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APG 15 - Infecção urinária 1. Revisar a morfofisiologia do trato urinário 2. Compreender os fatores protetivos (fisiológicos, genéticos e biológicos) da infecção urinária 3. Entender a classificação, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, epidemiologia, diagnóstico e tratamento da infecção urinária Revisão do sistema urinário O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Após os rins filtrarem o plasma sanguíneo, eles devolvem a maior parte da água e dos solutos à corrente sanguínea. A água e os solutos restantes constituem a urina, que passa pelos ureteres e é armazenada na bexiga urinária até ser eliminada do corpo pela uretra. Rins e ureteres são órgãos urinários superiores, já bexiga e uretra são inferiores Rins Anatomia: Os rins, que têm formato oval, estão situados no retroperitônio sobre a parede posterior do abdome Na margem medial côncava do rim há uma fenda vertical, o hilo renal. O hilo renal é a entrada de um espaço no rim, o seio renal. As estruturas que servem aos rins (vasos, nervos e estruturas que drenam urina do rim) entram e saem do seio renal através do hilo renal. Durante a vida, os rins têm coloração marrom-avermelhada e medem cerca de 10 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura A pelve renal é a expansão afunilada e achatada da extremidade superior do ureter. O ápice da pelve renal é contínuo com o ureter. A pelve renal recebe dois ou três cálices maiores, e cada um deles se divide em dois ou três cálices menores. Cada cálice menor é entalhado por uma papila renal, o ápice da pirâmide renal, de onde a urina é excretada Funções gerais dos rins Regulação da composição iônica do sangue Regula os níveis sanguíneos de vários íons Regulação do pH do sangue Excretam uma quantidade variável de íons hidrogênio (H+) para a urina e preservam os íons bicarbonato (HCO3–) Regulação do volume de sangue Conservação ou eliminação de água na urina Regulação da pressão arterial Secreção da enzima renina Produção de hormônios O calcitriol, a forma ativa da vitamina D, ajuda a regular a homeostasia do cálcio, e a eritropoetina estimula a produção de eritrócitos Regulação do nível sanguíneo de glicose Gliconeogênese Excreção de escórias metabólicas e substâncias estranhas Amônia e ureia; bilirrubina; creatinina; ácido úrico; fármacos e toxinas ambientais. Irrigação e drenagem Histologia Juntos, o córtex renal e as pirâmides renais da medula renal constituem o parênquima, ou porção funcional do rim. No interior do parênquima estão as unidades funcionais dos rins, estruturas microscópicas chamadas néfrons. Aproximadamente 80 a 85% dos néfrons são néfrons corticais. Seus corpúsculos renais se encontram na parte externa do córtex renal, e têm alças de Henle curtas, que se encontram principalmente no córtex e penetram somente na região externa da medula renal Os outros 15 a 20% dos néfrons são néfrons justamedulares. Seus corpúsculos renais encontram-se profundamente no córtex, próximo da medula renal, e têm alças de Henle longas que se estendem até a região mais profunda da medula renal. Os néfrons com alça de Henle longa possibilitam que os rins excretem urina muito diluída ou muito concentrada Fisiologia renal ➔ Filtração glomerular Na primeira etapa da produção de urina, a água e a maior parte dos solutos do plasma sanguíneo atravessam a parede dos capilares glomerulares, onde são filtrados e passam para o interior da cápsula glomerular e, em seguida, para o túbulo renal. ➔ Reabsorção tubular Conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos coletores, as células tubulares reabsorvem aproximadamente 99% da água filtrada e muitos solutos úteis. A água e os solutos retornam ao sangue que flui pelos capilares peritubulares e arteríolas retas. Observe que o termo reabsorção se refere ao retorno de substâncias para a corrente sanguínea. ➔ Secreção tubular Conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos coletores, as células dos túbulos renais e do ductos secretam outros materiais – como escórias metabólicas, fármacos e excesso de íons – para o líquido. Observe que a secreção tubular remove uma substância do sangue. Ureteres Os ureteres são ductos musculares (25 a 30 cm de comprimento) com lumens estreitos que conduzem urina dos rins para a bexiga. Os ureteres normalmente apresentam constrições relativas em três locais: (1) na junção dos ureteres e pelves renais (2) onde os ureteres cruzam a margem da abertura superior da pelve (3) durante sua passagem através da parede da bexiga urinária. Essas áreas de constrição são possíveis locais de obstrução por cálculos ureterais. Bexiga urinária A bexiga urinária, uma víscera oca que tem fortes paredes musculares, é caracterizada por sua distensibilidade. A bexiga é um reservatório temporário de urina e varia em tamanho, formato, posição e relações de acordo com seu conteúdo e com o estado das vísceras adjacentes. Quando vazia, a bexiga urinária do adulto está localizada na pelve menor, situada parcialmente superior e parcialmente posterior aos ossos púbicos. É separada desses ossos pelo espaço retropúbico (de Retzius) virtual e situa-se principalmente inferior ao peritônio, apoiada sobre o púbis e a sínfise púbica anteriormente e sobre a próstata (homens) ou parede anterior da vagina (mulheres) posteriormente Quando vazia, a bexiga urinária tem um formato quase tetraédrico e externamente tem ápice, corpo, fundo e colo Uretra A uretra masculina é um tubo muscular (18 a 22 cm de comprimento) que conduz urina do óstio interno da uretra na bexiga urinária até o óstio externo da uretra, localizado na extremidade da glande do pênis em homens. A uretra também é a via de saída do sêmen (espermatozoides e secreções glandulares). A uretra feminina (com cerca de 4 cm de comprimento e 6 mm de diâmetro) segue anteroinferiormente do óstio interno da uretra na bexiga urinária, posterior e depois inferior à sínfise púbica, até o óstio externo da uretra. O óstio externo da uretra feminina está localizado no vestíbulo da vagina, a fenda entre os lábios menores dos órgãos genitais externos, diretamente anterior ao óstio da vagina. A uretra situa-se anteriormente à vagina (formando uma elevação na parede anterior da vagina); seu eixo é paralelo ao da vagina. Há glândulas na uretra, sobretudo em sua parte superior. Um grupo de glândulas de cada lado, as glândulas uretrais, é homólogo à próstata. Essas glândulas têm um ducto parauretral comum, que se abre (um de cada lado) perto do óstio externo da uretra. Infecção do trato urinário Fatores desencadeantes No desenvolvimento de uma infecção urinária, as defesas do hospedeiro são contrapostas à virulência do patógeno. A principal defesa contra infecções do trato urinário é o esvaziamento completo da bexiga durante a micção. Outros mecanismos que mantêm a esterilidade do trato urinário incluem a válvula vesicoureteral e várias barreiras mucosas e imunológicas. Fatores do hospedeiro: No homem, o maior comprimento da uretra, o maior fluxo urinário e, também, o fator antibacteriano prostático contribuem para uma menor incidência de ITU. Fatores genéticos: Entre eles, observou-se a capacidade da proteína de Tamm Horsfall e de receptores uroteliais celulares de impedir a aderência da E. coli tipo fimbriada, constituindo-se em eficiente defesa contra a ITU causada por bactérias uropatogênicas. Fatores biológicos: Fatores antibacterianos na urina e na mucosa vesical contribuem para uma maior proteção contra bactérias uropatogênicas – IgA secretória, pH ácido, concentração de ureia e vários ácidos orgânicos evitam a multiplicação da maioria das bactérias no trato urinário. Por sua vez, anormalidades hormonais e metabólicas, como gravidez, diabetes melito e diminuição de estrógenos em pacientes idosas, representam fatores para maior incidência e recorrência da ITU. Definição A infecção do trato urinário (ITU) em adultos pode ser classificada em seis grupos: 1. mulheres jovens com cistiteaguda não complicada 2. mulheres jovens com cistite recorrente 3. mulheres jovens com pielonefrite aguda não complicada 4. adultos com cistite e condições agudas que sugerem envolvimento renal oculto ou prostático 5. ITU complicada 6. bacteriúria assintomática Infecção do trato urinário complicada é definida como ITU que aumenta o risco de complicações graves ou fracasso do tratamento. Epidemiologia ITUs agudas não complicadas são extremamente comuns, com milhões de episódios de cistite aguda e pelo menos 250 mil episódios de pielonefrite aguda ocorrendo anualmente nos EUA. A cistite aguda não complicada pode reincidir de 27% a 44% nas mulheres saudáveis, mesmo com trato urinário normal. A incidência de pielonefrite em mulheres jovens é de cerca de 3 por 1.000 pessoas-ano. A incidência autorreportada de ITU sintomática em mulheres na pós-menopausa é de cerca de 10% ao ano. A incidência de ITU sintomática em homens adultos com idade inferior a 50 anos é muito menor do que nas mulheres, e varia entre cinco e oito episódios por 10.000 homens por ano. Os fatores protetores incluem a resposta imune do hospedeiro; a manutenção da flora vaginal normal, que protege contra a colonização por uropatógenos; e a remoção de bacteriúria vesical por micção. Patogênese A maioria das infecções do trato urinário não complicadas em mulheres saudáveis ocorre quando uropatógenos (tipicamente Escherichia coli), presentes na flora retal, ganham a bexiga através da uretra, após uma fase intermediária de colonização periuretral e da uretra distal. Uropatógenos colonizadores também podem ser provenientes da vagina, do reto ou do pênis de um parceiro sexual. A disseminação hematogênica para o trato urinário de potenciais uropatógenos, como o Staphylococcus aureus, é causa de algumas infecções do trato urinário, mas isso é mais provável na ocorrência de infecção da corrente sanguínea persistente ou obstrução do trato urinário. Muitos fatores comportamentais, genéticos e biológicos predispõem ao aparecimento de ITU não complicada em mulheres jovens e saudáveis. Os fatores de risco incluem relação sexual, uso de espermicidas e história de ITU recorrente. Indivíduos do grupo sanguíneo ABO, não secretores de antígenos, apresentam maior risco de cistite recorrente; o fenótipo P1 do grupo sanguíneo é um fator de risco para pielonefrite recorrente em mulheres; mutações do gene que codifica CXCR1, o receptor de interleucina-8, são mais frequentes e a expressão de CXCR1 é menor em crianças propensas a pielonefrite, quando comparados a grupos controles. Os fatores de risco associados a ITUs em homens saudáveis incluem a relação sexual com um parceiro infectado do sexo feminino, sexo anal e falta de circuncisão, embora esses fatores muitas vezes não estejam presentes em homens com ITUs. Os fatores que predispõem os indivíduos à ITU complicada geralmente causam obstrução ou estase do fluxo urinário, facilitam o acesso de uropatógenos ao trato urinário ultrapassando os mecanismos de defesa do hospedeiro normal, proporcionam um nicho de infecção inacessível ao tratamento com antibióticos ou comprometem o sistema imunológico do indivíduo. As ITUs são mais propensas a tornarem-se complicadas no cenário de defesa prejudicada do indivíduo, como ocorre com o uso de cateteres vesicais de demora, RVU, obstrução, neutropenia e deficiências imunológica Síndromes clínicas BACTERIANAS ➔ As infecções do trato urinário (ITUs) incluem cistite (infecção da bexiga/trato urinário inferior) e pielonefrite (infecção do rim/trato urinário superior). Cistite Aguda Não Complicada em Mulheres Jovens Mulheres com cistite aguda não complicada apresentam, na maioria das vezes, disúria inicial aguda, polaciúria, urgência miccional ou dor suprapúbica. A piúria está presente em quase todas as mulheres com cistite aguda Hematúria (microscópica ou macroscópica) é comum em mulheres com ITU, Diagnóstico Requer a presença de bacteriúria significativa; o padrão tradicional é de 100.000 ou mais uropatógenos por mililitro em amostra de jato médio de urina após antissepsia. Na maioria das vezes, a urocultura não é indicada em mulheres com cistite não complicada, uma vez que a história clínica é altamente confiável no estabelecimento do diagnóstico, os organismos causadores são previsíveis e os resultados da cultura quase sempre se tornam disponíveis apenas após a tomada das decisões terapêuticas. Tratamento Cistite Aguda Não Complicada Recorrente em Mulheres A maioria dos casos de cistite recorrente em mulheres saudáveis é causada por infecções repetidas, o que em muitos casos é secundária à persistência da cepa inicialmente infectante na flora fecal Se a recorrência ocorre dentro de uma ou duas semanas de tratamento, um agente patogênico urinário resistente ao antimicrobiano deve ser considerado, e uma cultura de urina deve ser realizada, seguida por tratamento com um esquema alternativo. Tratamento Pielonefrite Aguda Não Complicada em Mulheres A pielonefrite aguda é caracterizada por febre (temperatura ≥ 38 °C), calafrios, dor em flanco, náuseas e vômitos e sensibilidade aumentada na região do ângulo costovertebral. Os sintomas podem variar de uma doença leve a uma síndrome séptica, com ou sem choque e insuficiência renal. Piúria está quase sempre presente, mas cilindros leucocitários, específicos para ITU, são raramente observados. Diagnóstico A coloração de Gram do sedimento urinário pode auxiliar na diferenciação entre infecções por bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, o que pode influenciar a terapêutica empírica. A urocultura, que deve ser realizada em todas as mulheres com pielonefrite aguda, apresentará contagens de uropatógenos iguais ou superiores a 10.000 UFC/mL em até 95% das pacientes. Ao exame anatomopatológico, observa-se reação inflamatória focal, com infiltrados de neutrófilos e monócitos, dano tubular e edema intersticial. A tomografia computadorizada (TC) com contraste demonstra diminuição da densidade do parênquima afetado, tipicamente em padrões focais, em cunha ou lineares Tratamento Cistite Aguda em Adultos com Possível Envolvimento Renal ou Prostático Oculto A cistite aguda em outros pacientes que não mulheres jovens saudáveis é relacionada com mais frequência à doença renal oculta ou infecção prostática. As ferramentas clínicas não invasivas dificilmente localizam as infecções renais ou prostáticas; portanto, a estimativa de risco por avaliação clínica é imprecisa. Os sintomas, sinais e alterações laboratoriais nesses grupos são semelhantes àqueles encontrados na cistite aguda não complicada em mulheres. Diagnóstico A urocultura deve ser rotineiramente obtida desses pacientes antes do tratamento. O tratamento empírico é semelhante ao utilizado para a cistite não complicada em mulheres, embora seja razoável um curso mais prolongado de tratamento para os homens, que podem apresentar envolvimento prostático. Infecções Complicadas Pacientes com ITU complicada podem apresentar sinais clássicos de cistite e pielonefrite, mas também podem se queixar de sintomas vagos ou inespecíficos, como fadiga, irritabilidade, náuseas, cefaleia e dor abdominal ou lombar. Os sinais e sintomas podem estar presentes por semanas a meses antes do diagnóstico. As ITUs complicadas, assim como as não complicadas, em geral se associam a piúria e bacteriúria, embora tais anormalidades possam estar ausentes se a infecção não se comunicar com o sistema coletor urinário. Diagnóstico A urocultura deve ser sempre realizada em pacientes com suspeita de infecção urinária complicada. Portanto, é razoável utilizar um limiar de contagem de colônias de 1000 UFC/mL ou mais para o diagnóstico de ITU complicada. Deve-se buscar a correção de distúrbios anatômicos, funcionais ou metabólicos, uma vez que a antibioticoterapia isoladamente pode não ser suficiente para a cura da infecção. As fluoroquinolonas apresentam o mais amplo espectro de atividade antimicrobiana, cobrem os uropatógenos mais comuns e alcançam concentrações terapêuticas adequadasna urina e no parênquima do trato urinário, e são as mais indicadas como terapia empírica em pacientes com doença leve a moderada que possam receber medicação por via oral. Bacteriúria Assintomática A bacteriúria assintomática, como mencionado anteriormente, é uma infecção comum e geralmente benigna. Não há evidências que suportem o rastreio e o tratamento da bacteriúria assintomática. No entanto, uma abordagem mais agressiva de diagnóstico e tratamento se justifica em pacientes com alto risco de complicações graves, como gestantes e pacientes submetidos a cirurgia urológica. Exames de imagem A ultrassonografia renal pode informar sobre o tamanho e contorno dos rins e da bexiga, a presença de massa ou abscesso renal, alguns cálculos renais e ureterais, hidronefrose sugestiva de uropatia obstrutiva e resíduo urinário pós-miccional elevado. A radiografia simples de abdome pode identificar cálculos radiopacos ao longo do trato genitourinário, sobretudo nas regiões proximal e distal do ureter, que podem ser perdidos ao ultrassom. No entanto, ultrassom renal e KUB são menos sensíveis que a TC para a detecção de muitas condições em pacientes com ITU complicada. Portanto, qualquer alteração sugestiva de massa ou coleção complexa deve ser prontamente estudada por TC. A TC fornece detalhamento anatômico fino e é, portanto, o estudo de primeira linha para avaliação de inflamação focal, abscesso e massas renais ou perirrenais, e litíase radiopaca ou radiotransparente. No entanto, a TC também apresenta o maior perfil de risco, já que expõe o paciente à contraste intravenoso e à radiação ionizante. Síndromes clínicas FÚNGICAS A funguria é um achado frequente em pacientes hospitalizados. Quase sempre, os organismos encontrados na urina são espécies de Candida, embora várias outras leveduras, e, menos frequentemente, fungos filamentosos e fungos endêmicos também possam ser encontrados. Frequentemente, a candidúria não constitui um sintoma, sinal ou doença, na realidade, a maioria dos pacientes com candidúria são assintomáticos e têm colonização da bexiga ou de um cateter urinário. O maior desafio diagnóstico é determinar quando a infecção, em vez da colonização, está presente. As espécies de Candida são habitantes comuns da região perineal, mas não são geralmente encontradas na urina de indivíduos saudáveis. No entanto, fatores de predisposição contribuem para permitir que estes comensais colonizem a urina e, em alguns casos, invadam a bexiga ou o trato urinário superior, causando infecção. Esses fatores são mais frequentemente encontrados em pacientes hospitalizados, especialmente em unidade de terapia intensiva (UTI). Patogênese As espécies de Candida podem causar doença por disseminação hematogênica ou pela via ascendente. Ocorre o desenvolvimento de múltiplos microabcessos corticais e a penetração das leveduras através dos glomérulos ao interior dos túbulos proximais, de onde são eliminadas na urina Manifestações Clínicas A maioria dos pacientes com candidúria são assintomáticos e, na verdade, a maioria não apresenta verdadeiramente infecção. Nos casos de cistite sintomática ou pielonefrite, os sintomas são indistinguíveis daqueles observados nas infecções bacterianas. A cistite se manifesta como disúria, frequência, urgência e desconforto suprapúbico; pacientes com infecção do sistema urinário superior podem se apresentar com febre, calafrios e dor em flanco. Casos de obstrução do trato urinário podem ocorrer, por formação de um bezoar ou bola fúngica na bexiga ou o sistema coletor. Os pacientes com disseminação hematogênica para o parênquima renal durante um episódio de candidemia manifestam sinais e sintomas associados a candidíase invasiva, e não ITU. Calafrios, febre, hipotensão e outras manifestações de sepse são frequentemente observados em pacientes com candidemia. Diagnóstico O maior desafio diagnóstico é a diferenciação entre contaminação da amostra de urina por colonização da bexiga ou de um cateter uretral versus infecção invasiva da bexiga ou dos rins. A contaminação é mais facilmente diferenciada simplesmente repetindo-se a cultura de urina, para determinar se a candidúria persiste. Se a cultura repetida não for positiva para leveduras, estudos diagnósticos ou intervenções terapêuticas adicionais são desnecessários. Os procedimentos de imagem, incluindo a ultrassonografia ab do minal e a tomografia computadorizada (TC), são essenciais para documentar a obstrução em qualquer nível no trato urinário e para determinar a presença de bolas fúngicas na bexiga ou no sistema coletor renal. Em alguns pacientes, a realização de cistoscopia e biópsia da parede da bexiga é útil para se determinar presença de inflamação e para avaliar a extensão da invasão Tratamento
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