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Aula 12 - Da Justica Eleitoral e do Ministerio Publico Eleitoral

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Da Justiça Eleitoral e do Ministério Público Eleitoral 
 
I. Organização da Justiça Eleitoral 
A Justiça Eleitoral é um dos ramos especializados do Poder Judiciário e se sujeita ao 
ordenamento jurídico da União. 
 
1. Origens da Justiça Eleitoral 
A Justiça Eleitoral foi criada pelo Decreto 21076/32 - primeiro Código Eleitoral brasileiro - 
e incluída entre os órgãos do Poder Judiciário, pela primeira vez em nível constitucional, 
na Constituição de 1934 (art. 63), tendo sido posteriormente extinta na Constituição de 
1937. Sua estrutura foi retomada na Constituição de 1946, mantida nas duas 
Constituições seguintes (1967 e 1969), e hoje está disciplinada em nossa Constituição 
Republicana de 1988 nos art. 118 a 121. 
 
2. Missão principal 
Resguardar a democracia e dirigir o processo eleitoral. 
 
3. Competência 
A Justiça Eleitoral apresenta vasta competência em matéria jurisdicional eleitoral, seja de 
cunho contencioso, seja de cunho voluntário, que vai desde o alistamento até a fase da 
diplomação, com exercício também nas Ações de Impugnação de Mandato Eletivo 
(AIME). Fora das fases do processo eleitoral, a competência é da Justiça Comum. 
DESTAQUE: FASES DE ATUAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL: 
a) Alistamento eleitoral 
b) Convenções partidárias (art. 8º da Lei 9504/97) 
c) Pedidos de registro de candidaturas (art. 11 da Lei 9504/97) e Ação de Impugnação 
de Registro de Candidatura (AIRC) 
d) Propaganda política (art. 36 l. 9504/97) 
e) Votação (eleições) 
f) Apuração 
g) Proclamação dos eleitos 
h) Diplomação 
i) Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Do PODER REGULAMENTAR da Justiça Eleitoral (TSE) 
Encontra-se previsto no parágrafo único do art. 1º da Lei 4737/65 (Código Eleitoral), 
bem como no inciso IX do art. 23 do mesmo Diploma Legal. 
Na forma do art. 105 da Lei 9.504/97, o poder regulamentar da Justiça Eleitoral se 
manifesta por meio de resoluções criadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que 
podem apresentar força de lei ordinária e, assim, possibilitar a interposição de recurso 
especial. 
No entanto, o STF vem decidindo que tais normas regulamentares não teriam status de 
lei ordinária e, por exemplo, não poderiam sofrer controle concentrado de 
constitucionalidade via ADI (ação direta de inconstitucionalidade), como se verifica no 
julgamento da ADI 2626/DF, em 18 de abril de 2004, e da ADI 2628/DF, em 18 de abril 
de 2002. 
 
5. Dos órgãos da Justiça Eleitoral e de suas competências (judicantes e 
administrativas) 
Ver art. 118 da CRFB/88 e art. 12 da Lei 4.737/65 (Código Eleitoral): 
a) Tribunal Superior Eleitoral (TSE): 
• Sete ministros. 
IMPORTANTE SABER QUE: 
• Compete à Justiça Eleitoral o julgamento de crimes eleitorais e das argüições de 
inelegibilidades, representações e direitos de resposta. 
• Não existe Justiça Eleitoral organizada em carreira (exclusiva). 
• A composição da Justiça Eleitoral é híbrida, integrando juízes de diferentes 
órgãos do judiciário, juízes juristas (advogados) e até mesmo pessoas sem 
formação jurídica (juntas eleitorais), cujas investiduras são periódicas (princípio 
da temporariedade). 
• Somente lei de natureza complementar poderá dispor sobre a organização e 
competência da Justiça Eleitoral (ver art. 121 CR/88). 
• A não observância dos prazos legais pelos órgãos da Justiça Eleitoral tipifica 
crime eleitoral (art. 345 do CE – ver art. 74 e 90 da Lei 9504/97). 
• Competência judicante originária (art. 22, I do CE); competência judicante recursal 
(art. 22, II do CE) e competência administrativa (art. 23 do CE). 
b) Tribunais Regionais Eleitorais (TREs): 
• Sete juízes - considerados pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) como 
desembargadores. 
• Competência judicante originária (art. 29, I do CE); competência judicante recursal 
(art. 29, II do CE) e competência administrativa (art. 30 do CE). 
d) Juízes eleitorais: 
• Competências estabelecidas no art. 35 do CE. 
e) Juntas eleitorais: 
• Compostas de dois até quatro membros, afora seu presidente que, necessariamente, 
deve ser um juiz de direito. 
• Competências estabelecidas no art. 40 do CE c/c o art. 195 do mesmo Diploma Legal. 
Composição e funcionamento dos órgãos da Justiça Eleitoral 
1. Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 
Art. 119 da CRFB/88 e art. 12, 16, 17 e 18 do CE: 
É composto por sete membros, sendo: 
• três juízes dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); 
• dois juízes dentre os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ); 
• dois juízes dentre advogados (juízes juristas, escolhidos pelo Presidente da 
República através de lista sêxtupla indicada pelo STF). 
 
Algumas observações específicas e particularidades sobre o TSE: 
a) O TSE elegerá seu presidente e vice-presidente dentre os três ministros do STF, e o 
corregedor geral eleitoral será escolhido dentre os dois ministros do STJ (ver art. 119, § 
único da CRFB/88 e art. 17 do CE). 
b) Há impedimentos sobre possíveis integrantes do TSE até o 4º grau de parentesco, na 
forma dos parágrafos 1º e 2º do art. 16 do CE. 
c) Quanto ao quorum de funcionamento das sessões de julgamento do TSE, verifica-se o 
número de quatro membros na forma do art. 19 do CE. 
d) Existirá um juiz substituto para cada juiz efetivo do TSE. 
e) A posse dos juízes efetivos será perante o Pleno do Tribunal, e a posse dos juízes 
substitutos será perante o Presidente do Tribunal. 
f) O TSE realiza a apuração dos votos e a diplomação dos cargos de Presidente e Vice-
presidente da República. 
g) O art. 17 do CE, em seus parágrafos 1º e 2º, trata das atribuições do corregedor geral 
do TSE (corregedor geral eleitoral), basilarmente representadas pelas correições 
ordinárias e extraordinárias à luz da Resolução TSE nº 21.372/03. Neste sentido, ver o § 
2º do art. 17 e o § 2º do art. 26 do CE que tratam dos deslocamentos do corregedor 
geral eleitoral para realização das citadas correições. 
h) Outra atribuição importante do corregedor geral eleitoral é referente às argüições de 
inelegibilidades (ver art. 22, I da LC 64/90); 
j) Os TREs e os Juízes Eleitorais devem dar cumprimento imediato às decisões do TSE 
(tutela da imediaticidade com fulcro no princípio da celeridade, de acordo com as regras 
estabelecidas nos art. 21 e 257 do CE). 
 
2. Tribunal Regional Eleitoral (TRE) 
Haverá um TRE em cada Estado e um no Distrito Federal onde, através de votação 
secreta, será feita a sua composição com sete membros na forma do §1 do art. 120 da 
CRFB/88, c/c art. 25 do CE. 
A composição de sete membros do TRE será estabelecida da seguinte forma: 
• Dois desembargadores do TJ, que integram o órgão especial. 
• Dois juízes de direito escolhidos pelo TJ. 
• Um juiz federal ou desembargador federal do TRF (no caso do Rio de Janeiro, por 
exemplo, será um desembargador federal, pois a sede do TRF/2 está no Estado do 
Rio de Janeiro). 
• Dois juízes dentre seis advogados (juízes juristas, indicados pelo TJ e escolhidos 
pelo Presidente da República). 
 
Algumas observações específicas e particularidades sobre os TRE(s): 
a) Os artigos 13 e 14 do CE não foram recepcionados pela CRFB/88, pois apresentam 
conteúdos inadequados ao texto constitucional vigente, a saber: “nove membros” ao 
invés de sete membros, e “servirão obrigatoriamente por dois anos” quando, na verdade, 
a CRFB/88 diz que poderão servir por dois anos “no mínimo”. 
b) Os juízes juristas efetivos e substitutos estão impedidos de advogar na Justiça 
Eleitoral, com liberdade nas demais jurisdições (ver § 3º do art. 14 do CE). 
c) São mantidas as garantias dos magistrados aos juízes dos TREs na forma do art. 95 
da CRFB/88, devendo ser considerado o princípio da temporalidade do exercício funcional 
na Justiça Eleitoral (ver §1º do art. 121 da CRFB/88). 
d) Conforme a omissão da CRFB/88, o corregedor do TRE (corregedor regional eleitoral) 
poderá ser escolhido dentre os membros doTribunal, com exceção do Presidente e do 
Vice-presidente. Conforme o Regimento Interno do TRE/RJ, essa escolha pode recair 
sobre qualquer dos membros, respeitada a exceção acima mencionada (art. 3º do RI - 
TRE/RJ). 
d) Os parágrafos 1º e § 2º do art. 15 do CE (ver art. 11, 13 e 14 do RI do TRE/RJ) 
apontam a contagem de prazos dos biênios no exercício judicante no TRE (equivalentes). 
e) Há impedimento para servir como juiz no TRE, considerando o parentesco até o 2º 
grau estabelecido no CE, cujo impedimento é ampliado pelo RI do TRE/RJ até o 4º grau 
(ver § 3º do art. 14 e art. 25 do CE, e art. 2º c/c parágrafos 3º e 4º do art. 4º do RI do 
TRE/RJ). 
f) Os cargos de presidente e de vice-presidente do TRE serão preenchidos pelos 
desembargadores do TJ (art. 120, § 2º da CRFB/88). 
g) Os membros efetivos tomam posse perante o Plenário do Tribunal, e os membros 
substitutos perante o Presidente do Tribunal (art. 9º do RI do TRE/RJ). 
h) Os juízes substitutos são escolhidos na mesma ocasião e por mesmo processo que os 
membros efetivos (ver art. 1º e 4º do RI do TRE/RJ). 
i) Licenciamento dos juízes do TRE/RJ (ver art. 13 do RI do TRE/RJ). 
j) O art. 26 do CE não foi recepcionado pelo inciso I, do §1º do art. 120 da CR/88 (ver 
art. 3º do RI do TRE/RJ); 
k) Conforme o Regimento Interno do TRE/RJ, algumas das principais competências 
funcionais naquele Tribunal são identificadas, como: do presidente (art. 25), do vice-
presidente (art. 26, 27 e 28) e do corregedor regional eleitoral (art. 29 ao 36). 
 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE SABER QUE: 
O Regimento Interno do TRE/RJ foi instituído pela Resolução nº 561/03, do 
mesmo Tribunal. 
3. Juízes Eleitorais 
Trata-se de juiz de direito em efetivo exercício designado pelo TRE, que preside uma 
zona eleitoral, com jurisdição plena e na forma em que a lei determinar (normas 
constitucionais e legais editadas pelo Congresso Nacional). 
Sua investidura estará fulcrada no cânone da temporariedade, e o seu exercício funcional 
durará, no máximo, dois biênios consecutivos. 
 
 
Algumas observações específicas e particularidades sobre os juízes eleitorais: 
a) No Estado do Rio de Janeiro deve ser verificada a Resolução do TRE/RJ nº 561/03 (RI 
do TRE/RJ), que trata sobre a designação, a remoção, a inamovibilidade e a recondução 
dos juízes eleitorais, dentre outras regras pertinentes. 
b) O art. 34 do CE determina que os juízes eleitorais devem despachar todos os dias na 
sede de sua zona eleitoral, o que é muito difícil de ocorrer na prática. 
c) As competências dos juízes eleitorais estão definidas no art. 35, incisos I ao XIX, do 
CE. 
d) Em municípios com mais de uma zona eleitoral, onde o pleito se mostre 
razoavelmente complexo na sua fiscalização, o TRE poderá designar juiz eleitoral 
responsável pela fiscalização das propagandas eleitorais (ver art. 36 e seguintes da Lei 
9.504/97). 
e) Em municípios com mais de uma zona eleitoral, onde o pleito se mostre 
razoavelmente complexo, o TRE poderá designar juiz eleitoral para processar e julgar as 
representações e solicitações de direitos de resposta (ver art. 96 da Lei 9504/97). 
f) Em municípios com mais de uma zona eleitoral, onde o pleito se mostre razoavelmente 
complexo, o TRE poderá designar juiz eleitoral para tratar dos registros de candidatura 
política (ver art. 11 da Lei 9504/97 c/c art. 3º da LC 64/90). 
g) Vedações para lugares de votação (ver parágrafos 4º e 5º do art. 135 do CE). 
h) São prazos importantes, inerentes às atribuições dos juízes eleitorais: 
• até 60 dias antes das eleições, para designar os locais das seções (inciso XIII do 
art. 35 do CE); 
• até 60 dias antes das eleições, para nomear, em audiência pública anunciada com 
pelo menos cinco dias de antecedência, os membros das mesas receptoras (inciso 
XIV do art. 35 do CE); 
• até doze horas do dia seguinte à realização da eleição, para comunicar ao TRE e 
aos delegados de partidos o número de eleitores que votaram em cada uma das 
seções da zona de sua jurisdição, bem como o total de votantes da zona através da 
emissão dos Boletins de Urna (inciso XIX do art. 35 do CE). 
i) Cabe aos juízes eleitorais dividirem as zonas eleitorais em seções eleitorais, cuja 
aprovação final é do TSE conforme prévia informação do TRE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Das mesas receptoras de votos (veja art. 119 e seguintes do CE): 
• Destinação: coleta de votos (art. 119 CE). 
• Visão espacial: cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora, sendo uma 
urna por seção. 
• Formação: ver art. 120 do CE. 
• Impedimentos para nomeação nas mesas receptoras: ver §1º do art. 120 do CE e 
art. 63 e 64 da Lei 9504/97. 
• Reclamação contra nomeação de mesa receptora: ver art. 121 do CE. 
• Não comparecimento de mesários e sanções: ver parágrafos 1º, 2º e 3º do art. 124 
do CE. 
• Dispensa de trabalho dos mesários: ver art. 98 da Lei 9504/97. 
 
 
Algumas atribuições e funções importantes, atinentes às mesas receptoras de 
votos: 
a) As mesas receptoras funcionarão nos lugares designados pelos juízes eleitorais 
sessenta dias antes da eleição, publicando-se a designação. 
IMPORTANTE SABER QUE: 
I. As seções eleitorais são locais de votação, onde estão localizadas as urnas 
eletrônicas para o exercício do sufrágio. 
II. Em cada seção eleitoral funcionará uma mesa receptora de votos, à luz 
do art. 119 do CE, cujos mesários são nomeados pelo juiz eleitoral na forma 
do inciso XIV do art. 35 do CE. 
III. A zona eleitoral representa a menor fração territorial com jurisdição 
dentro de uma circunscrição judiciária eleitoral. 
b) É expressamente vedado o uso de propriedade pertencente a candidato, membro do 
diretório de partido, delegado de partido ou autoridade policial, bem como dos 
respectivos cônjuges e parentes, consangüíneos ou afins, até o segundo grau, inclusive. 
c) Não poderão ser localizadas seções eleitorais em fazenda, sítio ou qualquer 
propriedade rural privada, mesmo existindo no local prédio público, incorrendo o juiz nas 
penas do art. 312, em caso de infringência. 
d) No dia marcado para a votação, às 7 horas, os componentes da mesa receptora 
verificarão se estão em ordem, no lugar designado, o material remetido pelo juiz eleitoral 
e a urna, bem como se estão presentes os fiscais dos partidos políticos e coligações 
(Código Eleitoral, art. 142). 
e) Se configuram como competências do presidente de mesa receptora de votos ou de 
quem o substituir, na forma do art. 127 e 128 da Lei 4737/65 e da Res. TSE 22.154/06, 
por exemplo: 
• verificar as credenciais dos fiscais dos partidos políticos e coligações; 
• adotar os procedimentos para emissão do relatório zerésima antes do início dos 
trabalhos; 
• autorizar os eleitores a votar ou a justificar; 
• manter a ordem, para o que disporá de força pública necessária; 
• comunicar ao juiz eleitoral as ocorrências cujas soluções dele dependerem; 
• receber as impugnações dos fiscais dos partidos políticos e coligações concernentes 
à identidade do eleitor; 
• fiscalizar a distribuição das senhas; 
• zelar pela preservação da embalagem da urna, da cabina de votação e pela lista 
contendo os nomes e os números dos candidatos, afixada no recinto da seção, 
tomando imediatas providências para a colocação de nova lista no caso de 
inutilização total ou parcial. 
• Controlar a distribuição aos eleitores das senhas de entrada previamente rubricadas 
ou carimbadas, segundo a respectiva ordem numérica. 
 
5. Juntas Eleitorais 
São órgãos colegiados de 1ª instância da Justiça Eleitoral, gozando seus membros, no 
exercício de suas funções, de todas as garantias dos magistrados de carreira, inclusive a 
inamovibilidade. 
Sua composição será de dois até quatro membros mais seu presidente, esse 
obrigatoriamente um juiz de direito, os quais serão nomeados até 60 dias antes da 
eleição conforme aprovação do presidente do TRE (ver caput e § 1º do art. 36 c/c art. 40 
c/c art. 345do CE, bem como o art. 64 da Lei 9504/97). 
As Juntas Eleitorais são órgãos que atuam nas fases de votação e apuração de votos, 
solucionando todas as impugnações e incidentes ocorridos durante essas fases. 
A Junta Eleitoral decide com base na maioria dos votos de seus membros, expedindo os 
boletins de apuração dos votos no prazo máximo de dez dias após o pleito (zonas sob 
sua jurisdição). 
 
 
 
 
 
 
Algumas observações específicas e particularidades sobre as Juntas Eleitorais: 
a) É crime o juiz deixar de expedir o boletim de apuração (art. 313 do CE – ver art. 74 e 
90 da Lei 9504/97). 
b) Há impedimentos às nomeações de membros das Juntas Eleitorais (ver §3º do art. 36 
e art. 38 do CE c/c art. 64 da Lei 9504/97). 
d) O art. 195 do CE trata dos procedimentos das Juntas Eleitorais após o recebimento 
das urnas e documentos das seções. 
e) O art. 160 do CE trata da possibilidade de subdivisão das juntas eleitorais. 
f) Os principais prazos inerentes às Juntas Eleitorais são os seguintes: 
• nomeação dos seus membros até 60 dias antes das eleições (§ 1º do art. 36 do 
CE); 
• publicação do nome dos membros no DO até dez dias antes da nomeação (ver § 2º 
do art. 36 do CE); 
• prazo para impugnação dos nomes pelos partidos políticos (ver §2º do art. 36 do 
CE), que terão até três dias após publicação no DO; 
• prazo para apuração até 10 dias após o pleito (inciso I do art. 40 do CE). 
 
IMPORTANTE SABER QUE: 
Cabe à Junta Eleitoral a expedição de diplomas aos eleitos para os cargos 
municipais. 
II. Do Ministério Público Eleitoral 
 
1. Atribuições 
• Fiscal da Lei - atuará como custus legis em todas as instâncias e fases do processo 
eleitoral. 
• Legitimado ativo - apresenta as mesmas legitimidades asseguradas aos partidos 
políticos, coligações e candidatos (ver art. 72 da LC 75/93). 
 
2. Composição, carreira e atuação 
a) Não existe carreira do Ministério Público Eleitoral, pois sua composição é feita por 
integrantes do Ministério Público da União (Ministério Público Federal) que atuarão no 
TSE e nos TRE(s), bem como de representantes do Ministério Público dos Estados, que 
atuarão junto aos Juízes Eleitorais. 
b) O Procurador Geral da República atuará como Procurador Geral Eleitoral no TSE, 
podendo ser substituído pelo Vice-procurador Geral da República (princípio da 
federalização – art. 72 LC 75/93). 
c) No TRE quem atua é um Procurador da República, como Procurador Regional Eleitoral. 
No Estado em que existir mais de um Procurador da República (regra), o Procurador 
Geral Eleitoral (Procurador Geral da República) designará um Procurador da República 
específico (ver art. 27 do CE c/c art. 78 da LC 75/93 - princípio da delegação), que 
geralmente será um Procurador Regional da República. 
d) Os integrantes do Ministério Público Estadual (Promotores de Justiça) serão indicados 
pelo Procurador Geral de Justiça do Estado, para atuarem como Promotores Eleitorais 
junto aos Juízes Eleitorais e às Juntas Eleitorais (ver art. 73 da Lei 8625/93). 
 
3. Principais previsões normativas, atinentes ao Ministério Público Eleitoral 
• Art. 127 da CRFB/88 - trata das funções institucionais do MP. 
• Art. 128 da CRFB/88 - trata da composição do MP, o que identifica a não existência da 
carreira do Ministério Público Eleitoral. 
• Art. 24 e 27 do CE - tratam, respectivamente, das competências do Procurador Geral 
Eleitoral e do Procurador Regional Eleitoral. 
• Art. 72 a 80 da LC 75/93 – Ministério Público da União (MPU) – prevêem normas 
atinentes ao Ministério Público Eleitoral. 
• Art. 10, IX, “h”, da Lei 8625/93 - Ministério Público Eleitoral / Lei Orgânica do Ministério 
Público da União (MPE/LOMP) – prevê normas atinentes ao Ministério Público Eleitoral. 
• LC 64/90, art. 3º, 22, 23, entre outros – trata sobre a atuação do MPE nas argüições de 
inelegibilidades. 
 
Importante! 
 
SÚMULA Nº 05 
 
Serventuário de Cartório, celetista, não se inclui na exigência do art. 1º, II, 1, da LC nº 
64/90. 
Referências: 
- LC nº 64/90, art. 1º, II, 1; 
- Acórdão nº 12.757 (Rec. nº 10.280); 
- Acórdão nº 12.758 (Rec. nº 10.129). 
Ministro PAULO BROSSARD, Presidente e Relator - Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE - 
Ministro CARLOS VELLOSO - Ministro AMÉRICO LUZ - Ministro JOSÉ CÂNDIDO - Ministro 
TORQUATO JARDIM - Ministro EDUARDO ALCKMIN - Dr. ARISTIDES JUNQUEIRA 
ALVARENGA, Procurador-Geral Eleitoral. 
DJ de 28, 29 e 30/10/92 
 
 
SÚMULA Nº 10 
 
No processo de registro de candidatos, quando a setença for entregue em Cartório antes 
de três dias contados da conclusão ao Juiz, o prazo para o recurso ordinário, salvo 
intimação pessoal anterior, só se conta do termo final daquele tríduo. 
Referências: 
- LC n° 64/90, art. 8°; 
- Rec. n° 10.446, de 30/09/92; 
- Rec. n° 10.100, de 1°/10/92. 
 
Ministro PAULO BROSSARD, Presidente e Relator - Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE - 
Ministro CARLOS VELLOSO - Ministro AMÉRICO LUZ - Ministro JOSÉ CÂNDIDO - Ministro 
HUGO GUEIROS - Ministro TORQUATO JARDIM - Dr. GERALDO BRINDEIRO, Vice-
Procurador-Geral Eleitoral. 
DJ de 28, 29 e 30/10/92 
 
 
 
 
SÚMULA Nº 18 
 
Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de 
ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de 
propaganda eleitoral em desacordo com a Lei nº 9.504/97. Referências:- Acórdão nº 
2.096, de 15.02.00 
- Acórdão nº 15.883, de 12.08.99 
- Acórdão nº 16.025, de 10.08.99 
- Acórdão nº 16.073, de 14.09.99 
- Acórdão nº 16.107, de 30.09.99 
- Acórdão nº 16.195, de 14.12.99 
Ministro NÉRI DA SILVEIRA, presidente - Ministro COSTA PORTO, relator - Ministro 
MAURÍCIO CORRÊA - Ministro NELSON JOBIM - Ministro WALDEMAR ZVEITER - Ministro 
GARCIA VIEIRA - Ministro FERNANDO NEVES e o Dr. GERALDO BRINDEIRO, procurador-
geral eleitoral. DJ de 21/08/00.

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