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AULA 01 - BIOFILME ● termo antigo: placa, estático ● termo recente: comunidade, consórcio, cadeia alimentar de micro-organismo que estão aderidos na superfície de sólidos e embutidas em matriz de substâncias poliméricas extracelulares (SPE - carboidratos, proteínas, ácidos nucléicos) em ambientes que contém líquidos; não é estático; alteração ambiental de um lugar pode gerar migração para outro; interação metabólica e bioquímica; proteção dos micro-organismos pela adesão -mecanismo de formação: 1. condicionamento: formação de filme condicionante com necessidade de formar proteínas, como a fibrina, colágeno e fibrinogênio 2. aderência: ligante dos receptores nas proteínas; reversível (fraca); flagelo, fímbria, fibrila, pili IV 3. consolidação: matriz fornece proteção e aderência na superfície pela SPE; matriz engloba e dificulta a saída de micro-organismos da rede; carboidrato hidrolisado é mandado para fora da célula, servindo de constituição para SPE; irreversível 4. desenvolvimento: maturação e coagregação bacteriana; interações internas ao biofilme atraem espécies diferentes de bactérias 5. dispersão: células planctônicas (quorum sensing) são livres na superfície, não estão na forma de biofilme; sensação de quantidade de micro-organismos representa um sinal de competição para saída da região produzida (ápice do crescimento); organismos do biofilme sésseis são + resistentes que os plânctons (formados pelo próprio biofilme ou participam de biofilme em conclusão) -matriz SPE não é uma massa compacta, pois existem canais com fluxo de nutrientes, substâncias microbianas, fluídos e água -forma hexagonal do biofilme gera resistência -interações microbianas: 1. corn cob: cocos ao redor dos bastonetes 2. bristle brush: bacilo central e ao redor 3. rosetas: coco central e cocos ou bastonetes ao redor -produção de substâncias após aderência na superfície: endotoxinas, enzimas, oligopeptídeos (gram +), N-acil homoserina lactonas (gram -), autoindutores (gram + e -) -baixa penetração do agente físico e químico pela formação da matriz + extensa, sendo que as bactérias persistentes ficam na superfície inferior -forma séssil sob substratos abióticos (prótese) e bióticos (dente) -altas infecções iniciam-se pelo biofilme -formação biofilme tipo placa dentária: 1. película adquirida: adsorção PRP (proteína rica em prolina) e exposição do criptitopo (receptores) a. glicoproteínas, fosfoproteínas, lipídeos salivares, baixo componentes FSG b. funções: permeabilidade seletiva, inibição da desmineralização, estabelece composição microbiota inicial c. PRP adsorvida na superfície sólida muda de conformação estrutural e expõe segmento oculto criptitopo que funciona como receptor 2. colonização: reversível, colonizadores primários, flagelos, fímbrias, fibrila a. primeiras 4 horas, força de van der waals, mecanismo receptor ligante específico, streptococcus mutans não é colonizador primário, PRP e adesinas, aderências de bacilos, sucessão microbiota b. colonizadores primários: oralis, sanguinis, mitis, gordonii c. adesinas e lectinas tem interação com receptores d. inibidores: lactose, galactose, protease e. fuso bacteriano: ponte entre colonizadores primários e tardios 3. consolidação: irreversível, PEC (polissacarídeo extracelular), maior parte da matriz constituída de carboidratos, insolúveis na água a. PEC E PIC: mutans produz mutano (saliva sem capacidade de digerir por ser pouco solúvel permite maior aderência na superfície), glicosiltransferase vira glucano (dextrano e mutano), frutosiltransferase vira frutano (levano), lactobacilos forma pouco biofilme (cárie de mamadeira) e é diferente do mutans porque ele adere na superfície do dente e fluxo salivar não é capaz de diluir (apenas escovação) 4. desenvolvimento: maturação, estratificação, coagregação 5. dispersão: células planctônicas -interações microbianas: maléficas ou benéficas, sinérgica ou antagonista (bacteriocina, H2O2, ácido, base, competição por nutriente) ● sinérgicas: cooperação na quebra de macromoléculas, subprodutos primários podem virar nutrientes secundários, coagregação aumenta interação metabólica ● S. actinomyces - fermentação - lactato (ácido lático) - veillonella - acetato… = cadeia alimentar em que cada produto vira subproduto para outro micro-organismo -hipóteses biofilme: específico, inespecífico, ecológico (micro-organismos não devem ser eliminados mas mantidos em equilíbrio) -açúcares fermentadores: sacarose vira PEC e PIC (reserva energética interna) que é importante para a sobrevivência do mutans já que ele usa a reserva -acidogênico: produção ácida X acidúrico: resistente ao meio ácido = mutans é os dois = impermeabilidade da MP aos prótons, ATPases deslocam prótons, produção de amônia e arginina, proteção de ácidos nucléicos e enzimas -novo paradigma infecção: biofilme indutor, reação imunoinflamatória causa da lesão ou destruição do tecido, infecção focal com manifestação sistêmica assintomática que afeta órgãos à distância (ex: lesão em joelho) AULA 02 - DIETA E CÁRIE -consequência do desequilíbrio da microbiota do biofilme -tríade de keyes: hospedeiro (susceptível) - agente etiológico - dieta -nutrição: efeito sistêmico -dieta: efeito local -pH: maior forma de controle, valor crítico é 5,5 (< desmineralização) -curva Stephan: pH por tempo depende do sistema tampão da saliva; ingestão de sacarose entre refeições principais dificulta permanência de pH neutro, + tempo para estabilizar -glicosiltransferase, PEC (glicano) = dextrano e mutano = atua na adesão bacteriana; mutano - solúvel em água e saliva (mutans); frutose via frutosiltransferase PIC, PEC frutano (levano), ATP e ácido lático -sacarose tem + chance de ser usada por micro-organismos, produzindo + PEC e ácido -características micro-organismos cárie: acidogênico, acidúrico, baixo pH, capaz de produzir biofilme, processo fermentativo que difere da putrefação -amido + sacarose com capacidade cariogênica > sacarose -gráfico: lactose e sacarose, diminuindo processo fermentativo que não ultrapassa o pH crítico; sacarose é + fermentável, produz + ácido e demora + tempo para voltar ao normal -adoçantes: pouco valor energético, baixo índice sacarose, não medido por volume, não metabolizado, instáveis -substitutos do açúcar: controle doenças, baixa cariogenicidade; gráfico com xilitol estável, não demonstrando fermentação -influência ingestão: concentração, frequência, formulação produto, escovação, fluxo salivar, sequência de alimentos -influência flúor: não controla totalmente o biofilme, pois é retirado apenas com atrito -cárie mamadeira: lactobacilos, baixo fluxo salivar -progressão cárie: EGM ⇨ actinomyces, lactobacilos (tardios) -cárie recorrente: secundária, pode surgir pelo amálgama que dificulta higienização, EGM -controle: higiene, hábitos alimentares, selantes de fissuras, F, agente antimicrobianos -testes microbiológicos para detectar presença de EGM e testes de saliva para medir fluxo -alta quantidade de cárie: sobrinus por suportar maior ambiente ácido -evolução: físsulas, fossas ⇨ superfície lisa ⇨ esmalte -cárie incipiente: lesão branca é reversível por não haver cavitação (início desmineralização), sendo diferente da fluorose que é irreversível AULA 03 - REMINERALIZAÇÃO E DESMINERALIZAÇÃO -radiopaca claro (restauração) e radiolúcida escuro (cárie, sem tecido mineralizado) -remineralização: reposição mineral -desmineralização: remoção mineral (cárie e erosão) -cárie: doença que precisa de micro-organismo produtor de ácido e fonte de carboidrato -erosão: ácido de alimento ou do próprio organismo (refluxo ou bulimia); não existe pH crítico para erosão química; ácido cítrico ou clorídrico (estômago) -pH crítico: hidroxiapatita 5,5 e fluorapatita 4,5 -dinâmica mineral: substituição da hidroxila central na molécula de hidroxiapatita por F, deixando ela + resistente, afetando a cristalinidade e solubilidade; Ca pode ser substituído por Mg/Na/Sr -equilíbrio: dissociação do Ca5(PO4)3OH libera hidroxila, deslocamento para direita diz é desmineralizaçãoe esquerda é mineralização -produto de atividade iônica(PAI): Kps da dissociação -PAI<K desmineralização; PAI=K equilíbrio; PAI>K remineralização -abfração: lesão por perda de estrutura dentária na porção cervical, ocorre na junção amelodentinária, fator interno -atrição: ocorre pelo contato dente a dente -abrasão: desgaste relacionado ao fator externo, profissional com procedimento incorreto ou escovas duras -cálculo dentário: mineralização do elemento químico que calcificou o biofilme, baixa produção de saliva e alta ingestão gera precipitação de íons AULA 04 - FLUORETOS -F: alimentos, bebidas, fórmulas, suplementos, água e dentifrícios -proteção: quantidade de F continua na saliva -fluorose: associado à formação do dente, risco de 6 a 8 anos, até os 3 anos -dentifrícios: maior fator de ingestão de fluoreto -metabolismo: absorção, distribuição, excreção -absorção no trato gastrointestinal, parte não absorvida é excretado pelas fezes, absorção no estômago (ácido) e intestino (independe do pH) se dirige aos tecidos duros (maioria) -HF é + absorvível que fluoreto, maior coeficiente de permeabilidade -absorção é diminuída sob a forma de complexos, como a combinação com o cálcio -fluoreto atravessa o meio + ácido e se dirige ao meio + alcalino -distribuição: maior parte do F está no plasma, sendo que a concentração no meio intracelular < extracelular; centro de distribuição para os tecidos moles e duros, além da excreção; pico da concentração acontece de 20 a 60 minutos após a ingestão -excreção: depende pH, urina ácida e reabsorção de HF, urina alcalina e excreção de F- -toxicidade aguda: dose mínima para sinais ameaçadores à vida; fatores que influenciam associados ao tipo de composto fluoretado (solúveis - dentifrícios - ou insolúveis), idade (menor risco para jovens pela maior incorporação aos ossos e dentes), pico de concentração plasmática (formulação ácida > alcalina), estado ácido e básico (alcalinização fluidos corporais para tratar intoxicação aguda a fim de visar a entrada de fluoreto nas células e excreção pela urina) -fluorose dentária durante a formação do dente (primeiros 3 anos) e óssea sem período -ratos: fluoreto incorporado ao osso pode afetar o dente -severidade da fluorose: quantidade e duração de exposição, pode afetar dentina -esmalte fluorótico: hipomineralização na superfície, aumento da porosidade pela retenção de amelogeninas e atraso no crescimento do cristal (bandas hiper intercaladas com hipo), manchas brancas podem indicar fluorose se for dispersa ou cárie na região cervical de dentes não homólogos -graus de severidade de 0 a 9 -índice de Dean: normal, questionável (pequenas alterações de translucidez do esmalte), muito leve (25%), leve (50%), moderado, severo (brancas e castanhas) -decíduos: fenômeno pós natal de menor gravidade -permanentes: pré, 2 molar, incisivo superior, canino, 1 molar, incisivo inferior -tipos de fluoreto: 1. Fo: externo ao esmalte no biofilme ou na saliva, associado aos dentifrícios 2. Fs: fase sólida incorporada 3. Fl: fluído do esmalte 4. Fa: adsorvido à superfície do cristal, ligação fraca, + importante contra cárie 5. CaF2: glóbulos depositados no esmalte e biofilme após a aplicação de produtos, reservatório de Ca e F associados ao pH (CaF2, queda de pH, Fl, Fa) -revestimento em forma de Fa garante proteção do dente -fluido bucal é importante no F sistêmico de mineralização do esmalte, mas pouco tempo -aumento do pH: tentativa de criar película de proteção pela flúor apatita like -uso de F tópico visa evitar a continuação do processo de desmineralização -ação do fluoreto: direta (inibe enolase ou ATPase) ou indireta (inibe captação de glicose fosforilada ou associada ao H+) -diagnóstico: clínico, hipoplasia do esmalte, opacidade dental AULA 05 - AGENTES ANTIBIOFILME E ANTIPLACA -químicos são coadjuvantes no controle do biofilme, não é o uso principal por não ser processo mecânico da escovação; usado em pacientes que apresentam alguma comorbidade ou dificuldade e durante as cirurgias -atividade antimicrobiana dos antissépticos bucais se dá por óleos essenciais, como o mentol, que são voláteis, ou seja, a atividade antibiofilme existe, mas é perdida por mau armazenamento que volatiza os componentes de interesse ● clorexidina: catiônico; mancha biofilme (não esmalte ou dentina); substantividade sem efeito residual (não persiste com continuação da ação) por se ligar aos tecidos minerais e moles, liberando o efeito antibiofilme de forma gradual; não é imediato ● triclosan (total 12): ação duradoura, aderência na superfície dental e de mucosas, liberada por + tempo ● antibióticos: 5 mecanismos específicos de ação = inibe síntese parede celular (amoxicilina), danos na MP, inibe síntese proteínas (tetraciclina) ou de material genético ou de algum componente essencial; permite resistência ● antisséptico: não específico ● antibiofilme: aspecto geral, atua de forma direta; mecanismos podem atuar em conjunto por não serem específicos = por (1) inibição da colonização, (2) inibição do crescimento ou metabolismo e (3) desorganização do biofilme maduro ○ 1: para colonizar, precisa ter película adquirida do esmalte (proteínas), substância pode formar uma camada que impede a formação do biofilme ○ 2: altera permeabilidade da MP, degradação dos constituintes plasmáticos ○ 3: inibição da formação do PEC pela sacarose via glicosiltransferase -antiplaca: efeito sobre a placa, pode reduzir gengivite e cárie -antigengivite: reduz inflamação na gengiva -antimicrobiano: bacteriostático ou bactericida efeito in vitro -mecanismos de ação da clorexidina: 1. ATP sintase 2. GTF: glicosiltransferase 3. desestabilização iônica 4. ação dentro da célula impedindo a conversão de piruvato para ácido pirúvico que gera produtos da fermentação -mecanismos de ação em compostos não iônicos (triclosan): ambos impedem a entrada de glicose para o interior da célula, afetando a liberação dos produtos da fermentação 1. permease 2. PTS: fosfotransferase
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