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ANÁLISE TEXTUAL USOS GERAIS DA CRASE

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ANÁLISE TEXTUAL - USOS GERAIS DA CRASE�
É a fusão de duas vogais iguais (a + a/as = à/às). O acento grave indicativo da crase deve ser usado sempre que houver a contração da preposição "a" com outro "a", que pode ser artigo definido, pronome ou a vogal inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s) ou aquilo.
Ele se referiu a ou à carta? Ele escreveu a ou à carta?
O certo é: Ele se referiu à carta e escreveu a carta.
 
 Para comprovarmos a crase, o melhor “macete” é substituir o substantivo feminino por um masculino. Comprovamos a crase se o A se transformar em AO:
“Ele se referiu à carta.” (= ao documento)
“Ele entregou o documento às professoras.” (= aos professores)
“Sua camisa é igual à do meu pai.” (= seu casaco é igual ao do meu pai)
“Ele fez referência às que saíram.” (= aos que saíram)
OBSERVE A DIFERENÇA:
“A secretária escreveu a carta.” (= o documento)
“Ele não encontrou as professoras.” (= os professores)
“A testemunha acusou a da direita.” (= o da direita)
“Não reconheci as que saíram.” (= os que saíram)
“Ele se referiu a esta carta.” (= a este documento)
“Tráfego proibido a motocicletas.” (= a caminhões)
Vou a ou à Brasília? Vou a ou à Bahia? O certo é: “Vou a Brasília” e “Vou à Bahia”. 
 
Quando vamos sempre vamos a algum lugar. O verbo IR pede a preposição a. O problema é que o nome do lugar aonde vamos às vezes vem antecedido de artigo definido a, às vezes não.
Enquanto Brasília não admite artigo definido, a Bahia é antecedida do artigo definido a. Isso significa que você “VAI À BAHIA” (= preposição a do verbo IR + artigo definido a que antecede a Bahia) e que você “VAI A BRASÍLIA” (= sem crase, porque só há a preposição a do verbo IR).
Se você quer saber com mais rapidez se deve IR À ou A algum lugar (com ou sem o acento da crase), use o seguinte “macete”: antes de IR, VOLTE.
 
Se você volta DA, significa que há artigo: você vai À; se você volta DE, significa que não há artigo: você vai A. 
Assim: “Você volta DA Bahia” > “Você vai à Bahia.”
 “Você volta DE Brasília” > “Você vai a Brasília.”
 
Vamos testar o “macete” em outros exemplos: “Vou à China” (= volto DA China); “Vou a Israel” (= volto DE Israel); “Vou à Paraíba” (= volto DA Paraíba); “Vou a Goiás.” (= volto DE Goiás); “Vou a Curitiba” (= volto DE Curitiba); “Vou à Barra da Tijuca” (= volto DA Barra da Tijuca); “Vou a Ipanema” (= volto DE Ipanema).
Vou à ou a Roma? Vou à ou a antiga Roma? O certo é: “Vou a Roma” e “Vou à antiga Roma”.
Podemos usar o “macete” do verbo VOLTAR: “Volto DE Roma” e “Volto DA antiga Roma”.
Observe que não há artigo antes de Roma. O artigo aparece se houver um adjetivo ou termo equivalente:
“Vou a Paris.” (= volto DE Paris)
“Vou à Paris dos meus sonhos.” (= volto DA Paris dos meus sonhos)
“Vou a Porto Alegre.” (= volto DE Porto Alegre)
“Vou à bela Porto Alegre.” (= volto DA bela Porto Alegre)
“Vou a Londres.” (= volto DE Londres)
“Vou à Londres do Big Ben.” (= volto DA Londres do Big Ben)
4. Vou à ou a terra? O certo é: “Vou a terra.”
 
A palavra TERRA, no sentido de “terra firme, solo, chão” (= oposto a estar "a bordo"), não recebe artigo definido, logo não haverá crase.
 
OBSERVE O MACETE: “volto DE terra”.
 É importante observarmos que qualquer outra TERRA, inclusive o planeta Terra, recebe o artigo definido. Portanto, haverá crase:
“Vou à terra dos meus avós.” (= volto DA terra dos meus avós)
“Cheguei à terra natal.” (= volto DA terra natal)
“Ele retornou à Terra.” (= volto DA Terra / do planeta Terra)
OBSERVE A DIFERENÇA:
“Depois de tantos dias no mar, chegamos a terra.” (= terra firme)
“Depois de tantos dias no mar, chegamos à terra procurada.”
5. Vou a casa ou à casa? O certo é: “Vou a casa.”
 
A sua própria casa não tem artigo definido.
OBSERVE: Se “você vem DE casa” ou se “você ficou EM casa”, só pode ser a sua própria casa.
OBSERVAÇÃO 1: Qualquer outra casa vem antecedida de artigo definido. Isso significa que haverá crase:
 
“Vou à casa dos meus pais.” (= volto DA casa dos meus pais)
“Vou à casa de Angra.” (= volto DA casa de Angra)
“Vou à Casa José Silva.” (= volto DA Casa José Silva)
“Vou à casa do vizinho.” (= volto DA casa do vizinho)
“Vou à casa dela.” (= volto DA casa dela)
OBSERVAÇÃO 2: Não haverá crase somente quando a palavra CASA estiver sem nenhum adjunto: “Ele ainda não retornou a casa desde aquele dia.” 
6. Vou à ou a minha casa? Tanto faz. É um caso facultativo. Pode haver crase ou não.
A diferença é a presença do pronome possessivo minha antes da casa. Antes de pronomes possessivos é facultativo o uso do artigo; sendo assim, facultativo também será o uso do acento da crase: “Vou a ou à minha casa”; “Fez referência a ou à tua empresa”; “Estamos a ou à sua disposição”.
 
OBSERVAÇÃO 1: O uso do acento da crase só é facultativo antes de pronomes possessivos femininos no singular (= minha, tua, sua, nossa, vossa).
 Se for masculino, não há crase: “Ele veio a ou ao meu apartamento” e “Estamos a ou ao seu dispor”.
 OBSERVAÇÃO 2: Se estiver no plural,:
haverá crase (preposição a + artigo plural as): “Fez referência às minhas idéias” e “Fez alusão às suas poesias”;
não haverá crase (preposição a, sem artigo definido): “Fez referências a minhas idéias” e “Fez alusão a suas idéias”.
7. Ele se referiu à ou a Cláudia? É outro caso facultativo. 
 Antes de nomes de pessoas, o uso do artigo definido é facultativo. Portanto, em se tratando de nome de mulher, pode ou não ocorrer a crase.
 
OBSERVAÇÃO 1: Quando se trata de pessoas que façam parte do nosso círculo de amizades, com as quais temos certa intimidade, usamos artigo definido. Isso significa que devemos usar o acento da crase: “Refiro-me à Cláudia” (= pessoa amiga).
 	Quando se trata de pessoas com as quais não temos nenhuma intimidade, não há o acento da crase porque não usamos artigo definido antes de nomes de pessoas desconhecidas ou não amigas: “Refiro-me a Cláudia” (= pessoa desconhecida ou não amiga).
 
OBSERVAÇÃO 2: Antes de nomes próprios de pessoas célebres não se usa artigo definido. Isso significa que não haverá acento da crase: “Ele fez referência a Joana d’Arc” e “Fizeram alusão a Cleópatra”.
8. Ele escreve a ou à Jorge Amado? Depende. 
a) Se ele está escrevendo “para Jorge Amado”, não há o acento da crase: “Ele escreve a Jorge Amado” (= para Jorge Amado).
b) Se ele escreve “à moda ”, “ao estilo” de Jorge Amado, o uso do acento grave é obrigatório: “Ele escreve à Jorge Amado” (= ao estilo de Jorge Amado).
 	Usaremos o acento grave sempre que houver uma destas locuções subentendidas: “à moda de”, “à maneira de” ou “ao estilo de”: “Sapato à Luís XV”; “Poesia à Manuel Bandeira”; “Revolução à 1930”; “Vestir-se à 1800”; “Filé à francesa”; “Bife à milanesa”.
 
OBSERVAÇÃO: Em “Moramos em São Paulo de 1958 a 1960”, não há crase porque não há artigo definido antes de 1960; em “Elas se vestem à 1960”, há acento grave porque subentendemos “à moda de 1960”.
9. Vendeu a ou à vista?
 a) Se alguém “vendeu a vista”, deve ter vendido “o panorama ou o olho” (a vista = objeto direto). 
 b)Se não era nada disso que você queria dizer, então a resposta é outra: “vendeu à vista”, e não a prazo (à vista = adjunto adverbial de modo).
Observe que nesse caso não se aplica o “macete” da substituição do feminino pelo masculino (à vista > a prazo).
Por causa disso, há muita polêmica e algumas divergências entre escritores, jornalistas, gramáticos e professores.
 Devemos pôr o acento grave no a que inicia locuções (adverbiais, prepositivas, conjuntivas) com palavra FEMININA: à beça, à beira de, à custa de, à deriva, à direita, à distância, à força, à francesa, à mão, à medida que, à moda (de), à noite, à parte, à primeira vista, à proporção que, à queima-roupa,à revelia, à tarde, à toa, à toda, à última hora, à vista, à vontade, às avessas, às cegas, às claras, às escondidas, às ordens, às vezes...
10. A procura ou à procura? Depende.
Em “A procura dos criminosos durou dez dias”, não há o acento da crase porque não há preposição (A procura dos criminosos = sujeito).
Em “A polícia está à procura dos criminosos”, devemos usar o acento grave porque à procura de é uma locução prepositiva.
 
OBSERVE OUTROS EXEMPLOS:
“A base do triângulo mede 10 cm.” (= sujeito).
“Ele vive à base de remédios.” (= locução prepositiva).
“A moda de 1970 está voltando.” (= sujeito).
“Ela se veste à moda de 1970.” (=locução prepositiva).
As locuções prepositivas formadas por palavras femininas devem receber o acento grave indicativo da crase: à beira de, à cata de, à custa de, à exceção de, à feição de, à frente de, à maneira de, à mercê de, à moda de, à procura de, à semelhança de...
11. Bateu a ou à porta? Depende:
se você “bateu a porta”, significa que você “fechou a porta” (a porta = objeto direto); 
se você “bateu à porta”, quer dizer que “bateu na porta” (à porta = adjunto adverbial de lugar).
 
 
12. Sentou-se na ou à mesa? Todos podem sentar-se “na mesa”, mas é falta de educação e a mesa pode não agüentar. Na verdade, nós nos sentamos à mesa. Devemos usar o acento da crase porque à mesa é um adjunto adverbial de lugar. 
13. As vezes ou às vezes?
 
Usaremos o acento grave somente quando às vezes for uma locução adverbial de tempo (= de vez em quando, algumas vezes): “Às vezes os alunos acertam esta questão.”; “O Flamengo às vezes ganha do Fluminense”.
 Quando não houver a idéia de “de vez em quando”, não devemos usar o acento grave: “Foram raras as vezes em que ele veio aqui” (as vezes = sujeito); "Em todas as vezes, ele criou problemas” (= não há a preposição a, por isso não ocorre a crase; temos somente o artigo definido as). 
 Saiu a noite ou à noite? Depende:
se “saiu a noite”, foi a noite que saiu. Eu vou entender que quem saiu foi a noite (= sentido figurado): “a noite surgiu, apareceu...” ou simplesmente “anoiteceu”.
se você “saiu à noite”, significa que você não saiu “à tarde ou pela manhã”, ou seja, à noite é um adjunto adverbial de tempo.
Saiu as 10h ou às 10h? Só pode ter sido às 10h.
Hora indica tempo e é uma palavra feminina. É um adjunto adverbial de tempo formado por palavra feminina, logo devemos usar o acento grave: “A aula começa sempre às 7h”; “A reunião será às 8h”; “A sessão só começará às 16h”; “Ele vai sair às 20h”.
16. A reunião será a ou à partir das 14h? O certo é: “A reunião será a partir das 14h” (= sem acento da crase). A partir de é uma locução prepositiva formada por um verbo. Não há crase, porque é impossível haver artigo antes de verbo (= partir).
17. A reunião será... das 2h às 4h da tarde ou
 de 2h às 4h da tarde ou
 de duas a quatro horas 
A reunião pode ser “das 2h às 4h da tarde” ou “de duas a quatro horas”. A reunião que vai “das 2h às 4h” começa exatamente às 2h e termina precisamente às 4h. Para haver a idéia de “exatidão, precisão”, é necessário que usemos o artigo definido. Isso justifica o uso da preposição de + o artigo definido as (= “das 2h”) e a crase (= “às 4h”). Não devemos usar “de 2h às 4h”.
 A outra reunião que vai “de duas a quatro horas” não definiu a hora para começar ou terminar. Temos apenas uma idéia aproximada da duração da tal reunião. Não há artigo definido, logo existem apenas as preposições: “de... a”.
OBSERVAÇÃO: Podemos usar essa “dica” em outras situações:
“Trabalhamos de segunda a sexta” (= de... a ...).
“O torneio vai da próxima segunda à sexta-feira” (= da... à...).
“Leia de cinco a dez páginas por dia” (= de... a...).
“Leia da página 5 à 10” (= da ... à...).
“Ficou conosco de janeiro a dezembro” (= de... a...).
“Ficou conosco do meio-dia à meia-noite” (= do... à...).
“O congresso vai de cinco a quinze de janeiro” (= de... a...).
“O aumento será de 2% a 5%” (= de... a...).
18. Ele está aqui desde as ou às 14h? O certo é: “Ele está aqui desde as 14h.”
A presença da preposição desde significa que não há a preposição a, logo não há crase. Temos apenas o artigo definido as.
 Vejamos outros casos semelhantes: “Após as 18h, as nossas portas estão fechadas.”; “Ele fez o gol com a mão.”; “A reunião ficou para as 16h”; “Ele teve de comparecer perante a justiça.”
OBSERVAÇÃO:
Veja a diferença: “Ela vai à praia” e “Ela vai para a praia”.
No primeiro caso, “ela vai a”, ou seja, “vai e volta, tem hora para voltar”; no segundo, “ela vai para”. Isso quer dizer que “ela não tem hora para voltar”. 
Ele ficará aqui até as ou às 18h? Para muitos gramáticos e professores, é um caso facultativo.
Devido à presença da preposição até, a forma mais usual é sem o acento grave: “Ele ficará aqui até as 18h.”
OBSERVAÇÃO:
O mesmo se aplica no adjunto adverbial de lugar: “Ele foi até a/à praia.” (= “Ele foi até o/ao supermercado”).
 Mais uma vez, no Brasil, a forma preferencial é sem a preposição a e, conseqüentemente, sem o acento grave: “Ele foi até a praia.” (= “Ele foi até o supermercado”). 
20. A próxima reunião será a ou à uma hora da tarde? O certo é: “A próxima reunião será à uma hora da tarde.”
 À uma hora da tarde é adjunto adverbial de tempo formado por palavra feminina. O acento grave é obrigatório.
OBSERVAÇÃO 1: Não devemos confundir “à uma hora da tarde ou da madrugada” com “a uma hora qualquer”. No primeiro caso, a palavra uma é numeral (= 1h); no segundo, é artigo indefinido.
“Ele chegou à uma hora da tarde.” (= “às 13h”)
“Ele chegou a uma certa hora.” (= “a uma hora qualquer”)
 Antes de artigo indefinido é impossível haver crase, pois não teremos o artigo a que é definido: “Ele disse que chegaria a uma hora qualquer”; “Referia-se a uma velha história”; “Entregou os documentos a uma secretária”.
OBSERVAÇÃO 2: Em “Todos responderam à uma”, devemos usar o acento grave. À uma (= “a uma só voz”) é uma locução adverbial de modo.
 
Eu fui aquela ou àquela farmácia? O certo é: “Eu fui àquela farmácia.”
 	Os pronomes AQUELE(S), AQUELA(S) e AQUILO deverão receber o acento grave sempre que forem complementos de verbos e nomes cuja regência exija a preposição "a": “Eu fui a (= preposição) aquela farmácia.” (= Eu fui àquela farmácia); “Ele não fez referência a (= preposição) aquilo.” (= ...referência àquilo)
 Se o verbo for transitivo direto, não haverá crase: “Ele viu (TD) aquela farmácia (OD)”; “Ele não leu (TD) aquilo”.
OBSERVAÇÃO: Algumas locuções adverbiais de tempo iniciadas pela preposição em podem ser iniciadas pela preposição a. Nesse caso se usa o acento da crase: “Àquela hora tudo estava calmo” (= naquela hora).
22. A nossa disciplina é semelhante a ou à dos militares? O certo é: “A nossa disciplina é semelhante à dos militares.”
Nesse caso temos a fusão da preposição a (= exigida pelo adjetivo semelhante) + o pronome demonstrativo a (aquela = a disciplina): “A nossa disciplina é semelhante a (= preposição) + a (= aquela disciplina) dos militares.”
Os pronomes demonstrativos a e as (= aquela e aquelas) geralmente vêm antes da preposição de ou do pronome relativo que: “Sua reivindicação é igual à dos metalúrgicos” (= igual "a aquela" dos metalúrgicos); “Faça uma linha paralela à do centro” (= paralela "a aquela" do centro); “Ele se referiu às que reclamaram” (= ele se referiu "a aquelas" que reclamaram); “Essa piada é semelhante à que me contaram ontem” (= semelhante "a aquela" que me contaram ontem).
OBSERVAÇÃO: Se o verbo for transitivo direto, é impossível haver crase: “Ele chamou a da esquerda” (= chamou aquela da esquerda); “Não conheço a que saiu” (= não conheço aquela que saiu).
23. Aqui está a obra a ou à que ele se referiu? O certo é: “Aqui está a obra a que ele se referiu.”
 
Nesse caso não há crase. Temos apenasa preposição a exigida pela regência do verbo referir-se (= quem se refere sempre se refere a alguma coisa). Não há artigo definido nem pronome demonstrativo: “Aqui está a obra a que ele se referiu” NÃO significa “a obra a aquela que ele se referiu”.
 
Esta é a aluna à ou a quem o professor entregou as provas?
 O certo é: “Esta é a aluna a quem o professor entregou as provas.”
 Antes do pronome quem, jamais haverá artigo. Isso significa que jamais haverá crase antes do pronome quem.
25. Aqui está a obra a ou à qual ele se referiu? O certo é: “Aqui está a obra à qual ele se referiu.”
Observe a diferença: “Aqui está a obra a que ele se referiu”; “Aqui está a obra à qual ele se referiu”. Qual é a diferença? Por que só ocorre a crase no segundo caso?
No primeiro caso, temos apenas a preposição a exigida pelo verbo referir-se.
No segundo, ocorre crase porque, além da preposição a do verbo referir-se, temos o artigo a que antecede o pronome relativo qual (= "a a qual" ele se referiu). 
 
Isso significa que deveremos usar o acento grave no artigo a / as que antecede o pronome relativo qual / quais (=à qual / às quais), sempre que houver também a preposição a: “Esta é aluna à qual o professor entregou as provas”; “Estas são as funcionárias às quais fizemos referência”; “Não lembro o nome da cidade à qual eles chegaram ontem”.
OBSERVAÇÃO: Se o verbo for transitivo direto, não há a necessidade da preposição e conseqüentemente não ocorre crase: “Esta é a aluna a qual vimos (TD) na praia”; “Estas são as funcionárias as quais estamos ajudando (TD).”
CASOS IMPOSSÍVEIS – Os dez pecados capitais da crase
 	A seguir, temos alguns casos nos quais, por não haver artigo definido feminino a / as, é impossível ocorrer crase:
antes de palavras masculinas:
 “Gostava de andar a cavalo.” “Viajou a serviço.”
“Vendeu tudo a prazo.” “Não chegou a tempo de assistir ao início do filme.”
“Comprou um fogão a gás.”
antes de verbos:
 “Começou a redigir.” “Prefiro isso a aceitá-lo na empresa.”
 “Entra em vigor a partir de hoje.” “Estamos dispostos a colaborar.”
antes de artigos indefinidos:
 “Referia-se a uma antiga lei.”
 “Ofereceu o prêmio a uma velha funcionária.”
 “Fez alusão a uma poesia romântica.”
 “Isso ocorreu devido a uma situação excepcional.”
antes de pronomes indefinidos:
 “Entregou o livro a alguém.”
 “Sempre se refere a qualquer funcionário.”
 “Começou a toda força.”
 “Ofendeu a todos.”
 “A certa altura, todos saíram.”
 “Não entregue o documento a ninguém.”
antes de pronomes demonstrativos (= esta, essa, isso):
 “Estamos atentos a essa tendência.”
 “Ofereceu o prêmio a esta aluna aqui.”
 “Prefiro aquilo a isso aqui.”
 “Entregou a essa secretária tudo que ela pediu.”
antes de pronomes pessoais:
“Ofereceu o prêmio a mim.”
 “Entregou a ela tudo que pediu.”
 “Ele se referiu a ti.”
 “Fizeram referência a nós.”
 “Elas feriram a si mesmas.”
 “Tudo foi entregue a elas.”
antes de pronomes de tratamento:
 “Entreguei o documento a V.Exa.”
 “Ele disse a V.Sa. que não viria.”
 “Eu me referia a você.”
 “Fez alusão a Sua Santidade.”
OBSERVAÇÃO 1: Quando a expressão de tratamento só se refere à mulher, pode ocorrer a crase:
“Falou à senhora.” (= falou ao senhor)
 à senhorita.”
 à doutora.”
 à madame.”
OBSERVAÇÃO 2: Antes da palavra dona (que se abrevia D.), não há artigo. Isso significa que nunca ocorrerá crase:
“Entreguei a chave da casa a dona Maria.”
“Contei tudo a D. Francisca.” 
Antes de palavras no plural (quando o a estiver no singular):
 “Não obedecia a leis pouco conhecidas.”
 “O desentendimento levou-o a situações constrangedoras.”
 “Referia-se a cidades do interior.”
 “Não me refiro a mulheres, e sim a crianças.”
 “Não dê ouvidos a reclamações idiotas.”
 “A reunião será a portas fechadas.”
 “Tráfego proibido a motocicletas.”
 “Foi recebido a tiros.”
Antes de substantivos repetidos, nas locuções adverbiais:
 “Ficou cara a cara.”
 “Está frente a frente.”
 “Venceu de ponta a ponta.”
 “Caía gota a gota.”
Antes de qualquer nome feminino tomado em sentido genérico ou indeterminado, isto é, sem artigo definido:
 
“Não fui a reunião nenhuma.” (= Não fui a encontro nenhum)
 “Ela é candidata a rainha do carnaval.” (= ...candidato a rei...)
Para exercícios com gabarito, visite o site:
http://candidatoreal.com/questions/search?search_term=portugues
Referência bibliográfica
SILVA, Sérgio Nogueira da. O português do dia-a-dia: como falar e escrever melhor. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009. 
� O conteúdo deste material foi retirado integralmente da apostila O Português do dia-a-dia, baseada do livro de mesmo nome, cujos diretos foram cedidos pelo professor Sérgio Nogueira da Silva à Universidade Estácio de Sá.

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