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1 Profª Talita Nascimento Aula 4 Introdução à Sociologia da Violência Conversa Inicial A naturalização da violência é capaz de torná-la invisível Reflexão: (des)naturalização Do latim violentia: veemência, impetuosidade Origem: “violação” (violare) Definições Manifestações de violência Causas versus impacto Naturalização e problemáticas O que é violência? 2 Ato marginal que impede ou dificulta a interação social Papel da racionalidade Pré-disposições para violência Violência criminal Violência política Violência social e econômica Luís Antônio de Souza Violência das instituições públicas Violência interacional (macroviolência) Violência simbólica Violência tecnológica Violência das guerras e do terrorismo Microviolências cotidianas Violência como categoria sociológica e direitos humanos Aspectos cognitivos na explicação da violência: Luís Antônio Francisco de Souza 3 Filósofa política alemã de origem judaica (1906-1975) Política, autoridade, totalitarismo, educação, condição laboral, violência, condição feminina etc. Violência e poder: Hannah Arendt Meio ou instrumento de coação Esfera pública (de natureza política) Banalização do mal Discussões: Hannah Arendt Filósofo francês (1926-1984) Relações de poder, controle social, crítica às instituições sociais (psiquiatria, medicina, prisões), história da sexualidade etc. Michel Foucault: poder/ biopoder Sociedade do controle Biopoder Instituições/ censos/ controle social Violência: instrumento em relações sociais desiguais Direitos e cidadania Democracia Articulação: Estado <-> sociedade Direitos humanos: antídoto da violência Violência: Maquiavel e contratualistas 4 Violência: indesejável e necessária? Maquiavel (1469-1527) Thomas Hobbes (1558-1679) Rousseau (1712-1778) Homens: ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante o perigo Poder político: nasce da malignidade do homem (enfrentar conflito) Política: manter a ordem (senão barbárie) Maquiavel (1469-1527) Êxito: como resolver o inevitável – usar as leis e a força Governante deve saber usar a força bruta Injúria de uma vez versus benefício pouco a pouco Ser mais forte conquista o poder, mas não garante a permanência Poder: não só força bruta -> sabedoria e força (virtu e fortuna) Relação entre força e virtu Estado de natureza: domínio das paixões, guerra, medos, pobreza, isolamento, barbárie, ignorância, bestialidade Homem: uma potência que deseja agir Thomas Hobbes (1558-1679) Liberdade plena: terror constante Violência (sem leis, sem ordem, sem justiça) Preferência pela monarquia absolutista Não é possível vida coletiva fora do estado absoluto 5 Homens: somente um desigual limita o outro Depositam força em um homem soberano: Leviatã Contrato social: liberdade e segurança Homem: natureza boa – os produtos da civilização degeneram o ser humano Inteligente e instintivo, busca satisfazer necessidades básicas sem produzir conflitos Rousseau (1712-1778) Instinto de autopreservação, compaixão (que limita a autopreservação) Origem da desigualdade entre os homens: “isso é meu” Contrato social: escapar das guerras e da morte; defender a propriedade Soberano: funcionário Povo: obedece leis que ele mesmo faz Gênese do Estado: farsa do pacto social: protegeu a vida e bens dos fortes e dos ricos e tirou a liberdade dos fracos Solução: não dá para voltar ao EN, mas dá para unir ciência e cultura – para o bem da humanidade A violência nos clássicos da sociologia: Marx e Engels 6 Karl Marx (1818- 1895) Friedrich Engels (1820-1895) Análise e crítica do capitalismo Materialismo histórico e dialético Socialismo científico Marx e Engels Incompatível: direitos humanos na sociedade capitalista Estado é ditadura (a serviço de uma classe) No capitalismo: nem o proprietário é livre Declaração dos direitos (1789) é uma ficção: direito do homem burguês Classe trabalhadora sempre temerosa: está em posição desfavorável Violência e desigualdade: Condições necessárias ao capitalismo Problemáticas: ideologia (culpabilização do trabalhador/ do pobre) A violência nos clássicos da sociologia: Durkheim e Weber França: 1858-1917 – formalmente criou a sociologia Funcionalismo: fato social consciência coletiva anomia/ patologia coerção social Émile Durkheim: funcionalismo 7 Papel da educação (instituições/ regras/ leis) Harmonia/ coesão/ ordem Violência versus problemáticas Crime como fato social Alemanha: 1864 – 1920 – 1945 Teorias com base na ação social (4 tipos) Modernidade e racionalidade (burocracia) Max Weber: sociologia compreensiva Estado: violência legítima (política como vocação) Tipos de dominação (tradicional, legal, carismática) Max Weber: Estado Na Prática Violência: comportamento não desejável, mas real Filme: Histórias Cruzadas (violência e ideologia) Preconceito racial e luta por garantia de direitos humanos Finalizando 8 A violência pode não ser fácil de definir. E de sentir? Definições diversas Onde mais há violência sem ser vista, percebida? Consentida Referências CHAUÍ, M. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1984. DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 11 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1984. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2014. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2010. ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. São Paulo: Martins Fontes, 2013 SOUZA, L. A. Sociologia da violência e do controle social. Curitiba: IESDE, 2010. TESCAROLO, J. Sociologia urbana e da violência. Curitiba: InterSaberes, 2016. WEBER, M. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 1984. WIEVIORKA, M. O novo paradigma da violência. Tempo Social. Rev. Sociol. São Paulo: USP, maio 1997. ZALUAR, A. Violência e criminalidade: saída para os excluídos ou desafio para a democracia?. In: MICELI, S. (Org.) O que ler para conhecer o Brasil. São Paulo: Anpocs, v. I.
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