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. JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 2 Aula 2 - 6. Tributos de Competência dos Estados. 7. Tributos de Competência dos Municípios. 8. Simples. 9. Legislação Tributária. 9.1. Constituição 9.2. Emendas à Constituição. 9.3. Leis Complementares. 9.4. Leis Ordinárias. 9.5. Leis Delegadas. 9.6. Medidas Provisórias. 9.7. Tratados Internacionais. 9.8. Decretos. 9.9. Resoluções 9.10. Decretos Legislativos 9.11. Convênios 9.12. Normas Complementares. 10. Vigência da Legislação Tributária. 11. Aplicação da Legislação Tributária. 12. Interpretação e Integração da Legislação Tributária. Tributos de Competência dos Estados I. ITCMD 1) “O fato gerador do imposto causa mortis se dá com a transmissão da propriedade, que, no direito pátrio, coincide com a morte, por força do direito de sucessão (art. 1.572 do CC/1916).” (REsp 752808; Min.Teori Albino Zavascki; 16/05/2007) Já foi cobrado: 1. (FCC/2008/TCE-AL/Procurador) Considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação tributária principal, com a morte, para fins de imposto de transmissão de bens causa mortis, sendo irrelevante para este fim a data da abertura do inventário ou arrolamento. Correto. 2) Súmula nº 331 do STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte presumida. Já foi cobrado: 2. (CESPE/2009/TCE-ES/Procurador) Em caso de inventário por morte presumida, incide o ITCMD. Correto. Considera-se ocorrido o fato gerador do ITCMD com a morte, inclusive a presumida. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 2 3) Súmula nº 114 do STF: O Imposto de Transmissão Causa Mortis não é exigível antes da homologação do cálculo. Já foi cobrado: 3. (CESPE/2009/PC-RN/Delegado de Polícia/adaptada) Acerca do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, é correto afirmar que não é exigível antes da homologação do cálculo do valor devido. Correto. O fato gerador do imposto causa mortis é a morte, mas o tributo só é exigível após a homologação judicial do cálculo. 4) Súmula nº 115 do STF: Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o Imposto de Transmissão Causa Mortis. Já foi cobrado: 4. (CESPE/2009/PC-RN/Delegado de Polícia/Adaptada) Acerca do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, é correto afirmar que não incide sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante. Correto. 5) Súmula nº 113 do STF: O Imposto de Transmissão Causa Mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação. Já foi cobrado: 5. (ESAF/2009/AFRF) Ainda sobre o imposto de transmissão causa mortis, o cálculo do referido imposto deve operar-se sobre o valor dos bens na data da avaliação. Correto. 6) Súmula nº 112 do STF: O imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão. Já foi cobrado: . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 3 6. (ESAF/2009/AFRF) Consoante entendimento do STF, o imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão e não ao tempo do início do processo de inventário e partilha. Correto. No tocante à constitucionalidade da progressividade do ITCMD, vale lembrar que vimos na aula 0 que o STF ainda não tem entendimento pacífico, proferindo decisões nos dois sentidos. 7) Súmula nº 590 do STF: Calcula-se o imposto de transmissão "causa mortis" sobre o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor. Por ocasião da morte do promitente vendedor, incidirá o ITCMD sobre o valor que ainda falta receber do promitente comprador para completar o valor da promessa de compra e venda do imóvel em questão, que foi transmitido aos herdeiros. II. IPVA 8) “IPVA. Lei estadual. Alíquotas diferenciadas em razão do tipo do veículo. Os Estados-membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art. 24, § 3º, da Constituição do Brasil. Não há tributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a capacidade contributiva.” (RE 414.259-AgR, Rel. Min. Eros Grau, 24-6-2008) Já vimos essa na aula 0. À época da: Alíquota Valor dos bens Abertura da Sucessão Data da avaliação . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 4 Já foi cobrado: 7. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) Lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do veículo, já que os estados- membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art. 24, § 3º, da Constituição. Correto. 9) “IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (CF, art. 155, III; CF 69, art. 23, III e § 13, cf. EC 27/85): campo de incidência que não inclui embarcações e aeronaves.” (RE 134509; Marco Aurélio; 28/05/2002) Já foi cobrado: 8. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, o conceito de veículo automotor alcança embarcações e aeronaves. Errado. 10) “Não se admite a alíquota diferenciada de IPVA para veículos importados e os de procedência nacional. O tratamento desigual significaria uma nova tributação pelo fato gerador da importação.” (AgR-RE 367785; Min. Eros Grau, 09/05/2006) Embora a CF/88 autorize que o IPVA tenha alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização, essa diferença não pode levar em conta a origem nacional ou importada do veículo, sob pena de estar violando o princípio da vedação da discriminação tributária em razão da procedência ou destino. Já foi cobrado: 9. (CESPE/2008/PGE-PB/Procurador de Estado) Quanto à autorização para alíquotas diferenciadas conforme o tipo de veículo, é possível diferenciação entre carros nacionais e importados. Errado. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 5 III. ICMS 11) “Conforme orientação firmada pelo STF, depende de lei autorizadora a correção monetária de créditos escriturais do ICMS. Orientação que também se aplica aos casos de créditos acumulados, transpostos de um período de apuração aos sucessivos.” (AI388888;Joaquim Barbosa;31/8/2010) Já foi cobrado: 10. (ESAF/2006/SEFAZ-CE/AFRE) Em relação aos créditos escriturais do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, da competência estadual e do Distrito Federal, é correto afirmar-se que sobre eles não incide a correção monetária quando a legislação estadual não contiver tal previsão. Correto. No decorrer de suas atividades, o contribuinte registra os créditos gerados relativos ao ICMS para futura compensação com o imposto devido. Não cabe correção monetária desses créditos, chamados escrituriais, no momento dessa compensação, nem mesmo sobre os acumulados ao longo do tempo sem a devida compensação, a não ser que haja lei estadual autorizativa para tanto. 12) Súmula nº 661 do STF: Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro. Na importação, o aspecto temporal do fato gerador do ICMS não é a entrada ou saída do estabelecimento, mas o momento do desembaraço aduaneiro. 13) "O ICMS cabe ao Estado em que localizado o porto de desembarque e o destinatário da mercadoria, não prevalecendoa forma sobre o conteúdo, no que procedida a importação por terceiro consignatário situado em outro Estado e beneficiário de sistema tributário mais favorável." (RE 268.586, Rel. Min. Marco Aurélio, 24-5-2005) 14) "O sujeito ativo da relação jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário jurídico da mercadoria; pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por meio de ente federativo diverso." (RE 299.079, Rel. Min. Ayres Britto, 30-6-2004) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 6 Já foi cobrado: 11. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) O ICMS cabe ao Estado em que estiver localizado o porto de desembarque e o destinatário da mercadoria, não prevalecendo a forma sobre o conteúdo, no que procedida a importação por terceiro consignatário situado em outro Estado e beneficiário de sistema tributário mais favorável. 12. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) O sujeito ativo da relação jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário jurídico da mercadoria, pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por meio de ente federativo diverso. As duas assertivas estão corretas. Na minha opinião, a primeira decisão está mal formulada, mas ela tem exatamente o mesmo teor da segunda. O fato gerador ocorre no momento do desembaraço aduaneiro, mas o imposto é devido ao Estado de destino da mercadoria, ou seja, onde o adquirente esteja estabelecido ou domiciliado. Caso o ICMS fosse devido ao Estado do porto de desembarque, eles estariam sendo favorecidos pela distribuição de competência tributária, simplesmente por sua posição geográfica. 15) “A imunidade do ICMS relativa à exportação de produtos industrializados abrange todas as operações que contribuíram para a exportação, independentemente da natureza da moeda empregada.” (RE 248.499, Rel. Min. Cezar Peluso, 27-10-2009) Nesse caso, houve a edição de um decreto que restringia a imunidade em tela a operações de exportação realizadas com moeda estrangeira. Tal restrição foi considerada inconstitucional, visto que a imunidade independe da moeda empregada na operação. 16) Súmula nº 431 do STJ: É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal. Já foi cobrado: 13. (ESAF/2009/SEFAZ-SP/APOF) É ilegal a cobrança de ICMS com base em valores previstos em pauta fiscal. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 7 Correto. A utilização de pauta fiscal (uma tabela com valores pré-definidos) é uma forma de arbitramento do valor da operação. Isso não pode ser feito como regra geral, mas apenas quando sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado (art. 148, CTN). Essa assertiva está bem generalizada, pois é possível sim a utilização de pauta fiscal. Porém, como a ESAF costuma copiar as decisões e súmulas, devemos entendê-la como correta. Vejamos as decisões no sentido da incidência do ICMS: 17) “ICMS. Incidência sobre softwares adquiridos por meio de transferência eletrônica de dados (art. 2º, § 1º, item 6, e art. 6º, § 6º, ambos da Lei impugnada). Possibilidade. Inexistência de bem corpóreo ou mercadoria em sentido estrito. Irrelevância. O Tribunal não pode se furtar a abarcar situações novas, consequências concretas do mundo real, com base em premissas jurídicas que não são mais totalmente corretas. O apego a tais diretrizes jurídicas acaba por enfraquecer o texto constitucional, pois não permite que a abertura dos dispositivos da Constituição possa se adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis.” (ADI 1945 MC; Min. Octavio Gallotti; 26/05/2010) É legítima a incidência de ICMS sobre a aquisição de software por meio de transferência eletrônica de dados, como download. 18) Súmula nº 391 do STJ: O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada. Agora, vejamos as decisões no sentido da não incidência do ICMS: 19) “O perfil constitucional do ICMS exige a ocorrência de operação de circulação de mercadorias (ou serviços) para que ocorra a incidência e, portanto, o tributo não pode ser cobrado sobre operações apenas porque elas têm por objeto „bens‟, ou nas quais fique descaracterizada atividade mercantil- comercial.” (ADI 4.565-MC, Min. Joaquim Barbosa, 7-4-2011) Quando não ocorre a circulação de mercadorias, não há que se falar em ICMS. Nesse sentido, vejamos: . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 8 20) "A importação de aeronaves e/ou peças ou equipamentos que as componham em regime de leasing não admite posterior transferência ao domínio do arrendatário. A circulação de mercadoria é pressuposto de incidência do ICMS. O imposto – diz o art. 155, II, da CF – é sobre „operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior‟. Não há operação relativa à circulação de mercadoria sujeita à incidência do ICMS em operação de arrendamento mercantil contratado pela indústria aeronáutica de grande porte para viabilizar o uso, pelas companhias de navegação aérea, de aeronaves por ela construídas." (RE 461.968, Min. Eros Grau, 30-5-2007) Já foi cobrado: 14. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior/Adaptada) Na entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, é correto afirmar que há operação relativa à circulação de mercadoria sujeita à incidência do ICMS em operação de arrendamento mercantil contratado pela indústria aeronáutica de grande porte para viabilizar o uso, pelas companhias de navegação aérea, de aeronaves por ela construídas. Errado. O entendimento do STF e do STJ é no sentido de que não há incidência do ICMS em operações de arrendamento mercantil, porquanto não há transferência de propriedade. 21) “O STF fixou entendimento no sentido de que o simples deslocamento da mercadoria de um estabelecimento para outro da mesma empresa, sem a transferência de propriedade, não caracteriza a hipótese de incidência do ICMS.” (RE 596.983-AgR, Min. Eros Grau, 12-5-2009) Já foi cobrado: 15. (CESPE/2011/TJ-PB/Juiz) O ICMS tem como fato gerador o deslocamento de mercadorias, inclusive de um estabelecimento para outro do mesmo contribuinte. Errado. Ainda nesse rumo: 22) Súmula nº 573 do STF: Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 9 Já foi cobrado: 16. (FGV/2010/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal não constitui fato gerador do ICMS a saída física de máquinas e utensílios a título de comodato. Correto. No comodato, uma coisa é emprestada para ser, futuramente, restituída. Não ocorre transferência de propriedade. 23) Súmula nº 334 do STJ: O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet. Já foi cobrado: 17. (CESPE/2009/TCE-ES/Procurador) O entendimento do STJ é de que o ICMS incide no serviço de provedores de acesso à Internet. Errado. 24) Súmula nº 350 do STJ: O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular. Já foi cobrado: 18. (CESPE/2009/AGU/Advogado)Segundo jurisprudência do STJ, é ilegítima a cobrança do ICMS sobre o serviço de habilitação de telefone celular. Correto. Não são considerados como serviços de comunicação os serviços dos provedores de acesso à internet e habilitação de telefone celular. 25) Súmula nº 237 do STJ: Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS. 26) Súmula nº 457 do STJ: Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 10 O desconto é incondicional quando não se exige nenhuma condição para que ele ocorra. Caso seja necessário o pagamento à vista, por exemplo, o desconto é condicional. 27) Súmula nº 432 do STJ: As empresas de construção civil não estão obrigadas a pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como insumos em operações interestaduais. Já foi cobrado: 19. (CESPE/2009/TCE-ES/Procurador) Segundo o STJ, é legítima a cobrança de ICMS sobre operações interestaduais realizadas por empresa de construção civil, quando da aquisição de bens necessários ao desempenho de sua atividade fim. Errado. Os materiais adquiridos como insumos de uma construção sofrem incidência do ISS, e não do ICMS, pois são considerados como parte do serviço de construção (atividade fim de empresas de construção civil). 28) “Não incidência sobre a prestação de serviços de transporte aéreo, de passageiros - intermunicipal, interestadual e internacional. Inconstitucionalidade da exigência do ICMS na prestação de serviços de transporte aéreo internacional de cargas pelas empresas aéreas nacionais, enquanto persistirem os convênios de isenção de empresas estrangeiras.” (ADI 1600; Min. Sydney Sanches; 26/11/2001) A jurisprudência nos diz que: Não incide ICMS sobre transporte aéreo de passageiros (intermunicipal, interestadual e internacional), nem sobre transporte aéreo internacional de cargas. Incide ICMS sobre transporte aéreo nacional de cargas 29) Súmula Vinculante nº 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. “A alienação de salvados configura atividade integrante das operações de seguros e não tem natureza de circulação de mercadoria para fins de incidência do ICMS” (ADI 1.648). . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 11 30) “O STF fixou entendimento no sentido da ilegitimidade da cobrança de ICMS sobre água encanada, uma vez que se trata de serviço público essencial e não mercadoria.” (AI 682.565-AgR, Min. Eros Grau, 23-6-2009) Tributos de Competência dos Municípios I. IPTU 31) “Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU.[...]. Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro visando a facilitar o procedimento de arrecadação.” (REsp 1110551; Ministro Mauro Campbell Marques; 10/06/2009) Já foi cobrado: 20. (CESPE/2010/DPU/Defensor Público) Considere que o proprietário de imóvel localizado na zona urbana de determinado município tenha firmado contrato de promessa de compra e venda do bem com Maria. Nessa situação hipotética, tanto a promitente compradora (possuidora a qualquer título) do imóvel quanto o proprietário são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. Correto. 32) “O STJ firmou o entendimento de que a celebração do contrato de arrendamento entre a empresa ora recorrida e a Companhia Docas do Estado de São Paulo - CODESP, relativamente à exploração de área pertencente ao Porto de Santos, cuja propriedade é da União, não dá à primeira a condição de contribuinte do IPTU, visto que não exerce a posse do referido imóvel com animus domini.” (AgRg-REsp 1198430; Min. Humberto Martins; 23/11/2010) O contribuinte do IPTU pode ser o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Entretanto, o STJ entende . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 12 que é essencial que a posse seja exercida com animus domini, ou seja, que haja a intenção de ser dono do imóvel. No caso em tela a posse é precária. Ainda nesse sentido, vejamos: 33) “O contribuinte do IPTU é o proprietário do imóvel, admitindo o CTN, por expressa determinação, possa figurar como contribuinte o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título. A jurisprudência do STJ tem entendido que as hipóteses são estabelecidas pela lei, mas estão restritas às relações de direito real, excluindo-se da incidência o locatário, por exemplo, que é possuidor direto, mas não é contribuinte do IPTU” (REsp 810800; Min. Eliana Calmon; 17/08/2006) Já foi cobrado: 21. (ESAF/2008/Prefeitura de Natal-RN/Auditor do Tesouro Municipal) Pode o poder público exigir o pagamento do IPTU tanto do proprietário como do locatário do imóvel, tendo em vista se tratar de obrigação de direito real. Errado. O locatário de imóvel, apesar de ser possuidor direto, não exerce a posse com animus domini, logo não é contribuinte do IPTU. 34) Súmula nº 589 do STF: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte. 35) Súmula nº 539 do STF: É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. Já foi cobrado: 22. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) É inconstitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. Errado. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 13 II. ITBI 36) Súmula nº 656 do STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel. 37) "Imposto de Transmissão de Imóveis, inter vivos – ITBI: alíquotas progressivas: a CF não autoriza a progressividade das alíquotas, realizando-se o princípio da capacidade contributiva proporcionalmente ao preço da venda." (RE 234.105, Min. Carlos Velloso, 15-4-2003) O ITBI não admite a técnica da progressividade, enquanto ausente autorização constitucional expressa (AgReg-AI 456.768). Já foi cobrado: 23. (FGV/2010/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI, com base no valor venal do imóvel. Correto. III. ISS 38) “A jurisprudência do STJ reconhece que a Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei 406/1968, para efeito de incidência de ISS sobre serviços bancários, é taxativa, mas admite uma leitura extensiva de cada item, a fim de se enquadrarem serviços idênticos aos expressamente previstos.” (AgRg-Ag 1.082.014, Min. Herman Benjamin, 01/09/2009) A LC 116/03, em sua lista anexa, define os serviços tributáveis pelo ISS, por determinação constitucional (art.156, III). Segundo entendimento jurisprudencial, essa lista é taxativa, mas admite a interpretação extensiva de seus itens. Isso quer dizer que palavras como “congêneres” permitem a inclusão de outros serviços que, embora não estejam expressos na lista, poderão ser tributados pelo ISS. 39) Súmula Vinculante nº 31: É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 14 Já foi cobrado: 24. (CESPE/2010/TCE-BA/Procurador) A pessoa jurídica que atue no ramo de locação de automóveis utilitários e de passeio não estará obrigada a recolher o ISSQN, uma vez que é inconstitucional a incidência do referido imposto sobre operações de locação de bens móveis. Correto. Para o STF, considera-se “serviço”, para fins de incidência do ISS, a obrigação de “fazer”, e não a obrigação de “dar” coisa, que é o caso de locação de bens. 40) “O arrendamento mercantil compreende três modalidades, [i] o leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado lease-back. No primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses do leasing financeiro e do lease-back.” (RE 547245; Min. Eros Grau; 02/12/2009) Já foi cobrado: 25. (CESPE/2010/DPU/Defensor Público) Compete aos municípios instituir o ISS sobre o leasing financeiro, uma vez que o leasing é contrato complexo e não se confunde com contratos de aluguel, compra e venda ou com operação de crédito. Correto. 26. (PUC-PR/2011/TJ-RO/Juiz) A incidência de imposto municipal sobre as operações de leasing foi integralmente julgada inconstitucional pelo STF. Errado. É possível a incidência de ISS sobre leasing financeiro e lease- back, pois são serviços de financiamento. Por outro lado, não é possível a incidência sobre o leasing operacional, visto que é uma operação de locação. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 15 Ainda nesse sentido, mas de forma mais genérica: 41) Súmula nº 138 do STJ: O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis. 42) Súmula nº 156 do STJ: A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS. 43) Súmula nº 167 do STJ: O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, é prestação de serviço, sujeitando-se à incidência do ISS. Não há jurisprudência relevante para nós sobre o SIMPLES. Legislação Tributária Pessoal, estou abordando a maior parte desse tópico dentro de outros tópicos, ok? Já comentei nas aulas passadas diversas disposições sobre emendas constitucionais, leis complementares, etc. 44) “Os tratados ou convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao direito interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito internacional público, mera relação de paridade normativa. (...) Os tratados internacionais celebrados pelo Brasil - ou aos quais o Brasil venha a aderir - não podem, em conseqüência, versar matéria posta sob reserva constitucional de lei complementar. É que, em tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio normativo da lei complementar, que não pode ser substituída por qualquer outra espécie normativa infraconstitucional, inclusive pelos atos internacionais já incorporados ao direito positivo interno” (ADI 1480; Min. Celso De Mello; 26/06/2001) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 16 Os tratados internacionais que versem sobre matéria tributária terão status de lei ordinária. Com efeito, não poderão versar sobre matéria reservada à lei complementar. 45) “O art. 98 do CTN permite a distinção entre os chamados tratados- contratos e os tradados-leis. Toda a construção a respeito da prevalência da norma interna com o poder de revogar os tratados, equiparando-os à legislação ordinária, foi feita tendo em vista os designados tratados, contratos, e não os tratados-leis.” (REsp 426.945, Min. Teori Albino Zavascki, 21/06/2004) Já foi cobrado: 27. (ESAF/2007/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional) O STJ, em matéria de direito internacional tributário, tem entendido que os tratados-leis, diferentemente dos tratados-contratos, não podem ser alterados pela legislação interna. Correto. Não existe hierarquia entre lei ordinária e tratado internacional. Em regra, resolvem-se os casos de incompatibilidade pelo critério temporal, ou seja, a norma posterior prevalecerá sobre a mais antiga. Entretanto, o STJ faz uma diferenciação dos tipos de tratados, com base no art. 98 do CTN: CTN, art. 98: “Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha”. Para essa Corte, quando for caso de tratado-lei, o tratado prevalecerá, mesmo que a lei ordinária seja posterior. Quando for caso de tratado-contrato, a lei ordinária prevalecerá, caso seja posterior ao tratado. Vale ressaltar que o STF, recentemente, se pronunciou em sentido diferente. Vejamos: 46) “(...) Observou, ainda, que a recepção do art. 98 do CTN pela ordem constitucional independeria da desatualizada classificação em tratados- contratos e tratados-leis.” (RE-460320 - Informativo nº 638 do STF - de 29 de agosto a 2 de setembro de 2011) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 17 Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação tributária são assuntos cobrados com base na letra da lei, não sendo necessário explorar jurisprudência sobre eles. Interpretação e Integração da Legislação Tributária 47) “Não se pode confundir analogia com interpretação analógica ou extensiva. A analogia é técnica de integração, vale dizer, recurso de que se vale o operador do direito diante de uma lacuna no ordenamento jurídico. Já a interpretação, seja ela extensiva ou analógica, objetiva desvendar o sentido e o alcance da norma, para então definir-lhe, com certeza, a sua extensão. A norma existe, sendo o método interpretativo necessário, apenas, para precisar-lhe os contornos.” (REsp 121428, Min. Castro Meira, 2004) É isso ai, pessoal. Ficamos por aqui! Dessa vez consegui cumprir o objetivo de fazer uma aula curta e objetiva. Um aviso. Vou ter que adiar a última aula (aula 3) para o dia 27 de agosto, segunda-feira. Peço a compreensão de vocês. Um abraço a todos! STJ (entendimento mais antigo) STF (entendimento mais recente) Tratados-contratos Tratados-leis Prevalência: Tratado Lei, se for mais recente Tratados-contratos Tratados-leis Tratado . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 18 Resumo da jurisprudênciaabordada Tributos de Competência dos Estados Considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação tributária principal, com a morte, para fins de ITCMD, sendo irrelevante para este fim a data da abertura do inventário ou arrolamento. É legítima a incidência do ITCMD no inventário por morte presumida. O fato gerador do imposto causa mortis é a morte, mas o tributo só é exigível após a homologação judicial do cálculo. Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o Imposto de Transmissão Causa Mortis. O Imposto de Transmissão Causa Mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação e é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão (morte). Calcula-se o Imposto de Transmissão Causa Mortis sobre o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor. Os Estados-membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente. Não há tributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a capacidade contributiva. Não incide IPVA sobre embarcações e aeronaves. Não se admite a alíquota diferenciada de IPVA para veículos importados e os de procedência nacional. O tratamento desigual significaria uma nova tributação pelo fato gerador da importação. A correção monetária de créditos escriturais do ICMS e de créditos acumulados, transpostos de um período de apuração aos sucessivos, depende de lei autorizadora. Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 19 O ICMS cabe ao Estado em que localizado o porto de desembarque e o destinatário da mercadoria, não prevalecendo a forma sobre o conteúdo, no que procedida a importação por terceiro consignatário situado em outro Estado e beneficiário de sistema tributário mais favorável. O sujeito ativo da relação jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário jurídico da mercadoria; pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por meio de ente federativo diverso. A imunidade do ICMS relativa à exportação de produtos industrializados abrange todas as operações que contribuíram para a exportação, independentemente da natureza da moeda empregada. É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal. É legítima a incidência de ICMS sobre a aquisição de software por meio de transferência eletrônica de dados, como download. O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada. O perfil constitucional do ICMS exige a ocorrência de operação de circulação de mercadorias (ou serviços) para que ocorra a incidência e, portanto, o tributo não pode ser cobrado sobre operações apenas porque elas têm por objeto „bens‟, ou nas quais fique descaracterizada atividade mercantil-comercial. Não incide ICMS sobre: (i) Operações de arrendamento mercantil. (ii) O simples deslocamento da mercadoria de um estabelecimento para outro da mesma empresa, sem a transferência de propriedade. (iii) A saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato. (iv) O serviço dos provedores de acesso à Internet. (v) O serviço de habilitação de telefone celular. (vi) Os encargos relativos ao financiamento nas operações com cartão de crédito. (vii) Os descontos incondicionais. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 20 (viii) As mercadorias adquiridas como insumos por empresas de construção civil em operações interestaduais. (ix) Transporte aéreo de passageiros (intermunicipal, interestadual e internacional), nem sobre transporte aéreo internacional de cargas (incide ICMS sobre o transporte aéreo nacional de cargas). (x) A alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. (xi) Água encanada. Tributos de Competência dos Municípios Tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. O contribuinte do IPTU pode ser o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Entretanto, o STJ entende que é essencial que a posse seja exercida com animus domini, ou seja, que haja a intenção de ser dono do imóvel. O locatário de imóvel, apesar de ser possuidor direto, não exerce a posse com animus domini, logo não é contribuinte do IPTU. É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte. É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o ITBI com base no valor venal do imóvel. A lista anexa à LC 116/03 é taxativa, mas admite a interpretação extensiva de seus itens. É inconstitucional a incidência do ISS sobre operações de locação de bens móveis. É possível a incidência de ISS sobre leasing financeiro e lease-back, pois são serviços de financiamento. Não é possível a incidência do ISS sobre o leasing operacional, visto que é uma operação de locação. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 21 O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis. A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS. O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, é prestação de serviço, sujeitando-se à incidência do ISS. Os tratados internacionais que versem sobre matéria tributária terão status de lei ordinária. Com efeito, não poderão versar sobre matéria reservada à lei complementar. O STJ, em matéria de direito internacional tributário, tem entendido que os tratados-leis, diferentemente dos tratados-contratos, não podem ser alterados pela legislação interna. Já o STF, recentemente afirmou que a recepção do art. 98 do CTN pela ordem constitucional independeria da desatualizada classificação em tratados-contratos e tratados-leis. Não se pode confundir analogia com interpretação analógica ou extensiva. A analogia é técnica de integração, vale dizer, recurso de que se vale o operador do direito diante de uma lacuna no ordenamento jurídico. Já a interpretação, seja ela extensiva ou analógica, objetiva desvendar o sentido e o alcance da norma, para então definir-lhe, com certeza, a sua extensão. A norma existe, sendo o método interpretativo necessário, apenas, para precisar-lhe os contornos. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 22 FG: morte, inclusive a presumida Exigível a partir da homologação do cálculo Alíquota Valor dos bens Data da avaliação Não incide sobre os honorários do advogado Imposto causa mortis IPVA NÃO incide sobre embarcações e aeronaves NÃO diferencia veículos importados de nacionais À época da: Não incide ICMS sobre: O serviço dos provedores de acesso à Internet Operações de arrendamento mercantil A saída físicade máquinas, utensílios e implementos a título de comodato. O simples deslocamento da mercadoria de um estabelecimento para outro da mesma empresa, sem a transferência de propriedade As mercadorias adquiridas como insumos por empresas de construção civil em operações interestaduais Os encargos de financiamento nas operações com cartão de crédito Os descontos incondicionais O serviço de habilitação de telefone celular Transporte aéreo de passageiros (intermunicipal, interestadual e internacional), nem sobre transporte aéreo internacional de cargas Abertura da Sucessão Água encanada A alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 23 STJ (entendimento mais antigo) STF (entendimento mais recente) Tratados-contratos Tratados-leis Prevalência: Tratado Lei, se for mais recente Tratados-contratos Tratados-leis Tratado Analogia Integração Preenche lacuna da norma Interpretação analógica Interpretação A norma existe, não há lacuna Promitente comprador (possuidor) Promitente vendedor (proprietário) Não inclui o locatário, pois não há animus domini IPTU - sujeito passivo . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 24 Lista de questões 1. (FCC/2008/TCE-AL/Procurador) Considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação tributária principal, com a morte, para fins de imposto de transmissão de bens causa mortis, sendo irrelevante para este fim a data da abertura do inventário ou arrolamento. 2. (CESPE/2009/TCE-ES/Procurador) Em caso de inventário por morte presumida, incide o ITCMD. 3. (CESPE/2009/PC-RN/Delegado de Polícia/adaptada) Acerca do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, é correto afirmar que não é exigível antes da homologação do cálculo do valor devido. 4. (CESPE/2009/PC-RN/Delegado de Polícia/Adaptada) Acerca do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, é correto afirmar que não incide sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante. 5. (ESAF/2009/AFRF) Ainda sobre o imposto de transmissão causa mortis, o cálculo do referido imposto deve operar-se sobre o valor dos bens na data da avaliação. 6. (ESAF/2009/AFRF) Consoante entendimento do STF, o imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão e não ao tempo do início do processo de inventário e partilha. 7. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) Lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do veículo, já que os estados- membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art. 24, § 3º, da Constituição. 8. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, o conceito de veículo automotor alcança embarcações e aeronaves. 9. (CESPE/2008/PGE-PB/Procurador de Estado) Quanto à autorização para alíquotas diferenciadas conforme o tipo de veículo, é possível diferenciação entre carros nacionais e importados. 10. (ESAF/2006/SEFAZ-CE/AFRE) Em relação aos créditos escriturais do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, da competência estadual e do Distrito Federal, é correto afirmar-se que sobre eles não incide a correção monetária quando a legislação estadual não contiver tal previsão. 11. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) O ICMS cabe ao Estado em que estiver localizado o porto de desembarque e o destinatário da . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 25 mercadoria, não prevalecendo a forma sobre o conteúdo, no que procedida a importação por terceiro consignatário situado em outro Estado e beneficiário de sistema tributário mais favorável. 12. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior) O sujeito ativo da relação jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário jurídico da mercadoria, pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por meio de ente federativo diverso. 13. (ESAF/2009/SEFAZ-SP/APOF) É ilegal a cobrança de ICMS com base em valores previstos em pauta fiscal. 14. (ESAF/2012/MDIC/Analista de Comércio Exterior/Adaptada) Na entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, é correto afirmar que há operação relativa à circulação de mercadoria sujeita à incidência do ICMS em operação de arrendamento mercantil contratado pela indústria aeronáutica de grande porte para viabilizar o uso, pelas companhias de navegação aérea, de aeronaves por ela construídas. 15. (CESPE/2011/TJ-PB/Juiz) O ICMS tem como fato gerador o deslocamento de mercadorias, inclusive de um estabelecimento para outro do mesmo contribuinte. 16. (FGV/2010/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal não constitui fato gerador do ICMS a saída física de máquinas e utensílios a título de comodato. 17. (CESPE/2009/TCE-ES/Procurador) O entendimento do STJ é de que o ICMS incide no serviço de provedores de acesso à Internet. 18. (CESPE/2009/AGU/Advogado) Segundo jurisprudência do STJ, é ilegítima a cobrança do ICMS sobre o serviço de habilitação de telefone celular. 19. (CESPE/2009/TCE-ES/Procurador) Segundo o STJ, é legítima a cobrança de ICMS sobre operações interestaduais realizadas por empresa de construção civil, quando da aquisição de bens necessários ao desempenho de sua atividade fim. 20. (CESPE/2010/DPU/Defensor Público) Considere que o proprietário de imóvel localizado na zona urbana de determinado município tenha firmado contrato de promessa de compra e venda do bem com Maria. Nessa situação hipotética, tanto a promitente compradora (possuidora a qualquer título) do imóvel quanto o proprietário são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. 21. (ESAF/2008/Prefeitura de Natal-RN/Auditor do Tesouro Municipal) Pode o poder público exigir o pagamento do IPTU tanto do proprietário como do locatário do imóvel, tendo em vista se tratar de obrigação de direito real. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 26 22. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) É inconstitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. 23. (FGV/2010/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI, com base no valor venal do imóvel. 24. (CESPE/2010/TCE-BA/Procurador) A pessoa jurídica que atue no ramo de locação de automóveis utilitários e de passeio não estará obrigada a recolher o ISSQN, uma vez que é inconstitucional a incidência do referido imposto sobre operações de locação de bens móveis. 25. (CESPE/2010/DPU/Defensor Público) Compete aos municípios instituir o ISS sobre o leasing financeiro, uma vez que o leasing é contrato complexo e não se confunde com contratos de aluguel, compra e venda ou com operação de crédito. 26. (PUC-PR/2011/TJ-RO/Juiz) A incidência de imposto municipal sobre as operações de leasing foi integralmente julgada inconstitucional pelo STF. 27. (ESAF/2007/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional) O STJ, em matéria de direito internacional tributário, tem entendido que os tratados-leis, diferentemente dos tratados-contratos, não podem ser alterados pela legislação interna. Gabarito 1. C 7. C 13. C 19. E 25. C 2. C 8. E 14. E 20. C 26. E 3. C 9. E 15. E 21. E 27. C 4. C 10. C 16.C 22. E 5. C 11. C 17. E 23. C 6. C 12. C 18. C 24. C
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