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farmacobotânica aula 2 2013_1

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Célula vegetal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÉLULAS 
 Unidade funcional e estrutural da vida; 
 Robert Hook (1665): introduziu o termo célula após 
analisar ao microscópio um pedaço de cortiça. 
 Latim cellula pequena cela 
 Teoria celular: 
 Todos os organismos vivos são compostos por uma ou 
mais células 
 Local de ocorrência das reações químicas 
 Células originam-se de outras células 
 Hereditariedade 
CÉLULA ANIMAL X CÉLULA VEGETAL 
 Protoplasto: unidade contida pela 
membrana plasmática (conteúdo 
citoplasmático + organelas); 
 
Gametas masculinos e algumas células do 
endosperma: sem parede celular; 
Elementos traqueais do xilema: sem 
protoplasto 
1. Parede celular ou celulósica* 
2. Protoplasto 
1. Núcleo: 
1. Envoltório nuclear 
2. Nucléolo 
3. Cromatina 
2. Citoplasma: 
1. Membrana Plasmática 
2. Mitocôndria 
3. Plastídios 
4. Vacúolos 
5. Retículo endoplasmático 
6. Complexo de Golgi 
7. Citoesqueleto 
8. Corpos lipídicos 
COMPONENTES DA CÉLULA VEGETAL 
• Definição: organela citoplasmática, delimitada por 
uma membrana simples (tonoplasto) e preenchida 
por suco celular. 
 
•As células jovens (meristemáticas) possuem 
vários vacúolos pequenos chamados de 
provacúolos 
 
•Nas células maduras há o VACÚOLO CENTRAL: 
ocupa 80 – 90 % do volume total da célula. 
 
VACÚOLO 
FORMAÇÃO DO 
VACÚOLO EM 
CÉLULAS VEGETAIS 
ADULTAS 
Armazenamento de água, de íons orgânicos (Ca²+; 
K+; Cl- ), aminoácidos, açúcares, subst. tóxicas... 
Armazenamento de pigmentos solúveis em água 
(antocianinas) 
Digestão 
Crescimento celular 
Rigidez dos tecidos 
FUNÇÕES DO VACÚOLO 
Pigmentos solúveis em água 
Definição: organelas dinâmicas delimitadas por uma 
membrana lipoprotéica dupla e capazes de divisão, 
crescimento e diferenciação em várias formas 
 
 Dupla membrana semipermeável; 
 Matriz (estroma) + sistema de membranas (tilacóides); 
 Tilacóides mais ou menos desenvolvidos de acordo com o tipo de 
plastídio; 
 
Proplastídios: pequenos; membranas internas indiferenciadas; 
incolores; presentes em células meristemáticas; originam os outros 
plastídios 
PLASTÍDIOS 
Tipos e funções 
• Plastídios não pigmentados 
– Leucoplastos: sintetizam e/ou armazenam substâncias não 
pigmentadas e não possuem sistema de endomembranas 
elaborado 
• Amiloplastos: amido; abundantes em tecidos de reserva de 
raízes e sementes 
• Elaioplastos: óleos ou gorduras 
• Proteinoplastos: proteínas. Encontrados nos elementos 
crivados do floema 
 
• Plastídios pigmentados 
– Cromoplastos: Predominam os carotenóides (coloração 
amarela, laranja ou vermelha) 
 
– Cloroplastos: armazenam clorofila; fotossíntese; acúmulo 
temporário de amido 
 
Estrutura do cloroplasto 
Ocorrem em todas as partes verdes das plantas, principalmente folhas; 
Mais complexo dentre todos os plastídios; 
Sistema de membranas (tilacóides) empilhadas uma sobre as outras 
(granum): pigmentos fotossintetizantes; 
Matriz protéica (estroma): enzimas da redução do carbono na fotossíntese 
(ex. RUBISCO). 
Formas maduras 
também se 
interconvertem em 
outras 
Cloroplasto em 
cromoplasto 
(alterações que levam 
ao desarranjo dos 
tilacóides e mudanças 
no pigmento 
acumulado); 
Amiloplastos em 
cloroplastos (quando 
expostos à luz). 
 
Formação dos plastídios 
Definição: camada externa rígida existente nas células vegetais 
 
Funções: 
• regular o volume e dar forma às células 
• dar rigidez e suporte mecânico 
• defesa contra agentes patogênicos 
• local absorção, transporte e secreção de substâncias 
 
 
Composição: 
• Celulose 
• Hemicelulose 
• Substâncias pécticas 
• Proteínas estruturais (extensinas) 
• lignina e subst graxas 
 
PAREDE CELULAR OU CELULÓSICA 
•Polissacarídeo formado pela 
ligação de moléculas de -
glicose 
 
•O encadeamento de várias 
moléculas de celulose 
forma as microfibrilas de 
celulose 
 
 
CELULOSE 
CAMADAS DA PAREDE CELULÓSICA 
Células com parede primária são VIVAS e capazes de se desdiferenciar 
 
Possuem CAMPOS DE PONTOAÇÃO PRIMÁRIOS por onde passam os 
PLASMODESMOS 
 
LAMELA MÉDIA: região entre duas paredes primárias adjacentes; 
formada por subst. pécticas 
Parede primária: 
•Depositada antes e durante o 
crescimento das células vegetais 
•Células que se dividem ativamente 
possuem apenas a parede primária 
bem como aquelas envolvidas em 
processos metabólicos 
Definição: áreas delgadas da parede primária por onde as células se 
comunicam através dos plasmodesmos 
 
Plasmodesmos: membrana plasmática + desmotúbulos (projeção do 
retículo endoplasmático liso); 
 Função: transporte de materiais, transmissão de estímulos, etc. 
 
CAMPOS DE PONTOAÇÃO PRIMÁRIOS 
Células da epiderme do 
tomate 
Parede secundária: 
 
 
Importantes nas células especializadas em sustentação ou transporte 
de água 
Pode não possuir substâncias pécticas; não possui ptns estruturais 
Lignina é abundante; Maior rigidez 
Formada por 3 camadas distintas quanto à orientação das 
microfibrilas de celulose 
Formam PONTOAÇÕES 
Ocorre nas células que cessaram o 
crescimento 
Células com parede secundária 
geralmente são mortas 
PONTOAÇÕES 
 Poros (aberturas) na parede secundária; 
 Ausência de deposição de material sobre o campo de 
pontoação durante a formação da parede secundária; 
 Dois tipos: simples e areolada 
 Par de pontoações: pontoações de células adjacentes; 
simples areolada areolada com 
toro 
semi- 
areolada 
Scanning electron micrograph of wood of Marcgravia umbellata 
(Marcgraviaceae) 
Tipos de inclusões nos vacúolos 
Compostos fenólicos Proteínas (aleurona) 
amido 
INCLUSÕES CELULARES 
(SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS) 
Definição: produtos resultantes do metabolismo celular, 
especialmente as que assumem forma visível no interior 
das células 
 Possuem grande importância analítica em farmacognosia 
 
INCLUSÕES CELULARES ORGÂNICAS 
 Grãos de aleurona 
 Inulina 
 Taninos 
 Óleo e gorduras 
 Amidos e féculas 
 
INCLUSÕES CELULARES INORGÂNICAS 
 Oxalato de Cálcio 
 Carbonato de Cálcio 
INCLUSÕES CELULARES ORGÂNICAS 
1) GRÃOS DE ALEURONA: 
 
 Proteínas sólidas formadas no 
interior de vacúolos 
 Presente em inúmeras drogas 
da Farmacopéia Brasileira 
(funcho, erva-doce, abóbora, 
mostarda) 
 Forma a camada aleurônica: 
comum nos cereais 
Caracterização Histoquímica 
 
Álcool desidratado(5’); ácido pícrico 1%; eosina 1%; álcool 
Lugol - coloração acastanhada 
Fucsina ácida + Lugol: vermelho (aleurona) e azul (amilo) 
2) INULINA: 
Polissacarídeo resultante da polimerização da 
frutose+glicose 
Dissolvido no suco celular 
Necessita de cristalização para ser observada 
ao microscópio ótico 
desidratação alcoólica 
1. Colocar fragmentos do material em etanol 100% 
e deixar por 48 h 
 
CARACTERIZAÇÃO HISTOQUÍMICA : 
Alfa naftol / timol (10%)►ácido súlfúrico 
►aquecimento = coloração violeta/ avermelhada 
 
3) TANINOS 
 Grupo heterogêneo de substâncias amplamente 
distribuídas pelo corpo do vegetal 
 Ocorrem no citoplasma e no vacúolo, podem impregnar 
paredes 
 Abundantes em folhas de várias plantas, nos frutos 
verdes, nas cascas de sementes 
 
CARACTERIZAÇÃO HISTOQUÍMICA: 
Cloreto Férrico 10% 
 
1. Colocar os cortes numa lâmina e pingar uma gota do 
reagente cloreto férrico sobre eles 
2. Montá-los em outra lâmina, aguardando 1-2 min 
3. Pingar 1 gota de água para retiraro reagente 
4. Reação positiva ao produzir coloração negro-azulada ou 
verde escuro 
 Amplamente distribuídos nas células vegetais, 
ocorrendo em todas as partes da planta; 
 Podem aparecer como corpos sólidos ou 
gotículas líquidas 
 Nas sementes, estão localizados nas células do 
endosperma 
 Sementes e frutos são importantes fontes 
comerciais de óleos 
 
 Óleos Fixos X Óleos Essenciais 
4) ÓLEOS E GORDURAS 
Óleos fixos: Produtos de reserva; ocorrem especialmente em 
sementes e frutos 
 Valor alimentar, cosmético e no preparo de sabão 
 Ex.: milho, soja, canola, girassol, amêndoa, coco 
etc... 
 Veículos de outros medicamentos (emulsões 
líquidas ou sólidas ) 
 Propriedades terapêuticas: óleo de rícino 
 Caracterização: 
– histoquímica: SUDAM III ou IV 
– Calor + Luz + Umidade = rancinificação 
– Deixam manchas gordurosas em papeis e tecidos 
Óleos essenciais/ voláteis: 
 Diversas funções; localizados em estruturas secretoras 
especializadas; 
 Constituídos por uma complexa mistura de substâncias a 
maioria de natureza terpênica; 
 EX.: cravo, canela, hortelã, capim-santo, eucalipto, 
coentro, mastruz etc.... 
 Apresentam diversas atividades biológicas 
 Caracterização: 
– histoquímica: SUDAM III ou IV 
– Quando recém extraídos são incolores 
– Evaporam em temperatura ambiente 
– NÃO deixam manchas gordurosas em papeis e 
tecidos 
 Produto resultante da polimerização da glicose 
 Depois da celulose é o carboidrato mais abundante no mundo 
vegetal 
 Síntese nos cloroplastos, resíntese nos amilosplastos 
 Composição: amilose (linear; solúvel em água fria) e amilopectina 
(ramificada; solúvel em água quente) 
 Localização: todos os tecidos parenquimáticos mais especialmente 
nos órgãos de reserva 
 AMILOS: Amidos e féculas 
 
USO: 
– Na farmácia: manipulação para preparar comprimidos e como 
diluente de pós oficiais 
– Na indústria química: condensado com formal para preparação de 
amilofórmio 
– Matéria prima para obtenção de glicose, preparação de dextrinas e 
álcool etílico 
 
 Amilos oficiais no Brasil: milho, arroz, trigo, mandioca e batata 
5) AMILO: 
 Suas características morfológicas podem ser 
utilizadas para verificar fraudes em alimentos ou 
medicamentos 
 
 Características importantes na diagnose do 
amilo: 
– FORMA: 
 Esférico; Ovóide; Poliédrico; Lenticular, redondo, dedal, 
halteriforme; triangular 
– HILO 
 Presença ou ausência 
 Forma (redondo, pontuado, linear, estrelar) 
 Localização (central ou excêntrico) 
 
– ESTRIAS (presentes ou ausentes) 
– AGRUPAMENTO 
Simples 
Composto 
 Em presença de luz polariza, pode-se observar 
uma cruz negra ou cruz de Malta 
Amilo encontrado no parênquima de reserva da batata 
(seta). A – grão de amilo não corado; B – grão corado 
com lugol. 
Amido de trigo 
Amido de milho 
Fécula de batata 
CARACTERIZAÇÕES HISTOQUÍMICAS 
 HIDRÓLISE COM ÁCIDO CLORÍDRICO: Gradual, com 
formação de substâncias intermediárias; ao final resulta a D-
Glicose 
 TRATAMENTO COM LUGOL: Coloração azul escura, preta-
azulada 
 
CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS 
 pó branco 
 inodoro e insípido 
 quando apertado na mão range e mostra tendência a 
aglutinar-se 
INCLUSÕES CELULARES INORGÂNICAS 
 Depósitos Cristalinos 
A) CRISTAIS DE OXALATO DE CÁLCIO 
 
 Ráfides – forma de agulha; mais comum em Liliopsida 
 Drusas – redondos em forma de roseta ou estrela; mais comum 
em Magnoliopsida 
 Cristais prismáticos e cristais estilóides – pouco freqüentes 
 Areias cristalinas – especialmente em Solanaceae e Rubiaceae 
 
B) CRISTAIS DE CARBONATO DE CÁLCIO 
 
 Quase sempre relacionados com a epiderme das plantas 
 Ocorre em células especiais chamadas LITOCISTOS 
 São menos freqüentes, ocorrem especialmente nas famílias Moraceae, 
Urticaceae e Acantaceae 
 
 
 É possível diferenciar os tipos de cristais através de testes 
histoquímicos com ácidos (súlfúrico, clorídrico, nítrico ou acético) 
Ráfides encontradas na babosa 
Drusa 
Bainha cristalífera formada por drusas 
Cristais de oxalato de cálcio

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