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REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 709 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014708 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 13 | n. 1 | p. 1-10 | nov. 2013 1 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 20142 Revista Espaço para a Saúde (REpS) Conselho Editorial Elaine Rossi Ribeiro (editora) Alberto Duran González (editor associado) Maira Bortoletto (editora associada) Edmarlon Girotto (editor assistente) Instituto de Estudos em Saúde Coletiva – iNESCO Diretor Presidente: João José Batista de Campos Diretora Secretária: Ester Fogel Paciornik Diretor Tesoureiro: Roberto Zonato Esteves Suplente: Francisco Carlos Mouzinho de Oliveira Diretor Executivo: Marcio José de Almeida Conselho Fiscal: Alberto Durán González, Elaine Rossi Ribeiro e Carlos Lioti | Suplente: Maria Angélica Curia Cerveira (Keka) Conselho Técnico-Administrativo: Carlos Homero Giacomini, Marli Terezinha Vanucchi, Luis Fernando Nicz, Regina Melchior, Pollyana Kássia de Oliveira Borges (UEPG), Valmir Rycheta Correia (UEM) | Suplentes: Wladithe Organ Carvalho e Darcy Reis de Oliveira Conselho Editorial: João José Batista de Campos (presidente), Luiz Cordoni Jr. (editor da coleção de livros), Izabel Cristina Meister Martins Coelho (editora associada da coleção de livros), Alberto Durán González (editor da REpS) e Elaine Rossi Ribeiro (editora associada da REpS) www.inesco.org.br | E-mail: inesco@inesco.com.br Revista Espaço para Saúde, v. 15, suplemento nº 1, junho 2014 Anais do VII Fórum Nacional de Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem na Formação em Saúde Londrina: Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - iNESCO, 2014 Trimestral ISSN 1517-7130 Indexada em: LILACS e Latindex E-mail: espacosaude@inesco.org.br | Trimestral | Tiragem: 1.000 exemplares | Revisão Ortográfica: Maria Christina Ribeiro Boni | Projeto gráfico e diagramação: Visualità Casa de Design Versões online: www.inesco.org.br/revista.asp A Revista Espaço para a Saúde conta com o apoio do Governo do Paraná, por meio do Convênio 90/2013 assinado entre o INESCO e a Secretaria de Estado da Saúde http://www.inesco.org.br/revista.asp mailto:espacosaude@inesco.org.br http://www.inesco.org.br mailto:inesco@inesco.com.br REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 3 Sumário Editorial 16 Apresentação 18 Conferência Metodologia ativa, avaliação, metacognição e ignorância perigosa: elementos para reflexão na docência universitária (Léa das Graças Camargos Anastasiou) 19 Minicurso Otimizando as condições para uma aprendizagem ativa (Stewart Mennin, Regina Mennin, Ester Fogel Paciornik) 35 Painel Integralidade na formação em saúde (Regina M. G. Marsiglia) 39 Profissionalismo e responsabilidade social das instituições de ensino – O profissionalismo sob o ponto de vista do estudante (Giseli Cipriano Rodacoski) 42 Artigos Originais* As implicações do ensino e pesquisa da psicanálise na universidade: um desafio (Sílvia Nogueira Cordeiro, Maria Elizabeth Barreto Tavares dos Reis, Maíra Bonafé Sei, Sandra Aparecida Serra Zanetti) 47 Relato de experiência sobre linha de cuidados de Enfermagem ao cliente cirúrgico: um dispositivo pedagógico para a formação universitária (Gracieli Alves dos Santos, Maysa Gabrielle de Medeiros Bezerra, Mayara Evangelhista da Silva, Paulo Sérgio da Silva, Nébia Maria Almeida de Figueiredo) 54 Estratégias educativas em saúde do adolescente na Atenção Primária de Saúde (Renata Oppitz de Lima e Cirne Ortiz Vargas) 64 Acompanhamento pedagógico e o reconhecimento das potencialidades dos docentes (Jaqueline Mocelin, Kellin Danielski e Daniela Maysade Souza) 72 * Os trabalhos da seção "Artigos Originais" encontram-se gravados no CD fixado na contracapa, que é parte indissociável desta publicação. REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 20144 Desenvolvimento docente e estratégias de incremento ao uso de metodologias ativas no ensino em saúde: experiência, conquistas e desafios (Cleidilene Ramos Magalhães, Izabel Cristina Bruno Bacellar Zaneti, Márcia Rosa da Costa) 82 Avaliação de ferramentas de aprendizagem, de monitores e do laboratório de habilidades clínico-cirúrgica por estudantes do Módulo de Ginecologia da UFC (Francisco das Chagas Medeiros, Cícera Geórgia Félix de Almeida, Bruno Hállan Meneses Dias e Amanda Rodrigues Scipião) 92 Integração Pet vs Dengue e redes de atenção à saúde de Londrina, Cambé e Ibiporã: relato de experiência (Giovanna Moura Giangiacomo, Claudia Akemi Aida, Thaynara de Souza Lopes, Laurival Antonio Vilas Boas, Maria Luiza Hiromi Iwakura Kasai) 103 Construindo um arco-íris de possibilidades na produção de um programa de preceptoria: ateliê de trocas (Flávia de Jesus Ribeiro Chagas e Donizete Vago Daher) 111 O projeto de extensão enquanto estratégia para formação em Psicologia: uma experiência no atendimento à família (Maíra Bonafé Sei e Sandra Aparecida Serra Zanetti) 118 O processo de ensino-aprendizagem em metodologias ativas: ressignificando ações (Juliana Delalibera Thobias Mendes, Ellys Marina de Oliveria Lara, Valéria Vernaschi Lima e Roberto de Queiroz Padilha) 125 As implicações do ensino e pesquisa da psicanálise na universidade: um desafio (Sílvia Nogueira Cordeiro, Maria Elizabeth Barreto Tavares dos Reis, Maíra Bonafé Sei e Sandra Aparecida Serra Zanetti) 133 Prática de ensino na comunidade III (PEC III): relato de experiência (Andreia Freire de Menezes, Edilene Curvelo Hora, José Elias Gomes Batista Filho e Maria do Socorro Claudino Barreiro) 140 Metodologias ativas: uma ferramenta para a efetivação do princípio da integralidade na formação dos técnicos de Enfermagem nas ETSUS no Brasil (Daniela Priscila Oliveira do Vale Tafner e Kenya Schmidt Reibnitz) 147 Utilização da aprendizagem baseada em tarefas no ensino do metabolismo dos carboidratos no curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (Adriana Andrade Carvalho) 153 Metodologia do ensino com pesquisa: percepções dos alunos no desenvolvimento do processo de enfermagem (Maria Leoni Valle e Marilin Hohl) 161 A importância da interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e intersetorialidade no combate à sífilis congênita no município de Lagarto (Sergipe) (Andreia Freire de Menezes, Karine Vaccaro Tako, Maria do Socorro Claudino Barreiro, Rosemar Barbosa Mendes e Lívio Matheus Aragão dos Prazeres) 168 Currículo integrado de Enfermagem: distribuição e avaliação do tema transversal ser humano (Isadora Pierotti, Anaísa Cristina Pinto, Fernanda Rissardi de Moraes e Mara Lúcia Garanhani) 175 Aspectos desmotivadores da docência em Medicina (Kauê Furlan da Rocha, Nicolas Pivoto, Sara Carolina Scremin Souza, Carolina Nobue Tanaka e Maria José Sparça Salles) 185 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 5 Redes sociais e metodologias ativas no apoio ao ensino presencial (Vasco Manuel Salvador Lopes, Lícia Vasconcelos Carvalho da Silva e Sibele Ribeiro de Oliveira) 192 O uso de metodologias ativas para capacitar professores em avaliação formativa (Anete Maria Francisco, Flávia Cristina Goulart, Carlos Rodrigues da Silva Filho e Carlos Alberto Lazarini) 201 Intersetorialidade: a construção do estado da arte (Camilia Susana Faler e Maria Isabel Barros Bellini) 209 Metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem: avaliação sob o olhar do monitor (Marlene Harger Zimmermann, Maria Dagmar da Rocha, Caroline Gonçalves Pustiglione Campos, Lidia Dalgallo Zarpellon e Rosiane Gueter Mello Zibetti) 216 Extensão: contribuições na formade agir e pensar dentro e fora da universidade (Ana Maria Braga de Oliveira, Guilherme Rodrigues Barbosa, Jamile de Jesus Pinto Ferreira, Poliana de Jesus Santos, Mateus Alves Santos e Diego dos Passos Santiago) 227 Educação permanente em saúde: tranformações no processo de Trabalho dos profissionais de Enfermagem (Carolina Favarão Marton, Tatiane Angélica Phelipini Borges, Márcia Adriana Poll, Marli Terezinha Oliveira Vannuchi e Thayane Roberto Simões) 234 O uso das metodologias ativas no curso de Enfermagem: uma exposição desta experiência (Carla Luiza da Silva Martins, Clóris Regina Blanski Grden, Luciane Patricia Andreani Cabral, Caroline Gonçalves Pustiglione Campos e Elaine Cristina Antunes Rinaldi) 245 A inserção do psicólogo em residência multiprofissional em saúde da mulher (Sílvia Nogueira Cordeiro, Maria Elizabeth Barreto Tavares dos Reis, Maíra Bonafé Sei e Sandra Aparecida Serra Zanetti) 253 Avaliação da translação do conhecimento relacionado à primeira infância nos cursos de saúde e de educação de instituições de ensino superior do interior paulista (Alfredo Almeida Pina-Oliveira, Ana Claudia Camargo Gonçalves Germani e Anna Maria Chiesa) 261 Leitura freireana de um processo de capacitação de equipes da estratégia saúde da família no município de São Paulo: em foco o desenvolvimento infantil e a promoção da saúde (Alfredo Almeida Pina-Oliveira, Ana Claudia Camargo Gonçalves Germani e Anna Maria Chiesa) 269 Biomedicina/UEL: construção das mudanças curriculares: conteúdos e processos (Fábio Goulart de Andrade, Mara Lúcia Luiz Ribeiro, Ivete Conhon Costa, Cássia Thaïs Bussamra Vieira Zaia, Lucy Megumi Yamauchi) 278 O papel do monitor no curso de Enfermagem do UNIFESO: relato de experiência a partir dos eixos de atuação pedagógica (Maysa Gabrielle de Medeiros Bezerra, Gracieli Alves dos Santos, Mayara Evangelhista da Silva, Paulo Sérgio da Silva e Nébia Maria Almeida de Figueiredo) 284 As práticas educativas em um currículo interprofissional: percepção de discentes e docentes da saúde (Rosana Aparecida Salvador Rossit, Denise Herdy Afonso e Maria Viviane Lisboa de Vasconcelos) 295 Integrando conteúdos, visualizando o ensinar a cuidar (Marilin Hohl e Maria Leoni Valle) 301 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 20146 De aluno a professor: a experiência de residentes no uso de metodologias ativas em sala de aula (Thayane Roberto Simões, Franciely Midori Bueno de Freitas, Marli Terezinha Oliveira Vannuchi, Tatiane Angélica Phelipini Borges e Carolina Favarão Marton) 311 Programa de desenvolvimento profissional (Cristiane Pavelski Dias, Elaine Rossi Ribeiro, Fernanda Mariana da Silva C.Parise, Larissa Fernanda Zarath Moreira e Letícia Alves de Oliveira) 318 Ferramenta e-Portfólio/Exabis® avaliada por docentes e acadêmicos de Enfermagem: ISO 9126-4 (Ana Paula Xavier Ravelli e Grace Teresinha Marcon Dal Sasso) 325 Processo educativo para a prática de Enfermagem utilizando estratégias metodológicas baseadas no Arco de Marguerez (Joanara Rozane da Fontoura Winters, Josiane Steil Siewert, Débora Rinaldi Nogueira, Vanessa Tuono Jardim e Alexandre Pareto Cunha) 336 Relato de experiência: tecendo aproximação sobre a avaliação formativa (Kátia Pereira de Borba, Tatiane Baratieri, Elizabeth do Nascimento Lira, Marília Daniella M.A. Cavalcante e Glaucia Talita Possolli) 346 Administração de imunobiológicos nas escolas: relato de experiência de estudantes universitários de Enfermagem (Gracieli Alves dos Santos, Maysa Gabrielle de Medeiros Bezerra, Mayara Evangelhista da Silva, Paulo Sérgio da Silva e Kátia Cristina Felippe) 353 Uso de júri simulado virtual em disciplina do curso de Farmácia (Agnes Nogueira Gossenheimer, Mauro Silveira de Castro e Mára Lúcia Fernandes Carneiro) 360 Estratégias pedagógicas para o desenvolvimento do pensamento crítico na formação do enfermeiro (Elaine Alves, Ágata Lechar Aranha, Dalila Ledo Ferreira, Fernanda Araújo Ferreira e Francielle Caroline Pereira Gonçalves) 371 Análise de um projeto de educação interprofissional na formação em saúde: percepção de egressos (Rosana Rossit, Sylvia Helena Batista e Nildo Alves Batista) 381 A linha de cuidado como ferramenta de promoção e prevenção de saúde: relato de experiência sobre os cuidados à cliente gestante (Maysa Gabrielle de Medeiros Bezerra, Nathalia Soares Liberato Rufino, Mayara Evangelhista da Silva, Paulo Sérgio da Silva e Viviane da Costa Freitas Silva) 387 Uso da ferramenta tecnológica Forumeiros® no projeto consulta de Enfermagem no pré-natal e pós-parto: relato de experiência (Ana Paula Xavier Ravelli, Suellen Vienscoski Skupien, Alloma Christine de Madureira Paula e Lara Simone Messias Floriano) 396 As mudanças na ensinagem do raciocínio clínico e nos diagnósticos de Enfermagem: o desafio na aplicação (Carla Luiza da Silva Martins, Sandra Maria Bastos Pires, Elaine Cristina Antunes Rinaldi, Ana Luzia Rodrigues e Mariane Antunes Cavalheiro) 403 Estratégias de ensino aprendizagem de um currículo integrado: o olhar da literatura educacional (Jakeline Barbara Alves, Maria Helena Dantas de Menezes Guariente e Renata Morais Alves) 409 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 7 Relato de Experiência: projeto de extensão: orientação vocacional e profissional de adolescentes das escolas estaduais da cidade de Londrina e região (Rosemarie Elizabeth Schimidt Almeida) 418 Visão dos preceptores e acadêmicos das atividades desenvolvidas nas Unidades de Saúde (Lidia Dalgallo Zarpellon, Marlene Harger Zimmermann, Lara Simone Messias Floriano, Pollyanna Kássia de Oliveira Borges e Izabel Cristina Meister Martins Coelho) 425 Programa de apoio discente e docente: implantação e atividades em um curso de Medicina com metodologia de aprendizagem baseada em problemas (Nicolas Pivoto, Thalita Bento Talizin, Célia Cristina Fornaziero, Márcia Hiromi Sakai e Vera Lúcia Menezes Silva) 432 Uso de metodologias ativas na disciplina de Enfermagem nas práticas alternativas de saúde (Lidia Dalgallo Zarpellon, Marlene Harger Zimmermann, Lara Simone Messias Floriano, Graciele de Matia e Izabel Cristina Meister Martins Coelho) 437 Experenciando metodologias ativas na formação de mestres na área da saúde (Marina Steinbach, Celi Ghislandi, Greize Rios, Daniela Carcereri e Marta Lenise do Prado) 444 Teste de Progresso – análise do 1º ano de consórcio (Rosana Alves e Renata Nunes Aranha) 454 O estudo de caso como metodologia ativa para o ensino em Enfermagem (Marília Daniella Machado Araújo Cavalcante e Cristiane de Melo Aggio) 464 Tecnologias móveis e saúde (Ana Paula de Oliveira, Elisângela Maria da Silva Bossone, Rosimeire Aparecida Monteiro Silveira, Sônia Cristina Dias Soares Vermelho, Flávio Bortolozzi e Regiane da Silva Macuch) 469 O desenvolvimento do processo pedagógico através do uso de metodologias (inter) ativas na educação à distância (Márcia Rosa da Costa, Alessandra Tavares Francisco Fernandes, Magda Granville Lorenz, Paula Perusato Pereira e Ana Paula Santos) 476 A educação em saúde como tema transversal em um currículo integrado de Enfermagem: análise documental (Heloise Aparecida de Oliveira Pinto, Andréia Bendine Gastaldi e Mara Lúcia Garanhani) 486 Núcleo interprofissional de formação na área da saúde (Ângela Peters Rodrigues, Margareth Alves Bastos Castro e Mariângela Aparecida Gonçalves Figueiredo) 494 Integração ensino-serviço UFSC-SMS: a experiência da residência multiprofissional em saúde da família na gestão de serviços de saúde bucal (Ana Carolina Oliveira Peres, Mônica de Souza Netto Mello, Ana Lúcia S. Ferreira de Mello e Daniela Lemos Carcereri) 502 Formação de técnicos de enfermagem: fragilidades na articulaçãodos conteúdos teóricos com a prática (Daniela Priscila Oliveira do Vale Tafner e Kenya Schmidt Reibnitz) 509 Avaliando processo na formação tutorial de docentes (Olinda Maria de Fátima Lechmann Saldanha, Vera Maria da Rocha, Carmem Lúcia Colomé Beck, Ana Zoé Schilling da Cunha e Aline Guerra Aquilante) 516 Instrumento de avaliação para melhoria da qualidade da estratégia Saúde da Família como ferramenta de estágio supervisionado (Tatiane Baratieri, Luiz Gustavo Duarte, Kátia Pereira de Borba e Ieda Harumi Higarashi) 523 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 20148 Educação EaD e a sua contribuição na qualificação dos gestores do SUS (Terezinha Pelinski da Silveira e Rita de Cássia da Silva Oliveira) 531 Percepções de gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre o que o interno necessita aprender para atender às necessidades de saúde da população (Rosana Alves e Valdes Roberto Bollela) 543 Estruturação e Implantação do Instituto de Ensino e Pesquisa (Elaine Rossi Ribeiro, Elisiê Ribeiro Costa, Gustavo Justo Schulz, Marcela Ceci Dohms e Sabrina Stefanello) 549 Interação ensino-serviço favorecida pela preceptoria no setor de infectologia do Hospital Universitário (Rosa Maria Conde Vieira do Carmo, Cláudia Mara de Melo Tavares e Lucia Cardoso Mourão) 558 Construção de um modelo para o uso de simuladores na implementação de métodos ativos de aprendizagem nas escolas de Medicina (Marta R. Bez e Cecília D. Flores) 566 Uso de videoaulas interativas na disciplina de Semiologia geral de um curso de Medicina (Edson Felix dos Santos, Cecilia D. Flores e Waldo Mattos) 575 Metodologia ativa de ensino-aprendizagem na formação de saúde do idoso hipertenso: sistematização de experiência (Marilin Hohl, Maria Leoni Valle e Maria Heloisa Madruga Chaves) 583 Práticas inovadoras de ensino-aprendizagem no curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal Fluminense (Cláudia Mara de Melo Tavares, Cynthia Medeiros Alvarenga e Linda Nice Gama) 591 Simulador inteligente para a tomada de decisão em cuidados de saúde - SIMDECS (Marta R. Bez, João M. Fonseca, Vinícius Maroni, Paulo R. Barros, Silvio C. Cazella e Cecilia D. Flores) 599 Propostas metodológicas para a avaliação da interdisciplinaridade nas práticas de Atenção Primária à Saúde: evidências na produção científica da última década (Patrícia Chiconatto, Vania Schmitt e Daiana Novello) 610 Trabalho interdisciplinar: um desafio para a consolidação da estratégia de Saúde da Família no interior do Paraná (Patrícia Chiconatto, Vania Schmitt e Daiana Novello) 616 Relatos de experiências de empreendedorismo aprendido na prática (Tamyra Pagliai Morais, Amanda Junqueira Rossetto, Carolina SaoriIshii Mauro, Ester Massae Okamoto Dalla Costa, Marcela Maria Baracat e Eliana Carolina Vespero) 623 Educar para prevenir: educação em saúde de jovem para jovem (Leide da Conceição Sanches e Maria Cecília Da Lozzo Garbelini) 631 Refletindo a partir da teoria do capital humano sobre as motivações do enfermeiro para realizar pós-graduação stricto sensu (Rejane Eleuterio Ferreira, Cláudia Mara de Melo Tavares e Gabriela Silva dos Santos) 636 A abordagem das relações interpessoais no processo de formação do enfermeiro: uma revisão integrativa (Rejane Eleutério Ferreira, Gabriela Silva dos Santos. Verônica Pinheiro Viana, Cláudia Mara de Melo Tavares. Vera Maria Sabóia) 644 Escola Técnica de Saúde do SUS Blumenau: contribuições pedagógicas aos enfermeiros (Daniela Priscila Oliveira do Vale Tafner, Daniela Maysade Souza, Kellin Danielski e Jaqueline Mocelin) 657 Validação do simulador de paciente virtual SIACC (Régis L. Sebastiani, Marta R. Bez, Rosana M. Bruno e Cecilia D. Flores) 665 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 9 Percepções de gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre o que o interno necessita aprender para atender às necessidades de saúde da população (Rosana Alves e Valdes Roberto Bollela) 676 O uso de vídeos como elemento disparador de aprendizagem, no lugar de textos-problemas, em sessões tutoriais de um curso estruturado em metodologias ativas de ensino (Rangel Rodrigues Bomfim, Natalia Nogueira Saraiva, Rossana Maria Cahino Pereira, Adriana Andrade Carvalho) 681 Avaliação de sistema de informação para atenção primária à doença renal crônica (Suellen Vienscoski Skupien, Lilian Mie Mukai Cintho) 689 Metodologias ativas no ensino de ciência de alimentos para o curso de Farmácia (Renata Cristian Andrade Assunção, Mairim Russo Serafini, Elisdete Santos de Jesus e Luciana Pereira Lobato) 697 Resumos Expandidos* NUMESC: Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva - Um novo cenário de formação (Maria Raquel Pilar Steyer) 707 Pet Saúde – práticas regionais inovadoras de formação e atenção em saúde: uma experiência transformadora (Maria Raquel Pilar Steyer, Cláudia Marmitt Fanfa e Meiriane Gaedke) 709 Formação profissional em Odontologia: revisão de literatura (Fabiane Alves Farias, Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello e Rodrigo Otávio Moretti Pires) 711 O relacionamento interpessoal entre estudantes, docentes e enfermeiros: percepção sob a ótica dos internos (Carolina Favarão Marton, Marli Terezinha Oliveira Vannuch, Dennis Ferreira Garcia de Matos Marqui, Franciely Midori Bueno de Freitas e Tatiane Angélica Phelipini Borges) 714 Aplicação do exame clínico objetivo estruturado [OSCE] na avaliação de competências clínicas de graduandos em Enfermagem (Juliana Ollé Mendes da Silva, Francine Dutra Mattei, Leandro Rozin, Eliana Coutinho Evers e Débora Maria Vargas Makuch) 717 Educação permanente em saúde: visão dos profissionais e inserção no cotidiano da atenção (Roberta Tognollo Borotta, Ieda Harumi Higarashi e Jane Regina Zílio) 720 Prosaúde III/UEL e Biomedicina: uma forma de integrar o teórico e o prático (Lucy Megumi Yamauchi, Alexandre Tadachi Morey, Gabriela Gonçalves de Oliveira, Wander Rogério Pavanelli e Ivete Conchon Costa) 722 Mapas conceituais: fator integrador de conhecimentos (Lucy Megumi Yamauchi, Lígia Carla Faccin Galhardi, Idessania Nazareth Costa, Sérgio Paulo Dejado da Rocha e Maria Claudia Noronha Dutra de Menezes) 724 Construção de proposta educativa integrada: relato de experiência (Célia Maria Gomes Labegalini, Vanessa Denardi Antoniassi Baldissera, Raquel Gusmão Oliveira, Paula Ortiz Oliveira e Adriene Cristiane Lara) 726 * Os trabalhos da seção "Resumos Expandidos" encontram-se gravados no CD fixado na contracapa, que é parte indissociável desta publicação. REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201410 Cuidado na casa de apoio do Hospital Pequeno Príncipe (Juliana Ollé Mendes da Silva, Leandro Rozin, Milena da Costa, Verônica Aravena e Tatiany Mendonça) 728 Integração entre Universidade e Política de Saúde: intersetorialidade e ensino em saúde (Maria Isabel Barros Bellini) 730 Serviço Social e interdisciplinaridade no programa de educação pelo trabalho para saúde na Universidade Estadual de Londrina (Alaíde Maria Morita Fernandes da Silva., Jaqueline Silva Campos, Lúcia Helena Machado do Carmo e Rafaely Silva Franco) 732 Metodologias ativas na teorização de um internato de Enfermagem: percepção de docentes (Carolina Favarão Marton, Marli Terezinha Oliveira Vannuchi, Thayane Roberto Simões, Simone Domingues Garcia e Dennis Ferreira Garcia De Matos Marqui) 734 A simulação realística como estratégia de ensino-aprendizagem em especialização em Enfermagem Pediátrica e Neonatal (Débora Maria Vargas Makuch, Juliana Ollé Mendes da Silva e Graciele de Matia) 736 Os elementos corporais do professor no cenário tutorial: reflexões para formação universitária em Enfermagem (Maysa Gabrielle de Medeiros Bezerra,Gracieli Alves dos Santos, Mayara Evangelhista da Silva, Kátia Cristina Felippe e Paulo Sérgio da Silva) 738 O processo de ensino-aprendizagem em habilidades e atitudes em Fisioterapia (Oliveira, A. M. B; Deda, M. R.C) 740 Planejamento Estratégico Situacional: estratégia de ensino e aprendizagem para a formação do enfermeiro (Jaqueline Mocelin, Kellin Danielski e Daniela Maysa de Souza) 742 Conhecimento acerca das condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família em uma equipe multiprofissional – interior do Paraná (Patrícia Chiconatto, Vania Schmitt e Daiana Novello) 744 Louca travessura (Lara Simone Messias Floriano, Ana Paula Xavier Ravelli, Emelly Cristina Tracz e Lídia Dalgallo Zarpellon) 747 Educação permanente e práticas de educação continuada no contexto de um programa avaliativo: percepção de médicos e enfermeiros de equipes de Saúde da Família (Carlos Haroldo Piancastelli e Valdes Roberto Bollela) 749 O ensino médico na comunidade: estratégias pedagógicas da disciplina interação universidade serviços e comunidade (IUSC) da Faculdade de Medicina de Botucatu (Daniele Cristina Godoy, Antonio de Pádua P. Cyrino e Mariana Pavan) 752 Formação docente frente a práticas pedagógicas inovadoras (Fabiana Aparecida da Silva e Nilce Maria da Silva Campos Costa) 755 A utilização da metodologia do Arco de Maguerez no processo de auditoria hospitalar (Graciele de Matia. Enfermeira, Juliana Ollé Mendes da Silva, Sandra Regina Biesek e Izabel Cristina Meister Martins Coelho) 757 Ação intermediária do Projeto Rondon em Ilhabela: treinamento de professores municipais em metodologias ativas de ensino (Nathalie Emanuelle Pigoretti Lousan, Heitor Zochio Fischer, Rodolfo Furlan Damiano e Mateus Donia Martinez) 759 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 11 O egresso do curso de graduação em Enfermagem de uma universidade privada de Curitiba e sua inserção no mercado de trabalho (Marilin Hohl, Ezia Maria Corradi, Maria Leoni Valle, Maria Heloisa Madruga Chaves e Ana Beatriz Rodrigues Costa) 762 Metodologias Ativas de ensino-aprendizagem no curso de graduação em Enfermagem: a percepção do estudante (Anne Laura Costa Ferreira, Maria Viviane Lisboa de Vasconcelos e Renato Santos Rodarte) 764 O tutorial (mentoring) na formação do enfermeiro (Ana Paula Rebelo Aquino Rodrigues, Maria Viviane Lisboa de Vasconcelos e Renato Santos Rodarte) 766 O uso de metodologias ativas para promoção do autocuidado como estratégia de empoderamento aos usuários portadores de doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) (Ana Paula de Oliveira, Regiane Maria Macuch e Sonia Cristina Soares Dias Vermelho) 768 O aprendizado ativo da anatomia humana no currículo integrado do curso de Medicina (Nathália Jardim Ridão Curty, João Guilherme Orasmo, Eduardo Rafael Vieira Neto, Paulo Sérgio Negri e Célia Cristina Fornaziero) 771 A reflexão semanal no portfólio: contribuição para a formação profissional do enfermeiro (Thayane Roberto Simões, Thiago Eduardo de França, Marli Terezinha Oliveira Vannuchi e Maria Helena Salgado Bagnato) 773 Experiência do planejamento educativo contextualizado em sexualidade para a Enfermagem (Célia Maria Gomes Labegalini, Iara Sescon Nogueira, Karen Fernanda Ramos Pereira e Vanessa Denardi Antoniassi Baldissera) 775 A Enfermagem e a formação de recursos humanos no âmbito do SUS (Tatiane Baratieri e Carine Teles Sangaleti) 777 Estratégias de ensino e aprendizagem para a formação do profissional técnico em Enfermagem na ETSUS Blumenau (Jaqueline Mocelin, Kellin Danielski e Daniela Maysa de Souza) 780 Utilização de metodologias ativas para o desenvolvimento de competências relacionadas à Vigilância Epidemiológica (Flávia Meneguetti Pieri, Ingrid Fernandes Moreira, Michele da Silva Comas, Sandro Rita de Oliveira e Stefani Kaplum) 782 Educação permanente de docentes: uma contribuição para o processo ensino-aprendizagem (Oliveira, A. M. B; Moccellin, A. S.; Barbosa, G. R.; Deda, M. R.C.; Silveira, N. A.; Aguiar, R. G) 784 Docência e desenvolvimento profissional (Maria Heloisa M. Chaves, Maria Leoni Valle e Marilin Hohl) 786 Travestis e prisões: a experiência social e a materialidade do sexo e do gênero sob o lusco-fusco do cárcere (Guilherme Gomes Ferreira, Beatriz Gershenson Aguinsky e Maria Isabel Barros Bellini) 788 Uso do e-Portfólio/Exabis®/Moodle® na formação do enfermeiro: aprendizagem baseada em problemas no puerpério imediato/Greenberg (Ana Paula Xavier Ravelli) 790 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201412 Alinhavando a pesquisa em Enfermagem: um grupo de ensino entre acadêmicos, residentes, mestrandos e docente (Mariana Lectícia Beraldi, Marli Terezinha Oliveira Vannuchi, Tatiane Angélica Phelipini Borges, Thayane Roberto Simões e Franciely Midori Bueno de Freitas) 793 Seivas no currículo integrado: há 14 anos formando enfermeiros (Thayane Roberto Simões, Anaísa Cristina Pinto, Mara Lúcia Garanhani, Marli Terezinha Oliveira Vannuchi e Maria Helena Dantas de Menezes Guariente) 795 Relatos de experiências de alunos do 5º ano no estágio em Farmácia (Amanda Junqueira Rossetto, Eliana Carolina Vespero, Joice Mara Cruciol e Ester Massae Okamoto Dalla Costa) 797 Ensino-aprendizagem de Enfermagem Pediátrica: a visão dos acadêmicos (Márcia Helena de Souza Freire, Rhaisa Nathalia França André, Larissa Helena de Souza Freire Orlandi e Verônica de Azevedo Mazza) 799 Estudo sobre a dengue, principais fatores de risco e ações de combate ao vetor aedes aegypti (Tatiani Cristini Ramos Andrade, Carmen Correa Miranda, Maria de Brito Lo Sarzi, Laurival Antonio Vilas Boas e Maria Luiza Hiromi Iwakura Kasai) 802 Diretrizes curriculares nacionais na Enfermagem: repercussões ao longo de 14 anos (Bruna Fernanda Barbosa Queiroz, Talita Vidotte Costa, Maria Helena Dantas de Menezes Guariente, Anaísa Cristina Pinto e Mara Lúcia Garanhani) 804 Ensino das doenças crônico-degenerativas na graduação em Enfermagem por meio da problematização: a experiência na Universidade Estadual de Londrina (Heloise Aparecida de Oliveira Pinto, Andréia Bendine Gastaldi, Juliana Helena Montezeli, Maria Cristina Ferreira Fontes e Maria Cristina Cescatto Bobroff) 806 Acompanhamento e orientação sobre o risco do uso incorreto de medicamentos durante a gestação na UBS Santo Amaro – Cambé/PR (Tamyra Pagliai Morais, Érica Scaranti, Jessica Grande Augusto, Maiara Fabiana Peruzzi, Eliana Carolina Vespero, Ester Massae Okamoto Dalla Costa e Marlene Nery) 809 A aprendizagem do conceito educação em saúde em um currículo integrado de Enfermagem (Fernanda Rissardi de Morais, Andréia Bendine Gastaldi, Isadora Pierotti, Anaísa Cristina Pinto e Mara Lúcia Garanhani) 811 A educação em saúde como tema tranversal na formação do enfermeiro: experiências significativas de aprendizagem (Fernanda Rissardi de Morais, Andréia Bendine Gastaldi, Isadora Pierotti, Anaísa Cristina Pinto e Mara Lúcia Garanhan) 813 Desenvolvimento docente: como saber se uma oficina alcançou os objetivos (Rosana Alves e Filomena Euridice Carvalho de Alencar) 815 Sentimentograma: a emoção como ferramenta de encontro no processo de ensinar e aprender (Alice Akemi Yamasaki, Donizete Vago Daher, Gisella de Carvalho Queluci e Monica Villela Gouvêa) 817 Metodologias pedagógicas utilizadas nos cursos de Enfermagem em Santa Catarina: análise dos projetos políticos-pedagógicos (Daiana Kloh, Kenya Schmidt Reibnitz e Margarete Maria de Lima) 819 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 13 Disciplina de laboratórios integrados: uma proposta interdisciplinar inovadora (Sibele Ribeiro de Oliveira, Adrya Lúcia Peres Bezerra de Medeiros, Djair de Lima FerreiraJúnior, Renata Kelly Veiga Henriques de Miranda e Walkyria Almeida Santana) 821 A aprendizadem do conceito de ser humano em um currículo integrado de Enfermagem: visão dos estudantes (Isadora Pierotti, Anaísa Cristina Pinto, Fernanda Rissardi de Moraes e Mara Lúcia Garanhani) 823 A temporalidade em processo: um espaço transicional temporal e o estado mental do adolescente (Rosemarie Elizabeth Schimidt Almeida) 825 Relato de experiência: palestras: prevenção e psicoprofilaxia? (Rosemarie Elizabeth Schimidt Alemida) 828 Projeto de extensão: orientação vocacional e profissional de adolescentes das escolas estaduais da cidade de Londrina e região (Rosemarie Elizabeth Schimidt Almeida, Eric Magno Barbosa, Gislaine Naiara da Silva e Marcia Caroline Portela Amaro) 831 A sistematização da assistência de Enfermagem na perspectiva de acadêmicos de um currículo integrado (Josilaine Porfírio da Silva, Heloise Pinto e Mara Lucia Garanhani) 833 Violência nas relações afetivo-sexuais entre adolescentes: enfrentamento intersetorial (Cristiane dos Santos Schleiniger, Maria Isabel Barros Bellini e Marlene Neves Strey) 835 A implantação de metodologia ativa em uma disciplina de pós-graduação (Flávia Cristina Goulart, Carlos Alberto Lazarini e Paulo Rogério Gallo) 838 Ativando a formação para a saúde: uma experiência de formação docente tutorial (Olinda Maria de Fátima Lechmann Saldanha, Vera Maria da Rocha, Carmem Lúcia Colomé Beck, Aline Guerra Aquilante e Ana Zoé Schilling da Cunha) 840 O planejamento das estratégias de ensino aprendizagem na formação do enfermeiro: uma análise documental (Renata Morais Alves, Maria Helena Dantas de Menezes Guariente e Jakeline Barbara Alves) 842 Construção de proposta educativa integrada: relato de experiência (Célia Maria Gomes Labegalini, Raquel Gusmão Oliveira e Vanessa Denardi Antoniassi Baldissera) 844 Educação permanente em saúde: um processo em construção no município de Rio Pardo-RS (Maria Raquel Pilar Steyer) 846 Discursos pautados nas experiências de estudantes de Enfermagem sobre metodologias ativas de ensino (Gracieli Alves dos Santos, Jéssica Oliveira Ramos, Tatiane Barcellos Rita, Viviane da Costa Freitas Silva e Paulo Sérgio da Silva) 848 Desenvolvimento de competências: o que relatam os planos de ensino de um curso de graduação em Enfermagem (Renata Oppitz de Lima Cirne Ortiz Vargas) 850 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201414 Seminários integrados como estratégia de fortalecimento do trabalho de Enfermagem no SUS (Marilei de Melo Tavares e Souza, Joanir Pereira Passos e Claudia Mara de Melo Tavares) 852 A experiência da atividade interdisciplinar em um currículo integrado de Enfermagem (Isadora Pierotti, Anaísa Cristina Pinto e Mara Lúcia Garanhani) 854 O relacionamento interpessoal entre estudantes, docentes e enfermeiros: percepção sob a ótica dos internos (Carolina Favarão Marton, Marli Terezinha Oliveira Vannuchi, Dennis Ferreira Garcia de Matos Marqui, Franciely Midori Bueno de Freitas e Tatiane Angélica Phelipini Borges) 856 Padrão do sono dos residentes de Psiquiatria no Estado do Ceará: qualidade do sono e sintomas relacionados (Francisco das Chagas Medeiros, Matias Carvalho Aguiar Melo, Elizabeth de Francesco Daher, Alexandre Bastos Lima e Raquel da Silveira Kataoka) 858 Tecnologias de Informação x curso técnico em Enfermagem no estudo das vigilâncias (Terezinha Pelinski Silveira e Luciene Ferreira Iahn) 860 Higiene das mãos e a educação profissional (Terezinha Pelinski Silveira e Derdried Athanasio Johann) 862 Uso do portfólio na graduação em Enfermagem: um relato de experiência (Marília Daniella Machado Araújo Cavalcante, Cristiane de Melo Aggio, Kátia Pereira de Borba, Jociane da Rosa Marques Amaral e Aline Mattei) 864 A prática docente em 10 anos das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Enfermagem: mudanças e desafios (Renata Oppitz de Lima e Cirne Ortiz Vargas) 866 A importância da intersetorialiade entre as políticas públicas no atendimento à pessoa obesa, submetida à cirurgia bariátrica (Patricia Teresinha Scherer, Maria Isabel Barros Bellini e Andreia Mendes dos Santos) 868 A arte de facilitar em um curso de especialização: tecendo com os fios das metodologias ativas (Ellys Marina de Oliveira Lara, Marcos Fernando Rosalen Lima, Juliana Delalibera Thobias Mendes, Valéria Vernaschi Lima e Helena Lemos Petta) 870 Desafios na construção do saber por meio da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP): relato de experiência (Andreia Freire de Menezes, Maria do Socorro Claudino Barreiro, Rosemar Barbosa Mendes, Edilene Curvelo Hora e José Elias Gomes Batista Filho) 872 O currículo por competências e as transformações nas práticas de ensinagem: experiência de uma IES com metodologias ativas (Antonia Gedy Simões Pires e Deise Helena Pelloso Borghesan) 874 Resultados da inserção de estágios de observação em Nutrição no primeiro semestre do curso (Lorene Simioni Yassin, Damaris Beraldi Godoy Leite, Vanessa Tizott Knaut, Sunáli Batistel Szczerepa e Antonio Carlos Frasson) 876 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 15 Pró-ensino na saúde: análise preliminar de 21 projetos (Silvia Helena Arias Bahia, Sylvia Helena Souza da Silva Batista e Nildo Alves Batista) 878 Ensino de comunicação no curso de Medicina da UEL (Kauê Furlan da Rocha, Nicolas Pivoto, Vera Lúcia Menezes da Silva e Evelin Massae Ogatta Muraguchi) 880 Grupo de Pesquisa em Ensino na Saúde - PENSA: experiência interprofissional e intersetorial (Marlene Harger Zimmermann, Eliane Rozados Fernandez Costa, Alexa Aparecida L. Marchiorato, Edilcéia D.A. Ravazzani e Izabel Cristina M.Martins Coelho) 882 Participação de docentes em estudos relacionados à educação médica (Carolina Nobue Tanaka, Sara Carolina Scremin Souza, Nicolas Pivoto, Kauê Furlan da Rocha e Maria José Sparça Salles) 884 Estratégias de ensino aprendizagem no Currículo Integrado: o olhar dos coordenadores dos módulos interdisciplinares (Jeniffer Karolina Pereira Pietrzak, Maria Helena D. M.Guariente e Renata Morais Alves) 886 Formação docente para a gestão curricular: aproximações entre os diferentes cursos de graduação da Universidade Estadual de Londrina (Marilene Cesário, Juliana Bayeux Dascal, Maria Helena Dantas Menezes Guariente, Gisele Nobrega e Evelin Muraguchi) 888 Percepções dos alunos sobre o ensino de Dietoterapia em um curso de Nutrição no Paraná (Vanessa Tizott Knaut, Caroline Elizabel Blaszko, Marciah Carletto e Lorene Simioni Yassin) 890 Ensino de Enfermagem Pediátrica: possibilidades na visão dos professores (Márcia Helena de Souza Freire, Florence Passold, Larissa Helena de Souza Freire Orlandi e Verônica de Azevedo Mazza) 892 Contribuições no cenário de práticas no Sistema Único de Saúde (SUS), a partir da perspectiva ensino-serviço: uma revisão integrativa (Alba Maria Bomfim de França e Ana Paula Miyazawa) 895 A formação por competências segundo os planos de ensino de um curso de graduação em Enfermagem (Renata Oppitz de Lima Cirne Ortiz Vargas) 897 Uma estratégia eficaz na técnica de higienização das mãos: o uso da metodologia ativa para sensibilizar discentes de Enfermagem (Caroline Gonçalves Pustiglione Campos, Elaine Cristina Antunes Rinaldi, Laura Vargas Acauan, Carla Luiza da Silva Martins e Suellen Vienscoski Skupien) 899 Ações educativas em um Hospital de Ensino: a efetividade da mudança? (Iane Maria da Silva e Paulo Peixoto de Albuquerque) 901 REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201416 Uma retomada necessária Se a saúde fosse materializada em forma de objeto e vendida, certamente todos nós entraríamos em umaloja para adquirir “uma saúde”. Em certa medida, uns mais, outros menos, todos precisamos de “alguma saúde”. No imaginário coletivo, a saúde tem apenas uma configuração simbólica, embora todos a queiram em abundância. Podemos afirmar, diante de tantos resultados de pesquisas, que são a minoria aqueles que se sentem protagonistas de sua própria saúde. Permanecemos clamando por saúde, reivindicando mais unidades de atendimento, mais hospitais, mais equipamentos, mais abastecimento de medicações e reivindicamos principalmente mais profissionais que nos cuidem! Entra neste contexto uma pergunta que não quer calar: em algum momento, nesse clamor, pensamos sobre a formação desse profissional? Pensamos em como ele foi ensinado durante sua formação acadêmica? Não seria parte de nossa reivindicação que o profissional que nos vai prestar cuidado fosse ensinado e formado para desenvolver uma visão integral do homem, ampliar cotidianamente o conceito de saúde, de maneira a prover as reais necessidades do ser humano? Não seria igualmente importante que fossem ensinados sobre a importância do compromisso social? Estas e muitas outras questões relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem podem modificar, e muito, o cenário da saúde no Brasil! São ao todo 14 profissões que compõem a área da saúde e que estão sob a égide de legitimação de sua práxis, com maior condução desde a promulgação das Diretrizes Curriculares Nacionais, em 2001. Alguns vivenciam novos tempos, com a marca da velocidade na construção do conhecimento, com a marca de novas formas de relacionamento profissional/paciente, com a marca do trabalho inter e transdisciplinar. Infelizmente permanecem ainda os velhos tempos, com a marca do campo fértil para a construção do conhecimento, mas impedido de crescimento ágil pela centralização do docente como “detentor do saber”, com a marca do campo árido no relacionamento professor/ aluno refletindo a eterna falta de competência para o relacionamento interpessoal. Emancipação é a palavra! O que queremos são profissionais emancipados em relação à visão de mundo, prontos para a contínua e permanente reflexão sobre a inserção da saúde em novos (ou outros) contextos, adaptados à agilidade proporcionada pela tecnologia da informação, capazes de não apenas reproduzir o saber, mas de transformar o conhecimento em sabedoria para promoção do cuidado humano. As escolas, instituições formadoras dos profissionais de saúde, minimamente pressionadas pelas políticas públicas, se movem lentamente, deixando à margem a discussão sobre novas metodologias de ensino-aprendizagem que abririam o leque da criticidade e indissociabilidade teórico-prática. REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 17 Elaine Rossi Ribeiro Editora dos Anais do VII Fórum Nacional de Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem na Formação em Saúde Por sua vez, as instituições que recebem estes profissionais apontam para a parca formação, mas igualmente pouco se movem em busca de novas práticas subsidiadas pela adequada educação permanente com vistas às novas formas de fazer/ser/aprender/conviver. Neste sentido, destacamos o evento que aconteceu em Curitiba de 8 a 10 de maio, o VII Fórum Nacional de Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem na Formação em Saúde, promovido pelo iNESCO e copromoção das Faculdades Pequeno Príncipe. Após seis anos da realização do Fórum anterior em Campo Grande (MS), uma curta história dos Fóruns iniciada coincidentemente em Curitiba no ano de 2003, é retomada e esta trajetória permanece garantindo o apoio às mudanças na formação dos profissionais de saúde, promovendo espaços de discussão para fortalecer o movimento das instituições de ensino em busca de atender às Diretrizes Curriculares Nacionais e a sistematização de suas experiências inovadoras. Retomada mais do que necessária! Nesses dias, o Salão de Atos do Parque Barigui recebeu professores, alunos e pesquisadores apaixonados pelo assunto, possibilitando o envolvimento de todos para ultrapassar paradigmas educacionais, permitindo, em conjunto, a busca por uma formação dialética de reflexão-ação-reflexão, transformadora da saúde. Na programação, os minicursos oportunizaram a construção de novos conhecimentos por meio da utilização prática de metodologias ativas, enquanto nos painéis e conferências, renomes brasileiros envolvidos com a saúde e educação trouxeram aos participantes o estado da arte nestas áreas e outras correlatas. Com este pano de fundo, apresentamos a compilação dos resumos expandidos, dos artigos científicos enviados e apresentados no evento. Estamos certos que vários temas permeados pela prática cotidiana, debatidos no Fórum, poderão colaborar para o aprimoramento do ensino na saúde nas diferentes instituições que enviaram seus representantes. Aproveitem cada palavra aqui impressa para que aquilo que ouvimos, vimos, aprendemos e ensinamos no Fórum sejam pontes para contínuas e permanentes construções. Boa leitura! REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201418 anais do Vii FórUm nacional de metodologias atiVas de ensino-aprendizagem na Formação em saúde O VII Fórum Nacional de Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem na Formação em Saúde aconteceu entre os dias 8 e 10 de maio de 2014, na cidade de Curitiba - Paraná. O evento reuniu cerca de 350 participantes, tendo por objetivo apoiar as mudanças na formação bem como compartilhar conhecimentos, experiências e perspectivas relacionadas à área de ensino na saúde. O Congresso recebeu 178 inscrições de trabalhos científicos. São trabalhos de instituições e pesquisadores localizados de norte a sul do Brasil, de universidades e serviços de caráter público e privado, que mostram um amplo painel do atual desenvolvimento teórico e prático da área de ensino na saúde. Os trabalhos apresentaram perspectivas teóricas e metodológicas de altíssima qualidade, apontando para a assertividade das recomendações expressas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, no sentido de promover o emprego das metodologias ativas de ensino- aprendizagem nos 14 cursos da área da saúde. Dentre os 11 eixos propostos, ressalta-se a alta concentração de trabalhos relacionados às experiências no uso de metodologias ativas, às mudanças curriculares, bem como à avaliação dos processos de ensino-aprendizagem, o que demonstra a necessidade de ampliação de espaços voltados à reflexão de tais temáticas. A publicação destes Anais reforça o compromisso das instituições promotoras – INESCO e Faculdades Pequeno Príncipe - no sentido de sistematizar e compartilhar com a sociedade reflexões e conhecimentos que possam contribuir para a área da formação em saúde. Para tanto a presente publicação apresenta os textos, de forma resumida ou completa, dos trabalhos inscritos e exibidos durante o evento. Desejamos a todos uma boa leitura! Patrícia Maria Forte Rauli Coordenadora da Comissão Científica João José Batista de Campos Coordenador Geral da Comissão Organizadora REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 19 metodologia atiVa, aValiação, metacognição e ignorÂncia perigosa: elementos para reFleXão na docÊncia UniVersitária 1. Profª Drª Professora aposentada pela UFPR, mestre em Currículo e com doutorado e pós-doutorado em Educação pela USP. Pesquisa e atua em processos de formação continuada do docente universitário e mudança para matriz articulada em currículos de graduação. Léa das Graças Camargos Anastasiou1 Texto produzido para o VII FÓRUM NACIONAL DE METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO EM SAÚDE. Local: Curitiba – Paraná – 2014 Introdução Este texto trazelementos referentes ao processo avaliativo em ações baseadas na metodologia ativa, retomando seus determinantes assim como os associando à metacognição e aos comportamentos dos estudantes em relação às repostas dadas a questões com as quais é confrontado nos processos avaliativos. Retoma elementos de uma experiência vivenciada na Universidade Católica da Bélgica, acerca da autoavaliação dos estudantes, sobre as respostas dadas a situações desafiantes, ou seja, tanto a casos clínicos quanto questões de provas, e as consequências diante dos erros cometidos e que foram avaliados pelos aprendizes como se referindo a respostas corretas. Relaciona as questões da metacognição e da avaliação externa à autoavaliação, retomando conceitos e questões para nossa reflexão. Metodologia ativa: contexto das reflexões Discutir metodologia ativa hoje é um desafio: inicialmente porque existe uma confusão entre metodologia e estratégias decorrentes; além disto, associá-la às questões metacognitivas e as relativas à ignorância perigosa ainda mais. Nossa proposta, entretanto, é tomar estes elementos, próprios do processo avaliativo, como uma oportunidade para realizar uma teia entre estes determinantes na ação docente e discente, para a reflexão sobre o ensinar e o apreender. Assim, não temos a pretensão de esgotar a riqueza e a profundidade destes elementos, mas retomar alguns elementos-chave para os currículos universitários atuais e a mediação docente. Metodologia refere-se ao método, ao caminho buscado para se chegar a determinado objetivo ou fim; o método nos dará uma explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata das ações desenvolvidas no caminho buscado. Assim, refletir REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201420 Anastasiou, L.G.C. sobre metodologia ativa é trazer os elementos que a explicam, descrevem suas categorias ou elementos determinantes, tanto no fundamento quanto na prática docente. Nós, docentes que hoje atuamos na universidade, tivemos em nossa experiência estudantil a vivência da metodologia formal, na qual a estratégia predominante era a aula expositiva clássica, centrada no professor que, com a competência que tinha, explicava o conteúdo curricular que lhe cabia. A nós, estudantes, competia ouvir atentamente, perguntar em alguns casos, anotar e aprender, no sentido de guardar internamente aquele conteúdo, que seria posteriormente verificado nas provas. Nos grupos de trabalho com docentes universitários onde temos atuado de forma sistemática nos últimos onze anos, constatamos que na vida estudantil da maioria dos professores não houve referência ou vivência da metodologia ativa, sendo este um dos principais argumentos dos docentes hoje, na resistência à mudança metodológica. Talvez o que não esteja claro é que, embora o método fosse o tradicional e centrado na exposição do conteúdo pelos docentes, na ação cerebral do estudante, que de fato apreendia, ocorria individualmente o movimento necessário para a apreensão do saberes objetivos, numa ação pessoal e direcionada, com seriedade, esforço e disciplina, típicos da época. No entanto, os currículos atuais e atualizados registram, em seus projetos oficiais, o percurso do ensino e da aprendizagem através da utilização da metodologia ativa, muitas vezes sem precisar o que isto significa. Os docentes que participaram diretamente da construção do projeto podem ter uma compreensão mais exata do que está registrado no documento, mas pode ocorrer que nem todos os docentes tenham igual compreensão. Assim, ao ingressar numa instituição, que tem registrado no currículo o uso desta metodologia, o professor pode não ter clareza do que fazer. A opção pelo uso da metodologia ativa pressupõe que o método de aquisição dos saberes curriculares se fará pela ação do estudante sobre o objeto de aprendizagem, possibilitando-lhe enfrentá-lo, inicialmente no nível de compreensão em que este aprendiz se encontra, sempre mediado pela ação docente. E que esta ação seja cercada do processo reflexivo. Neste enfrentamento, a função docente na mediação do conhecimento científico é determinante, e precisa considerar vários pressupostos, dentre os quais pontuamos: a ciência está registrada em linguagem hermética, muitas vezes exigindo um tradutor, pois a aprendizagem é um processo social, portanto, exige mediação entre a ciência e o quadro teórico prático pretendido, entre o entendimento que o estudante já traz e o que precisará dominar. E entre a ação profissional e a realidade em que o estudante atuará todos estes contextos essenciais de referência. Além disto, a intencionalidade curricular precisa ser de pleno conhecimento e compromisso dos sujeitos envolvidos, professores e estudantes, exigindo uma ação consciente, partilhada, solidária, direcionada e clara; os conteúdos e objetivos pretendidos devem estar claramente definidos, assim como os conceitos e nexos determinantes das relações objetivadas. As ações decorrentes devem ser planejadas e assumidas com rigor e acompanhamento, havendo flexibilidade para a necessidade de refazer alguns percursos, conforme o desempenho esperado e efetivado no processo, captado nas ações avaliativas. Assume-se o apreender para além de compreender e memorizar: deve chegar à apropriação, ou seja, o objeto pretendido deve passar a fazer parte do cérebro, do pensamento, das referências e da vida do aprendiz; a memorização se dará em decorrência da apreensão e não o contrário. Exige um esforço pessoal, intenso, trabalho direcionado e a consciência do processo vivido. Apreender exige sair da visão inicial com a qual se inicia o processo para um avanço direcionado a uma nova qualidade perceptiva, ou seja, há um movimento consciente e intencional do sujeito que REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 21 Metodologia ativa, avaliação, metacognição e ignorância perigosa: elementos para reflexão na docência universitária apreende em direção ao objetivo pretendido. Quanto maior a complexidade do objetivo, mais complexo será também o movimento do aprendiz. Muitos docentes relatam uma passividade do universitário em aula, uma dificuldade na ação participativa e no assumir-se aprendiz e responsável por aquilo que deve saber, certa escassez de comportamentos adequados à apreensão de objetos mais complexos, dificuldades explícitas no autocontrole e na direção da atenção, enfim, determinantes essenciais tanto da maturidade quanto do movimento exigido na aprendizagem. A geração que hoje frequenta a universidade traz características de autonomia, disciplina, autocontrole e também estimulação e curiosidade muito diversas de gerações anteriores, precisando ser compreendida neste contexto; valores mudaram, expectativas se alteraram e, assim, o comportamento também se alterou. Por isto, os estudos na área nos pontuam que este movimento não se dará necessariamente: ele ocorrerá com maiores possibilidades se o aprendiz estiver mobilizado para o novo saber, se souber que ocorrerão mudanças em sua visão ou percepção do objeto, se souber por que está apreendendo aquele conteúdo, para quê e como poderá usá-lo, como ele se constituiu historicamente e por que foi buscado, a que situações ele respondeu e quais ele ainda responde, como o utilizará na compreensão de outras situações, como é necessário que esteja disponível para mudar sua compreensão anterior e como esta ruptura causa desconforto e, ao mesmo tempo, permite uma continuidade qualitativamente superior. Sobretudo, precisará ter claro que nenhum objeto do saber será apropriado sem que faça o seu movimento pessoal, que exige intencionalidade, esforço e disciplina, e alguns deles exigem que uma práticae vários treinos sejam efetivados, e que, quanto mais adequada for esta prática, maiores e melhores resultados serão obtidos; ou seja, que uma prática deliberada deverá ser iniciada, desenvolvida e sistematizada na direção da apreensão dos saberes, sendo este elemento conceituado como práxis (ação deliberada e consciente). Deverá saber que esta práxis poderá ser reflexiva, perceptiva, e/ ou motora, ou ter a predominância de um desses elementos ou de todos eles juntos. Não há aprendizagem sem esforço, disciplina, desejo. Ou, retomando Becker, F. (1993:27), “não basta ter nascido para ser sujeito do conhecimento. Um corpo é dado por hereditariedade; um sujeito é construído passo a passo, minuto a minuto, por força da ação própria. Ação no espaço e no tempo”. Por outro lado, da parte do docente, ensinar exige intencionalidade, clareza de metas, mas também efetivação da referida meta. Para esta efetivação, várias são as estratégias necessárias, dependendo do tipo e lógica do objeto a ser apreendido. Isto determinará a escolha da melhor e mais adequada forma de ação do estudante (perceptiva, reflexiva e/ou motora), visando garantir a apropriação, ação esta a ser direcionada na aula, ou em atividades complementares, pelo professor. Se o objeto pretendido não passar a fazer parte da percepção, compreensão e ação do estudante, será necessário refazer-se o caminho utilizado para a pretendida apreensão. Ou seja, partilhar com os universitários a responsabilidade pela aprendizagem é condição necessária, tanto no apreender quanto no ensinar. Daí a importância do processo de acompanhamento ou avaliação. Ao ter conhecimento de que a “construção do conhecimento pelo universitário se dará a partir do momento em que a bagagem hereditária interage, no nível da sua estrutura assimiladora, com o saber que lhe traz novos elementos, aos quais poderá ou não reagir” (BECKER, F., 1996:31), o professor se vê desafiado a analisar o método de ensino e de aprendizagem e estratégias decorrentes, pois está ciente que esta ação direcionada do aprendiz é que “levará a alguma transformação nos esquemas ou estruturas existentes, com uma nova assimilação em nível superior a anterior”. Ou seja, “ocorre uma ação de modificação dos próprios esquemas, sendo esta transformação produzida pelo aprendiz como assimilação ou acomodação. Conhecer, para Piaget, é transformar o meio, e, de retorno, transformar o sujeito” (BECKER, F., 1996:31). Com a ação se constrói o sujeito, na REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201422 Anastasiou, L.G.C. internalização do objeto, ampliando-se a consciência e o conhecimento. Daí a importância de uma ação docente relacional visando estas transformações, pois os saberes diferenciados de ambos, professores e alunos, entrarão em relação insubstituível, como forma pedagógica de construção. Segundo Meirieu, (1998:17), o que importa é a capacidade do professor para traduzir os conteúdos da aprendizagem em procedimentos de aprendizagem, isto é, em uma sequência de operações mentais que ele procura compreender e instituir na sala de aula. E se a “aprendizagem é o modo como vou buscar a realidade; e a realidade é um pensamento que não se pensa; a conquista do saber é precisar saber o que o pensamento pensa” (WACHOWICZ, L.A. 2009:25), a mediação docente na metodologia ativa torna-se definidora de sua competência, no fazer apreender. O domínio do conhecimento curricular pretendido pelo estudante que ingressa nos cursos de graduação é direcionado pela proposta do curso. No entanto, conforme depoimentos de vários professores, a expectativa que o estudante traz muitas vezes é representada pela profissão que busca, não pelo domínio de um quadro teórico- prático de saberes científicos, embora saiba de sua existência. A ação de apropriação destes conhecimentos nem sempre está associada, no pensamento do estudante, aos esforços que terá que realizar, muitas vezes reduzida apenas a média a ser obtida. Pode ocorrer inclusive que não saiba que os conhecimentos sistematizados no curso são oriundos dos quadros científicos, possibilitados pela pesquisa ou extensão, frutos de novas construções, visando à solução dos problemas colocados pela realidade e pela prática social. Que desconheça que as descobertas científicas, uma vez sistematizadas no saber escolar, se tornam auxiliares na construção dos processos de formação para a profissão buscada. E que o conhecimento organizado e sistematizado nas propostas curriculares e intencionalmente concebido para servir à transformação da realidade, ao ser socializado, constitui-se em premissa do conhecimento científico do momento seguinte, considerando-se que o movimento, a contradição, a mudança qualitativa das sínteses científicas é uma constante, devendo suas descobertas contribuir para elas. Pois se conhecer é o processo pelo qual o homem compreende o mundo, para nele atuar, o conhecimento é um conjunto de enunciados, formalizados ou não, sobre o mundo, enunciados que o homem produz e do qual necessita, não só para comunicar-se, mas também para sobreviver, sendo assim uma ação que se vincula ao individual e ao coletivo. O conhecimento é também uma forma de compreender a realidade que nos cerca (teórico-prática e prático-teórica), sendo produto de um enfrentamento do mundo realizado pelo ser humano, que só faz plenamente sentido na medida em que o produzimos. Assim, o estudante chega à universidade muitas vezes buscando as “aulas magistrais”, a exposição teórica do professor, desconhecendo que nos currículos baseados em metodologias ativas o conhecimento é assumido como: "trajetória, sempre provisória de aproximação do real; é dinâmico, admite controvérsias e divergências, traz subjacente uma série de compromissos, interesses e alternativas que contestam sua condição de universalidade, que discutem sua condição de objetividade, que criticam sua condição de neutralidade" (LEITE, 1999, p.21); e que, no percurso objetivado, o saber escolar exigirá do universitário um confronto, via aproximação da realidade, com o quadro científico teórico-prático da área estudada. Na atualidade nós, docentes, temos, então, como conteúdos de ensino o conjunto de conhecimentos, procedimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e atitudinais de atuação social, organizados pedagógica e didaticamente, tendo em vista a assimilação ativa e aplicação pelos estudantes na sua prática de vida. Em cada área englobam-se conceitos, ideias, fatos, processos, princípios, leis científicas e regras; habilidades cognoscitivas, modos de atividade, métodos de compreensão e de aplicação, hábitos de estudo, de trabalho e de convivência social; valores, convicções, atitudes (LlBÂNEO, 1995). REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 23 Metodologia ativa, avaliação, metacognição e ignorância perigosa: elementos para reflexão na docência universitária Um pressuposto na metodologia ativa é que o conhecimento supera a simples informação, possibilitando que seu processamento seja significativo e inteligente. “Conhecimento não se reduz a informação. Esta é um primeiro estágio daquele. Conhecer implica em um segundo estágio, o de trabalhar com as informações classificando- as, analisando-as e contextualizando-as. O terceiro estágio tem a ver com a inteligência, a consciência ou sabedoria” (MORIN, E., 1993). É que os saberes estão diretamente associados ao processo de construção (saber fazer, saber como, saber por que, saber para que), que se estruturam em torno dos princípios da complexidade, tomando-se como complexo aquilo que é tecido junto. Daí, a importância da realidade como ponto de partida e de chegada nos momentos e na abordagemdialética que a metodologia ativa nos propõe. Na metodologia ativa aplica-se o alerta de Edgar Morin (1993), acerca de um tipo de inteligência que é preciso reformar, através da re-problematização dos princípios do conhecimento e daquilo que se pensava ser a solução, reformando o pensamento na direção da complexidade; é necessário ligar, tecer junto, contextualizar, globalizar. Sujeito e objeto do saber em confronto com dados científicos e da realidade, exigindo do aprendiz colocar-se e posicionar-se diante destes elementos. A metodologia dialética tem se mostrado um caminho profícuo, uma vez que toma como ponto de partida a síncrese ou visão inicial que o grupo de estudantes traz no início do processo, para a construção de uma visão de síntese mais próxima possível do quadro teórico-prático científico existente, o que se dará pela análise de todos estes elementos no enfrentamento dos fatos e dados da realidade. Assim, o movimento cerebral da síncrese, pela análise, para a síntese qualitativamente superior, possibilita consequências como o salto qualitativo ou mudança de qualidade, obtido pelo estudante na apreensão gradativa dos saberes, considerando as contradições inerentes aos processos individuais e coletivos de aprendizagem, ressaltando-se a importância da mediação docente neste processo. Para isto o uso de estratégias diversas é essencial, pois estas possibilitam a exercitação de várias operações de pensamento, desde as menos complexas até as mais complexas, como o trabalho com teorias e dados na solução de problemas. As estratégias não são recursos mágicos, mas ferramentas de trabalho docente e discente para consecução de objetivos propostos na proposta curricular, através da articulação das áreas de conhecimento que compõem o curso, processo no qual a relação teoria-prática se torna chave. Além disso, é fundamental objetivar a construção progressiva da autonomia do estudante, através da ampliação contínua do autoconhecimento e da apreensão de saberes essenciais à sua atuação como profissional sujeito da realidade na qual atuará. Por isto, estratégias diversificadas e focadas na ação de apreensão consciente e deliberada, gerando a metacognição têm aqui lugar, pois elas podem facilitar ou acelerar a construção de processos de autonomia crescente e processual dos educandos. São estes determinantes da ação de ensinar e apreender que nos lembram não haver regras que valham para todas as situações, pois, ao longo do curso de graduação, em cada grupo classe haverá a constituição de uma cultura individual e coletiva a ser conhecida e construída, exigindo do professor: abertura, flexibilidade e maturidade para este conhecer e agir. Atuando nos sistemas educacionais há mais de cinquenta anos, concluí que, pelos desafios a serem enfrentados, a inteligência emocional se torna um atributo a ser continuamente ampliado por nós, docentes, ao longo de nossa carreira, se cada um de nós, professores, pretende ensinar e fazer apreender, sem adoecer nesta caminhada. A avaliação Neste contexto de interações citadas, o processo de acompanhamento ou avaliação também exige novas representações a serem construídas e sistematizadas na ação docente. REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201424 Anastasiou, L.G.C. A avaliação no ensino superior tem sido comumente confundida com o ato de corrigir os trabalhos ou provas que os estudantes produzem e atribuir-lhes um resultado, geralmente expresso numa nota ou conceito, gerando a aprovação ou retenção do estudante. No entanto, os estudiosos da avaliação do ensino e aprendizagem têm destacado a diferença entre o ato acima citado e o processo avaliativo como um todo, que supera por incorporação o ato de corrigir e atribuir resultados às produções dos estudantes. Pontuamos o processo avaliativo numa complexidade mais ampla, destacando os aspectos da avaliação que nos dão elementos para uma revisão da ação não só do ensino, mas também da aprendizagem, incluindo aí a própria organização curricular, que se constituem no projeto sobre o qual os percursos de formação na graduação são estruturados, percursos estes que devem necessariamente ser acompanhados, o que define a importância e seriedade do processo avaliativo. Tomando o processo avaliativo como acompanhamento, pontuamos que ensino e avaliação devem, necessariamente, caminhar juntos, sendo a avaliação parte essencial do próprio ensino. Ao estudarmos historicamente a questão da avaliação educacional, deparamo-nos com propostas de abolição radical do sistema seriado, ou de notas e da superação da avaliação como controle: este é um aspecto necessário e urgente, dentro e no repensar da própria função avaliativa existente, com este aparato institucional que nos envolve e apesar dele. Propõe-se que o confronto existente entre professores e estudantes em torno da aprovação e retenção mude de direção e seja transformado numa ação de professores em parceria com os universitários, ambos confrontando-se com o processo de construção do conhecimento. Neste contexto, a avaliação estará investigando e diagnosticando o processo, através inclusive do produto, e possibilitando tomadas de posição para refazer e efetivar o vir-a-ser do ensino e da aprendizagem. Esta atitude em relação à avaliação, transformando-a em instrumento de um saber-fazer pedagógico, a coloca como investigadora acerca da natureza da aprendizagem do estudante, do trabalho docente e do percurso curricular. Nesse sentido, destacamos as colocações de Gatti: “a interpretação, análise e crítica de um processo avaliativo requer algumas condições que passam não só pelo conhecimento e domínio de técnicas de medidas educacionais e modelos, como pelo conhecimento dos conteúdos envolvidos, da realidade a que se reportam, dos pressupostos educacionais em que se baseiam e dos objetivos de ensino privilegiados” (1987: 39). Assim, currículos atuais superam o formato da soma de disciplinas ou partes, na direção de um todo que se estrutura pela articulação de saberes, que podem ser classificados como cognitivos, quando se referem a conceitos, fatos, dados, leis, princípios e relações ou nexos determinantes, entre outros, e/ou também como saberes procedimentais, resultantes dos procedimentos necessários à efetivação da profissão, e também dos saberes atitudinais, que indicam níveis de ações, valores e normas adotados coletivamente pelos profissionais de cada profissão. Currículo tomado como: “um conjunto de atividades estruturais e articuladas, constituidoras de um projeto rigoroso e corrente de investigação do mundo físico, da realidade e do próprio saber, de busca de sentido e gênese da prática social, do próprio saber, ensinar e apreender, da formação de alunos, intelectuais, cidadãos e profissionais” (COELHO, 1993). Avaliar exige o acompanhamento de todo este processo. Como a aprendizagem destes saberes pode ter um caráter predominantemente reflexivo, motor ou perceptivo, no todo integrado que reflete o quadro teórico prático global articulado do curso, o ato avaliativo toma a investigação do objeto (currículo) e nele o percurso dos sujeitos (corpo docente e discente) que ali atuam efetivando as atividades estruturais e articuladas, como foco de acompanhamento, buscando sempre um nível superior de qualidade e comportando, portanto, mudanças ou modificações necessárias. No acompanhamento ou avaliação busca-se identificar pontos fortes e também as fragilidades em relação REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 25 Metodologia ativa, avaliação, metacognição e ignorância perigosa: elementos para reflexão na docência universitária aos objetivos ou metas propostas no projeto curriculare em sua efetivação, no que se refere aos seus aspectos determinantes. Ou seja, o ato de avaliar é um ato investigativo dos dados do processo em relação às metas, incluindo processos e produtos, o que possibilita e exige a tomada de posição a partir destes mesmos dados obtidos, levando a mudanças de atitudes, buscando uma constante retroalimentação e o alcance de novas dimensões, visando a transformação do estado atual, em complexidade crescente. No entanto, no caso da avaliação da aprendizagem, ainda ocorre a redução desta às notas, correndo um sério risco de dar ao estudante uma retroinformação inadequada para a conclusão do curso; ele poderá ser aprovado e continuar seu percurso de formação por uma média obtida, o que não vem representando o retrato do desempenho necessário. Tenho feito um questionamento sistemático aos grupos de docentes universitários com quem venho trabalhando e apenas um percentual menor do que 1% informou que consegue avaliar 100% dos saberes objetivados nos instrumentos de verificação utilizados. Os demais 99% dos docentes afirmam avaliar em média, nos instrumentos aplicados aos estudantes, entre 60 e 70% do conteúdo ensinado. Como a média se situa entre 5 e 7, temos então uma variação entre um mínimo de 50% a 60% do conteúdo, ou seja 5x6 = 30% do conteúdo trabalhado e no máximo 70% de 70% do conteúdo, ou seja, 7x7 = 49% dos saberes verificados. Ou seja, além de parte significativa do conteúdo não ser avaliada, o percentual citado anteriormente é suficiente para a aprovação e continuidade dos estudos nos cursos de graduação, porém pode não ser suficiente para a formação adequada. Não é de se admirar então o estudante não saber algo já ensinado na série anterior cursada, elemento muito pontuado pelos docentes nas diversas séries do curso. Na metodologia ativa a avaliação deve contemplar tanto o processo quanto o produto obtido, devendo, portanto, ter um caráter mais abrangente. A clássica prova teórica muitas vezes se mostra insuficiente para avaliar para além do domínio dos conceitos, juízos e raciocínios. Em análise feita por Pazin Filho (2007), na aula universitária a aprendizagem se centra em torno de aspectos cognitivos, mas também nas competências, que exigem do estudante domínio e aplicação dos saberes: o saber fazer. Pontuo que o domínio de um saber exige não apenas o conhecimento do “o que”, mas também do para que e por que, além do como. O como fazer, o desempenho, a ação, o mostrar como fazer, envolve não apenas o aspecto cognitivo da aprendizagem, mas também o domínio procedimental e o atitudinal. Tais habilidades devem ser construídas para além do plano teórico, na ação, que Pazin Filho (2007), retomando a pirâmide de Müller, coloca no nível mais alto da demonstração do saber dominado: sendo decorrência do domínio teórico, o demonstrar como fazer e, finalmente, a autonomia para o fazer, devem ser construídas paulatina e visivelmente ao longo das fases dos cursos de graduação. Temos então que a avaliação do estudante, em ações ativas na graduação, deve acompanhar estes movimentos do crescimento, com instrumentos adequados ao processo evolutivo de construção da aprendizagem. As formas de avaliar ou acompanhar aprendizagens efetivadas em aulas expositivas dialogadas serão diversas das formas de acompanhar outras estratégias mais ativas, tais como aulas práticas, simulação, dramatização, demonstração, seminários, discussões em grupo, estudos programados, acompanhamento de estágios, grupos de estudo, resolução de problemas, visitas e ações em cenários de prática, entre outros. Em todas estas formas de ação deverá estar correspondendo uma forma de acompanhamento, do próprio estudante em relação a seu movimento no apreender e quanto ao produto apreendido. O acompanhamento efetivado pela avaliação externa e dos pares é tão importante quanto o autoacompanhamento ou autoavaliação, com caráter descritivo e de retomada de ações que REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 201426 Anastasiou, L.G.C. precisam ser mais treinadas e/ou complementadas com outros aspectos. Neste contexto, as estratégias ativas, ao colocarem o estudante em contato direto e/ou simulado com a realidade, facilitam-lhe uma visão do seu desempenho, a si e aos pares, assim como a visão da necessidade de retrospectivas e retomadas, para um fazer melhor e mais adequado. Pontuamos a importância da avaliação acerca do caminhar do estudante, tanto feita pelo docente, quanto na autoavaliação e de seus pares, colegas de aula e pacientes. É neste processo de busca do conhecimento científico e da realidade, e do conhecimento de si mais amplo e profundo, é que se inserem as questões relativas ao saber (o que sei, como soube, que processos usei) e ao conhecimento do não saber (o que ainda não sei, como fazer para, que processos usar, onde buscar o que me falta, que consequências traz o não saber). Estes são processos denominados metacognitivos e diretamente associados à inserção dos estudantes como responsáveis por sua própria história e caminhar na formação universitária. Metacognição: considerações iniciais A metacognição não é um processo espontâneo: ela pode e deve ser conhecida, introduzida e sistematizada em ações deliberadas por professores e estudantes; para isto, vários elementos precisam ser do domínio do docente, no que concerne à mediação que ele efetiva nos currículos e na aula universitária. Inserimos então, neste contexto, elementos referentes ao identificar o que sei e o que ainda não sei, nos momentos avaliativos vivenciados e de como os sujeitos do processo avaliativo (professores e estudantes) têm lidado com isto. Em análise realizada por Dory, V., Degreyse, J., Roex, A., Vanpee, D. (2010)2 encontramos interessante aporte acerca do conhecimento dominado e o percentual obtido nas verificações, tanto do referido domínio quanto daqueles não dominados, mas tomados pelos estudantes como tal. Como ponto de partida, trazem a definição do guia BEME acerca da autoavaliação, concebida como "uma avaliação pessoal de atributos profissionais e habilidades a partir de normas percebidas" (COLTHART et al., 2008). Os autores realizaram uma pesquisa com 169 estagiários da clínica geral, em processo de avaliação formativa, visando analisar a autoavaliação acerca de acertos e erros, em testes com questões de múltipla escolha, no qual cada questão foi seguida por um grau de julgamento de certeza da resposta dada. As respostas atribuídas com um alto nível da certeza foram usadas para computar percentualmente tanto o conhecimento útil quanto a ignorância perigosa. Toda ignorância ou desconhecimento de algo que é preciso saber para desempenhar minha profissão traz consequências negativas. No entanto, o que não sei, mas atuo fazendo como se soubesse, é ainda mais danoso, a mim mesmo, ao contexto da ação e aos sujeitos envolvidos nela. Assim, além de ignorância, torna-se perigosa. Na introdução, citam estudos correlatos nos quais a função e precisão da autoavaliação têm sido criticadas; diversos estudos têm mostrado que os indivíduos de melhor desempenho também tendem a ser mais precisos autoavaliadores, enquanto os de pobre desempenho tendem a ser menos 2 VALERIE DORY1, JAN DEGRYSE1, ANN ROEX2 & DOMINIQUE VANPEE1 Catholique 1Universite 'de Louvain, Bélgica, 2Katholieke Universiteit Leuven, Bélgica. Correspondência: Valerie Dory, Centro Acadêmica de Medicina Generale, Universite Catholique "de Louvain, Avenue Emmanuel Mounier 53 (5360), 1200 Bruxelas, Bélgica. Tel: þ322 764 53 47, fax: 764 53 27 þ322; e-mail: @ valerie.dory uclouvain.be REVISTA ESPAÇO PARA A SAÚDE | Londrina | v. 15 | suplemento n. 1 | jun. 2014 27 Metodologia ativa, avaliação,
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