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Breve História do Direito Brasileiro

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Prof. Williams Mello – História do Direito Brasileiro – e-mail: 
Williamsmso@hotmail.com 
 
 
1 
 
Breve Revisão de História do Direito Brasileiro 
Prof. Williams Mello 
 
Chegada da Família Real no Brasil 
Com a transferência da Família Real ocorreram várias modificações na 
colônia, aliás, o Brasil deixou de ser colônia e virou o centro do império. Isto fez 
com que na estrutura do judiciário fosse o Tribunal da Relação do Rio de 
Janeiro transformado em Casa de Suplicação, tendo suas decisões aplicação 
em todo território do Império Português; os limites territoriais se expandiram 
ainda mais e muito além dos fixados no Tratado de Tordesilhas; foi 
determinada a abertura dos portos, gerando o tratado da Aliança e amizade 
que fixava tarifas alfandegárias diferenciadas para Inglaterra, Portugal e 
demais Nações sendo respectivamente 15%, 16% e 24% para os produtos 
importados. 
 
Sobre a CF de 1824 
 
A Assembleia Constituinte vinha trabalhando no sentido de buscar 
medidas descentralizadoras, principalmente reduzindo o poder do imperador D. 
Pedro I, fato este que levou a sua dissolução e a nomeação de uma comissão 
de notáveis para a elaboração da Carta que seria outorgada a população em 
1824. 
Dentre suas características, tivemos uma organização dos poderes 
divididos em: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador. 
Cabe ressaltar que não houve uma clara distinção entre os poderes 
Executivo e Moderador, tendo em vista que se encontravam nas mãos do 
Imperador. 
O Poder Moderador representava e influência do Imperador e até 
mesmo interferência nos outros poderes, como por exemplo, escolher os 
Senadores após a aprovação dos nomes pela Câmara dos Deputados, 
dissolver o legislativo e convocar novas eleições para renová-lo, nomear os 
ministros, suspender magistrados etc. 
Prof. Williams Mello – História do Direito Brasileiro – e-mail: 
Williamsmso@hotmail.com 
 
 
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Constituía o Governo como uma Monarquia hereditária, representativa e 
Constitucional. 
No que tange ao Poder Judiciário, este passou a se organizar com a 
primeira instância, trazendo previsão dos juízes de paz para instrução das 
causas criminais; segunda instância com os Tribunais das Relações para 
julgamento de recursos; e terceira instância com o Supremo Tribunal de 
Justiça. Assim, extinguiu a Casa de Suplicação, O Desembargo do Paço e a 
Mesa da Consciência e Ordens. 
Tornou a Religião Católica como oficial do país, mas admitia, 
excepcionalmente, a prática de cultos de outras religiões deste que não se 
realizassem em lugares públicos e que não houvesse exteriorização de templo. 
Com relação ao voto, este passou a ser indireto e censitário, tendo que 
se ter 100.000 mil réis anuais para escolher os representantes para compor o 
colégio eleitoral; este colégio elegia os Deputados com renda mínima de 
400.000 mil réis anuais; este escolhiam os Senadores para compor a lista 
tríplice dentre candidatos com renda mínima anual de 800.000 mil réis, 
lembrando que a escolhe do senador cabia ao Imperador. As mulheres não 
podiam votar. Com isso, a CF de 1824 trouxe em seu bojo uma 
representatividade, mas não uma democracia, pois somente uma pequena 
parcela da população possuía direito de voto. 
 
A CF de 1891 
Com a proclamação da República em 15 de novembro de 1889, 
começaram os trabalhos para elaboração da Nova Constituição, destacando-se 
no processo de sua construção o jurista baiano Rui Barbosa. 
Esta CF acabou com o critério censitário para o exercício do voto e 
adotou a forma de governo como republicada e federativa. 
 
A CF de 1934 
Ela trouxe a divisão tripartite do poder (Executivo, Legislativo e 
Judiciário); Fortaleceu o Executivo, mas permitiu seu controle pelo Legislativo; 
Foi a primeira Constituição a trazer em seu corpo a direito de voto das 
mulheres que foi consegui através de movimentos feministas que pressionaram 
o governo provisório que em 1931 editou o Código Eleitoral Provisório 
(determinava a participação das mulheres nas eleições com restrições, como, 
por exemplo, somente mulheres solteiras e viúvas com renda própria e 
Prof. Williams Mello – História do Direito Brasileiro – e-mail: 
Williamsmso@hotmail.com 
 
 
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casadas com autorização do marido), logo depois, em 1932, foi editado o 
Código eleitora que trouxe o voto em igualdade entre os sexos (contudo 
vedava a participação dos analfabetos). 
Esta CF teve pouco tempo de vida, pois em 1937 outra constituição 
entrava em vigor. Porém, a CF 1934 teve grande importância Histórica, uma 
vez que determinou a proteção ao trabalhador, tais como: associação sindical; 
férias com 1/3; jornada de trabalho de 44 horas semanais; 13º; assistência 
médica ao trabalhador e a gestante; licença maternidade; multa rescisória nas 
demissões sem justa causa; FGTS; Previdência; Proibiu o trabalho de menores 
de 14 anos; Proibiu o trabalho noturno a menor de 16; Proibiu o trabalho de 
menores de 18 e mulheres em indústrias insalubres etc. 
 
A CF de 1988 
A CF de 1988 restabeleceu a Democracia no País e tem como 
características: 
Proteção aos direitos fundamentais da pessoa humana elevados ao 
status de cláusulas pétreas, ou seja, não podendo ser objetos de alteração e 
extinção via Emenda Constitucional, tais como as garantias previstas no art. 5º. 
Apresentou a estrutural de Poder como tripartite com os Poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário, sendo independentes e harmônicos entre si 
art. 2º. 
Definiu a estrutura do Poder Judiciário em três instâncias além das 
justiças especializadas, como, por exemplo, claramente vemos a competência 
para cada tribunal conhecer e julgar processos (art. 102 competência do STF; 
art. 105 competência do STJ; art. 107 competência do TRF; art. 109 
competência da justiça federal; art. 125 determinando que os Estados 
estruturem o seu judiciário). 
Determinou a reforma da previdência e novas regras para a concessão 
de aposentadoria, trazendo o regime dos servidores públicos e da iniciativa 
privada (art. 40, 200, 201). 
Apresentou o Poder Legislativo Bicameral com Câmara dos Deputados e 
Senado Federal. 
Atribuiu autonomia para a União, Estados, Distrito Federal e Município, 
definindo suas competências (art. 18, 21, 25, 30). 
Trouxe a possibilidade de ser alterada via Emenda Constitucional (art. 
60). Dentre tantas Emendas Constitucionais já editadas, temos a 45 que trata 
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Williamsmso@hotmail.com 
 
 
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da Reforma do Poder Judiciário. Tal Emenda instituiu o princípio da maior 
celeridade ao andamento dos processos; determinou que para o ingresso nas 
carreiras da Magistratura e Ministério Público o bacharel em Direito tenha que 
ter no mínimo três anos de prática profissional; criou a figura da súmula 
vinculante que determina que processos com o mesmo objeto devam ter o 
mesmo desfecho, ou seja, tem por objetivo informalizar a aplicação da justiça, 
contudo, mesmo após sua edição podem ser canceladas pelo próprio STF; 
acrescentou o §5º ao art. 109 que determina em caso de violação grave aos 
direitos humanos o Procurador-Geral da República poderá suscitar perante o 
STJ, com objetivo de fazer valer obrigações de tratados internacionais sobre 
direito humanos que o Brasil seja parte o deslocamento incidente de 
competência para a Justiça Federal. 
 
Sobre o Código Civil 
A elaboração do Código civil deveria passar por duas etapas, no 
primeiro momento deveria haver uma compilação de toda legislação em vigor 
no Império, ou seja, criação de Código novo com leis em vigor; depois deveria 
ser feito um trabalho para elaboração de um Código novo de direito novo. 
Neste sentido, coube o trabalha para elaboração do novo Código Civil a Clóvis 
Bevilacqua que começou o trabalho em 1889 e concluiu e 1900, contudo, o 
código só foi aprovado em 1916 entrando em vigor em 1917. 
Tendo a necessidade de alterar a legislaçãoem razão da evolução da 
sociedade, o jurista Miguel Reale foi incumbido do trabalho da elaboração do 
novo texto do código civil, tendo iniciado os trabalhos em 1968 e concluído em 
1975. Porém, após vários debates e revisões em razão da promulgação da 
Constituição de 1988, o Novo Código Civil só foi aprovado em 2001, entrando 
em vigor em 2002. Isso demonstra claramente a morosidade do processo 
legislativo no Brasil.

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