IPOG - SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS

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IPOG 
INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E GRADUAÇÃO
MBA LICITAÇÃO E CONTRATOS: GOVERNANÇA E GESTÃO EM CONTRATAÇÃO E AQUISIÇÕES PÚBLICAS
GUSTAVO SULEK FERREIRA 
A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS NO PLANEJAMENTO DAS CONTRATAÇÕES PÚBLICAS
GOIÂNIA
 2023
INTRODUÇÃO
A Administração Pública brasileira está condicionada à contratar, tanto obras, serviços compras e alienações serão contratadas apenas por meio de licitação. Esta previsão provém do topo do ordenamento jurídico, da Constituição da República Federativa do Brasil e recai sobre as demais normas, agora de caráter infra constitucional. 
Assim, a constituinte gravou no inciso XXI do art. 37 da CFRB a obrigatoriedade do processo de licitação como regra. Esta constitucionalização do tema nasce primeiro com a importância dada à matéria e depois como símbolo de uma constante evolução sobre a temática inerente à Administração. 
Antes prevista no Decreto-Lei n.º 200/1967, Decreto-Lei n.º 2.300/1986, agora evoluiria para Constituição de 1988, Lei 8.666/1993 e atual Lei 14.133/2021. 
Pela própria definição trazida pelo texto legal Sistema de Registro de Preços é um conjunto de procedimentos para realização, mediante contratação direta ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras.
Possui relevante participação nas formas de gestão desenvolvidas pelo Administrador Público vez que permite maior flexibilidade na demanda e pronto atendimento na execução, como veremos com maior amplitude no discorrer deste trabalho. 
A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS NO PLANEJAMENTO DAS CONTRATAÇÕES PÚBLICAS
A Lei 14.133/2021 que se intitula “Lei de Licitações e Contratos Administrativos” traz, no inciso XLV do Art. 6º a definição normativa de Sistema de Registro de Preços:
XLV - sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos para realização, mediante contratação direta ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras;
Assim, de pronto temos que o sistema de registro de preços não é modalidade de licitação, mas um sistema composto de conjunto de procedimentos que podem culminar em contratação direta, pregão ou concorrência. 
Neste conjunto de procedimentos registra-se formalmente o preço, vinculando o fornecedor à sua vigência, relativo à prestação de serviços, obras ou aquisição e locação de bens para contratação futura.
Temos ainda que fazer breve parêntese, para CALASANS JUNIOR (2021, pág. 107) processo é o conjunto de atos realizados para atingir determinado objetivo enquanto procedimento significa a forma ou o modo
como esses atos devem ser praticados no processo.
O sistema de registro de preços está previsto também no texto da Lei 8.666/1993 que permanece vigorando até 01/04/2023. Ali a definição vem no artigo 15 e inciso II que diz que as compras, sempre que possível, deverão (...) ser processadas através de sistema de registro de preços. Assim, a sua não escolha deve ser motivada. 
A seleção das empresas para participação no registro de preços será feita mediante concorrência ou pregão. A proposta vencedora fica à disposição da Administração para, quando desejar contratar, utilizar o cadastro quantas vezes forem necessárias.
Em resumo, o sistema de registro de preços é um procedimento anterior ao ato de contratação, ainda que já represente constituição de obrigações como a de fornecer e fazê-lo a preço firmado, o fornecimento do produto ou serviço acontecerá em ocasião futura, dentro do período de um ano de vigência da ata. 
Importante considerar que não há obrigação do poder público de contratar neste período toda a quantidade previamente registrada, mas há obrigação do fornecedor de entregar a quantidade caso lhe seja solicitada. Em que pese a expectativa de realização do contrato, o fornecedor terá preferência para contratar com a Administração. 
E desta faculdade nasce a importância deste instituto para a Administração Pública, permitindo maior flexibilidade e controle do momento das decisões, permitindo maior celeridade no fornecimento quando a necessidade surgir de maneira abrupta, permitindo ainda o fracionamento da entrega, dispensando armazenamento, guarda e distribuição posteriores. 
Para MEIRELLES (2015, pág. 403): 
Pode ser adotados quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de serem frequentes as contratações; quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas; na contratação de serviços remunerados por unidade de medida, ou em regime de tarefa, ou para atendimento a mais de um órgão, entidade, ou a programas de governo; ou quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.
Outra relevante vantagem ao gestor público é a possibilidade[footnoteRef:1] de pegar “carona” em Sistema de Registro de Preços já formalizado por outro órgão sem precisar refazer todo conjunto de procedimentos. Pode haver, no entanto, limitação quantitativa dos itens licitados. [1: É vedada aos órgãos públicos federais a adesão à ata de registro de preços quando a licitação tiver sido realizada pela Administração Pública Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, bem como por entidades paraestatais. Orientação Normativa 21/2011 da Advocacia Geral da União. ] 
CONCLUSÃO
O sistema de registro de preços é modalidade prévia de contratação da Administração Pública onde os fornecedores participam de concorrência ou pregão a fim de registrar seus preços para futura contratação, podendo ser para prestação de serviços, obras, fornecimento e locação de bens. O registro tem validade de um ano, prazo este que possui o gestor para organizar o fornecimento para suprir sua demanda, podendo ser de forma fracionada e sem a obrigatoriedade de contratação. 
BIBLIOGRAFIA
CALASANS JUNIOR, José. Manual da Licitação: com base na Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 / José Calasans Junior. – 3. ed. – Barueri [SP]: Atlas, 2021.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro / Hely Lopes Meirelles, José Emmanuel Burle Filho. - 42. ed. / atual. até a Emenda Constitucional 90, de 15.9.2015. - São Paulo : Malheiros, 2016.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo / Alexandre Mazza. - 11. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021.
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