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Sociologia Brasileira e Movimentos Sociais

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1
PRÁTICA 
PEDAGÓGICA 
INTERDISCIPLINAR: 
SOCIOLOGIA 
BRASILEIRA E 
MOVIMENTOS SOCIAIS 
Profª. DraAdriana F. S. de Oliveira
Profª. Dra. Luciane Rocha F. Pielke
2
PRÁTICA PEGAGÓGICA 
INTERDISCIPLINAS: 
SOCIOLOGIA BRASILEIRA E 
MOVIMENTOS SOCIAIS
PROF. DRA. LUCIANA ROCHA FERREIRA PIELKE
3
 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Esp. Izabel Cristina da Costa
 Profa. Esp. Imperatriz Matos
 Revisão técnica: Profa. Ph.D Fabiana Grecco
 
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza mendes Leite 
 Maria Eliza P. Campos 
 Prof. Esp. Guilherme Prado 
 
 Design: Aline De Paiva Alves
 Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Taisser Gustavo Soares Duarte
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
PRÁTICA PEGAGÓGICA 
INTERDISCIPLINAS: 
SOCIOLOGIA BRASILEIRA E 
MOVIMENTOS SOCIAIS
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
5
ADRIANA F. S. DE OLIVEIRA
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-
ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/7382280591808838
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
 Doutora em Educação pela UNESP - Rio 
Claro, com foco em inclusão social, tratados 
internacionais, políticas públicas e violência 
contra a mulher. Estágio doutoral em Psicolo-
gia Social com bolsa PSDE - CAPES na "Uni-
versidad Complutense de Madrid - Facultad 
de Ciencias Políticas y Sociología" com pes-
quisas desenvolvidas em Madrid, Salamanca 
e cercanias quanto aos serviços públicos de 
atendimento à mulher vítima de violência de 
gênero com apoio da "Facultad de Derecho de 
la Universidad Complutense de Madrid". Tem 
experiência em trabalhar com a metodologia 
qualitativa. Mestra em Direitos Fundamentais 
Difusos e Coletivos pela UNIMEP de Piracica-
ba, com foco em Direitos Humanos e Direito 
Internacional, com bolsa do programa PRO-
SUP-CAPES
6
 Graduada em Pedagogia pela Universi-
dade Federal do Mato Grosso (PIBIC/CNPQ), 
Mestrado em Educação pela mesma Universi-
dade (Bolsista CNPQ) e Doutorado em Educa-
ção pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos 
(Bolsista CAPES-Taxas). Atuou como docente 
na Universidade do Estado do Mato Grosso 
(UNEMAT), Campus Sinop (2011-2012), nos Cur-
sos de Pedagogia, Letras, Matemática e Ciên-
cias Contábeis, nas áreas de Didática, Estágio 
Supervisionado na Educação Infantil e em Es-
paços não-escolares, Filosofia da Educação, 
Estrutura e Funcionamento do Ensino (EFE) e 
Ética.
LUCIANE ROCHA F. PIELKE
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-
ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/7366615754915313
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
7
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
8
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
SUMÁRIO
1.1 Ciências: Ciências sociais e ciências humanas ..........................................................................................................................................................................................................13
1.2 Considerações no contexto mundial ...............................................................................................................................................................................................................................14
1.3 Considerações no contexto nacional ...............................................................................................................................................................................................................................16
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................17
2.1 Diferença entre as ciências sociais e a sociologia ..................................................................................................................................................................................................21
2.2 Surgimento da sociologia no mundo ...........................................................................................................................................................................................................................24
2.3 Os sociólogos no mundo .......................................................................................................................................................................................................................................................24 
2.4 O surgimento da sociologia no Brasil ...........................................................................................................................................................................................................................25
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................26
3.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................31
3.2 Período pré-sociológico: Antes de 1930. ......................................................................................................................................................................................................................32
3.3 A sociedade depois da década de 1930 .......................................................................................................................................................................................................................33
3.4 Escola Paulista de sociologia ............................................................................................................................................................................................................................................35
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................37CONSIDERAÇÕES SOBRE CIÊNCIAS SOCIAIS
SOCIOLOGIA NO BRASIL
SOCIOLOGIA BRASILEIRA: DÉCADA DE 1930 E ESCOLA PAULISTA DE SOCIOLOGIA
4.1 A teoria social clássica ..............................................................................................................................................................................................................................................................43
4.2 Émile Durkheim ..........................................................................................................................................................................................................................................................................43
4.3 Max Weber ......................................................................................................................................................................................................................................................................................45
4.4 Karl Marx ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................47
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................50
A SOCIOLOGIA CLÁSSICA
5.1 Matriz Europeia ............................................................................................................................................................................................................................................................................53
 5.1.1 Émile Durkheim e a matriz da diferenciação social .................................................................................................................................................................................53
 5.1.2 Max Weber e a matriz da racionalidade ............................................................................................................................................................................................................55
 5.1.3 Karl Max e a matriz da estrutura social ...............................................................................................................................................................................................................57
5.2 Matriz Americana ........................................................................................................................................................................................................................................................................58
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................61
SOCIOLOGIA DE MATRIZ EUROPEIA E DE MATRIZ AMERICANA
6.1 A globalização .................................................................................................................................................................................................................................................................................111
6.2 A sociologia e a violência no Brasil .................................................................................................................................................................................................................................116
6.3 A desigualdade social .............................................................................................................................................................................................................................................................121
6.4 O preconceito ...............................................................................................................................................................................................................................................................................121
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................................................................................................................126
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................................................................................................................................................130
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................................................................................................................131
REFLEXÕES SOBRE A SOCIOLOGIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
UNIDADE 5
UNIDADE 6
9
UNIDADE 7
UNIDADE 8
UNIDADE 9
UNIDADE 10
7.1 A Escola de Chicago e os interacionistas .....................................................................................................................................................................................................................77
7.2 Sociedade de massas ...............................................................................................................................................................................................................................................................80
7.3 Abordagem sociopolítica .......................................................................................................................................................................................................................................................82
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................85
8.1 O comportamento coletivo a partir do funcionalismo ......................................................................................................................................................................................89
 8.1.1 A influência de Parsons ...................................................................................................................................................................................................................................................89
 8.1.1 A influência de Turner e Killan ....................................................................................................................................................................................................................................91
 8.1.3 A influência de Smelse ....................................................................................................................................................................................................................................................93
8.2 Abordagem organizacional: comportamentalista ..............................................................................................................................................................................................95 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................999.1 Abordagem Marxista ...............................................................................................................................................................................................................................................................104
9.2 Leitura historiográfica .............................................................................................................................................................................................................................................................112
9.3 Movimento social como categoria analítica ............................................................................................................................................................................................................117
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................123
MOVIENTOS SOCIAIS: AS TE0RIAS CLÁSSICAS PARTE 1
MOVIMENTOS SOCIAIS: AS TEORIAS CLÁSSICAS PARTE 2
CONCEITOS E PERSPECTIVAS NAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
10.1 Os novos movimentos sociais ..........................................................................................................................................................................................................................................129
10.2 Relação dos movimentos sociais e a educação ..................................................................................................................................................................................................133
10.3 Movimentos sociais conectados ..................................................................................................................................................................................................................................140
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................................................................................................................149
MOVIMENTOS SOCIAIS EM INTERFACE COM OUTROS MOVIMENTOS 
11.1 Aproximações ontológicas e epstomológicas .....................................................................................................................................................................................................154
11.2 Crises e rupturas: avanços e retrocessos ..................................................................................................................................................................................................................158
11.3 A relação com a política pública ..................................................................................... ..............................................................................................................................................163
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................................................................................................................171
MOVIMENTOS SOCIAIS E MOVIMENTOS POPULARES 
12.1 Abordagem (des)colonial ....................................................................................................................................................................................................................................................178
12.2 Abordagem do Bien Vivir....................................................................................................................................................................................................................................................183
12.3 Abordagemm da educação popular .........................................................................................................................................................................................................................188
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................................................................................................................193
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................................................................................................................................................197
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................................................................................................................................................................................199
MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA 
UNIDADE 11
UNIDADE 12
10
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
I
C
V
R
O
UNIDADE 1
Na primeira unidade iremos entender quais são os principais aspectos e contribuições 
fornecidas pelas Ciências Sociais, destacando ainda a relevância desse campo, 
enfatizando a sua presença tanto no contexto mundial, como no nacional.
UNIDADE 2
Durante essa unidade poderemos aprender como a sociologia se relaciona com as 
ciências sociais, bem como distinguir esses dois campos. Além disso, passaremos a 
adentrar nos aspectos mais específicos da sociologia, levando em consideração os 
elementos responsáveis pelo seu surgimento mundial e como isso trouxe reflexos 
para o contexto nacional, também estudaremos os pontos de vistas de grandes 
sociólogos mundiais.
UNIDADE 3
O nosso foco durante essa unidade será mais direcionado para as implicações 
que a sociologia trouxe para a realidade brasileira, por isso iremos estudar os 
momentos anteriores e posteriores a década de 1930, considerando a importância 
e as modificações trazidas pelos momentos relativos a esse período histórico. Além 
disso, também iremos compreender melhor as afirmações dos principais sociólogos 
nacionais e o surgimento da Escola Paulista de Sociologia.
UNIDADE 4
Na quarta unidade, será feita uma análise dos principais pontos de estudos dos 
sociólogos classicistas, sendo eles Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Analisando 
os seus pensamentos e as suas contribuições.
UNIDADE 5
Na quinta unidade, “Matriz europeia e americana”, será abordado as principais 
considerações que servem como embasamento para o estudo da Sociologia até os 
dias de hoje, conceitos importantes que são tidos como referência. A exemplo da 
racionalização de Weber, da matriz da diferenciação social de Durkheim e a estrutura 
social de Marx. Sendo também analisado a importância dos estudos da Escola de 
Chicago.
UNIDADE 6
Na sexta unidade, após realizarmos os estudos sobre a sociologia e como ela se 
desenvolveu no Brasil, analisando inclusive as contribuições dos sociólogos clássicos. 
Será retratada as reflexões sobre a sociologia contemporânea no Brasil, estudando 
sobre a globalização, a violência e a discriminação.
11
O
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A
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 L
I
C
V
R
O
UNIDADE 7
A unidade I apresenta algumas características fundantes sobre o conceito de 
Movimentos Sociais a partir de da abordagem clássica. Esse estudo acontece em 
dois momentos. Aqui aprendemos sobre os interacionistas da Escola de Chicago e 
sobre as abordagens da Sociedade de massa e a Sociopolítica. 
UNIDADE 8
A Unidade II dará continuidade a secção anterior, nesse momento apresentamos 
elementos teóricos em torno das abordagens clássicas do funcionalismoe a 
organizacional-comportamentalista. Essas correntes de pensamento sobre os 
Movimentos Sociais são chaves para compreender sentidos e significados atribuídos 
historicamente ao fenômeno em estudo.
UNIDADE 9
A Unidade III articula perspectivas distintas sobre o estudo dos conceitos e práticas 
dos Movimentos Sociais a partir das principais contribuições de paradigmas críticos 
conhecidos como revolucionários da temática – Marxismo, Historiografia – Olhares 
plurais que alargam as possibilidades analíticas do tema.
UNIDADE 10
A unidade IV apresenta as articulações políticas produzidas ao longo da história 
dos Movimentos Sociais, estabelecida entre si, com grupos diversos e a sociedade. 
Movimento que os desafiaram a se transformar de modo a ampliar suas bases de 
atuação diante das demandas sociais cada vez mais complexas e emergentes.
UNIDADE 11
A unidade V traz uma análise da interface entre dois Movimentos – social e popular – 
que embora possuam convergências teórico-metodológicas suas bases ontológicas 
e de projeto social são distintas. A relação com a política pública entre ambos públicos 
é outro aspecto fundamental trabalhado nessa unidade.
UNIDADE 12
A unidade VI nessa unidade compartilhamos algumas abordagens epistemológicas 
que foram coproduzidas com base nas experiências de alguns movimentos sociais. 
Uma leitura desde a América Latina que fornece uma chave teórica com raízes nas 
lutas de grupos engajados com a transformação social.
12
CONSIDERAÇÕES SOBRE 
CIÊNCIAS SOCIAIS
13
1.1 CIÊNCIAS: CIÊNCIAS SOCIAIS E CIÊNCIAS HUMANAS
 Inúmeras discussões são vistas na atualidade acerca do papel do homem na sociedade 
e os impactos que as ações dos mesmos apresentam para as relações sociais, além disso a 
própria sociedade e as relações relativas a mesma são fontes de estudo, sendo que os resultados 
dessas pesquisas servem para resolver não os questionamentos a nível teórico, mas também os 
problemas práticos que surgem cotidianamente no meio social.
 Assim, da necessidade em estudar e conhecer os temas de maneira mais aprofundada, 
por meio da efetuação de observações, identificações, pesquisas e explicações de fenômenos e 
fatos nasce a ciência, responsável por formular explicações metódicos e racionais acerca do seu 
objeto de estudo que pode ser o mais variado possível.
Figura 1: Tipos de Ciência
Fonte: MT de fato (2019)
 A ciência é dividida em áreas em razão 
da quantidade de assuntos que são de interesse 
humano e que necessitam de compreensão, 
dessa forma a divisão das áreas de atuação da 
ciência é efetuada em acordo com a natureza do 
conhecimento que ser irá estudar, dessa forma 
se divide em: 1) ciências biológicas; 2) ciências 
contábeis; 3) ciências exatas; 4) ciências da 
natureza; 5) ciências sociais aplicadas; 6) ciências 
humanas e 7) linguística, letras e artes.
 Dessa forma, os contextos científicos em 
suas respectivas áreas dão enfoque mais aos 
seus interesses e aos seus campos de atuação, porém muitas vezes uma acaba criticando a 
outra, pois todas possuem suas falhas e limitações, por isso a interdisciplinaridade é uma prática 
que merece ser enfatizada e estimulada, sendo a atuação em conjunto das ciências enaltecida.
 Mesmo que alguns desses campos científicos aparentem e tenham de fato pontos de 
convergência não podem ser confundidos, pois possuem suas próprias áreas de interesse e 
atuação. É muito comum a utilização e o relacionamento entre as áreas das ciências humanas e 
das ciências naturais, apesar disso ambas não podem ser entendidas como sinônimos.
Mesmo que a ciências humanas e sociais aplicadas não possam ser enquadra-
das como sinônimos, as duas possuem relação com os seres humanos e rela-
ções por ela estabelecidas, sendo muitas vezes estudas em conjunto, desta feita 
recomenda-se a leitura do material denominado como “Humanidades, Ciências 
Sociais e Cidadania” que foi organizado por Márcia de Lima Elias Terra, sendo 
esse responsável por analisar e discutir acerca dos mecanismos de organização 
social, levando em conta as suas consequências e transformações decorrentes 
do processo produtivo moderno e das conexões culturais por esses firmadas. 
LINK: https://bit.ly/3sdxgX0
BUSQUE POR MAIS
14
 As ciências humanas direcionam o seu foco para o ser humano, dando ênfase as ligações 
estabelecidas entre esses seres, bem como a trajetória história, religiosa e cultural relativas aos 
mesmos, por isso a arqueologia, as ciências políticas, a psicologia, a geografia, a história e a 
teologia, por exemplo, são consideradas como pertencentes a essa área. Na medida em que 
as ciências sociais aplicadas possuem como objeto de estudo os interesses e as necessidades 
dos seres humanos, sendo que esses serão enxergados como parte de um todo, ou seja, como 
integrantes da sociedade, por isso são levados em consideração tanto os impactos que tais seres 
podem promover ao meio social, como o efeito que a sociedade e as suas decorrências podem 
resultar na vida privada e individual das pessoas que a integram, dessa forma algumas das 
áreas relativas as ciências sociais são direito, administração, economia, arquitetura e urbanismo, 
serviço social, comunicação, gastronomia, entre outras.
1.2 CONSIDERAÇÕES NO CONTEXTO MUNDIAL
 Muitas diferenças podem ser apontadas entre as ciências da natureza e as ciências sociais, 
sendo que essas se distinguem não apenas pelos objetos de interesse diferentes que ambas 
possuem, tendo em vista que as ciências naturais se relacionam a assuntos mais concretos e 
objetivos, ligados ao raciocínio lógico, enquanto que as ciências sociais, por se relacionarem 
aos seres humanos e a vida em sociedade, são dotados de uma maior grau de abstração e 
subjetividade.
 As próprias características e peculiaridades das ciências sociais foram criticadas inúmeras 
vezes ao longo da história, tendo existido, inclusive, um momento em que o objeto de estudo 
dessa área não pode ser considerado como digno de conhecimento cientifico, pois muitos 
estudiosos pertencentes as ciências da natureza, campo que já estava consolidado, quando 
as ciências sociais surgiram, estabeleceram crítica quanto a pobreza teórica, a ausência de 
rigor analítico, a preocupação com questões imediatistas e problemas relacionados a falta de 
impessoalidade nas pesquisas dessa área, segundo Schwartzman (1990).
Grandes nomes do saber foram responsáveis por acrescentar importantes contribuições 
ao campo das ciências sociais, dentre esses Emile Durkheim, que em sua obra, “as regras 
do método sociológico”, conceituou os fatos sociais como aqueles que são externos aos in-
divíduos e dotados de poder imperativo e coercitivo, sendo esses impostos as pessoas, in-
dependentemente, da vontade das mesmas. Todavia, as mudanças e as evoluções socias 
modificaram um pouco a visão dos fatos sociais, que segundo o ponto de vista de Chomsky 
e Morin passaram a ser comercializados, assim os fatos sociais muitas vezes são alheios a 
realidade e precisam ser observados com mais atenção, levando em consideração os as-
pectos decorrentes do atual contexto social e cultural.
FIQUE ATENTO
 Apesar disso, as ciências sociais enfrentaram vários obstáculos, críticas e preconceitos, 
sendo dotadas do título de ciência, não podendo esse fato ser diferente, pois mesmo que os 
temas abordados pelas ciências sociais sejam complexos, difíceis e muitas vezes imprecisos, 
entende-se que esses são aspectos naturais e até esperados desse campo científico, já que são 
aspectos que se ligam diretamente a natureza humana e ao que se espera do funcionamento 
da sociedade, ambiente que está em constante transformação e evolução, por isso as ciências 
sociais precisam ser moldáveis e flexíveis a essa realidade, porém tais fatores não retiram a 
15
das ciências sociais. 
 Nesse sentido, os métodos aplicados ao campo das ciências naturais e das ciências 
humanas possui suas particularidades, pois cada um precisa se adaptar aos seus próprios 
objetivos e interesses, isso não quer dizer que o métodoquanti é exclusivo as pesquisas da 
ciência da natureza ou que o método qualitativo é adequado apenas as ciências sociais, mas 
sim que ambos poderão ser adotados pelos diversos campos das ciências, desde que as devidas 
observações sejam feitas quanto a sua aplicação e finalidade.
Levando em consideração as especificações e as particularidades que devem 
ser observadas ao se realizar uma pesquisa no campo das ciências sociais, re-
comenda-se a leitura do livro denominado como “Métodos Estatísticos para as 
Ciências Sociais” escrito por Alan Agresti e Barbara Finlay.
LINK: https://bit.ly/3hOOSDM
BUSQUE POR MAIS
 Ainda assim, as ciências sociais ainda são alvo de muitas críticas e insatisfações:
É provável que a insatisfação seja maior hoje do que em outros tempos, e mais 
intensa no Brasil do que na Europa ou nos Estados Unidos. Mas é óbvio que 
não se trata de um fenômeno novo, nem exclusivamente nacional. A ciências 
sociais sempre viveram em um estado mais ou menos permanente de “crise”, 
e discussões intermináveis sobre métodos, abordagens e discursos, combi-
nadas com exegeses igualmente intermináveis sobre fundadores, costumam 
ser tomadas como indicadores do pouco amadurecimento e consolidação do 
campo (SCHWARTZMAN, 1990, p. 01).
 Mesmo no período em que as observações sobre os homens e as suas relações sociais 
não consideradas como um saber científico, já eram realizados discussões e comentários sobre 
a presença e a relevância dessa inserção no meio social. Assim, o surgimento das ciências sociais 
foi a formalização daquilo que já existia, bem como momento responsável por propor o seu 
aperfeiçoamento e ampliação.
 O tempo e a intensificação das relações sociais, assim como os impactos gerados pela 
revolução industrial, as duas grandes guerras, a guerra fria, a globalização, os avanços tecnológicos 
e outros momentos históricos relevantes, afetaram a sociedade.
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19
)
16
 Desta feita, desde o século XX, verifica-se que as necessidades resultantes de um mundo 
capitalista indicaram a necessidade de reforma e redefinição das áreas do conhecimento, 
assim o campo das humanidades e das ciências sociais passaram a ter um maior destaque, 
em contrapartida, também houve o desenvolvimento das ciências exatas e das subáreas 
pertencentes a esse campo do saber. Assim, Reyes (2019) afirma que:
O objetivo das ciências humanas não é orientado na busca de leis universais, 
como é o caso da ciência natural, o que não a impede de poder interagir e 
estabelecer relações como essa, enquanto se move muito estreitamente com 
as ciências Sociais na reflexão do sujeito, sociedade, espaço e tempo em que 
a ação social ocorre.
 Por isso, no mundo todo as ciências sociais demonstram uma preocupação com a 
promoção e a transmissão da inteligência humana, pois os estudos presentes nesse campo fazem 
menção aos homens, as suas capacidades e suas ações, sejam essas resultantes de positividades 
e negatividades, sendo criticadas ou elogiadas. Assim, as ciências sociais e as humanidades 
representam o significado da vida, em conformidade com Reyes (2019).
1.3 CONSIDERAÇÕES NO CONTEXTO NACIONAL
 Definir o percurso histórico traçado pelas ciências sociais no Brasil não é uma tarefa fácil, 
porém esse é um assunto que já vem sendo discutido a algum tempo, por isso estudiosos como 
Almir Andrade, tentam sistematizar a sociologia brasileira, porém mesmo que avanços já tenham 
sido dados no caminho dessa descoberta, ainda não se chegou a uma conclusão concreta sobre 
o caso, porém estima-se que as ciências sociais estão presentes no Brasil desde o início, ou seja, 
desde que o país ainda era colônia de Portugal.
As ciências sociais são de suma importância, pois é a partir dos estudos realizados nesse 
campo que podemos compreender as consequências das ações humanas para a socie-
dade e os impactos que as relações sociais podem exercer para os indivíduos. O Governo 
Bolsonaro, por meio de suas atitudes, demonstra que não acredita na imprescindibilidade 
das ciências sociais para a educação, por isso entre uma das suas intenções encontra-se o 
planejamento de diminuir os investimentos relativos aos cursos de filosofia e sociologia, por 
não serem “tão rentáveis” como os pertencentes ao campo das ciências biológicas. Diante 
disso, e sob um ponto de vista crítico, reflita acerca de sua opinião sobre a medida do gover-
no, bem como nas consequências que poderiam decorrer a educação em um país em que 
as ciências sociais não são valorizadas e entendidas como fundamentais.
VAMOS PENSAR?
 Segundo Segatto e Bariani (2010) alguns dos principais estudiosos pertencentes ao campo 
das ciências sociais no Brasil são Florestan Fernandes, Oracy Nogueira, Guerreiro Ramos, sendo 
esses apenas alguns dos representantes, tendo em vista que o campo das ciências sociais no 
território brasileiro é vasto.
 As ciências sociais são dotadas de várias subáreas, contudo durante o desenvolvimento 
do presente livro didático e no andamento das próximas unidades as discussões serão voltadas 
de forma mais específica para o campo da sociologia, tendo em vista que esse é o assunto a ser 
abordado com mais profundidade por esse material didático.
17
1. (NUCEPE - 2015) A obra que estabelece a base para a sociologia como ciência, escrita 
por Émile Durkheim, fundador da escola francesa e um dos pais da Sociologia, é intitulada 
de:
a) O capital (1867).
b) Economia e Sociedade (1922).
c) As regras do método sociológico (1895).
d) Formas elementares da vida religiosa (1912).
e) A ética protestante e o espírito do capitalismo (1920).
2. (NUCEPE - 2015) A respeito da metodologia utilizada nas Ciências Sociais, a proposta 
de Durkheim para o estudo dos fenômenos sociais é que, para analisá-los, é preciso 
tratá-los como se fossem
a) ideias.
b) coisas.
c) pensamentos.
d) sentimentos.
e) conflitos sociais.
3. (NUCEPE - 2015) De acordo com Émile Durkheim (1987), em sua obra intitulada As 
regras do método sociológico, os fatos sociais consistem em formas de agir, pensar e 
sentir exteriores ao indivíduo, que têm poder de coerção que lhes impõe. Tais fatos não 
podem se confundir com fenômenos orgânicos e nem com fenômenos psíquicos, devem 
ser qualificados de sociais. Na definição de Durkheim para fatos sociais, o autor busca
a) definir o status da sociologia através de similaridades com a psicologia.
b) alternativas para a natureza coercitiva dos fatos sociais.
c) definir o status da psicologia através de similaridades com a sociologia.
d) definir, estabelecer, singularizar o objeto da sociologia.
e) defender a visão integral do homem como ser bio-psico-social e fundar a ciência em 
base interdisciplinar.
4. (NUCEPE - 2015) Uma forma de organização da sociedade, estrutura social unificada 
e relativamente permanente, que estabelece padrões de comportamentos através de 
normas e valores específicos, com finalidades próprias, é chamada de
a) mudança social.
b) ação afirmativa.
c) ação social.
d) instituição social.
e) cultura de massa.
FIXANDO O CONTEÚDO
18
5. (IF-PA - 2015) Em “O que faz do brasil, Brasil?”, o antropólogo Roberto Damatta 
estabelece uma distinção radical entre um “brasil” - com b minúsculo - que sob influência 
dos teóricos do século XIX era visto como um conjunto doentio e condenado de raças 
que, misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, 
estariam fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social, e um Brasil - 
com b maiúsculo - que designa um povo, uma nação, um conjunto de valores, escolhas 
e ideais de vida. A partir dessa interpretação podemos afirmar que:
a) o que torna o Brasil compreensível é uma lógica comum que perpassa a sociedade, a 
lógica relacional, que se manifesta como negociação e subordinação às normas legais.
b) a especificidade da cultura brasileira não está na separação entre as diversas esperas 
davida, mas sim em sua subordinação à ideologia individualista.
c) o brasileiro desenvolve um tipo de preconceito muito mais contextualizado e sofisticado 
que o norte-americano, pois enquanto lá o mesmo se manifesta de forma velada e 
indireta com base na origem, aqui ele se caracteriza por tratar a cor como expediente 
para a discriminação.
d) o brasileiro exige, a um só tempo, que se lhe dispense o tratamento de indivíduo e o de 
pessoa. O de indivíduo, dentro da melhor tradição democrática, que confere a todos os 
homens direitos que são fundamentais, e o de pessoa, na melhor tradição aristocrática, 
que confere aos homens direitos desiguais conforme seu nascimento ou relações sociais.
e) a sociedade brasileira se pensa pelas noções de divisão e conflito. Assim, para 
compreender a cultura de nossa sociedade, é preciso compreender que a estrutura 
competitiva entre as classes é indispensável em sua organização.
6. (UFV - 2017) Leia a afirmativa a seguir:
Os conceitos das ciências sociais são conceitos abstratos, pouco precisos e difíceis de 
serem manipulados. Além disso, não têm a tradição e não possuem o grau de precisão 
já alcançado pelas ciências naturais. Noções como as de nação, sindicato, classe social, 
partidos políticos, democracia são de difícil compreensão por sua complexidade. Já os 
conceitos de ciências da natureza, geralmente, são claros, precisos e, em muitos casos, 
simples. Essa afirmativa é:
a) Verdadeira, pois o grau de complexidade das ciências sociais é o mesmo que das 
ciências naturais.
b) Verdadeira, pois há uma grande diferença no grau de complexidade e no nível de 
dificuldade entre as ciências sociais e as ciências naturais.
c) Falsa, pois o grau de complexidade das ciências naturais é mais elevado que o das 
ciências sociais.
d) Falsa, pois as ciências sociais têm tanta tradição e precisão quanto as ciências naturais.
e) Neutra, pois as ciências sociais e as ciências da natureza possuem objetos de estudo 
semelhantes.
7. (FGV - 2016). “O trabalho e a produção, a organização e o convívio sociais, a construção do 
“eu” e do “outro” são temas clássicos e permanentes das Ciências Humanas e da Filosofia. 
Constituem objetos de conhecimentos de caráter histórico, geográfico, econômico, 
político, jurídico, sociológico, antropológico, psicológico e, sobretudo, filosófico. Já 
19
apontam, por sua própria natureza, uma organização interdisciplinar. Agrupados e 
reagrupados, a critério da escola, em disciplinas específicas ou em projetos, programas e 
atividades que superem a fragmentação disciplinar, tais temas e objetos, ao invés de uma 
lista infindável de conteúdo a serem transmitidos e memorizados, constituem a razão 
de ser do estudo das Ciências Humanas no Ensino Médio.” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇAO. 
PCNEM. Brasília: Semted MEC, 1999, p. 9).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) introduziram o 
ensino da Sociologia na área de Ciências Humanas e suas Tecnologias e propuseram 
a organização de seus conteúdos e práticas pedagógicas a partir de competências e 
habilidades. Com relação aos PCNEM, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a 
falsa.
( ) A interdisciplinaridade ocupa uma função inovadora e de destaque, pois é o meio 
indicado para promover o diálogo entre as disciplinas listadas na área de Ciências 
Humanas e suas Tecnologias. 
( ) A opção pelo princípio das “competências e habilidades” indica o objetivo de superar 
um modelo de ensino conteudístico, a favor de um modelo de ensino orientado para o 
“aprender a fazer e a conhecer”. 
( ) Os temas clássicos indicados permitem introduzir os alunos nas principais questões 
e abordagens enfocadas pela História, pela Sociologia e pela Antropologia, entre outras 
disciplinas.
As afirmativas são, respectivamente:
a) F, V e F.
b) F, V e V.
c) V, F e F.
d) V, F e V.
e) V, V e V.
8. (FCC - 2018)
Durkheim disse que : “[...] primeira regra e a mais fundamental é considerar os fatos 
sociais como coisas.” Esse procedimento primordial do método sociológico desenvolvido 
por Émile Durkheim consiste em:
a) identificar os fatos sociais mais volúveis e que variam conforme os anseios individuais 
para, assim, definir sua explicação objetiva.
b) apreender os acontecimentos da sociedade a partir da consciência individual do 
pesquisador.
c) afastar a sociologia do padrão científico encontrado nas ciências naturais.
d) estudar os fenômenos sociais como algo exterior aos indivíduos conscientes que os 
concebem, por meio de observações e experimentações.
e) analisar cientificamente a sociedade a partir das representações do senso comum.
20
 SOCIOLOGIA NO BRASIL
21
2.1 DIFERENÇA ENTRE AS CIÊNCIAS SOCIAIS E A SOCIOLOGIA
 Na unidade anterior foram ensinados os preceitos básicos relativos as ciências 
sociais, tendo sido estabelecida uma relação entre esse campo do saber e a sociologia, 
contudo a presença dessa relação não implica dizer que essas duas áreas são iguais ou 
que podem ser entendidas como sinônimos, pelo contrário, a ciência social é um campo 
mais amplo e que diante disso engloba vários subcampos, entre esses a sociologia.
 Nesse sentido, tanto a ciência social, quanto a sociologia se referem e se dedicam 
ao estudo dos seres humanos, tendo em vista a posição e a função que exercem perante 
a sociedade, assim, a sociologia sendo um subcampo das ciências sociais tem como 
intuito entender e destinar a sua atenção para o comportamento humanos e para as 
suas características estruturais sociais.
 A sociologia, por sua vez, se preocupa em estudar os comportamentos humanos e 
a sua estruturação social nos vários ciclos e setores que os seres humanos e as relações 
por esses firmadas podem ser estabelecidas, dessa forma essa área das ciências sociais 
irão compreender aspectos como família, gênero, classe social, organizações sociais e 
mudanças sociais, dentre outras.
Segundo Gidens (2012, p. 19):
 A sociologia é o estudo cientifico da vida humana, de grupos sociais, de so-
ciedades inteiras e do mundo humano. É uma atividade fascinante e ins-
tigante, pois seu tema de estudo é o nosso próprio comportamento como 
seres sociais. O âmbito da sociologia é extremamente amplo, variando da 
análise de encontros passageiros entre indivíduos nas ruas à investigação de 
relações internacionais e formas globais de território.
 A sociologia é um campo autônomo, mas isso não quer dizer que recomenda-
se que os estudos relativos a essa área do saber sejam empregados de forma isolada, 
sendo essa, justamente, a noção oposto do que se deseja, pois a sociologia como uma 
área destinada a compreensão dos comportamentos humanos para que atinja as suas 
finalidades deve considerar também os pontos de vistas, os estudos, as pesquisas e os 
resultados obtidos por outras áreas do saber, principalmente, aquelas que também 
demonstram preocupação e interesse sobre o homem e as suas relações, por isso as 
teorias sociológicas podem ser aplicadas a política, a história, a antropologia, ao direito, 
a psicologia, a medicina e assim por diante.
2.2 SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA NO MUNDO
 Grande parte das contribuições presentes na atualidade acerca do comportamento 
humano foram descobertas a partir dos estudiosos e dos grandes nomes da sociologia, 
assim até mesmo as pessoas que não fazem parte dessa área ou que não possuem 
tanto interesse ao âmbito da sociologia conhecem os seus nomes e até mesmo os 
principais ensinamentos descobertos e compartilhados por esses estudiosos, dentre 
esses podemos citar, por exemplo: Auguste Comte, Herbert Spencer, Karl Marx e Emile 
Durkheim, sendo esses os mais famosos e os pioneiros da sociologia.
22
Levando em consideração a amplitude de sociólogos que apresentam os seus 
pontos de vista acerca da sociedade e do comportamento dos seres humanos 
perante a vida social e entendendo a importância da diversidade desses sabe-
res, com o intuito de ampliar os seus conhecimentos sobre o tema faça a leitura 
do livro Textos Básicos da Sociologia: de Karl Marx a ZygmuntBauman escrito 
por Castro (2014).
LINK: https://bit.ly/2H8evBD
BUSQUE POR MAIS
 Segundo Porfírio (2020), a sociologia surgiu por volta do século XIX, sendo Auguste 
Comte o seu precursor, assim dentre as observações feitas pelo estudioso, chegou-se à 
conclusão de que a sociedade presente na Europa havia sido modificada e transformada 
a partir dos eventos promovidos pelo renascimento e pela Revolução Industrial. Dessa 
forma, a sociologia só surgiu, ou foi descoberta, apenas por meio dos acontecimentos 
que proporcionaram uma desestabilização social e uma alteração impactante no modo 
através do qual a sociedade funcionava, ou seja, aquilo que até então era considerado 
normal e corriqueiro foi alterado dando início a uma “nova normalidade”, tendo como 
exemplo a nova configuração urbana e política presente no âmbito da sociedade em 
pauta, tornando a sua realidade ainda mais complexa, sendo, por isso, necessária fontes 
de explicações teóricas e rigorosas.
 Além disso, a Revolução Francesa também foi responsável por promover impactos 
a maneira com que a sociedade funcionava até o presente momento, causando ainda 
mais instabilidade e um cenário cada vez mais caótico ao âmbito social, tendo em vista 
os impactos gerados aos setores econômicos, moral, científico e político em todo o 
mundo.
Desta feita, Comte foi o estudioso responsável por dar o ponta pé inicial a sociologia, 
mas não foi a partir dos ensinamentos que essa área passou a ter um caráter científico, 
sendo essa conquista adquirida por meio das intervenções e investigações realizadas 
por Émile Durkheim, que passou a ser considerado o primeiro sociólogo a nível mundial, 
na medida em que Comte é tido como o “pai” da sociologia (PORFÍRIO, 2020).
 O renascimento é o momento histórico em que os preceitos presentes na Idade 
Média passam a ser substituídos pela realidade presente na Idade Moderna, sendo 
assim a ciência e as artes passam a ter um valor mais elevado, o teocentrismo é deixado 
de lado, os conhecimentos e as habilidades dos homens passam a ser mais valorizadas, 
tanto no campo das ciências, como naquele destinado as artes, por isso o homem passa 
a ocupar um espaço diferente e a exerce um papel que extrapola o campo da adoração 
religiosa, assim o antropocentrismo ganha força e o conhecimento humano se torna 
cada vez mais motivo para exaltação e enaltecimento, realidade que até o momento 
anterior era considerada como errada e até mesmo entendida como pecado, que devia 
ser punido com punições físicas e nos casos mais extremos com a morte.
 Contudo, os avanços e as mudanças não pararam por aí, pelo contrário, esse era 
apenas o início dos aspectos que teriam como resultado um novo funcionamento da 
sociedade. O capitalismo surgiu por meio do mercantilismo, entendido como a sua 
primeira fase, responsável pela expansão marítima e comercial, capaz de proporcionar o 
desenvolvimento econômico e a exploração de novas terras, que teve como resultado a 
colonização das Américas, África, Índia e de algumas regiões presentes no Ocidente 
23
Asiático. 
 O iluminismo também não ficou para traz nos impactos e modificações que 
tiveram como resultado o surgimento da Sociologia, pois a partir desse momento 
históricos verificou-se a presença de uma nova concepção intelectual e política, por 
meio da qual a igualdade e a disseminação do conhecimento intelectual passaram a 
ser mais valorizadas e propagadas como prioridade para o crescimento da humanidade, 
por isso se relaciona com a evolução moral, social e intelectual.
 Por sua vez, as grandes revoluções recebem esse nome por inúmeros motivos, 
sendo os mais óbvios a quantidade de modificações e impactos que os mesmo foram 
capazes de proporcionar nos mais diversos setores e áreas capazes de promover reflexos 
para a vida cotidiana, já que através da sua existência novas formas de pensar e de 
visualizar o Estado e o governo foram concebidas, principalmente, no que se refere a 
Revolução Americana e a Revolução Francesa.
A Revolução Industrial foi tão grande e importante que até a atualidade os efeitos resultan-
tes da mesma podem ser vistas em todo o mundo e na vida pessoal e privada dos indivídu-
os, pois foi a partir do seu surgimento que uma enorme alteração na configuração popula-
cional foi ocasionada, em razão da urbanização e do crescimento demográfico decorrente 
da abertura das indústrias no meio urbano.
FIQUE ATENTO
 A expansão que ocorreu de forma rápida e sem um planejamento adequado, 
apesar dos seus efeitos positivos, também gerou o surgimento de problemas estruturais 
urbanos e com a grande onda de pessoas nos centros urbanos, o número de empregos 
não foi o suficiente para englobar todo mundo, tendo como resultado o aumento nas 
taxas de desigualdade social, na criminalidade, na pobreza e problemas sanitários. 
Porém, também foi a partir da Revolução Industrial que o crescimento tecnológico teve 
início, assim houve um aumento e uma melhoria do conhecimento especializado e da 
capacidade de produção em larga escala.
A própria concepção de vida social alterou-se bruscamente. Não se tratava 
mais de seguir a tradição, a estática de uma posição estabelecida pelo nasci-
mento, mas de situar-se em uma dinâmica social em constante transforma-
ção e movimento. O ritmo da modificação econômica fortaleceu a convicção 
iluminista de que a racionalidade, o conhecimento, a riqueza, a tecnologia, 
o controle sobre a natureza, em suma, a sociedade estaria sujeita a um pro-
gresso ilimitado (MUSSE, 2012, online).
 Diante desse contexto, a sociologia surge como a ciência responsável por tentar 
explicar a vida complexa dos seres humanos e as relações sociais firmadas entre esses, 
tendo em vista os seus comportamentos perante a sociedade, dessa forma era necessário 
que uma nova ciência fosse criada para que os novos problemas e a nova vida social 
pudesse ser entendida, criticada e analisada, sendo esse papel exercido pela presente 
24
2.3 OS SOCIÓLOGOS NO MUNDO
 Vários são os pensadores importantes para a sociologia, mas levando em 
consideração o momento de surgimento dessa ciência é importante destacar o 
posicionamento de alguns desses sociólogos, tendo em vista os conhecimentos 
compartilhados por Moutinho (2019).
 Saint-Simon foi o responsável por afirmar que o pensamento racional deveria ser 
utilizado como forma de compreensão do funcionamento dos mecanismos que regiam 
a natureza, podendo ser empregado na ampliação e na criação de novas técnicas acerca 
do aproveitamento dos recursos naturais em beneficio para a sociedade, dessa forma 
uma das suas principais defesas tinha como base o convívio harmonioso e pacífico 
das sociedades, tendo em vista a elevação da capacidade produtiva para o sustento 
comunitário.
 Já Augusto Comte criou a Lei dos Três Estados, por meio da qual, as sociedades 
evoluem do estado teológico para o metafísico até atingir o cientifico, assim fazia uso 
das leis sociais, como se essas fossem leis presentes nas ciências exatas e biológicas, 
Figura 3: Sociólogos de destaque
Fonte: Pavão (2013, online)
por isso acreditava que as ciências sociais e as 
naturais eram dotadas da mesma eficácia.
 Émile Durkheim, por sua vez, se baseia os 
preceitos ensinados por Comte, contudo possui 
como foco maior os fatos sociais, a partir disso 
estabelece a concepção de que a sociologia deve 
ser entendida como uma ciência autônoma 
e independente, pois possui um campo de 
investigação própria e fenômenos específicos 
ao seu funcionamento e aplicação, o que a torna 
diferente das outras áreas, por demonstrar uma 
preocupação com os fatos sociais relativos as 
coerções e as relações sociais, exteriores aos indivíduos.
 Marx e Engels destinam as suas investigações aos fatores que entendem como 
determinantes a sociedade, levando em conta o contexto sócio-histórico das rela-ções 
sociais de produção, segregando as classes em dominantes e dominados, sen-do os 
primeiros ocupados pela elite, que exploram os dominados.
 Por fim, Max Weber entendia quea sociedade não era formada por um corpo 
coletivo consciente incumbido por delimitar os passos dos indivíduos, dessa forma, para 
esse sociólogo as perspectivas individuais precisariam ser destinadas as percepções 
sobre a sociedade, considerando os valores e comportamentos internos a essas. Nesse 
sentido, foi estabelecido o conceito de ação social como “o ato de um indivíduo dirigir-se 
25
2.4 O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA NO BRASIL
 A sociologia tem como foco as sociedades e os comportamentos humanos que 
se desenvolvem nesses meios, por isso está presente em todos os lugares do mundo, 
mesmo que tenha surgido de forma inicial na Europa.
A sociologia no Brasil surgiu entre 1920 e 1930, sendo responsável por buscar 
compreender o funcionamento da sociedade brasileira, assim para ampliar os 
seus conhecimentos sobre o tema recomenda-se a leitura do livro “Sociologia 
Brasileira” escrito por André Pinhel e Brenno Alves, que explora a história e os 
fundamentos da sociologia brasileira de forma cronológica e interdisciplinar.
LINK: https://bit.ly/39f73yF
BUSQUE POR MAIS
 A sociologia demorou um pouco mais a ser estabelecida e exercida no território 
nacional, mas desde a sua chegada tem implementado descobertas e reflexões 
fundamentais a organização social.
A sociologia no Brasil nasce com a herança da cultura europeia. Suas carac-
terísticas aparecem desde a transferência do centro da vida econômica social 
e política dos feudos para a cidade. A Europa passou por um intenso desen-
volvimento urbano e comercial e, consequentemente, as relações de produ-
ção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo (LOBATO; 
OLIVEIRA, 2018, p. 02).
 A sociologia no Brasil surgiu por volta dos anos de 1920 e 1930, tendo sido nessa 
época que surgiu o interesse e a curiosidade dos estudiosos acerca da compreensão do 
sistema de sociedade brasileira, assim os assuntos mais discutidos e estudados durante 
essa época tinham como foco o processo de colonização, o surgimento, os impactos e 
a abolição da escravatura, os papeis exercidos por índios e negros, os impactos sofridos 
pelos êxodos e as suas consequências para o funcionamento do território nacional.
 Essas eram temáticas consideradas como imprescindíveis ao entendimento da 
formação da sociedade brasileira, bem como para a compreensão acerca dos problemas 
e das dificuldades relativas as mesmas, pois eram capazes de promover impactos e 
consequências para as relações de trabalho e para a consciência cidadã da população.
Os problemas presentes no território nacional não diminuíram ao longo do tempo, contudo 
não são mais os mesmos, diante disso o foco e os objetivos desempenhados pela sociologia 
também foram modificados, assim reflita um pouco sobre as questões atuais relativas a 
sociedade brasileira e pense qual a é a importância exercida pela sociologia e pelos soció-
logos diante desse cenário.
VAMOS PENSAR?
 Assim, os principais sociólogos presentes no Brasil durante esse período eram 
Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Junior. Além desses, os avanços 
da sociologia brasileira tiveram como motivo os importantes sociólogos e as investigações 
realizadas por esses, assim nomes como Florestan Fernandes e Darcy Ribeiro, também 
são dignos de destaque.
26
1. (NUCEPE - 2015 - SEDUC-PI - Professor – Sociologia) É CORRETO afirmar que a 
Sociologia
a) admite explicações científicas e de senso comum em suas formulações teórico-
metodológicas.
b) é a ciência que estuda o comportamento humano por meio de processos e estruturas 
que vinculam os indivíduos em grupos, comunidades e associações.
c) é a ciência que estuda os fenômenos da natureza.
d) consolida-se como ciência à medida que rejeita um processo de “desnaturalização” 
das explicações rotineiras sobre a realidade social, por tratar de fenômenos naturais.
e) se propõe a compreender processos mentais e orgânicos do ser humano e as suas 
interações com o ambiente físico e social.
2. (FGV - 2016 - Prefeitura de São Paulo - SP - Professor – Sociologia) A Sociologia é um 
corpo organizado de conceitos e metodologias científicas que se ocupa de
a) descrever a realidade dos sistemas social, político e econômico que se sucederam 
historicamente.
b) estudar os fenômenos sociais e identificar regularidades e normas nas formas de 
comportamento.
c) compreender a interdependência dos seres vivos e definir suas formas de interação 
social.
d) estabelecer os fatos sociais com base nos sistemas culturais e simbólicos.
e) analisar os tipos sociais e classificá-los em função das estruturas que os definem.
3. (FCC - 2016 - SEDU-ES - Professor – Sociologia) O surgimento e a consolidação da 
sociologia no Brasil estiveram associados às transformações econômicas e sociais mais 
amplas por que passou o país nas primeiras décadas do século XX. Sobre o momento de 
institucionalização da sociologia no Brasil é correto afirmar que:
a) A criação da Escola Livre de Sociologia e Política, em 1933, e a fundação da Universidade 
de São Paulo, em 1934, relacionaram-se, respectivamente, aos modelos de pesquisa e 
produção acadêmica francês e norte-americano.
b) Os estudos sociológicos estavam concentrados nas pesquisas sobre as relações 
internacionais, a questão ambiental e os modernos meios de comunicação social.
c) A sociologia produzida no Brasil não se restringiu aos grandes centros urbanos, 
observando-se produções relevantes em todos os rincões do país.
d) Uma das dificuldades de institucionalização da disciplina era o descompromisso dos 
sociólogos com uma concepção positiva de ciência, com métodos de pesquisa bem 
definidos e uma linguagem própria.
e) A modernização experimentada a partir de 1930 impulsionou a criação da disciplina, 
cuja questão fundamental era a possibilidade de formação da sociedade moderna no 
país, os impasses, limites e dilemas da transformação social.
FIXANDO O CONTEÚDO
27
4. (FCC - 2016 - SEDU-ES - Professor – Sociologia)
A sociologia não se afirma primeiro como explicação científica e, somente depois, como 
forma cultural de concepção do mundo. Foi o inverso o que se deu na realidade. Ela 
nasce e se desenvolve como um dos florescimentos intelectuais mais complicados das 
situações de existência nas modernas sociedades industriais e de classe. E seu progresso, 
lento mas contínuo, no sentido do saber científico-positivo, também se faz sob a pressão 
das exigências dessas situações de existência, que impuseram tanto ao pensamento 
prático, quanto ao pensamento teórico, tarefas demasiado complexas para as formas 
pré-científicas de conhecimento.
O excerto acima sintetiza o vasto programa envolvido no processo de constituição da 
sociologia como a “ciência da sociedade”. Sobre esse processo é correto afirmar que:
a) A perspectiva sociológica, ou seja, a ideia de que a vida em sociedade está subordinada 
a uma determinada ordem cuja explicação de pedente de uma abordagem sistemática, 
resultou da conjunção entre os efeitos das crises sociais e os complexos processos de 
secularização da cultura decorrentes da modernização ocidental.
b) O fortalecimento da sociologia como uma disciplina específica do conhecimento 
científico deveu-se à estreita separação entre pensamento e ação, de modo a não 
contaminar as pesquisas com interesses políticos particularistas.
c) Ainda que o Iluminismo tenha alterado as formas medievais de pensamento 
remanescentes, o conhecimento sociológico desenvolvido posteriormente foi caudatário 
da tradição cristã, fundamentalmente devotada à intervenção nos problemas sociais.
d) A diferenciação social advinda com a industrialização e urbanização do Ocidente 
proporcionou novos elementos de prova às explicações pré-científicas, o que restringiu 
a sociologia ao ensaísmo e às análises filosóficas.
e) A necessidade de uma fundamentação científica induziu os primeiros sociólogos a se 
afastarem dos modelos explicativos das ciências naturais, o que lhes permitiu a aplicação 
de métodos e técnicas específicos para as investigaçõessociológicas empíricas.
5. (IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Professor de Educação Básica – Sociologia) “Sabe-se que 
no Brasil as condições propícias ao desenvolvimento das ciências sociais verificam-se 
com a desagregação do regime escravocrata e senhorial e a transição para um regime 
de classes [...]”. (JINKINGS, 2007, p.5). Com base em tal afirmação assinale a alternativa 
correta:
a) A estrutura social pouco influenciou na produção do saber social
b) Com o fim da escravatura ideais intervencionistas ocupam os debates das ciências 
sociais
c) Os intelectuais e a disseminação do conhecimento no período colonial se detinham 
na esfera particular dos senhores de escravos
d) O desenvolvimento da Sociologia enquanto disciplina no Brasil se relaciona com a 
intensificação da divisão do trabalho
e) Exemplo de autores deste momento histórico e produção do conhecimento sociológico 
brasileiro com elevado rigor epistemológico são Euclides da Cunha e Sílvio Romero.
28
6. (IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Gestor Social – Adaptada) 
A sociologia é uma forma de conhecimento originada no século XIX. Como toda forma de 
conhecimento, ela reflete as preocupações e as necessidades dos homens de seu tempo. 
“O saber sociológico” nasce ligado a fatores históricos e sociais. O surgimento da sociologia 
está ligado a um duplo processo que envolve fatores históricos e epistemológicos (SELL, 
2014). A respeito da definição do surgimento da sociologia, assinale a alternativa correta.
a) A sociologia é uma forma de abordar a filosofia voltada para estudos racionais e 
entendimento da estrutura de uma sociedade de forma apenas política
b) É uma ciência que busca entender o comportamento de uma determinada sociedade 
e tem seu aparecimento com Aristóteles
c) A sociologia está ligada ao mundo grego e surge a partir das teorias políticas de Platão
d) Na visão dos fundadores da sociologia, os fenômenos que caracterizam a modernidade, 
seja no aspecto econômico, político ou cultural, não podiam mais ser explicados a partir 
de uma visão filosófica do mundo. Sustentavam, portanto, que era preciso buscar 
explicações a partir do método experimental e da observação da realidade empírica
e) A sociologia surgiu primeiramente na Ásia.
7. (FCC - 2018 - SEC-BA - Professor Padrão P – Sociologia)
Sociologia e sociedade industrial mantêm relações sumamente estranhas. Por um 
lado, a Sociologia nasceu na sociedade industrial; apareceu e adquiriu importância 
como consequência da industrialização. Mas, por outro lado, a ‘sociedade industrial’ é 
a filha mimada da Sociologia, seu próprio conceito pode ser considerado um produto 
da moderna ciência social. A mútua paternidade é causa de uma relação de parentesco 
paradoxal e desconhecida inclusive entre os antropólogos. Precisamente por isso parece 
aconselhável analisar mais detidamente as relações da Sociologia com a sociedade 
industrial, mitos muito pouco discutidos.
A respeito da Sociologia como disciplina científica, a que faz referência o trecho acima, 
é correto afirmar:
a) Trata-se de momento especial na evolução do pensamento humano, no qual se 
buscava exprimir em ideias e conceitos o mundo ultraterreno no qual se acreditava.
b) O surgimento da moderna noção de igualdade dos cidadãos perante o Estado e a 
formação das classes sociais segundo a posição econômica de seus membros são temas 
e conceitos relacionados à Sociologia como disciplina científica.
c) A Sociologia foi o resultado de uma reação à tentativa de desnaturalizar os fatos da 
vida social de modo a conservar os valores predominantes na sociedade europeia da 
época.
d) Formou-se um campo de reflexão sistemática, independente dos envolvimentos 
práticos na vida política e alheio às estruturas econômicas circundantes, postura que 
originou instituições imparciais, comprometidas apenas com a verdade científica.
e) O conceito “sociedade industrial” diz respeito à neutralidade da forma científica 
forjada pela Sociologia para demarcar as novidades que emergiam no momento de seu 
próprio surgimento.
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8. (CEPS-UFPA - 2018 - UNIFESSPA – Sociólogo). Assinale a alternativa que expressa a 
concepção da sociologia no século XIX em relação às ciências naturais.
a) A sociedade não pode ser estudada por métodos objetivos de observação, 
experimentação e comparação porque possui leis diferentes das que existem no restante 
da natureza.
b) Quando do surgimento da sociologia no século XIX, competem entre si dois paradigmas: 
o da certeza e o da incerteza. A sociologia desde o início inclinou-se para o da incerteza.
c) O progresso é inevitável, embora seja gradual, lento e pode ter sua velocidade alterada 
por reformas de longo alcance.
d) O processo evolutivo não é o mesmo em todas as dimensões da existência, uma vez 
que o mundo social e o mundo material são realidades opostas.
e) A evolução faz com que haja uma tendência ao desequilíbrio contínuo que gera as 
transformações na relação entre o indivíduo e a sociedade.
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SOCIOLOGIA BRASILEIRA: 
DÉCADA DE 1930 E ESCOLA 
PAULISTA DE SOCIOLOGIA
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3.1 INTRODUÇÃO
 A sociologia nasce no Brasil por volta de 1920 e 1930, sendo um grande reflexo das 
heranças e das análises presentes na cultura europeia, contudo a realidade da Europa 
e aquela vivencia no Sul do Continente Americano desde o princípio são distintos, 
por isso o funcionamento da sociedade e das relações firmadas nesses dois espaços 
geográficos não são as mesmas, ou seja, cada localidade enfrenta os seus dilemas e 
pressões sociais diferentes e adequados as suas próprias necessidades, diante disso 
mesmo que a sociologia brasileira possua como inspiração os pressupostos da sociologia 
europeia, levando em consideração os grandes estudiosos dessa área, não são todos 
os aspectos vivenciados e demonstrados por meio dessas pesquisas que são dotados 
de aplicabilidade no território nacional, sendo esse um cenário vivenciado tanto no 
momento da criação da sociologia, quanto na atualidade.
A sociologia no Brasil surgiu entre 1920 e 1930, sendo responsável por buscar 
compreender o funcionamento da sociedade brasileira, contudo para que pos-
samos compreender a sociologia tanto em um contexto mundial, quanto na-
cional é importante que saibamos as funcionalidades dessa disciplina, dessa 
forma recomenda-se a leitura do livro “Para que serve a sociologia?”, escrito por 
Zygmunt Bauman.
LINK: https://bit.ly/39f73yF
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 Diante desse contexto, a sociologia brasileira mesmo que inspirada em uma 
sociologia do exterior, também passou a fazer análise dos problemas relativos à sociedade 
brasileira, tendo em vista os problemas relativos a colonização exploratória praticada por 
Portugal, o processo de escravidão, destinado, inicialmente, aos índios e em momento 
posterior, aos negros trazidos da África e os contextos trabalhistas nacionais, que desde 
sempre foram marcados por grandes desigualdades sociais, estando essa presente em 
vários dos setores que regem e orientam o funcionamento e as relações sociais humanas.
 A sociologia brasileira foi criada em um momento que o capitalismo estava em 
expansão, dessa forma, assim como no cenário europeu, a sociedade brasileira passou 
por diversas e profundas modificações causadas pela industrialização, pelo êxodo rural-
urbano e penas novas relações de produção e operacionalização que ganhavam força na 
mencionada época.
 A sociologia presente no Brasil possui dois elementos importantes na sua historia 
e composição, sendo o primeiro marcado por uma formação e um desenvolvimento 
tardio da sociologia nacional, enfatizando o período que antecedeu a década de 1930, 
que ficou conhecido como período pré-sociológico, época em que a importação cultural 
decorria de outras culturas, sistemas e instituições.
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Figura 4: Período Pré-Sociológico e Sociologia Brasileira
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
 Nesse sentido, a história da sociologia presente no território nacional pode ser 
dividida em dois grandes períodos, um sendo o pré-científicoe o outro aquele em que a 
sociologia já estava consolidada como ciência no Brasil, por isso a década de 1930 é tão 
importante, pois é considerada como um divisor de águas na sociologia nacional.
3.2 PERÍODO PRÉ-SOCIOLÓGICO: ANTES DE 1930
 O período inicial relativo a formação da sociologia no território brasileiro deve 
levar em consideração aspectos como o direito e o evolucionismo, já que o surgimento 
das primeiras leis serviram na intervenção e na promoção de impactos das condutas 
administrativas, devendo ainda ser destacados os efeitos proporcionados pela vida 
econômica e pela estruturação política presente no território brasileiro. Assim, até 
o mencionado momento, por volta dos anos 1800, os cientistas tidos como mais 
importantes eram aqueles vinculados a área jurídica, já que eram os responsáveis por 
realizar as interpretações consideradas como relevantes e importantes para a vida em 
sociedade.
 A sociologia surge apoiada no evolucionismo, por isso herda como preocupações 
as orientações fundamentais relativas aos fatores naturais, preocupação com etapas 
históricas, estudo complexos e sínteses explicativas. Em 1881, Silvio Romero publicou 
obra denominado como “Introdução à história da literatura brasileira”, que mesmo de 
maneira superficial já fazia referência e menção a sociologia que futuramente seria 
apresentada e discutida nas terras brasileiras, tendo sido por meio dessa obra que as 
primeiras diretrizes orientadoras dos estudos sociais no Brasil buscavam inspiração.
Levando em consideração o contexto relativo à sociologia é importante que a 
“Introdução à Sociologia” seja compreendida, por isso recomenda-se a leitura 
da obra escrita por Reinaldo Dias.
LINK: https://bit.ly/35jGBCS
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 Os reflexos de um capitalismo e de uma industrialização tardia proporcionaram 
impactos no funcionamento social e tiveram determinação importante na formação 
dos aspectos sociológicos brasileiros, principalmente, num cenário comparativo 
mundial, pois o argumento de que a sociologia brasileira é tardia por ter se desenvolvido 
posteriormente a presente na Europa não é totalmente válida, já que o mesmo aconteceu 
na realidade dos Estados Unidos da América, contudo a sociologia presente nesse país 
teve um avanço 
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mais rápido e concreto, tendo sido reflexo de uma expansão e consolidação do capitalismo 
e da industrialização que ocorreu de forma mais rápida. Nesse sentido, Cardoso de Mello 
afirma que a industrialização brasileira se acelera a partir da crise de 1929, o que significa 
o aceleramento de um processo já em andamento. O início da industrialização no Brasil 
ocorre no final do século XIX mas seu processo de expansão data do início do século XX 
(MELLO, 1991, p. 54).
 Apesar das singelas demonstrações da presença da sociologia e da sua formação 
no período anterior a década de 1930, sendo que as principais contribuições atribuídas a 
esse período foram dadas após a geração de 1930.
3.3 A SOCIOLOGIA DEPOIS DA DÉCADA DE 1930
 A partir de 1930 uma nova era é iniciada perante a sociologia brasileira, que 
diferentemente da Europa, não iria passar pela sistematização, mas sim pela etapa 
responsável por sua organização, tendo em vista as mudanças sociais decorrentes da 
industrialização brasileira, que em sua maioria teve São Paulo como palco principal, 
levando em consideração a Revolução de 1930 e os impactos decorrentes dela, como 
a derrubada das oligarquias e a formação de um novo Estado Nacional, que gerou um 
número ainda mais crescente de modificações.
 Outro evento importante que tornou possível o impulsionamento dos avanços 
relativos à sociologia foi referente ao aumento do interesse no desenvolvimento do ensino 
superior, pois o Brasil passou a ter um caráter científico mais bem definido, a partir da 
criação da Universidade de São Paulo, que tornou possível o intercâmbio internacional 
de pesquisas e a absorção das influências da produção científica da Europa.
 Durante esse período em estudo, o crescimento da sociologia resultou na criação da 
Escola Livre de Sociologia e Política, que configurou o primeiro passo no caminho de sua 
institucionalização, como destacado por Peixoto e Viana (2011), que segundo Florestan 
Fernandes foi um passo imprescindível para a organização das novas bases da produção 
sociológica, o surgimento de um mercado consumidor orgânico e regulamentação da 
relação entre a pesquisa, o ensino universitário e a carreira no âmbito da sociologia, 
aspectos que tornaram possível a ampliação e o avanço das conquistas e dos estudiosos 
pertencentes a esse campo do saber.
 A partir de 1945, a sociologia presente no Brasil se torna cada vez mais consolidada, 
sendo prova disso a produção de obras e o surgimento de autores considerados 
importantes para essa etapa até a atualidade como, por exemplo, Florestan Fernandes, 
Luiz Aguiar Costa Pinto, Leôncio Martins Rodrigues, Juarez Brandão Lopes, Octávio 
Guilherme Velho, Caio Prado Júnior, Gilberto Velho, entre tantos outros.
 Por volta de 1980, a sociologia voltou a ser inserida no ensino médio brasileiro como 
uma disciplina facultativa, sendo nesse mesmo período que a profissão de sociólogo foi 
reconhecida no Brasil, tendo ocorrido também a ampliação dos interesses e do campo 
de estudo desses cientistas, que passaram a abranger pesquisas e discussões voltadas 
para os interessas da mulheres, dos trabalhadores rurais e outros assuntos de relevância 
social adequados a cada época. A sociologia é uma ciência que se adapta as mudanças 
e aos interesses sociais, já que faz suas análises e estudos com base nesses e nos 
comportamentos humanos, assim, além das temáticas já destacada, o atual contexto faz 
com que os sociólogos passem a abordar temas como a homofobia, o relacionamento 
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entre casais homoafetivos, os mais diversos tipos de preconceitos, os reflexos da mídia 
na sociedade, entre tantos outros assuntos.
 Ao mesmo tempo em que todas essas modificações eram vivenciadas pela sociologia 
brasileira, outras áreas do saber também sofriam com as mencionadas modificações e 
passavam por alterações que reflitam na produção de suas obras, que muitas vezes se 
relacionavam com os textos sociais ou reflitam a realidade apresentada pelos mesmos, 
dessa forma as características da segunda fase do modernismo ocorreram por volta 
de 1930 a 1945, quando o foco era destinado ao mundo contemporâneo, apresentando 
textos direcionados para o contexto sociopolítico, nos quais a liberdade eram vista tanto 
no uso da linguagem, quanto direcionados a liberdade formal e a perspectiva realista, 
conforme afirmado por Souza (2020).
 Diante de todas as conquistas e avanços obtidos pela sociologia brasileira por volta 
da década de 1930, segundo Ferreira e Lima (2011) apenas em 2009, a sociologia se tornou 
uma disciplina obrigatória na grade curricular dos alunos do ensino médio no Brasil, 
aspecto que tornou possível a aproximação e a compreensão dos motivos que tornam 
essa disciplina tão importante para o entendimento da sociedade e da sua relação com 
os mais variados campos do saber, já que possui como objetivo fornecer explicação para 
a desnaturalização das concepções que giram em torno dos fenômenos sociais, assim 
além de abordar os aspectos históricos na disciplina correspondente a esses temas, a 
sociologia visa abordar como essas mudanças impactaram e ainda impactam a vida 
social na qual as gerações passadas e presentes estão inseridas, bem como analisar o 
que as ações presentes na atualidade podem acarretar para as gerações que ainda virão.
3.4 SOCIÓLOGOS BRASILEIROS
 Vários são os nomes que desempenham importância e papel fundamental para o 
desenvolvimento e a compreensão da sociologia presente no território nacional, dessa 
forma aqui serão destacados apenas aqueles entendidos como os principais ou os de 
maior importância para a época em pauta, contudo, em razão do grande número de 
sociólogos, aqueles não abordados aqui também são dignos de atenção e dotados de 
uma credibilidade

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