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VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA 
Prof. Márcio Michiles 
INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA – COMTE / DURKHEIM 
 
INTRODUÇÃO - O OLHAR SOCIOLÓGICO 
Entender, o eu, é algo que o Ser Humano, já busca há milênios, 
no entanto, explicar o mundo e em especial a ação do homem em 
coletividade dentro do Mundo, é algo verdadeiramente novo e 
desafiar para o homem. É bem verdade que muitos já se 
perguntaram os motivos pelos quais tantas incoerências ocorrem 
ao longo de um dia, crimes, suicídios, traições, mentiras, dentre 
outros, como pode ser isso ainda uma ação humana, se ao longo 
dos milênios o homem vem se conhecendo mais e, por 
conseguinte conhecendo o outro, pois as necessidades humanas 
são basicamente as mesmas. Outrossim, o homem não capta o 
seu meio social da mesma forma que o outro, assim como “O 
homem não toma banho no mesmo rio”, a sociedade muda 
radicalmente o rio e o homem, a noção de rio e homem, pode ser 
modificada de acordo com o conjunto social que cada indivíduo 
faz parte. 
Vejamos, quando para o povo brasileiro quando se fala em rio, as 
ligações podem ser, maior rio do mundo, “Amazonas”, falta de 
água, rios secos no nordeste ou mesmo uma visão fora do país, o 
Rio Nilo e sua forte contribuição na formação do Egito. Entretanto 
se for falado em rio na Índia, a ligação seria Ganges, uma Deusa 
com águas sagradas. Então as simples águas que servem 
logicamente para o consumo humano têm significados diferentes 
para as sociedades e logicamente para o seu povo. 
Desta forma a vida em sociedade é composta de vários 
elementos que impulsionam o homem a ser o que 
verdadeiramente ele é. Dois seres humanos criados dentro das 
mesmas condições tem a plena possibilidade de serem racionais 
e radicalmente diferentes, em seus gostos e ações sociais, o 
exemplo mais lógico são irmãos que tem gostos diferentes. 
 
Iguais, só que diferentes 
Cientistas tentam explicar as variações de personalidade 
entre gêmeos idênticos 
 
NOTÍCIAS - 13-05-2013 SAÚDE 
Não sei se você tem na família ou na turma da escola um par de 
gêmeos idênticos. É impressionante como, na aparência, eles 
podem ser iguaizinhos: mesmos olhos, mesmo nariz, mesma 
boca… Por outro lado, muitas vezes, um dos irmãos é mais tímido 
e o outro, mais extrovertido. Ou um é mais calmo e o outro, mais 
brigão. Curioso, não é? Pois um grupo de cientistas alemães está 
tentando descobrir por que isso acontece. 
 
A diferença de personalidade entre gêmeos idênticos pode ser 
explicada pela plasticidade cerebral, ou seja, pela capacidade de 
o cérebro se adaptar a novas funções (Foto: Hermo Sakk / 
Sxc.hu) 
Gêmeos idênticos dividem o mesmo genoma, ou seja, o mesmo 
conjunto de informações presentes no DNA – molécula que fica 
dentro de nossas células e ajuda a determinar nossas 
características, como a cor do cabelo, a altura etc. Além disso, na 
maioria das vezes, são criados juntos, na mesma casa e pelos 
mesmos pais. Por que, então, eles se tornam tão diferentes? 
Os cientistas decidiram testar isso em camundongos. No 
experimento, usaram 40 camundongos geneticamente idênticos e 
criados em ambientes iguais. Ainda assim, perceberam que cada 
um desenvolve características próprias. A explicação estaria na 
plasticidade cerebral, ou seja, na capacidade de o cérebro se 
adaptar a novas funções. 
 
A imagem representa um corte do cérebro visto de cima. Em 
vermelho, está o hipocampo, onde novos neurônios se formam 
durante a fase adulta (Ilustração: Washington Irving / Wikimedia 
Commons) 
 
Mesmo em gêmeos idênticos, cada indivíduo tem um cérebro 
único. Segundo os especialistas, isso acontece porque o cérebro 
não nasce pronto – continua se formando ao longo da vida, de 
acordo com as experiências que cada um vive. A pesquisa 
monitorou o cérebro dos camundongos durante três meses e 
observou o surgimento de novos neurônios em uma região 
chamada hipocampo. 
Todos os comportamentos dos camundongos foram gravados e 
analisados pelos pesquisadores. “Apesar de crescerem em um 
mesmo ambiente, as possibilidades de explorá-lo eram tantas que 
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/categoria/novidades/noticias/
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/categoria/novidades/noticias/
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 cada um teve experiências únicas”, conta o médico Gerd 
Kempermann. Os animais que exploraram mais o território, por 
exemplo, tinham mais neurônios ao fim do experimento. 
Isso dá pistas sobre como, além de nosso material genético, 
nossos hábitos e experiências também ajudam a formar o 
cérebro. “Nossa descoberta trata do mistério e da controvérsia de 
como ambientes diferentes ou os modos como vivemos nossas 
vidas nos transformam em quem somos”, conclui Gerd. 
Fonte: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/iguais-so-que-diferentes/ - acesso: 
14/12/2013 
 
Pode-se perceber pelo texto que “nossos hábitos e experiências 
também ajudam a formar o cérebro. “Nossa descoberta trata do 
mistério e da controvérsia de como ambientes diferentes ou os 
modos como vivemos nossas vidas nos transformam em quem 
somos””. Logo o homem age em enormemente em função das 
experiências compostas dentro do grupo social que ele vive. 
Como entender isso? 
Se não adianta simplesmente saber as necessidades humanas e 
nem quem ou o que o homem quer, como controlar os desejos 
dos homens e obter com isso o poder de controle social? Não 
vamos esquecer que o poder e a própria existência dependem 
disso para continuar a perpetuar a espécie humana. 
Filósofos ao logo do século XIX, travaram uma verdadeira luta 
para colocar em prática estudos sobre o entendimento social, 
nascia assim a sociologia, o estudo da sociedade. 
Todos os mecanismos, ou como alguns sociólogos colocam 
“aparelhos ideológicos” existentes em um conjunto social pode 
atenuar ou ampliar a ação humana, dependendo das ligações que 
o mesmo tiver com este aparelho ideológico. 
 
O Homem em seu conjunto social tem inúmeras ligações, infinitas 
possibilidades são formadas em sua mente, da decodificação 
para a ação do individuo, milhares de caminhos podem ser 
tomados, uma única ligação poderá modificar todo o destino da 
ação do indivíduo. 
Com base nisso é que os sociólogos do fim do século XIX, 
passaram a normatizar os conjuntos sociais, suas práticas e 
formações, criando correntes de analises do comportamento 
social. 
O estudo das correntes esta atrelado aos fatos sociais, de acordo 
com o fato social existem várias formas diferentes de se 
interpretar, logo inúmeros fatos serão trazidos a luz do 
conhecimento e os mecanismos apresentados e identificados no 
contexto social. 
 
O POSITIVISMO 
O primeiro a fazer esta analise dentro desta concepção foi 
Augusto Comte, filósofo francês, considerado por muitos o 
fundador da sociologia e do positivismo. Comte defendia a ideia 
de que para uma sociedade funcionar corretamente, precisa estar 
organizada e só assim alcançará o progresso, que para ele seria 
o ideal para a vida humana. A visão positiva dos fatos abandona a 
consideração das causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e 
pesquisa suas leis, vistas como relações abstratas e constantes 
entre fenômenos observáveis. A visão positivista devido a este 
afastamento tanto da teologia como da metafísica, sofreu muito 
com a falta de apoio da sociedade, visto o período do seu 
surgimento e especialmente o poder das Igrejas Cristãs no mundo 
Ocidental. 
 
Para Auguste Comte, o Positivismo era uma doutrina 
de característica sociológica, filosófica e política que surgiu como 
desenvolvimento sociológico do Iluminismo, das crises sociais e 
morais do fim da Idade Média e do surgimento da sociedade da 
indústria, que foi marcado com a Revolução Francesa. O 
Positivismo de Comte consistia na observação dosfenômenos, se 
opondo ao racionalismo e idealismo, através da promoção do 
primado da experiência sensível. A doutrina negava à ciência 
qualquer possibilidade de investigação das causas dos 
fenômenos naturais e sociais, pois considerava esse tipo de 
pesquisa inacessível e sem utilidade, era mais válido se voltar 
para o estudo e descoberta das leis. Comte definiu a palavra 
“positivo” na sua obra “Apelo Aos Conservadores” de 1855 com 
sete significados: real, certo, útil, relativo, preciso, simpático e 
orgânico. Pode-se dizer que a ideia-chave do Positivismo de 
Comte era a Lei dos Três Estados, que afirmava que o homem 
passou e passa por três estágios em suas concepções, sendo 
eles: 
Na passagem do século, como já comentado o pensamento 
positivista não tinha muitos adeptos, no entanto com a 
proclamação da República no Brasil e consequentemente o uso 
de uma expressão positivista em sua bandeira, “Ordem e 
Progresso”, proposta por líderes do processo como Benjamim 
Constant e Raimundo Teixeira Mendes (Filósofo e idealizador da 
Bandeira brasileira), o ideal positivista ganhou espaço no Brasil e 
já em 1933, um dos maiores poetas da música brasileira, o Poeta 
da Vila ou Filósofo do Samba, Noel Rosa, compôs “Positivismo”, 
provando a todos que o debate intelectual era feito também na 
musicalidade. 
 
Estado teologico 
Afirmava que o homem explicava a realidade por meio de 
entidades sobrenaturais buscando responder questões como “de 
onde viemos?” e “para onde vamos?”. Fora isso, buscava-se o 
absoluto. É o estágio que a imaginação se sobrepunha à razão. 
 
Estado metafisico 
Pode ser considerado como um meio-termo entra a teologia e a 
positividade. Continua-se a procura de respostas para as mesmas 
questões do Teológico, sempre buscando o absoluto através da 
busca da razão e do destino das coisas. 
 
Estado positivo 
Última e definitiva etapa. Não já se buscava mais o porquê das 
coisas, porém o como as coisas aconteciam. A imaginação vira 
subordinada à observação e busca-se somente o visível e 
concreto. 
 
 
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/iguais-so-que-diferentes/
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 
Émile Durkheim (1858-1917) foi o fundador da escola francesa 
de Sociologia, ao combinar a pesquisa empírica com a teoria 
sociológica. Ainda sob influência positivista, lutou para fazer das 
Ciências Sociais uma disciplina rigorosamente científica. 
Durkheim entendia que a sociedade era um organismo que 
funcionava como um corpo, onde cada órgão tem uma função e 
depende dos outros para sobreviver. Ao seu olhar, o que importa 
é o indivíduo se sentir parte do todo, pois caso contrário ocorrerá 
anomalias sociais, deteriorando o tecido social. 
A diferença entre Comte e Durkheim é que o primeiro crê que se 
tudo estiver em ordem, isto é, organizado, a sociedade viverá 
bem, enquanto Durkheim entende que não se pode receitar os 
mesmos “remédios” que serviu a uma sociedade para resolver os 
“males” sociais de outras sociedades. 
Para Durkheim, a Sociologia deve estudar os fatos sociais, os 
quais possuem três características: 1) coerção social; 2) 
exterioridade; 3) poder de generalização. Os fatos sociais 
apresentam vida própria, sendo exteriores aos indivíduos e 
introjetados neles a ponto de virarem hábitos. 
Pela sua perspectiva, o cientista social deve estudar a sociedade 
a partir de um distanciamento dela, sendo neutro, não se 
deixando influenciar por seus próprios preconceitos, valores, 
sentimentos etc. 
A diferença básica entre Marx, Comte e Durkheim consiste 
basicamente em que os dois últimos entendem a sociedade como 
um organismo funcionando, suas partes se completando. Por 
outro lado, Marx afirma que a ordem constituída só é possível 
porque a classe dos trabalhadores é dominada pela classe dos 
capitalistas e propõe que a classe proletária (trabalhadores) deve 
se organizar, unir-se e inverter a ordem, ou seja, passar de 
dominada a dominante, e assim superar a exploração e as 
desigualdades sociais. 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra As 
Regras do Método Sociológico, ocupou-se em estabelecer o 
objeto de estudo da sociologia. Entre as constatações de 
Durkheim, está a de que o fato social não pode ser definido pela 
sua generalidade no interior de uma sociedade. Nessa obra, 
Durkheim elabora um tratamento científico dos fatos sociais e cria 
uma base para a sociologia no interior de um conjunto coeso de 
disciplinas sociais, visando fornecer uma base racional e 
sistemática da sociedade civil. 
 
Sobre o significado do fato social para Durkheim, é correto afirmar 
que 
a) os fenômenos sociais, embora obviamente inexistentes sem os 
seres humanos, residem nos seres humanos como indivíduos, ou 
seja, os fatos sociais são os estados mentais ou emoções dos 
indivíduos. 
b) os fatos sociais, parecem, aos indivíduos, uma realidade que 
pode ser evitada, de maneira que se apresenta dependente de 
sua vontade. Nesse sentido, desobedecer a uma norma social 
não conduz o indivíduo a sanções punitivas. 
c) a proposição fundamental do método de Durkheim é a de que 
os fatos sociais devem ser tratados como coisas, ou seja, como 
objeto do conhecimento que a inteligência não penetra de forma 
natural, mas através da observação e da experimentação. 
d) Durkheim considera os fatos sociais como coisas materiais. 
Pode-se afirmar, portanto, que todo objeto de ciência é uma coisa 
material e deve ser abordado a partir do princípio de que o seu 
estudo deve ser abordado sem ignorar completamente o que são. 
e) os fatos sociais são semelhantes aos fatos psíquicos, pois 
apresentam um substrato semelhante e evoluem no mesmo meio, 
de maneira que dependem das mesmas condições. 
 
Questão 02 
 
 
Na tirinha acima, quase todas as pessoas possuem um 
comportamento similar. Nesse caso específico, pode-se dizer que 
o consumo se tornou, segundo a abordagem durkheimiana: 
 
a) Um fato social. 
b) Uma anomia social. 
c) Um erro social. 
d) Uma morte social. 
e) Uma modalidade social. 
 
Questão 03 
A cidade desempenha papel fundamental no pensamento de 
Émile Durkheim, tanto por exprimir o desenvolvimento das formas 
de integração quanto por intensificar a divisão do trabalho social a 
ela ligada. 
 
Com base nos conhecimentos acerca da divisão de trabalho 
social nesse autor, assinale a alternativa correta. 
 
a) A crescente divisão do trabalho com o intercâmbio livre de 
funções no espaço urbano torna obsoleta a presença de 
instituições. 
b) A solidariedade orgânica é compatível com a sociedade de 
classes, pois a vida social necessita de trabalhos diferenciados. 
c) Ao criar seres indiferenciados socialmente, o “homem massa”, 
as cidades recriam a solidariedade mecânica em detrimento da 
solidariedade orgânica. 
d) O efeito principal da divisão do trabalho é o aumento da 
desintegração social em razão de trabalhos parcelares e 
independentes. 
e) O equilíbrio e a coesão social produzidos pela crescente 
divisão do trabalho decorrem das vontades e das consciências 
individuais. 
 
Questão 04 
 Durkheim caracteriza o suicídio – até então considerado objeto 
de estudo da epidemiologia, da psicologia e da psiquiatria – como 
fato social e, por isso, dotado das características da 
coercitividade, da exterioridade, da generalidade. É tomado, pois, 
como objeto de estudo sociológico, em virtude do fato de 
 
a) variar na razão inversa ao grau de integração dos grupos 
sociais de que faz parte o indivíduo, ou seja, quanto maior o grau 
de integração ao grupo social, mais elevada é a taxade 
mortalidade-suicídio da sociedade. 
b) ser possível observar uma certa predisposição social para 
fornecer determinado número de suicidas, ou seja, uma tendência 
constante, marcada pela permanência, a despeito de variações 
circunstanciais. 
c) configurar-se como uma morte que resulta direta ou 
indiretamente, consciente ou inconscientemente de um ato 
executado pela própria vítima. 
d) depender, exclusivamente, do temperamento do suicida, de 
seu caráter, de seu histórico familiar, de sua biografia, uma vez 
que não deixa de ser um ato do próprio indivíduo. 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 Questão 05 
Segundo Émile Durkheim, em sua obra As formas elementares da 
vida religiosa (1996, p. 19), “os fenômenos religiosos classificam-
se naturalmente em duas categorias fundamentais: as crenças e 
os ritos. As primeiras são estados da opinião, consistem em 
representações; os segundos são modos de ação determinados. 
Entre esses dois tipos de fatos, há exatamente a diferença que 
separa o pensamento do movimento. Os ritos só podem ser 
definidos e distinguidos das outras práticas humanas, 
notadamente das práticas morais, apenas pela natureza especial 
do seu objeto. Com efeito, uma regra moral, assim como um rito, 
nos prescreve maneiras de agir, mas que se dirigem a objetos de 
um gênero diferente. Portanto, é o objeto do rito que 
precisaríamos caracterizar para podermos caracterizar o próprio 
rito. Ora, é na crença que a natureza especial desse objeto se 
exprime. Assim, só se pode definir o rito após se ter definido a 
crença. Todas as crenças religiosas conhecidas, sejam elas 
simples ou complexas, apresentam um mesmo caráter comum: 
pressupõem uma classificação das coisas, reais ou ideais, que os 
homens concebem, em duas classes, em dois gêneros opostos, 
designados geralmente por dois termos distintos que as palavras 
“profano” e “sagrado” traduzem bastante bem. A divisão do 
mundo em dois domínios que compreendem, um, tudo o que é 
sagrado, outro, tudo o que é profano, tal é o traço distintivo do 
pensamento religioso: as crenças, os ritos, os gnomos, as lendas, 
são representações ou sistemas de representações que 
exprimem a natureza das coisas sagradas, as virtudes e os 
poderes que lhes são atribuídos, sua história, suas relações 
mútuas e com as coisas profanas. Mas por coisas sagradas, 
convém não entender simplesmente esses seres pessoais que 
chamamos deuses ou espíritos: um rochedo, uma árvore, uma 
fonte, um seixo, um pedaço de madeira, uma casa, em uma 
palavra, uma coisa qualquer pode ser sagrada”. 
 
Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a 
alternativa correta. 
a) Os ritos são estados da opinião e consistem em 
representações. 
b) Para Durkheim, a religião é definida pela crença em divindades 
ou seres sobrenaturais. 
c) As coisas sagradas são, por exemplo, os objetos do culto, as 
pessoas do culto e os próprios seres cultuados. 
d) A classificação das coisas em sagradas e profanas no 
fenômeno religioso é uma característica das religiões tidas como 
primitivas. 
e) A divisão do mundo em dois domínios que compreendem, um, 
tudo o que é sagrado, outro, tudo o que é profano, não é o traço 
distintivo do pensamento religioso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
O que caracteriza e distingue as ciências sociais é a noção de 
que a vida humana em sociedade está sujeita a urna ordem e que 
o comportamento dos seres humanos, individual ou 
coletivamente, é regulado por normas, valores e instituições 
sociais. 
Considerando, portanto, que a sociedade tem lógicas e padrões 
que podem ser observados e compreendidos, os cientistas sociais 
fazem perguntas sobre a organização e a estrutura da sociedade. 
 
Assinale, entre as alternativas abaixo, aquela que lista conceitos 
utilizados pela sociologia para investigar e explicar a ordem social 
e como ela se constitui, se mantém e se transforma. 
a) Positivismo, liberalismo, marxismo. 
b) Socialização, estratificação social, ideologia. 
c) Etnometodologia, estruturalismo, individualismo. 
d) Classe social, gênero, dialética. 
e) Desigualdade, identidade, historicidade. 
 
Questão 02 
Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história 
da humanidade, aquelas que aconteceram no século XVIII — e 
que se estenderam no século XIX — só foram superadas pelas 
grandes transformações do final do século XX. As mudanças 
provocadas pela revolução científico-tecnológica, que 
denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a 
organização social, alterando-a por completo, criando novas 
formas de organização e causando modificações culturais 
duradouras, que perduram até os dias atuais. 
 
DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia. São Paulo: Persons 
Prentice Hall, 2004. 
 
Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na 
modernidade, é correto afirmar: 
a) A intensificação da economia agrária em larga escala nas 
metrópoles gerou o êxodo para o campo. 
b) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvimento levou ao 
crescimento das cidades rurais. 
c) O aumento do trabalho humano nas fábricas ocasionou a 
diminuição da divisão do trabalho. 
d) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudo que 
fez surgir as ciências sociais. 
e) A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os 
novos problemas sociais. 
 
Questão 03 
Assinale qual das alternativas apresenta a melhor definição de 
sociologia. 
a) Sociologia é o estudo do corpo na sociedade. Ela tem particular 
interesse em compreender cada órgão e sua relação de 
solidariedade orgânica. 
b) Sociologia é a forma como a ciência moderna interfere na 
política contemporânea. Através de estudos rigorosos, ela indica 
aos governantes como estes devem conduzir a sociedade. 
c) Sociologia é a forma de assistência às pessoas mais pobres. O 
profissional de sociologia é a pessoa responsável por evitar que 
os indivíduos estejam à margem da sociedade. 
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6 
 
CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 d) Sociologia é o estudo de qualquer sociedade organizada. 
Atualmente, ela está preocupada tanto com sociedades humanas, 
quanto com sociedades animais (como de formigas e abelhas). 
e) Sociologia é o estudo rigoroso das sociedades e dos grupos 
humanos organizados, em especial das sociedades 
industrializadas. 
 
Questão 04 
De um ponto de vista histórico, a Sociologia como disciplina 
científica surgiu ao longo do século XIX, como uma resposta 
acadêmica para os novos desafios da modernidade. Além das 
concepções advindas da Revolução Francesa e dos fortes 
impactos gerados pela Revolução Industrial na estrutura da 
sociedade, muitos outros processos também contribuíram para 
essa nova configuração da sociedade. 
Em seu desenvolvimento ao longo do século XIX, a Sociologia 
esperava entender 
a) os grupos sociais e as causas da desintegração social vigente. 
b) como a Revolução Industrial encerrou a transição entre 
feudalismo e capitalismo, sem prejuízo da classe trabalhadora, 
pois foi beneficiada por esse processo. 
c) a subjetividade dos indivíduos nas pesquisas sociológicas, 
como uma disciplina científica com metodologia própria. 
d) a Revolução Francesa como um marco revolucionário que 
modificou o pensamento, apesar de manter as tradições 
aristocratas. 
 
Questão 05 
O que caracteriza e distingue as ciências sociais é a noção de 
que a vida humana em sociedade está sujeita a urna ordem e que 
o comportamento dos seres humanos, individual ou 
coletivamente, é regulado por normas, valores e instituições 
sociais. 
Considerando, portanto, que a sociedade tem lógicas e padrões 
que podem ser observados e compreendidos, os cientistassociais 
fazem perguntas sobre a organização e a estrutura da sociedade. 
 
Deste modo, analise o surgimento da sociologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 
RESOLUÇÕES DAS QUESTÕES DE CASA 
 
Questão 01: 
Resolução: 
Resposta: Alternativa B 
 
Questão 02: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa E 
 
Questão 03: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa E 
 
Questão 04: 
Resolução: . 
 
Resposta: Alternativa A 
 
Questão 05: 
Resolução: 
O nascimento da Sociologia é contemporâneo às 
transformações sociais ocasionadas pela Revolução Industrial, 
como a urbanização, o surgimento da burguesia, o aumento da 
divisão do trabalho e a paulatina consolidação do capitalismo. 
Essa ciência surge, portanto, como uma forma de compreender 
esse mundo moderno nas suas próprias relações e 
especificidades. 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA 
Prof. Márcio Michiles 
KARL MARX / MAX WEBBER 
 
INTRODUÇÃO 
Além do positivismo podemos destacar o pensamento Marxista, desenvolvido a partir do filósofo, Karl Marx. Marx foi um intelectual e 
revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista e 
foi o mais revolucionário pensador sociológico. 
Marx concebe a sociedade dividida em duas classes: a dos capitalistas que detêm a posse dos meios de produção e o proletariado (ou 
operariado), cuja única posse é sua força de trabalho a qual vendem ao capital. Para Marx, os interesses entre o capital e o trabalho são 
irreconciliáveis, sendo este debate a essência do seu pensamento, resultando na concepção de uma sociedade dividida em classes. Assim, 
os meios de produção resultam nas relações de produção, formas como os homens se organizam para executar a atividade produtiva. 
Tudo isso acarreta desigualdades, dando origem à luta de classes. 
Marx foi um defensor do comunismo, pois essa seria a fase final da sociedade humana, alcançada somente a partir de uma revolução 
proletária, acreditando assim na ideia utópica de uma sociedade igualitária ou socialista. 
 
Max Weber (1864-1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia e é o pensador 
mais recente dentre os três, conhecedor tanto do pensamento de Comte e Durkheim quanto de Marx. Assim, ele entende que a sociedade 
não funciona de forma tão simples e nem pode ser harmoniosa como pensam Comte e Durkheim, mas também não propõe uma revolução 
como faz Marx, mas afirma que o papel da Sociologia é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade, buscando extrair 
desses fenômenos os ensinamentos e sistematizá-los para uma melhor compreensão, é por isso que sua Sociologia recebe o nome de 
compreensiva. 
Weber valorizava as particularidades, ou seja, a formação específica da sociedade; entende a sociedade sob uma perspectiva histórica, 
diferente dos positivistas. 
Um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação social. A ação é um comportamento humano no qual os 
indivíduos se relacionam de maneira subjetiva, cujo sentido é determinado pelo comportamento alheio. Esse comportamento só é ação 
social quando o ator atribui à sua conduta um significado ou sentido próprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras 
pessoas. 
Weber também se preocupou com certos instrumentos metodológicos que possibilitassem ao cientista uma investigação dos fenômenos 
particulares sem se perder na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o principal instrumento é o tipo ideal, o qual 
cumpre duas funções principais: primeiro a de selecionar explicitamente a dimensão do objeto a ser analisado e, posteriormente, 
apresentar essa dimensão de uma maneira pura, sem suas sutilezas concretas. 
A identidade criada pelos sociólogos, deixa clara o comportamento do homem no Estado, o poder colocado dentro do estado induz o 
pensamento coletivo e as amarras do poder tanto podem ser mantidas como quebradas. 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
Basta uma vista de olhos pelas estatísticas ocupacionais de um 
país pluriconfessional para constatar a notável frequência de um 
fenômeno por diversas vezes vivamente discutido na imprensa e 
na literatura católicas bem como nos congressos católicos da 
Alemanha: o caráter predominantemente protestante dos 
proprietários do capital e empresários, assim como das camadas 
superiores da mão de obra qualificada, notadamente do pessoal 
de mais alta qualificação técnica ou comercial das empresas 
modernas. 
WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 29. 
 
O livro A ética protestante e o “espírito” do capitalismo começa 
com a constatação de uma relação entre dois fenômenos. Que 
fenômenos são esses, expressos no texto acima? 
a) Confissão religiosa e estratificação social. 
b) Confissão religiosa e preferência sexual. 
c) Estratificação social e desenvolvimento social. 
d) Formação universitária e desenvolvimento econômico. 
e) Estatística e literatura. 
 
Questão 02 
O Manifesto do Partido Comunista, escrito por Marx e Engels no 
ponto de inflexão entre as reflexões de juventude e a obra de 
maturidade, sintetiza os resultados da concepção materialista da 
história alcançados pelos dois autores até 1848. A dinâmica do 
desenvolvimento histórico é então concebida como resultante do 
aprofundamento da tensão entre forças produtivas e relações de 
produção, que se expressaria através da luta política aberta. 
 
Com base na concepção materialista da história defendida por 
Marx e Engels no Manifesto, selecione a alternativa correta. 
a) A história das sociedades humanas até agora existentes tem 
sido o resultado do agravamento das contradições sociais que, 
uma vez maturadas, explode através da luta de classes. 
b) A história das sociedades humanas é o resultado dos desígnios 
da providência que atuam sobre a consciência dos homens e 
forjam os rumos do desenvolvimento social. 
c) A história das sociedades humanas é o resultado de 
acontecimentos fortuitos e casuais, independentes da vontade 
dos homens, que acabam moldando os rumos do 
desenvolvimento social. 
d) A história das sociedades humanas é o resultado inevitável do 
desenvolvimento tecnológico, que não só aumenta a 
produtividade do trabalho, como elimina o antagonismo entre as 
classes sociais. 
e) A história das sociedades humanas é o resultado da ação 
desempenhada pelos grandes personagens que, através de sua 
emulação moral, guiam as massas no sentido das transformações 
sociais pacíficas. 
 
Questão 03 
Na produção social que os homens realizam, eles entram em 
determinadas relações indispensáveis e independentes de sua 
vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio 
definido de desenvolvimento das suas forças materiais de 
produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura 
econômica da sociedade — fundamento real, sobre o qual se 
erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual 
correspondem determinadas formas de consciência social. 
MARX, K. “Prefácio à Crítica da economia política.” In: MARX, K.; 
ENGELS, F. Textos 3. São Paulo: Edições Sociais, 1977 
(adaptado). 
 
Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no 
sistema capitalista faz com que 
a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia. 
b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção 
material. 
c) a consolidaçãodas forças produtivas seja compatível com o 
progresso humano. 
d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao 
desenvolvimento econômico. 
e) a burguesia revolucione o processo social de formação da 
consciência de classe. 
 
Questão 04 
A sociologia desenvolvida por Max Weber é tradicionalmente 
conhecida como sociologia compreensiva. Assinale a alternativa 
correta a respeito da sociologia weberiana: 
a) Para Max Weber, os fatos sociais devem ser tratados como 
coisas. 
b) Para Weber, a ação compreensiva é a ação com sentido, 
sendo analisada mediante tipos puros ou ideais. 
c) Segundo Weber, a sociologia deve estar comprometida com a 
transformação social resultante da luta de classes. 
d) Weber está interessado em compreender o desenvolvimento 
do capitalismo moderno. Por isso ele desenvolve a noção de 
solidariedade orgânica e mecânica. 
e) Weber pouco se interessou pelo fenômeno da Religião. 
Segundo ele, a religião é o ópio do povo e, por isso, deve ser 
substituída pela razão como forma de compreender o mundo. 
 
Questão 05 
Leia o texto a seguir. 
 
Antigamente nem em sonho existia tantas pontes sobre os rios, 
nem asfalto nas estradas. Mas hoje em dia tudo é muito diferente 
com o progresso nossa gente nem sequer faz uma ideia. 
Tenho saudade de rever nas currutelas as mocinhas nas janelas 
acenando uma flor. Por tudo isso eu lamento e confesso que a 
marcha do progresso é a minha grande dor. Cada jamanta que eu 
vejo carregada transportando uma boiada me aperta o coração. E 
quando olho minha traia pendurada de tristeza dou risada pra não 
chorar de paixão. 
 
(Adaptado de: Nonô Basílio e Índio Vago. Mágoa de Boiadeiro.) 
 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 O texto aproxima-se sociologicamente da leitura teórica de 
a) Comte, que defende a necessidade de formas tradicionais de 
vida em detrimento da desilusão do progresso. 
b) Durkheim, que analisa o progresso como elemento 
desagregador da vida social ao provocar o enfraquecimento das 
instituições. 
c) Marx, que condena o desenvolvimento das forças produtivas 
por seus efeitos alienantes sobre o homem. 
d) Spencer, que tem uma leitura romântica da sociedade e vê o 
passado como mais rico culturalmente. 
e) Weber, para quem a modernização e a racionalização é 
acompanhada pelo desencantamento do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 (Uem 2017) 
“Não sois máquinas! Homens é que sois!” 
Trecho do último discurso de Charlie Chaplin no final do filme O 
grande ditador, 1940. 
www.culturabrasil.org/discurso_grande_ditador_chaplin.htm. 
 
A partir da afirmação acima e de conhecimentos em sociologia, 
assinale o que for correto: 
01) Em sociedades como a nossa, organizadas a partir de 
relações produtivas nas quais os trabalhadores detêm apenas sua 
força de trabalho e os empresários capitalistas são donos dos 
recursos produtivos, Karl Marx identificou um fenômeno chamado 
exploração de mais valia. 
02) Sociedades organizadas a partir de divisão social do trabalho, 
nas quais há especialização de atividades e funções, expressam 
um tipo de vínculo que Émile Durkheim chamou de solidariedade 
orgânica. 
04) Max Weber defendeu que as ações sociais nas sociedades 
industrializadas são predominantemente orientadas em relação a 
seus fins, fato que denominou racionalidade. 
08) O bordão “tempo é dinheiro”, cunhado por Benjamin Franklin, 
é recuperado por Émile Durkheim em seus trabalhos e se refere 
aos bons princípios de organização social da sociedade moderna. 
16) Segundo Émile Durkheim, o trabalho não pode ser um fato 
social enquanto a sociedade não alcançar o pleno emprego. 
 
 Questão 02 (Upe-ssa 1 2017) 
Observe a imagem a seguir: 
 
 
 
Percebe-se nela que a sociedade prevalece sobre as ações dos 
indivíduos, aprisionando-os. Dessa forma, o conteúdo da imagem 
representa um objeto de estudo da Sociologia, constituído 
historicamente como um conjunto de relações entre os homens na 
vida em sociedade. 
 
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 Sobre as características do objeto de estudo apresentado, é 
CORRETO afirmar que 
 
a) Karl Marx elaborou o que considerava a relação indivíduo-
sociedade como um conjunto de condições materiais manipuladas 
pelos indivíduos, objetivando organizar e manter as relações 
sociais de produção. 
b) a ação individual é o principal conceito desse objeto e só faz 
sentido na consciência de classe, possibilitando aos grupos mais 
ricos atuarem sobre os grupos mais pobres, aumentando a 
desigualdade social. 
c) as normas, os comportamentos e as regras são os aspectos 
fundantes do objeto em destaque. Seguidos pelos indivíduos, 
esses aspectos da vida social são construídos fora das 
consciências individuais para manter a sociedade coesa. 
d) a conduta dos indivíduos é valorizada, pois a ação individual 
tem mais importância que a imposição coercitiva das normas 
sociais. 
e) Max Weber criou o que denominou a “ação do indivíduo”, 
orientada pela ação de outros e estabelecida por uma relação 
significativa. 
 
Questão 03 
Analise a teoria marxista do materialismo dialético. 
 
Questão 04 
Desde o início da sociologia, no século XIX, se vem discutindo a 
respeito da religião: se tem ou não importância; qual seu papel; 
qual a sua função social; etc. Igualmente, desde então há 
diferentes teorias que visam melhor elucidá-la. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
 
a) Na visão de Marx e Engels, a religião, obra humana, é um bem, 
pois que alienaria os homens quanto à realidade na qual viveriam. 
b) Para Durkheim a religião é um fato social, o qual tem como 
função social aprimorar a solidariedade interna do grupo e 
prejudicar a própria coesão. 
c) Na compreensão de Weber o que importa na religião é esta 
servir à dinâmica social, deste modo não analisa a religião em 
busca da harmonia social. 
d) A religião, pode ser vista como um componente presente, ao 
longo da história, nas diferentes culturas e povos, criando e 
orientando sua visão de mundo. 
e) As concepções religiosas permitem a analise real e próxima do 
conhecimento puro sobre sua origem e suas relações sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 05 
Na visão de Max Weber, a função do sociólogo é compreender o 
sentido das chamadas ações sociais, e fazê-lo é encontrar os 
nexos causais que as determinam. Um dos clássicos da 
sociologia, autor dessa definição de ação social, que para ele 
constitui o objeto de estudo da sociologia, apontou a existência de 
quatro tipos de ação social. Quais são elas? 
a) Ação tradicional, ação afetiva, ação política com relação a 
valores, ação política com relação a fins. 
b) Racional, quando visa aos fins ou aos valores, afetiva, quando 
é determinada por afetos e estados sentimentais e tradicional, 
quando determinada por um costuma já estabelecido. 
c) Ação tradicional, ação emotiva, ação racional com relação a 
fins e ação política não esperada. 
d) Ação tradicional, ação afetiva, ação política com relação a 
valores e ação racional com relação a fins. 
e) Ação tradicional, ação afetiva, ação racional e ação 
carismática. 
 
 
 
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RESOLUÇÕES DAS QUESTÕES DE CASA 
 
Questão 01: 
Resolução: 
01 + 02 + 04 = 07. 
 
Questão 02: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa C 
 
Questão 03: 
Resolução: 
Para Marx, a sociedade existe a partir das relações materiais 
de produção, que são fundamentadasno trabalho humano. 
Resposta: Alternativa 
 
Questão 04: 
Resolução: . 
 
Resposta: Alternativa D 
 
Questão 05: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa B 
 
 
 
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CAPITAL E TRABALHO 
 
TRABALHO, ALIENAÇÃO E SOCIEDADE CAPITALISTA 
O fundamento da alienação, para Marx, encontra-se na 
atividade humana prática: o trabalho. Segundo ele, o fato 
econômico é “o estranhamento entre o trabalhador e sua 
produção” e seu resultado é o “trabalho alienado, cindido” que se 
torna independente do produtor, hostil a ele, estranho, poderoso e 
que, ademais, pertence a outro homem que o subjuga (subjugar = 
ter sob domínio, conquistar, vencer). 
Marx sublinha três aspectos da alienação: 
1) o trabalhador relaciona-se com o produto do seu trabalho 
como algo alheio a ele, que o domina e lhe é adverso (adverso = 
contrário, oposto, hostil), e relaciona-se da mesma forma com os 
objetos naturais do mundo externo; o trabalhador é alienado em 
relação às coisas; 
2) a atividade do trabalhador tampouco está sob seu 
domínio, ele a percebe como estranha a si próprio, assim como 
sua vida pessoal e sua energia física e intelectual, sentidas como 
atividades que não lhe pertencem; o trabalhador é alienado em 
relação a si mesmo; 
3) a vida genérica ou produtiva do ser humano torna-se 
apenas meio de vida para o trabalhador, ou seja, seu trabalho - 
que é sua atividade vital consciente e que o distingue dos animais 
- deixa de ser livre e passa a ser unicamente meio para que 
sobreviva. 
Portanto, “do mesmo modo como o operário se vê rebaixado 
no espiritual [intelectual] e no corporal à condição de máquina, 
fica reduzido de homem a uma atividade abstrata e a um 
estômago”. Isso por que: 
 
 Ele trabalha para viver. O operário nem sequer considera o 
trabalho como parte de sua vida, para ele é, antes, um sacrifício 
de sua vida. É uma mercadoria por ele transferida a um terceiro. 
Por isso o produto de sua atividade não é tampouco o objetivo 
dessa atividade. O que o trabalhador produz para si mesmo não é 
a seda que tece, nem o ouro que extrai da mina, nem o palácio 
que constrói. O que produz para si mesmo é o salário, e a seda, o 
ouro e o palácio reduzem-se para ele a uma determinada 
quantidade de meios de vida, talvez a um casaco de algodão, 
umas moedas de cobre e um quarto num porão. E o trabalhador 
que tece, fia, perfura, torneia, cava, quebra pedras, carrega etc. 
durante doze horas por dia - são essas doze horas de tecer, fiar, 
tornear, construir, cavar e quebrar pedras a manifestação de sua 
vida, de sua própria vida? Pelo contrário. Para ele a vida começa 
quando terminam essas atividades, à mesa de sua casa, no 
banco do bar, na cama. Às doze horas de trabalho não têm para 
ele sentido algum enquanto tecelagem, fiação, perfuração etc., 
mas somente como meio para ganhar o dinheiro que lhe permite 
sentar-se à mesa, ao banco no bar e deitar-se na cama. Se o 
bicho-da-seda fiasse para ganhar seu sustento como lagarta, 
seria o autêntico trabalhador assalariado. 
 Dito de outra maneira, o trabalhador e suas capacidades 
humanas só existem para o capital. Se ele não tem trabalho, não 
tem salário, não tem existência. Só existe quando se relaciona 
com o capital e, como este lhe é estranho (alheio) a vida do 
trabalhador é também estranha (alienada) para ele próprio. Diz 
Marx que o malandro, o sem-vergonha, o mendigo, o faminto, o 
miserável, o delinquente não existem para a economia política, 
são fantasmas fora de seu reino, já que ela somente leva em 
conta as necessidades do trabalhador cujo atendimento permite 
manter vivo a ele e a categoria dos trabalhadores. O salário serve 
para conservar o trabalhador como qualquer outro instrumento 
produtivo. Nas sociedades divida em classes não fazem parte das 
necessidades humanas a beleza, a paixão, a cultura e os demais 
seres humanos. Mas enquanto existir a propriedade privada dos 
meios de produção, as necessidades dos homens resumem-se ao 
dinheiro, e as novas necessidades criadas servirão para obrigá-
los a maiores sacrifícios e dependência. 
 Com a massa de objetos que cresce, portanto, o reino dos 
seres alheios aos qual o homem está submetido, e cada novo 
produto é uma nova potência do recíproco Engano e da recíproca 
exploração. O homem, enquanto homem faz-se mais pobre, 
Necessita mais do dinheiro para apoderar-se do ser inimigo. 
Resumindo, o operário não se reconhece no produto que 
criou, nem vê no trabalho qualquer finalidade que não seja a de 
garantir sua sobrevivência. A divisão capitalista do trabalho e 
mesmo a atividade profissional exercida atendem aos interesses 
particulares dos grupos dominantes e só eventualmente aos dos 
produtores. As decisões a respeito do quê, do quanto, de como, 
em que ritmo e por meio de quais métodos se produz escapam 
quase inteiramente da razão do produtor direto, “retiram do 
trabalho do proletário todo o caráter substantivo e fazem com que 
perca todo atrativo para ele. O produtor converte-se num simples 
apêndice da máquina e só se exigem dele as operações mais 
simples, mais monótonas e de mais fácil aprendizagem”. Sendo 
assim, ele é mais facilmente substituível por outro trabalhador, 
“especializado” em atos abstratos (que opera unicamente com 
noções: ciências abstratas, número abstrato) e com precária 
capacidade de negociar melhores condições de vida e trabalho. 
Desse modo, 
 Hoje em dia o custo do operário se reduz, mais ou menos, 
aos meios de subsistência indispensáveis para viver e perpetuar 
sua linhagem. Mas o preço do trabalho, como de toda mercadoria, 
é igual ao custo de sua produção. Portanto, quanto mais 
enfadonho é o trabalho, mais baixam os salários. (...) Quanto 
menos o trabalho exige habilidade e força, isto é, quanto maior é 
o desenvolvimento da indústria moderna, maior é a proporção em 
que o trabalho dos homens é suplantado pelo das mulheres e 
crianças. As diferenças de idade e sexo perdem toda significação 
social no que se refere à classe operária. Não há senão 
instrumentos de trabalho cujo custo varia segundo a idade e o 
sexo. 
 
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 Marx considera que o trabalhador não se sente feliz, mortifica 
seu corpo e arruína seu espírito no trabalho que é obrigado a 
fazer, que é externo a ele. E se não existisse coação (coação = 
obrigar, forçar, constranger), ele fugiria do trabalho como da 
peste... Ele só se sente de fato livre em suas funções animais e 
em suas funções humanas sente-se como um animal: “O animal 
se converte no humano, o humano no animal”. No sistema 
capitalista, a força de trabalho é regulada como qualquer 
mercadoria. Assim, “se a oferta é muito maior do que a 
demanda, uma parte dos operários mergulha na mendicância ou 
morre de inanição [desemprego]”. 
A quantificação (quantificação = ato ou efeito de determinar a 
quantidade de qualquer coisa) dos produtos do trabalho humano 
permite o cálculo de sua equivalência (equivalência = igualdade 
de valor). Troca-se certa quantidade de moeda por um saco de 
cimento. Mas essa relação parece ocorrer entre coisas. Embora 
seja “uma relação social determinada dos homens entre si (...) 
adquire para eles a forma fantástica de uma relação de coisas 
entre si”. Este é o que Marx chama de caráter fetichista da 
mercadoria, dado pela incapacidade dos produtores de perceber 
que, através da troca dos frutos de seus trabalhos no mercado, 
são eles próprios que estabelecem uma relação social (e não, 
como a primeira vista pode parecer, as mercadorias que eles 
produzem). 
Isso quer dizer que as relações sociais aparecemaos olhos 
dos homens encantadas (fetiche) sob a forma de valor (ou 
dinheiro), como se este fosse uma propriedade natural das coisas. 
Através da forma valor-dinheiro, o caráter social dos trabalhos 
privados e as relações sociais entre os produtores se obscurecem 
(ou seja, não percebemos que por detrás de um preço existe uma 
produção social, isto é, homens, mulheres e, até mesmo crianças, 
sendo exploradas para produzir aquela mercadoria que depois 
aparecerá nas “bonitas” vitrines de lojas com uma marca, etiqueta 
e um preço). É como se um véu nublasse a percepção da vida 
social materializada na forma dos objetos, dos produtos do 
trabalho e de seu valor. 
Para Marx o propósito último da crítica-prática (de sua teoria 
e de sua ação) é mostrar o caminho da humanização, a fim de 
que os homens possam assumir a direção da produção, 
orientando-a segundo sua vontade consciente e suas 
necessidades e, não, de acordo com um poder “externo” (no caso 
do capitalismo a burguesia) que regule a produção. A extinção 
das diversas formas de alienação exige que “as condições de 
trabalho e da vida prática apresentem ao homem [como] relações 
transparentes e racionais com seus semelhantes e com a 
natureza”, reclama, então, uma sociedade onde o conflito entre 
homem e natureza e entre homem e homem se resolva: a 
sociedade comunista 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 (Enem 2014) 
Mas plantar pra dividir 
Não faço mais isso, não. 
Eu sou um pobre caboclo, 
Ganho a vida na enxada. 
O que eu colho é dividido 
Com quem não planta nada. 
Se assim continuar 
vou deixar o meu sertão, 
mesmo os olhos cheios d‘água 
e com dor no coração. 
Vou pró Rio carregar massas 
pros pedreiros em construção. 
Deus até está ajudando: 
está chovendo no sertão! 
Mas plantar pra dividir, 
Não faço mais isso, não. 
 
VALE, J; AQUINO, J. B. Sina de caboclo. São Paulo: Polygram, 
1994 (fragmento). 
 
No trecho da canção, composta na década de 1960, retrata-se a 
insatisfação do trabalhador rural com 
 
a) a distribuição desigual da produção. 
b) os financiamentos feitos ao produtor rural. 
c) a ausência de escolas técnicas no campo. 
d) os empecilhos advindos das secas prolongadas. 
e) a precariedade de insumos no trabalho do campo. 
 
Questão 02 (Enem PPL 2012) 
Uma gigante empresa taiwanesa do setor de tecnologia vai 
substituir parte de seus funcionários por um milhão de robôs em 
até três anos, segundo a agência de notícias chinesa. O objetivo é 
cortar despesas. Os robôs serão usados para fazer trabalho 
simples e de rotina, como limpeza, soldagem e montagem, 
atividades que atualmente são feitas por funcionários. A empresa 
já tem 10 mil robôs e o número deve chegar a 300 mil em 2012 e 
a um milhão em três anos. 
 
“Fabricante do Ipad vai trocar trabalhadores por um milhão de 
robôs em três anos”. Disponível em: http://noticias.r7.com. Acesso 
em: 21 ago. 2011. (adaptado) 
 
 
Em relação aos efeitos da decisão da empresa, uma divergência 
entre o empresário e os funcionários, no exemplo citado, 
encontra-se nos respectivos argumentos: 
 
a) Aumento da eficiência – Perda dos postos de trabalho. 
b) Reforço da produtividade – Ampliação das negociações. 
c) Diminuição dos custos – Redução da competitividade. 
d) Inovação dos investimentos – Flexibilização da produção. 
e) Racionalização do trabalho – Modernização das atividades. 
 
 
 
 
Questão 03 (Enem 2011) 
Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da 
assalariação do trabalho e socialização da produção, que foi 
característica predominante na era industrial. A nova organização 
social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à 
administração descentralizadora, ao trabalho individualizante e 
aos mercados personalizados. As novas tecnologias da 
informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das 
tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de 
comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os 
andares de um mesmo edifício. 
 
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 
2006 (adaptado). 
 
No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças 
constantes nas ferramentas de comunicação que afetam os 
processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais 
mudanças têm provocado 
 
a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de 
montagem sob influência dos modelos orientais de gestão. 
b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga 
escala para o problema do desemprego crônico. 
c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas 
às demandas por inovação e com vistas à mobilidade dos 
investimentos. 
d) a autonomização crescente das máquinas e computadores em 
substituição ao trabalho dos especialistas técnicos e gestores. 
e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, 
executivos e clientes com a garantia de harmonização das 
relações de trabalho. 
 
Questão 04 (Enem 2010) 
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos 
mantêm na miséria? 
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos 
tiranos vestem? 
Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses 
parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem 
vosso sangue? 
 
SHELLEY. “Os homens da Inglaterra’. Apud HUBERMAN, L. In: 
História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 
 
A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico 
Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições 
socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante 
a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada 
 
a) na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza 
dos patrões. 
b) no salário dos operários, que era proporcional aos seus 
esforços nas indústrias. 
c) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo 
proletariado. 
d) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. 
e) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a 
produziam. 
 
 
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 Questão 05 (Enem 2011) 
A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de 
efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e sua organização. 
O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho 
necessário que se traduz na economia líquida do tempo de 
trabalho, uma vez que, com a presença da automação 
microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos 
operários e uma mudança na organização dos processos de 
trabalho. 
 
Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales.Universidad 
de Barcelona. Nº 170(9), 1 ago. 2004. 
 
A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras 
alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são 
observadas em um modelo de produção caracterizado 
a) pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver 
produtos autênticos e personalizados. 
b) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no 
setor industrial. 
c) pela participação ativa das empresas e dos próprios 
trabalhadores no processo de qualificação laboral. 
d) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores 
especializados em funções repetitivas. 
e) pela manutenção de estoques de larga escala em função da 
alta produtividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 
O operário representado por Charles Chaplin na obra 
cinematográfica Tempos Modernos, critica o modelo de produção 
do início do século XX, nos Estados Unidos da América, que se 
espalhou por diversos países e setores da economia e teve como 
resultado 
a) a subordinação do trabalhador àmáquina, levando o homem a 
desenvolver um trabalho repetitivo. 
b) a ampliação da capacidade criativa e da polivalência funcional 
para cada homem em seu posto de trabalho. 
c) a organização do trabalho, que possibilitou ao trabalhador o 
controle sobre a mecanização do processo de produção. 
d) o rápido declínio do absenteísmo, o grande aumento da 
produção conjugado com a diminuição das áreas de estoque. 
e) as novas técnicas de produção, que provocaram ganhos de 
produtividade, repassados aos trabalhadores como forma de 
eliminar as greves. 
 
Questão 02 
 
 
Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A 
possibilidade de uma crise de superprodução é distinta entre eles 
em função do seguinte fator: 
 
a) Origem da matéria-prima. 
b) Qualificação da mão de obra. 
c) Velocidade de processamento. 
d) Necessidade de armazenamento. 
e) Amplitude do mercado consumidor. 
 
Questão 03 
Ao longo da história da humanidade, variando com o nível cultural 
e com o estágio evolutivo de cada sociedade, o trabalho tem sido 
percebido de forma diferenciada. Como lembra Peter Drucker, o 
trabalho é tão antigo quanto o ser humano. 
 
Sobre o trabalho ao longo da história humana podemos afirmar 
que: 
a) O trabalho não é mais do que um instrumento criador de 
riqueza, pois o homem possui seu valor intrínseco, por isso o 
trabalho não faz parte da essência do ser humano. 
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 b) O trabalho não está relacionado à personalidade do homem, 
pois a profissão que exerce não determina quem você é e nem 
seus hábitos e relacionamentos. 
c) No começo dos tempos, o trabalho era a luta constante para 
sobreviver, a necessidade de comer de se abrigar, etc. 
d) O avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas 
trouxe progressos ao trabalho, levando o homem a acomodação e 
fazendo o trabalho perder importância. 
e) A Revolução Industrial afetou só o valor e as formas de 
trabalho, sem interferir em sua organização e nem na instituição 
de políticas sociais. 
 
Questão 04 
“Tá vendo aquele edifício, moço, ajudei a levantar. Foi um 
tempo de aflição, eram quatro condução, duas pra ir, duas 
pra voltar. Hoje depois dele pronto, olho pra cima e fico tonto, 
mas chega um cidadão e me diz desconfiado: tu tá aí 
admirado, ou tá querendo roubar. Meu domingo tá perdido, 
vou pra casa entristecido, dá vontade de beber e pra 
aumentar o meu tédio, eu nem posso olhar pro prédio, que eu 
ajudei a fazer. Tá vendo aquele colégio, moço, eu também 
trabalhei lá. Lá eu quase me arrebento, pus massa, fiz 
cimento, ajudei a rebocar. Minha filha, inocente, vem pra mim 
toda contente: Pai quero estudar. Mas me diz um cidadão: 
criança de pé no chão aqui não pode estudar. Esta dor doeu 
mais forte. Por que eu deixei o Norte, eu me pus a me dizer. 
Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava, tinha 
direito de comer. Tá vendo aquela Igreja, moço, onde o padre 
diz amém. Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo, lá 
eu trabalhei também. Lá sim, valeu a pena, tem quermesse, 
tem novena, e o padre me deixa entrar. Foi lá que Cristo me 
disse: rapaz, deixe de tolice, não se deixe amedrontar. Fui eu 
que criei a terra, enchi os rios, fiz a serra, não deixei nada 
faltar. Hoje o homem criou asas, e na maioria das casas, eu 
também não posso entrar”. 
(Música “Cidadão”, escrita por Zé Geraldo em 1981.) 
 
- Tomando o texto como referência e analisando a questão do 
conceito de “Mais-Valia” para Karl Marx, é válido afirmar que: 
a) Mais-Valia seria a diferença entre o valor da força de trabalho e 
o valor do produto do trabalho, sem a qual não existiria o 
capitalismo 
b) A Mais-Valia não foi tematizada por Karl Marx, sendo ela era 
própria do período medieval, quando as pessoas viviam nos 
feudos medievais. 
c) Por Mais-valia é possível entender como o lucro que o burguês 
tem no final do mês, diferença justa entre receitas e despesas. 
d) O conceito de Mais-Valia depende da administração do 
proletário, que administra as rendas obtidas através da 
exploração do burguês. 
e) É incoerente atribuir a Karl Marx a expressão Mais-Valia, sendo 
que os marxistas que, equivocadamente, atribuem a Marx o 
termo. 
 
Questão 05 
 
 
Assinale a alternativa que não corresponde a uma interpretação 
sociológica possível da tirinha acima. 
a) O negócio motivacional assume uma função ideológica. 
b) O líder é um proletário. 
c) O chefe da empresa é um proletário. 
d) O dono da empresa e o chefe são a mesma pessoa. 
e) O dono da empresa é quem se apropria da produção dos 
trabalhadores. 
 
Questão 06 
Segundo Karl Marx, a revolução Industrial solidificou e criou as 
reais condições de acumulo de capital para o sistema capitalista. 
Discorra sobre a relação de acumulo de capital e o processo da 
revolução industrial. 
 
 
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CURSO ANUAL DE SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 
RESOLUÇÕES DAS QUESTÕES DE CASA 
 
Questão 01: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa A 
 
Questão 02: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa D 
 
Questão 03: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa C 
 
Questão 04: 
Resolução: 
 
Resposta: Alternativa A 
 
Questão 05: 
Resolução: 
 
 
Resposta: Alternativa D 
 
Questão 06: 
Resolução: 
Revolução Industrial instaurou um novo modelo de produção que 
acentuou ainda mais as desigualdades, promovendo grandes 
riquezas para alguns poucos à custa do trabalho degradante de 
muitos. O caso inglês é paradigmático por ser o primeiro país 
onde ocorreu tal revolução do modo de produção, que ocasionou 
o fechamento dos campos – utilizados até então pelos 
camponeses – para a produção de insumos a serem utilizados na 
produção industrial. Isso fez com que muitos trabalhadores rurais 
tivessem que migrar para as cidades em busca de emprego nas 
fábricas, gerando uma massa de trabalhadores que ajudava a 
pressionar o valor dos salários para baixo. Não por acaso, uma 
das mais aguçadas análises sociológicas deste modelo de 
produção, qual seja, o capitalismo industrial, se dá na Inglaterra 
do século XIX, com base nos trabalhos de Friedrich Engels (ele 
próprio filho de industrial) e de Karl Marx. Nestes estudos já está 
presente a denúncia da exploração, ela própria inerente à lógica 
capitalista, que tira da força de trabalho vendida pelo operário a 
fonte da mais-valia, que é a base do lucro para o dono do capital. 
 
Resposta: Alternativa 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA 
Prof. Márcio Michiles 
DESIGUALDADES E ESTRATIFICAÇAO SOCIAL 
 
INTRODUÇÃO 
Segundo o dicionário de sociologia de Allan G. Johnson, 
estratificação “é o processo social através do qual vantagens e 
recursos tais como riqueza, poder e prestígio são distribuídos 
sistemática e desigualmente entre as sociedades”. Portanto, 
estratificação é uma forma de analisar as diferenças entre os 
grupos e indivíduos. As principais formas de desigualdade são: 
econômica, racial, de gênero e regional. A mobilidade social é 
ação de mudar de um estrato para o outro. 
Neste sentido, estratificação é também uma forma de classificar 
as pessoas em categorias como classe, gênero e raça. De forma 
geral, há três tipos básicos de estratificação social: a) Casta; b) 
Estamento e c) classe social. A casta são formas de 
posicionamento social baseado em rígidas regras endossadas 
pela cosmologia (cultural e religiosa) de que determinados grupos 
e pessoas só podem exercer determinadas funções, cujo status é 
definido de forma hereditária. A exemplo disso temos a Índia 
antes da colonização (embora tal estrutura tenhaperdurado por 
muito tempo). Já os estamentos são também rígidos, porém 
são definidos para além da religião e hereditariedade, sendo as 
relações construídas por meio da honra, havendo também pouca 
mobilidade social (embora mais que no sistema de castas). Um 
bom exemplo disso foi a Europa feudal. A classe social é um tipo 
específico de estratificação que se tornou dominante com o 
advento da Modernidade, cuja classificação dos indivíduos se 
baseia, sobretudo, nas riquezas materiais e posses, 
especialmente dos meios de produção. Neste sistema o principal 
critério é o econômico. A raça e gênero ainda que levados em 
consideração têm menor grau de relevância. Em relação às 
demais formas de estratificação, as castas é o que possui maior 
mobilidade social e também maior desigualdade. 
Além disso, vale ressaltar que não há apenas um tipo de 
desigualdade, portanto o que há são desigualdades. Existem, 
inclusive, desigualdades que são biológicas e inerentes ao próprio 
indivíduo. As desigualdades que são objeto da sociologia são 
aquelas cujas construções são oriundas de relações e processos 
sociais. As desigualdades sociais podem ser econômica, racial, 
de gênero e regional 
 
A estratificação social foi tema de diversas pesquisas do saudoso 
 Octavio Ianni. O sociólogo uspiano dedicou-se à compreensão 
das diferenças sociais e das injustiças a elas associadas, tendo 
por objeto criar condições compreensivas que favorecem o 
desenvolvimento de meios de superá-las. 
No início da década de 1970 Ianni foi convidado pela Companhia 
Editorial Nacional para organizar a obra “Teorias de Estratificação 
Social”, na qual dedicou-se a selecionar os melhores textos que 
tratavam do tema, tendo reunido textos clássicos e 
contemporâneos (dentre eles artigos de Mills, Durhkeim, Marx e 
Engels, Weber, Toennies, Sombart e Lukács). De acordo com ele, 
a “intenção foi apresentar textos que suscitassem reflexões e 
temas para pesquisa” (IANNI, 1973, p. 9). 
A obra foi publicada em 1973, sendo composta de 19 artigos, 
agrupados em 4 capítulos (Mudanças Estruturais, Castas, 
Estamentos e Classes). No início de cada capítulo escreveu 
breves introduções, as quais nos apontam elementos riquíssimos 
para uma compreensão introdutória da temática geral do obra: 
estratificação social. A seguir destacamos parte dessas 
contribuições. 
Em se tratando de estratificação social, Octavio Ianni afirma que 
para uma melhor compreensão é necessário entender as 
estruturas econômicas e políticas da sociedade analisada, uma 
vez que para ele, 
 
“A maneira pela qual se estratifica uma sociedade 
depende da maneira pela qual os homens se 
reproduzem socialmente. E a maneira pela qual os 
homens se reproduzem socialmente está 
diretamente ligada ao modo pelo qual eles 
organizam a produção econômica e o pode 
político” (IANNI, 1973, p.11). 
 
Nesse sentido, os três tipos clássicos de estratificações sociais 
(castas, estamentos e classes) estão ligados a essas duas 
estruturas de poder (econômico e político); ainda que elementos 
culturais também são importantes estruturadores da sociedade e, 
consequentemente, classificadores. Desta forma, não pode 
escapar ao cientista social uma interpretação desses dois 
elementos. Em suas palavras, “[…] não se pode compreender o 
processo de estratificação social enquanto não se examina a 
maneira pela qual se organizam as estruturas de apropriação 
(econômica) e dominação (política)” (IANNI, 1973, p. 11). 
Para Ianni, a principal diferença entre os tipos clássicos de 
estratificação está na abertura ou rigidez das estruturas sociais 
para a possibilidades dos indivíduos migrar de um estrato para 
outro. “Na medida em que as estruturas de apropriação e 
dominação são mais ou menos abertas (ou rígidas) as condições 
e possibilidades de classificação e mobilidade social serão mais 
ou menos abertas (ou rígidas)” (IANNI, 1973, p. 11). 
Nesse sentido, o que caracterizaria as classes sociais seria as 
estruturas sociais próprias do Capitalismo que se apresentam 
abertas, possibilitando ao indivíduos a migração entre as classes 
ao longo de sua vida (podendo acender, quando descender no 
estrato social). 
No caso das Castas, as estruturas econômicas e políticas se 
apresentam em decorrência das condições religiosas, raciais, 
hereditárias e ocupacional e essas categorias parecem 
predominar no pensamento coletivo e influenciar fortemente as 
ações das pessoas. Como tais categorias são tradicionais e 
pouco mutáveis, os indivíduos acabem não tendo condições de 
migrar estrato social (de casta). 
http://www.cafecomsociologia.com/2010/07/estratificacao-social-parte-1.html
http://www.cafecomsociologia.com/2013/01/conceito-e-tipos-de-mobilidade-social.html
http://www.cafecomsociologia.com/2013/04/conceitos-sociologicos-em-expressoes.html
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CURSO ANUAL DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA – (Prof. Márcio Michiles) 
 Em se tratando das sociedades estamentais, é indispensável a 
compreensão do modo pelo qual as categorias tradição, linhagem, 
vassalagem, honra e cavalheirismo estão presentes no 
pensamento e na ação das pessoas, pois é a partir delas que se 
organiza a sociedade em estratos social. Os estamentos são 
característicos de sociedade feudais. 
Assim, “[…] as diversas configurações histórico-estruturais 
mencionadas correspondem a distintas modalidades de 
organização das condições de reprodução social […]” (IANNI, 
1973, p. 13). Para compreendermos a estratificações no interior 
de cada sociedade é importante considerar as formas de 
“cristalização” da divisão social do trabalho no âmbito de toda 
estrutura social e em sues diversos setores produtivos, de 
organização política, religiosa e intelectual. Em síntese, “a divisão 
social do trabalho é um processo condicionado pelo modo de 
produção (asiático, escravocrata, feudal e capitalista)[…] Isto é, as 
contradições estruturais inerentes às relações e hierarquias de 
castas (e subcastas), estamentos e classes sociais exprimem a 
maneira pela qual se distribui o produto (econômico) e o poder 
(político), no conjunto da sociedade, bem como em seus 
seguimentos” (IANNI, 1973, p. 13-14). 
 
Quadro 1 – Estratos Sociais. 
 
Fonte: elaboração própria com base em Ianni (1973). 
Referência 
IANNI, Octavio. Teoria de estratificação social: leitura de 
sociologia. São Paulo: Editora Nacional, 1973. 
…. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
Questão 01 
Leia o texto e analise a figura a seguir. 
 
Em 1991, a renda média das brasileiras correspondia a 63% do 
rendimento masculino. Em 2000, chegou a 71%. As conquistas 
comprovam dedicação, mas também necessidade. As pesquisas 
revelam que quase 30% delas apresentam em seus currículos 
mais de dez anos de escolaridade, contra 20% dos profissionais 
masculinos. 
PROBST, Elisiana Renata. “A evolução da mulher no mercado de 
trabalho”. Revista do Instituto Catarinense de Pós Graduação. 
Disponível em: <www.icpg.com.br>. Acesso em: 4 abr. 2014 
 
 
 
Tendo em vista o texto e o implícito no discurso iconográfico, 
percebe-se 
a) as diferenças na valorização da força de trabalho entre os 
gêneros e a ampliação das demandas das mulheres na luta pelo 
reconhecimento social. 
b) a queda da taxa de fecundidade, elevando a renda feminina, e 
os tabus da adequação a padrões de beleza vigentes. 
c) a alteração do perfil das trabalhadoras que se tornam mais 
velhas, casadas e mães e a participação das mulheres no 
movimento feminista. 
d) a classificação do trabalho doméstico contabilizadocomo 
atividade econômica e a continuidade de modelos familiares 
tradicionais. 
e) as diferenças da jornada de trabalho entre os gêneros e a 
influência da mídia estabelecendo um padrão de corpo feminino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 02 
Leia o texto a seguir. 
 
O espaço urbano é simultaneamente fragmentado e articulado: 
cada uma de suas partes mantém relações espaciais com as 
demais, ainda que de intensidade muito variável. 
(CORRÊA, R. L. O Espaço Urbano. 4.ed. São Paulo: Ática, 2004. p.7. 
Série Princípios.) 
 
De acordo com Corrêa, os agentes que fazem e refazem a cidade 
são os seguintes: os proprietários dos meios de produção, 
sobretudo os grandes industriais, os proprietários fundiários, os 
promotores imobiliários, o Estado e os grupos sociais excluídos. 
 
Com base nos conhecimentos sobre as dinâmicas desses 
agentes, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. O Estado Capitalista atua de forma complexa e variável tanto no 
tempo como no espaço, refletindo a dinâmica da sociedade da 
qual é parte constituinte. 
II. O que define a renda pré-capitalista da terra é a renda em 
trabalho promovida pela ocupação dos espaços da periferia 
urbana pelos grupos sociais excluídos. 
III. Os promotores imobiliários atuam para prevenir a segregação 
residencial que ocorre nas cidades, promovendo a função 
social da terra. 
IV. Os grandes proprietários industriais e as empresas comerciais 
atuam sobre o espaço, transformando-o em mercadoria. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
Questão 03 
Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe 
média europeia não está acostumada com a moleza. Toda 
pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a 
esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu 
próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. 
SETTI, A. Disponível em: http://colunas.revistaepoca.globo.com. 
Acesso em: 21 maio 2013 (fragmento). 
 
A diferença entre os costumes assinalados no texto e os da 
classe média brasileira é consequência da ocorrência no Brasil de 
a) automação do trabalho nas fábricas, relacionada à expansão 
tecnológica. 
b) ampliação da oferta de empregos, vinculada à concessão de 
direitos sociais. 
c) abertura do mercado nacional, associada à modernização 
conservadora. 
d) oferta de mão de obra barata, conjugada à herança patriarcal. 
e) consolidação da estabilidade econômica, ligada à 
industrialização acelerada. 
 
 
 
 
 
 
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 Questão 04 
 
 
O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e 
recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. 
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua 
arte para 
a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. 
b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. 
c) provocar a reflexão sobre essa realidade. 
d) propor alternativas para solucionar esse problema. 
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do 
mundo. 
 
Questão 05 
Sobre as relações entre diferenças e desigualdades sociais, 
assinale o que for correto. 
01) A distribuição desigual do trabalho doméstico se dá em 
decorrência das diferenças naturais existentes entre homens e 
mulheres. As mulheres têm mais habilidades emocionais e 
psicológicas no trato de crianças e nos cuidados com a casa, 
enquanto os homens são biologicamente mais bem preparados 
para enfrentar a vida pública e as disputas políticas. 
02) A desigualdade social é um tema clássico das Ciências 
Sociais. No âmbito deste tema se investigam as relações sociais 
assimétricas existentes entre diferentes indivíduos e grupos em 
uma sociedade. 
04) A simples existência de diferenças entre grupos resulta em 
relações de desigualdade de condições e oportunidades. Pessoas 
de diferentes grupos religiosos ou diferentes origens étnicas 
tendem a se considerar superiores ou inferiores a outras. 
08) A concepção de igualdade que estrutura nosso mundo social 
contemporâneo tem origem histórica no pensamento filosófico 
iluminista e se constitui num dos princípios fundamentais das 
nossas instituições jurídicas e políticas. 
16) O princípio da igualdade de oportunidades e condições orienta 
a maioria das políticas públicas tanto na redução das 
desigualdades sociais, tais como as políticas de combate à fome 
e à mortalidade infantil, quanto na defesa e garantia de direitos, 
tais como o combate à violência contra as mulheres e a 
expressão pública e civil da população LGBT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 
Analise a tabela a seguir: 
 
 
Os dados sobre a pobreza e a indigência segundo a cor ilustram 
os argumentos dos estudos 
 
a) de Gilberto Freyre sobre a natural integração dos negros na 
sociedade brasileira, que desenvolveu a democracia racial. 
b) de Caio Prado Junior sobre a formação igualitária da sociedade 
brasileira, que desenvolveu o liberalismo racial. 
c) de Sérgio Buarque de Holanda sobre a cordialidade entre as 
raças que formam a nação brasileira: os negros, os índios e os 
brancos. 
d) de Euclides da Cunha sobre a passividade do povo brasileiro, 
ordeiro e disciplinado, que desenvolveu a igualdade de 
oportunidades para todas as raças. 
e) de Florestan Fernandes sobre a não integração dos negros no 
mercado de trabalho cem anos após a abolição da escravidão. 
 
Questão 02 
Considere os seguintes dados da Retrospectiva da Pesquisa 
Mensal de Emprego do IBGE, referente ao período de 2003 a 
2013: 
 
A taxa de desocupação de 2013 (média de janeiro a dezembro) 
foi estimada em 5,4%. Esta taxa era de 12,4% em 2003. [...] 
A pesquisa apontou disparidade entre os rendimentos de homens 
e mulheres e, também, entre brancos e pretos ou pardos. Em 
2013, em média, as mulheres ganhavam em torno de 73,6% do 
rendimento recebido pelos homens. A menor proporção foi a 
registrada em 2003, 70,8%. O rendimento dos trabalhadores de 
cor preta ou parda, entre 2003 e 2013, teve um acréscimo de 
51,4%, enquanto o rendimento dos trabalhadores de cor branca 
cresceu 27,8%. A pesquisa registrou, também, que os 
trabalhadores de cor preta ou parda ganhavam, em média, em 
2013, pouco mais da metade (57,4%) do rendimento recebido 
pelos trabalhadores de cor branca. [...] Destaca-se que, em 2003, 
não chegava à metade (48,4%). 
 
(BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
Retrospectiva da Pesquisa Mensal de Emprego 2003 a 2013. 
Disponível em: 
<Http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoeren
dimento/pme_nova/retrospectiva2003_2013.pdf>. Acesso em: 20 
ago. 2016. Texto adaptado). 
 
Escreva um texto apontando as conclusões a que se pode chegar 
com a interpretação dos dados apresentados. 
 
 
Questão 03 
Comunista, consideram que “a nossa época, a época da 
burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de 
classes. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos 
campos opostos, em duas grandes classes diametralmente 
opostas: a burguesia e o proletariado.” 
 
Em vista disso, assinale a alternativa que define corretamente a 
burguesia e o proletariado. 
a) Os burgueses utilizam o trabalho escravo para a produção, e o 
proletariado é desprovido de liberdade para vender sua força de 
trabalho. 
b) Os burgueses são proprietários que utilizam da manufatura do 
proletariado para a produção de mercadorias, e o proletariado

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