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Análise Textual - Diferença Entre Tipos e Gêneros Textuais Segundo Marcuschi

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Diferença entre tipos e gêneros textuais segundo Marcuschi
Para Marcuschi, os livros didáticos tratam o termo 'tipo de texto' de maneira equivocada. Por exemplo, para ele, uma carta pessoal não é um tipo de texto, mas um gênero textual em que se realizam os tipos, ou seja, a carta pode apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argumentação. 
 
Assim, para o autor:
É um termo que deve ser usado para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (2005, p. 22). Cada tipo possui pistas linguístico-discursivas características e sequências linguísticas que são norteadoras. Assim, o termo "tipo textual" ou sequência textual faz referência a construções linguísticas específicas que caracterizam determinado texto. 
É uma noção vaga para indicar os textos materializados encontrados no dia a dia e que apresentam características sociocomunicativas definidas pelos conteúdos, pelas propriedades funcionais, pelo estilo e pela composição próprios.
Como trabalhar textos na escola x 
Marcuschi adota a denominação gêneros textuais e sequer menciona a denominação gêneros discursivos. Usa a expressão domínio discursivo para designar uma esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana. Esses domínios não são textos ou discursos, mas propiciam o surgimento de discursos específicos. Do ponto de vista dos domínios, falamos em discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso etc., uma vez que as atividades — jurídica, jornalística ou religiosa — não abrangem um gênero em particular, mas dão origem a vários deles, ou seja, elas constituem práticas discursivas dentro das quais identificamos um conjunto de gêneros textuais. Esse assunto será aprofundado no próximo módulo, que tratará dos gêneros. 
 
Uma reflexão sobre a terminologia tipologia textual
Então, você refletiu sobre o uso das terminologias tipologia e gênero textual?
Podemos dizer que até recentemente o ensino de produção de textos/redação consistia fundamentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação, cuja finalidade era: a formação de escritores literários, caso o aluno se aprimorasse nas duas primeiras modalidades textuais, ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade) (ANTUNES, 2004).
O ensino era feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, não exigissem aprendizagens específicas. Além disso, essa concepção guarda em si uma visão equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual essa última tenha sido reservada às séries terminais — tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.
É preciso ficar claro que é importante o conhecimento da tipologia textual; entretanto, ficar apenas nessa forma de ensino pode causar limitações e alguns problemas, uma vez que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embora possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se concretizam em formas diferentes, ou gêneros, que possuem diferenças específicas. Esse assunto também será aprofundado no próximo módulo.
Tipologia e gênero textual x 
Todo gênero textual realiza uma ou mais sequências tipológicas e todos os tipos inserem-se em algum gênero textual. Conforme Marcuschi (2005, p. 25): "(...) Em todos os gêneros também se está realizando tipos textuais, podendo ocorrer que o mesmo gênero realize dois ou mais tipos. Assim, um texto é, em geral, tipologicamente variado (heterogêneo)". Assim, um gênero textual pode apresentar várias tipologias textuais por não se caracterizar como formas estruturais estáticas, e sim dinâmicas, como a atividade sociodiscursiva. 
 
Características dos tipos textuais
Os tipos textuais são caracterizados pela presença de certos traços linguísticos predominantes. Uma sequência narrativa normalmente é reconhecida por seu caráter temporal, enquanto uma sequência injuntiva é reconhecida pela presença de elementos imperativos. Um texto é em geral tipologicamente variado (heterogêneo). O gênero carta pessoal, por exemplo, pode conter uma sequência narrativa (conta uma história), uma argumentação (argumenta contra ou a favor de algo), uma descrição (descreve uma situação) e assim por diante.
Dessa forma, quando nomeamos um certo texto como "narrativo", "descritivo" ou "argumentativo", não estamos nomeando o gênero, mas sim o predomínio de um tipo de sequência de base.

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