogos e lutas com enfoque nas regras; Explicação e demostração de brincadeiras fora do contexto escolar; Resolução de situações de conflitos, mediados pelo professor; Discussão das regras do jogo; Autoavaliação com enfoque no esforço; Participação e criação de brincadeiras cantadas; Apreciação e valorização das atividades expressivas locais; Desenvolvimento das capacidades físicas; Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Diferenciação das situações de esforço e repouso; Reconhecimento de alterações corporais. Critérios de Avaliação Enfrentar desafios corporais em contextos variados; Respeito às regras e à organização; Interação com os colegas; Considerar a integração dos conteúdos procedimental, atitudinal e conceitual; Capacidade do aluno de se expressar sobre a cultura corporal do movimento; Interação com os colegas. Curso Noturno Promover a integração e a inserção o grupo; Representar uma via de acesso à cultura corporal; Valorizar o lazer como instrumento de saúde e qualidade de vida; Promover a formação de hábitos de autocuidado; Desenvolver um senso crítico; Apontar a relação entre cultura corporal e exercício da cidadania. Temas Transversais Ética Pluralidade Cultural Meio Ambiente Saúde Orientação Sexual Temas Locais Transversalidade e Interdisciplinariedade A busca pela interação e formação do conhecimento Código de Ética Promulgada em 2003 através da Resolução CONFEF Nº 056; Define os princípios fundamentais, direitos e deveres da atuação profissional do Professor de Educação Física; Estabelece infrações e penalidades; Obriga o Professor de Educação ao cumprimento irrestrito da lei por razões morais e não somente legais; Defende o direito da vida, saúde e bem-estar com valores inalienáveis do ser humano. Bibliografia BRASIL. Constituição Federal. Brasília: 1988. BRASIL. Estatuto da Criança e Adolescente. Brasília: 1990. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. Brasília: 1996. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: educação física. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 1998. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio: educação física. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 2000. CONFEF, Conselho Federal de Educação Física. Código de Ética, 2003. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com ASPECTOS DESPORTIVOS Os aspectos desportivos estão sendo cada vez menos avaliados nos concursos públicos. Diferente dos concursos públicos da década de 1990, os conteúdos surgem contextualizados as questões ligadas a Crescimento e Desenvolvimento Infantil. Quando as questões sobre aspectos desportivos têm fim em si mesmas, avaliam regras pontuais e fair play. A orientação é conhecer com razoável profundidade as regras dos desportos abaixo. O Jogos Cooperativos fogem a regra dos desportos, mas aparecem em meio as sugestões de estudo porque, do mesmo modo que os desportos citados para estudo, são cobrados origens (quando tem fundamentos culturais e folclóricos), definições, meios de execução do jogo e regras. Sugestão de estudo: Futebol Handebol Voleibol Basquetebol Atletismo Ginástica Jogos Cooperativos Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL Abaixo os conteúdos relacionados com o crescimento e desenvolvimento infantil. Toda a base teórica para composição das reflexões autorais iniciam-se a partir das obras do Jean Piaget. Bibliografia FONSECA, Vitor da. Da filogênese à ontogênese da psicomotricidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988. FREIRE, João Batista. Educação Física de corpo inteiro. Teoria e prática da Educação Física. Campinas: Scipione. 1992. GALLAHUE, David L. & OZMUN, John, C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte Editora, 2003. HILDEBRANDT-STRAMANN, Reiner. & LANGING, R. Concepções abertas no ensino de educação física. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1986. LE BOULCH,Jean. A Educação Psicomotora: A psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983. MAGILL, Richard. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1984. TANI, Go. et al. Educação Física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EDUSP, 1987. CONTEÚDOS E AUTORES Aprendizagem Motora Richard Maggil David Gallahue Psicomotricidade Jean Le Boulch Vitor da Fonseca Reiner Hildebrandt-Stramann Desenvolvimento Motor Go Tani João Batista Freire JEAN PIAGET{ Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Os exercícios de fixação são questões de concursos públicos recém aplicadas para Professores de Educação Física de todo o Brasil. São provas de prefeituras, estados e instituições do governo federal. Os conteúdos dos concursos públicos para Educação Física acompanham as tendências sociais e políticas do país. Por isso, na hora de se preparar, deve-se seguir algumas orientações. São elas: 1) Selecione e resolva questões de concursos públicos realizados, no máximo, 5 (cinco) anos antes do concurso na qual esteja se preparando; 2) Faça preferencialmente exercícios da banca organizadora do concurso na qual esteja se preparando; 2) Na hora de estudar, separe questões por área de conhecimento, tal como indicado na apostila; 3) Busque justificativas textuais para as respostas nos livros sugeridos. Se houver acerto na resolução da questão sem certeza plena no ato da resposta, trate a questão como se houvesse errado; 4) Opte por resolver as questões mais difíceis das bancas organizadoras mais bem qualificadas na organização de concursos públicos. A chance de aprender substancialmente no momento do exercício aumenta consideravelmente. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS – FGV (2008) 16) A psicomotricidade defende uma ação educativa que deve ocorrer a partir dos movimentos espontâneos e das atitudes corporais da criança. A educação psicomotora refere-se à formação de base indispensável a todo ser humano, seja ele normal ou portador de necessidades especiais, para assegurar o desenvolvimento funcional e a interação com seu semelhante. A perspectiva da psicomotricidade está na proposição de um modelo pedagógico fundamentado na interdependência: a) dos aspectos biológicos, culturais e racionais. b) da razão, emoção e ambição positiva. c) social, econômica e política do indivíduo na sociedade. d) do desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo. e) dos fatores exógenos atuantes no psiquismo humano. 17) O acesso à educação é um direito do cidadão e um dever do Estado. A Educação Física é parte integrante do currículo escolar e, por conseguinte, um direito de todos os alunos. O professor deverá pensar constantemente sobre sua prática pedagógica, a fim de torná-la acessível a todos os alunos. Dessa forma, uma preocupação constante do professor: a) é a aquisição de material esportivo de qualidade. b) reside em encontrar alternativas para a não-exclusão. c) é buscar, junto ao poder instituído, condições de trabalho. d) está na pesquisa de novos equipamentos esportivos. e) deve ser a busca incessante do melhor desempenho. 18) Em um mundo convulsionado pela violência, o acesso e a fruição dos conhecimentos da Educação Física escolar devem constituir-se em direito e instrumento de transformação individual e coletiva, na busca da superação das desigualdades, da conduta ética de cooperação e solidariedade. E esses direitos devem permitir: a) o crescimento das ações humanistas de controle social. b) o desenvolvimento de estratégias de segurança pública. c) o equilíbrio das relações entre as classes sociais por meio do esporte. d) a conquista de posições no índice de desenvolvimento humano (IDH). e) a humanização das relações pela prática de atividades físicas. 19) Oportunizar, nas aulas de Educação Física escolar, vivências que permitam aos alunos pensar alternativas que façam com que eles próprios deixem de se auto-excluir de determinadas atividades deve ser uma preocupação do professor. Tais estratégias contribuem para a construção de práticas de auto-estima necessárias nas aulas e no convívio social, a fim de que: a) os diferentes sejam reconhecidos pela turma. b) as diferenças possam ser respeitadas. c) os estigmas da diferença sejam proibidos. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com d) as semelhanças sejam valorizadas. e) as injustiças sociais sejam sanadas. 20) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) inovou bastante quanto à liberdade e autonomia que deu às escolas, especialmente com a possibilidade de se construir o seu projeto político-pedagógico, que deverá ser elaborado por toda a comunidade escolar (direção, professores, funcionários, alunos, pais e outros membros da comunidade). Suas propostas político-pedagógicas significam uma oportunidade dada às escolas de eleger os aspectos que: a) são fundamentais para o seu desenvolvimento de acordo com a sua realidade. b) mais interessam aos professores como promoção profissional e aprovação. c) atendem ao corpo docente no sentido da realização profissional e da eficiência. d) são fundamentais na ascensão profissional de todo o corpo discente. e) poderão contribuir para a redução da criminalidade do país como um todo. 21) A preocupação maior da escola deve ser o melhor atendimento ao aluno. O projeto político-pedagógico deve partir da avaliação objetiva das necessidades e expectativas de todos os segmentos da comunidade escolar. O surgimento de tal projeto representa um grande avanço, na medida em que muitas decisões relevantes são tomadas pela comunidade escolar e: a) pelos representantes das classes dominantes. b) pela elite politicamente dominante. c) não mais somente nos gabinetes das secretarias de Educação. d) não mais pelo diretor da unidade escolar. e) pelo governo federal prioritariamente. 22) É urgente a busca de uma identidade maior entre a Educação Física escolar, enquanto componente curricular responsável pela formação da cidadania, que deve participar de todo o processo relacionado à dinâmica escolar, e os complexos contextos: a) biológicos, psicológicos, sociais e antropológicos. b) afetivos, cognitivos, psicológicos e motores. c) históricos, culturais, sociais e econômicos. d) sociológicos, antropológicos, psicológicos e étnicos. e) sociais, financeiros, culturais e étnicos. 23) O projeto político-pedagógico da escola pode ser inicialmente entendido como um processo de mudança e de antecipação do futuro que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para: a) manter o status quo, apaziguar e continuar no caminho já conhecido. b) continuar a jornada histórica, manter e seguir o caminho do êxito. c) esclarecer dúvidas, manter a jornada e continuar no desenvolvimento. d) dirimir dúvidas, manter o status quo e dar significado à teoria conhecida. e) melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 24) Contemporaneamente, a fundamentação teórico-científica da Educação Física escolar que aborda as relações do corpo humano com o meio ambiente constata uma tentativa de superação das dicotomias, buscando uma compreensão holística do ser humano em corpo, mente e alma, ou, pelo menos, em dimensões afetivas, sociais, psicológicas e motoras, respeitando-se: a) a subjetividade e as diferenças individuais. b) o biorritmo e as carências individuais. c) a objetividade individual e as necessidades especiais. d) a objetividade e as necessidades individuais. e) o humor e as diferenças individuais. 25) A Educação Física escolar deverá trabalhar a integração do ser humano com omeio ambiente, que é físico, social, cultural, político, econômico, etc. Ao professor compete elaborar aulas nas quais os alunos possam conhecer, usufruir e transformar os limites e as possibilidades do seu próprio corpo em interação com o meio ambiente. Aulas em que possam também apreender de forma crítica a estética corporal e os modismos que: a) são necessários à pertença social e ao consumismo. b) estimulam o consumo racional. c) atendem às necessidades do povo. d) são veiculados pela mídia a respeito das práticas corporais. e) orientam o consumismo racional. 26) Vivenciar sensações, sentimentos e conhecer o próprio corpo naturalmente é o princípio do conhecimento. Espera-se que o aluno, na Educação Física escolar, amplie o conhecimento sobre o seu próprio corpo, seus sistemas orgânicos, sua subjetividade e afetividade interpessoal. O corpo humano está em constante interação consigo mesmo, com os outros, com a cultura, enfim, com o mundo que nos cerca. É necessário que o professor de Educação Física escolar saiba como ensinar os conteúdos e, nesse sentido, precisam: a) de boa remuneração, visto que a qualidade tem custo. b) compreendê-los antes de ensiná-los, porque ensinar engloba compreender, refletir e criticar. c) de uma infra-estrutura de qualidade, para efetivar o processo de ensino-aprendizagem. d) de equipamentos e área física de qualidade e dentro dos padrões oficiais. e) condições sociais, econômicas e políticas para continuarem no magistério. 27) Na pedagogia, a categoria interação deve ser trabalhada no sentido de estimular a consciência para a necessidade de superarem-se situações conflituosas, não somente no jogo ou no esporte, mas entre todos os membros da comunidade escolar (professores, funcionários e alunos). Para tanto, é relevante desenvolver, no processo de ensino- aprendizagem, possibilidades de um agir: a) individual, autêntico e egocêntrico. b) individualizado, perfeccionista e pleno. c) participativo, individualista e autônomo. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com d) respeitoso, magnânimo e altivo. e) cooperativo, participativo e solidário. 28) O jogo e o esporte oportunizam possibilidades múltiplas de vivências em suas práticas. Não se podem evitar, porém, todas as situações de conflito, até mesmo porque o conflito é inerente à existência humana. O papel do professor de Educação Física escolar deve ser o de mediador desses conflitos, que deverão ser resolvidos na maioria das vezes: a) pela coordenação disciplinar da escola. b) com a advertência ou punição necessária. c) por meio do diálogo e do respeito. d) pelo inspetor de alunos e a direção da escola. e) com a necessária repreensão e comunicação aos pais. 29) A qualidade de vida, entendida como fenômeno que se inter-relaciona com as diversas dimensões do ser humano, deverá receber a devida atenção na Educação Física escolar. Sua compreensão inclui aspectos como condições materiais, infra-estrutura das comunidades, condições sociais, meio ambiente e um aspecto muito relevante ligado: a) à saúde física e mental. b) ao desempenho físico de alto nível. c) à performance de competição. d) ao trinômio afetivo-cognitivo-psicomotor. e) à competição diária pela vida. 30) Desde a Antiguidade, os seres humanos vivenciam experiências significativas por meio dos jogos. Vários achados arqueológicos e evidências históricas mostram que o jogo acompanhou não apenas a evolução histórica, mas esteve e continua presente em todas as civilizações. Na Educação Física escolar, o jogo deve ser prioritariamente trabalhado como: a) conteúdo da área. b) atividade recreativa. c) algo que complemente a grade de horários. d) competição interclasse. e) competição intercolegial. 31) Os jogos podem variar em complexidade de regras. Adequando-se a cada faixa etária determinado conjunto de regras, os jogos devem ser divertidos e prazerosos para os praticantes. Diferentemente do esporte, cujo processo de ensino-aprendizagem é efetivado em partes, aprende-se o jogo, em geral, priorizando-se a ludicidade: a) por ensaio estímulo–resposta. b) por método indireto. c) por ensaio erro–acerto. d) utilizando os fundamentos esportivos. e) pelo método global. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 32) Na Educação Física escolar, todos podem e devem jogar; entretanto, a complexidade e a exigência de cada jogo devem ser adaptadas às características da turma, observando- se: a) a classe social e o nível técnico dos alunos. b) o cabedal de conhecimentos e a aptidão física dos alunos. c) o nível técnico e a aptidão física dos alunos. d) a compreensão e a habilidade dos alunos. e) a performance física e o nível técnico dos alunos. 33) Algumas características marcantes da modernidade, tais como alimentação industrializada com grande potencial engordativo, meios de locomoção e máquinas que substituem o fazer humano, contribuem para o crescimento de doenças de origem hipocinética. Esse fenômeno contemporâneo, já manifesto em crianças em idade escolar, é responsável por um estilo de vida: a) mais sedentário e menos mórbido. b) mais mórbido e menos doentio. c) menos ativo e mais sedentário. d) mais moderno e menos ativo. e) menos dinâmico e mais saudável. 34) Na relação professor–aluno deve existir o sentimento de empatia. A autoridade do professor deve ser exercida sem autoritarismo em um ambiente cooperativo e inclusivo em que o professor: a) colabora, destaca, classifica, seleciona, ranqueia e eleva. b) cumprimenta, eleva, seleciona, reprime, destaca e premia. c) estimula, apoia, valoriza, cumprimenta, promove e pretere. d) apoia, estimula, incentiva, valoriza, promove e acolhe. e) promove, organiza, ordena, seleciona, premia e eleva. 35) Todos os alunos precisam perceber, na atitude de seus professores, o sentimento de respeito e de incentivo, isto é, de ajuda efetiva no crescimento do ser humano que ali está no processo de ensino-aprendizagem. Pelo lugar que ocupa, o professor de Educação Física escolar exerce grande influência sobre seus alunos. A forma como se relaciona influencia não só as relações que estabelece com eles, mas também: a) a sua percepção de como a sociedade o vê. b) a construção da sua auto-imagem. c) o seu agir perante a pátria. d) o seu sucesso profissional. e) a sua opção como profissional. 36) Pode-se jogar contra o outro na competição, ou jogar com o outro na cooperação. A postura cooperativa deve estar presente em todas as aulas; todos devem ter a oportunidade de jogar sem se sentirem excluídos. A cooperação surge, na Educação Física escolar, quando o sentido da palavra vitória é ressignificado no processo ensino- Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com aprendizagem, ficando explícita quando: a) a vitória é a expressão do êxito para que o objetivo de alguém seja alcançado. b) a competição surge, e o objetivo é conseguir a melhor classificação na tabela. c) se trabalha para alcançar um objetivo comum, com êxito para todos. d) o sentimento de levar vantagem e ganhar contagia determinada equipe. e) a satisfação de levar vantagem e ganhar é sublimada pela vitória. 37) Intrincados mecanismos determinam as condições de vida dos seres humanos, como nascem, vivem e morrem. Entre os inúmeros fatores determinantes da condição de saúde e qualidade de vida, incluem-se os condicionantes biológicos, o meio físico e: a) o meio de vida individual. b) o meio socioeconômico e cultural. c) a herança genética e cultural. d) a herança social e econômica. e) o cabedal de conhecimentos acumulados. 38) A perda das adaptações fisiológicas e de desempenho ocorre rapidamente quando o aluno encerra sua participação no exercício regular de um programa de treinamento ou condicionamento físico. Tal fenômeno denomina-se princípio: a) da não-continuidade. b) donão-treinamento. c) do retreinamento. d) do destreinamento específico. e) da reversibilidade. 39) O processo saúde/doença é inerente à vida. Conhecimentos, dores e perplexidades associadas às enfermidades, bem como ações para a conquista da longevidade, do vigor físico e mental e da qualidade de vida deverão fazer parte do conteúdo das áreas do ensino. Compreender a saúde e a qualidade de vida por meio das interfaces relacionadas às condições de alimentação, habitação, higiene, renda, meio ambiente etc., tendo com referencial a realidade na qual a escola está inserida, deve ser a melhor opção. É um equívoco, na Educação Física escolar, reduzir as questões referentes à saúde e à qualidade de vida dos alunos à mera abordagem: a) anátomo-fisiológica. b) didático-pedagógica. c) acadêmico-institucional. d) filosófico-administrativa. e) disciplinar-administrativa. 40) Dentro da perspectiva inclusiva, o professor de Educação Física escolar não só deve valorizar todos os alunos independentemente da classe social, cor da pele, gênero, credo ou habilidade motora, como também deve promover debates sobre o significado: a) da descriminação, da segregação e da eugenia. b) do preconceito, da discriminação e da exclusão. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com c) do desempenho, da performance e da aptidão física. d) do condicionamento físico, da qualidade de vida e da performance. e) da descriminação, do preconceito e da qualidade de vida. 41) O movimento humano é carregado de sentido, emoção, sentimento etc. É preciso discutir esse movimento sob uma perspectiva histórica, visando à sua inserção na atualidade. A tendência dos currículos modernos é tornar a Educação Física escolar: a) menos prática. b) mais dinâmica. c) menos cinética. d) mais reflexiva. e) menos teórica. 42) Nas aulas de Educação Física escolar, o professor deverá estar sempre atento às respostas fisiológicas induzidas pela atividade física, visto que cada aluno responde de forma própria aos estímulos. Muitos fatores contribuem para a variação da resposta orgânica à atividade física; não se pode esperar que cada aluno alcance o mesmo desempenho nos exercícios. O princípio que fundamenta o conteúdo acima exposto denomina-se: a) biorritmo individual. b) individualidade biopsicossocial. c) individualismo fisiológico. d) indIvidualidade biológica. e) individualidade humana. 43) A atividade física regular para crianças e adolescentes é de grande valia para se efetivar o processo de crescimento e desenvolvimento dentro de parâmetros desejáveis. Há evidências de que a negligência de atividade física sistemática e regular na infância e adolescência pode afetar: a) a habilidade motora. b) o potencial cognitivo. c) o desempenho futuro. d) o intelecto. e) o coeficiente de inteligência. 44) Nas atividades físicas desenvolvidas na Educação Física escolar com objetivo de condicionamento físico, o princípio da sobrecarga, caracterizado pelo exercício realizado com intensidade acima dos níveis normais, respeitando-se a individualidade biológica, deverá manipular combinações variáveis de: a) individualidades biológica e psicológica. b) biótipo, somatotipo e medidas antropométricas. c) freqüência, intensidade e duração. d) temperatura ambiente, níveis nutricionais e biorritmo. e) biorritmo, biótipo e somatotipo. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 45) Nos programas de treinamento ou condicionamento físico, o princípio que objetiva desenvolver o sistema ou os sistemas energéticos utilizados predominantemente durante a realização da atividade física denomina-se: a) da sobrecarga. b) do treinamento individualizado. c) da individualidade biológica. d) do melhor desempenho. e) da especificidade do treinamento. 46) Perante a legislação, a Educação Física escolar era entendida como destituída de um saber próprio. Atualmente a lei lhe dá status de componente curricular obrigatório; significa reconhecer que o seu ensino tem objeto de estudo e conhecimentos próprios, presentes nos jogos, esportes, lutas, danças, ginástica, capoeira e conhecimento sobre o corpo. Esse novo enfoque favorece a modificação do histórico da área que, em muitos casos, era um processo de ensino-aprendizagem centrado no desempenho físico e técnico, resultando em um processo de seleção entre aptos e inaptos. A Educação Física escolar deve contribuir para a formação do cidadão, que deve interagir na sociedade de forma: a) participativa, solidária, crítica e autônoma. b) ufanista, religiosa, comedida e auto-suficiente. c) autocrítica, conservadora, respeitosa e independente. d) conservadora, ufanista, crítica e comedida. e) religiosa, conservadora, precavida e individualizada. 47) Para a criança e o adolescente, a atividade física vivenciada na Educação Física escolar pode constituir-se em um instrumento interessante de comunicação e construção da auto-imagem e da auto-estima, mas pode também, se certos procedimentos pedagógicos não forem tomados pelo professor, resultar, para o aluno, num contexto: a) estimulador e confortável. b) enriquecedor e desafiante. c) ameaçador e desfavorável. d) fecundo e desfavorável. e) estimulador e frustrante. 48) Selecionar conteúdos para a Educação Física escolar deve seguir o critério de relevância para que se produza desenvolvimento e socialização adequados ao aluno. É necessário destacar que nem todos os saberes e formas culturais são suscetíveis de constarem como conteúdos curriculares, o que exige uma seleção criteriosa do projeto político-pedagógico. Os conteúdos englobam conceitos, idéias, fatos, processos, princípios, leis científicas, regras, habilidades cognoscitivas, modos de atividade, métodos de compreensão e aplicação, hábitos de estudos, de trabalho, de lazer e de convivência social, valores, convicções e atitudes. Para se efetivar o processo de ensino- aprendizagem, os conteúdos deverão estar: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com a) disponíveis para o corpo docente. b) organizados pedagógica e didaticamente. c) ao alcance da formação intelectual do professor. d) compatíveis com a formação acadêmica do professor. e) compreensíveis quando forem apresentados. 49) As horas excessivas perdidas para a televisão, o computador, o videogame etc. induzem a uma perigosa diminuição de atividades psicomotoras de muitas crianças e adolescentes. Esse contexto contribui para a geração de um estilo de vida caracterizado pelo sedentarismo, pelo estresse e pela alimentação inadequada, resultando num crescente aumento de doenças. O movimento é real e não virtual. A motricidade humana é a sensação, a emoção, a reflexão e: a) a plenitude do prazer e o êxtase. b) o sublime bem-estar e o hedonismo. c) a satisfação plena e acabada. d) a possibilidade de comunicação e satisfação. e) a realização plena e conquista. 50) O consumismo exacerbado contribui para a formação de um ambiente sociocultural permeado de valores preestabelecidos de beleza, estética corporal e gestual, eficiência e desempenho. Se esse contexto não for objeto de uma postura crítica e reflexiva na Educação Física escolar, podem ser estabelecidos padrões cruéis para a criança e o adolescente, abrindo espaço para: a) o crescimento e desenvolvimento equilibrado e racional. b) o equilíbrio biopsicossocial dos alunos. c) a tirania dos modelos de corpo e comportamento. d) a formação humanista submissa à tirania dos modelos de corpo. e) o controle social voltado para o consumo. GABARITO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO/RJ – CEPERJ (2013) 31) Gallahue e Ozmun (2003) afirmam que um auto conceito negativo ou deficiente pode resultar em problemasde comportamento, dificuldade de aprendizagem e delinquência. Segundo os autores, a percepção que o estudante tem de si afeta o nível de desempenho acadêmico. E os educadores precisam saber utilizar as atividades motoras para encorajar a formação de auto conceitos positivos e estáveis. Ainda de acordo com os autores citados, é muito importante que as experiências motoras dos educandos sejam orientadas para o êxito, pois assim auxiliariam na melhora do auto conceito. E para que isso aconteça, Gallahue e Ozmun sugerem que os educadores usem métodos de abordagens: a) de solução de problemas e orientada para a competição b) centralizadas na criança e orientada para a competição c) por comando e instrução individualizada d) de solução de problemas e instrução individualizada e) por comando e centralizadas na criança 32) O professor Nando trabalhou Jogos Populares com os alunos do 7º ano. Ao final de seis semanas, quando concluiu o que havia planejado, elaborou um instrumento capaz de avaliar o final desse processo de aquisição de conteúdo por parte dos alunos. De acordo com os PCNs, essa fase da avaliação contínua denomina-se: a) formativa b) somativa c) inicial d) concomitante e) diagnóstica 33) Um planejamento de ensino eficaz em educação física escolar requer, dentre outras ações, que o professor vá além da condição de ministrador de atividades físicas e que desenvolva reflexões, pesquisas e ações contextualizadas com a realidade social e cultural, ligados ao movimento humano. Campos (2011) desenvolve tais ideias e propõe que, para elaboração do planejamento de ensino, é necessário que o professor observe também os seguintes requisitos: a) conhecer a comunidade, informar aos alunos suas obrigações e regras de convivência, comunicar- se pedagogicamente e saber se impor nas aulas b) ter conhecimento do planejamento escolar, conhecer criticamente os planos oficiais da educação, diagnosticar a realidade da escola e conhecer e saber aplicar as tendências da educação física c) utilizar todas as tendências da educação física, participar dos projetos da escola, montar as aulas de todo o ano letivo e promover atividades de cunho transformador d) dominar as leis educacionais, conhecer os alunos e suas realidades, promover a disciplina e cooperar com os outros setores da escola e) planejar com todo o corpo docente da escola, educar com a interdisciplinaridade, promover eventos esportivos e identificar talentos esportivos 34) A aprendizagem de habilidades motoras progride sequencialmente de forma previsível e independente da idade do aprendiz. Gallahue e Ozmun (2003) classificam o desenvolvimento dessa aprendizagem nos níveis inicial, intermediário e avançado, caracterizados respectivamente por movimentos: a) descoordenados; pouco desajeitados; altamente coordenados b) pouco coordenados; altamente coordenados; precisos c) altamente coordenados; lentos; pouco desajeitados d) desajeitados; lentos; descoordenados Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e) lentos; precisos; pouco coordenados 35) Na semana de planejamento, a equipe de professores de Educação Física discute sobre os conteúdos a serem selecionados para o ano letivo: Professor 1- “Temos que fazer com que os alunos vivenciem o jogo.” Professor 2- “Nada disso! Vamos trabalhar o desenvolvimento motor dessa garotada!” Professor 3- “Gente! Vamos valorizar o saber do aluno! Vamos trazer para a escola as brincadeiras deles! As brincadeiras populares.” Professor 4- “Minha gente... Esse pessoal precisa conhecer sobre o jogo que jogam!” De acordo com os estudos apresentados por Darido (2003), os professores do diálogo reproduzido acima são adeptos, respectivamente, das seguintes abordagens: a) construtivista, crítico-superadora, sistêmica e desenvolvimentista b) crítico-superadora, sistêmica, construtivista e desenvolvimentista c) crítico-superadora, desenvolvimentista, sistêmica e construtivista d) sistêmica, crítico-superadora, construtivista e desenvolvimentista e) sistêmica, desenvolvimentista, construtivista e crítico-superadora 36) Uma questão polêmica na educação física escolar é a avaliação. Tal problema é detectado ainda na formação de professores dentro das universidades, como afirma a pesquisa de Paiva e Souza (in Monteiro e Cupricolo, 2011), em que aponta que o ensino sobre a avaliação ainda possui características conservadoras e limitadas. Portanto, a hipótese da pesquisa demonstra que professores avaliam de acordo com a forma denominada “tendência clássica de avaliação”. Tal tendência expressa uma avaliação centrada nos seguintes fatores: a) desempenho motor, aptidão física, quantidade de acertos e reprodução mecânica de gestos desportivos b) cultura corporal de movimentos, gestos naturais, influência social e ética dos desportos. c) desporto de rendimento, disciplina, gestos olímpicos e otimização dos movimentos d) aptidão motora, psicomotricidade, coordenação de movimentos e conhecimento das regras desportivas e) autonomia, aprendizado motor, organização de eventos e disciplina 37) Enquanto função psicomotora, o tônus interfere significativamente não só nos aspectos afetivos, como também no diálogo corporal que o indivíduo estabelece com o mundo. Contudo, Fonseca (2009) admite que o estudo da função tônica se situa no estudo do sistema nervoso central, tratando- se de um dos mais vastos e complexos da neurofisiologia. Isso refere-se a um dos conceitos mais caros para o ensino da Educação Física, pois segundo esse autor a função tônica: a) é a habilidade do músculo para desempenhar repetidamente um trabalho contra uma resistência b) impossibilita a relação dialética corporal da atividade de relação interior/exterior c) é a habilidade em desempenhar numerosas repetições de certa atividade fatigante d) representa a aquisição de certa estrutura temporal adequada à contemporaneidade e) toma parte em todos os comportamentos de postura e movimento 38) De acordo com os PCNs do Ensino Médio, faz parte do rol de habilidades e competências a serem desenvolvidas nesse segmento da educação básica: “Compreender as diferentes manifestações da cultura corporal, reconhecendo e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressão .” Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com O professor contribui especialmente para o desenvolvimento desse conjunto de ações quando propõe: a) jogos regionais e diretor-desportivo b) danças, jogos musicais e rítmicos c) estudos sobre anatomia, biologia e fisiologia d) atividades ginásticas com diferentes finalidades e) atividades de defesa e ataque 39) Uma abordagem de ensino utilizada amplamente na educação física é denominada de psicomotricidade. Campos (2011) observa que, apesar de bem adequada ao cotidiano das aulas de educação física, esta abordagem é significativamente questionada pela possibilidade de promover na prática docente: a) a desvalorização dos aspectos motores e a diminuição da desportivização dos conteúdos b) o distanciamento do ensino das aptidões motoras e o descompromisso com as realidades sociais c) o ensino de conteúdos sem contextualização e o descuido do trabalho interdisciplinar d) a alienação da consciência crítica e a falta de contato com as outras disciplinas e) a falta de planejamento desportivo e o distanciamento de detecção de talentos 40) A quadrilha é uma dança tradicional das festividades juninas muito comuns nas escolas do Rio de Janeiro. Muitos dos passos executados pelos dançarinos foram influenciados pelos franceses e inspirados na dança da nobreza europeia. Isso explica termos como “anarriê”, “anavantur” e “balancê”. Para orientar atividades como essas, devem os professores de Educação Física se valer tanto do conhecimento histórico-social, quanto do técnico-corporal.Darido e Souza Jr (2007) identificam, em seu livro, alguns passos de forma clara e específica. Conforme os autores, o “beija-flor” se realiza quando: a) os cavalheiros dão um passo para trás, sem largar a mão da dama, fi cando semi ajoelhados. As damas dão duas voltinhas pela esquerda, os cavalheiros levantam-se e aguardam o próximo passo b) os pares seguem até o meio do salão, as damas estendem a mão para o cavalheiro beijar c) as damas passam a rodar para a direita, fi cando as duas filas rodando em sentido contrário d) as damas levantam os braços, passando-os por cima dos ombros com a palma das mãos para cima. Os cavalheiros que estão atrás seguram as mãos da dama e continuam a marchar e) os cavalheiros, sem largar as mãos das damas, fazem meia-volta e seguem a marcha na frente das damas 4a) Durante a tramitação da atual LDB, a Educação Física foi “manipulada” de várias formas e por grupos diferentes de acordo com os mais diversos interesses, com avanços e retrocessos de toda sorte. Segundo Castellani Filho (1998), uma vez promulgada tal lei, em relação à posição no currículo oficial nacional e concepção, manteve-se: a) na parte diversificada do currículo pleno e não superou a subordinação ao paradigma da aptidão física b) na parte diversificada do currículo pleno e não superou a subordinação ao paradigma da cultura corporal c) na base nacional comum dos currículos da educação básica e não superou a subordinação ao paradigma da aptidão física d) na base nacional comum dos currículos da educação básica e não superou a subordinação ao paradigma da cultura corporal e) na base nacional comum dos currículos da educação básica e não superou a subordinação ao paradigma desenvolvimentista 42) De acordo com Soler (2006), quando o conteúdo esporte é vivenciado na escola, geralmente se Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com desenvolvem aspectos de treinamento com objetivos ao alto rendimento e de características excludentes para os alunos menos habilidosos. Nesse sentido, o autor aponta alternativas para a prática esportiva baseada no princípio socioeducativo, com características próprias, e que abarca os seguintes princípios necessários: a) da cooperação, do absenteísmo e da ludicidade b) da competitividade ética, do companheirismo e do olimpismo c) do fair play, da cooperação e da competitividade lúdica d) da coletividade, do olimpismo e do treinamento tático e) da participação, da co educação e da cooperação 43) Como prova oficial de salto no atletismo, o salto em altura, ao longo dos anos, desenvolveu técnicas e estilos que contribuíram significativamente para a superação de marcas antes impensáveis para o ser humano. Darido e Souza Jr. (2007), indicam que a técnica do salto em altura divide-se nas seguintes fases: a) corrida de aproximação; chamada; suspensão; recepção b) chamada; pêndulo; transposição do sarrafo; queda c) corrida de aproximação; chamada; transposição do sarrafo; recepção d) chamada; transposição do sarrafo; recepção; queda e) corrida de aproximação; pêndulo, extensão; queda 44) De acordo com os PCNs+ (Ensino Médio), os conceitos, habilidades e competências a serem desenvolvidos na Educação Física podem ser traduzidos de acordo com três eixos que organizam a disciplina. Esses eixos são: a) contextualização socio-cultural; investigação e compreensão; representação e comunicação b) contextualização sócio-cultural; investigação e compreensão; linguagem corporal c) investigação e compreensão; linguagem corporal e análise; síntese d) investigação e compreensão; representação e comunicação; correlação, identidade e integração e) representação e comunicação; linguagem corporal e correlação; identidade e integração 45) É na fase escolar que jovens vivenciam um conjunto significativo de mudanças, principalmente na questão corporal, em que as influências culturais e sociais em relação à padronização do corpo produzem prejuízos na formação desses jovens. Nesse aspecto, a educação física pode tanto aprofundar tais crises quanto pode auxiliar em sua superação. Nesse sentido, Chaves (in Pereira e Souza, 201a) analisa a importância da educação física como promotora da superação a partir de ações como: a) desenvolvimento de atividades que promovam corpos esbeltos na busca de adequação dos jovens à sociedade b) definição de regras de convivência que proíbam atitudes preconceituosas de cunho corporal e de debates sobre o tema c) promoção de habilidades motoras e o sentido olímpico na busca de corpos atléticos saudáveis. d) problematização e discussão desse contexto, promovendo o corpo e as práticas corporais como conteúdos da disciplina e) desenvolvimento e valorização da competitividade pelo esporte, na busca de desviar a atenção dos jovens para o problema das drogas e das formas de preconceitos 46) O esporte, enquanto manifestação histórico-cultural moderna, só pode ser pensado e analisado como um elemento constitutivo da sociedade capitalista. Essa afirmação corrobora a ideia de ruptura entre o esporte e as práticas corporais das sociedades pré-capitalistas. Segundo Bracht (in Assis de Oliveira, 200a), diferente de hoje, nas sociedades tradicionais as práticas corporais estavam necessariamente associadas a instituições de caráter: a) religioso e escolar Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com b) comercial e militar c) religioso e militar d) escolar e comercial e) militar e escolar 47) Daólio (2004) observa que o conceito de “ser cultural” vem ganhando notoriedade no seio da Educação Física brasileira, apoiado pelo conceito de cultura da antropologia social de Clifford Geertz. Com base nesse referencial teórico, é possível dimensionar a Educação Física como uma área que trata do seguinte aspecto: a) movimento nas suas manifestações sociais relacionadas ao corpo b) movimento nas suas manifestações sociais relacionadas à cultura do movimento c) ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas ao corpo d) ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas aos fatos sociais e) ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas à cultura do movimento 48) Segundo Soler (2006), o jogo possui importância fundamental na formação e desenvolvimento do ser humano. O autor cita pesquisas de Friedmann (1996) para afirmar que diversos enfoques da sociedade são projetados na prática do jogo. Esses enfoques são: a) sociológico, educacional, psicológico, antropológico, folclórico e filosófico b) corporal, psicológico, cultural, histórico e conceitual c) lúdico, pacificador, congregador e religioso d) cooperativo, educacional, ético, fraterno e solidário e) psicológico, filosófico, corporal, persuasivo, instrucional e hierárquico 49) Em suas reflexões sobre o ensino da Educação Física, Hildebrant-Stramann (2003) afirma a necessidade de mudanças radicais em nosso pensamento a fi m de que essas mudanças sejam efetivadas na ação educativa dos esportes na escola. Para o autor, são três as exigências: a) aulas centradas no professor; aprendizagem restrita às experiências; intenção racionalista b) aprendizagem orientada ao desenvolvimento do movimento técnico; conteúdos normatizados e sistematizados; instruções direcionadas do movimento c) método com base científica; aulas orientadas em metas pré definidas; planejamento e organização rigorosa das ações d) aulas planejadas em conjunto por professores e alunos; aprendizagem aberta às experiências; conteúdos relacionados à vida cotidiana e) conteúdos vinculados à concorrência e sobrepujança; método de ensino flexível; intencionalidade pedagógica 50) Ao apresentar algumas situações de ensino com vistas à transformação didático-pedagógica do esporte, Kunz (200a) de fine certas estratégias didáticas do professor e sugere os seguintes exemplos de aulas, relativos ao ensino do salto e da corrida veloz coletiva, respectivamente: 1- Somaros saltos de uma equipe para viabilizar a quebra do recorde mundial do salto em distância. 2- Desenvolver o revezamento de corrida de resistência. Tais exemplos referem-se à estratégia de “transcendência de limites”: a) pela criação / inventividade b) pela experimentação c) pela aprendizagem d) pelo rendimento e) pelo arranjo material Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com GABARITO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO – FJG (2010) 1) Segundo o Coletivo de Autores (1993), a avaliação do processo ensino-aprendizagem em Educação Física vem se configurando, cada vez mais, como um aspecto essencial do projeto pedagógico de cada escola. Isso ocorre porque o sentido da avaliação é fazer com que ela sirva de referência para: a) selecionar alunos para competições e apresentações, dentro e fora da escola, relacionadas ao projeto pedagógico b) apurar a frequência e a participação dos alunos nas aulas e nas atividades relacionadas ao projeto pedagógico c) analisar a aproximação ou distanciamento do eixo curricular que norteia o projeto pedagógico da escola d) selecionar e classificar os alunos, identificando os mais aptos a participar dos projetos pedagógicos da escola 2. O esforço de negação do corpo na escola brasileira contém traços de uma sociedade marcada pela história da dominação. Atualmente, essa forma de dominação se encontra fortalecida por uma série de implicações para as diferentes manifestações corporais. A esse fato Marcuse (in Oliveira, 2006) denomina: a) violência corporal b) corpo simbólico c) código coercitivo d) racionalidade tecnológica 03. Observe a figura a seguir: Admitindo que a menina que está com a posse de bola esteja se utilizando de uma técnica aprendida na escola, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, no que diz respeito à relação entre prazer / técnica / interesse, ela está se utilizando do gesto aprendido na perspectiva do eixo motivacional: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com a) inserção nos grupos de referência social b) exercício de soluções por prazer funcional e de manutenção c) resolução de problemas d) repetição pura e simples de automatismos estereotipados 4. Segundo Gallahue (2001), no desenvolvimento perceptivo, crianças de aproximadamente dois anos de idade apresentam o aparato visual maduro. Isso significa que todos os aspectos anatômicos e fisiológicos do olho estão completos. Porém, uma criança nessa faixa etária é incapaz de interceptar uma bola arremessada com qualquer grau de controle. Isso acontece porque: a) a acuidade visual estática ainda não começou a ser desenvolvida na criança b) crianças nessa faixa etária não conseguem fazer uso da coordenação mão-olho c) as indicações de profundidade binoculares necessitam processar as informações perceptivas d) as habilidades perceptivas ainda se encontram incompletas e necessitam de refinamentos 05. Observe a seguinte figura: Admitindo que o aluno da figura acima esteja se preparando para executar uma bandeja e que não tem pleno domínio dessa habilidade do basquetebol, segundo Nozaki (in Faria Jr. 1999), o professor deve propor atividades que o façam experimentar a relação entre: a) os componentes horizontal e vertical da força de projeção da bola b) os componentes horizontal e vertical da velocidade de projeção do seu corpo c) a sua altura, a altura da cesta e a trajetória de projeção do seu corpo no ar d) a sua altura, a altura da cesta e a trajetória de projeção da bola no ar 6. O processo de avaliação deve ser útil para as partes envolvidas (professores, alunos e escola) na aula de Educação Física. Para o professor, ela fornece elementos para uma reflexão sobre suas ações pedagógicas. Do ponto de vista do estudante, a avaliação deve ser entendida como: a) um instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades b) uma forma de testar seus conhecimentos nas três dimensões de conteúdos c) um meio para se classificar dentro de padrões pré-estabelecidos pelo professor d) uma referência para analisar suas notas ou conceitos e seus fracassos 7. Ao refletir sobre a “qualidade da inclusão do aluno na aula de Educação Física”, Oliveira (2001) afirma que esta qualidade é comprometida, dentre outras coisas, pela falta de: a) bolas adaptadas de acordo com as necessidades especiais de cada aluno b) espaço demarcado de acordo com a regras que regem cada esporte c) bolas em quantidade adequada ao número de alunos d) jogos em que os alunos possam atuar ocasionalmente 8. Mauro Betti (in Daólio, 2004) acredita que a Educação Física se constitui num sistema sociocultural e possui uma teleologia, ou seja, uma finalidade que é determinada por valores. O aluno adquire consciência dos motivos-fins da Educação Física quando constrói capacidade crítica para fazer escolhas e quando incorpora valores a sua personalidade e que estes valores, na Educação Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Física, se expressam em dois grandes princípios, que são: a) individualização e progressividade b) totalidade e continuidade c) especificidade e regularidade d) não-exclusão e diversidade 9. Segundo Faria Jr. e Faria (in Faria Jr., 1999) resultados cineantropométricos de alunos pré- púberes podem ter implicações didático-pedagógicas tanto no planejamento do ensino como nas aulas propriamente ditas, possibilitando, dentre outras coisas, a adequação de materiais e espaços utilizados nas aulas de Educação Física. Os resultados que têm relação direta nas aulas são: a) percentual de gordura e massa corporal magra b) envergadura e tamanho das mãos c) somatotipologia e gordura total d) peso ósseo e peso muscular 10. O primeiro período de vida da criança, que vai do nascimento até o surgimento da linguagem, do ponto de vista da inteligência, é denominado por Piaget (in Freire,1997) como sensório-motor. Nesse período, Piaget identificou três estágios, nomeados, respectivamente, como: a) das crises motoras, do corpo submisso, da inteligência propriamente dita b) dos reflexos, da organização das percepções e hábitos, da inteligência propriamente dita c) de latência, do operatório concreto, da inteligência propriamente dita d) do pré-operatório, do corpo vivido, da inteligência propriamente dita 11. Para Farinar (1995), ao elaborar um plano de aula para crianças de 08 anos, o professor de Educação Física deve levar em consideração as características psicofisiológicas dos alunos, a produção de energia requerida na atividade, assim como a sua continuidade. Sendo assim, a atividade mais adequada para esses alunos é: a) participar de uma roda de capoeira durante 35 minutos b) atacar e contra-atacar no futebol durante 25 minutos c) correr em alta velocidade 150 metros durante 15 minutos d) lutar judô durante 05 minutos 12. O autoconceito é um aspecto importante do comportamento afetivo da criança. Ele é influenciado pelas experiências lúdicas que as crianças vivenciam em seu cotidiano. As atividades físicas podem contribuir efetivamente para a formação de um autoconceito positivo, por isso, professores de Educação Física necessitam estar atentos em desenvolver bons autoconceitos em seus estudantes. O professor também deve se preocupar com o potencial da atividade física para melhorar a autoestima dos estudantes. A autoestima, para Gallahue e Ozmun (2001), é definida como: a) a percepção que o indivíduo tem de suas característico-cas similares ou diferentes b) a crença na habilidade de desempenhar tarefa mental, física ou emocional c) a convicção de que se pode executar o comportamento exigido para produzir o resultado desejado d) o valor que o ser humano atribui a suas característicaspeculiares, atributos e limitações 13. A Lei 8946/94 cria o Sistema Educacional Desportivo Brasileiro integrado ao Sistema Brasileiro de Desporto, materializando, com parcialidade, em um texto legal, um tema pedagógico com debate ainda polarizado na Educação Física Escolar brasileira, além de configurá-lo como política pública. Segundo Castelania Filho (1998), o debate materializado na lei diz respeito à discussão: a) cultura corporal / aptidão física b) promoção da saúde / esporte espetáculo c) esporte na escola / esporte da escola Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com d) esporte competitivo / esporte cooperativo 14. Na abordagem pedagógica denominada Desenvolvimentista, buscou-se uma caracterização da progressão normal do crescimento físico, desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo- social. Os autores dessa abordagem defendem a ideia de que: a) o movimento é o principal meio e fim da Educação Física b) o conhecimento é construído a partir de sua interação com o mundo c) a aquisição de habilidades motoras sofre influências do contexto sociocultural d) o aluno é confrontado com a realidade do ensino num primeiro momento 15. Segundo Hildebrandt (1986), no princípio da subjetivação do ensino e da aprendizagem, o aluno é o ponto de partida e o ponto central das reflexões didáticas. Sendo assim, os estilos de ensino adequados para garantir essa subjetivação são: a) programação individualizada e solução de problemas b) programação individualizada e ensino por descobertas c) por descobertas e solução de problemas d) por comando e por descobertas 16. A abordagem pedagógica crítico-emancipatória (Kunz in Darido, 2005), no ensino de Educação Física na escola, se expressa na contextualização de temas compreendidos pela cultura corporal, tais como jogo, esporte, ginástica, dança e capoeira. São esses os elementos culturais que formam os conteúdos. Essa abordagem propõe que os temas sejam ensinados utilizando-se uma sequência de estratégias denominada: a) diversidade social b) ordem de habilidades motoras c) interferência espacial d) transcendência de limites 17. Em observância aos critérios de avaliação definidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física (1997), o critério que é dirigido ao 4º e 5º ano é: a) enfrentar desafios corporais em diferentes contextos como circuitos, jogos e brincadeiras b) valorizar e apreciar diversas manifestações da cultura corporal, identificando suas possibilidades de lazer e aprendizagem c) interagir com seus colegas sem estigmatizar ou discriminar por razões físicas, sociais, culturais ou de gênero d) participar das atividades respeitando as regras e a organização 18. Betti (in Daólio 2004), ao ampliar a ação pedagógica da Educação Física para além da escola, considera também o atleta do clube e o cliente da academia. Para esse autor, existe um saber corporal da Educação Física que se ex-pressa na dimensão do sentir e do relacionar-se, que leva o sujeito à sua autonomia. Para Betti esse “saber fazer” é denominado saber: a) orgânico b) processual c) sociológico d) diagnóstico 19. Observe as figuras a seguir: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Elas representam manifestações culturais de sociedades diferentes. Admitindo que estejam relacionadas com a diversidade cultural, com as tradições pedagógicas, com fatores climáticos, ambientais e topográficos, segundo Faria Jr. (in Faria Jr., 1999), na perspectiva da promoção da saúde, recebem a seguinte denominação: a) educação física b) exercício físico c) atividade física d) cultura física 20. Em uma aula de Educação Física, o professor promoveu um debate com sua turma, utilizando o seguinte exemplo: “Em um jogo de futebol profissional, o atacante de um dos times, ao perceber que havia perdido a posse de bola, simulou ter sofrido uma falta e sinalizou para o árbitro, que imediatamente concedeu a falta (BRASIL, 1998).” Ao analisar em conjunto com os estudantes os valores éticos que estão embutidos nessa situação, a figura do árbitro pode ser apontada como: a) um elemento de manipulação em se tratando da simulação dos fatos b) uma figura indispensável para o desenvolvimento dos jogos esportivos nas aulas de Educação Física c) um elemento facilitador de transgressão de regras no esporte espetáculo d) uma figura motivadora de atitudes grosseiras dos jogadores em campo 21. Ao trabalhar o tema “força” o professor leva seus alunos do 3º ano (com idade entre 9 e 10 anos) para uma aula na área arborizada da escola para que experimentem erguer seus próprios corpos para subir nas árvores. Alguns alunos têm dificuldades em subir quando são levados a fazê-lo somente com a própria força, sem auxílio dos colegas ou de qualquer implemento. Segundo Farinatti (1995), levando em consideração a faixa etária da turma, para ajudar seus alunos o professor deve priorizar propostas pedagógicas que atuem sobre: a) a síntese de proteínas contráteis b) a coordenação neuromuscular c) os níveis sanguíneos de testosterona d) o metabolismo de construção 22. Segundo Gallardo (2005), em relação ao comportamento social, a aula de Educação Física constitui-se num espaço propício para: a) disciplinação dos corpos b) alta competitividade c) interações sociais d) imposição de regras Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 23. Leia o fragmento de reportagem abaixo: Como explorar a corrida de orientação e o trekking Geralmente praticada em meio à natureza, a atividade (corrida de orientação) guarda semelhanças com o trekking, um esporte de aventura. Em ambos, os participantes devem escolher a melhor rota para percorrer um terreno pouco conhecido e cheio de obstáculos e passar pelos postos de controle antes de cruzar a linha de chegada. Porém, na corrida de orientação, a luta é contra o relógio e a disputa é individual e no trekking os competidores são divididos em equipes e as regras ditam que vence quem mais se aproximar do tempo estipulado de duração da prova. (Revista Escola, Ed. 230) http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/pratica-pedagogica/ como-explorar-corrida- orientacao-trekking-cultura-corporal 538515.shtml De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, no que se refere ao tema transversal Meio Ambiente, a inclusão desse tipo de atividade nas aulas de Educação Física deve ser discutida e compreendida no contexto: a) da aptidão física b) da indústria do lazer c) dos esportes radicais d) da individualidade biológica 24. Orlik (in Soler 2006), dividiu os jogos cooperativos em categorias. Em um jogo de voleibol cooperativo, quando os jogadores mudam de lado após a realização de um saque ou de acordo com situações pré-estabelecidas, fica caracterizada uma categoria denominada como jogos: a) de resultado coletivo b) de inversão do tipo rodízio c) cooperativos sem perdedores d) semi-cooperativos 25. Um Professor de Educação Física que acabou de tomar posse em uma escola precisa esclarecer para a coordenação pedagógica como é possível tratar do conteúdo “corrida” desde a Educação Infantil ao 9º ano do Ensino Fundamental, pois foi dessa forma que o planejamento para o ano de 2010 foi elaborado. Baseando-se na metodologia do ensino de Educação Física (Coletivo de Autores, 1993), o professor respondeu que: a) o conteúdo “corrida” está sendo tratado de acordo com o paradigma humanista b) a repetição do mesmo conteúdo todos os anos garante a aprendizagem c) não existe forma de tratar o mesmo conteúdo na Educação Infantil e no Ensino Fundamental d) o conteúdo “corrida” está sendo tratado em uma evolução espiralada 26. Os jogos, de uma forma ou de outra, sempre estiveram presentes nos conteúdos selecionados para as aulas de Educação Física. Essa presença, no entanto, esteve atrelada ao “saber fazer” e ao “executar” e não à compreensão do papel dos jogos para a sociedade naconstrução do patrimônio cultural. Segundo Darido (2005), em relação aos conteúdos numa perspectiva atual de Educação, Educação Física e de jogos, é fundamental que se considere: a) os procedimentos, fatos e conceitos, atitudes e valores como dimensões de conteúdos, todos no mesmo nível de importância Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com b) os métodos global, parcial e recreativo de jogo como ferramentas indispensáveis para o desenvolvimento dos jogos e brincadeiras c) os jogos coletivos como ferramentas pedagógicas imprescindíveis para a formação de seres humanos pró ativos d) a valorização dos jogos e brincadeiras e as mudanças pelas quais passaram ultimamente em detrimento de outros conteúdos descontextualizados historicamente 27. Segundo Comazino (in Faria Jr., 1993), no cotidiano das aulas de Educação Física alguns aspectos biomecânicos são passíveis de serem observados visualmente pelo professor, possibilitando uma análise qualitativa do movimento realizado pelos alunos. Dentre esses aspectos podem ser citados: a) inércia e equilíbrio b) rapidez e deslocamento c) estabilidade e força d) força e movimento 28. Para Brotto, (in Soler, 2006), a pedagogia dos jogos cooperativos se apoia em três dimensões de ensino e aprendizagem. São elas: a) aprendizagem, prazer, integração b) diálogo, adaptação, ação melhorada c) vivência, reflexão, transformação d) estratégias, ludicidade, celebração 29. Segundo Oliveira (2001), das críticas ao “velho esporte” nasce o “novo esporte” tendo como espaço privilegiado para essa transformação: a) a escola entendida como espaço socialmente ilimitado b) a escola entendida como espaço de intervenção c) o clube entendido como espaço de intervenção d) o clube entendido como espaço socialmente ilimitado 30. Gallardo (2005), ao sistematizar a Educação Física escolar na educação infantil, propõe uma intervenção educativa que facilite e potencialize o desenvolvimento da criança. Essa intervenção tem como orientação o paradigma da Socialização, que está vinculado a dois grandes objetivos educacionais, que são: a) formação humana e capacitação b) elaboração de regras e habilitação c) formação individual e de atitudes d) criação de procedimentos e construção coletiva 31. Segundo Castellani Filho (1998), durante a tramitação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/ 96), alguns substitutivos apresentados imprimiam a ideia de Educação Física como aptidão física. No entanto, a concepção de Educação Física que vigorou no texto final foi a de: a) promoção da saúde b) cultura corporal c) esporte educacional d) atividade curricular 32. Um dos temas de Educação Física escolar sugeridos por Freire e Sc aglia (2003) para o desenvolvimento humano na educação infantil e no1º ano do ensino fundamental são os jogos Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com simbólicos. Esse tema é indicado porque: a) esses jogos estão inseridos em um grupo que privilegia detalhes de determinadas situações de ensino e aprendizagem b) os gestos já aprendidos podem ser repetidos em situações lúdicas pelo simples prazer de jogar c) enquanto a criança joga ou brinca, ela resgata a cultura popular a partir do que ela já conhece d) as crianças ainda vivem intensamente o período das fantasias, da organização e das representações mentais 33. As concepções abertas de ensino utilizadas nas aulas de Educação Física, segundo Hildebrandt (1986), preconizam a co-participação dos alunos em decisões tradicionalmente atribuídas única e exclusivamente ao professor. Esse tipo de concepção de ensino é subordinada: a) aos conteúdos b) aos objetivos c) ao planejamento d) aos resultados da aprendizagem 34. Se tanto a cooperação quanto a competição são comportamentos ensinados e aprendidos por intermédio das inmeras formas de relacionamento humano (Soler, 2006), é CORRETO afirmar que: a) os membros de grupos cooperativos e competitivos se influenciam reciprocamente b) tanto a competição quanto a cooperação podem ser justificadas pela teoria de seleção natural de Darwin c) a estrutura social torna a sociedade competitiva ou cooperativa d) o ser humano é competitivo por natureza e a cooperação é um comportamento social 35. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física no Ensino Fundamental apontam uma diferença de competência entre meninos e meninas que cursam, por exemplo, o 1º e 2º anos (primeiro ciclo) por razões socioculturais. Uma das propostas para alterar esse quadro é a inclusão no planejamento de: a) campeonato de futebol b) estafetas c) pique-esconde (ou esconde-esconde) d) danças folclóricas Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com GABARITO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO E DOS RECURSOS HUMANOS/RN – CESGRANRIO (2011) 16) Jean Piaget divide em estágios as fases de desenvolvimento das crianças. Esses estágios são: a) sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e operatório formal b) pré-operatório, operatório-motor, simbólico e operatório formal c) pré-operatório, latência, simbólico e hipotético-dedutivo d) operatório-concreto, sensório-motor, operatório-motor e intuitivo e) operatório-concreto, operatório-motor, simbólico e hipotético-dedutivo 17) O conhecimento do mundo pela criança, no período da primeira infância, depende das relações que ela vai estabelecer com as outras crianças e o meio onde vive. O que conhece de si e das coisas é insuficiente para estabelecer relações de grupo e, por isso, centra-se em seu brinquedo, em sua própria atividade e em seus interesses. Portanto, uma característica da criança no período da primeira infância é a a) falta de atenção b) autocentração c) hiperatividade d) distração e) corporeidade 18) O professor de Educação Física, quando pede que as próprias crianças organizem as equipes, os times e os grupos, está proporcionando às crianças o desenvolvimento a) cognitivo b) sensório c) social d) motor e) físico 19) Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são citados, dentre outros, os seguintes temas transversais que devem ser trabalhados nas aulas de Educação Física: a) saúde, futebol e ética b) pluralidade cultural, orientação sexual e saúde c) orientação sexual, judô e dança d) coordenação espacial, ritmo e lateralidade e) futebol, ritmo e dança 20) Em uma aula de Educação Física, o professor é um ex-atleta e enfatiza a prática, considerando que não é necessário dominar os conhecimentos teóricos. A concepção utilizada nessa aula caracteriza-se como a) militarista b) crítico-superadora c) pedagogicista d) crítico-emancipatória e) desenvolvimentista 21) A teoria pedagógica que tem como intenção a construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo e entende o conhecer como uma ação que implica esquemas de assimilação Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e acomodação, num processo de constante reorganização, é a a) desenvolvimentista b) construtivista c) psicomotricista d) higienista e) militarista 22) Numa aula com a presença de alunos deficientes visuais ou com baixa acuidade visual, o professor deve a) utilizar demonstrações e/ou recursos visuais. b) encorajar o aluno a seguir as demonstrações dos colegas. c) utilizar e incentivar o uso da linguagem de sinais por parte de todos os colegas. d) introduzir materiais sonoros. e) posicionar-se de forma que seu rosto fique visível para o aluno, facilitando a compreensão através da linguagem labial e gestual. 23) Na Educação Física escolar, os conteúdos podem ser divididos em três dimensões, para que se possam alcançar os objetivos educacionais. Eles se referem ao que se deve saber, ao que se deve saber fazere a como se deve fazer. Essas dimensões são, respectivamente, a) atitudinal, procedimental e prática b) procedimental, instrumental e atitudinal c) conceitual, procedimental e prática d) conceitual, procedimental e atitudinal e) básica, procedimental e prática 24) O entendimento de que os conteúdos são realidades exteriores aos alunos, que não são fechados e refratários às realidades sociais, faz com que se saiba que não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que bem ensinados. É preciso que os conteúdos se liguem, de forma indissociável, à sua significação humana e social. Essa explicação põe em destaque qual princípio curricular para o processo de seleção de conteúdos de ensino? a) Provisoriedade dos conhecimentos b) Contemporaneidade do conteúdo c) Adequação às possibilidades sociocognoscitivas do aluno d) Simultaneidade dos conteúdos e) Relevância social do conteúdo 25) A perspectiva da Educação Física escolar que tem como objetivo contribuir para a afirmação dos interesses das classes populares à medida que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade, substituindo o individualismo pela cooperação, sobretudo enfatizando a liberdade de expressão dos sentimentos, negando a dominação e submissão do homem pelo homem, é a perspectiva a) da aptidão física b) da cultura corporal c) tradicional d) tecnicista e) ambientalista 26) Em relação à seleção dos tipos de atividades destinadas para o lazer, são considerados cinco Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com grupos de interesse: físicos, artísticos, manual, intelectual e social. Considera-se como interesse físico o exercício de a) jogar xadrez b) ouvir música c) praticar ginástica d) pintar murais e) criar jograis 27) A atividade física acompanha a espécie humana desde os tempos mais remotos. Atualmente, com as novas tecnologias, somos capazes de passar dias, semanas e meses sem realizar grandes esforços físicos. Em nenhum outro momento da história da humanidade, a atividade física esteve tão relacionada à saúde. Nessa perspectiva, considere as afirmativas abaixo sobre o papel da atividade física na Educação Física escolar. I - As aulas de Educação Física devem oportunizar a todos os alunos o prazer e o conhecimento, de tal modo que todos tenham vontade de continuar a praticar atividade física. II - As aulas de Educação Física devem contribuir para a diminuição do sedentarismo e da ocorrência da obesidade. III - As aulas de Educação Física são capazes de promover mudanças significativas no estilo de vida do aluno. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 28) O futebol é uma manifestação cultural dos nossos tempos. Faz-se necessário conhecer suas origens no mundo e no Brasil, além de sua importância na construção da cultura brasileira, dos diferentes objetivos em jogar bola, de saber como se relacionar com companheiros e adversários nas partidas e observar a presença do futebol nas artes. Nesse contexto, o conteúdo futebol está sendo tratado na perspectiva a) da reflexão da cultura corporal b) da aptidão física c) desenvolvimentista d) esportivista e) psicomotricista 29) Um aluno de 11 anos, recém-chegado na escola é obeso. É tímido, tem dificuldades de se enturmar com os colegas e recebeu apelidos constrangedores. Ele se sente incomodado, passando por diversos momentos de constrangimento na escola, tanto dentro quanto fora da sala de aula. Não quer mais ir às aulas e chora diariamente antes de ir para a escola. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com A violência nas escolas pode manifestar -se de forma física ou verbal. A situação descrita acima caracteriza uma situação de a) Síndrome de Burnout b) Bullying c) Homofobia d) Cosmopolitismo e) Criatividade 30) De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Educação Física para o Ensino Fundamental, são critérios para a seleção dos conteúdos dessa disciplina: a) relevância social, características dos alunos e características da própria área b) sexo, idade e nível de condicionamento dos alunos c) materiais disponíveis na escola, professores envolvidos e características do aluno d) materiais disponíveis na escola, relevância social e idade dos alunos e) características da própria área, nível de condicionamento e idade dos alunos 31) Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), da Educação Física para o Ensino Fundamental, são apresentados objetivos a serem alcançados nessa fase de ensino. Considere os objetivos abaixo. I - Treinar para competições, de forma que alcance o alto nível para representar o país em competições internacionais. II - Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva. III - Repudiar qualquer espécie de violência, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade nas práticas da cultura corporal de movimento. Está de acordo com os PCN o que se apresenta em a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II, III. 32) Em relação ao trabalho na Educação Física, a partir de uma concepção construtivista, considere as afirmativas abaixo. I - O objetivo é a construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo. II - A definição dos objetivos e conteúdos deve ser feita em conjunto com os alunos. III - Na avaliação dos alunos, deve-se privilegiar a técnica. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 33) Visões abstratas e irreais que homogenizam e igualam os alunos condicionam variados Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com entendimentos equivocados de educação, ensino e aprendizagem. Deve(m)-se considerar na avaliação em que o patrimônio cultural se expressa nas possibilidades corporais, no acervo de conhecimentos sobre a cultura corporal, na possibilidade de reconhecimento dos avanços e das dificuldades dos alunos, dentro do processo de ensino e aprendizagem, a) a neutralidade do ato avaliativo b) o aspecto quantitativo sobre o qualitativo c) o professor como centro do processo avaliativo d) os aspectos teóricos da aprendizagem sobre os práticos e) os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais de forma integrada 34) Numa abordagem crítico-superadora, a Educação Física é uma disciplina que NÃO valoriza a) a contextualização dos fatos b) a formação de seres críticos e autônomos c) a expressão corporal como linguagem d) o rendimento esportivo e) os conteúdos da cultura corporal 35) Em uma aula de Educação Física para o 6o ano, o professor desenvolve a seguinte atividade: “Sentar em grupo”. Os alunos devem fazer um círculo, voltados para o centro. Posteriormente, devem girar o corpo para a esquerda, de forma que fiquem de frente para as costas do colega à frente, continuando em círculo. Cada aluno deverá então juntar a ponta dos pés nos calcanhares do colega à sua frente, colocando as mãos na cintura dele. Logo após, deverão sentar-se lentamente no joelho do colega de trás, sem perder o equilíbrio. Os alunos devem comunicar-se entre si, caso alguém perca o equilíbrio. O objetivo é alcançado quando todos os alunos conseguem sentar-se no joelho do colega, mantendo o equilíbrio. O jogo descrito acima aplica-se quando o objetivo a ser atingido é a) velocidade b) competição c) cooperação d) complacência e) respeito 36) De acordo com as regras oficiais de voleibol, ao jogador que desempenha a função de líbero é permitido a) levantar, recepcionar e defender b) levantar, bloquear e defender c) recepcionar, bloquear e defender d) recepcionar,defender e sacar e) sacar, bloquear e defender 37) O rolamento simples, usado no aprendizado da ginástica artística (olímpica), é um exercício que melhora a flexibilidade e agilidade do corpo. Esse rolamento é também denominado a) estrela b) cambalhota c) rondada d) mergulho Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e) salto 38) Numa competição de futsal, organizada pelo processo de eliminatória simples, foram realizados 11 jogos. Nessa situação, o número de equipes participantes era de a) 7 b) 8 c) 9 d) 10 e) 12 39) As fases de aquisição dos fundamentos do futsal caracterizam-se pelo emprego de métodos e estratégias especiais de ensino para as diferentes faixas etárias. Na faixa de 6 a 9 anos de idade, deve-se trabalhar de forma a) competitiva b) técnica c) lúdica d) tática e) anaeróbica 40) No voleibol, os movimentos realizados em conjunto pelos jogadores de uma equipe para marcar pontos ou se defender do ataque da equipe adversária são denominados a) rodízio b) técnica c) finta d) tática e) cobertura 41) Os saltos no atletismo são compostos de movimentos que se confrontam com as leis da física e da biomecânica. Os saltos podem ser subdivididos em horizontais e verticais. Dentre os saltos verticais, tem-se: a) triplo e em distância b) triplo e com vara c) triplo e em altura d) em altura e com vara e) em altura e em distância 42) A técnica do futsal fundamenta aquilo que o atleta faz individualmente dentro do jogo. Dentre os fundamentos do futsal, tem-se: a) condução , passe e finta b) finta , bloqueio e chute c) chute , defesa e condução d) chute , passe e arremesso e) drible , condução e bloqueio 43) Os jogos e brincadeiras estão presentes na vida dos seres humanos desde a Antiguidade. Os jogos, como conteúdos escolares, podem ser considerados como um dos que apresentam Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com facilidades de aplicação por diferentes razões, dentre as quais aquela que afirma que se aprende o jogo pelo método a) parcial, diferentemente do esporte, que geralmente é aprendido/ensinado por partes. b) parcial, diferentemente do esporte, que geralmente é aprendido/ensinado de forma holística. c) global, diferentemente do esporte, que geralmente é aprendido/ensinado de forma holística. d) global, diferentemente do esporte, que geralmente é aprendido/ensinado por partes. e) analítico, diferentemente do esporte, que geralmente é aprendido/ensinado pelo método sintético. 44) Piaget, considerando a evolução das estruturas mentais, propõe a seguinte classificação dos jogos: a) jogo de percepção, jogo de atuação, jogo do faz de conta b) jogo de regras, jogo simbólico e jogo de normas c) jogo do exercício, jogo simbólico e jogo cooperativo d) jogo do exercício, jogo simbólico e jogo de regras e) jogo cooperativo, jogo competitivo e jogo recreativo 45) A idade escolar de 7 a 10 anos caracteriza-se basicamente pelo rápido aumento da capacidade de aprendizagem motora, com consequência de alta maturação do sistema nervoso. Por isso, as atividades prioritárias para a preparação física dessas crianças são a) os jogos recreativos, para melhorar a capacidade aeróbica. b) as que visam à obtenção da resistência muscular localizada, à flexibilidade dinâmica e à capacidade anaeróbica. c) as que visam ao limiar anaeróbico, à flexibilidade dinâmica e à coordenação neuromuscular. d) as de alongamento, interval training e agilidade. e) as de velocidade de reação, velocidade de execução dos movimentos, agilidade e flexibilidade dinâmica. 46) Em relação à atividade física e saúde, a função cardiorrespiratória obtém ganhos através da prática das atividades aeróbicas, exercícios que incluem grandes atividades musculares dinâmicas, como caminhada, corrida, natação, ciclismo e remo. Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), a faixa ideal de intensidade dessas atividades associadas a ganhos no VO2 máx. é de, aproximadamente, a) 30 a 65% do VO2 máx. b) 40 a 75% do VO2 máx. c) 50 a 85% do VO2 máx. d) 60 a 95% do VO2 máx. e) 70 a 95% do VO2 máx. 47) Nos anos 1990, em função dos muitos benefícios para a aptidão física e para a saúde, pessoas de diferentes faixas etárias passaram a envolver-se no treinamento com pesos, que começou a ser adotado também como atividade recreativa tanto para crianças quanto para os idosos. Considerando o texto acima, em relação ao treinamento da força, considere as afirmativas a seguir. I - O aumento da força acontece em razão de dois fatores principais: neurais e anatômicos. II - Durante as primeiras semanas do treinamento, a força aumenta principalmente em consequência do aprendizado do exercício. III - Ao participar de um programa de treinamento com pesos igual ao do homem, o ritmo de ganho Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com de força da mulher não é igual ao do homem. Está correto APENAS o que se afirma em a) I b) II c) III d) I e II e) II e III 48) O momento do jogo é a oportunidade que os alunos têm de utilizar a criatividade para praticar ações e relações. Pode-se jogar com o outro, na cooperação, ou se pode jogar contra o outro, na competição. Em relação aos jogos cooperativos, a) a tolerância à derrota é pouca e isso desenvolve um sentimento de resistência diante das dificuldades. b) o jogo é para cada aluno um caminho coletivo de evolução (coevolução). c) o objetivo é sempre conseguir um resultado melhor em função da oposição com os outros. d) o objetivo final é muito mais importante que o processo. e) os jogadores reconhecem, principalmente, o valor do potencial individual para se chegar à vitória. 49) Os jogos populares são manifestações espontâneas e transmitidos de geração a geração, atuando também, como apoio para atividades educacionais. Dentre esses jogos, podemos citar a queimada, amplamente praticada nas escolas durante as aulas de Educação Física. Esse jogo tem como característica o desenvolvimento, principalmente, das seguintes capacidades sócio-organizacionais: a) ritmo; equilíbrio e percepção tátil; sistema de defesa individual e coletiva. b) adaptação a novas situações; marcação e desmarcação dos adversários; estratégias de ataque em grupo. c) percepção óculo-pedal; aglutinação em volta da bola; estratégias de ataque e recuperação. d) marcação e oposição; cooperação entre os indivíduos do círculo; aglutinação em volta do companheiro de ataque. e) cooperação entre os indivíduos da mesma equipe; estratégias de recuperação da bola e de ataque ao alvo escolhido; organização da ação individual para o resultado coletivo. 50) No handebol, um jogador sofre uma desqualificação quando a) comete uma substituição irregular. b) comete uma falta ao abraçar o adversário. c) é punido com cartão vermelho após receber a terceira exclusão. d) é punido com cartão amarelo ao cometer uma falta antidesportiva. e) persiste em entrar na área do goleiro com intenção de melhor se posicionar no ataque. GABARITO 16 – A;17 – B;18 – C;19 – B;20 – A;21 – B;22 – D;23 – D;24 – E;25 – B;26 – C;27 – E;28 – A;29 – B;30 – A;31 – D;32 – A;33 – E;34 – D;35 – C;36 – A;37 – B;38 – E;39 – C;40 – D;41 – D;42 – A;43 – D;44 – D;45 – E;46 – C;47 – D;48 – B;49 – E;50 - C Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com PREFEITURA MUNICIAPL DE LONDRINA – CONSULPLAN (2011) 21) “A função do currículo é definir, a partir da missão e dos objetivos gerais, os temas, os objetivos de aprendizagem, os conteúdos a serem aprendidos e os indicadores de avaliação para as diferentes faixas etárias ao longo dos anos.” (Rossetto Júnior; Costa; D’angelo, 2008) O currículo é formado por um conjunto de conteúdos que serão ensinados aos discentes e espera-se que sejam desenvolvidos, segundo as categorias conceitual, procedimental e atitudinal. São exemplos de objetivos de ensinopara a categoria conceitual: a) Comparar e classificar as modalidades esportivas de acordo com o local onde são praticados; praticar essas modalidades adaptando-as à realidade escolar. b) Construir materiais alternativos que possam ser utilizados para a prática dos esportes selecionados na unidade didática; participar das práticas esportivas nas funções de jogador, árbitro e técnico. c) Conhecer as diferentes modalidades presentes nos jogos olímpicos, estudando suas características e particularidades nos aspectos relacionados à sua história e à sua origem; aprender sobre as funções desempenhadas pelos diversos integrantes em um evento esportivo (jogadores, árbitros, técnicos e público, por exemplo). d) Confeccionar um painel dos esportes olímpicos comparando as modalidades de acordo com sua relevância social; mostrar interesse e disponibilidade para discussão e organização das atividades a serem executadas. e) Aprender sobre o desenvolvimento na adolescência, conhecendo as diferentes transformações fisiológicas; sensibilizar-se aos problemas relacionados à preservação do meio ambiente. 22) A partir de 1969, já sob a ditadura militar, a educação física escolar passou a utilizar o esporte como referência fundamental para o planejamento curricular. Tal política educacional, definida pela Lei nº. 6251/75, conhecida como a Política Nacional de Educação Física e Esportes, objetivava: a) Uma prática crítica e reflexiva do esporte dentro da escola. Além disso, incentivava uma articulação da política educacional com a econômica, destacando a importância das representações estudantis. b) Melhoria da aptidão física da população, o aumento da participação estudantil e popular em práticas desportivas e o aprimoramento técnico dos desportistas para melhorar o desempenho das representações nacionais em competições internacionais. c) Incentivar o estudante e suas famílias a ter um momento de lazer como importante ferramenta no desenvolvimento industrial do país. Com esse propósito, o esporte foi a principal ferramenta utilizada. d) Aprofundamento no esporte através do método desportivo generalizado. Agora, a proposta principal passou a ser a formação do aluno em diversos esportes, preocupando-se com uma formação ampla que deveria ser especializada ao final do ensino médio. e) A melhora, em curto prazo, do nível médico e de saúde dos indivíduos através da prática esportiva. Os militares eram os instrutores das turmas de treinamento, compostas por alunos selecionados entre aqueles com melhor desempenho. 23) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Sobre tal lei, é correto afirmar que: a) A educação escolar deverá vincular-se a necessidade de ingresso no ensino superior público, no aprimoramento dos conhecimentos iniciais, no preparo para o mundo do trabalho e à prática social. b) O atendimento educacional especializado é gratuito aos educandos com necessidades especiais é será ofertado preferencialmente no contra-turno de ensino e em classes especializadas. c) É dever do Estado e, consequentemente das escolas, realizar um mapeamento de seu atendimento para efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. d) A educação física é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com facultativa ao aluno do ensino vespertino e noturno. e) A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 24) “O Ministério da Educação e do Desporto, através da Secretaria de Ensino Fundamental, inspirado no modelo educacional espanhol, mobilizou um grupo de pesquisadores e professores no sentido de elaborarem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s).” (Darido et al., 2001) Especificamente para a área de educação física, os PCN’s têm como função: a) Subsidiar a elaboração ou a versão curricular da educação física nos estados e municípios. b) Indicar os conteúdos que obrigatoriamente devem ser ensinados em cada nível escolar. c) Estimular a utilização do currículo oculto no processo de formação dos jovens e ao atendimento às necessidades escolares. d) Apresentar as reais possibilidades de utilização dos conteúdos para a elaboração do componente curricular obrigatório. e) Diminuir o diálogo com as propostas e experiências já existentes, reduzindo a discussão pedagógica interna às escolas e a elaboração de projetos educativos, facilitando a prática pedagógica dos professores. 25) Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, “as práticas coletivas da cultura corporal com fins de expressão de emoções, sentimentos e sensações e as relações de afetividade se configuram, em muitos casos, a partir de regras e valores peculiares a determinado contexto estabelecido pelo grupo de participantes”. Assim, é a partir do fato de uma atividade se revestir de um caráter competitivo ou recreativo, se a eficiência ou a plasticidade estética serão valorizadas, ou se as regras serão mais ou menos flexíveis, que serão determinadas as relações entre os indivíduos participantes da atividade e seu respectivo grau de envolvimento com a proposta do professor. Essa relação deve ser claramente determinada, objetivando: a) Enfatizar que a dinâmica coletiva é sempre excludente, devendo o aluno se empenhar para o seu sucesso. b) Caracterizar a diferença da prática corporal dentro e fora da escola aliada à realidade e necessidade educacionais. c) Selecionar os alunos com maior aptidão aos movimentos e suas representações nos jogos escolares. d) Garantir maior segurança na atuação do docente dentro do ambiente escolar, tendo em vista a inviabilidade da inclusão de todos os alunos, como o próprio PCN destaca. e) Saber a condição de saúde dos alunos participantes e suas limitações perante os estímulos físicos. 26) A literatura tem discutido a importância de levar em consideração o espectro de competências múltiplas na formação dos indivíduos. Os próprios PCN’s se preocupam com a formação do cidadão integral, indicando a necessidade do desenvolvimento de capacidades de ordem cognitiva, física, afetiva, de relação interpessoal e inserção social, ética e estética. Nestes termos, são utilizadas as referências de inteligência lógico-matemática, linguística, espacial, corporal- cinestésica, musical, interpessoal, entre outras. Sobre a inteligência corporal-cinestésica é correto afirmar que: a) É a capacidade de entender outras pessoas, mesmo pela interpretação corporal, comunicar-se de forma adequada e coerente. b) Está relacionada à capacidade de lidar bem com a linguagem tanto na expressão verbal quanto na não-verbal. c) Está relacionada à perfeita forma de expressão corporal, assim como a resolução de determinado problema por meio de movimentos de seu corpo. d) Relaciona-se à capacidade de extrapolar situações abstratas para o concreto e vice-versa. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e) Está relacionada ao perfeito equilíbrio das inteligências de reconhecer e lidar com as emoções do corpo. 27) “A educação física tem um papel fundamental na educação infantil, pela possibilidade de proporcionar às crianças uma diversidade de vivências através de situações nas quais elas possam criar, inventar, descobrir movimentos novos, reelaborar conceitos e ideias sobre o movimento e suas ações.” (Basei, 2008) Diante do exposto, analise: I. Infelizmente, a legislação da educação brasileira ainda não contempla a educação infantil como segmento que compõe a educação básica, comopode ser observado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96. II. No trato com a educação infantil, o profissional de educação física precisa repensar sua prática docente profissional e, em algumas situações, desconstruir modelos hegemônicos de atuação e criar ao lado da criança formas, métodos, onde o professor seja sujeito nesse processo. III. O professor de educação física que atua na educação infantil precisa mediar suas ações a partir da ideia de que a criança utiliza seu corpo e o movimento como forma para interagir com outras crianças e com o meio, produzindo culturas. IV. Na educação infantil, a educação física, precisa objetivar o desenvolvimento específico das habilidades motoras. Nessa perspectiva, é recomendável que desde o primeiro contato com o saber sistematizado nas aulas de educação física, a criança seja conduzida e preparada, em termos de gesto motor, priorizando, acima de tudo, os anos subsequentes. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): a) I, II, III, IV b) III c) I, III, IV d) I, II, IV e) II, III 28) “Saber o quê e como avaliar é sempre uma incógnita para a maioria dos professores. Ainda mais se não dispõe de instrumentos sólidos para verificar o nível de aprendizagem dos alunos. Com a preocupação de conhecer os alunos enquanto indivíduos complexos e em transformação, podemos avaliá-los em suas capacidades cognitiva, afetivo-social e psicomotora.” Marque a alternativa que apresenta, respectivamente, proposta de avaliação coerente a esses três critérios: a) Se o aluno apresenta bom desempenho físico; se afasta dos demais durante as atividades; compreende as informações passadas pelo professor. b) Se o aluno procura sempre os mesmos companheiros nas atividades em grupo; solicita a ajuda do professor; só participa das atividades que tem pleno domínio. c) Se o aluno consegue fazer; sabe verbalizar suas intenções; se relaciona bem com os companheiros. d) Se o aluno utiliza de diferentes estratégias para atingir os objetivos da atividade; como ele reage em situações novas e desafiadoras; consegue realizar o movimento solicitado pelo professor. e) Se o aluno busca superar suas dificuldades; tem coragem para os desafios; é criativo na elaboração de suas respostas. 29) Os Parâmetros Curriculares Nacionais destacam que os conteúdos da educação física escolar são organizados em três blocos. Essa divisão didática visa facilitar o planejamento e a atuação do professor. Pensando na articulação dos conteúdos de lutas e conhecimentos sobre o corpo, pode-se utilizar uma atividade que desenvolva o conhecimento procedimental através da seguinte proposta: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com a) Dividir a turma em duplas. Os alunos devem tentar desequilibrar o colega através de movimentos de puxar e empurrar. Ao mesmo tempo, perceber alterações na posição corporal que melhorem o equilíbrio. b) Dividir a turma em quatro grupos. Cada grupo levantará os motivos das brigas e violência no ambiente escolar. c) Conduzir uma pesquisa orientada, buscando conhecer a filosofia do judô. Deve ser destacado com os alunos a problemática do estudo. d) Os alunos ficarão dispostos na quadra de forma que todos possam se ver e ouvir. A discussão central é sobre a afirmação: “No judô, o conceito básico consiste em encontrar o melhor caminho para forçar o ataque, utilizando os movimentos do próprio adversário como alavanca”. e) Relacionar os movimentos utilizados nas lutas com os conceitos físicos e biomecânicos. A proposta é realizar um trabalho multidisciplinar. 30) “Segundo a LDB, a educação física integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica e deve ajustar-se às faixas etárias e às condições da população escolar.” Diante do exposto, marque o correto: a) A integração à proposta pedagógica da escola é importante como forma de dar mais liberdade ao planejamento do professor, que pode ser comum a todos os níveis de ensino. b) A consideração à particularidade da população escolar e a integração ao projeto pedagógico evidenciaram a preocupação em tornar a educação física uma área não-marginalizada. c) O ajuste as faixas etárias é importante para que o ensino da educação física esteja coerente com o estágio de desenvolvimento motor e as capacidades de desempenho máximo a idade. d) Um trabalho multidisciplinar em toda a educação básica, dando apoio ao desenvolvimento das demais disciplinas trará legitimidade à atuação do profissional. e) O trabalho na área da educação física tem seus fundamentos nas concepções de corpo, movimento e formação atlética. 31) “No âmbito da educação física, o conteúdo handebol é um esporte dinâmico, bastando uma bola e alguns jogadores. Disputado entre duas equipes, seu objetivo é a marcação do maior número de gols possíveis, algo que a cultura brasileira tanto admira nos esportes coletivos.” (Darido; Souza Júnior, 2007) O handebol compreende as seguintes variações de arremesso, EXCETO: a) Arremesso de quadril: utilizado principalmente pelo pivô. Esse arremesso é realizado próximo à área de gol, com o jogador projetando-se para dentro dela. b) Arremesso em suspensão: utilizado para superar o adversário por cima. Esse arremesso deve ser realizado com um salto vertical após a progressão, quando o jogador ainda está no ar. c) Arremesso de ombro: inicialmente, é ensinado parado e, posteriormente, em progressão. Assemelha-se ao passe de ombro e, por ser realizado com o jogador apoiado no solo. d) Arremesso com queda para a frente: pode ser realizado após um rebote da trave ou do goleiro ou com giro, após o jogador receber a bola de um companheiro.Também é o arremesso mais usado na cobrança do tiro de sete metros. e) Arremesso: é a ação de enviar a bola em direção ao gol adversário, e pode ser realizado de várias formas no decorrer do jogo. 32) No Brasil, a educação física escolar apresentou predominância de diferentes vertentes metodológicas, mas sempre dependente dos interesses político-econômicos e da ideologia dominante em cada época. Pode -se considerar que a educação física escolar no Brasil, passou a existir em 1837. Após essa iniciativa, a intenção de torná-la prática obrigatória no sistema escolar aconteceu em 1854. Em 1882, Rui Barbosa, realizou um parecer sobre um projeto de reforma do ensino primário que tinha relação direta com a educação física na escola. Em todos esses casos, como educação física escolar, era comum o ensino de: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com a) Dança. b) Ginástica. c) Esporte. d) Jogo. e) Lutas e expressão corporal. 33) “Percebe-se, na atualidade, que os objetivos e as propostas pedagógicas da educação física foram se modificando ao longo dos últimos anos e todas essas tendências ainda hoje influenciam, de algum modo, a formação do profissional e a prática pedagógica do professor.” Diante do exposto, analise: I. No final do século XIX, tinha-se acesso à educação física apenas a classe dominante e a partir do ano de 1920, observa-se uma invasão dos métodos ginásticos europeus como o sueco, o alemão e também o francês, os quais faziam parte de um movimento chamado “Movimento Ginástico Europeu”. II. A partir da década de 1970, a educação física adota a psicomotricidade, como proposta pedagógica, apresenta ideias contrárias ao modelo esportivista presente na educação física. III. Já na década de 1980, inicia-se a discussão por uma educação física para todos. Ampliou-se de uma área biológica, percebendo agora as dimensões psicológicas, sociais, cognitivas e afetivas; o aluno passa a ser percebido como ser humano integral. IV. As aulas de educação física devem ser essencialmente práticas, e não exclusivamente práticas. No Estado Novo (1937-1945), a educação física fica em poder do governo que faz com que o referidocomponente curricular enfatize a perspectiva de homem disciplinado, dócil, forte e sadio. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I, III, IV b) I, II c) III, IV d) I, II, III, IV e) I, II, III 34) Percebe-se, ao longo dos tempos, diferentes propostas e estratégias didático-pedagógicas que buscam inovar o trato, pelo professor, dos conteúdos da educação física na escola. Nesse sentido, é possível considerar as seguintes propostas e estratégias didático-pedagógicas para a educação física, EXCETO: a) Atualmente, propõe-se como objeto de estudo para a educação física na escola, a denominada “aptidão física”. Por aptidão física, compreende-se todo o acervo de práticas corporais criadas pelo homem ao longo do tempo. b) A educação física escolar deve partir do acervo cultural dos alunos, porque os movimentos corporais que eles possuem, extrapolam a influência da escola, são culturais, portanto, têm significados específicos para diferentes grupos sociais. c) A aprendizagem dos gestos esportivos não deve se limitar aos movimentos padronizados ensinados pelo professor, mas devem contemplar a experiência dos alunos e incentivar a sua criatividade e capacidade de exploração. d) É imprescindível que o professor de educação física acredite que o conjunto de posturas e movimentos corporais é constituído de valores representativos de uma determinada sociedade, portanto, atuar no corpo, implica atuar na sociedade, na qual esse corpo está inserido. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e) Nos anos iniciais do ensino fundamental – especialmente no quarto e quinto anos – é possível desenvolver nas aulas de educação física atividades que propiciam o desenvolvimento das habilidades motoras básicas combinadas entre si através de grandes jogos. 35) Dentre os pressupostos teóricos ligados às ações metodológicas para o trabalho em educação física escolar, inclui a “transformação didático-pedagógica do esporte”. Sobre tal transformação, pode-se considerar, EXCETO: a) Trata-se de um pressuposto teórico derivado da abordagem pedagógica Crítico-Emancipatória, que tem como idealizador o professor Elenor Kunz. b) Na efetivação da transformação didático-pedagógica do esporte, a socialização e o conhecimento do fazer se configuram como elementos privilegiados na prática pedagógica do professor de educação física escolar. c) A estrutura básica para uma pedagogia do ensino dos esportes, dessa maneira, deve estar apoiada em dois aspectos teóricos: o aspecto da teoria crítica focado na promoção da saúde e qualidade de vida e o aspecto instrumental, que deve favorecer execução e performance dos gestos motores. d) Tal proposta abre possibilidade para a reinvenção, bem como a adaptação do esporte para a escola, favorecendo, acima de tudo para o processo de inclusão nas aulas de educação física escolar. e) Esse pressuposto não refuta a capacidade que tem a teoria de antecipar ações práticas, mas considera que é a partir de propostas concretas que o desenvolvimento teórico pode tomar novo impulso, através da interação entre teoria e prática. 36) “Na dinâmica do jogo de handebol é imprescindível observar as regras que norteiam as ações de jogadores e comissão técnica. No trato com esse conteúdo, nas aulas de educação física, o conhecimento das regras oficiais pelo professor favorece até mesmo as adaptações que se fazem necessárias mediante uma necessidade específica.” Podem ser consideradas descrições das regras básicas do handebol, EXCETO: a) Os jogadores não podem segurar a bola por mais de três segundos, ou dar mais de três passos com ela. b) Não é preciso esperar pelo apito do árbitro para cobrar as faltas. c) Os jogadores não podem usar o tronco para barrar seus adversários, mas sim os braços e as mãos. Podem tomar a bola do adversário com a mão aberta, mas não o agredindo ou arrancando-lhe a bola, caso ele a esteja segurando. d) O goleiro pode sair de sua área para receber a bola, ficando sujeito às mesmas regras dos demais jogadores, mas não pode sair ou retornar para sua área, se estiver com a bola. e) O tiro lateral é executado quando a bola cruzar completamente a linha lateral, no local onde isso ocorreu, e o jogador que o executa deve pisar na linha lateral com um dos seus pés até que a bola deixe sua mão. 37) Utilizando como critério a posição que adotada em relação aos condicionantes sócio-políticos da escola, Libâneo (2002) classifica as tendências pedagógicas da educação em dois grupos: liberais e progressistas. Sobre as tendências da educação, marque a alternativa INCORRETA: a) Uma das preocupações da Escola Crítica sempre foi prover as diferentes camadas da população, uma escola de qualidade, visando subsidiar as classes subalternas da sociedade de conhecimentos importantes para sua superação social. b) Tanto na Escola Nova quanto na Escola Tecnicista, o aluno tinha uma formação na qual se respeitava e buscava desenvolver a individualidade, a subjetividade e o senso crítico. c) Na metodologia adotada pela Escola Tecnicista, era evidente a ênfase nos meios, como por exemplo, nos recursos áudio-visuais, na instrução programada, nas tecnologias empregadas para o ensino. d) Na Escola Crítica, os objetivos são definidos a partir das necessidades concretas dos alunos e da contextualização histórico-social, no qual se encontram os sujeitos. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e) Na Escola Tradicional, a avaliação caracteriza-se pela valorização dos aspectos cognitivos com ênfase na memorização, como por exemplo, provas orais e escritas. 38) “No último século, houve diversas propostas metodológicas para o trabalho dos conteúdos de educação física, e todas essas tendências ainda hoje influenciam o profissional na sua formação.” Sobre as propostas metodológicas de educação física, marque a INCORRETA: a) As propostas de ensino da educação física escolar foram criadas em oposição às concepções higienista, militarista, tecnicista, esportivista e biologicista da educação física. Todas as abordagens mostram estratégias diversificadas, tentando propor uma educação física escolar com enfoque na formação integral do aluno, focando conhecimentos historicamente construídos e não discriminatórios. b) As aulas de educação física hoje em dia, em sua maioria, desprovidas de fundamentação de pressupostos teóricos críticos, ainda estão sendo aplicadas apenas para ensinar a prática esportiva e preparar os alunos a jogar o esporte competitivo. c) As diferentes propostas de ensino da educação física escolar foram criadas em oposição às concepções higienista e militarista e, de certo modo, fundamentadas na concepção esportivista e biologicista da educação física. d) As propostas metodológicas da educação física podem ser definidas como movimentos que tentam uma renovação teórico-prática, com o objetivo de estruturar os campos de conhecimentos específicos da educação física escolar. e) As propostas de ensino configuram-se como diferentes opções, para que o professor trabalhe os conteúdos da educação física nas aulas. 39) Considerando o contexto atual, analise os pressupostos teóricos sobre avaliação em educação física escolar e marque a afirmativa INCORRETA: a) A avaliação não é um fim, mas um meio que permite verificar até que ponto os objetivos estão sendo alcançados, identificando os alunos que necessitam de atenção individual e reformulando o trabalho com a adoção de procedimentos que possibilitem sanar as deficiências identificadas. b) Principalmente nas escolas públicas, percebe-se por parte dos professores de educação física, a preocupação com aspectos fundamentais, tais como: constante atualização das ações docentes, estratégias de avaliação, planejamento e reflexão sobre a prática. c) O próprio aluno precisa perceber que a avaliação é apenas um meio. Nesse sentido,o professor deve informá-lo sobre os objetivos da avaliação e analisar os resultados alcançados. d) A avaliação, sendo um processo contínuo, não é algo que termine num determinado momento, embora possa ter estabelecido um tempo para realizá-la. e) A avaliação em educação física escolar, por não apresentar critérios claros, permite ao professor atuar de forma arbitrária. 40) Considere a descrição das ações do professor na condução de uma aula prática de educação física escolar: “o professor espalhou vários arcos no piso da quadra e orientou aos seus alunos para que viessem correndo e arremessassem uma bola para o colega de dentro do arco com a mão direita. Em seguida, solicitou aos alunos que arremessassem a bola com a mão esquerda, ainda com os dois pés dentro do arco. Na mesma disposição, os alunos foram estimulados a arremessar a bola, com um dos pés dentro do arco e outro fora, arremessando ora com a mão direita, ora com a mão esquerda”. Marque a alternativa que melhor relaciona a descrição dessa aula a uma proposta pedagógica de educação física escolar: a) Concepções abertas. b) Construtivista interacionista. c) Crítico-emancipatória. d) Psicomotricidade. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e) Desenvolvimentista. GABARITO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com COLÉGIO PEDRO II – COLÉGIO PEDRO II (2013) Questão 1) A partir da década de 1980, foram delineadas tendências pedagógicas com cunho crítico às abordagens que até então se apresentavam na área da Educação Física. Perto da virada do século, surgiram pensamentos, preconizando uma mudança de paradigma na área. Hildebrandt-Stramann (2009), por exemplo, propõe como objeto de estudo o ser humano que se movimenta e descobre novas significações no mundo social. Assinale abaixo o exemplo que corresponde a esta tendência: 1) Os movimentos são apresentados de forma adaptada, com a presença de materiais e aparelhos. 2) Toda a aprendizagem é direcionada por meio de problemas, em um ambiente propício à experimentação, e com a utilização autônoma de aparelhos. 3) A aprendizagem é realizada por meio de tarefas, com a apresentação de movimentos adaptados e na presença de materiais e aparelhos. 4) Os movimentos são apresentados de forma pedagogicamente modificada em um ambiente propício à experimentação. Questão 2) Uma importante categoria que é defendida por Hildebrandt-Stramann (2009) é a da 'experiência'. Essa proposição se contrapõe à visão de Educação Física que parte do fenômeno social e histórico do esporte, como introdução e participação na realidade social. O ensino orientado na 'experiência' fomenta a promoção do desenvolvimento centrado no movimento humano, em suas quatro funções. Sobre tais funções, assinale a alternativa correta. 1) Simbólica: expressar-se por meio do movimento corporal. 2) Instrumental: movimentar-se no máximo de sua performance motora. 3) Social: ser capaz de socializar-se por meio de atividades propostas na aula. 4) Sensível: movimentar-se com atenção e percepção dos outros. Questão 3) Dissertando sobre as dicotomias 'deserto/oásis', 'dia/noite' e 'oásis naturais/artificiais', Couto (in COUTO & GOELLNER, 2012) nos convida a refletir sobre a atualidade das questões corporais. Identificando os conceitos de 'desertos corporais' e 'oásis corporais', o autor realiza uma metáfora da vida no deserto em nossa sociedade. Assinale a alternativa que ratifica a proposição do autor: 1) As clínicas de estética onde os corpos são tecnicamente elaborados, cuidados e aperfeiçoados representam o 'oásis natural' do corpo. 2) Os 'desertos corporais' se multiplicam para que todo o corpo se entregue e usufrua de um contínuo estado de prazer, chamado de bem-estar. 3) Em nosso imaginário, a vida se constrói por meio do lúdico, com a incitação ao prazer e a alegria corporal triunfando por toda parte. 4) Os prazeres sexuais, a alegria do ócio e a conversa com os amigos representam os 'oásis artificiais'. Questão 4) Como uma categoria construída social e historica discussões em todos os âmbitos sociais, incluindo a escola e a Educação Física. Goellner e Silva (2012) destacam uma importante reflexão sobre a neoeugenia. A neoeugenia, na ótica dos autores, é como a eugenia clássica apresenta no mundo contemporâneo. Assinale a alternativa que exemplifica esse conceito. 1) O tratamento dos conteúdos conceituais na Educação Física escolar permite a abordagem de temas corporais, associando-se a outras disciplinas do currículo, principalmente às ciências. 2) O ‘Conhecimento do Corpo’ é um dos conteúdos dos Parâmetros Curriculares Nacionais. 3) Como uma atividade que visa prioritariamente à expressão corporal através do movimento, a Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Dança é um espaço privilegiado para o corpo performático, para o espetáculo, em constante e muito próximo diálogo com a mídia. D) O esporte na escola, a serviço do alto rendimento e da captação de futuros atletas, assume como característica a exclusão, ressaltando a vi hábeis”, “quase aptos” e “quase fortes”. Questão 5) A capoeira é uma manifestação afro-brasileira. Sua história está indubitavelmente entrelaçada com a história dos negros que foram escravizados, dos afrodescendentes que foram libertados, sujeitos a condições de vida impróprias, a história do surgimento das cidades, das favelas, da perseguição policial aos pobres, da malandragem. Sobre a capoeira, Iório e Darido (2008) destacam as diferentes características, conforme o período histórico considerado. Assinale a alternativa que NÃO corresponde às proposições dos autores: 1) Elevada à categoria esporte, tem apresentado um movimento crescente de resistência contra as competições, principalmente a partir da criação da Capoeira de Angola. 2) Apresenta algumas características e princípios que a colocam como luta, aspectos mais presentes em seus primórdios. 3) Aproxima-se da dança, principalmente pelo movimento da ‘ginga’, realizado ao ritmo do berimbau. 4) Concomitantemente ao seu processo de valorização na cultura brasileira, o aspecto lúdico tornou-se proeminente, aproximando-a da categoria ‘jogo’. Questão 6) Contextualizando para nossos estudantes o amplo e diverso conteúdo da ginástica em conexão com questões sobre gênero, podemos afirmar, segundo Venâncio e Carreiro (in DARIDO & RANGEL, 2008), que: 1) na história das ginásticas, a mulher sempre ocupou uma posição superior em relação ao homem. 2) o surgimento da ginástica rítmica está em estreita relação histórica com a desvalorização da posição da mulher na sociedade. 3) com o aumento da participação das mulheres nos esportes em geral, surgiram as primeiras modalidades exclusivamente femininas, como a ginástica rítmica. 4) historicamente, os movimentos ginásticos sempre estiveram associados a elementos femininos, como força, potência, agilidade e energia. Questão 7) Para Mattos & Neira (2007), historicamente a Educação Física e o fenômeno do esporte têm se encontrado em sintonia próxima. Na escola, uma das justificativas para essa proximidade encontra-se na asserção de que vivemos em uma sociedade competitiva, na qual se impõe o princípio do rendimento. Tal asserção remete, para os autores, a uma postura acrítica sobre a utilização do esporte nas escolas. Assinale a afirmativa que está de acordo com a postura crítica defendida pelos autores: 1) A competição reflete os valores que são importantes para a sociedade e o esporte é um dos meios para nos integrarmos a ela. 2) O esporte precisa ser entendido no contexto das sociedades e grupos sociais nos quais o fenômeno esportivo acontece. 3) O esporte é um meio excelente de mobilidade social. 4) Por meio do esporte, crianças e jovens têm a oportunidade de se adequar adiferentes papéis sociais. Questão 8) A Educação Física, como componente curricular do Ensino Médio, deve compor o denominado 'ciclo de aprofundamento da sistematização do conhecimento', com a finalidade de refletir sobre o objeto de estudo. Mattos e Neira(2007) afirmam que a “apreensão das características especiais dos objetos é inacessível a partir de pseudoconceitos próprios do senso comum.” Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Os autores analisam criticamente a subordinação da Educação Física aos códigos e sentidos da instituição esportiva e propõem para o Ensino Médio: 1) a linha da psicocinética porque, fundamentada no processo maturacional do sistema nervoso, é adequada à faixa etária desses estudantes. 2) a tendência humanista, pois abordará o estudo da cultura do corpo sob um ponto de vista eminentemente teórico, justamente como esperam os estudantes. 3) a linha desenvolvimentista, devido à homogeneidade dos padrões de movimento dos estudantes e das precárias condições físicas e materiais das escolas. 4) a retomada da vertente da Aptidão Física e Saúde, em atenção ao aumento da incidência de adolescentes e jovens obesos, mas de forma a contribuir para a construção do conhecimento. Questão 9) Desde a inclusão dos temas transversais nos currículos escolares, observamos que existem diferentes formas de compreensão sobre a transversalidade dos conteúdos. Para Darido (2012), também existem tratamentos diferenciados dos conteúdos e temas nas aulas de Educação Física escolar. Uma delas entende que os temas “deveriam ser o centro das razão de sua importância para as transformações sociais necessárias”. Assinale a alternativa que exemplifica essa compreensão. 1) Ao final de um jogo de handebol, um grupo de meninas dirige-se ao professor, reclamando que os meninos não passaram a bola para elas. O professor reúne a turma para uma reflexão. 2) Ao final de uma aula, o professor solicita que, como trabalho de casa, os estudantes tragam para a próxima aula recortes de jornal sobre esportes, a fim de permitir um debate sobre as notícias. 3) Iniciando o conteúdo de ginástica rítmica, o professor distribui um estudo dirigido, visando à compreensão de suas características básicas, assim como a reflexão sobre questões de gênero. 4) Durante uma aula, o professor percebe papéis de bala no chão da quadra. Prontamente, ele paralisa a aula, solicita à turma que recolha o lixo, observando o perigo que esse pode causar. Questão 10) Os Parâmetros Curriculares Nacionais (in DARIDO, 2012) foram delineados na década de 1990, inspirados em parte por uma reforma curricular espanhola, no que tange principalmente à adoção de temas transversais. Introduzi-los no currículo da Educação Física escolar, então, torna-se uma opção clara para apoiar a sociedade brasileira no tratamento de suas grandes questões. Sobre a utilização dos temas transversais nas aulas de Educação Física, é correto afirmar que o estudante deve ter condições de: 1) criticar o uso de anabolizantes, cuidar do meio ambiente e respeitar as regras de trânsito. 2) respeitar os símbolos nacionais, repudiar a violência no esporte e reivindicar espaços populares para a prática do lazer. 3) saber a letra do Hino Nacional, compreender a importância do voto secreto e respeitar a hierarquia no mundo do trabalho. 4) compreender o papel do futebol na cultura brasileira, respeitar os diferentes grupos étnicos e compreender as diferenças entre homens e mulheres. Questão 11) Somente há algumas décadas, a Educação Física começou a questionar o predomínio biológico em seus conteúdos e passou a introduzir em seu cotidiano conceitos e dimensões socioculturais. De acordo com Daolio (2007), antes de 1980, o corpo era analisado exclusivamente como um conjunto de ossos e músculos, o esporte despontava como atividade de alto rendimento e o componente curricular se pautava exclusivamente na área biológica. Nesse sentido, a partir das análises do autor citado, as concepções de corpo, esporte e educação física escolar possuem atualmente também conceitos, respectivamente, de: 1) expressão da cultura, fenômeno político e área das ciências humanas. 2) conjunto biomecânico, atividade psicomotora e área das ciências sociais. 3) concepção holística, conteúdo atitudinal e área das ciências pedagógicas. 4) concepção de lazer, apelo social e área das ciências da natureza. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Questão 12) A proposta de Daolio (2007), que desenvolve a ideia de uma 'educação física da desordem', empreende o conceito da não neutralidade científica e de uma postura crítica, mas sem rigidez, reconhecendo as diferenças culturais e pessoais. Portanto, tal proposta pretende atuar sobre o ser humano em relação às suas manifestações corporais a partir das seguintes características: 1) predominantemente desordenadas, com uma sustentação crítica superadora e de intervenção empírica. 2) provavelmente intersubjetivas, a partir de análises culturais, científicas e de interseção didática. 3) hegemonicamente transformadoras, compreendendo culturas distintas e com intervenção revolucionária. 4) eminentemente culturais, compreendendo uma dinâmica cultural simbólica e variável e com mediação intersubjetiva. Questão 13) Na escola, observam-se, dentre outras questões delicadas, as relações que se estabelecem entre professores e estudantes que, por vezes, são tensas e repressoras. Portanto, possivelmente, para se desenvolver um processo de ensino-aprendizagem com qualidade, é importante construir relações de confiança a partir do diálogo, regras de convivência e respeito às diferenças. Nesse sentido, Oliveira (in OLIVEIRA, 2006) analisa que, durante o processo educacional, é necessário superar o conceito de que a autoridade ou dominação hierárquica é algo natural e, portanto: 1) a relação de autoridade faz parte de um conjunto de manifestações humanas, tornando-a passível de modificações e mudanças. 2) torna-se necessário estabelecer um conjunto de normas rígidas para a obediência discente. 3) são atitudes intencionais construídas historicamente, tornando as hierarquias uma questão natural. 4) deve-se induzir desde a infância a ideia de que é preciso adequar as ações discentes ao âmbito escolar. Questão 14) Em uma concepção de Educação Física escolar que compreende a corporalidade como fator essencial, torna-se necessário estar atento às experiências corporais que os estudantes acumulam em sua história e que irão se expressar em jogos, brinquedos, ginásticas, danças e esportes. Nesse sentido, compreender esse processo é proporcionar uma qualidade essencial às aulas de Educação Física. Para Alvin e Oliveira (in OLIVEIRA, 2006), necessitamos compreender o corpo como uma construção: 1) pedagógico-didática. 2) histórico-cultural. 3) cultural-analítica. 4) didático-metodológica. Questão 15) De acordo com Souza (in PEREIRA & SOUZA, 2011), o processo de avaliação em Educação Física escolar necessita superar a vertente do rendimento e da aptidão física que se desenvolve em aplicação de testes de classificação, provas práticas e testes de esforço. Denominada de tendência clássica de avaliação pela referida autora, tal testagem é caracterizada pela observação e análise do (a): 1) desenvolvimento cognitivo, meritocracia, atitudes éticas e desempenho motor. 2) análise diagnóstica, processo contínuo, autoavaliação e comparação individual de seu desenvolvimento motor. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 3) desempenho motor, habilidade física, contagem da quantidade de acertos e reprodução de técnicas desportivas. 4) performance motora, eficácia dos gestosesportivos, diagnose e aptidão física. Questão 16) Desenvolver a qualidade de ensino deve ser meta primordial na Educação Física escolar. Nesse sentido, torna-se essencial que o planejamento da disciplina seja construído de forma competente e cuidadosa. De acordo com Santos (in PEREIRA & SOUZA, 2011), o planejamento é uma ferramenta capaz de reduzir as incertezas do processo pedagógico; proporcionar confiança nas ações; promover as aproximações com os conteúdos e estruturar o processo de avaliação. Portanto, a partir da sua elaboração, o professor adquire a autoria de: 1) promotor dos eventos culturais. 2) organizador dos projetos acadêmicos. 3) protagonista entre a comunidade escolar e a coordenação administrativa. 4) mediador entre o currículo e o ensino. Questão 17) O esporte atinge atualmente o status de fenômeno social, em que alguns estudiosos o comparam, ao lado da ciência, a um idioma universal e outros lhe conferem até um caráter quase religioso. No ambiente escolar, Oliveira (2001) analisa a gênese do esporte e propõe que se questione profundamente o abandono ou reinvenção do esporte. Nesse sentido, o autor destaca que é necessário haver: 1) reorganização das regras das modalidades esportivas e redescoberta do seu sentido revolucionário. 2) reorientação no seu sentido e significado e alteração no seu papel social. 3) retificação dos gestos motores e modificações nas normas das confederações esportivas. 4) retaliação integral dos desportos de alto rendimento e adequação das modalidades esportivas às culturas de cada localidade. Questão 18) As reflexões, análises e críticas sobre o esporte e a escola são inúmeras e variam intensamente de acordo com estudiosos do assunto. Oliveira (2001) an escola, ocupa seus espaços e seus tempos e sai da escola tal como entrou, sem modificações, sem alterações, tendo apenas produzido (formado) os atletas e os consumidores do espetáculo esportivo”. Nesse sentido, o autor citado questiona algumas conhecidas ideias sobre o esporte da escola e o esporte na escola. Para o autor, o que pode construir a diferença nas aulas de educação física em relação aos esportes reside na(o): 1) debate intenso entre os professores de Educação Física e os professores de outras disciplinas da área de ciências sociais na busca da formação de um estudante crítico do sistema escolar. 2) incorporação do esporte enquanto fenômeno cooperativo-pedagógico que modificaria totalmente seus objetivos escolares. 3) regulamentação das normas e regras dos esportes de rendimento às realidades escolares a partir de consenso entre os professores críticos envolvidos. 4) ação do professor na prática pedagógica empreendida, instruída de acordo com o projeto político-pedagógico da escola. Questão 19) Um dos problemas frequentes nas aulas de Educação Física acontece quando, na realização de brincadeiras, jogos e esportes, utilizamos metodologias pouco cuidadosas com a formação das crianças. Dessa forma, empreendemos exacerbadamente a competitividade e a reprodução de gestos motores a partir dos padrões preexistentes de rendimento. Kunz (2005) observa tais ações pedagógicas e tece a hipótese de que podemos estar formando jovens convictos de suas incapacidades, sem a oferta de melhores condições de autossuperação e autoconhecimento. O paradigma criticado pelo autor denomina-se: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 1) instrumental e funcional. 2) dialético e transformador. 3) didático e psicomotor. 4) competitivo e alienado. Questão 20) Denominada de “Conhecimento”,Kunz(2005)de Sidefine a importâ para auxiliar os estudantes. Esse auxílio promove a evolução para novas formas de vivenciar e experimentar os movimentos, jogos e esportes, com maior sensibilidade e plenitude em sua formação humana. Como exemplo de ações pedagógicas coerentes com a ideia do autor, podemos afirmar que: 1) desenvolver jogos que aprimorem as capacidades técnicas inatas dos jovens deve estar em conexão com os esportes de rendimento. 2) aprimorar capacidades de se adequarem as regras desportivas é essencial na busca do desenvolvimento motor e da formação crítica. 3) promover um efeito emocional através dos movimentos é mais importante que a produção objetiva de destrezas técnicas. 4) proporcionar atividades que envolvem velocidade, ritmo e elasticidade devem ter como parâmetro as comparações de desempenho. Questão 21) Na vivência de professor de Educação Física escolar, é fácil notar aqueles alunos que fazem pontaria com o olho esquerdo e arremessam a bola com o braço direito. O professor pode perguntar de onde vem toda essa dominação do lado direito do corpo em relação ao esquerdo. Para tentar esclarecer essa dominância, Mattos e Neira (2008) questionam que um dos pontos polêmicos no Esquema Corporal é a lateralidade, definida pelo autor como dominância de um lado do corpo em relação ao outro e que está relacionada ao nível de: 1) propriocepção e controle. 2) força e precisão. 3) velocidade e intensidade. 4) repouso e equilíbrio. Questão 22) Para elaborarmos um planejamento de atividades na escola, que atenda ao aluno, precisamos identificar, dentre outras coisas, o que é atribuído em sua fase de desenvolvimento com relação à faixa etária. Vayer (in MATTOS & NEIRA, 2008) ratifica essa preocupação e destaca a importância do professor de Educação Física escolar em conhecer as fases do desenvolvimento da criança. Apresenta também que, quando o professor elabora uma atividade que visa desenvolver movimento corporal mais preciso e rítmico, consciente das próprias possibilidades e das possibilidades alheias, essa atividade está adequada para a faixa etária de: 1) 7 a 10 anos. 2) 3 a 6 anos. 3) 6 a 9 anos. 4) 11 anos em diante. Questão 23) Ao iniciar uma aprendizagem antes de uma maturidade neurológica mínima, alguns resultados negativos podem acontecer. Fonseca (2008) ratifica que a criança em idade escolar está no início de uma aprendizagem antes da maturidade neurológica mínima. Com isso, devemos evitar uma aprendizagem isolada de um contexto relacional e afetivo, já que isso pode atingir os mesmos resultados indesejáveis. Para que a aprendizagem seja efetiva para a criança, ela depende simultaneamente de maturidades 1) psicológica, sócio histórica e cognitiva. 2) genética, sub cortical e motora. 3) psicomotora, biológica e ambiental. 4) cortical e de uma maturidade socioafetiva e cultural. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Questão 24) A abordagem ecológica (percepção-ação) emerge da noção de que a percepção, ao manter o indivíduo em contato com a realidade, permeia uma condição prévia para que seja produzida com sucesso. A partir daí, Fonseca (2008) destaca que o ato é o que é em virtude da sua intenção, ou seja, é um problema motor (ou a necessidade de modificar a relação entre o indivíduo e o ambiente) em função do qual a ação é dirigida para produzir uma solução que implica uma 1) intenção e uma autorregulação. 2) predisposição e uma memória. 3) tarefa e uma sensação. 4) percepção e uma velocidade na ação. Questão 25) Algumas pessoas estão discutindo e apontando caminhos para a Educação Física escolar. A partir daí, Soler (2005) destaca que a Educação Física Escolar atual persegue alguns objetivos dentro da escola. Entende, também, que o seu maior objetivo deva ser o desenvolvimento de: 1) ações motoras e aprendizagens diversas. 2) moralizações e estéticas. 3) atitudes e conceitos. 4) psicologias sociais e ambientais. Questão 26) A Revista Educação de 2002 (in SOLER, 2005) evidencia que a inclusão escolar tem como meta fazer com que as escolas e classes especiais passem a ser exceção e que a regra seja optar, sempre que possível, pela inclusão. Já Aranha (in SOLER, 2005), em seu estudo de inclusão,observou como aspectos positivos: 1) ação de formação continuada do professor; adaptação física ao local; orientação na avaliação. 2) boa integração social; socialização rápida; empenho por parte dos professores. 3) equipe técnica itinerante; processo avaliativo orientado; redução do número de alunos. 4) adaptação física do ambiente; envolvimento de todos; suporte técnico e teórico ao professor. Questão 27) Para que ocorra o processo de aprendizagem, os estudantes frequentemente necessitam do feedback dado pelo professor. Entretanto, os alunos devem ser capazes de executar tais movimentos posteriormente sem seu auxílio. Para que isso ocorra, Schmidt (2010) enfatiza que o professor precisa levar em consideração dois fatores anteriores, que são: 1) a prática sem intervalos e a efetuação da prática mental. 2) a complexidade da tarefa e a experiência do aluno. 3) a capacidade motora e os fatores extrínsecos do aluno. 4) a simplicidade da tarefa e a habilidade motora oferecida. Questão 28) A atividade de caminhar sobre objetos estreitos possui um apelo significativo em relação à motivação nas aulas de Educação Física para as crianças. Analisando o conceito de habilidades motoras, Gallahue & Donnelly (2008) apresenta os estágios do caminhar sobre a trave (estágio inicial, elementar e maduro). No estágio elementar, verificamos que uma das características está relacionada à: 1) movimentação rígida. 2) utilização do passo a passo. 3) perda facilmente do equilíbrio. 4) utilização de passos alternados. Questão 29) Nas aulas de Educação Física Escolar, verificamos que as crianças, na sua grande maioria, têm potencial de desenvolvimento para realizar a maior parte das habilidades locomotoras fundamentais no estágio maduro, por volta dos 6 ou 7 anos de idade, enquanto outras apresentam ainda o estágio imaturo. Para Gallahue & Donnelly (2008), é importante saber em que nível seus alunos estão em termos de Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com desenvolvimento da habilidade locomotora apresentada, e, caso o professor pretenda planejar a realização de uma habilidade eficaz para todos, é preciso lembrar de: 1) sequenciar a habilidade. 2) demonstrar a habilidade. 3) repetir a habilidade. 4) memorizar a habilidade. Questão 30) Para Gallahue & Donnelly (2008), o ato da recepção é uma tarefa complexa que requer o sofisticado uso do processo sensoriomotor. Essa habilidade desenvolve-se um pouco mais tarde do que as outras habilidades motoras fundamentais nas crianças. Portanto, a ação de receber envolve: 1) realizar arranques precisos. 2) fazer poucos ajustes motores. 3) fazer finos ajustes visuais e motores. 4) realizar ações motoras amplas. Questão 31) Um professor preparou uma aula de rolamento para frente para sua turma de 4o ano do Ensino Fundamental, composta por crianças na faixa etária de 8 a 10 anos, sem experiências anteriores com ginástica artística. De acordo com o objetivo da aula e as características da turma e para proporcionar maior rapidez no aprendizado, o professor deve utilizar o estilo de ensino: 1) Descoberta guiada, pois o mesmo permite aos estudantes criar maneiras diferentes de executar o rolamento. 2) Comando, já que esse permite aos estudantes reproduzir o movimento com precisão. 3) Produção divergente, uma vez que os estudantes produzirão novas respostas motoras. 4) Inclusão, pois esse permite aos estudantes escolher o nível de dificuldade para executar o movimento. Questão 32) “A organização dos conteúdos para o trabalho com movimento na Educação Infantil, deverá respeitar as diferentes capacidades das crianças em cada faixa etária, bem como as diversas culturas corporais presentes nas muitas regiões do país. Os conteúdos deverão priorizar o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais do movimento, possibilitando a apropriação corporal pelas crianças de forma que possam agir com cada vez mais intencionalidade. […] Os conteúdos estão organizados em dois blocos. O primeiro refere-se às possibilidades expressivas do movimento e o segundo ao seu caráter instrumental.” (Referencial curricular nacional para a educação infantil / volume 3: Conhecimento de mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998, p. 28.) Nesse sentido, a brincadeira de pular corda para crianças de 4 a 6 anos, contempla: 1) a capacidade instrumental do movimento, pois permite à criança o desenvolvimento de sua percepção espaçotemporal. 2) a capacidade expressiva do movimento, pois permite à criança o exercício de sua imaginação. 3) a capacidade expressiva do movimento, pois permite à criança o desenvolvimento de sua criatividade. 4) a capacidade instrumental do movimento, pois permite à criança a participação em jogos com regras. Questão 33) Os professores Lívia e Théo prepararam o planejamento da disciplina Educação Física, para turmas do Ensino Fundamental, anos finais, obedecendo à sequência apresentada na figura a seguir: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com (GALLAHUE, D. L. & DONOLLY F.C. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças. São Paulo: Phorte, 2008, p. 270.) Para a turma 601 o objetivo do 1o bimestre era “Desenvolver habilidades manipulativas”. A unidade didática escolhida foi Jogos de Arremesso. Na segunda aula, os professores elegeram como tema o arremesso livre do basquete. Entretanto, 75% dos alunos não conseguiram fazer a bola chegar à cesta, pois não tinham força suficiente nos membros superiores para executar o arremesso. De acordo com a proposta do autor citado, podemos afirmar que os professores NÃO levaram em conta no seu planejamento: 1) o pré-planejamento. 2) o planejamento específico. 3) a organização da aula. 4) a avaliação inicial. Questão 34) Suponha a seguinte situação de aula: os estudantes de uma turma de 7o ano do Ensino Fundamental estão formados em uma coluna aguardando a vez de executar a condução da bola de futsal com o pé esquerdo, de acordo com a proposta feita pelo professor. O estudante José está calado observando, aparentemente com atenção, mas, na sua vez de executar, erra na forma de conduzir a bola. Frente a isso o professor diz gritando: “Atenção,rapaz!...Olha aí... Olha aí! Não complica! Não complicaaaaa! Faça de novo,... novamente” José tenta outra vez, mas não acerta. O professor grita com mais energia: “Já disse para prestar atenção, seu complicador!!” Diante das falas do professor, é possível perceber que ele avaliou o desempenho do estudante José, e sua atitude evidencia que a sua avaliação: 1) proporcionou feedback positivo para o estudante. 2) indicou com clareza os critérios que seriam avaliados. 3) levou em conta as dificuldades do estudante. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 4) privilegiou o aspecto procedimental na execução de movimentos. Questão 35) ANULADA Questão 36) A professora Maria tem uma turma de 2o ano do Ensino Médio, composta por 21 rapazes e 15 moças. Em sua avaliação inicial da turma, a professora percebeu que o condicionamento físico dos estudantes estava pouco desenvolvido, pois os mesmos davam sinais de fadiga rapidamente quando participavam de um jogo. Assim a professora solicitou aos alunos que pesquisassem sobre programa de condicionamento físico. Um grupo de alunos apresentou um programa que consistia em prática de atividades aeróbias, três vezes por semana, durante trinta minutos em ritmo adequado a cada estudante. Nessa atividade proposta fica evidente que a professora procurou desenvolver a competência 'investigação e compreensão', especificamente a habilidade de: 1) compreender as diferentes manifestações da cultura corporal, reconhecendo e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressão. 2) desenvolver as noções conceituadas de esforço,intensidade e frequência, aplicando-as em suas práticas corporais. 3) participar de atividades em grandes e pequenos grupos, compreendendo as diferenças individuais e procurando colaborar para que o grupo possa atingir os objetivos a que se propôs. 4) demonstrar autonomia na elaboração de atividades corporais, assim como capacidade para discutir e modificar regras, reunindo elementos de várias manifestações de movimento e estabelecendo uma melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal. Questão 37) Em uma corrida de velocidade, após o sinal de largada executado pelo professor, os estudantes estão acionando o sistema nervoso na seguinte sequência: 1) neurônios aferentes, sistema nervoso periférico e neurônios eferentes. 2) neurônios aferentes, sistema nervoso central e neurônios eferentes. 3) neurônios eferentes, sistema nervoso central e neurônios aferentes. 4) neurônios eferentes, sistema nervoso periférico e neurônios aferentes. Questão 38) O professor Altair verificou o índice de massa corporal (IMC) de seus alunos no início do ano letivo. Ele constatou que alguns alunos estavam fora dos padrões apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme a tabela a seguir: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Os resultados de três estudantes chamaram a atenção do professor: Estudante Y –sexo masculino, 12 anos, altura de 1,59 m e massa corporal de 39kg; Estudante X – sexo masculino, 13 anos, altura de 1,54 m e massa corporal de 59kg; Estudante Z –sexo masculino, 14 anos, altura de 1,73 m e massa corporal de 71 kg. De acordo com a tabela o resultado dos três alunos é o seguinte: 1) estudante Y - baixo peso; estudante X - obeso; estudante Z - sobrepeso. 2) estudante Y - normal; estudante X - sobrepeso; estudante Z - baixo peso. 3) estudante Y - baixo peso; estudante X - sobrepeso; estudante Z - obeso. 4) estudante Y - obeso; estudante X - normal; estudante Z - sobrepeso. Questão 39) A professora Suely constatou que sua turma de 7o ano do Ensino Fundamental tinha muitas dificuldades no aspecto atitudinal, ao participar de jogos. Os estudantes reclamavam muito uns com os outros, quando um colega errava um movimento ou cometia uma violação às regras estabelecidas. Os desentendimentos gerados se alongavam muito e o tempo para a prática do jogo ficava menor. Diante dessa situação, a professora solicitou à turma que preparasse um conjunto de regras de conduta para ser aplicado durante os jogos, o que foi feito após uma reunião com os estudantes. Podemos afirmar que a professora utilizou a estratégia pedagógica denominada: 1) promoção do reforço positivo. 2) organização do contexto. 3) problematização. 4) ilustração com exemplos. Questão 40) Os blocos de conteúdos sugeridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) para Educação Física no Ensino Fundamental estão expressos na figura abaixo: Esportes, jogos, lutas e ginásticas Atividades rítmicas e expressivas Conhecimentos sobre o corpo O bloco “Conhecimentos sobre o corpo” tem como finalidade: 1) proporcionar a adoção de atitudes de respeito e dignidade. 2) discutir as regras aplicadas aos jogos e esportes. 3) construir somente movimentos expressivos e rítmicos. 4) oferecer recursos para o estudante gerenciar sua atividade corporal de forma autônoma. GABARITO 1-2; 2-1; 3-3; 4-4; 5-1; 6-3; 7-2; 8-4; 9-3; 10-4; 11-1; 12-4; 13-1; 14-2; 15-3; 16-4; 17-2; 18-4; 19-1; 20-3; 21-2; 22-4; 23-4; 24-1; 25-3; 26-2; 27-2; 28-3; 29-1; 30-3; 31-2; 32-1; 33-4; 34-4; 35-X; 36- 2; 37-2; 38-1; 39-3; 40-4 Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO – CEPERJ (2013) 31) Fonseca (2009) afirma que o pensamento de Aristóteles, Tomás de Aquino e Descartes influenciou na subestimação do corpo e da motricidade como atributos humanos em nossa sociedade, relegando estes a um patamar inferior diante da racionalidade. Para o autor, conceber corpo e mente como entidades separadas é um erro histórico, pois a motricidade intervém: a) somente nas habilidades perceptivas b) unicamente nos esquemas sensoriomotores c) em todos os níveis do desenvolvimento das funções cognitivas d) exclusivamente nas representações pré-operatórias e de operações concretas e) predominantemente nos substratos da imagem mental 32) O Professor Darcy está à procura de uma atividade que minimize a importância dada à competição em detrimento da ludicidade, por parte dos alunos da turma do 9º ano. Sabendo que essa característica competitiva foi trazida para as aulas de Educação Física pela utilização dos princípios básicos do esporte de rendimento (Kunz in Assis de Oliveira, 2001), o professor deve optar por uma atividade que minimize: a) a sobrepujança e a comparação subjetiva b) a sobrepujança e a comparação objetiva c) a comparação objetiva e a ludicidade d) a comparação objetiva e a associação e) a comparação subjetiva e a racionalidade 33) Denominado por Moreira (2003) “Educação Física escolar do século XXI”, o autor tece análises das influências da concepção mecanicista da educação no campo da educação física escolar até fins do século XX. Nesse sentido, o autor vislumbra mudanças de superação deste paradigma na Educação Física, em que a presente concepção linear deverá ser substituída pelo conceito: a) analítico b) revolucionário c) contextualizado d) reprodutor e) sistêmico 34) Soares (2001) alerta que os apelos feitos hoje pela mídia aos procedimentos que visam aos cuidados com o corpo e com a saúde física, e que, de certa forma, direcionam as práticas de Educação Física, podem representar: a) um competitivismo pós-moderno vinculado às mudanças na estrutura econômica brasileira b) uma nova roupagem do higienismo introduzido no Brasil a partir da segunda metade do séc. XIX c) um neopedagogicismo que tenta culpar o professor pelos males da educação escolar d) um competitivismo de novo tipo, vinculado aos interesses comerciais do esporte-espetáculo e) uma nova roupagem do higienismo introduzido no Brasil a partir da segunda metade do séc. XX 35) Especialmente nos meses de verão, ao planejar suas aulas, a Professora Darcy preocupa-se em determinar pausas para que os alunos, na faixa etária de 10 anos, possam beber água várias vezes no decorrer das atividades. De acordo com Farinatti (in Faria Jr. 1999), essa preocupação: a) justifica-se, pois as perdas líquidas em crianças tendem a ser fisiologicamente mais significativas do que em adultos b) justifica-se, pois instintivamente as crianças bebem a quantidade de líquido suficiente para compensar suas perdas c) justifica-se, pois as crianças têm maior leito plasmático, o que acelera o desequilíbrio hídrico e eletrolítico d) não se justifica, pois o processo de adaptação ao calor por parte da criança é bem mais rápido do que em adultos e) não se justifica, pois muitas pausas durante a aula comprometem o equilíbrio hídrico e eletrolítico das crianças Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 36) De acordo com Gallardo (2005), o processo de avaliação em Educação Física na escola modificocou significativamente suas características, se comparado ao paradigma da aptidão física em que se avaliava exclusivamente o desempenho físico. Definido pelo autor de “avaliação de compromisso”, tal processo possui orientações à formação humana e caracteriza-se por inovar o seguinte método no cotidiano: a) Alunos e professores definem como avaliar, construindo os seus instrumentos e determinando critérios de julgamento de valores dentro do trabalho vivenciado. b) A avaliação é proposta pelo professor, baseada na valorização das experiências motoras dos alunos, de acordo com o desempenho na modalidade. c) Alunos definem todo o processo de avaliação e coordenam as provas que serão vivenciadaspor eles próprios. d) Professores e alunos organizam as etapas de avaliação que devem proporcionar um mapa de performance da turma para identificar possíveis anomalias de desempenho. e) A comunidade escolar participa do processo avaliativo de Educação Física com o compromisso de organizar as etapas de avaliação junto com professores e alunos. 37) Gallahue e Ozmun (2003), ao descreverem a sequência desenvolvimentista das habilidades motoras, afirmam que muitos adolescentes, apesar de apresentarem estrutura neurológica, características anatômicas e fisiológicas suficientemente desenvolvidas, demonstram capacidades motoras atrasadas em função de: a) exibirem habilidades motoras especializadas em seu estágio elementar b) possuírem características étnicas específicas e de padrões culturais próprios c) demonstrarem habilidades motoras especializadas em seu estágio de pré-controle d) terem limitadas oportunidades de prática regular e ensino deficiente ou ausente e) gostarem de jogos eletrônicos, redes sociais e programas de televisão 38) De acordo com o Coletivo de Autores (1993), a avaliação tem um caráter “formal” e um “não formal”, cumprindo o papel de posicionar o aluno em relação aos seus conhecimentos, habilidades e valores. O aspecto “não formal” se explicita quando o professor: a) planeja períodos de avaliação junto com o grupo de alunos b) detecta e seleciona talentos esportivos para representar a escola c) utiliza a frequência para aprovar ou reprovar os alunos d) delega a divisão dos grupos aos alunos considerados mais habilidosos e) aplica provas enviadas pela Secretaria de Educação à qual é subordinado 39) Stigger (2009) desenvolve a ideia de que o esporte deve ser transformado no contexto escolar. Em suas análises, cita que o esporte na área do lazer toma forma multicultural, superando o conceito do esporte de rendimento e que, portanto, na escola, pode sofrer transformações adequadas aos objetivos educacionais. Nesse sentido, para o autor, a escola é um lugar: a) que fortalece os conceitos de uma sociedade competitiva e, portanto, o esporte deve ser transformado para a preparação dos jovens para a vida competitiva b) privilegiado para a transmissão de conhecimentos e hábitos construídos historicamente pelas pessoas, para a formação de cidadãos críticos e participativos, inclusive na adequação do esporte às transformações sociais c) de suma importância para que o esporte transforme os jovens ociosos em jovens valores esportivos visando à mudança qualitativa da nação d) monocultural, pois estabelece as hierarquias da classe dominante e, portanto, o esporte deve manter os conceitos de competitividade entre os mais aptos em busca do sucesso social e) em que se situam as contradições sociais e, portanto, deve-se manter a padronização do esporte- espetáculo com o objetivo de organizar a hierarquização social em que os melhores são os vencedores 40) Com o fim de reverter o quadro histórico, na Educação Física, de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998) apresentam como um dos princípios norteadores da área no Ensino Fundamental o princípio da: a) inclusão b) seleção de conteúdos Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com c) diversidade d) categoria de conteúdos e) pluralidade 41) Observe as tirinhas apresentadas abaixo. Considerando as características dos jogos cooperativos apresentadas por Darido (2007), é correto dizer que na primeira tirinha está: a) caracterizado o benefício recíproco e, na segunda, é descaracterizado o compartilhamento do sucesso b) caracterizado o objetivo comum e, na segunda, é descaracterizada a possibilidade do jogo para todos c) caracterizado o benefício próprio e, na segunda, é descaracterizado o brincar junto d) descaracterizada a transformação dos perdedores em observadores e, na segunda, é caracterizado o “jogar contra o outro” e) descaracterizado o objetivo comum e, na segunda, é caracterizado o “jogar com o outro” 42) Soares, Taffarel e Escobar (in Moreira, 2003), em estudos sobre os conteúdos de Educação Física escolar, exemplificam que “o futebol, o voleibol, o basquetebol ou outra modalidade esportiva, deixam de ter um caráter apenas prático e passam a ter um caráter histórico e social.” Tal afirmação baseia-se no conceito de que, para ensinar o conteúdo esporte na escola, devem-se utilizar: a) as heranças culturais que os alunos trazem de suas experiências anteriores, bem como as suas expectativas sobre os esportes de massa vividos na mídia b) todo o aparato de técnicas desenvolvidas pela ciência do movimento humano na busca da excelência dos movimentos e gestos esportivos c) o amadurecimento social dos alunos nas atividades esportivas que necessitam de organização e coordenação coletivas em busca da autonomia e da cidadania crítica d) os conhecimentos das ciências físicas, biológicas, sociais e da cultura, considerando-se desde os fundamentos básicos dos esportes até as suas raízes sociais e históricas Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e) os conhecimentos das ciências da fisiologia do esforço e do desenvolvimento motor objetivando a formação integral dos jovens da escola 43) Para Castellani (1998), a LDB manifesta os interesses em jogo e a correlação de forças entre os setores existentes na Educação Física brasileira. Isso está expresso no parágrafo 3º de seu artigo 26, quando, paradoxalmente, por um lado se apresenta subordinada ao paradigma da aptidão física e, por outro, sinaliza para a sua suplantação. Para o autor, essa suplantação exprime-se na lei quando a Educação Física é entendida como: a) prática facultativa ao aluno maior de trinta anos b) componente curricular facultativo aos portadores de necessidades especiais c) disciplina escolar responsável pelo trato do movimento humano enquanto forma de linguagem d) prática obrigatória às alunas menores de trinta anos, mesmo com filhos e) componente curricular obrigatório da educação básica integrado à proposta pedagógica da escola 44. De acordo com Daólio (2004), o conceito de cultura utilizado, mesmo que implicitamente, por diferentes autores que influenciaram e influenciam a Educação Física brasileira, explicita um conceito de ser humano. Com base nessa afirmativa, relacione os autores listados à esquerda com os respectivos conceitos por eles apresentados, à direita: 1- Coletivo de autores 2- João Batista Freire 3- Eleonor Kunz 4- Go Tani ( ) ser social ( ) ser motor ( ) ser cultural ( ) ser psicológico A sequência correta é: a) 1, 2, 4 e 3 b) 1, 3, 2 e 4 c) 1, 4, 3 e 2 d) 3, 2, 1 e 4 e) 2, 1, 4 e 3 45) A escola mantém o corpo dos alunos em estado de controle. Na Educação Física escolar, apesar de os corpos dos alunos ficarem em evidência, nota-se que a maioria das atividades práticas possui um caráter de controle pelos gestos padronizados e pelas regras empreendidas nas atividades. De acordo com Oliveira (in Oliveira, 2006), o corpo, através da história, já foi comparado às máquinas e, atualmente, encontra-se inferiorizado em relação a elas por causa das novas tecnologias que o substituem. Sendo assim, sobre o corpo, pode-se afirmar que: a) Anteriormente era almejado pelo seu potencial produtivo e atualmente serve aos interesses do consumo e da exibição. b) É o acessório necessário para a utilização das atividades coordenadas pela mente. c) Torna-se um aparato ideológico para as finalidades empreendidas pelos governos nacionalistas em relação aos esportes. d) Atualmente exerce a condição de objeto de mudanças nos conceitos tradicionais das escolas. e) Através da história, sempre foi valorizado como um instrumento de transformação da humanidade e encontra-se atualmente como mantenedor da classe dominante. 46) Durante a infância, meninos e meninas cresceme se desenvolvem em graus bastante análogos. Contudo, a partir dos dez anos de idade, mudanças consideráveis acontecem. De acordo com Malina e Bouchard (in Gallahue e Ozmun, 2003), na adolescência, o coração aumenta de tamanho em torno de 50%, e de peso, quase 100%, porém com diferenças significativas entre os sexos. Segundo os autores, por volta da primeira década de vida, a diferença da taxa de batimentos cardíacos, em repouso, entre indivíduos do sexo masculino e feminino é, em média, de: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com a) 5 a 10 bpm b) zero c) 15 a 20 bpm d) 3 a 5 bpm e) 7 a 15 bpm 47) Os alunos do 9º ano estão fazendo uma série de entrevistas com pessoas dos seus ciclos de amizade, solicitando que elas relatem os efeitos antropométricos e neuromusculares, metabólicos e psicológicos percebidos (empiricamente ou por profissional competente) como resultado da prática da atividade física (Darido, 2007). Um dos grupos apresentou de forma corrreta, respectivamente: a) diminuição da FC de trabalho / incremento da massa muscular / melhora do autoconceito b) diminuição da pressão arterial / incremento da densidade óssea / melhora da tensão muscular e da insônia c) diminuição da gordura corporal / aumento da ventilação pulmonar / melhora da imagem corporal d) melhora do perfil lipídico / fortalecimento do tecido conectivo / melhora das funções cognitivas e) aumento do volume sistólico / incremento da flexibilidade / melhora da socialização 48) Lovisolo (1995) denomina o professor de Educação Física “mediador” quando ele não se relaciona apenas como articulador entre as disciplinas. A concepção e a análise da história e o contexto social de suas atividades são conhecimentos centrais em suas propostas pedagógicas e na elaboração de seu planejamento. Nesse sentido, para o autor, a “arte da mediação” constrói dois tipos de profissionais da Educação Física, quais sejam: a) conscientes e inconscientes b) alienados e críticos c) transformadores e mantenedores d) utilitaristas e reflexivos e) críticos e acríticos 49) No contexto do processo de unificação dos Estados nacionais europeus, do surgimento da sociedade industrial moderna e da consolidação do capitalismo surgiram, na Europa, escolas de ginástica que tiveram profunda influência na Educação Física brasileira. Segundo Soares (2001), tais escolas tinham como finalidades: a) promover a saúde, degenerar a raça e desenvolver a energia de viver b) desenvolver a moral, promover a saúde e regenerar a raça c) não interferir nas tradições e costumes dos povos, fortalecer o espírito nacionalista e regenerar a raça d) criar um espírito nacionalista, desenvolver a coragem e a consciência crítica da população e) ampliar a força e a vontade, favorecer a saúde e a participação política dos mais pobres 50) Ao serem indagadas pela professora se não participariam da aula de Educação Física, cujo conteúdo trabalhado seria voleibol, as alunas do 8º ano responderam quase que em coro: “Eu, não! Não tenho força nem pra dar um saque!”. A professora levou todas elas para a linha de saque e pediu-lhes que golpeassem a bola velozmente com a mão, estando com o cotovelo estendido. Todas acertaram o saque. De acordo com Nozaki (in Faria Jr., 1999), isso ocorreu porque, para o saque, são importantes: a) a velocidade angular e o momento da força b) a velocidade angular e o momento de inércia c) a velocidade angular e o raio de ação d) a velocidade linear e momento da força e) a velocidade linear e momento da inércia GABARITO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com COLÉGIO MILITAR/PR – UFPR (2013) 11) O documento Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física do Ensino Fundamental busca delimitar as práticas corporais, como os jogos, as lutas, os esportes e as ginásticas. Sobre o esporte, especificamente, considere as seguintes definições: 1. Prática corporal em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizada em federações regionais, nacionais e internacionais, que regulamentam a atuação amadora e a profissional. 2. Prática corporal que envolve condições espaciais e de equipamentos sofisticados, como campos, piscinas, bicicletas, pistas, ringues, ginásios etc. 3. Prática corporal cuja divulgação pela mídia favorece a apreciação por um diverso contingente de grupos sociais e culturais. 4. Conteúdo da Educação Física sob o enfoque da apreciação e da discussão de aspectos técnicos, táticos e estéticos. 5. Conteúdo que não deve ser abordado nos dois primeiros ciclos de desenvolvimento humano. São consoantes aos Parâmetros Curriculares Nacionais: a) 1, 2 e 4 apenas. b) 1 e 3 apenas. c) 1, 2, 3 e 5 apenas. d) 3, 4 e 5 apenas. e) 2, 4 e 5 apenas. 12) No Brasil, especificamente nas quatro primeiras décadas do século XX, foi marcante no sistema educacional a influência dos Métodos Ginásticos e da Instituição Militar. [...] Após a Segunda Guerra Mundial, que coincide com o fim da ditadura do Estado Novo no Brasil, surgem outras tendências disputando a supremacia no interior da instituição escolar. COLETIVO DE AUTORES, 2009, p. 53. Dentre essas tendências, um método despontou nas escolas em substituição à ginástica, e seu principal conteúdo passou a ser amplamente promovido durante a Ditadura Militar, como componente predominante da Educação Física Escolar, principalmente na Pedagogia Tecnicista. Qual é esse método? a) Método de Educação Física Crítico Social dos Conteúdos. b) Método de Educação Física Desportivo Generalizado. c) Método de Educação Física Higienista Popular. d) Método de Educação Física Militarista Francês. e) Método Ginástico Natural de Hébert. 13)Com relação à área rítmica e expressiva na Educação Física Escolar, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Para Vitor Fonseca, na obra "Estudio y génesis de la psicomotricidad", as estruturas rítmicas colocam em jogo a sucessão, a repetição, a preparação, a organização e a execução de comportamentos psicomotores que caracterizam as múltiplas atividades do ser humano. ( ) Henri Wallon estuda as relações existentes entre a atividade motora e a evolução psicológica da criança, considerando que esta interage a partir de dois conceitos opostos: a cinestesia (sensibilidade do próprio corpo) e a exteroceptividade (sensibilidade sensorial, voltada para o mundo exterior). ( ) A escola não tem o papel de reproduzir, mas de instrumentalizar e de construir conhecimento através da dança com seus alunos, pois ela é forma de conhecimento, elemento essencial para a Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com educação do ser social, servindo para ampliar a capacidade sensorial e de compreensão do mundo e, paralelamente, aumentar o repertório de comunicação do indivíduo. ( ) Os Parâmetros Curriculares Nacionais consideram as atividades rítmicas como manifestações da cultura corporal, que têm como característica a expressão e comunicação de gestos e a presença de música. São conteúdos apropriados para a aquisição de capacidades motoras e socioafetivas, mas não para a aquisição de capacidades cognitivas. ( ) O ritmo, a música, a dança e o folclore colocam em jogo percepções espaço-temporais, memorizações gestuais, improvisação e criações expressivas ilimitadas, além do fator de socialização que lhes é inerente. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) F – F – F – V – V. b) F – V – F – V – F. c) V – F – V – F – F. d) V – V – V – V – V. e) V – V – V – F – V. 14) No que se refere ao circo e à presença de palhaços no universo circense, a história revela que sua origem se deu em que país? a) Espanha. b) Alemanha. c) França. d) EUA. e) Inglaterra. 15) Com relação às etapasde execução da acrobacia de solo “Ponte para trás”, identifique as etapas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Colocar-se em pé, com os braços levantados e a cabeça encaixada entre eles, com uma das pernas à frente. ( ) Para iniciar o movimento, deve-se flexionar ligeiramente os joelhos, sem permitir que o quadril saia do encaixe. Em seguida o corpo deve começar a desequilibrar-se para trás, e as pernas devem empurrar o solo com muita força explosiva e com rapidez. ( ) As mãos devem ir abaixando simultaneamente para trás, “buscando o solo”, sempre acompanhadas da cabeça e do olhar, enquanto a perna que estava à frente se desloca para cima. ( ) Quando as mãos alcançam o solo, o acrobata deve apoiar-se com bastante estabilidade. Assim que as mãos estiverem bem apoiadas no solo, a perna que está no alto deve fazer força para trás, buscando o solo e trazendo consigo a outra perna que estava sustentando o peso no chão. ( ) Após a primeira perna tocar o solo, a segunda deve ir na mesma direção, chegando um pouco mais atrás e permitindo assim que o acrobata possa levantar o tronco, trazendo as duas mãos para o alto novamente. A posição final é exatamente igual à inicial. Assinale alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – F – V – V. b) F – V – V – F – F. c) V – F – V – V – V. d) F – V – V – V – F. e) V – V – F – F – V. 16) Compreender a recreação em seu desenvolvimento histórico e cultural é reconhecer o próprio percurso da Educação Física, uma vez que, no Brasil, o incremento de práticas recreativas foi responsável pela criação dos cursos de Educação Física. Acerca disso, considere as seguintes afirmativas: 1. A concepção de recreação mais presente ainda hoje na Educação Física tradicional não reforça o Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com seu caráter técnico e operacional. 2. A recreação na atualidade consolidou-se num saber-instrumento que foi apropriado pela escola, pelo lazer, pela família, pela igreja, pelo esporte, enfim, por diferentes instituições sociais, que fazem dela uma manifestação com conteúdo, características e qualidades ajustáveis aos diferentes contextos e situações. 3. Tanto a obra de Medeiros (1975), “O lazer no planejamento urbano”, quanto a obra de Gaelzer (1979), “Lazer: benção ou maldição”, relacionaram a dimensão da atitude e da subjetividade à prática da recreação de forma inovadora para a época. 4. A recreação é uma das atividades mais reconhecidas da área, embora também uma das mais polêmicas, confusas e ardilosas. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 17) Para Silvino Santin (1994), é possível identificar determinados elementos que nos dão a compreensão da atividade lúdica. Para o autor, não se pode dizer que há uma atividade lúdica, pois não são as atividades, mas os valores vividos e realizados por aquele que brinca que tornam lúdica uma ação. Assim, essa ação lúdica, vinculada ao inventor do brinquedo, depende de alguns elementos, capacidades e situações indispensáveis para se falar em ludicidade e em homo ludens. Nesse sentido, somente o ser humano é capaz de brincar, porque só ele consegue reunir todos os elementos exigidos para criar a brincadeira. Para o referido autor, no livro “Educação Física: da alegria do lúdico à opressão do rendimento”, esses elementos são: a) competitividade, desejo de vitória, controle e racionalidade. b) sentimento cooperativo, solidariedade e competitividade. c) conhecimento, competitividade, vontade de jogar, autocontrole e produtividade. d) capacidade de simbolizar, criatividade, liberdade, gratuidade e alegria. e) sentimento cooperativo, vontade de jogar, autocontrole e liberdade. 18) A reoxidação das coenzimas transportadoras de hidrogênio resulta em: a) NAD+ e FAD. b) NADH e FADH. c) NAD2 e FADH2. d) NADH e FADH2. e) NADPH e FAD. 19) Atualmente, vivemos na era do estilo de vida, ou seja, vivemos em um conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas (Oliveira, 2013). Diante desse novo mundo, onde as doenças infecciosas têm uma contribuição menor que as doenças degenerativas, fatores como nutrição, atividades físicas, relacionamentos, controle do estresse e comportamento preventivo assumem vital importância. Sobre essa era, assinale a alternativa correta. a) Uma alimentação com altas concentrações de vegetais e baixas concentrações de comidas industrializadas pode levar a sobrepeso, obesidade e cânceres. b) Algumas estratégias para o controle do estresse podem ser cultivar amigos, relaxar, ser mais produtivo, trabalhando mais horas por dia, diminuir o tempo de folga para poder se organizar, aumentar o nível de exercício físico intenso e beber álcool moderadamente. c) O relacionamento familiar harmônico e o cultivo de amigos têm importância reduzida no estilo de vida, visto que o exercício, o controle do estresse, uma boa alimentação e um sono adequado suprem o equilíbrio do ser humano. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com d) O comportamento preventivo (usar o cinto de segurança, preservativo, filtro solar, não usar drogas, frequentar ambientes seguros, fazer check-up médico, tomar vacinas etc.) tem uma menor importância para o estilo de vida do que o exercício físico. e) A atividade física regular promove vários benefícios para a saúde, sendo que indivíduos que praticam 30 min/dia ou mais de maneira contínua ou intercalada são contemplados com a melhora de sua qualidade de vida. 20) Segundo Oliveira (2013), a aptidão total se refere à totalidade biopsicossocial do homem, ou seja, ao fato de o indivíduo estar apto para todas as suas necessidades dos pontos de vista biológico, psicológico ou social, levando-o a uma integração adequada no seu meio ambiente. Entre os componentes da aptidão física voltada a saúde, estão: a) flexibilidade, força, agilidade e equilíbrio. b) força, potência, velocidade de deslocamento e velocidade de reação. c) resistência cardiorrespiratória, resistência muscular localizada, composição corporal, força e flexibilidade. d) resistência muscular localizada, força, flexibilidade, velocidade e agilidade. e) composição corporal, flexibilidade, potência e agilidade. 21) Conforme Weinberg e Gould (2008, p. 22), “a psicologia do esporte e do exercício consiste no estudo científico de pessoas e seus comportamentos em atividades esportivas e na aplicação prática desse conhecimento”. Levando em conta os aspectos da psicologia aplicada ao esporte, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) A hipótese do U-invertido busca explicar a relação entre estados de ativação e desempenho. Conforme essa teoria, à medida que a ativação do indivíduo aumenta, observa-se também melhora do desempenho, até um ponto ideal. Entretanto, aumentos adicionais na ativação fazem o desempenho declinar. ( ) Em relação ao foco de atenção nos esportes, observamos quatro categorias distintas, produto da combinação entre amplitude (ampla ou estreita) e direção (interna ou externa). ( ) Numa equipe de esportes coletivos, um líder bem sucedido pode apresentar as seguintes qualidades: integridade, lealdade, confiança, desenvoltura e autodisciplina. ( ) A dosagem de cortisol é a forma mais eficiente para avaliação dos níveis de estresse no esporte, entretanto o grande obstáculo para sua aplicação é o fato de que esse hormônio só pode ser dosado através de suas concentrações no sangue. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – V – F – F. b) F – V – F – V. c) V – F – V – V. d) V – V – V – F. e)F – F – V – V. 22) A etapa de iniciação esportiva pode ser entendida como um período longo de experiência em vários esportes, no qual as crianças e os pré-adolescentes vivenciam atividades esportivas variadas, com objetivos diversos nos aspectos motores, cognitivos, psicológicos e sociais (Oliveira e Paes, 2004). Nesse sentido, e considerando seus objetivos, a etapa de iniciação esportiva: a) visa especificamente a formação atlética do praticante iniciante. b) visa particularmente o desenvolvimento social do esporte. c) é a fase de aprender a vencer sempre nas competições. d) visa conhecer, aprender e praticar os esportes de forma lúdica. e) visa a assimilação das regras, de forma a permitir a competição de alto rendimento. 23) Os jogos de oposição podem ser classificados em três grandes grupos, que são: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com a) jogos que aproximam os combatentes, jogos que mantêm o adversário à distância e jogos que utilizam um instrumento mediador. b) ataque e defesa, ataque e transporte e ataque e planejamento. c) jogos de guerra, jogos de brincadeira e jogos de defesa. d) jogos educativos, jogos motores e jogos de aproximação. e) jogos culturais, jogos cognitivos e jogos que mantêm o adversário à distância. 24) Em relação às respostas ao treinamento anaeróbio e aeróbio, considere as seguintes afirmativas: 1. O treinamento anaeróbio aumenta significativamente as concentrações das enzimas dos sistemas ATP-PC, glicolítico e oxidativo. 2. Aparentemente, a melhora do desempenho de velocidade observada com o treinamento anaeróbio é resultante mais dos ganhos de força do que de melhoras no funcionamento dos sistemas de fornecimento de energia anaeróbia. 3. A hereditariedade é um importante fator determinante da potência aeróbia. 4. O limiar de lactato aumenta com o treinamento de resistência, permitindo ao indivíduo um desempenho em intensidades de exercício mais expressivas. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 25) Em relação à prática da atividade física na infância e adolescência, considere as seguintes afirmativas: 1. O estado de maturidade de uma criança ou de um adolescente pode ser definido pela idade cronológica, pela idade esquelética e pelo estágio de maturação sexual. 2. A maturação acontece quando as características sexuais secundárias se desenvolvem e a reprodução sexual torna-se possível. 3. A capacidade anaeróbia é mais baixa em crianças do que em adultos, o que pode ser um simples reflexo da concentração mais baixa de fosfofrutoquinase ou de lactato desidrogenase nas crianças. 4. O exercício é essencial para o crescimento adequado dos ossos, e sua prática afeta diretamente o calibre, a densidade, a força e o comprimento dos ossos. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. 26) Sobre adaptação ao treinamento físico, que depende da aplicação e magnitude das cargas de exercício, do período adequado de recuperação e da repetição dos estímulos ao longo de um período de preparação, considere as seguintes afirmativas: 1. As cargas de treinamento agem sobre o organismo como um agente estressante e podem estimular as respostas adaptativas, mas para isso os estímulos precisam ser extremos e devem levar Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com o organismo à extenuação. 2. O processo de adaptação às cargas de treinamento pode ser dividido em adaptações agudas e crônicas, sendo a primeira responsável pelas modificações estruturais do organismo. 3. As adaptações ao exercício físico podem ser divididas em adaptações centrais e adaptações locais. As últimas dependem da especificidade das cargas de treinamento. 4. O princípio da continuidade assegura que o organismo do desportista poderá manter as adaptações do treinamento, caso contrário pode se iniciar um processo denominado desadaptação. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. 27) Em relação às práticas adotadas no treinamento desportivo, considere as afirmativas a seguir: 1. Métodos naturais de recuperação incluem a cinesioterapia, a recuperação ativa, a crioterapia e a oxigenoterapia. 2. Micro e macrociclos são ciclos de treinamento e referem-se a planos de treinamento de curto prazo, com duração inferior a três meses. 3. Num programa de treinamento para corredores de 100 e 200 metros rasos, hereditariedade, tempo de reação, técnica e concentração são fatores que podem influenciar diretamente a performance. 4. Interdependência volume-intensidade, individualidade, talento biológico e especialização são princípios ligados ao treinamento desportivo. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 28) O desenvolvimento motor no ser humano manifesta-se por mudanças no comportamento dos movimentos ao longo da vida. Tomando como referência às fases e estágios do desenvolvimento motor, considere as seguintes afirmativas: 1. Os reflexos são as primeiras formas do movimento humano e, por não serem aprendidos, são considerados como “capacidades” e não como “habilidades”. 2. As primeiras formas do movimento voluntário são as rudimentares, observadas a partir dos 2 anos de idade. 3. As atividades locomotoras como correr e pular, as manipulativas como arremessar e pegar, e as estabilizadoras como caminhar sobre uma barra e equilibrar-se em apenas um pé são exemplos de movimentos fundamentais que podem ser desenvolvidos durante os primeiros anos da infância. 4. A fase dos movimentos especializados apresenta dois estágios: o estágio de transição e o estágio de aplicação. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 29) Em relação à prática competitiva do futebol de campo, considere as afirmativas a seguir: 1. As competições oficiais de futebol no Brasil ocorrem em diferentes divisões, e os clubes geralmente participam de competições distintas, dependendo dos resultados alcançados em campeonatos anteriores. 2. A prática competitiva do futebol apresenta característica intermitente, com alternância entre as fases ativas (sprints, por exemplo) e as fases passivas (jogador parado ou em movimentação de baixa intensidade). 3. A qualidade técnico-tática dos adversários numa competição é um fator a ser considerado na preparação tática de uma equipe. 4. Apenas 20% da movimentação do futebolista acontece em alta intensidade, predominando sprints entre 50 e 70 metros. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 30) O handebol é um dos esportes mais tradicionais no ambiente escolar. No quediz respeito à sua história e prática, considere as seguintes afirmativas: 1. Ao goleiro é permitido: quando na área, tocar a bola com qualquer parte do corpo numa tentativa de defesa, bem como deslocar-se livremente com a bola nas mãos; quando fora da área, tomar parte do jogo como qualquer outro jogador de quadra. 2. Na sua forma moderna, o handebol foi criado pelo alemão Hirschmann em 1912 e no mesmo ano foi introduzido no programa oficial dos Jogos Olímpicos em Estocolmo, Suécia. 3. O sistema 6:0 no handebol caracteriza-se pela ofensividade e pela intensa troca de posição entre os atletas. 4. Na prática do handebol, três movimentos naturais acontecem de forma constante: o correr, o saltar e o arremessar. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 31) De acordo com Oliveira e Paes (2012), o basquetebol é um esporte que possui muitos fundamentos técnicos, vários sistemas táticos e também exerce uma importante função social, desde seu início nos EUA, quando foi criado pelo professor canadense James Naismith. Com sua Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com evolução no decorrer da história, o jogo necessitou renovar sua pedagogia, considerando alguns aspectos fundamentais, principalmente no contexto escolar. Com base nas correntes pedagógicas do ensino do basquetebol, assinale a alternativa correta. a) A pedagogia deve estar centrada na técnica dos movimentos do basquetebol na escola. b) A pedagogia deve estar centrada na capacidade do aprendiz de compreender o jogo e sua função socioeducacional. c) A pedagogia deve estar centrada na avaliação motora dos gestos técnicos e táticos. d) A pedagogia deve estar centrada nos aspectos psicológicos dos aprendizes. e) A pedagogia deve estar centrada não apenas nos gestos técnicos e táticos, mas também na dimensão histórica da modalidade. 32) O atletismo é uma das atividades mais clássicas e recomendadas no ambiente escolar em função, principalmente, de sua riqueza motora. Em relação à prática do atletismo no ambiente escolar e como iniciação desportiva, considere as afirmativas a seguir: 1. Embora o atletismo seja um esporte predominantemente individual, no ambiente escolar e de aprendizagem o trabalho em grupos e de integração deve ser predominante. 2. Dentre os erros comuns com alunos iniciantes na posição de saída das corridas de velocidade, observam-se os quadris demasiadamente altos e a realização de um salto na largada. 3. A marcha atlética, que é uma progressão de passos executados de forma que o marchador mantenha um contato contínuo com o solo, não havendo, portanto, “fase aérea”, na sua prática escolar provoca grande entusiasmo nas crianças de todas as idades. 4. Independentemente da fase de aprendizagem, atividades que se utilizem de elementos não observados na prática competitiva, como bolas, cordas e bastões, não são recomendadas, pois podem descaracterizar a prática formal das provas do atletismo. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 33) Com relação ao voleibol, assinale a alternativa correta. a) William G. Morgan, ex-diretor de uma Associação Cristã de Moços, foi o criador do voleibol no ano de 1856, na cidade de Holyoke, Massachussetts, EUA. b) Na sua versão original, o voleibol foi denominado como “Minonette” e atendia ex-atletas de rúgbi, por conta do inverno rigoroso norte-americano e pela necessidade da criação de um esporte em ambiente fechado. c) Na aprendizagem do fundamento saque do voleibol, os principais movimentos a serem desenvolvidos são o controle de bola, a localização corporal no espaço e o tempo determinado para a prática esportiva, considerando prioritariamente as condições físicas, morfológicas e a estatura do aprendiz. d) O sistema ofensivo (de jogo) mais indicado para a formação de uma equipe de voleibol em fase de treinamento, que possui dois levantadores com características e potencialidades de atuarem como atacantes, é o sistema 4x2 com infiltrações, também conhecido como 6x2. e) Fundamentos como toque e manchete devem ser priorizados na fase de iniciação esportiva, por se apresentarem como a base do voleibol e também por serem movimentos naturais e de incorporação imediata e nata ao acervo motor dos iniciantes. 34) O desempenho na natação resulta da aplicação de forças de propulsão e redução das forças que se opõem ao deslocamento do nadador (arrasto). Nadadores mais habilidosos conseguem minimizar o efeito do arrasto em função de uma melhor aplicação da técnica dos nados. A respeito desse Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com assunto, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) No nado de peito, a execução da respiração frontal logo no início da braçada (varredura para fora) causa redução do arrasto de forma e contribui para aumento da velocidade do nado. ( ) Nos nados com movimentos alternados, crawl e costas, um adequado rolamento do corpo sobre o eixo longitudinal pode auxiliar tanto no aumento da propulsão quanto na redução da resistência ao deslocamento do nadador. ( ) O alinhamento horizontal do corpo do nadador é um fator determinante para a redução do arrasto de forma, independentemente do estilo de nado. ( ) O nado borboleta, comparado aos demais estilos, é o que apresenta a melhor combinação entre propulsão e arrasto, principalmente quando a respiração é realizada a cada braçada. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – V – F. b) F – V – V – F. c) V – F – F – V. d) F – F – V – F. e) F – V – F – V. 35) Em relação aos jogos olímpicos e ao futebol e suas competições, é correto afirmar: a) O futebol, em sua forma moderna de prática competitiva, foi idealizado pelo inglês Charles Muller. b) Atualmente, a Copa do Mundo, promovida pela FIFA, é a maior competição entre clubes profissionais do futebol mundial. c) A Copa das Confederações é uma competição que antecede a Copa do Mundo em dois anos e permite automaticamente ao seu campeão participar da Copa do Mundo. d) A Espanha é a atual campeã mundial de futebol, entretanto, ao contrário do Brasil, não está automaticamente classificada para a disputa da Copa do Mundo de 2014, necessitando conquistar esse direito na fase eliminatória europeia. e) De forma similar à Copa do Mundo e das Confederações, a cidade do Rio de Janeiro sediará em 2015 os Jogos Panamericanos, um evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2016. 36) Em relação aos movimentos renovadores da Educação Física, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) O Esporte Para Todos (EPT) caracterizou-se na Educação Física como um movimento renovador alternativo ao esporte de rendimento. ( ) A Educação Física Humanista considera que não é o esporte que faz o homem, mas o homem que faz o esporte, determinando como, onde, quando, por quanto tempo, com quem, sob que regras, com que objetivos e sob que condições o pratica. ( ) Os movimentos renovadores da Educação Física surgiram no Brasil nas décadas de 70 e 80. Entre eles, destacam-se a Psicomotricidade e suas variantes, como a Psicocinética, enfatizada por Jean Le Boulch. ( ) Introduzida no início dos anos 80, a Corpolatria ou Escola Estética estabeleceu reflexões e discussões críticas acerca das problemáticas do corpo, da mídia e sua influência sobre a sociedade, do tratamento dado ao corpo ao longo da história e dopadrão de belo que a moda estabelece em relação a sua identidade corporal. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com a) F – V – V – F. b) F – V – F – F. c) V – F – F – V. d) V – V – F – V. e) V – F – V – F. GABARITO 11-B; 12-B; 13-E; 14-E; 15-C; 16-C; 17-D; 18-A; 19-E; 20-C; 21-D; 22-D; 23-A; 24-E; 25-C; 26- D; 27-B; 28-B; 29-A; 30-A; 31-B; 32-C; 33-D; 34-B; 35-D; 36-E. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA – CONSULPLAN (2011) 21) Considere os pressupostos teóricos da tendência pedagógica da educação física escolar que se segue: busca valorizar o conhecimento prévio do aluno e resgatar sua cultura de jogos e brincadeiras e outras atividades que compõem o seu universo cultural ao longo do processo ensino- aprendizagem. Para melhor compreender essa tendência, se faz necessário compreender aspectos do trabalho de Vygotsky e de Jean Piaget. Os pressupostos anteriores descrevem elementos referentes à tendência pedagógica de A) psicomotricidade. B) crítico-superadora. C) desenvolvimentista. D) concepções abertas. E) construtivista-interacionista. 22) Analise as afirmativas acerca dos aspectos conceituais relacionados à ética e à moral. I. A ética é a ciência da moral, isto é, de uma esfera do comportamento humano. II. Não existe uma moral científica, mas existe – ou pode existir – um conhecimento da moral que pode ser científico. III. A ética é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. IV. A ética não é a moral e, portanto, não pode ser reduzida a um conjunto de normas e prescrições; sua missão é explicar a moral efetiva e, nesse sentido, pode influir na própria moral. Estão corretas apenas as afirmativas A) I, II B) III, IV C) I, II, III D) II, III, IV E) I, II, III, IV 23) Analise a sequência de movimentos de um exercício da prática corporal de ginástica: “o aluno inicia o movimento em um plano superior. Com o contato no solo, as mãos deverão estar ao lado da orelha e os cotovelos flexionados como se fosse deitar, permanecendo com eles flexionados até o final do movimento. Gradativamente, encosta-se toda a parte posterior do corpo no solo de forma harmônica, evitando que o corpo ‘caia’ de uma só vez. Quando os pés tocarem o solo, o aluno deverá ficar em pé e permanecer com o corpo reto e os ombros flexionados.” A descrição se refere ao exercício denominado A) roda (estrela). B) parada de mãos. C) parada de cabeça. D) rolamento para trás. E) rolamento de frente. 24) Analise a estrutura de uma aula de educação física escolar, cujo objetivo é trabalhar a habilidade motora de saltar: “os alunos foram dispostos em pequenos grupos para a realização das atividades organizadas em estações, nas quais os mesmos deverão 1ª estação: vir correndo e saltar entre duas cordas estendidas no chão; 2ª estação: vir correndo e saltar de lado as mesmas cordas; 3ª estação: saltar de costas entre as cordas.” Pela descrição anterior, trata-se de uma aula fundamentada na tendência pedagógica A) saúde renomada. B) crítico-superadora. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com C) desenvolvimentista. D) critico-emancipatória. E) construtivista-interacionista. 25) Relacione as posturas básicas da ginástica de solo e suas respectivas descrições. 1. Estendida. 2. Grupada. 3. Carpada. 4. Afastada. ( ) As pernas estão estendidas e unidas com o tronco fletido sobre elas ou vice-versa. ( ) O tronco, os braços e as pernas unidas estão totalmente estendidos. ( ) As pernas estão flexionadas com os joelhos próximos ao tórax. ( ) As pernas estão estendidas e afastadas com o tronco flexionado ereto entre elas e com os braços elevados. A sequência está correta em A) 3, 1, 2, 4 B) 1, 2, 3, 4 C) 2, 4, 1, 3 D) 4, 3, 1, 2 E) 1, 4, 3, 2 26) Sobre a aprendizagem motora, é correto afirmar que A) caracteriza-se por uma modificação contínua e sempre progressiva no estado interno de uma pessoa. B) quanto mais domínio se tiver do gesto a realizar, maior será a preocupação do indivíduo em relação aos detalhes da execução do movimento. C) o primeiro estágio da aprendizagem denomina-se autônomo e caracteriza-se pela grande quantidade de atividade mental para a realização de um movimento. D) algumas vezes, após a melhora constante e antes de ocorrer mais melhora, ocorrem platôs nas curvas de desempenho durante a aquisição de uma habilidade motora. E) os termos desempenho e aprendizagem podem ser considerados como sinônimos, entretanto, a aprendizagem pode ser observada, mas o desempenho não. 27) A motivação é importante para a compreensão da aprendizagem e do desempenho de habilidades motoras devido a seu papel na iniciação, manutenção e intensidade do comportamento. Sabendo disso, o professor de educação física deve estimular, ou utilizar, em seus alunos I. a criação de objetivos e metas plausíveis a serem alcançados. II. o aumento da ansiedade, pois segundo a teoria do U invertido, níveis muito baixos ou elevados de ansiedade resultam em desempenhos igualmente altos. III. o reforço positivo e negativo. No reforço negativo, o melhor exemplo seria a punição. IV. as técnicas apropriadas de reforço positivo ou negativo, pois podem servir para facilitar a aprendizagem e o desempenho de habilidades motoras. Estão corretas apenas as afirmativas A) I, IV B) II, III C) I, II, IV D) I, III, IV E) II, III, IV 28) Sobre o atletismo e sua utilização nas aulas de educação física escolar, marque V para as Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) Explicar a disposição das atividades realizadas em uma pista de atletismo, esclarecendo, por exemplo, por que nas provas de 100 m rasos realiza-se a saída de bloco em curva e o atleta da raia 8 inicia, aparentemente, com vantagem em relação aos outros corredores. ( ) Apesar do estilo tesoura ser o mais simples e utilizado no ensino do salto em altura, sobretudo para as crianças, é importante que o estilo Fosbury Flop também seja ensinado de forma procedimental; afinal , para estes dois casos é necessário apenas que se determine a altura do salto a ser realizado e a queda feita de pé. ( ) O ensino da marcha atlética poderá iniciar-se com exercícios que envolvam o andar, o andar mais rápido, até a inserção de especificidades do movimento, compreendendo a diferença entre andar, marchar e correr. ( ) O ensino de como se afere a frequência cardíaca pode estimular os alunos a se interessarem pelas provas de corrida de média e longa distância, podendo, inclusive, servir como um meio de prática de atividade física autônoma fora da escola. A sequência está correta em A) F, V, F, V B) F, V, V, F C) V, F, F, V D) V, F, V, F E) F, F, V, V 29) Como conteúdos de ensino nas aulas de educação física escolar, têm-se as práticas corporais do jogo, ginástica, dança, esporte e lutas. Assinale a afirmativa que caracteriza uma atividade coerente com o conteúdo de lutas. A) Os cavalheiros tomam as damas e andam de mãos dadas até o centro do salão, encontrando-se com a fila da frente. Trocam-se as duplas. B) A turma será dividida de acordo com sua preferência musical, levando para a aula um CD de músicas que se identifica. O grupo deverá mostrar para os outros o conjunto de movimentos adequados para o ritmo escolhido. C) A turma será dividida em duplas. Cada dupla estará dentro de um círculo desenhado no chão do tamanho que se achar conveniente. O objetivo é tirar o colega do círculo ou derrubá-lo apenas usando movimentos de empurrar e puxar. D) Os alunos devem se deitar em decúbito dorsal. Buscar uma posição confortável e manter os olhos fechados. Deve-se, durante um minuto, inspirar pelo nariz e expirar pela boca de forma calma e relaxada. E) A turma será dividida em três grupos. Ogrupo A será responsável por fazer um levantamento do tipo de alimentação que os alunos fazem na escola. O grupo B terá a preocupação de saber como os alunos se alimentam fora da escola. O grupo C buscará conhecer o que é considerada uma alimentação adequada para os jovens. 30) Relacione a modalidade de ginástica com a respectiva característica. 1. Ginástica artística. 2. Ginástica de trampolim. 3. Ginástica rítmica. 4. Ginástica acrobática. ( ) Passou a ser um esporte olímpico no ano de 2000. Seu principal aparelho é conhecido como cama elástica. ( ) É disputada nos Jogos Olímpicos. Algumas de suas provas são o salto sobre a mesa, paralelas assimétricas, solo e trave. ( ) Tem como principal característica ser executada em pares ou grupo, onde são formadas figuras, que podem ser chamadas de pirâmides. ( ) É uma modalidade exclusivamente feminina de ginástica, realizada com corda, maçãs, bola, arco e fita. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com A sequência está correta em A) 4, 2, 3, 1 B) 2, 1, 4, 3 C) 4, 1, 2, 3 D) 3, 4, 1, 2 E) 2, 3, 1, 4 GABARITO 21-E;22-E;23-D;24-C;25-A;26-D;27-A;28-E;29-C;30-B. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com SEAP – PUC/PR (2013) 1) As primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas corporais recebe em solo nacional ocorrem a partir de teorias oriundas da Europa. Sobre a ginástica europeia é CORRETO afirmar que: A) a ginástica europeia teve como base teórica os estudos do psicólogo e médico Arnold Gessel sobre o processo de crescimento e maturação do ser humano, que, conforme Gessel, ocorre de forma próximo-distal e céfalocaudal. B) a ginástica europeia tinha como interesse maior a melhoria do condicionamento físico dos escolares, por meio da prática esportiva, visando à formação de atletas que pudessem representar o Brasil em competições internacionais, com possibilidade de excelentes resultados. Para tanto, além da prática esportiva em ambiente escolar, foram construídos complexos esportivos de grande porte. C) a ginástica europeia valorizava a formação integral da criança, acreditando que esta se dá no desenvolvimento interdependente de aspectos cognitivos, afetivos e motores. Dessa forma, o processo de aprendizagem por meio do movimento deveria ser construído pela interrelação entre o raciocínio, as emoções e a motricidade. D) surgiu, principalmente, a partir de uma preocupação com o desenvolvimento da saúde e a formação moral dos cidadãos brasileiros. Esse modelo de prática corporal pautava-se em prescrições de exercícios voltados ao aprimoramento de capacidades e habilidades físicas como a força, a destreza, a agilidade e a resistência, além de visar à formação do caráter, da autodisciplina, de hábitos higiênicos, do respeito à hierarquia e do sentimento patriótico. E) a ginástica europeia defende a ideia de que o movimento é o principal meio e fim da Educação Física. Constitui o ensino de habilidades motoras de acordo com uma sequência de desenvolvimento. Sua base teórica é, essencialmente, a psicologia do desenvolvimento e aprendizagem. 2) Pensar a Educação Física a partir de uma mudança, significa analisar a insuficiência do atual modelo de ensino, que muitas vezes não contempla a enorme riqueza das manifestações corporais produzidas socialmente pelos diferentes grupos humanos. Assim, A) necessita-se desconsiderar no trabalho pedagógico o trato com o conhecimento, os espaços e tempos escolares da Educação Física. B) é importante refletir sobre os elementos lúdicos e agonísticos que estão sistematizados, mas ainda não estão presentes na escola como conteúdos de ensino. C) é preciso reconhecer a gênese da cultura corporal, que reside na atividade humana para garantir a existência da espécie. D) compreender a Educação Física significa entender que ela é composta por interações que se estabelecem nas relações psicológicas, esportivas, sociais, políticas, econômicas e culturais dos povos. E) a ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre as formas e representações do mundo que o ser humano deverá produzir e que ainda não são exteriorizadas pela expressão corporal em jogos, ginásticas e esportes. 3) Sobre o ensino da Educação Física, marque a alternativa CORRETA. A) a atuação do professor efetiva-se na quadra. Seu compromisso, tal como o de todos os professores, é com o projeto de escolarização instituído, sempre em favor da formação técnica do educando. B) o professor que possibilitar aos alunos o acesso ao conhecimento produzido pela humanidade, relacionando-o às práticas corporais, ao contexto histórico, político, econômico e social. C) ocorreu uma mudança na forma de pensar o tratamento teórico-metodológico dado às aulas de Educação Física. Discute-se hoje o conceito de corpo e de movimento historicamente sintonizados pelas ciências positivistas. D) os professores da Educação Física mostram-se alheios à produção mais crítica da área, o que lhes garante uma melhor formação filosófica, epistemológica, histórica e pedagógica para articularem suas aulas. E) a formação de professores de Educação Física tem priorizado aspectos técnicos em consonância com os elementos formadores mais críticos, num modelo restrito, apenas com vistas à solução dos problemas cotidianos. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 4) Sobre os fundamentos teórico-metodológicos estabelecidos pelas Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná para a Educação Física no Ensino Básico (Paraná, 2008), marque a opção CORRETA. A) A educação física deve ser fundamentada nas reflexões sobre as necessidades atuais de ensino e a realização dos alunos, na superação de contradições e na valorização da educação. Por isso, é de fundamental importância considerar os contextos e as experiências de diferentes regiões, escolas, professores, alunos e da comunidade. B) A utilização de testes e medidas padronizadas deve acontecer como forma de acesso aos conhecimentos oriundos do esporte de rendimento, com objetivos exclusivos de aferir o nível das habilidades físicas, ou como instrumentos de avaliação do desempenho instrucional dos alunos nas aulas de Educação Física. C) Adotar a teoria da pirâmide esportiva como teoria educacional é fundamental. D) Deve persistir o dualismo corpo-mente como base científico-teórica da Educação Física que mantém a cisão teoria-prática e dá origem a um aparelho conceitual desprovido de conteúdo real, entre eles o conceito a-histórico de esporte e das suas classificações. E) Utilizar os conceitos da aptidão física, da aprendizagem motora, bem como da performance esportiva, como base teórico metodológica da prática docente, é fundamental. 5) Os elementos articuladores dos conteúdos estruturantes não são conteúdos paralelos nem trabalhados de maneira isolada. Integram e interligam as práticas corporais de forma reflexiva e contextualizada. São fim e meio do processo de ensino/aprendizagem, pois devem transitar pelos conteúdos de modo a articulá-los o tempo todo. Em qual das situações abaixo identifica-se o elemento articulador Cultura corporal – lazer? Assinale a alternativa CORRETA. A) Discussão das práticas corporais transformadas em espetáculo e como objeto de consumo, diariamente exibido nos meios de comunicação para promover e divulgar produtos. B) Atividades em que pessoas diferentes estão juntas oportunizando o relacionamento, o convívio e o respeito entre as diferenças. C) Discussão sobre o referencial hegemônico de beleza, veiculado por mecanismos mercadológicos. D) Discussões sobre as necessidades diárias de carboidratos, lipídeos e proteínas, e sobre seu aproveitamento pelo organismo, bem como sobre seu processo metabólico numa determinada prática corporal. E) Acesso aos alunos, no tempo livre,fora das obrigações escolares, familiares ou de trabalho, atividades que lhe permitam apropriar-se crítica e criativamente de seu tempo. 6) O tema Cultura Corporal, é compreendido pelos autores das Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná (2008) para a Educação Física no Ensino Básico, como um conjunto de elementos articulados, com o potencial de romper com a maneira tradicional como a Educação Física foi desenvolvida na escola, ao longo da história. Assinale a alternativa que descreve quais são os elementos propostos pelas Diretrizes. A) Corpo, ludicidade, saúde, mundo e trabalho, desportivização, técnica e tática, lazer, diversidade e mídia. B) Meio ambiente, sexualidade, alto rendimento, cooperação, sociabilização, desenvolvimento pessoal, psicomotricidade, corpo e dança. C) Dança, jogos e brincadeiras, esportes, lutas e ginástica. D) Desenvolvimentista, psicomotricidade, críticosuperadora, crítico-emancipatória, pedagogização, saúde renovada, construtivista. E) Meio ambiente, sexualidade, atualidade, sustentabilidade, corpo, cultura afro-brasileira, inclusão. 7) Marque, entre as abordagens a seguir, aquela que propõe que, estritamente quanto à aptidão física, a Educação Física escolar deveria propiciar a elaboração de conhecimentos sobre atividade física para o bem-estar e a saúde; estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos; proporcionar oportunidade para a escolha da prática regular de atividades físicas que possam ser continuadas após os anos escolares e promover independência na escolha de programas de Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com atividades físicas. A) Abordagem crítico-emancipatória. B) Abordagem crítico-superadora. C) Abordagem construtivista-interacionista. D) Abordagem da saúde renovada. E) Abordagem Desenvolvimentista. 8) Em relação aos conteúdos estruturantes da Educação Física (esporte, jogos e brincadeiras, ginástica, lutas, dança), marque a alternativa CORRETA. A) Esses conteúdos são selecionados a partir de uma análise recente, sendo trazidos para a escola para serem socializados, apropriados pelos professores, por meio das metodologias voltadas para a esportivização. B) São conhecimentos específicos à Educação Física os conceitos e práticas que identificam e organizam os campos de estudos. C) Devem-se abordar os conteúdos em uma ordem crescente de complexidade e grau de dificuldade, isto é, primeiro o aluno tem que possuir determinados pré-requisitos para depois aprofundar o assunto nas séries subsequentes. D) São considerados relativos para a compreensão de seu objeto de estudo/ensino. Constituem-se espontaneamente e são legitimados nas relações individuais. E) Devem ser abordados de forma aleatória, porque, em cada um dos níveis de ensino, os alunos trazem consigo poucas experiências relativas ao conhecimento sistematizado, insignificantes para serem consideradas no ensino aprendizagem. 9) Com base no questionamento abaixo e nos pressupostos das Diretrizes Curriculares da Educação Básica para Educação Física, especificamente do conteúdo estruturante “esporte”, da Secretaria de Estado do (Paraná 2008, p. 63-65), assinale a alternativa CORRETA: [...] ”A Educação Física enquanto componente curricular avançou no sentido de uma compreensão crítica/cultural do conteúdo Esporte?” (CARLAN; KUNZ; FENSTERSEIFER, 2012). A) Sim, pois o profissional de Educação Física não pode negligenciar a reflexão crítica e a didatização desse conteúdo, mas pode reforçar algumas características como a competitividade e o individualismo, podendo levar o aluno às exigências de esforço e resistência física a limites. B) Sim, pois a ênfase na técnica, no desempenho e nas comparações absolutas e objetivas faz do esporte na escola uma prática pedagógica potencialmente inclusiva e, dessa maneira, todos conseguem viver o lúdico e sentir prazer na vivência e no aprendizado desse conteúdo. C) Sim, já que a prática pedagógica de Educação Física pode limitar-se ao fazer corporal (como objeto de estudo), isto é, à aprendizagem única e exclusiva das destrezas motoras, táticas de jogo e regras. D) Sim, pois os pressupostos para o conteúdo estruturante “esporte” visa garantir aos alunos o direito de acesso e de reflexão sobre as práticas esportivas; além de adaptá-las à realidade escolar, devem ser ações cotidianas na rede pública de ensino. E) Sim, pois o ensino do esporte deve propiciar ao aluno uma leitura de sua capacidade física e de desempenho motor. Busca-se um entendimento competitivo das manifestações esportivas, as quais devem ser tratadas de forma mais restrita, isto é, desde sua condição técnica, tática, seus elementos básicos, até o sentido da competição esportiva. 10) “Falar de avaliação em Educação Física significa reconhecer a insuficiência das discussões e teorizações sobre esse tema no âmbito dessa disciplina curricular no Brasil (COLETIVO DE AUTORES, 1992). No entanto, mesmo diante dessa realidade, é necessário assumir o compromisso pela busca constante de novas ferramentas e estratégias metodológicas que sirvam para garantir maior coerência com o par dialético objetivos-avaliação. Isto é, pensar formas de avaliar que sejam coerentes com os objetivos inicialmente definidos.” Analisando o texto é CORRETO afimar que a base teórica do processo avaliação das Diretrizes Curriculares do Paraná para a Educação Física no Ensino Básico (2008) tem como suporte teórico A) a psicomotricidade do escolar. B) o desempenho esportivo do escolar. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com C) o comprometimento e o envolvimento do escolar. D) o processo de desenvolvimento motor ao longo do ciclo da vida do escolar. E) o condicionamento físico do escolar. 11) Em relação à supervalorização da “coreografia” como atividade de abordagem da dança no contexto escolar, é CORRETO afirmar que A) a utilização da coreografia supervalorizada promove a possibilidade de manifestação corporal livre e desenvolve a capacidade de improvisação do aluno. A coreografia de dança tem como interesse central a consciência crítica e reflexiva sobre seu significado. B) a supervalorização das coreografias contextualizadas culturalmente, como as danças folclóricas, tem como objetivo discutir e refletir sobre a erotização do corpo, como produto de consumo do público jovem. C) a utilização da coreografia como atividade central da dança no espaço escolar deve ser reconhecida pelos professores de Educação Física como a melhor possibilidade de desenvolver a criatividade, sensibilidade e a expressão corporal livre dos alunos. D) a supervalorização das coreografias de dança com o propósito de aproximação ao cotidiano do aluno (exemplo: funk) buscam produzir meios rápidos e eficientes para a realização de determinadas ações, por meio da criação de técnicas, sejam elas mecânicas ou corporais. E) a utilização da coreografia supervalorizada pode inibir as possibilidades de improvisação e experimentação do movimento corporal como forma de libertação do ser e expressão de movimentos. Mas, quando contextualizada como manifestação do folclore e da cultura paranaense, por exemplo, a coreografia promove a reflexão e o conhecimento, sem a conotação do fazer pelo fazer. 12) Apesar de suas especificidades, os jogos e as brincadeiras, como conteúdo estruturante, ampliam as possibilidades de percepção e de interpretação da realidade, por parte dos alunos. Sendo assim, assinale a alternativa que melhor apresenta a função dos jogos e brincadeiras como conteúdos da Educação Física no ambiente escolar. A) Promover jogos onde exista uma organização que delimita os papéis e os poderes concedidos aos jogadores, os quais mudam conforme a hierarquia assumida no jogo, em que um jogador tem mais poder do que outro. Via de regra, o jogador que assume este papelé o mais habilidoso, o mais forte e com maior liderança, já os outros representam os jogadores mais frágeis e menos habilidosos. Com relação à industrialização dos brinquedos, fabricados em grande escala, não interferem na singularidade da brincadeira no ambiente escolar. B) Tanto os jogos quanto as brincadeiras são conteúdos que podem ser abordados; não dependem da realidade regional e cultural do grupo, tendo como ponto de partida a valorização das manifestações corporais determinadas pelo professor. C) As atividades que envolvem os jogos e as brincadeiras são de relevância para o desenvolvimento do ser humano, pois atuam como maneiras de representação do real através de situações imaginárias, cabendo somente à escola fomentar e criar as condições apropriadas para as brincadeiras e jogos. D) Ensinar o aluno a compreender e respeitar seus combinados, aprender a se mover entre a liberdade e os limites, os próprios e os estabelecidos pelo grupo. Além de seu aspecto lúdico, o jogo pode servir de conteúdo para que o professor discuta as possibilidade de flexibilização das regras e da organização coletiva, sem a subordinação de um sujeito a outros. Já as brincadeiras envolvem relações sociais, políticas e simbólicas que se fazem presentes desde sua invenção. E) Como Conteúdo Estruturante da disciplina de Educação Física, os jogos e brincadeiras compõem um conjunto de possibilidades que ampliam a capacidade do aluno de competir, além de intensificarem a habilidade de lidar com regras pré-determinadas. 13) O jogo queimada ou caçador está fortemente presente no cotidiano escolar e em sua organização delimita os papéis e os poderes concedidos aos jogadores, os quais mudam conforme a hierarquia assumida no jogo. O “capitão”, ou “base”, detém maior poder do que qualquer outro jogador, com autoridade para decidir sobre a “vida” e a “morte” dos demais jogadores. Via de regra o jogador que assume esse papel é o mais habilidoso, o mais forte e com maior liderança, já os escolhidos para morrer no início do jogo representam os mais frágeis e menos habilidosos e que dificilmente serão escolhidos como base. A partir dessa situação afirma-se CORRETAMENTE que: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com A) ao respeitar os combinados os alunos aprendem a se mover entre a liberdade e os limites. B) o jogo praticado dessa forma reproduz e pode servir para reforçar desigualdades arraigadas no contexto social. C) as crianças e os jovens devem ter oportunidade de produzir as suas próprias formas de brincar e ter condições de produzirem as suas próprias culturas. D) os jogos comportam regras, mas deixam espaço de autonomia para que sejam adaptados conforme os interesses dos participantes. E) para evitar a sobrepujança os próprios alunos decidem como equilibrar a força dos times, sem a preocupação central na mensuração do desempenho. 14) Segundo Darido (2011), historicamente a Educação Física priorizou os conteúdos numa dimensão quase que exclusivamente procedimental, isto é, saber fazer. Influenciado pelas diferentes abordagens pedagógicas surgidas nas últimas décadas e seguindo a classificação de Coll et al (2000), passou-se a dar atenção também à dimensão conceitual e à dimensão atitudinal dos conteúdos. Na prática docente não há como dividir os conteúdos nas dimensões conceitual, atitudinal e procedimental, mas pode-se dar ênfase a determinadas dimensões. Em qual das situações abaixo a ênfase é atitudinal? A) Realização de exercícios de alongamentos em duplas, situação em que se deve respeitar os próprios limites e os limites do colega. B) Realização de exercícios de alongamentos, situação em que o professor explica os benefícios de uma amplitude articular adequada. C) Realização de exercícios de alongamento, situação em que o professor demonstra o movimento e os alunos executam o movimento. D) Realização do fundamento passe peito do basquetebol. E) Executar os movimentos para levantar um objeto pesado do chão. 15) O futebol é o esporte predominante na sociedade brasileira. Contudo, a prática pedagógica de Educação Física não deve limitar-se ao fazer corporal, isto é, ao aprendizado única e exclusivamente das habilidades físicas, destrezas motoras, táticas de jogo e regras. Devem-se considerar os determinantes histórico-sociais responsáveis pela constituição do esporte ao longo dos anos, tendo em vista a possibilidade de recriação dessa prática corporal. Dado esse contexto, pergunta-se: quais das situações abaixo privilegia o coletivo, o compromisso com a solidariedade e respeito ao colega: A) Exercícios em que as regras foram modificadas de modo que a prática se torne mais fácil para todos os participantes. B) Discussões sobre as consequências que a profissionalização precoce provoca nos adolescentes, entre estas, a desterritorialização e os esforços levados a extremos. C) Discussões sobre as torcidas organizadas e os preconceitos raciais historicamente presentes em alguns times e torcidas. D) Práticas corporais com materiais adaptados, em que se utilizam diferentes espaços e demarcações. E) Exercícios em que meninos e meninas, portadores ou não de algum tipo de deficiência, estão distribuídos equitativamente entre os grupos participantes. 16) Para a construção de conhecimentos da cultura corporal como elemento de formação das individualidades e do ser social, os PCNs propõem um olhar sobre os conteúdos a partir de dois eixos estruturantes: a dimensão individual e a dimensão relacional interativa dos conteúdos. Isto não significa que o individual seja pré-requisito para o trabalho coletivo, mas que se pode favorecer a construção individual ou coletiva. Já as Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Educação Física - da Secretaria de Estado do Paraná (2008) enfatizam que se o enfoque da Educação Física estiver no esporte, baseado em conceitos de técnica e tática, o aluno pode perder a capacidade de se relacionar com outros e refletir sobre quaisquer manifestações corporais. Nos esportes com bola qual, desses fundamentos favorece a dimensão relacional? A) Arremesso. B) Bloqueio. C) Chute. D) Salto. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com E) Lançamento. 17) Pela sua importância e influência nas práticas da cultura corporal, a mídia precisa ser objeto explícito de ensino e aprendizagem na Educação Física, tanto como meio (educar com a mídia) quanto como fim (educar para a mídia), tendo como finalidade capacitar o aluno para uma apreciação crítica em relação a ela (PCNs, p. 63-103). Relacionando o texto apresentado pelos PCNs com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (Educação Física) da Secretaria de Estado do Paraná, no tema “cultura corporal e mídia”, deve-se levar em consideração que a estratégia do professor de Educação Física deve ater-se às questões veiculadas pela mídia em sua prática pedagógica, de modo a possibilitar ao aluno discussão e reflexão sobre a supervalorização de modismo, estética, beleza, saúde, entre outros. Dado esse contexto, pergunta-se: qual dos eventos abaixo demanda uma contextualização crítica por envolver atitudes relacionadas à saúde? A) Assistir a programas em que são apresentadas danças. B) Assistir a programas em que são veiculados padrões de beleza e estética. C) Assistir a jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol. D) Assistir à apresentação de patinação artística dos Jogos Olímpicos. E) Gravar os próprios jogos e assistir a eles. 18) O Currículo Básico para a escola pública do Estado do Paraná surgiu, na década de 1990, como o principal documento oficial relacionado à Educação Básica. Surge num momento em que se pretendia reformular a educação e a disciplina de Educação Física. Assim, sob um viés crítico, está preocupado coma formação de seres humanos capazes de questionar e transformar a realidade social em que vivem. Dado esse contexto, pergunta-se: qual a principal corrente ou tendência que inspirou esse documento? A) Crítico-superadora. B) Crítico-emancipatória. C) Desenvolvimentista. D) Psicomotricista. E) Construtivista. 19) Os jogos e brincadeiras cantadas são uma das mais rudimentares formas de atividades lúdicas, possuem diversas origens e influências e podem variar quanto à letra, movimentação ou ritmos de uma região para outra. Em relação ao jogo “Escravos de Jó“ é CORRETO afirmar que: A) É uma canção constituída por várias letras diferentes que variam de região e de cultura. B) Contribui para o desenvolvimento das ações corporais individuais. C) Classifica-se como um brinquedo cantado organizado em roda. D) O canto é acompanhado por gestos complexos. E) Classifica-se como um brinquedo cantado realizado em linhas e colunas. 20) As lutas se constituem das mais variadas formas de conhecimento da cultura humana; são historicamente produzidas e repletas de simbologias. Além de ser um conteúdo importante, podem servir de ponto de partida para muitos debates sociais como a violência nos grandes centros, brigas de torcidas organizadas e formação de gangues. A dimensão procedimental desse conteúdo é favorecido em qual das situações abaixo? A) Realização da ressignificação das lutas, pois o seu desenvolvimento destas ocorreu independente do contexto da Educação Física. B) Realização de debates em que sejam discutidos valores associados às lutas como respeito aos companheiros, a não violência, a busca da justiça e a solidariedade. C) Discutindo que luta é diferente de briga e não significa necessariamente violência. D) Realização da prática de equilíbrios e desequilíbrios como no exercício “briga de galo”. E) Estudando a origem das lutas e seus desdobramentos ao longo da história. GABARITO 1-D;2-C;3-B;4-A;5-E;6-A;7-D;8-C;9-D;10-C;11-E;12-D;13-B;14-A;15-E;16-B;17-B;18-A;19- C;20-D. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com SECRETARIA DE ESTADO DA GESTÃO ADMINISTRATIVA/AC – FUNCAB (2013) 1) Ao longo da História da humanidade, pode-se perceber claramente que o jogo com caráter lúdico, prazeroso e criativo institucionalizou-se e assumiu a forma de desporto. A expressão da instituição desporto na escola é denominada de desporto: A) educacional. B) participação. C) lúdico. D) competitivo. E) cultural. 2) Quando o esporte ensinado na escola submete-se a uma lógica produtivista, este passa a divulgar e a valorizar a prática associada aos princípios: A) da cultura lúdica. B) da recreação e lazer. C) do jogo criativo. D) do rendimento esportivo. E) da ludicidade corporal. 3) O professor de Educação Física que pauta o seu trabalho na perspectiva crítico-superadora, ao trabalhar o esporte em sua aula, busca: A) enfatizar o caráter alienador do esporte, reproduzindo o quadro de desigualdades presentes em nossa sociedade. B) privilegiar a unidade metodológica como possibilidade de compreensão da cultura corporal numa perspectiva interdisciplinar. C) direcionar os objetivos da aula para o aprimoramento das destrezas motoras dos alunos mais habilidosos. D) destacar as diferenças específicas de cada gênero, valorizando a superioridade motora do sexo masculino sobre o feminino. E) preparar os alunos para a prática do esporte de alto rendimento no ambiente escolar 4) No cotidiano escolar, ainda se observa que muitos professores de Educação Física limitam a sua prática ao treinamento de técnicas esportivas. Ao trabalhar o futebol visando apenas à automatização dos gestos, esses professores limitam suas aulas ao desenvolvimento da: A) cooperação. B) afetividade. C) performance. D) ludicidade. E) interdisciplinaridade. 5) No basquetebol, ao estimular que os alunos façam movimentos como: girar a bola em um dos dedos e passar a bola de uma mão para outra andando, o professor de Educação Física cria oportunidade para a vivência do seguinte fundamento: A) drible. B) toque. C) arremesso. D) controle de bola. E) rebote. 6) Historicamente, creditou-se à Educação Física papéis sociais relacionados com diversas instituições. O projeto de formação de um homem forte e respeitador das normas sociais, por exemplo, está associado à instituição: A) escolar. B) esportiva. C) médica. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com D) militar. E) familiar 7) O tempo e espaço de organização da cultura que é reconhecido como uma atividade em que o valor pedagógico contribui na formação e no desenvolvimento humano, numa perspectiva multilateral, é denominado: A) lazer. B) trabalho. C) esportivização. D) emprego. E) consumismo. 8) No âmbito escolar, o esporte deve ser inclusivo. Sendo assim, é interessante que as aulas de Educação Física tenham um enfoque voltado para a: A) competição. B) seleção de talentos. C) preparação desportiva. D) prevenção de doenças. E) cooperação. 9) Um professor de Educação Física, em sua aula, planeja que os alunos realizem as seguintes atividades: corrida com aumentos de velocidade, salto em diferentes distâncias e caminhada para trás. Essas atividades estão relacionadas com o desenvolvimento das habilidades motoras: A) especializadas. B) reflexas. C) fundamentais. D) cognitivas. E) culturais. 10) Por meio das brincadeiras, as crianças desenvolvem uma ampla variedade de habilidades de equilíbrio. Entre as opções abaixo, assinale a atividade que pode ser utilizada para trabalhar o equilíbrio estático. A) Caminhar sobre uma linha reta. B) Executar rolamentos básicos para frente. C) Equilibrar-se em um dos pés. D) Girar o tronco e os quadris. E) Saltar várias vezes com o pé preferido. 11) Nas crianças, o controle motor grosso é desenvolvido rapidamente e, geralmente, antes do controle motor fino. Uma atividade que pode ser utilizada para trabalhar o controle motor fino é: A) correr entre obstáculos. B) saltar de diferentes alturas. C) saltitar em diferentes ritmos. D) caminhar em diferentes direções. E) empilhar pequenos blocos de montar. 12) A abordagem pedagógica da Educação Física que concentra o trabalho realizado com a criança exclusivamente na aquisição das habilidades motoras é a: A) Crítico-emancipatória. B) Desenvolvimentista. C) Fenomenológica. D) Plural. E) Crítico-superadora. 13) Entre as habilidades motoras manipulativas presentes no futebol, podem-se destacar: A) chutar e driblar. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com B) correr e pular. C) arremessar e saltar. D) bloquear e marcar. E) passar e alongar. 14) Nas aulas de Educação Física, é comum encontrar alunos que demonstram preferência por um determinado fabricante de tênis por influência de seus ídolos no esporte. O professor de Educação Física pode utilizar essa situação como ponto de partida para trabalhar com seus alunos o Tema Transversal: A) MeioAmbiente. B) Orientação Sexual. C) Ética. D) Trabalho e Consumo. E) Lazer. 15) Afrequência cardíaca máxima obtida e o VO máximo são variáveis que podem ser mensuradas por meio dos testes de: A) força muscular. B) composição corporal. C) resistência cardiovascular. D) resistência muscular localizada. E) flexibilidade. 16) Chutar uma bola para acertar um cone e arremessar uma bola por entre um arco são testes comuns que o professor de Educação Física pode utilizar para avaliar: A) a coordenação. B) a força. C) o equilíbrio. D) o ritmo. E) a agilidade. 17) A orientação temporal se refere ao desenvolvimento de uma estrutura interna de tempo na criança. As atividades projetadas para melhorar esta qualidade perceptivo-motora devem trabalhar com: A) a lateralidade. B) o ritmo. C) a flexibilidade. D) o equilíbrio. E) a força isométrica. 18) Ao incluir as danças folclóricas como tema de suas aulas, o professorde Educação Física cria a possibilidade de trabalhar o Tema Transversal denominado: A) Esporte. B) Gênero. C) Mídia. D) Pluralidade Cultural. E) Primeiros Socorros. 19) Analise as seguintes afirmativas em relação aos jogos cooperativos. I. Nas atividades cooperativas, o objetivo é ganhar a todo e qualquer preço. II. Os jogos cooperativos buscam a eliminação do confronto e da competitividade. III. Os jogos cooperativos estimulam as disputas individuais e coletivas. Está(ão) correta(s). A) Somente a afirmativa I. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com B) Somente a afirmativa II. C) Somente a afirmativa III. D) Somente as afirmativas I e II. E) Somente as afirmativas II e III. 20) São exemplos de danças folclóricas, EXCETO: A) maracatu. B) xaxado. C) baião. D) frevo. E) bolero. GABARITO 1-A;2-D;3-B;4-C;5-D;6-D;7-A;8-E;9-C;10-C;11-E;12-B;13-A;14-D;15-C;16-A;17-B;18-D;19- B;20-E. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com EDUCAÇÃO FÍSICA CONCURSOS APOSTILA – CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Diretos desta edição reservados à Portal Educação Física Concursos Site www.efconcursos.com.br Rio de Janeiro Brasil Copyright @ 2015 by THIAGO ELIAS MERLO 2015 Nenhum trecho desta obra poderá ser reproduzido, por qualquer meio, sem prévio consentimento, por escrito, dos editores. Excetuam-se as citações de pequenos trechos em resenhas para jornais, revistas ou outro veículo de divulgação. Capa do PORTAL EDUCAÇÃO FÍSICA CONCURSOS Editoração eletrônica THIAGO ELIAS MERLO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com http://www.lojasiga.com.br/ Dados Insternacionis de Catalogação na Publicação (CIP) (Cãmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Merlo, Thiago Elias Educação Física Concursos – Apostila Conhecimentos Pedagógicos: Rio de Janeiro, 2015. 1. Orientações Gerais – Conhecimentos Pedagógicos 2. Documentos Oficiais - Legislações Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com EDUCAÇÃO FÍSICA CONCURSOS APOSTILA - CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Conteúdos & Exercícios de Fixação 1ª EDIÇÃO TTHIAGOHIAGO M MERLOERLO Edição dirigida aos candidatos dos concursos públicos na área de Educação RIO DE JANEIRO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com SUMÁRIO APRESENTAÇÃO IDEALIZADOR ORIENTAÇÕES GERAIS ASPECTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO – O PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO: ILUMINISTA, POSITIVISTA, SOCIALISTA, ESCOLANOVISTA, FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIALISTA, ANTIAUTORITÁRIO, CRÍTICO. TENDÊNCIAS ATUAIS: LIBERAIS E PROGRESSISTAS. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO: CORRENTES E TENDÊNCIAS NA PRÁTICA ESCOLAR. ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO – AS BASES SOCIOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO, A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO SOCIAL, AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS BÁSICAS, EDUCAÇÃO PARA O CONTROLE E PARA A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, CULTURA E ORGANIZAÇÃO SOCIAL, DESIGUALDADES SOCIAIS, A RELAÇÃO ESCOLA / FAMÍLIA / COMUNIDADE. EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NO BRASIL. ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO – A RELAÇÃO DESENVOLVIMENTO / APRENDIZAGEM: DIFERENTES ABORDAGENS, A RELAÇÃO PENSAMENTO / LINGUAGEM – A FORMAÇÃO DE CONCEITOS, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: O BIOLÓGICO, O PSICOLÓGICO E O SOCIAL. O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AFETIVO. ASPECTOS DO COTIDIANO ESCOLAR – A FORMAÇÃO DO PROFESSOR; A AVALIAÇÃO COMO PROCESSO, A RELAÇÃO PROFESSOR / ALUNO; A FUNÇÃO SOCIAL DO ENSINO: OS OBJETIVOS EDUCACIONAIS, OS CONTEÚDOS DE APRENDIZAGEM; AS RELAÇÕES INTERATIVAS EM SALA DE AULA: O PAPEL DOS PROFESSORES E DOS ALUNOS; A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA CLASSE. EDUCAÇÃO ESPECIAL ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO LDB – LEI DE DIRETRIZES E BASES PCN – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com DCN – DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO EJA – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS GESTÃO DEMOCRÁTICA E PPP – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com APRESENTAÇÃO A apostila foi idealizada pensando no graduando e/ou graduado de diversas áreas da Educação que se prepara para os concursos públicos, busca conteúdos e exercícios de qualidade. Sabemos que o serviço público é uma ótima oportunidade para obtenção de empregos estáveis e duradouros. E não por acaso, diversos colegas já perceberam as vantagens de empregos na iniciativa governamental. Os concursos estão cada vez mais disputados. Cada dia de preparação é um dia a menos em direção ao sonhado emprego. O Portal Educação Física Concursos (www.efconcursos.com.br) e a fanpage no Facebook (www.facebook.com.br/educacaofisicaconcursos) oferecem conteúdos simples, selecionados e gratuitos, auxiliando os estudantes a se preparem com rapidez e direcionamento. Apresentamos informações de concursos públicos de todo Brasil, além de comentários, artigos, resumos, slides e vídeos. Os exercícios de fixação foram criteriosamente selecionados. São provenientes de bancas examinadoras complexas e comuns no cenário dos concursos públicos para Professores do Brasil. Observação: O Portal Educação Física Concursos se reserva ao direito de cometer erros materiais. Logo aconselhamos a buscarem a fonte primária de todos os conteúdos aqui apresentados. Esperamos que os materiais sejam de grande valia. Bons estudos! Thiago Merlo Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com http://www.facebook.com.br/educacaofisicaconcursos http://www.efconcursos.com.br/ IDEALIZADOR Meu nome é Thiago Merlo e sou Professor de Educação Física. Além de Doutorando em Educação, Mestre em Educação, Especialista em Docência Superior, Especialista em Engenharia de Software e Licenciado em Educação Física, sou servidor público. Lecionei em graduações e sazonalmente trabalho com preparação presencial de concursos públicos da Educação e Educação Física. Em 1999, ingressei no serviço público como Técnico em Processamento de Dados da IplanRio – Empresa Municipal de Informática da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Desde 2011, trabalho na Rede Municipal de Educação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro como Professor de Educação Física. Atualmente sou Professor de Tecnologia da Informação da UNESA – Universidade Estácio de Sá. Prestei mais de 25 concursos desde os 15 anos, obtendo sucesso em diversos deles. Realizo concursos públicos para Professor de Educação Física desde o terceiro período da graduação. Após diversas tentativas, desenvolvi familiaridade com os conteúdos, sabendo com relativa precisão, quais os temas mais recorrentes nas avaliações. O site e a apostila são disponibilizações dos meus conhecimentos para aqueles que desejam seus empregos na iniciativa pública. Curriculum Lattes: http://lattes.cnpq.br/6740982179802704 Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com http://lattes.cnpq.br/6740982179802704 ORIENTAÇÕES GERAIS 1) Quando souber de um concurso público, encontre o edital. Não se limite a possuir apenas as informações de fontes secundárias. Confirme data e hora da prova, salário, benefícios, vaga(s), local de trabalho, conteúdos e prova de títulos; 2) Estude pela bibliografia informada. Leia todos os livros e faça seus próprios resumos; 3) Quando não puder ler os livros e/ou criar seus resumos, encontre resumos prontos. Lembre-se que sem dominar a obra resumida, o resultado esperado pode não aparecer; 4) Faça exercícios de provas anteriores. Dê preferência as questões da banca examinadora do concurso desejado;5) Avalie sistematicamente seu desempenho global e específico por disciplina e obra lida/resumida; 6) Conheça a Banca Examinadora; 7) Avalie as questões de provas realizadas pela Banca Examinadora e compare a recorrências dos tipos de questões, autores mais citados e nível de dificuldade; 8) As questões específicas costumam ter mais peso nas provas; 9) Procure estudar em grupo; 10) Resolva as questões com apoio da obra para consulta; 11) Na resolução das questões (especialmente aquelas onde houve erro no momento da resolução), busque a justificativa textual nas obras para respostas; 12) Questões de Conhecimentos Pedagógicos e Específicos vem acompanhados de textos explicativos. Não atribua informações que não foram perguntadas; 13) Não subestime questões sobre legislações específicas da Educação, pois o valor das mesmas são idênticas comparada as demais questões; 14) Compartilhe informações sobre concursos públicos; Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Autores Recorrentes ALVEZ, Rubens. CANDAU, Vera Maria. COLL, César. DAVIS, Claudia. DEL-CAMPO, Eduardo Roberto; OLIVEIRA, Thales Cezar. FONTANA, Roseli; CRUZ, Nazaré. FREIRE, Paulo. GADOTTTI, Moacir. GOMES, Cândido Alberto. HOFFMANN, Jussara. LIBÂNEO, José. LUCKESI, Cipriano. OLIVEIRA, Zilma. PALACIOS, Jesus & Marchesi, Álvaro. PILETTI, Nelson. SAVIANE. Demerval. SACRISTÁN, J.Gimeno. TOSCANO, Moema. ZABALA, Antoni. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com ASPECTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO A filosofia da educação é o campo da filosofia que se ocupa da reflexão sobre os processos educativos, os sistemas educativos, a sistematização de métodos didáticos, entre outros temas relacionados com a pedagogia. O seu escopo principal é a compreensão das relações entre o fenômeno educativo e o funcionamento da sociedade, e vários pensadores dele se ocuparam. Uma das grandes questões da filosofia da educação é a dicotomia entre a educação como transmissão do conhecimento versus a educação crítica, como um incentivo à habilidade questionadora por parte do aluno. Como se conhece e o que significa conhecer também são questões abordadas e problematizadas pela filosofia da educação. Fonte: Wikipédia. PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO: Referenciais O PENSAMENTO PEDAGÓGICO: ORIENTAL • Grego • Romano • Medieval • Renascentista • Moderno O PENSAMENTO PEDAGÓGICO: • Iluminista • Positivista • Socialista • Escola Nova • Fenomenológico-Existencialista O PENSAMENTO PEDAGÓGICO: • Antiautoritário • Crítico • Do Terceiro Mundo PENSAMENTO PEDAGÓGICO GREGO Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com • Sócrates • Platão • Aristóteles PENSAMENTO PEDAGÓGICO ORIENTAL • Lao-Tsé • Talmude PENSAMENTO PEDAGÓGICO ROMANO • Cícero • Quintiliano PENSAMENTO PEDAGÓGICO RENASCENTISTA • Montaigne • Lutero • Os Jesuítas PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO • Comênio • Locke PENSAMENTO PEDAGÓGICO MEDIEVAL • Santo Agostinho • São Tomás De Aquino PENSAMENTO PEDAGÓGICO ILUMINISTA • Rousseau • Pestalozzi • Herbart • A Revolução Francesa PENSAMENTO PEDAGÓGICO POSITIVISTA • Spencer • Durkheim • Whitehead Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com PENSAMENTO PEDAGÓGICO SOCIALISTA • Marx • Lênin • Makarenko • Gramsci PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA • Dewey • Montessori • Claparède • Piaget PENSAMENTO PEDAGÓGICO FENOMENOLÓGICO-EXISTENTISTA • Buber • Korczak • Gusdorf • Pantillon PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTIAUTORITÁRIO • Freinet • Rogers • Lobrot PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO • Bourdieu-Passeron • Baudelot-Establet • Giroux PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO 1ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO AFRICANO • Cabral • Nyerere • Faundez Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com 2ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO LATINOAMERICANO • Francisco Gutiérrez • Rosa Maria Torres • Maria Teresa Nidelcoff • Emilia Ferreiro • Juan Carlos Tedesco PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO 1ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO LIBERAL • Fernando Azevedo • Lourenço Filho • Anísio Teixeira • Roque Spencer Maciel De Barros 2ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO PROGRESSITA • Paschoal Lemme • Álvaro Vieira Pinto • Paulo Freire • Rubem Alves • Maurício Tragtenberg • Dermerval Saviane TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS São correntes de estudo da Educação fortemente influenciadas por correntes políticas desencadeadas pelo fenômeno da modernidade. O gestor de educar é, sobretudo, um ato político e de resistência social. As tendências pedagógicas exprimem a força do ator de educar a luz das concepções de mundo elencadas por grandes pensadores educacionais universais. As tendências pedagógicas mais comuns são as liberais e progressistas. A primeira influenciada pelos pensamentos liberais de Adam Smith e a segunda pelos pensamentos de luta de classes de Karl Marx. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO O pensamento pedagógico brasileiro começa a ter autonomia apenas com o desenvolvimento das teorias da Escola Nova ( esta escola representa o mais vigoroso movimento de renovação da Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com educação depois da criação da escola pública burguesa. A teoria e prática escolanovistas se disseminaram em muitas partes do mundo, fruto certamente de uma renovação geral que valorizava a autoformação e a atividade espontânea da criança. A teoria da Escola Nova propunha que a educação fosse investigadora da mudança social e,ao mesmo tempo, se transformasse porque a sociedade estava em mudança. P.142). Quase até o final do século XIX, nosso pensamento pedagógico reproduzia o pensamento religioso medieval. Foi graças ao pensamento iluminista trazido da Europa por intelectuais e estudantes de formação laica, positivista, liberal, que a teoria da educação brasileira pode dar alguns passos, embora tímidos. Em 1924 foi criada a ABE (Associação Brasileira de Educação) , fruto de um projeto liberal da educação que tinha entre outros componentes, um grande otimismo pedagógico: reconstruir a sociedade através da educação. Reformas importantes, realizadas por intelectuais da década de 20, impulsionaram o debate educacional, superando gradativamente a educação jesuítica tradicional, conservadora ,que dominava o pensamento pedagógico brasileiro desde os primórdios. Em 1720 a metrópole proibiu a imprensa em todo o Brasil, na tentativa de mantê-la isolada de influências externas. O legado dos Jesuítas foi um ensino de caráter verbalista, retórico, livresco, memorístico e repetitivo, que estimulava a competição através de prêmios e castigos, além de apresentarem um caráter discriminatório e preconceituosos, dedicando-se ao ensino das elites coloniais, difundindo nas classes populares a religião da subserviência, da dependência e do paternalismo, características marcantes de nossa cultura ainda hoje. Desta forma reproduziam uma sociedade perversa de analfabetos e sabichões, "doutores". Rui Barbosa (1849-1923) realizou um balanço da educação até o final do Império, o primeiro sobre o ensino secundário e superior e o segundo sobre o ensino primário, apresentados ao Parlamento em 1882/83. Neste documento, ele prega a liberdade de ensino, a laicidade da escola pública e a instrução obrigatória. A reforma sugerida inspirava-se nos sistemas educacionais da Inglaterra, da Alemanha e dos Estados Unidos. O balanço mostrava nosso atraso educacional, a fragmentação do ensino e o descaso pela educação popular, que predominavam até o Império, naquele momento a república prometiam levar a questão educacional a sério, tato que em 1890 os republicanos criaram o Ministério da Instrução juntocom os Correios e Telégrafos. O movimento anarquista contribuiu para as questões educacionais, sendo muito influenciados pelos europeus através de livros, revistas e jornais. O pensamento libertário teve como principal difusora a educadora Maria Lacerda de Moura (1887-1944),combatendo principalmente o analfabetismo. Em Lições de Pedagogia I (1925), Maria Lacerda propôs uma educação que incluísse educação física, educação dos sentidos e o estudo do crescimento físico. Amparando-se em Binet, Claparède e Montessori, firmava que além Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com das noções de cálculo, leitura, língua pátria e história, seria preciso estimular associações e despertar a vida interior da criança para que houvesse auto-educação. Montessori dizia que era preciso declarar guerra ao analfabetismo, mas também à ignorância presumida, ao orgulho tolo, à vaidade vulgar, à pretensão, à ambição, ao egoísmo, à intolerância, ao sectarismo absorvente , aos preconceitos , em suma : guerra à mediocridade, à vulgaridade e à prepotência assegurada pela autoridade do diploma e do bacharelado incompetente. Em 1930, a burguesia urbano-industrial chega ao poder e apresenta um novo projeto educacional, neste momento, a educação, principalmente a educação pública. Em 1932, o Manifesto dos pioneiros da educação nova, assinado por 27 educadores, seria o primeiro grande resultado político doutrinário de 10anos de luta da ABE em favor de um Plano Nacional de Educação. Em 1938 ocorreu a fundação do Instituo Nacional de Estudos Pedagógicos – Inep (concretizando o sonho de Benjamim Constant - Pedagogium -1890). Em 1944 o Inep inicia a publicação da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Em 1948, o ministro Clemente Mariani enviou ao Congresso um projeto de lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que só seria sancionado depois de muitas disputas e alterações, em 1961, constituindo-se na primeira lei geral da educação brasileira em vigor até a Constituição de 1988. Após o golpe de 1964, surgem dois movimentos, um voltado para a educação popular e outro para a educação pública, o primeiro na chamada educação informal e na educação de jovens e adultos (teve seu ponto alto em 1958- II Congresso Nacional de Educação de Adultos e em 1964- Campanha Nacional de Educação de Adultos dirigida por Paulo freire defendendo uma concepção libertadora da educação) e o segundo na educação escolar formal ( teve um momento importante com os debates em torno da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). A contribuição maior de Paulo freire deu-se no campo da alfabetização de jovens e adultos mas sua teoria pedagógica envolve muitos outros aspectos, como a pesquisa participante e os métodos de ensinar. Seu método de formação da consciência crítica passa por três etapas: investigação, tematização e problematização. O objetivo final do método é a conscientização. Sua pedagogia é uma pedagogia para a libertação na qual o educador tem um papel diretivo importante, mas não é bancário, é problematizador, é ao mesmo tempo educando e educador, é coerente com a sua prática, é pacientemente impaciente, mas pode também se indignar e gritar diante da injustiça. Paulo freire situa-se entre os pedagogos humanistas e críticos que deram uma contribuição decisiva á concepção dialética da educação. Não se cansa de repetir que a história é possibilidade e o problema que se coloca ao educador e a todos os homens é saber o que fazer com ela. Na defesa da escola pública popular destacam-se os sociólogos Florestan Fernandes (1920) e Luiz Pereira, entre outros. Florestan histórico defensor da escola pública bateu-se na década de 50 e início da década de 60 Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com contra os conservadores que queriam imprimir a LDB um cunho privatista. São suas obras: Educação e sociedade no Brasil (1966), A universidade: reforma ou revolução?(1969) e O desafio educacional (1989). Para Luiz Pereira (1933-1985) a solução dos problemas enfrentados dentro da escola depende da solução dos problemas externos a ela, que envolvem aspectos econômicos e sociais. Ele criticou a maioria dos pedagogos que desconsideravam esses aspectos extraclasses e que acreditavam que a escola por si só, transformaria a sociedade. É autor de A escola numa área metropolitana e Anotações sobre capitalismo. A concepção democrática no Brasil e na América Latina vem recebendo, a contribuição expressiva de Pedro Demo, Beno Sander e Walter Garcia. Rubem Alves, também é considerava educador de grande influencia sobre educadores brasileiros, refletindo sobre a alegria, sobre a necessidade do educador se descobrir como um ser amoroso, vivo, criativo. As categorias principais de sua teoria pedagógica são o prazer, a fala, o corpo, a linguagem, o despertar e o agir. Quanto à concepção fenomenológica, temos: Antonio Muniz de Rezende (1928)- Entre outras obras escreveu-Concepção fenomenológica da educação (1990), para ele educação é essencialmente fenômenos e discurso. Descreve fenômeno (mostrar-se, aparecer, desvelar-se) colocando que a educação é m processo permanente de aperfeiçoamento humano. Esta concepção valoriza a categoria do discurso na educação, pois é através dele que a educação se mostra falsa ou verdadeira. Marilena Chauí aparece como crítica da escola capitalista no Brasil, entre outros autores. Há destaque para dois autores; Darcy ribeiro- Criou a Universidade de Brasília em 1961 tendo desenvolvido entre 82 e 86 o projeto dos CIEPs (CentroIntegrado de Educação Pública) no estado do Rio de Janeiro . Em seu livro Nossa escola é uma calamidade (1984), analisaram o ensino público brasileiro e, em particular, a s escolas do Rio de Janeiro. Ao nível de teoria educacional, destacou-se nesse período também o professor de filosofia da educação Demerval Saviani que orientou e formou em cursos de pós-graduação um grupo de quadros que, embora com orientações diversificadas, conservou muito bem do seu pensamento, entre eles José Carlos Libâneo, entre outros. No início da década de 90, o discurso pedagógico foi enriquecido pela discussão da educação como cultura. O autor coloca que o pensamento pedagógico brasileiro tem sido definido por duas tendências gerais: a liberal (educadores defendem a, liberdade de ensino, de pensamento e de pesquisa, os métodos novos baseados na natureza da criança) e a progressista (educadores e teóricos Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com defendem o envolvimento da escola na formação de um cidadão crítico e participante da mudança social. Fonte: WebArtigos Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos sociais do ensino e da aprendizagem. Tanto os processos institucionais e organizacionais nos quais a sociedade se baseia para prover educação a seus integrantes, como as relações sociais que marcam o desenvolvimento dos indivíduos neste processo são analisados por esta disciplina. A Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e estudiosos compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez, é também resultante da educação. Também oportuniza compreender e caracterizar a inter-relação ser humano/sociedade/educação à luz de diferentes teorias sociológicas. O estudo de sociedade nos oferece diferentes ferramentas importantes nesta análise. O conhecimento de como diferentes culturas se reproduzem e educam seus indivíduos permite uma aproximação dos processos estruturais que compõem a educação de uma forma mais ampla. A sociologia da educação éa extensão da sociologia que estuda a realidade sócio- educacional. A educação na sociologia clássica Como vertente da Sociologia que estuda a realidade sócio-educacional e os processos educacionais de socialização, ela tem como fundadores Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Émile Durkheim é o primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como Educação e Sociologia, A Evolução Pedagógica na França e Educação Moral. Segundo Durkheim, a sociologia da educação serviria para os futuros professores para uma nova moral laica e racionalista, sem influência religiosa. Ele lançou as bases da teoria da socialização, processo pelo qual, passando pela família, escola e outras agências sociais, o indivíduo torna-se um ser social. A socialização é um processo que ocorre por toda a vida do indivíduo mas é claro que na escola ela ocorre de forma sistemática e organizada. Nesse sentido a sociologia da educação é mais ampla do que o estudo da escola (sociologia do ensino) na medida em que está faz parte de um dos momentos da aprendizagem social e cultural. A sociologia da educação distingue, pois, entre a socialização primária e secundária. Seguindo essa visão, Talcott Parsons defendeu que através do processo de socialização o indivíduo aprende a desempenhar determinados papéis sociais e que o processo de aprendizado correspondia a formação de uma determinada personalidade. Através da educação o indivíduo internaliza as normas sociais e forma uma determinada identidade social. Tanto Durkheim quanto Parsons tentam Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com mostrar como a educação é um processo que molda os seres sociais e é necessária para a a reprodução da vida social: ela é uma necessidade funcional. A escola é considerada uma instituição social responsável pela educação formal e representa um desdobramento da família (educação informal). O sistema escolar nasce da complexificação da sociedade e é resultado da divisão do trabalho, ou seja, é um desdobramento da diferenciação e da especialização social. Já na interpretação marxista o processo de aprendizagem e a escola situam-se na infra-estrutura da sociedade e é nela que são produzidas as ideias ou ideologias correspondentes aos distintos modos de produção. Na realidade atual a escola serve às necessidades do capitalismo. Seguindo, portanto, as teses de Karl Marx e Friedrich Engels, os estudiosos marxistas analisam a escola como o lugar na qual são gestadas as visões que legitimam sistemas de exploração, alienação e dominação. É o caso de Louis Althusser com sua tese de que a escola é um aparelho ideológico do Estado. Outros teóricos ligados ao marxismo, como Antonio Gramsci, por sua vez, preferem entender a escola como o lugar em que pode ser produzida uma contra-ideologia ou uma nova hegemonia. Nesse caso destaca-se o papel transformador e emancipador do processo escolar. No interior da corrente marxista, portanto, existe um debate sobre o papel reprodutor ou transformador da escola: a escola serve à ideologia ou ao pensamento crítico? A teoria marxista tem enorme influência no Brasil e é adotada por diversos nomes do pensamento pedagógico como é o caso de Paulo Freire. Outra vertente da sociologia da educação retoma as ideias de Max Weber e sua teoria a racionalização social e do desencantamento do mundo. Com base em sua sociologia da dominação (burocrática, tradicional e carismática) esse pensador identificou três tipos ideais ou puros (modelos abstratos)segundo os quais ocorre o aprendizado. A pedagogia carismática visa despertar as qualidades do indivíduo, a pedagogia tradicional o cultivo das qualidades morais e intelectuais e a pedagogia burocrática a formação técnica (treinamento). Max Weber foi um grande defensor da liberdade de pensamento no ensino superior mas defendeu que o educador não deve utilizar a sala de aula como tribuna para divulgar suas convicções. No plano da ciência Weber defendia a neutralidade axiológica: o papel do professor é estimular a autonomia intelectual do educando e não impor suas próprias ideais. Weber fez análises detalhadas sobre a educação ministrada pelos mandarins na China imperial (exemplo de pedagogia tradicional) e estudou a correlação entre educação e grupos religiosos (protestantes e católicos) na Alemanha no primeiro capítulo de seu estudo intitulado A ética protestante e o espírito do capitalismo. Na linha weberiana outro importante pensador dos processos educacionais é Karl Mannheim que definiu a educação como um tipo de técnica social: Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Assim, a educação apenas será corretamente compreendida se a consideramos como uma das técnicas que influenciam o comportamento humano e como um meio de controle social. A menor mudança nessas técnicas e controles mais gerais reflete-se na educação em sentido restrito - ou seja, a processada no interior da escola. A educação na sociologia contemporânea Nos anos 60 e 70 a sociologia da educação recebeu um enorme impulso com as pesquisas de Pierre Bourdieu que buscou analisar a relação entre escola e reprodução social: ele escreveu "Os estudantes e o ensino" em 1968 e " A reprodução" em 1970, este junto com Jean-Claude Passeron. Ele também analisou o sistema universitário em "Homo academicus" (1984). Esse autor demonstrou como o processo de socialização imprime nos alunos um habitus primário que tende a se reproduzir em suas práticas sociais. Na Escola as camadas de baixa renda acabam se defrontando com um habitus diferente, o que acaba desestimulando e dificultando o aprendizado. Em outros termos, na escola o educando encontra um capital cultural diferente daquele herdado na família. Ao mostrar os mecanismos sócio-culturais da exclusão social a teoria de Pierre Bourdieu recebeu a denominação de crítico-reprodutivista. O tema das desigualdades escolares aparece também na obra de Roger Establet e Bernard Lahire. Algumas linhas de pensamento dedicaram-se também a entender os processos de socialização em uma perspectiva microssociológica, ou seja, a partir do cotidiano dos indivíduos e de suas ações sociais: no centro dessa abordagem estão as interações sociais e o estudo dos grupos sociais, seja o meio familiar, seja o meio escolar, grupos de amigos, etc.. Um dos principais representantes desse tipo de análise é George Herbert Mead. Em Mind, Self, and Society (1932) ele estuda os processos de formação da subjetividade (Self) a partir da capacidade dos indivíduos de se representarem no lugar do outro (Outro generalizado) em atividades como jogos e recreações infantis. Embora seu estudo seja adotado também pela psicologia social, a análise das relações entre mente e sociedade também faz parte dos estudos sociológicos. Nos Estados Unidos é especialmente importante a pesquisa de James S. Coleman e na Inglaterra um dos principais nomes é Basil Bernstein. Michael Apple e Henry Giroux são alguns autores que propõem uma análise crítica dos currículos escolares. Também as pesquisas de Michel Foucault e sua análise da microfísica do poder e da biopolítica tem uma enorme importância na pesquisa social em educação.A pesquisa sobre gênero e os temas do racismo e da desigualdade social são também fundamentais nessa área de estudos. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Sociologia da educação no Brasil No Brasil, um dos pioneiros na Sociologia da Educação foi Fernando Azevedo, signatário do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova em 1932, responsável pela Reforma do Ensino no então Distrito Federal (1927). Foi ainda um dos intelectuais responsáveis pela fundação da Universidade de São Paulo - USP em 1934. A disciplina também recebeu importantescontribuições de Florestan Fernandes. Atualmente existem grupos organizados de pesquisadores em sociologia da educação em entidades científicas como a ANPOCS e a SBS (Sociedade Brasileira de Sociologia). Nessas entidades são formados grupos de trabalho que estudam a realidade social da educação no Brasil. Atualmente alguns dos principais estudiosos são Carlos Benedito Martins (Universidade de Brasília) e Clarissa Baeta Neves (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). A Associação Internacional de Sociologia possui o Comitê de Pesquisas em Sociologia de Educação desde 1971. a sociologia é conhecida por vários meios,por exemplo os pesquisadores da pagina de ambos os lados já veem falando sobre a logica da sociologia, porem a sociologia se torna cada vez mais bem impressionada. CULTURA E ORGANIZAÇÃO SOCIAL Uma organização social ou instituição social é qualquer estrutura ou mecanismo de ordem social que governa o comportamento de um conjunto de indivíduos dentro de uma dada comunidade, podendo ser humana ou de um animal específico. Instituições são identificadas com um propósito social, transcendendo indivíduos e intenções através da mediação de regras que governam o comportamento vivo. É o conjunto de relações entre membros de um grupo, entre grupos ou entre pessoas e grupos. Uma sociedade não tem condições de sobreviver se não apresentar uma certa organização e relacionamento entre seus membros. Para que exista sociedade são necessárias interações conscientes entre os indivíduos que a formam. Sem organização, o homem não conseguirá, de maneira ideal, alimentação, vestimenta, moradia, enfim, realizar com plenitude todas as suas potencialidades. Até os grupos sociais se organizam e mantêm relações recíprocas, como entre famílias, entre escolas, entre fábricas, etc. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Um aspecto cultural marcante dos povos é a organização social, que compreende os papéis exercidos pelos indivíduos na sociedade e as ações decorrentes do desempenho desses papéis. Numa escola, por exemplo, o diretor orienta o trabalho de todos os funcionários, solicita melhorias para o prédio e suas instalações, participa de reuniões na delegacia de ensino para acompanhar as determinações da Secretaria de Educação; os inspetores cuidam da disciplina; os professores lecionam; os faxineiros cuidam da limpeza; os alunos participam das aulas etc. A organização social engloba os diversos campos de atuação humana: econômico(atividades produtivas, comércio, serviços; político (governo); religioso (líderes espirituais e fiéis). Na organização social, são importantes as relações de poder que se estabelecem entre os indivíduos que a compõem. Mas o que é poder? Poder, no sentido social da palavra, significa capacidade de agir, de produzir resultados que foram predeterminados. Assim,por exemplo, temos poder para elaborar uma redação ou para resolver uma equação de matemática, desde que disponhamos dos meios para isso: conhecimento do assunto, caneta, lápis, papel ou microcomputador. As relações de poder na sociedade, o poder manifesta-se em diversos grupos sociais ou em diversas esferas da vida em sociedade. Há relações de poder na família, num clube, numa empresa, nas religiões, nos sindicatos de trabalhadores etc. Novamente no exemplo da escola, o diretor tem poder para determinar uma alteração nos procedimentos de limpeza executados pelos funcionários da faxina, ou para convocar reuniões com os professores. Mas esse poder do diretor em relação aos funcionários é exercido apenas na escola, enquanto estão desempenhando suas atividades no horário de trabalho. Em uma empresa, o chefe de um setor tem poder para distribuir serviços entre os seus funcionários subordinados. DESIGUALDADES SOCIAIS A desigualdade social refere-se a processos relacionais na sociedade que têm o efeito de limitar ou prejudicar o status de um determinado grupo, classe ou círculo social. As áreas de desigualdade Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com social incluem o acesso aos direitos de voto, a liberdade de expressão e de reunião, a extensão dos direitos de propriedade e de acesso à educação, saúde, moradia de qualidade, viajar, ter transporte, férias e outros bens e serviços sociais. Além de que também pode ser visto na qualidade da vida familiar e da vizinhança, ocupação, satisfação no trabalho e acesso ao crédito. Se estas divisões econômicas endurecem, elas podem levar a desigualdade social.[2] Formas de Desigualdade Social Desigualdade de gênero Segundo Ragadas, um dos fatores centrais na construção das desigualdades tem sido a discriminação de gêneros. A discriminação sexual é estruturada nas distinções sociais e culturais entre homens e mulheres que convertem as diferenças sexuais biológicas em hierarquias de poder, status e renda. Também pode ser definido como a divisão de tarefas, posto de trabalho e profissões com base no feminino e masculino, essa prática, que era comum na sociedade começou a ser questionada apenas recentemente. As consequências dessa desigualdade é que as mulheres ganham menos que os homens, ou homens a menos do que as mulheres (fazendo o mesmo trabalho, com o mesmo grau de ensino e mesmos horários). A sociedade salarial não é uma sociedade de igualdade, há uma grande diferença entre o rendimento gerado pelo homem em comparação à mulher e até mesmo o acesso aos bens sociais, por exemplo, acesso à educação e cultura. A ênfase na desigualdade de gênero nasce do aprofundamento da divisão em papéis atribuídos a homens e mulheres, particularmente nas esferas econômica, política e educacional. As mulheres estão sub- representadas em atividades políticas e tomada de decisão na maioria dos estados. Desigualdade racial A desigualdade racial é o resultado de distinções sociais hierárquicas entre grupos étnicos dentro de uma sociedade e, muitas vezes estabelecida com base em características como a cor da pele e outras características físicas ou origem e cultura de um indivíduo. O tratamento desigual e de oportunidades entre os grupos raciais é geralmente o resultado de alguns grupos étnicos, considerados superior a outros. Esta desigualdade pode se manifestar por meio de práticas de contratação discriminatórias em locais de trabalho, em alguns casos, os empregadores têm demonstrado preferir a contratação de funcionários em potencial com base na percepção étnica dado o nome de um candidato - mesmo que todos tenham currículos apresentando qualificações idênticas. Parte desses tipos de práticas discriminatórias resultam de estereótipos, que é quando as pessoas fazem suposições sobre as tendências e características de determinados grupos sociais, muitas vezes incluindo grupos étnicos, normalmente enraizadas em suposições sobre a biologia, Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com capacidades cognitivas, ou mesmo falhas morais inerentes. Estas atribuições negativas são então divulgados através da sociedade através de diferentes meios, incluindo a televisão, jornais e internet, os quais desempenham papel na promoção de preconceitos de raça e assim marginalizando grupos de pessoas. Isto, juntamente com a xenofobia e outras formas de discriminação continuam a ocorrer nas sociedades com o aumento da globalização. Desigualdade de casta O sistema de castas é um tipo de desigualdade que existe principalmente na Índia, bem como Nepal, Bangladesh, Paquistão, Japão e Coreia. A casta pode ser dependente de uma ocupação (função) ou com base na origem ou nascimento (hereditariedade). Muitas vezes há uma série de restrições atribuídas às pessoa de castasmais baixas, tais como restrições à partilha de comida e bebida com membros de outras castas, restrições de ir a determinados lugares, a execução de endogamia, bem como a utilização de vestimentas e hábitos alimentares definidos. Estas restrições podem ser aplicadas através de violência física ou exploração. As castas mais baixas são mais propensas a viver em bairros degradados e têm empregos de baixo status e renda. Desigualdade etária Discriminação etária é definido como o tratamento injusto de pessoas no que diz respeito a promoções, recrutamento, recursos ou privilégios por causa de sua idade. É também conhecido como preconceito de idade os estereótipos e a discriminação contra indivíduos ou grupos com base em sua idade. É ainda um conjunto de crenças, atitudes, normas e valores utilizados para justificar preconceito baseado na idade, discriminação e subordinação. Uma forma de preconceito de idade é "adultismo", que é a discriminação contra crianças e pessoas com idade legal inferior a idade adulta. Desigualdade de classes A medida da desigualdade entre as classes sociais depende da definição utilizada. Para Karl Marx, existia duas grandes classes sociais, com desigualdades significativas: a classe trabalhadora (o proletariado) e os capitalistas (a burguesia). Esta simples divisão representa os interesses sociais opostos de seus membros, o ganho de capital para os capitalistas e a sobrevivência para os trabalhadores, criando as desigualdades e o conflito social a quem Marx associa a opressão e a exploração. Max Weber, por outro lado, usa as classes sociais como uma ferramenta de estratificação com base na riqueza e status. Para ele, a classe social está fortemente associada a prestígios e privilégios. Ela pode explicar a reprodução social, a tendência das classes de permanecer estável ao longo de gerações mantendo as desigualdades igualmente. Tais desigualdades incluem as diferenças de renda, de riqueza, de acesso à educação, níveis de pensão, Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com status social e rede de segurança sócio-econômica. Em geral, a classe social pode ser definida como uma grande categoria de pessoas classificadas similarmente localizadas em uma hierarquia e distinguidas de outras grandes categorias na hierarquia por características como ocupação, escolaridade, renda e riqueza. Um comum entendimento das classes sociais hoje inclui a classe alta, a classe média e a classe baixa. Os membros de diferentes classes tem variado acesso a recursos de capital, o que afeta sua colocação no sistema de estratificação social. Desigualdade na saúde As desigualdades na saúde podem ser definidas como as diferenças no estado de saúde ou na distribuição dos determinantes da saúde entre diferentes grupos populacionais. As desigualdades na saúde são, em muitos casos relacionadas com o acesso aos cuidados de saúde. Em nações industrializadas, as desigualdades na saúde são mais prevalentes em países que não implementaram um sistema de saúde universal, por exemplo nos Estados Unidos; porque o sistema de saúde norte- americano é fortemente privatizado, o acesso aos cuidados de saúde é dependente de um capital econômico, os cuidados de saúde não é um direito, é um produto que pode ser comprado através de empresas de seguros privados (ou que às vezes é fornecido através de um empregador). A forma como os cuidados de saúde está organizado em os EUA contribui para as desigualdades em saúde com base em gênero, status socioeconômico e raça/etnia. Desigualdade social na visão de Karl Marx Várias teorias apareceram no século XIX criticando as explicações sobre desigualdade, entre elas, a de Karl Marx, que desenvolveu um teoria sobre a noção de liberdade e igualdade do pensamento liberal. Essa liberdade baseava-se na liberdade de comprar e vender, e conseguir, de fato, uma certa independência financeira. Outra muito criticada também, foi a igualdade jurídica, que baseava-se nas necessidades do capitalismo de apresentar todas as relações como fundadas em normas jurídicas.Como a relação patrão e empregado tinha que ser feita sobre os princípios do direito, e outras tantas relações também. Para Marx, as desigualdades sociais são resolvidas quando se busca pelo interesses da grande maioria e não apenas de alguns. A explicação básica de desigualdade social para esse teorista, é aquela velha frase feita: "A maioria tem voz e faz valer o seus interesses, a minoria, os "oprimidos" têm que concordar". Marx criticava o liberalismo porque eram só expressos os interesses de uma parte da sociedade e não da maioria, como tinha que ser. Segundo o próprio Marx, a sociedade é um conjunto de atividades dos homens, ou ações humanas, e essas ações que tornam a sociedade possível. Essas ações ajudam a organização social, e mostra que o homem pode se relacionar um com os outros. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Assim, Marx considera as desigualdades sociais como produto de um conjunto de relações na propriedade como um fato jurídico, e também político. O poder de dominação é que da origem a essas desigualdades. As desigualdades se originam dessa relação contraditória, refletem na apropriação e dominação, dando origem a um sistema social, neste sistema uma classes produz e a outra domina tudo, onde esta última domina a primeira dando origem as classes operárias e burguesas. As desigualadas são fruto das relações, sociais, políticas e culturais, mostrando que as desigualdades não são apenas econômicas mas também culturais, participar de uma classe significa que você está em plena atividade social, seja na escola, seja em casa com a família ou em qualquer outro lugar, e estas atividades ajudam-lhe a ter um melhor pensamento sobre si mesmo e seus companheiros. RELAÇAO EDUCAÇÃO, ESCOLA E FAMÍLIA As transformações da família É preciso ter em mente que a família é uma instituição estática, isto é permanente, mas sujeita a transformações e adaptações socioculturais. A família sempre existirá, mas sob diferentes formas em determinados contextos históricos. “A mudança global é normalmente vista como a resultante das simples mudanças nas instituições, bem como nos aspectos particulares e minuciosos da vida social. De fato, a mudança geral, por si só, não existiria como realidade significativa se não fosse à síntese que deriva das simples realidades que mudam”. Segundo Locke um dos primeiros contratos estabelecidos entre os indivíduos foi entre o homem e a mulher e sucessivamente entre pais e filhos; assim a família é considerada o primeiro grupo humano organizado que se estabeleceu como base para a sociedade. Daí a importância que as mudanças ocorridas em seu seio têm para as demais instituições sociais. Fazendo uma pequena cronologia nos anos 20: “Pensadores da Escola de Chicago tratando a família como lócus de interação, salientando a importância da urbanização e da entrada da mulher no mercado de trabalho como fatores que contribuíram para a redução da família extensa”. Nos anos 40 começa-se a notar uma redução no número de casamentos, o que provavelmente Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com ocorreu pelo encolhimento da família ocorrido nos anos 20. Já nas décadas de 60 e 70, diante do autoritarismo imposto pela época da Ditadura Militar brasileira, a família também modificou suas relações, além do advento dos movimentos de contracultura, hippie e o feminismo. Na tentativa de se construir uma família aberta, com diálogo e compreensão, muitas vezes foi deixado de lado à necessidade de estabelecer limites na educação dos filhos, esse debate é novamente colocado em discussãoe se busca um equilíbrio. Segundo Maria Eunice1, o lema mais conhecido de 1968 foi “É proibido proibir”, porém muitas vezes o que era entendido dessa frase era “É permitido permitir”, por isso a questão do educar ficou difícil de ser medida, afinal, a partir de que momento educar não é proibir? Esse debate persiste. Atualmente temos em escolas os filhos desses jovens da década de 60 e 70, e nos deparamos com muitas crianças e adolescentes que desconhecem seus limites. A função de pais ficou confundida com a questão do amigo e a família não percebeu ser, normalmente, a base de apoio para o jovem que necessita de um “porto seguro”. Veja bem, não estamos colocando de que modo deve ser uma família, mas independente do modo como ela é, ela sempre é importante. As Transformações na Escola A família se transformou e com ela muita de suas instituições. Para tratar desse assunto pegaremos o exemplo da relação da mulher com a sala de aula: se antes a mulher era educada para ser uma boa esposa, dona de casa e mãe, hoje ela luta de igual para igual no mercado de trabalho. Como a escola lidou com tamanha transformação? Primeiramente é preciso contextualizar como a educação era tratada antes da entrada maciça da mulher no mercado de trabalho. No século XIX era corrente a distinção entre educação dos meninos e das meninas: “para os meninos, noções de geometria; para as meninas, bordado e costura”. 1 Nesse período era unânime a concepção de que as mulheres deveriam receber uma educação voltada para o lar e para a família e que a sua principal função na família era de guia espiritual e moral dos filhos. Essa concepção foi mudando com o decorrer dos tempos e um dos fatores que corroboraram para isto foram os processos de urbanização e de industrialização que acabaram por ampliar as oportunidades de trabalho, tanto para homens quanto para as mulheres. Dentro desse contexto de transformações econômicas, foi encontrada pelas mulheres a “brecha” necessária para que elas tivessem uma educação além do lar, uma educação que também fosse voltada para o mercado de Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com trabalho. Análise de caso Ao realizarmos uma pesquisa com 48 alunos de sétima série de uma Escola Pública, de idades entre 13 e 16 anos, podemos verificar algumas dificuldades encontradas pelos adolescentes. Muitos deles não sabem realmente o que desejam fazer daqui dez anos, outros possuem sonhos comuns à faixa etária, como ser jogador de futebol, ou seguir a carreira das artes cênicas. Entretanto muitos deles expressaram o desejo de realizar uma faculdade, e se tornar médico, arquiteto, administrador, enfim várias profissões. Isso é muito interessante pelo fato de serem adolescentes de classes diferentes entre si, alguns pais são garçons, empregados domésticos, segurança, outros, arquitetos, advogados, empresários, ou seja, um grupo proveniente de diferentes classes sociais reunidos em um mesmo ambiente de aprendizado. Quando questionados sobre as profissões de seus pais e com quem moravam, ficou-nos claro que quase metade do grupo possui pais separados, 03 disseram não terem conhecido seu pai, uma menina escreveu algo que nos deixou impressionados e chateados, ela escreveu: “Não tenho pai.”, infelizmente ela é apenas um retrato comum de muitas crianças e jovens. Todos temos pais, eles estando ou não perto de nós, e a frase dessa menina nos passou a idéia de tristeza, pareceu-nos que sua vontade era expressar certa indignação diante do fato. Enfim, ao vermos um retrato da sociedade atual notamos as diferentes formas de família que nos deparamos numa sala de aula. Além disso, a maioria dos pais não possui relativamente tempo para passar com seus filhos e isso é compensado, dependendo do caso, é claro, com presentes e outras formas de demonstração de carinho que naquele momento lhes parece ser a melhor opção. Educação, escola, família e uma nova pedagogia Educar e aprender dá-se hoje em um processo conjunto e diferenciado das ações rigorosamente disciplinadoras notadas nas escolas do período de “modernização” pedagógica. A racionalização dos espaços e das práticas entre educador e educando desta época foi de forte poder homogeneizador numa relação vertical, muitas vezes impedindo as formulações mais críticas e o diálogo do conhecimento. Reivindicações em busca de mudar essa lógica foram contemporaneamente expressadas com o Manifesto dos Pioneiros (1932), o qual procurava trazer para a ação pedagógica e para os projetos educacionais um modo novo, mais amplo de ver a sociedade, não em primazia do Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com exclusivismo para algumas classes mais abastadas. Observa Paulo Freire que a "cultura" não é imóvel1 e tem modificado-se cada vez mais rapidamente em espaço menor de tempo. Encurtando este último, mas distanciando as diferentes gerações. O que seria um dos sintomas do famigerado “progresso”. Tal fato dificultaria a comunicação e a educação com contato maior entre pais e filhos; evidentemente, um com experiências muito diversas do outro. A discussão pode expandir-se para a sala de aula, quando é freqüente a reclamação de que dar aula torna-se difícil para o professor porque o aluno, uma criança ou um pré-adolescente, considera muito mais interessante a internet, o video game ou mesmo a televisão. Esse último recurso de comunicação capaz de uma "força alienante" na sua veiculação "de forma sutil" das ideologias interessantes aos próprios comunicadores. A crítica se faz difícil em situações deste tipo, um aparelho tão comum e, aparentemente, tão inofensivo como uma televisão não gera no senso comum reação ou análise dotada de crítica no sentido social/pedagógico do objeto, o qual não é um meio neutro. As massas não buscam na televisão o que o pedagogo enxerga. As condições de atuação da escola e da família nesse processo formador agem em interdepedência (Jacintho Setton, 2002)2, dinâmica e via de interação, sendo difícil descolar uma realidade da outra. A família agiria como o princípio da formação da identidade social; a escola, na formação mais específica (o que também não excluí a influência da prática social escolar). O caso é que nesta quase indissociável questão, as relações se diferenciaram, e principalmente diversificaram-se. Da complexidade presente na escola e nas formas de família existentes hoje em atingir estas muitas realidades podem surgir casos mais problemáticos ou uma maior variação, no sentido benéfico, da prática educacional. A crítica e a curiosidade surgida dos alunos seriam uma boa expressão da atuação deste último “efeito”, buscando melhoras nas formações. O que se aborda atualmente é uma maior liberdade por parte do aluno para que se estabeleça uma relação mais horizontal do que as notadas em outras épocas. Os ímpetos de contestação e crítica postos nas últimas décadas contra um moralismo hipócrita geraram essa maior liberalização, talvez força de melhor diálogo entre aqueles que deveriam anteriormente dar o exemplo para que fossem refletidos na geração seguinte. Desprendendo do sentido de repetição dos valores, vê-se aí um choque ou uma cooperação de conhecimentos díspares entre pais/professores e filhos/alunos. A sugestão de uma possibilidade de autonomia no fazer e pensar dos mais novos transforma essa relação daqueles sabres diferenciados em formas de questionamento que podem atacar a autoridade. Igualdade mais significativa pode ser positiva no diálogo já comentado anteriormente, mas existe Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com também a possibilidade de cair em uma ridicularização das figuras paternas3, uma queda da autoridade, em embate que não busca somente o fim do autoritarismo. Teorizando sobre essa diferençade autoridade e autoritarismo e liberdade e licenciosidade, Paulo Freire também aponta que essas concepções devem ser pautadas pela base do respeito. Os conceitos de autoritarismo e licenciosidade devem assim ser negados, mas não se deve tomar os de autoridade e liberdade como dispensáveis: o professor autoritário restringe a curiosidade necessária para o aprendizado, enquanto o licencioso acaba com as possibilidades de radicalidade. A Importância da Integração Escola-Família no Processo Pedagógico A relevância conferida à família tanto pela constituição no seu Cap. VII – Da família, da criança, do adolescente e do ancião em seus artigos 226, 227 e 228, como pelo Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Cap. III – Do direito à convivência familiar e comunitária nos estimulam a empreender uma incursão de caráter teórico-conceitual sobre as leis existentes que referendam a questão familiar e sua relação com as práticas de políticas sociais desde o ponto de vista educacional. Ao examinar-se a realidade, notamos que as práticas postuladas nos documentos se constituem em vias de acesso que as escolas possuem para implementar processos de integração e participação familiar que podem e devem ser organizados e executados pela escola. Geralmente a iniciação das pessoas na cultura, nos valores e nas normas da sociedade começam na família. Para que o desenvolvimento da personalidade das crianças seja harmonioso é necessário que seu ambiente familiar traduza uma atmosfera de crescente progressão educativa. EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NO BRASIL Educação Popular A Educação Popular é um método de educação que valoriza os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes. Está implicada com o desenvolvimento de um olhar crítico, que facilita o desenvolvimento da comunidade que o educando está inserido ,pois estimula o diálogo e participação comunitária, possibilitando uma melhor leitura de realidade social ,política e econômica. Não é “Educação Informal” porque visa a formação de sujeitos com conhecimento e consciência cidadã e a organização do trabalho político para afirmação do sujeito. É uma estratégia de construção da participação popular para o redirecionamento da vida social. A Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com principal característica da Educação Popular é utilizar o saber da comunidade como matéria prima para o ensino , valorizando todos os sujeitos sociais nesse processo, tornando esse espaço de educação um lugar de afetos alegres e amorosidade. É aprender a partir do conhecimento do sujeito e ensinar a partir de palavras e temas geradores do cotidiano dele, reconhecendo a importância do saber popular e o saber científico. A Educação é vista como ato de conhecimento e transformação social, tendo um certo cunho político. O resultado desse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse. A educação popular pode ser aplicada em qualquer contexto, mas as aplicações mais comuns ocorrem em assentamentos rurais, em instituições sócio-educativas, em aldeias indígenas e no ensino de jovens e adultos, processos educativos no SUS. Conceito Antes de falarmos sobre Educação Popular, precisamos definir o termo “popular”. A concepção mais comum que se observa, inclusive nos dicionários, é de “popular” como sendo algo do povo, para o povo, que atende às necessidades do povo. Usaremos a concepção de Paulo Freire, entendendo uma comunidade especifica do âmbito “popular” que por assim dizer será chamada de oprimido, aquele que vive sem as condições elementares para o exercício de sua cidadania e que está fora da posse e uso dos bens materiais produzidos pelo sistema econômico atual. Assim, podemos definir a Educação Popular como uma teoria de conhecimento referenciada na realidade, com metodologias incentivadoras à participação e ao empoderamento das pessoas permeado por uma base política estimuladora de transformações sociais e orientado por anseios humanos de liberdade, justiça, igualdade e felicidade. Segundo Brandão (1986), os educadores pensam a educação em domínios restritos: a universidade, o ensino fundamental, o ensino médio, a alfabetização, a educação de jovens e adultos. Muitas vezes a educação acaba por tomar domínios restritos, determinados socialmente, quando deveriam atender às necessidades do contexto, do cotidiano do aluno, enfim, da culturado educando. Para pensar em Educação Popular, é necessário, portanto, repensar a educação. A educação, quando se fala no panorama social, é a condição da permanente recriação da própria cultura sendo, por isso, a razão da dominação da cultura entre outros. Já no panorama individual, a educação é a condição de criação do indivíduo, é a relação de saber das trocas entre pessoas. Ainda segundo Brandão, aprender é formar-se pessoa a partir do organismo, realizando a passagem da natureza à cultura. Para ele, houve primeiro um saber de todos que se tornou sábio e erudito e que, por oposição, estabelece como popular o saber do consenso onde se originou, tratando o erudito como a forma própria, centralizada e associada a especialistas da educação enquanto vê o popular como o Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com conhecimento difuso, interior da vida subalterna. Um saber da comunidade torna-se o saber das frações (classes, grupos, povos, tribos) subalternas da sociedade desigual. Em um primeiro longínquo sentido, as formas – imersas ou não em outras práticas sociais, através das quais o saber das classes populares ou das comunidades sem classes é transferido entre grupos ou pessoas, são a sua educação popular. (BRANDÃO, 1986, p. 26) Essa grande separação entre o conhecimento dito erudito e o dito popular leva à marginalização dos oprimidos, das classes subalternas da sociedade desigual. É para contrariar isso que surge a Educação Popular. A Educação Popular é uma educação comprometida e participativa orientada pela perspectiva de realização de todos os direitos do povo. Sua principal característica é utilizar o saber da comunidade como matéria prima para o ensino. É aprender a partir do conhecimento do sujeito e ensinar a partir de palavras e temas geradores do cotidiano dele. O processo-ensino-aprendizagem é visto como ato de conhecimento e transformação social, sendo pautada na perspectiva política. É diferente da Educação Tradicional porque não é uma educação imposta, já que se baseia no saber da comunidade e incentiva o diálogo; e é diferente de uma Educação Informal porque possui uma relação horizontal entre educador e educando. A Educação Popular visa a formação de sujeitos com conhecimento e consciência cidadã e a organização do trabalho político para afirmação do sujeito. É uma estratégia de construção da participação popular para o redirecionamento da vida social objetivado trabalhar as necessidades populares. O resultado desse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse. A Educação Popular não se restrige pelos contextos, busca caracterizar os contextos em que ela precisa ser trabalhada, mas as aplicações mais comuns ocorrem em assentamentos rurais, em instituições socioeducativas, em aldeias indígenas e no ensino de jovens e adultos. Esses espaços são os que apresentam uma necessidade natural de trabalhar com educação popular, contudo a educação infantil,fundamental e média das escolas públicas também precisam de abordagens populares e críticas. Percebemos isso quando a etnomatemática - perspectiva baseada nas leituras de educação popular - já vem sendo abordada em seminários e discussões nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN`s. Assim, a educação popular contribui com os movimentos sociais e vem colocandoa discussão de direitos, diferenças e compromissos sociais também na rede publica. O Educador Popular Sabemos que as classes populares produzem saberes, ligados às suas experiências de vida e ao contexto social em que estão inseridos. Também é dado que a Educação popular caracterizava-se por valorizar e problematizar esses saberes, sem subjugá-los pelos saberes acadêmicos e sim articulando estes àqueles. Cabe, então, refletir sobre o educador inserido nesse processo educativo. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Para tanto, abordaremos as seguintes questões: qual é o perfil do educador popular? quais os seus desafios e atribuições no processo pedagógico? Com base nessas questões, buscamos identificar e compreender o perfil do educador popular esboçado nos textos lidos, ou seja, quais as características e as atribuições do educador, e qual a sua formação profissional. Após a leitura de algumas obras, definimos que o educador é um sujeito com saberes específicos, ou seja, distintos dos saberes dos alunos, sem que isso signifique atribuir aos saberes dos educadores maior ou menor valor, mas, sim, aceitar que são saberes próprios da experiência do educador. A esse respeito, Freire (1986) ressalta: “A experiência de estar por baixo leva os alunos a pensarem que se você é um professor dialógico, nega definitivamente as diferenças entre eles e você. De uma vez por todas, somos todos iguais! Mas isto não é possível. Temos que ser claros com eles. Não. A relação dialógica não tem o poder de criar uma igualdade impossível como essa. O educador continua sendo diferente dos alunos, mas – e esta é, para mim, a questão central - a diferença entre eles, se o professor é democrático, se o seu sonho político é de libertação, é que ele não pode permitir que a diferença necessária entre o professor e os alunos se torne antagônica. A diferença continua a existir! Sou diferente dos alunos! Mas se sou democrático não posso permitir que esta diferença seja antagônica. Se eles se tornam antagonistas, é porque me tornei autoritário." (p. 117). Com isso, se, por um lado, o educador popular não se constitui em um transmissor de informações descontextualizadas da realidade dos sujeitos com quem atua, por outro ele também não se restringe a um facilitador de aprendizagens. Entre um extremo e outro, compreendemos que o educador é um sujeito indispensável ao diálogo, afinal apenas a palavra dos educandos seria proferida, sem a leitura crítica, sem a reflexão que, articulando-se à ação, torna-se práxis (Freire, 1987). Sendo assim, conforme Freire (1987): “A conquista implícita no diálogo é a do mundo pelos sujeitos dialógicos, não a de um pelo outro. Conquista do mundo para a libertação dos homens.” (p. 79). A partir da leitura de alguns trabalhos publicados na Reunião Anual da ANPED, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, no período de 2003 a 2005, percebemos que são freqüentes duas imagens do educador: o educador como ponte e o educador como mediador. A primeira imagem – o educador como ponte – associa o educador ao papel de apoiador, que é a passagem (XAVIER, 2003) entre conhecimentos populares e acadêmicos, que subsidia a ação dos sujeitos-educandos (RIBEIRO,2004), ao mesmo tempo em que facilita reflexões (AZIBEIRO, 2003) ou é facilitador de aprendizagens. Associando o educador a um facilitador de aprendizagem, é como dizer que o processo educativo está centrado no educando, delegando ao educador a função de motivar, estimular e deixa fluírem as motivações do aluno. Quanto a esse aspecto, Freire (1986) avalia: “... minha posição não é de negar o papel diretivo e necessário do educador. Mas não sou o Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com tipo de educador que se considera dono dos objetos que estudo com os alunos. Estou extremamente interessado nos objetos de estudo – eles estimulam minha curiosidade e trago esse entusiasmo para os alunos. Então podemos juntos iluminar o objeto!” (p.125). A segunda imagem – do educador como mediador – é mais recorrente e mais diversificada em seu uso. Assim, conduz à indagação: mediador de quê/quem? Variadas são as respostas encontradas nos textos: mediador de culturas, mediador de conflitos. Porém, há maior ênfase ao mediador do processo dialógico desde o qual novos conhecimentos são produzidos pelos grupos, ou seja, o educador e os educandos, conjuntamente. Sendo assim, o educador enquanto “sujeito designado a vir aos grupos populares com um saber que lhe é específico e que dá a estes grupos uma contribuição teórica própria” é mediador da problematização da realidade junto aos educandos, sendo, ao mesmo tempo, mediado pelo movimento de ação - reflexão - ação. Assim todos os sujeitos se transformam, porque tanto os educandos, quantos os educadores mobilizam os próprios saberes e a própria leitura da realidade. O educador popular não precisa necessariamente ser um militante de um movimento social, mas temos algumas características que o constroem enquanto educador popular: - Deve compreender a realidade por ter um grau de relação com o universo simbólico de seu educando; - Deve saber quem são os jovens e os adultos, no universo existencial, seu locus social; e - Deve entender a dinâmica específica do processo ensino aprendizagem, dos elementos que constituem a linguagem e a emocionalidade. Assim, o objetivo comum entre os educadores populares é o fortalecimento das classes populares como sujeitos de produção e comunicação de saberes próprios, visando à transformação social. Desse modo, a formação dos educadores vai se construindo à medida que ele conhece os seus educandos. Através do diagnóstico participativo, isto é, do diálogo, busca- se recuperar a oralidade e a história de cada um. Portanto o educando e o educador formam-se mutuamente, ao longo do processo educativo, ou melhor, “já não se pode afirmar que alguém liberta alguém, ou que alguém se liberta sozinho, mas os homens se libertam em comunhão”. (Freire, 1987, p. 130). Histórico Na década de vinte, mais especificamente após a semana de arte moderna e posteriormente com os manifestos da Escola Nova, intelectuais falavam em uma educação popular que fosse direito de todos. Em meados da década de 30, finalmente começa a se consolidar um sistema público de educação elementar no país. A sociedade brasileira passava nessa época por grandes transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos (êxodo rural). A ampliação da educação elementar foi impulsionada pelo Governo Federal, que traçava diretrizes educacionais para todo o país. O movimento incluiu esforços articulados Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com nacionalmente de extensão do ensino elementar, aos adultos. Nos anos 40, com o fim da ditadura de Vargas, em 1945, e o país vivendo a efervescência política da redemocratização, a educação de adultos define sua identidade tomando a forma de uma campanha nacional de massa. A Campanha de Educação de Adultos, lançada em 1947, pretendia, numa primeira etapa, uma ação extensiva que previa a alfabetização em três meses, e mais a condensação do curso primário em dois períodos de 7 meses. Nos primeiros anos, sob a direção do professor Lourenço Filho, a campanha conseguiu resultados significativos. Entretanto o clima de entusiasmo começou a diminuir na década de 50: iniciativas voltadas à ação comunitária em zonas rurais não tiveram o mesmo sucesso e a campanha se extinguiu antes do final da década. As críticas à Campanha de Educação de Adultos voltavam-se tanto às suas deficiências administrativas e financeiras quanto à sua orientação pedagógica, pois os professoresviam os analfabetos como pessoas incompetentes. Essa visão foi modificada antes mesmo do final da campanha. Mais tarde, com o governo de Juscelino Kubitschek (1956 a 1961) e de João Goulart (1961 a 1964) e o advento da industrialização no Brasil com a chegada de capital estrangeiro, a limitação da educação tornou-se um problema e passou a ser necessário instruir o povo para expandir o capital. Foi nesse contexto que apareceu o Movimento de Educação de Base (MEB), um programa governamental de alfabetização criado em 1961 pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). Se esse foi o marco do início da história da educação popular no país, os anos seguintes seriam ainda mais fundamentais. Foi nessa fase que o educador Paulo Freire modificou o caráter apenas alfabetizador da educação popular e passou a trabalhar também com a conscientização critica e libertadora do educando. Com o golpe militar de 1964, os programas de alfabetização e educação popular que se multiplicaram no período entre 1961 e 1964 foram vistos como uma grave ameaça à ordem e seus promotores duramente reprimidos. O governo só permitiu a realização de programas assistencialistas e conservadores de alfabetização de adultos até que, em 1967, ele mesmo assumiu o controle dessa atividade lançando o Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização. O Mobral era a resposta do regime militar à ainda grave situação do analfabetismo no país. Em 1969, lançou- se uma campanha massiva de alfabetização. Durante a década de 70, o Mobral expandiu-se por todo o território nacional, diversificando sua atuação. Das iniciativas que derivaram do programa de alfabetização, a mais importante foi o PEI - Programa de Educação Integrada, que correspondia a uma condensação do antigo curso primário. Este programa abria a possibilidade de continuidade de estudos para os recém alfabetizados. Em 1980, após permanecer no exílio por 16 anos, Paulo Freire volta ao Brasil. Em 1989, aceita o convite da prefeita de São Paulo, a então petista, Luiza Erundina, Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com para assumir a Secretaria de Educação. Durante o tempo que ficou na direção da pasta, o pedagogo criou o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (Mova). A Educação Popular no Mundo O continente europeu, que apresenta a melhor taxa de desenvolvimento humano do mundo, está procurando no Brasil a solução para a exclusão social. Populações de refugiados, moradores de rua e imigrantes em busca de trabalho formaram uma classe social à margem dos altos padrões europeus. Países como Itália e Finlândia, e mesmo fora do continente, como Estados Unidos e Japão, vêm encontrando na educação popular brasileira o mecanismo mais eficiente de incluir com justiça esse novo público. Vem de Paulo Freire a inspiração usada por italianos, espanhóis, finlandeses, alemães, americanos e até japoneses para lidar com seus excluídos. Atualmente mais de cem países possuem núcleos de estudos, cátedras ou institutos que trabalham sob a égide da Pedagogia Libertadora, desenvolvida pelo educador. Para atender a demanda, o Instituto Paulo Freire criou um departamento que cuida exatamente da expansão da ideologia do pedagogo pelo mundo. A Universitás Paulo Freire foi criada em 2000, durante um encontro de pedagogos realizado em Bolonha, Itália. O coordenador da Universitás, Jason Mafra, afirma que a função do departamento é orientar os estudiosos que procuram o Instituto. Em 2005 foram inaugurados o Instituto Paulo Freire de Israel e da África do Sul. A Educação Popular e Suas Perspectivas A educação popular, primeiramente, foi entendida como uma modalidade, uma extensão dos serviços da escola àquelas pessoas que, aparentemente, não tinham acesso a educação ou estavam a margem dela. Depois de algum tempo é que ela foi entendida como um conjunto de lutas para que a educação fosse realmente acessível ao povo. A educação popular vinha sendo construída, primeiramente, com conhecimentos do cotidiano e entendida como o saber popular que não era considerado pelos currículos escolares. No começo da história da educação no Brasil, Azevedo (1976), diz que, ao educar os índios, os negros, os mestiços, a Companhia de Jesus implantou o que seria a semente da educação popular. É claro que há os que discordam desta posição, mas no seu contexto histórico, qualquer educação voltada para o povo seria considerada educação popular. No século XX escolas formais foram se concretizando na América Latina e procuravam afirmar os princípios liberais de igualdade e justiça. Com isso, começaram os movimentos de trabalhadores, educadores, intelectuais e outros agentes envolvidos no processo pedagógico, para obrigar o Estado a se responsabilizar pela educação formal e para todos, com o apoio e interesse de empresários, os quais viam uma grande margem de lucro em trabalhadores bem formados. Foi com os movimentos populares que nasceu a discussão de uma educação que atendesse as necessidades do povo e que Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com ampliasse a relação entre Estado, sociedade e educação das classes populares. Mas foi após a 1ª Guerra Mundial que começou uma ampla luta por uma educação que seria a primeira educação popular, visando a reduzir o analfabetismo que tinha índices muito elevados. Brandão (1984), considera que a educação popular teve duas divisões temporais: a primeira antes da divisão social do saber e da criação de escolas, e a segunda na luta pela democratização do ensino, a partir do séc XIX. Este conceito se desenvolve no que Gadotti (1991) nos mostra como educação popular, em que se busca melhorar as condições psicológicas e, consequentemente, materiais, através de movimentos populares trabalhando a conscientização, em grupos de base, comunidades, etc. Os primeiros escritos que trazem uma nova forma de ver a educação popular são os de Paulo Freire em “Prática cultural para a liberdade” que apresenta uma nova responsabilidade em relação à educação, não só popular, mas que se preocupe com o bem estar dos indivíduos. Segundo ele a educação deveria, primeiramente, transformar sistemas tradicionais de ensino e construir uma proposta de reescrever a prática pedagógica, repensando o sentido político da educação. Mas esse processo de transformação deve se dar no coletivo, pois pessoa nenhuma transforma a sociedade sozinha. Pela primeira vez constrói-se uma perspectiva em que realmente há possibilidade e transformação a partir da base de onde nasce essa educação. Com a possibilidade de educação do povo, o saber popular se fortalece e resulta em uma tentativa de transformação da ordem social dominante. O horizonte que a educação popular traz é, segundo Brandão (1984, p.103 ), “A educação através da qual ele, o sujeito, não se veja apenas como um anônimo sujeito da cultura brasileira, mas como um sujeito coletivo da transformação da história e da cultura do país.” Hoje, a educação popular ultrapassa o nível das comunidades e bairros para influenciar nos sistemas educacionais de ensino como podemos observar nas diretrizes curriculares do Estado do Paraná: "As Diretrizes Curriculares para a Educação Pública no Estado do Paraná chegam às escolas como um documento oficial que traz as marcas de sua construção: a horizontalidade, que abraçou todas as Escolas e Núcleos Regionais de Educação do Estado e a polifonia, que faz ressoar nelas as vozes de todos os professores das Escolas Públicas paranaenses. Este documento que traz, em si, o chão da escola e traça estratégias que visam a nortear o trabalho do professor e garantir a apropriação do conhecimento pelos estudantes da rede pública. Os mesmos princípios democráticos que fundamentam a construção destas Diretrizessolicitam dos professores, o engajamento na contínua reflexão deste documento, para que sua participação crítica, constante e transformadora efetive, nas escolas de todo o Estado, um currículo dinâmico e democrático." (Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_eja.pdf > ) Segundo Gadotti (1991), “Essa tendência da educação popular firma-se cada vez mais com os governos democráticos e com a conquista de fatias importantes de poder por partidos populares.” Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com A educação popular não tem uma metodologia pronta, uma cartilha a ser seguida. Parte dos conhecimentos de cada sujeito. Porém há alguns pontos de partida para identificarmos e começar o trabalho nas comunidades e/ou escolas como menciona BRANDÃO (1984): A cultura popular, trabalhando com a identificação dos componentes da cultura que são dominados pelas ideologias capitalistas e a produção de uma cultura que nasce deles mesmos; A influência e participação efetiva do educador como possibilitador do processo de transformação do sujeito popular em agente político; A construção do conceito de saber popular; A construção de práticas pedagógicas entre, educador-educando, características de cada grupo e identificação dos educandos individuais (sujeitos populares) ou coletivos (movimentos populares). Brandão (1984, p. 72), deixa mais claro esse conceito da metodologia: "A educação popular é mais um modo de presença assessora e participante do educador comprometido, do que um projeto próprio de educadores a ser realizado sobre pessoas e comunidades populares. Ela se realiza em todas as situações onde, a partir da reflexão sobre a prática de movimentos sociais e movimentos populares, as pessoas trocam experiências, recebem informações, criticam ações e situações, aprendem e se instrumentalizam. A educação popular não é uma atividade pedagógica para, mas um trabalho coletivo em si mesmo, ou seja, é o momento em que a vivência do saber compartido cria a experiência do poder compartilhado." As classes populares produzem saberes ligados às suas experiências de vida e ao contexto social em que estão inseridos. A educação popular valoriza e problematiza esses saberes, sem subjugá-los aos saberes eruditos, entretanto articulando um ao outro. É para contrariar a separação entre o conhecimento erudito e o popular numa sociedade desigual que surge a Educação Popular, que é uma educação comprometida e participativa orientada pela perspectiva de realização de todos os direitos do povo. Ela é vista como um ato de conhecimento e transformação social . A educação popular ao cruzar as fronteiras da escola, busca o resgate da cidadania e a necessidade de inclusão em todos os sentidos. Por isso é direcionada às camadas populares, voltada para suas necessidades e a atender aos seus interesses. Conforme Freire (1995, p. 59), “(...) uma sociedade desafiada pela globalização da economia, pela fome, pela pobreza, pelo tradicionalismo, pela modernidade e até pós-modernidade, pelo autoritarismo, pela democracia, pela violência, pela impunidade, pelo cinismo, pela apatia, pela desesperança, mas também pela esperança”. É nessa realidade que se encontra a educação popular e o desafio da formação de uma cultura político- democrática e cidadã das classes populares. A Educação Popular visa à formação de sujeitos com conhecimento e consciência cidadã e a organização do trabalho político para afirmação do sujeito.“A conscientização é uma das fundamentais tarefas de uma educação realmente libertadora e por isso respeitadora do homem como pessoa” (FREIRE, 2002, p. 45). É uma estratégia de Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com construção da participação popular para o redirecionamento da vida social. O resultado desse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse. Fonte: Wikipédia Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO É dado o nome de Psicologia da Educação ao segmento de estudos e pesquisas que visam descrever os processos psicológicos presentes na educação. Teóricos como Sigmund Freud, Jean Piaget, Burrhus Frederic Skinner, Carl Rogers, Lev Vygotsky e Alexander Luria, são tidos como precursores dos estudos em Psicologia da Educação. São referenciais comuns aos cursos de Pedagogia, Normal Superior e demais licenciaturas, representando, cada um, vertentes do pensamento psicológico educacional. É comum na Psicologia da Educação referir-se à educação da criança e do adolescente, mas também à educação do adulto (Pedagogia e Andragogia). Freud e Educação A psicanálise surge com Freud como possibilidade de compreender o fenômeno educativo através da noção de inconsciente, oferecendo as bases para pensar em uma educação que vise diminuir os efeitos patogênicos da repressão e oferecer um modo de profilaxia às neuroses. "Freud acreditava inicialmente que um dos meios para evitar o aparecimento de sintomas neuróticos seria oferecer uma educação não-repressiva que respondesse aos questionamentos da criança à medida que eles fossem surgindo. Ele também percebia como os sintomas neuróticos poderiam resultar em certa inibição intelectual. É inquestionável que a pura liberdade não educa e não cria indivíduos saudáveis; pelo contrário, cria inadaptados, narcísicos que acreditam que o mundo gira à sua volta e que nada existe além de suas necessidades individuais." (SOUZA, 2003, p.144) Neste sistema de pensamento, pode-se compreender que a educação não ocorre sem estar vinculada à repressão; que a educação relaciona-se com a questão do controle dos impulsos através do processo civilizatório. Piaget e Educação Jean Piaget, com o construtivismo, formula a ideia de que o conhecimento é resultado do processo de interação entre o sujeito e o ambiente circundante. Ele dedicou-se a pesquisas que resultaram na criação da Epistemologia Genética. "(...) Para explicar a interação construtiva da criança com o ambiente, utilizou os conceitos de assimilação, acomodação e adaptação. A assimilação é a incorporação de um novo objeto ou idéia à que existia anteriormente, ou seja, ao esquema que a criança possui. A acomodação implica na transformação do organismo para poder lidar com o ambiente; diante de um objeto ou nova idéia a criança modifica e aprimora esquemas adquiridos anteriormente. A adaptação representa a maneira pela qual o organismo estabelece um equilíbrio entre assimilação e acomodação, adaptando-se continuamente às imposições feitas pelo ambiente mas também sendo um sujeito ativo e modificando este mesmo ambiente." Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com APRENDIZAGEM – DIFERENTES ABORDAGENS Denominam-se teorias da aprendizagem, em Psicologia e em Educação, aos diversos modelos que visam explicar o processo de aprendizagem pelos indivíduos. Embora desde a Grécia antiga se hajam formulado diversas teorias sobre a aprendizagem, as de maior destaque na educação contemporânea são a de Jean Piaget e a de Lev Vygotsky. Behaviorismo De acordo com o pensamento comportamentalista, o objeto de estudo da Psicologia deve ser a interação entre o organismo e o ambiente. Embora o comportamentalismo (ou behaviorismo) tenha raízes nos trabalhos pioneiros do estadunidense John B. Watson (1878-1958) e nos do russo Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), o estabelecimento dos seus princípios e teoria foi responsabilidade do psicólogo estadunidense Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), que se tornou o representante mais importante da corrente comportamental. Ele lançou o conceitode "condicionamento operante" a partir das suas experiências com ratos em laboratório, utilizando o equipamento que ficou conhecido como Caixa de Skinner (1953). Por esse conceito explicou que, quando um comportamento é seguido da apresentação reforço positivo (recompensa) ou negativo (supressão de algo desagradável - não confundir com punição), a frequência deste comportamento aumenta ou diminui, a depender de como foi programada a experiência/intervenção. Epistemologia Genética Esta teoria do desenvolvimento da inteligência foi desenvolvida pelo biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), e consiste em parte numa combinação das teorias filosóficas existentes à época, o apriorismo e o empirismo. Baseado em experiências com crianças a partir do nascimento até a adolescência, Piaget postulou que o conhecimento não é totalmente inerente ao próprio sujeito, como postula o apriorismo, nem provém totalmente do meio que o cerca, como postula o empirismo. Para Piaget, o conhecimento é construído através da interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas existentes. Assim sendo, a aquisição de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como da relação dele, sujeito, com o objeto. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Estágios de desenvolvimento Para Piaget, o desenvolvimento humano obedece certos estágios hierárquicos, que decorrem do nascimento até se consolidarem por volta dos 16 anos. A ordem destes estágios seria invariável, embora os intervalos de tempo de cada um deles não sejam fixos, podendo variar em função do indivíduo, do ambiente e da cultura. São eles: Estágio sensório-motor (do nascimento aos dois anos) - a criança desenvolve um conjunto de "esquemas de ação" sobre o objeto, que lhe permitem construir um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve o conceito de permanência do objeto, constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer imitações, iniciando a construir representações mentais. Estágio pré-operatório (dos dois aos seis anos) - a criança inicia a construção da relação de causa e efeito, bem como das simbolizações. É a chamada idade dos porquês e do faz-de-conta. Estágio operatório-concreto (dos sete aos onze anos) - a criança começa a construir conceitos através de estruturas lógicas, consolida a observação de quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento, apesar de lógico, ainda está centrado nos conceitos do mundo físico, onde abstrações lógico-matemáticas são incipientes. Estágio operatório-formal (dos onze aos dezesseis anos) - fase em que o adolescente constrói o pensamento proposicional, conseguindo ter em conta as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista, e sendo capaz de pensar cientificamente. Estrutura e aprendizagem Na concepção piagetiana, a aprendizagem só ocorre mediante a consolidação das estruturas de pensamento, portanto a aprendizagem sempre se dá após a consolidação do esquema que a suporta, da mesma forma a passagem de um estágio a outro estaria dependente da consolidação e superação do anterior. Na perspectiva de Piaget, para que ocorra a construção de um novo conhecimento, é preciso que se estabeleça um desequilibrio nas estruturas mentais, isto é, os conceitos já assimilados necessitam passar por um processo de desorganização para que possam novamente, a partir de uma perturbação se reorganizarem, estabelecendo um novo conhecimento. Este mecanismo pode ser denominado de equilibração das estruturas mentais, ou seja, a transformação de um conhecimento prévio em um novo. Sócio-interacionismo Os estudos de Lev Vygotsky (1896-1934) postulam uma dialética das interações com o outro e com o meio, como desencadeador do desenvolvimento sócio-cognitivo. Para Vygotsky e seus Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com colaboradores, o desenvolvimento é impulsionado pela linguagem. Eles acreditam que a estrutura dos estágios descrita por Piaget seja correta, porém diferem na concepção de sua dinâmica evolutiva. Enquanto Piaget defende que a estruturação do organismo precede o desenvolvimento, para Vygotsky é o próprio processo de aprendizagem que gera e promove o desenvolvimento das estruturas mentais superiores. Zona de desenvolvimento proximal Um ponto central da teoria de Vygotsky é o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que afirma que a aprendizagem acontece no intervalo entre o conhecimento real e o conhecimento potencial. Em outras palavras, a ZDP é a distância existente entre o que o sujeito já sabe e aquilo que ele tem potencialidade de aprender. Seria neste campo que a educação atuaria, estimulando a aquisição do potencial, partindo do conhecimento da ZDP do aprendiz, para assim intervir. O conhecimento potencial, ao ser alcançado, passa a ser o conhecimento real e a ZDP redefinida a partir do que seria o novo potencial. Interacionismo e desenvolvimento Nessa concepção, as interações têm um papel crucial e determinante. Para definir o conhecimento real, Vygotsky sugere que se avalie o que o sujeito é capaz de fazer sozinho, e o potencial daquilo que ele consegue fazer com ajuda de outro sujeito. Assim, determina-se a ZDP e o nível de riqueza e diversidade das interações determinará o potencial atingido. Quanto mais ricas as interações, maior e mais sofisticado será o desenvolvimento. No campo da educação a interação, que é um dos conceitos fundamentais da teoria de Vygotsky, encaixa-se na concepção de escola que se pretende efetivar no sistema brasileiro de ensino. E neste caso, o professor e o aluno passam a ter um papel essencial no processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma é possível desenvolver tanto os conceitos de ZDP quanto a relação existente entre pensamento, linguagem e intervenção no âmbito da escola, possibilitando assim um maior nível de aprendizagem. Conectivismo Discute-se atualmente se o conectivismo constitui-se em uma nova teoria - a de aprendizagem em rede -, como defendido por George Siemens e Stephen Downes. Esses autores consideram-na como uma nova "teoria de aprendizagem para a era digital", utilizando-a para explicar o efeito que as novas tecnologias de informação e comunicação tem sobre a forma como as pessoas se comunicam e como aprendem. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Fonte: Wikipédia A RELAÇÃO ENTRE PENSAMENTO E LINGUAGEM Nos animais, mesmo naqueles antropóides cuja fala é foneticamente como a fala humana e cujo intelecto se aparenta com o do homem, a linguagem e o pensamento não se encontram interrelacionados. É indubitável que, no desenvolvimento da criança, existe também um período pré-linguístico do pensamento e um período pré-intelectual a fala: o pensamento e a palavra não se encontram relacionados por uma relação primária. No decurso da evolução do pensamento e da fala gera-se uma conexão entre um e outra que se modifica e desenvolve. Seria errado no entanto encarar o pensamento e a fala como dois processos não relacionados entre si, seja como dois processos paralelos, seja como dois processos que se entrecruzassem em certos momentos e se influenciassem mutuamente duma forma mecânica. A ausência de uma relação primária não quer dizer que a conexão entre eles só possa formar-se de uma forma mecânica. A futilidade da maior parte das investigações primitivas devia-se em grande parte ao fato de se pressupor que o pensamento e a palavra eram elementos independentes e isolados e que o pensamento verbal era fruto da sua união externa. O método de análise baseado nesta concepção estava votado ao fracasso. Buscava explicar as propriedades do pensamento verbal cindindo-o nos elementos que ocompunham – a palavra e o pensamento – nenhum dos quais tomado em separado possuiria as propriedades do todo. Este método não é uma verdadeira análise que nos seja útil para resolver problemas concretos, antes conduz à generalização. Comparamo-lo à análise da água em hidrogênio e oxigênio – que só pode dar resultado em descobertas aplicáveis a toda a água existente na natureza, desde o Oceano Pacífico até uma gota de água da chuva. Semelhantemente, a afirmação segundo a qual o pensamento verbal se compõe de processos intelectuais e funções de discurso propriamente ditas aplica-se a todo o pensamento verbal e não Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com explica nenhum dos problemas específicos com que se defronta o estudioso do pensamento verbal. Tentamos uma nova abordagem do problema e substituímos a análise em elementos pela análise em unidades, cada uma das quais retém, sob uma forma simples, todas as propriedades do todo. Encontramos esta unidade do pensamento verbal no significado da palavra. O significado duma palavra representa uma amálgama tão estreita de pensamento e linguagem que é difícil dizer se se trata de um fenômeno de pensamento, ou se se trata de um fenômeno de linguagem. Uma palavra sem significado é um som vazio; portanto, o significado é um critério da palavra e um seu componente indispensável. Pareceria portanto que poderia ser encarado como um fenômeno lingüístico. Mas do ponto de vista da psicologia, o significado de cada palavra é uma generalização, um conceito. E, como as generalizações e os conceitos são inegavelmente atos de pensamento, podemos encarar o significado como um fenômeno do pensar. No entanto, daqui não se segue que o pensamento pertença a duas esferas diferentes da vida psíquica. O significado das palavras só é um fenômeno de pensamento na medida em que é encarnado pela fala e só é um fenômeno lingüístico na medida em que se encontra ligado com o pensamento e por este é iluminado. É um fenômeno do pensamento verbal ou da fala significante – uma união do pensamento e da linguagem. As nossas investigações experimentais confirmam integralmente esta tese fundamental. Não só provaram que o estudo concreto da gênese do pensamento verbal se tornou possível pelo estudo do significado das palavras como unidade analítica, como levaram também a outra tese que consideramos ser o mais importante resultado do nosso estudo e que decorre imediatamente da primeira: a tese segundo a qual o significado das palavras evolui. Este ponto de vista deve substituir o postulado da imutabilidade dos significados das palavras. Do ponto de vista das velhas escolas da psicologia, a relação entre a palavra e o significado é uma relação associativa estabelecida através da repetição da percepção simultânea de um certo som e de um certo objeto. Uma palavra solicita no espírito o seu conteúdo, tal como o sobretudo dum amigo nos recorda esse mesmo amigo ou uma casa, os seus habitantes. A associação entre a palavra e o seu significado pode desenvolver-se mais forte ou mais debilmente, pode ser enriquecida pela relacionarão com outros objetos de tipo semelhante, difundir-se por sobre um vasto domínio, Ou tornar-se mais limitada, isto é, pode sofrer transformações quantitativas e externas, mas não pode modificar a sua natureza psicológica. Para que tal acontecesse teria que deixar de ser uma Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com associação. Desse ponto de vista, qualquer evolução do significado de uma palavra é impossível e inexplicável – conseqüência esta que constitui um handicap tanto para os lingüistas como para os psicólogos. A partir da altura em que se comprometeu com a teoria da associação, a semântica persistiu em considerar o significado da palavra como uma associação entre o som e o conteúdo. Todas as palavras, desde as mais concretas às mais abstratas, surgiam como sendo formadas da mesma maneira, relativamente ao seu significado, parecendo não conter nenhum elemento característico da fala enquanto tal; uma palavra fazia-nos recordar o seu significado tal como um objeto nos recordava outro objeto. Pouco surpreenderá portanto que a semântica nem sequer pusesse a questão mais ampla da evolução do significado das palavras. Reduzia-se essa evolução às variações nas conexões associativas entre as palavras isoladas e os objetos isolados: uma palavra poderia em determinada altura denotar um objeto passando depois a associar-se com outro, como um sobretudo que, por mudar de proprietário, nos recordasse primeiro uma pessoa e, logo depois, outra. A lingüística não compreendia que na evolução histórica da linguagem, a própria estrutura do significado e a sua natureza psicológica se transformam também. Das generalizações primitivas, o pensamento verbal vai-se elevando ao nível de conceitos mais abstratos. Não é apenas o conteúdo de uma palavra que se altera, mas a forma como a realidade é generalizada e refletida numa palavra. A teoria associativa também não se adequa à explicação do desenvolvimento dos significados das palavras na infância. Também neste aspecto, só pode explicar as alterações externas, puramente quantitativas, das conexões que ligam a palavra e o seu significado, o seu fortalecimento e o seu enriquecimento, mas não as transformações psicológicas e estruturais fundamentais que podem ocorrer e ocorrem no desenvolvimento da linguagem infantil. Infelizmente, o fato de o associacionismo em geral ter sido abandonado durante um certo lapso de tempo não parece ter afetado a interpretação da palavra e do significado. A escola de Wuerzburg, cujo propósito principal era o de provar a impossibilidade de reduzir o pensamento a um simples jogo de associações e demonstrar a existência de leis específicas que regem a corrente de pensamento, não reviu a teoria associativa da palavra e do significado, nem reconheceu sequer a Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com necessidade de uma tal revisão. Esta escola emancipou o pensamento dos grilhões da sensação e da imagem e das leis da associação e transformou-o num ato puramente espiritual. Mas ao fazê-lo, regrediu para os conceitos pré-científicos de Santo Agostinho e Descartes, acabando por chegar a um idealismo subjetivo extremo. A psicologia do pensamento encaminhava-se para as idéias de Platão, e, ao mesmo tempo, deixava-se a linguagem à mercê da associação. Mesmo após a obra realizada pela escola de Wuerzburg, continuou a considerar-se que a conexão entre a palavra e o seu significado era uma simples relação associativa. Encarava-se a palavra como correlativo externo do pensamento, como seu simples adereço, que não tinha qualquer influência na sua vida interna. O pensamento e a palavra nunca estiveram tão separados como durante o período de Wuerzburg. Na realidade, a destruição da teoria associativa no domínio do pensamento incrementou o seu poderio no domínio da linguagem. A obra de outros psicólogos veio reforçar ainda mais esta tendência. Selz continuou a investigar o pensamento sem tomar em consideração a relação entre este e a linguagem e chegou à conclusão de que o pensamento produtivo do homem e do chimpanzé eram de natureza idêntica a tal ponto este investigador ignorava a influência das palavras sobre o pensamento. Até Ach, que levou a cabo um estudo especial do significado das palavras e que tentou superar o associativismo na sua teoria dos conceitos se limitou a pressupor a existência de “tendências determinantes” que entrariam em ação conjuntamente com as associações na formação dos conceitos. Por conseguinte, as conclusões a que chegou não vieram alterar a anterior compreensão do significado das palavras. Ao identificar o conceito como significado, impedia que se explicasse os desenvolvimentos e as transformações dos conceitos. Uma vez estabelecido, o significado de uma palavra ficava estabelecido para sempre; o seu desenvolvimento encontrava-se completo. Estes eram os mesmos princípios que os psicólogos atacados por Ach defendiam. Para ambos os lados, o ponto de partida da evolução dos conceitos constituía também o seu termo; só havia desacordo no tocante à forma como se iniciava o desenvolvimento da formação da palavra. Na psicologia gestaltista (Psicologia da Forma), a situação não era muito diferente. Esta escola era ainda mais consistente do que as outras na tentativa de superar o princípio geral do associativismo. Não satisfeita com uma solução parcial do problema, tentou libertar o pensamento e a fala da lei da associação e colocá-los a ambos sob o domínio da lei da gênese de estruturas. Surpreendentemente, nem esta escola – que é a mais progressiva de todas as modernas escolas de psicologia – realizou quaisquer progressos na teoria da linguagem e do pensamento. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Por um lado, manteve a separação completa entre estas duas junções. A luz da teoria gestaltista, a relação entre o pensamento e a palavra aparece como uma simples analogia, uma redução de ambos a um denominador estrutural comum. Encara-se a formação das primeiras palavras com significado por parte das crianças como algo semelhante às operações intelectuais dos chimpanzés nas experiências de Koehler. As palavras entram na estrutura das coisas e adquirem um certo significado funcional, duma forma bastante semelhante àquela como, para o chimpanzé, o pau se torna parte da estrutura de obtenção do fruto e adquire o significado funcional de instrumento. Já não se encara a conexão entre palavra e significado como uma questão de simples associação, mas como uma questão de estrutura. Parece ser um passo em frente, mas se examinarmos mais de perto a nova abordagem, é fácil ver que o passo em frente é um passo em falso, ilusório, e que não saímos ainda do mesmo sítio. Aplica-se o princípio da estrutura a todas as relações entre as coisas, da mesma forma avassaladora como anteriormente se aplicava o princípio da associação. Continua a ser impossível explicar as relações específicas entre palavra e significado, pois à partida continua a considerar-se que em princípio são idênticas a todas as outras relações entre coisas. Os gatos continuam a ser tão pardos na poeira da psicologia gestaltista como nos primitivos nevoeiros do associacionismo universal. Enquanto Ach procurava superar o associonismo com a “tendência determinante”, a teoria psicológica gestaltista combateu-o com o princípio da estrutura – mantendo no entanto os dois erros fundamentais da velha teoria: o pressuposto da identidade de natureza de todas as conexões e o pressuposto de que os significados das palavras não se alteram. Tanto a antiga como a nova teoria psicológica partem ambas da hipótese de que a evolução do significado de uma palavra termina mal esta emerge. As novas tendências da psicologia produziram progressos em todos os ramos, exceto no estudo do pensamento e da palavra. Neste domínio, os novos princípios parecem-se com os antigos como dois gêmeos. Se a psicologia gestaltista estagnou no campo da linguagem, deu um grande passo à retaguarda no campo do pensamento. A escola de Wuerzburg, pelo menos, considerava que o pensamento tinha leis próprias, ao passo que a escola gestaltista nega a existência de tais leis. Reduzindo a um denominador estrutural comum as percepções dos animais domésticos, as operações mentais de um chimpanzé, as primeiras palavras significativas das crianças e o pensamento conceptual dos adultos, oblitera toda e qualquer distinção entre a percepção mais elementar e as mais elevadas formas de pensamento. Esta recensão crítica pode ser resumida como se segue: todas as escolas e tendências psicológicas Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com descuram um ponto fundamental: todo e qualquer pensamento é uma generalização. Assim, estudam a palavra e o significado sem fazerem qualquer referência à evolução. Enquanto estas duas condições persistirem em tendências sucessivas nas tendências posteriores, estas muito pouca relevância terão para o tratamento do problema. II A descoberta de que o significado das palavras evolui tira o estudo do pensamento e da linguagem de um beco sem saída. Os significados das palavras passam a ser formações dinâmicas e não já estatísticas, transformam-se à medida que as crianças se desenvolvem e alteram-se também com as várias formas como o pensamento funciona. Se os significados das palavras se alteram na sua natureza interna, então a relação entre o pensamento e a palavra também se modifica. Para compreender a dinâmica dessa relação, teremos que complementar a abordagem genética do nosso estudo principal com a análise funcional e examinar o papel do significado da palavra no processo de pensamento. Consideremos o processo seguido pelo pensamento verbal desde o primitivo e difuso surgir dum pensamento até à sua formulação Neste momento pretendemos mostrar não a forma como os significados evoluem ao longo de dilatados intervalos de tempo, mas o modo como funcionam no processo vivo do pensamento verbal. A partir dessa análise funcional, poderemos mostrar também que, em cada fase do desenvolvimento do significado das palavras há uma relação particular entre o pensamento e a linguagem. Como a forma mais fácil de resolver os problemas funcionais consiste em examinar a forma mais elevada de determinada atividade poremos por um momento de parte o problema do desenvolvimento e consideraremos as relações entre o pensamento e a palavra no cérebro que já atingiu a maturidade. A idéia diretriz da discussão que se segue pode ser reduzida à seguinte fórmula: a relação entre o pensamento e a palavra não é uma coisa mas um processo, um movimento contínuo de vaivém entre a palavra e o pensamento; nesse processo a relação entre o pensamento e a palavra sofre alterações que, também elas, podem ser consideradas como um desenvolvimento no sentido funcional. As palavras não se limitam a exprimir o pensamento: é por elas que este acede à existência. Todos os pensamentos tendem a relacionar determinada coisa com outra, todos os pensamentos tendem a estabelecer uma relação entre coisas, todos os pensamentos se movem, amadurecem, se desenvolvem, preenchem uma função, resolvem um problema. Esta corrente do pensamento flui Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com como um movimento interno através de uma série de planos. Qualquer análise da interação entre o pensamento e a palavra terá de principiar por investigar os diferentes planos e fases que um pensamento percorre antes de se encarnar nas palavras. A primeira coisa que qualquer estudo revela é a necessidade de estabelecer a distinção entre dois planos de discurso. Ambos os aspectos da linguagem, tanto o interno, significante, semântico, como o aspecto externo, fonético, têm as suas leis de movimento específicas, embora formem uma verdadeira unidade, mas que é uma unidade complexa e não homogênea. Alguns fatos do desenvolvimento lingüístico da criança indicam a existência de movimentos independentes nas esferas fonética e semântica. Apontaremos dois dos mais importantes. Quando começa a dominar a fala exterior, a criança principia por uma palavra, passando depois a ligar dois ou três termos entre si; um pouco depois, progride das frases simples para outras mais complicadas, chegando por fim ao discurso coerente composto por uma série de frases dessas; por outras palavras, progride da parte para o todo.Relativamente ao significado em contrapartida, a primeira palavra da criança é uma frase completa. Semanticamente, a criança parte do todo, de um complexo significante e só mais tarde começa a dominar as unidades semânticas separadas, os significados das palavras e a subdividir o seu pensamento primitivamente indiferenciado nessas unidades. O seu aspecto externo e o aspecto semântico da linguagem desenvolvem-se em direções opostas – o primeiro do particular para o geral, da palavra para a frase e o outro do todo para o particular, da frase para a palavra. Isto, em si, basta para mostrar como é importante distinguir o aspecto fonético do discurso do seu aspecto semântico. Como se movem em sentidos opostos, o seu desenvolvimento não é coincidente, mas isso não quer dizer que sejam independentes um do outro. Pelo contrário, a sua diferença é o primeiro estádio de uma estreita união. De fato, o nosso exemplo revela a sua conexão interna tão claramente como a sua diferença. O pensamento das crianças, precisamente porque surge como um conjunto amorfo e indistinto, tem que encontrar a sua expressão numa palavra isolada; à medida que o seu pensamento se vai tornando mais diferenciado, a criança vai perdendo a possibilidade de se exprimir por meio de palavras isoladas e tem que construir um todo compósito. Inversamente, a progressão da linguagem em direção ao todo diferenciado numa frase, ajuda o pensamento da criança a progredir de conjuntos homogêneos para partes bem definidas. O pensamento e a palavra não são talhados no mesmo modelo: em certo sentido há mais diferenças do que semelhanças entre eles. A estrutura da Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com linguagem não se limita a refletir como num espelho a estrutura do pensamento; é por isso que não se pode vestir o pensamento com palavras, como se de um ornamento se tratasse. O pensamento sofre muitas alterações ao transformar-se em fala. Não se limita a encontrar expressão na fala; encontra nela a sua realidade e a sua forma. Os processos evolutivos da fonética e da semântica são essencialmente idênticos, precisamente devido a seguirem sentidos inversos. O segundo fato, que é tão importante como o primeiro, surge num período de desenvolvimento posterior. Piaget demonstrou que a criança utiliza orações subordinadas em que figuram porque, embora, etc., muito antes de compreender as estruturas significantes correspondentes a estas formas semânticas. A gramática precede a lógica. Também aqui, tal como nos nossos exemplos anteriores, a discrepância não exclui a unidade, antes lhe é necessária. Nos adultos, a divergência entre o aspecto semântico e o aspecto fonético do discurso é ainda mais flagrante. A lingüística moderna que se guia pela psicologia, encontra-se familiarizada com este fenômeno, especialmente no que toca ao sujeito e ao predicado gramaticais e psicológicos. Por exemplo, na frase “o relógio caiu”, a ênfase e o significado podem variar com as situações. Suponhamos que noto que o relógio parou e pergunto, porque terá isto acontecido. A resposta é: “o relógio caiu”. O sujeito gramatical e psicológico coincidem: “o relógio” é a primeira idéia que existe na minha consciência; “caiu” é o que se diz do relógio. Mas se ouvir um barulho no quarto ao lado e indagar o que aconteceu, e receber a mesma resposta, o sujeito e o predicado psicológicos inverter-se-ão. Eu sabia que alguma coisa tinha caído – era disso que estávamos a falar. “O relógio” vem completar a idéia. Poder-se-ia trocar a frase por esta: “o que caiu foi o relógio”. Então o sujeito gramatical e o sujeito psicológico coincidiriam. No prólogo da sua peça O Duque Ernst von Schwaben, Uhland diz: “cenas sinistras desenrolar-se-ão perante os vossos olhares”. Psicologicamente, o sujeito é “desenrolar-se-ão”: o espectador sabe que vai ver o desenrolar de certos acontecimentos. A idéia adicional, o predicado, é “cenas sinistras”. Uhland queria dizer: “Aquilo que se desenrolará perante os vossos olhares é uma tragédia”. Qualquer parte de uma frase pode tornar-se o sujeito psicológico, a parte portadora da ênfase fundamental; por outro lado, por detrás de uma estrutura gramatical podem ocultar-se significados totalmente diferentes. O acordo entre o sujeito gramatical e o sujeito psicológico não é tão predominante como tendemos a presumir -- antes pelo contrário, é um requisito raramente satisfeito. Não são só o sujeito e o predicado que têm os seus duplos psicológicos, pois também o gênero, o número, o caso, o tempo, o modo, o grau gramaticais o possuem. Uma exclamação espontânea, que do ponto de vista gramatical é errada, pode ter encanto e valor estético. A correção absoluta só se consegue para lá da linguagem natural, na matemática. A nossa linguagem quotidiana oscila constantemente entre os ideais da harmonia Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com matemática e os da harmonia imaginativa. Vamos ilustrar a interdependência dos aspectos semânticos e gramaticais da linguagem citando dois exemplos que nos mostram que as variações da estrutura formal podem arrastar consigo alterações do significado de grande alcance. Na tradução que fez da fábula “La Cigale et la Fourmi”(6*) de La Fontaine, Krylov substituiu a cigarra de La Fontaine por uma libelinha. Em francês, cigarra é uma palavra feminina, sendo portanto, adequada para simbolizar uma atitude leviana e despreocupada. A nuance perder-se-ia numa tradução literal, pois cigarra em russo, é masculino, Ao decidir-se por libelinha, que em russo é feminino, Krylov menosprezou a tradução literal em favor da forma gramatical necessária para dar o pensamento de La Fontaine (7*) Tjutchev fez o mesmo na sua tradução do poema de Heine sobre um abeto e uma palmeira. Em alemão, abeto é uma palavra masculina e palmeira é uma palavra feminina, e o poema sugere o amor de um homem por uma mulher, mas em russo ambas árvores são femininas. Para manter a implicação, Tjutchev substituiu o abeto por um cedro, masculino. Lermontov, na sua tradução mais literal do mesmo poema, destituiu-o destes matizes poéticos e deu-lhe um significado essencialmente diferente, mais abstrato e mais generalizado. Um pormenor gramatical pode, em certas circunstâncias, modificar todo o propósito do que se diz. Por detrás das palavras, há a gramática independente do pensamento, a sintaxe dos significados das palavras. A mais simples exclamação, não reflete uma correspondência rígida e constante entre som e significado, é, na realidade, muito pelo contrário, um processo. As expressões verbais não podem nascer completamente formadas, têm que se desenvolver gradualmente. Este complexo processo de transição do significado para o som tem também que se desenvolver e aperfeiçoar. A criança tem que aprender a distinguir entre a semântica e a fonética e a compreender a natureza da diferença entre uma e outra coisa. A princípio, começa por utilizar o pensamento e as formas verbais e os significados sem ter consciência deles como coisas distintas. Para a criança, a palavra é parte integrante do objeto que denota. Tal concepção parece ser característica da consciência lingüística primitiva. Todos conhecemos a velha história do rústico que afirmava que não lhe surpreendia que os sábios, com todos os instrumentos que possuíam, pudessem calcular o tamanho das estrelas e as suas trajetórias – o que lhe fazia espécie era como eles conseguiam saber o nome das estrelas. Algumas experiências simples mostram que as crianças em idade pré-escolar “explicam” o nome dos objetos pelos seus atributos. Segundo elas, um animal chama-se “vaca” porque tem cornos, Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com bezerro, quando os seus cornos ainda são pequenos, cão”, porque é pequeno e não tem cornos; chama-se“carro” a determinado objeto porque não é animal. Quando se lhes pergunta se poderia trocar os nomes das coisas, chamando por exemplo, “tinta” a uma vaca e “vaca” à tinta, respondem que não, “porque a tinta é para escrever e a vaca dá leite”. Trocar os nomes significaria trocar as características específicas de cada objeto, tão inseparável é a conexão de ambos no espírito da criança. Numa experiência disse-se às crianças que em determinado jogo se chamaria “vaca” a um cão. Eis a seguir um exemplo típico de perguntas e respostas que ocorreram: – Mas as vacas têm cornos? – Têm. – Mas então não te lembras que os cães é que são vacas? Ora vê bem: os cães têm cornos? – Pois claro. Se são vacas, se lhes chamamos vacas, têm que ter cornos. Têm que ser uma espécie de vacas com corninhos. Podemos ver pois como, para as crianças, é difícil separar o nome de um objeto dos seus atributos, que aderem ao nome mesmo quando este é transferido, como as coisas possuídas seguindo o seu dono. A fusão dos dois planos da imagem, o plano semântico e o plano vocal, começa a desarticular-se à medida que a criança cresce e a distância entre um e outro vai aumentando gradualmente. Cada estádio no desenvolvimento das palavras implica uma inter-relação específica entre os dois planos. A capacidade da criança para comunicar através da linguagem encontra-se diretamente relacionada com a diferenciação dos significados das palavras no seu discurso e na sua consciência. Para compreendermos isto teremos que recordar uma característica fundamental da estrutura dos significados das palavras. Na estrutura semântica de uma palavra estabelecemos a distinção entre referente e significado: correspondentemente, distinguimos o nominativo de uma palavra da sua função significante. Quando comparamos estas relações funcionais e estruturais nos diversos estádios de desenvolvimento, isto é, no estádio primitivo, no estádio intermédio e no estádio mais desenvolvido, deparamos com esta regularidade genética: a princípio só existe a função nominativa; e, semanticamente, só existe a referência objetiva; a independência entre a significação e a nomeação, assim como a independência entre o significado e a referência só surgem posteriormente Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com e desenvolvem-se segundo as trajetórias que tentamos detectar e descrever. Só quando este desenvolvimento se encontra completo é que a criança se torna totalmente capaz de formular o seu pensamento e compreender o pensamento dos outros. Até essa altura, a utilização que dá às palavras coincide com a que lhes dão os adultos na sua referência objetiva, mas não no seu significado. III Temos que levar a nossa investigação a planos mais profundos e explorar o plano do discurso interno que se encontra por detrás do plano semântico. Examinaremos aqui alguns dos dados que obtivemos em experiências especialmente dedicadas ao assunto. Não poderemos compreender integralmente a relação entre o pensamento e a palavra em toda a sua complexidade se não tivermos uma compreensão clara da natureza psicológica do discurso interno. No entanto, de todos os problemas relacionados com o pensamento e a linguagem, este é talvez o mais complicado, sobrecarregado como se encontra de toda a espécie de mal entendidos terminológicos e doutro gênero. Tem-se aplicado a expressão discurso interior ou endofasia a vários fenômenos, e autores há que discutem entre si acerca de coisas diferentes e têm-se travado muitas discussões entre autores que chamam o mesmo nome a coisas distintas. Originalmente, parece que se chamava discurso interior à memória verbal: exemplo disto, seria a recitação silenciosa de um poema sabido de cor. Nesse caso, o discurso interno difere do externo apenas da mesma maneira que a imagem ou idéia de um objeto difere do objeto real. Era neste sentido que entendiam o discurso interior os autores franceses que tentaram descobrir como as palavras são reproduzidas pela memória – como imagens auditivas, visuais, motoras ou sintéticas. Veremos que a memória das palavras, a memória verbal é realmente uma das componentes, um dos elementos constituintes do discurso interior, mas não o único. Numa segunda interpretação, vê-se o discurso interior como um discurso externo truncado – como “linguagem sem som” (Mueller) ou “discurso sub-vocal” (Watson). Bekhterev definiu-o como um reflexo do discurso inibido da sua parte motora. Tal explicação não é suficiente. A “locução” silenciosa das palavras não é equivalente ao processo integral do discurso interior. A terceira definição, pelo contrário é demasiado ampla. Para Goldstein(12) (13)(12, 13), a expressão recobre tudo que precede o ato motor da fala, incluindo os “motivos do discurso” de Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Wundt e a indefinível experiência discursiva não motora, não sensível – isto é, todo o aspecto interior do discurso, de qualquer atividade discursiva. É difícil aceitar a identificação do discurso interior com uma experiência interior não articulada, na qual os planos estruturais separáveis e identificáveis desapareceriam sem deixar traços. Esta experiência central é comum a toda e qualquer atividade lingüistica e só por esta razão, a interpretação de Goldstein não é adequada a essa função específica, única e exclusiva que merece o nome de discurso interior. Levada até ás suas últimas conseqüências lógicas, o ponto de vista de Goldstein conduzir-nos-ia à tese segundo a qual o discurso interior não é de maneira nenhuma linguagem, mas antes uma atividade intelectual e volitiva-afetiva, pois engloba os motivos do discurso e o pensamento que se exprime por palavras. Para obtermos uma descrição adequada do discurso interior, temos de partir do pressuposto de que se trata de uma formação específica que tem as suas leis próprias e mantém relações complexas com as outras formas de atividade lingüística. Antes de podermos estudar a relação entre o discurso interior e o pensamento, por um lado, e a linguagem, por outro lado, teremos que determinar as características e as funções que lhe são próprias. O discurso interior é um discurso para o próprio locutor; o discurso externo é um discurso para os outros. Seria na verdade surpreendente que uma diferença de funcionamento tão radical não afetasse as estruturas de ambos os tipos de discurso. A ausência de vocalização, por si só, não é mais do que uma conseqüência da natureza específica do discurso interior e não é, nem um antecedente do discurso exterior, nem a sua reprodução na memória, antes é em certo sentido, o contrário do discurso exterior. Este último consiste em verter os pensamentos em palavras, consiste na sua materialização e na sua objetivização. Com o discurso interior, pelo contrário, o processo é invertido: o discurso volta-se para dentro, para o pensamento. Por conseqüência as suas estruturas têm que ser diferentes uma da outra. O domínio do discurso interior é um dos mais difíceis de investigar. Manteve-se praticamente inacessível até se terem encontrado formas de aplicar os métodos genéticos de experimentação. Piaget foi o primeiro investigador a preocupar-se com o discurso egocêntrico das crianças e a ver a sua importância teórica, mas continuou cego à característica mais importante do discurso egocêntrico – a sua relação genética com o discurso interior – e isto veio distorcer a sua interpretação das suas funções e estrutura. Fizemos dessa relação problema central do nosso estudo, e isso permitiu-nos investigar a natureza do discurso interior com invulgar exaustão. Um certo Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com número de observações e considerações levou-nos a concluir queo discurso egocêntrico é um estádio de desenvolvimento que precede o discurso interior. Ambos preenchem funções intelectuais; as suas estruturas são semelhantes; o discurso egocêntrico desaparece por alturas da idade escolar, quando o discurso interior começa a desenvolver-se. De tudo isto inferimos que se transformam um no outro. Se esta transformação se dá, então o discurso egocêntrico fornece-nos a chave para compreendermos o discurso interior. Uma das vantagens que advêm de se utilizar o discurso egocêntrico para abordar o discurso interior é a de que aquele é acessível à observação e à experimentação. É ainda um discurso vocalizado, audível, isto é, um discurso externo no seu modo de expressão, mas é ao mesmo tempo um discurso interno na sua função e na sua estrutura. Para estudarmos um processo interno temos que exteriorizá-lo experimentalmente, relacionando-o com outra qualquer atividade; só então será possível a análise funcional objetiva. Na realidade, o discurso egocêntrico é uma experiência natural deste tipo. Este método tem ainda uma outra grande vantagem: como o discurso egocêntrico pode ser estudado no momento em que algumas das suas características se estão desvanecendo enquanto outras novas se vão formando, estamos em condições de avaliar que traços são essenciais para o discurso interior e que traços são apenas temporários, determinando assim o objetivo deste movimento que progride do discurso egocêntrico para o discurso interior – isto é, a natureza do discurso interior. Antes de passarmos aos resultados obtidos por este método, examinaremos rapidamente a natureza do discurso egocêntrico, sublinhando as diferenças entre o nosso método e o de Piaget. Piaget defende que o discurso egocêntrico da criança é uma expressão direta do egocentrismo do seu pensamento, o qual, por seu turno, é um compromisso entre o autismo primário do seu pensamento e a sua socialização gradual. À medida que a criança cresce, o autismo definha e a socialização desenvolve-se, levando a um desvanecimento do egocentrismo no seu pensamento e no seu discurso. Segundo a concepção de Piaget, a criança, pelo seu discurso egocêntrico, não se adapta ao pensamento dos adultos. O seu pensamento mantém-se integralmente egocêntrico; isto torna a sua conversa totalmente incompreensível para os outros. O discurso egocêntrico não tem qualquer função no pensamento ou na atividade realística da criança – limita-se a acompanhá-los. E, como é uma expressão do pensamento egocêntrico da criança, desaparece simultaneamente com o seu egocentrismo. Do seu auge de desenvolvimento no começo do desenvolvimento infantil, o discurso Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com egocêntrico cai a zero no limiar da idade escolar. A sua história caracteriza-se mais pela involução do que pela evolução. Não tem futuro. Na nossa concepção, o discurso egocêntrico é um fenômeno de transição entre o funcionamento inter-físico e o funcionamento intra-físico, quer dizer, da atividade social e coletiva da criança para a sua atividade mais individualizada – modelo de desenvolvimento este que é comum a todas as funções psicológicas mais elevadas. O discurso de si para si tem origem na diferenciação do discurso para os outros. Na medida em que a trajetória principal do desenvolvimento psicológico da criança é uma trajetória de progressiva individualização, esta tendência reflete-se na função e na estrutura do seu discurso. Os nossos estudos experimentais indicam que a função do discurso egocêntrico é a mesma da do discurso interior: não se limita a acompanhar a atividade da criança: está ao serviço da orientação mental, da compreensão consciente; ajuda-a a vencer as dificuldades; é discurso de si para si, que se encontra íntima e utilitariamente relacionada com o pensamento da criança: o seu destino é muito diferente daquele que lhe consigna Piaget. O discurso egocêntrico desenvolve-se segundo uma curva ascendente e não segundo uma curva descendente: segue uma evolução não uma involução. No termo dessa evolução transforma-se em discurso interior. A nossa hipótese tem várias vantagens sobre a de Piaget: ela explica a função e o desenvolvimento do discurso interior e, em particular, o seu súbito incremento, quando a criança se defronta com dificuldades que exigem consciência e reflexão – fato que as nossas experiências puseram a nu e que a teoria de Piaget não pode explicar. Mas a maior vantagem da nossa teoria consiste no fato de nos proporcionar uma resposta satisfatória a uma situação paradoxal descrita pelo próprio Piaget. Para Piaget, a diminuição quantitativa do discurso egocêntrico à medida que a criança vai crescendo significa o desaparecimento dessa mesma forma de discurso. Se assim fosse, seria de esperar que as suas peculiaridades estruturais declinassem também: é difícil acreditar que o processo só afetasse a sua quantidade e não a sua estrutura interna. O discurso da criança torna-se infinitamente menos egocêntrico entre os três e os sete anos. Se as caraterísticas do discurso egocêntrico que o tornam incompreensível para os outros têm realmente as suas raízes no egocentrismo, deveriam tornar-se menos patentes à medida que esta forma de discurso se vai tornando menos freqüente; o discurso egocêntrico deveria ir-se assemelhando ao discurso social, tornando-se progressivamente mais inteligível. Mas o que é que acontece? Será a fala de uma criança de três anos mais difícil de seguir do que a de uma criança de sete anos? Pelas nossas investigações chegamos à conclusão de que os Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com traços do discurso egocêntrico, responsáveis pela sua ininteligibilidade se encontram no seu ponto de desenvolvimento mais baixo aos três anos, atingindo o seu maior desenvolvimento aos sete anos. Desenvolve-se em sentido inverso ao discurso egocêntrico. Enquanto este último vai diminuindo e atinge uma incidência nula por alturas da idade escolar, as características estruturais tornam-se progressivamente mais e mais pronunciadas. Este fato lança uma nova luz sobre a diminuição quantitativa do discurso egocêntrico, que é a pedra de toque da teoria de Piaget. Que significa esta diminuição? As características peculiares do discurso de si para si e a sua diferenciação relativamente ao discurso exterior aumentam com a idade. Que diminuirá então? Apenas um dos seus aspectos: a vocalização. Quer isto dizer que o discurso egocêntrico como um todo se encontra em vias de desaparecer'? Estamos em crer que tal não se passe, porque, nesse caso, como poderíamos explicar o desenvolvimento das características funcionais e estruturais do discurso egocêntrico? Por outro lado, tal desenvolvimento é perfeitamente compatível com a diminuição da vocalização – na verdade, clarifica até o seu significado. O seu rápido declínio e o rápido desenvolvimento das outras características só na aparência são contraditórios. Para explicarmos isto vamos partir de um fato inegável, experimentalmente demonstrado. As qualidades funcionais e estruturais do discurso egocêntrico tornam-se mais marcadas à medida que a criança se desenvolve. Aos três anos a diferença entre o discurso social e o discurso egocêntrico da criança é nula. Aos sete anos, temos um discurso que pela sua estrutura e pela sua função é totalmente diferente do discurso social. Deu-se uma diferenciação dos dois discursos. Isto é um fato – e sabe-se bem que os fatos são de difícil refutação. Uma vez isto aceite, tudo o resto daqui decorre automaticamente. Se as peculiaridades funcionais e estruturais do discurso egocêntrico o vão isolando progressivamente do discurso exterior, então o seu aspecto vocal deverá desvanecer-se; e é isto, precisamente, o que acontece entre os trêse os sete anos de idade. Com o progressivo isolamento do discurso de si para si a sua vocalização torna-se desnecessária e perde significado e, dado que as suas peculiaridades estruturais se vão desenvolvendo, também impossível. O discurso de si para si não pode achar expressão no discurso externo. Quanto mais independente e autônomo o discurso egocêntrico se torna, mais debilmente se desenvolve nas suas manifestações externas. No termo do processo, separa-se integralmente do discurso para os outros, deixa de ser vocalizado e parece nessa altura que está a morrer. Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com Mas isso é uma ilusão. Interpretar o coeficiente de profundidade do discurso egocêntrico como um sinal de que este tipo de discurso está a morrer é como dizer que a criança deixa de contar quando cessa de utilizar os dedos para passar a calcular mentalmente. Na realidade., para lá dos sintomas de dissolução, oculta-se um desenvolvimento progressivo, o nascimento de uma nova forma de discurso. O declínio da vocalização do discurso egocêntrico é sinal de que a criança se vai progressivamente abstraindo do som, e vai adquirindo uma nova capacidade, a faculdade de “pensar as palavras” em vez de as pronunciar. Tal é o significado positivo do grau de aprofundamento do discurso egocêntrico. A curva descendente significa uma evolução em direção do discurso interior. Podemos ver que todos os fatos conhecidos relativamente às características funcionais, genéticas e estruturais do discurso egocêntrico apontam para uma e mesma coisa: tal discurso evolui para o discurso interior. A história do seu desenvolvimento só pode ser compreendida como um progressivo desabrochar das características do discurso interior. Estamos em crer que tal fato corrobora a nossa hipótese acerca da origem e da natureza do discurso egocêntrico. Para convertermos a nossa hipótese numa certeza, temos que idealizar uma experiência suscetível de nos mostrar qual das duas interpretações é a correta. Quais são os dados de que dispomos para esta experiência crítica? Formulemos de novo as teorias sobre as quais temos de tomar uma decisão. Piaget crê que o discurso egocêntrico é gerado pela insuficiente socialização do discurso e que só se pode desenvolver de uma maneira: diminuindo e acabando por morrer. O seu ponto culminante fica para trás, no passado. O discurso interior é algo de novo, importado do exterior paralelamente à socialização. O seu ponto culminante está por vir. Evolui para o discurso interior. Para obtermos provas a favor ou contra um ou outro dos dois pontos de vista, temos que colocar a criança alternadamente em situações experimentais que encorajem o discurso social e em situações que o desencorajem, observando como as alterações afetam o discurso egocêntrico. Consideramos esta experiência um experimentum crucis pelas seguintes razões. Se a fala egocêntrica da criança resulta do seu pensamento egocêntrico e da insuficiência de socialização, então qualquer debilitamento dos elementos sociais no quadro experimental, qualquer fator que aumente o isolamento da criança relativamente ao grupo conduzirá necessariamente a um Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com súbito aumento do discurso egocêntrico. Mas se este último resulta de uma insuficiente diferenciação entre o discurso para si próprio e o discurso para os outros, então as mesmas alterações conduzirão ao seu declínio. Tomamos como ponto de partida para a nossa experiência três observações do próprio Piaget: 1) o discurso egocêntrico só surge na presença de outras crianças implicadas na mesma atividade, e não quando a criança está sozinha; isto é, num monólogo coletivo. 2) a criança tem a ilusão de que este discurso egocêntrico que não é dirigido para ninguém, é compreendido pelos que a cercam. 3) o discurso egocêntrico tem o caráter de discurso exterior. Não é inaudível nem murmurado. Estas características não são com certeza fruto do acaso. Do ponto de vista da própria criança, o discurso egocêntrico ainda não se diferencia do discurso social. Ocorre nas condições objetivas e subjetivas do discurso social e pode ser considerado como um equivalente de insuficiente isolamento entre a consciência individual da criança e o todo social. Na nossa primeira série de experiências(46) (47)(46, 47), tentamos destruir a ilusão da criança de que era compreendida. Após termos medido o grau de egocentricidade do discurso numa situação semelhante à das experiências de Piaget, pusemos a criança numa situação diferente e nova: com crianças surdas-mudas ou com crianças que falavam uma língua estrangeira. O quadro experimental mantinha-se inalterado relativamente a todas as outras condições. O coeficiente de discurso egocêntrico tornou-se nulo na maioria dos casos e nos restantes, desceu em média para um número que era um oitavo do primitivo. Isto prova que a ilusão da compreensão não é um simples epifenômeno do discurso egocêntrico, antes se encontra funcionalmente correlacionado com aquele. Os nossos resultados devem parecer paradoxais do ponto de vista das teorias de Piaget: quanto mais débil é o contato entre a criança e o grupo (quer dizer, quanto menos a situação social a força a ajustar os seus pensamentos aos outros e a fazer uso do discurso social) mais livremente deverá manifestar-se o egocentrismo do seu discurso e do seu pensamento. Mas, do ponto de vista da nossa hipótese, o significado destas descobertas é claro: o discurso egocêntrico, que resulta do insuficiente grau de diferenciação entre o discurso para si próprio e do discurso para os outros, desaparece quando o sentimento de ser compreendido, que é essencial para o discurso social, se encontra ausente. Na segunda série de experiências, o fator variável era a possibilidade do monólogo coletivo. Após termos medido o coeficiente de discurso egocêntrico de cada criança em situações que permitiriam o monólogo coletivo, colocamo-las numa situação que o tornava impossível – num grupo de crianças que lhe são estranhas ou então numa mesa separada num canto da sala; noutros casos Licenciado para Valdenisa Ferreira Fontenele, E-mail: valfontenele@hotmail.com deixava-se a criança trabalhar completamente só, fazendo-se com que o próprio experimentador abandonasse a sala. Os resultados desta série estão em concordância com os primeiros resultados. A impossibilidade do monólogo coletivo teve por conseqüência uma queda do coeficiente de egocentricidade e do discurso, embora não de forma tão flagrante como no primeiro caso – raramente se tornou nulo e em média baixou para um sexto do número inicial. Os diferentes métodos de impossibilitar o monólogo coletivo não tiveram a mesma eficácia no respeitante à redução do coeficiente de discurso egocêntrico. No entanto, a tendência para a redução desse coeficiente era patente em todas as variantes da experiência. A exclusão do fator coletivo não libertou completamente o discurso egocêntrico pelo contrário, inibiu-o. A nossa hipótese foi mais uma vez confirmada. Na terceira série de experiências, o fato variável era a qualidade vocal do discurso egocêntrico. Do lado de fora da sala onde a experiência se desenrolava, encontrava-se instalada uma orquestra que tocava tão alto ou fazia-se tanto barulho, que não só todas as outras vozes, mas também a da própria criança ficavam afogadas numa variante de experiência, proibia-se expressamente à criança falar alto, permitindo-se-lhe apenas que murmurasse. Mais uma vez o coeficiente de discurso egocêntrico baixou, sendo a relação entre o seu número e o número primitivo de 5:1. Também neste caso os diferentes métodos não tinham a mesma eficácia,