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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU (UNINASSAU) BACHARELADO EM FARMÁCIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO I (FARMÁCIA) JANAINA PINANGEL FRAGOSO WANDERLEI MATRÍCULA: 01418617 ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA RECIFE 2022 A hepatite aguda, é uma grave inflamação do fígado, que pode ser causada pelo uso prolongado de alguns tipos de medicamentos, como o paracetamol ou a nimesulida. Desta forma, a automedicação usada de forma errada causou a hepatotoxicidade em J.P.S. Pelo que intendi J.P.S já vinha fazendo uso de paracetamol, para aliviar o desconforto devido a uma sinusite recorrente. O fato de consumir este medicamento por muito tempo e em excesso, mascarando o desconforto, terminou agravando o verdadeiro problema, ou seja, um dano no fígado. Na última vez em que fez o uso de paracetamol, tomou 500Mg com a junção de outro medicamento que continha mais 800Mg de paracetamol misturado com outros componentes em sua fórmula, e para completar no mesmo dia ingeriu bebida alcoólica. Ou seja, foi o que levou ao internamento de J.P.S com hepatite aguda. A mistura de paracetamol com bebida alcoólica pode causar danos no fígado, uma vez que essa glândula é responsável pela metabolização de substâncias e pode ficar sobrecarregada. No Brasil, pesquisas apontam que os medicamentos estão entre as principais causas de intoxicação identificadas pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp, que é referência no Brasil, ocupando a primeira posição entre os agentes causadores de intoxicação no país, à frente de tóxicos como raticidas e inseticidas, agrotóxicos, substâncias de limpeza em geral, drogas ilícitas e alimentos impróprios para consumo, onde a maioria dessas exposições a tóxicos ocorre em casa. Em 90% dos casos o contato com tóxico é feito por ingestão; os medicamentos são o principal agente em cerca de 50% dos casos, os detergentes, lixívias e outros produtos de utilização doméstica, representam 20% (SNS, 2019). De acordo com o levantamento, dez princípios ativos de medicamentos são identificados como os mais frequentes nos casos de intoxicação. São eles: fenobarbital, diazepam, haloperidol, carbamazepina, bromazepam, fenilpropanolamina, benzodiazepínicos não identificados, paracetamol, fenilefrina e dipirona. Segundo Sanar (2018): O paracetamol é um analgésico muito associado à lesão de hepatócitos, seu mecanismo de toxicidade é dose-dependente (10 a 15g). Os sinais clínicos iniciais incluem mal-estar com vômitos e diarreia seguidos de um período assintomático. De 24 a 48h há elevação aberrante de transaminases (>5.000 UI/L) e sua evolução pode cursar com insuficiência hepática aguda, favorecendo o aparecimento de complicações mais indesejadas, como encefalopatia hepática, coagulopatias, hipoglicemia e acidose lática. A intoxicação por paracetamol é tida como a principal causa de danos ao fígado no Ocidente. Nos Estados Unidos, responde por mais de 50% dos casos de falência hepática por overdose, e motiva 20% dos transplantes de fígado. Existe várias formas de evitar intoxicações, como, guardar fora do alcance de crianças, todos os produtos potencialmente tóxicos, por exemplo, bebidas alcoólicas, produtos de limpeza, pesticidas e medicamentos. Sobre medicamentos o cuidado é redobrado, como não usar medicamentos sem uma orientação médica ou farmacêutica, prestar muita atenção nas embalagens parecidas, dentre outros. Acredito que uma das principais causas de automedicação seja a dificuldade de acesso aos serviços de saúde em nosso país. Sem condições financeiras de pagar uma consulta médica, é mais fácil comprar um remédio para aliviar a dor naquele momento do que ir em uma UPA por exemplo, e passar horas para ser atendido, da mesma forma, passam meses para se conseguir uma consulta em um posto de saúde. Diante dessa situação a população recorre ao que seja mais perto de seu alcance, no caso, a uma farmácia mais próxima onde o próprio paciente se automedica, não sabendo ele, o mal em que está fazendo a si próprio, podendo mascarar uma doença mais séria ou até mesmo provocar outros problemas de saúde, pelo o uso indevido de medicamentos. Muitos pacientes chegam em farmácias em busca de socorro e as vezes não tem a atenção necessária. Infelizmente isso é uma realidade em que precisa ser mudado. Não estou generalizando, porém existe muitos profissionais que não se preocupam com o paciente, e muitos deles também não procuram se atualizar em busca de mais conhecimentos e fazer com que ele de fato seja um profissional reconhecido. Desde 2013, os farmacêuticos podem orientar e prescrever medicamentos que não necessitem de receita médica, como alguns medicamentos para dor, febre e diarreia leve, por exemplo. Os medicamentos apresentam várias versões para uso pediátrico e adulto, com concentrações diferentes do princípio ativo por comprimido e por gota. Daí a importância de fazer o cálculo antes de tomar o remédio, lembrando que, o farmacêutico é o único profissional qualificado que conhece tudo relacionado a medicamentos. Daí a importância desse profissional em uma farmácia, para que possa orientar e oferecer informações seguras para os pacientes. O farmacêutico era para ter tido a iniciativa de abordar J.P.S a fim de adquirir informações acerca do motivo da compra do medicamento, já que J.P.S não tinha nenhuma receita; é dever do farmacêutico estar atento ao estado físico e emocional do paciente. Assim, ele teria tido a oportunidade de orientar J.P.S. sobre o uso correto da medicação, explicando os riscos da automedicação, os efeitos colaterais, interações, os perigos de intoxicação e assim dando início a uma relação terapêutica, evitando que o pior acontecesse e proporcionando a melhora da saúde de J.P.S. Referências: https://www.sanarmed.com/hepatite-medicamentosa-drogas-envolvidas-e-o-tratamento https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2017/12/12/uso-de-medicamentos-e-principal-causa-de-intoxicacao-aponta-pesquisa-da-unicamp http://www.saude.sp.gov.br/ses/noticias/2007/setembro/medicamentos-causam-40-dos-casos-de-intoxicacao https://www.scielo.br/j/csp/a/ht4TWWgnqtC7FFryNXgdMyq/?format=pdf&lang=pt#:~:text=No%20Brasil%2C%20os%20resultados%20n%C3%A3o,t%C3%B3xicos%20como%20raticidas%20e%20inseticidas%2C https://core.ac.uk/download/pdf/235124317.pdf http://www.crfsp.org.br/noticias/10535-pesquisa-aponta-que-77-dos-brasileiros-t%C3%AAm-o-h%C3%A1bito-de-se-automedicar.html
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