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BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA-BPC: SEUS IMPACTOS NA VIDA DOS BENEFICIÁRIOS JACQUELINE DE FREITAS SOARES FERRAZ DO AMARAL Orientador: A.S. Prº. Me. Eduardo Antonio Pedreira Paiva Itambé-Bahia 04/11/2022 INTRODUÇÃO Este artigo tem como tema: Benefício de Prestação Continuada (BPC): Seus impactos na vida dos beneficiários. Partiu de uma vivência do estágio supervisionado promovido pela Faculdade UNEF de Feira de Santana no polo de Itambé na Bahia. A causa da escolha desta temática definiu-se por meio da prática de estágio curricular realizado no CRAS Felipe Achy na cidade de Itambé-BA, no período de 14 de setembro a 09 de novembro de 2021 e posteriormente de 04 de abril a 30 de maio de 2022. As atividades desenvolvidas no CRAS, dentre elas, a de orientação e encaminhamento do BPC, despertou-me para o estudo da trajetória histórica do referido benefício e suas contradições. Na obsernação empírica constatou-se que o BPC possui caráter extremamente focalista e se restringe as pessoas de extrema vulnerabilidade social, sendo assim, negando o direito universal assegurado através da Constituição Cidadã e ferindo a concepção de direito em sua plenitude. PROBLEMA: INTRODUÇÃO Conhecer os impactos do BPC na vida dos beneficiários. O BPC será a solução dos problemas financeiros dos idosos e deficientes, ou apenas um paliativo. PRESSUPOSTO: É um benefício individual, não vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1(um) salário mínimo ao idoso, com 65(sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. OBJETIVOS INTRODUÇÃO Geral: Analisar e dissertar sobre o Benefício de Prestação Continuada e seus impactos na vida dos beneficiários. Específicos: Pesquisar como os beneficiários acessam e obtém conhecimento sobre o benefício, identificar como o benefício está sendo utilizado pelo beneficiário e investigar se o benefício vem oferecendo mudanças na vida dos beneficiários. METODOLOGIA Para alcançar o desiderato científico proposto, será utilizada a metodologia de ampla pesquisa bibliográfica, adotando o método de pesquisa qualitativa, com base na Constituição Federal, Leis, Decretos, Portarias, Instruções Normativas, também foram coletados dados de artigos, livros e obras publicadas relacionadas ao tema para explanar entendimentos, pareceres e interpretações sobre a metodologia de análise e conceitos que norteiam a LOAS, e suas mudanças no decorrer dos anos. A busca ocorreu em junho de 2020 com utilização das palavras-chave “O que é BPC e quem tem direito”, “Assistência social-BPC”, “Idosos”, “Qualidade de vida”, “Quem tem direito ao LOAS” e “ o papel do assistente social na do concessão do BPC.” 2. A ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA E SEU PERCURSO HISTÓRICO REFERENCIAL Aldaíza Sposati (2007) define assistência social como “política de garantia de direitos de prevenção e proteção social através de serviços, benefícios, programas, projetos, monitoramento e trabalhos sociais”. Nesse sentido, Mota (2000) afirma que a seguridade social brasileira está longe de formar um amplo e articulado mecanismo de proteção. 2.1 O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC COMO DIREITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. O Beneficio de Prestação Continuada – BPC é uma das maneiras de assegurar a inclusão das pessoas portadoras de deficiência e dos idosos na sociedade, na medida em que se propõe a suprir as carências econômicas da pessoa com deficiência e idosas, com o objetivo de garantir uma renda que venha assegurar o acesso aos meios de prover sua sobrevivência com dignidade (SANTOS, 2011). Embora não estejam explicitamente definidos na Loas, os Benefícios Eventuais constituem, na história da política social moderna, a distribuição pública de pro-visões materiais ou financeiras a grupos específicos que não podem, com recursos próprios, satisfazerem suas necessidades básicas. Trata-se de um instrumento protetor diferenciado sob a responsabilidade do Estado que, nos termos da Loas, não tem um fim em si mesmo, posto que inscreve em um espectro mais amplo e duradouro de proteção social, do qual constitui a providência mais urgente. (Pereira, 2010, p. 11) ANÁLISE DOS DADOS 3 SERVIÇO SOCIAL E OS DESAFIOS DA AVALIAÇÃO SOCIAL Diante disso, pode-se afirmar que a realização de habilitação de benefícios é uma prática contraditória às competências e atribuições privativas do profissional de Serviço Social, da mesma forma que, forçar os assistentes sociais a tal prática se torna uma ilegalidade, ferindo toda a legislação que regulamenta a atuação profissional no INSS, o Código de Ética Profissional (1993) e a Lei que regulamenta a profissão (8.662/1993). Em relação ao BPC, o assistente social atua na realização da avaliação da deficiência e do grau de incapacidade das pessoas com deficiência que buscam o BPC, juntamente com a perícia médica, conforme determina o Decreto 6.214/2007. Além disso, realiza ações de socialização das informações junto aos usuários e à sociedade civil, por meio de abordagens individuais e grupais viabilizando articulações com instituições e os poderes públicos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Mesmo diante de toda uma gama de regras e requisitos o beneficiário em dois em dois anos tem que voltar a provar sua condição de miserabilidade. Interessante é observar que o valor do Benefício de Prestação Continuada serve apenas para a sobrevivência do beneficiário, uma vez que não garante vestuários, alimentação, moradia entre outros requisitos constitucionais que o salário mínimo deveria suprir. O BPC, na maioria dos casos, representa a única renda de famílias que vivem em verdadeiro estado de miséria, desprovidas de outros recursos financeiros. Em situações especiais, essas famílias recebem também uma simbólica ajuda do programa Auxilio Brasil, criado em 2021 para substituir o Bolsa Família como programa social de transferência direta e indireta de renda do Governo Federal. O Benefício da Prestação Continuada, portanto, modificou profundamente o cenário de miséria e abandono em que viviam milhares de pessoas deficientes impossibilitadas de trabalhar e de idosos reconhecidamente incluídos na faixa da miséria social. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante de todo o exposto, percebeu-se que o BPC como discorrido têm em sua essencialidade caráter puramente assistencial, sendo a verdadeira política pública inerente ao campo dos direitos fundamentais, com uma parcela significativa do estado em propiciar o mínimo necessário aos que se encontram em situações vulnerabilidade econômica, tendo o básico para que não padeçam independente de sua contraprestação, assim o estado cumpre o seu dever de proteção e amparosocial da dignidade da pessoa humana. Vê-se assim, que o pagamento do benefício de prestação continuada, tem o condão de amenizar as condições de vida dos beneficiários, uma vez que não enfrenta o problema da hipossuficiência, apenas o ameniza, servindo como um mecanismo que tenta melhorar a situação de vida dos beneficiários, ou seja, do idoso e do deficiente físico. REFERÊNCIAS BEHRING, E.; BOSCHETTI, I. Política Social: fundamentos e história. São Paulo: Cortez,2006. (Biblioteca Básica do Serviço Social; v. 2). BOSCHETTI, Ivanete. A política de seguridade social no Brasil. In: Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. BOVOLENTA, Gisele Aparecida. Os benefícios eventuais e a gestão municipal. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – PontifíciaUniversidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, 2010. GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1995.
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