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ESCALA DE LICKERT *Baseando – se na escala de Thurstone, Licker idealizou um método mais simples e construir escalas de atitudes, que não requer especialistas. * Essa escala apresenta os seguintes passos: 1. Elaboração de um grande número de proposições consideradas importantes em relação a atitudes e opiniões. 2- Estas preposições são apresentadas a certo número de pessoas que indicarão suas reações, anotando os valores 5,4,3,2,1, que corresponderão a: completa aprovação, aprovação, neutralidade, desaprovação incompleta, desaprovação. 3- Cada pessoa recebe uma nota global, que é o resultado da soma dos pontos individuais. *Analisam – se as respostas de modo que se determinem quais as proposições que alcançaram valores diferentes para as pessoas, com soma total de pontos alta e baixa; os itens correspondidos (classificados) de igual forma pelos indivíduos de alta e baixa contagem são eliminados. *Obtém –se, portanto, uma graduação quantificada das proposições, que são distribuídas entre os indivíduos a serem pesquisados, podendo ser calculada a nota de cada um deles. *As proposições apresentadas expressam determinado ponto de vista. As favoráveis são numeradas de 5 a 1; as desfavoráveis apresentam uma inversão de numeração, indo de 1 a 5. Portanto, pessoas com pontuação elevada serão favoráveis ao tópico pesquisado, e as de pontuação baixa, desfavoráveis. ESCALOGRAMA DE GUTTMAN *Caracterizada por apresentar resultados em ordem hierárquica, correspondendo a série de itens a uma escala unidimensional. *Essa escala possui proposições rigorosamente ordenadas, de forma que a aceitação de uma proposição significará a aceitação das de nível inferior a ela. *Como por exemplo: quem responde que fez curso superior deixa implícito que cursou o primeiro e segundo graus. *Na aplicação desse sistema é suficiente um número reduzido de itens, a fim de classificar as pessoas em vários aspectos. *Exemplo: Em um questionário com as proposições: 1. Você tem mais de 1,80? Sim ( ) Não( ) 2. Você tem mais de 1,70? Sim ( ) Não ( ) 3. Você tem mais de 1,60? Sim ( ) Não ( ) *Se a resposta for sim para a questão 1, demonstra que também será para as questões 2 e 3. * Constrói – se um quadro das respostas da seguinte maneira: Ordem de Classificação Valores Disse sim Disse não 1 2 3 4 1 2 3 4 1 4 X x X X - - - - 2 3 - X X X X - - - 3 2 - - X X X X - - 4 1 - - - X X X X - 5 0 - - - - X x X x *Para elaborar o escalograma, podem – se utilizar, no início, 50 perguntas, que formarão uma hierarquia; dessas selecionam – se aproximadamente 12, das quais serão escolhidas geralmente 3 ou 4 perguntas. *O escalograma de Guttman implica dificuldades no manejo e no número de manipulações, mas oferece grandes perspectivas para medir opiniões e atitudes de grupos. *Incluem – se aqui, entre outras, algumas técnicas utilizadas para a investigação social: testes, sociometria, análise de conteúdo e história de vida. OS TESTES *São instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que permitam medir o rendimento, a competência, a capacidade ou a conduta dos indivíduos, em forma quantitativa. *Existem variedades de testes, com aplicações diferentes, de acordo com o objetivo proposto, podendo ser usados na investigação social e no programa de ação social. Testes projetivos São aqueles em que o indivíduo, frente a uma situação estimulantes, reage em relação ao significado particular ou esperado de certa situação e de acordo com o que sente no período dessa reação. Os mais conhecidos são o Teste de Rorschach (uma série de 10 cartões, trazendo cada um deles um borrão de tinta) e o Teste de Apercepção Temática ou T.A.T (técnica projetiva amplamente utilizada para examinar conteúdos mentais, interesses, repressões, complexos motivações e problemas emocionais). *Na imagem está Teste de Rorschach, que é um tipo de teste projetivo. Testes psicológicos Possuem a qualidade de descrever e medir certos aspectos de conduta. Os de rendimento\conhecimento tentam medir o que o indivíduo consegue aprender. Testes de aptidão Procura prever a capacidade ou grau de rendimento que um indivíduo consegue, ao executar determinada tarefa. A aptidão não pode ser medida, mas sim deduzida. O de interesse tenta obter uma escala dos tipos de atividades preferíveis pelo indivíduo. As medidas de personalidade Testes que medem certos traços ou tendências da personalidade de uma pessoa. SOCIOMETRIA *É uma técnica quantitativa, que procura explicar as relações pessoais entre indivíduos de um grupo. *Criada no intuito de estudar grupos familiares, grupos de trabalho e grupos escolares. *Tem sido utilizada nos variados campos de estudo. *Revela a estrutura interna dos grupos, indicando as posições de cada indivíduo em relação aos demais. *Permite analisar grupos, identificar seus líderes, os subgrupos e os desajustados. *Por votação escrita, o pesquisador tenta descobrir as atrações, indiferenças ou repulsas intergrupais, pedindo aos indivíduos que escolham três colegas, por ordem de preferência, com quem gostariam de trabalhar (ou de ter amizade ou de estudar etc). *Depois de obter as respostas, os resultados serão representados graficamente por um diagrama, chamado de sociograma. *Para construir um sociograma, os indivíduos são representados no papel por números ou letras, unidos por linhas contínuas; os indivíduos do sexo masculino indicados por um triângulo ou um hexágono, e os do sexo feminino por um círculo. *Os mais votados recebem o nome de ‘’estrelas’’ e os menos votados, de ‘’solitários’’. Podem ser indicadas também as ‘’panelinhas’’. *Problemas na utilização do sociograma: depende da boa vontade das pessoas, do medo de saber qual será a sua posição no grupo e o receio de que descubram suas preferências ou repulsas. *Uma técnica comum na elaboração de um sociograma é a do diagrama de alvo de Norway, que é formado por quatro círculos concêntricos equidistantes. Os indivíduos mais escolhidos são colocados no interior do círculo. *Segundo Ander – Egg, são três as finalidades da sociometria: (1) terapêutica, visando reorganização da vida social; (2) estudo de personalidade de ‘’ estrelas’’ e de ‘’solitários’’; (3) obtenção de dados sobre um grupo, como um todo. *Há algumas limitações da aplicação da sociometria, como: necessidade de aceitação e compreensão do grupo; ter duração passageira; pode criar um ambiente prejudicial ao grupo dependendo dos resultados. ANÁLISE DE CONTEÚDO *Análise de conteúdo foi definida por Berelson como uma técnica de pesquisa para descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo evidente da comunicação. *Para Ander – Egg é a técnica mais difundida para investigar conteúdo das comunicações de massas, mediante a classificação em categorias, dos elementos de comunicação. *O conteúdo das comunicações é analisado por meio de categorias sistemáticas, previamente determinadas, que levam a resultados quantitativos. *Essa técnica permite analisar o conteúdo de livros, revistas, jornais, discursos, filmes, propaganda de rádio e televisão, slogans etc. Pode ser aplicada a documentos pessoas como discursos, diários, textos etc. *Está voltada para o estuda da ideia e não da palavra em si. Propósitos específicos em relação à análise da comunicação: 1. Questões a respeito das características do conteúdo. 2. Questões relativas ao produtor ou motivos de conteúdo. 3. Questões em relação à audiência ou efeitos de conteúdo. A técnica de análise de conteúdos Embora o processo de quantificação seja mais preciso do que a descrição qualificativa, ambos os dados devem ser empregados nas ciências sociais. A análise sistemática e objetiva segue algumas restrições: - As categorias de análise usadas para classificar o conteúdosão definidas clara e explicitamente para que os outros indivíduos possam aplicá – las ao mesmo conteúdo, a fim de verificar conclusões. - O analista NÃO é livre para selecionar e registrar aquilo que chama sua atenção por ser interessante, mas deve classificar metodicamente todos os assuntos importantes. - O processo quantitativo é usado para proporcionar a média da importância e ênfase da matéria de várias ideias verificadas. *SCHRADER apresenta um resumo da análise de Harder: 1. constatar em que tipos de classe os objetos de mensuração devem ser divididos; 2. selecionar exemplares desses grupos, caso o número seja grande para análise; 3. fixar as unidades de mensuração; 4. desenvolver esquemas de categoria de conceitos de mensuração para os valores das características. 5. elaborar analiticamente os resultados das mensurações. *Para ANDER – EGG, a técnica de análise de conteúdo abrange três fases: A. Estabelecer unidade de análise. B. Determinar as categorias de análises. O estabelecimento das categorias, das variedades possíveis ou da complexidade da escolha não possuem uma regra geral. A mais abrangente apresenta 5 categorias: 1.De matéria. Referente a assuntos abordados na comunicação são dois tipos. (1) Temas tratados (por exemplo em relação a notícias, músicas, obras teatrais, fenômenos políticos abrangendo pessoas, grupos, comunidades). (2) Métodos ou técnicas (categorias sobre métodos ou técnicas utilizadas: meios econômicos, emprego da violência e etc. 2. De forma Propriamente dita: fatos e comentários. De intensidade: efeitos produzidos sobre o público em virtude as repetições dos termos ou devido à sua carga emocional. 3.De apreciação De acordo com a maior ou menor aceitação 4.De pessoas e atores Status pessoal e trações de caráter. 5.De origem e de destino Variam quanto a origem de notícias (proveniência delas) e ao destino (público a que se destinam). C. Selecionar uma amostra de material de análise. *Para a análise de conteúdo seguem – se as mesmas etapas de uma pesquisa científica: definição dos objetivos, escolha da amostra, elaboração dos instrumentos, aplicação dos instrumentos e conclusão *Para SELLTIZ (1965: 395), o processo de amostragem, na análise de conteúdo possui 3 etapas: 1. Amostra de fontes (quais os jornais, que estações de rádio, quais os filmes etc. vão ser analisados); 2. Amostra de datas (qual período de tempo vai ser coberto pelo estudo); 3. Amostra de unidades (que aspectos da comunicação vão ser estudados); Exemplo: Desejando fazer um estudo sobre a maneira pelo qual os meios de comunicação tratam da situação da Polônia, especificamente da criação de sindicatos livres, desvinculados do Partido comunista, procede – se: *Primeira etapa: Determinação do universo: países capitalistas, países comunistas; um país, uma região. Para o estudo, foi escolhido, no Brasil, o município de São Paulo. *Segunda etapa: Escolha da amostragem. - A primeira fase consiste na indicação da fonte, como televisão, rádio, jornal, revista etc. A fonte selecionada foi o jornal - A segunda fase enfoca duas questões importantes: a. SERÃO ANALISADOS TODOS OS JORNAIS? - Os jornais apresentam ampla variação, seja de tamanho, tendência e influência; um jornal de grande tiragem tem maior penetração do que um jornal de bairro; um periódico informativo difere de um opinativo (imprensa alternativa). - Se a opção de estudo for uma amostragem da totalidade dos jornais do município de São Paulo, deverá ser feita uma divisão em classes, procedendo – se ao sorteio de alguns periódicos em cada classe. - Mas, se há a pretensão de um estudo comparativo entre dois ou mais jornais, estes terão de ser selecionados dentro de uma classe A decisão recaiu na comparação entre dois jornais de grande tiragem e informativos. A importância recai no sentido da palavra e não na palavra em si, como na semântica. As atitudes referem – se a contextos favorável, desfavorável ou neutro, com que as palavras – chave são empregadas nos diferentes tipos de frases. b. SERÁ ESTUDADO O JORNAL TODO? - Envolve alguns números do jornal, algumas páginas, partes específicas (editorial, coluna de leitores, noticiário internacional etc.), espaço dedicado ao assunto (medido em colunas ou centímetros). A opção recaiu sobre a análise dos editoriais - Essa escolha corresponde à amostra da unidade do meio de comunicação estudado. - Na terceira fase faz- se a amostra de datas, isto é, qual o período de tempo que serão pesquisados os editoriais dos dois jornais selecionados Determinou –se um período de três meses com início na data do registro do sindicato ‘’Solidariedade’’. - Portanto, a análise de conteúdo de conteúdo que pretende – se realizar parte da hipótese de que o jornal A apresenta uma atitude mais favorável que o B em relação às transformações ocorridas na Polônia. - Para a verificação da hipótese é necessária a determinação das categorias, subcategorias e atitudes. As categorias escolhidas foram: frases descritivas, frases de comentário e frases opinativas.As subcategorias abrangem palavras – chave: comunismo, imperialismo, democracia, sindicalismo, burguesia, operariado, burocratas eoc., sendo que a importância recai no sentido da palavra e não na palavra em si como ma semântica. As atitudes referem –se os contextos favoráveis e desfavorável ou neutro com que as palavras chave são empregadas nos diferentes tipos de frases. HISTÓRIA DE VIDA *Técnica de pesquisa social. *Fonte de informação para trabalhos. *Alguns atores designam como ‘’ documentos íntimos’’, ‘’ documentos pessoais’’ ou ‘’documentos humanos’’. *Obtenção de dados relativos a experiências íntimas de alguém que tenha significado importante para o conhecimento do objeto em estudo. *Por meio dessa técnica, procura – se captar as reações espontâneas do entrevistado, em face de determinados acontecimentos do objeto de estudo. *A pessoa que obtém esse dado (participante ou observador) relata sua própria história. O investigador procura fazer uma reconstituição da vida do indivíduo, evidenciando os aspectos em que há maior interesse. *Deve haver uma atmosfera permissível, de forma que haja liberdade do indivíduo se expressar sem receio de intervenção do entrevistador. *A história de vida é uma importante fonte de dados. Há a ‘’ descoberta da concepção que o indivíduo tem de seu papel e de seu status nos vários grupos de que é membro’’. *Para alguns estudiosos é uma técnica indispensável, principalmente na fase inicial da pesquisa Origem *De acordo com Howard Becker, a primeira obra publicada que usou a história de vida na Sociologia foi em 1927, por autoria de Thomas e Zananiecki. *No Brasil, a história de vida remonta à década de 50. *No Brasil essa técnica não era considerada tão importante como nos Estado Unidos. Conceitos *Para EISMAN, história de vida é ‘’ uma história em torno de determinados eventos nos quais se projetam valores humanos e padrões significativos. *Segundo HEBERT BLUMEN é ‘’ um relato da experiência individual que revele as ações do indivíduo como um agente humano e como participante da vida social. *HAGUETTE destaca dois pontos de vista ‘’ como documento e como técnica de captação de dados’’. *Portanto, história de vida é uma narrativa em torno de determinados fatos ou fenômenos, nos quais se evidenciam valores e padrões culturais. É uma técnica de coleta que pode complementar dados já levantados. Características * Permite o pesquisador ter maior controle sobre a situação do entrevistado. *Tem como função básica estimular a pessoa, para obtenção de respostas sobre determinado estudo. *Pode favorecer o surgimento de novas questões e conseguir detalhes. *Apresenta informação relativa a estrutura, dinâmica e funcionamento da vida mental de seu autor Importância*Fornece insights sobre o lado subjetivo de muitos estudos.
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