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Componentes da Banca Examinadora Profa. Ora. MARIA CECÍLIA MILUZZI YAMADA Prof. Dr. TADACHI TAMAKI Prof. Dr. GLAUCO FIORANELLI VIEIRA Prof. Dr. KRUNISLAVE ANTONIO NÓBILO Prof. Dr. JOSÉ EDUARDO JUNHO DE ARAUJO Aprovado com nota 10,0 (dez) e menção: Distinção e Louvor. Notas 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 .A: 1J5 _;.. li\ [,Jb 1l " Catalogação-na-Publicação Serviço de Documentação Odontológica FacuJdade de Odontologia da Universidade de São Paulo Maekawa, Marcos Yasunóri Estudo da posição do modelo de traballio, segundo os planos : sagital, frontal e horizontal montado com arco facial pela técnica funcional em articulador totalmente ajustável I Marcos Yasunóri Maekawa; orientadora Maria Cecília Miluzzi Yamada. -- São Paulo, 1996. 44p.: tabs. Tese (Doutorado- Curso de Pós Graduação em Odontologia. Área de Concentra- ção : Prótese Dentária) -- Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. I. Articuladores dentários 2. Modelo de trabalho funcional : Prótese dentária CDD 6!7.69 BLACKD37 D32 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA .aJ~~ ,- ?:·:;_-t'-'f ~~~u ~~J f, .. •. ~~ U .GJt jot f 21 ESTUDO DA POSIÇÃO DO MODELO DE TRABALHO, SEGUNDO OS PLANOS: SAGITAL, FRONTAL E HORIZONTAL MONTADO COM ARCO FACIAL PELA TÉCNICA FUNCIONAL EM ARTICULADOR TOTALMENTE AJUSTÁVEL MARCOSYASUNÓRIMAEKAWA TESE apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, para concorrer ao Titulo de DOUTOR, pelo Curso de Pós-Graduação em Odontologia. Área de Concentração em Prótese Dentária Orientadora: Pro'ª- Drª MARIA CECILIA MILUZZI YAMADA São Paulo 1996 A memória de meu pai, à minha mãe, aos meus irmãos, obrigado. A Iracema, minha esposa, Marcos, Caria e Lilian, queridos filhos, a nossa razão de luta dedico esta Tese. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Edmir Matson, Diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo pela excelente administração. Ao Prof. Dr. Tetsuo Saito, Coordenador do Curso de Pós- Graduação em Odontologia, na Área de Concentração em Prótese Dentária, pela organização e nlvel do curso. Ao Prof. Dr. Ney Soares de Araújo, Coordenador do Curso de Pós-Graduação, pela dedicação ao ensino. Aos Membros da Comissão de Pós-Graduação, pela qualidade e organização. As Prof'!'!. D,... Zlata Victorovna Hvanov, Nely Tamaki Solz, ao Prof. Dr. Roberto Nobuaki Yamada, pela amizade e carinho. Aos colegas do Curso de Pós-Graduação, em especial aos amigos Celso Shin-lte Tanaka, Atlas Edson Moleros Nakamae, José Carlos Ferreira de Souza, Eduardo Shigueyuki Uemura, Paula Beatriz N. de Brito, pelo agradável convívio. Aos colegas e funcionários da Prótese Dentária da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (UNESP) e da Faculdade de Odontologia de Mogi das Cruzes (U.M.C.), que direta ou indiretamente auxiliaram na execução deste trabalho. A Diretoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade de Mogi das Cruzes, pela ajuda de custo oferecida através do P.A.Q.D. Aos funcionários da Disciplina de Prótese Total da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, em especial à Srta. Regina de Carvalho Tognasoli pela atenção e dedicação na parte de digitação deste trabalho. As secretárias do Curso de Pós-Graduação, Senhoras Cátia Tiezzi dos Santos e Nair Tanaka, pela atenção e eficiência. Ao Prof. Dr. Ruy Fonseca Brunetti e Henrique Cerveira Neto pela confiança a mim depositada. Ao Prof. Adjunto José Eduardo Junho de Araújo do Departamento de Materiais e Prótese Dentária, atualmente ocupando o cargo de Diretor da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (UNESP), pelo incentivo. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A Prof" Associada Maria Cecilia Miluzzi Yamada da Disciplina de Prótese Total, nossa orientadora, pela atenção e carinho, como sempre, procurou ajudar na execução deste trabalho. Ao Prof. Catedrático Tadachi Tamaki, incansável pesquisador, pela sugestão e acompanhamento durante a execução deste trabalho, pela compreensão e dedicação, não medindo esforços. A Prof'! Dr< Sunao Taga Tamaki, Prof'! Titular da Disciplina de Prótese Total e Chefe do Departamento de Prótese Dentária da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, os meus agradecimentos. Ao Prof. Dr. João Vieira de Moraes, Chefe do Departamento de Materiais e Prótese Dentária da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (UNESP), a minha gratidão. Ao Prof. Associado Hamilton Navarro, do Departamento de Prótese Dentária da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo e Titular do Departamento de Prótese Dentária da Universidade de Mogi das Cruzes, pela sua conduta, obrigado. SUMÁRIO p. RESUMO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 01 2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................ 05 3. PROPOSIÇÃO ..................................................................................... 16 4. MATERIAL E MÉTODO ....................................................................... 17 4.1 Materiais de consumo, instrumentais e aparelhos ............................. 17 4.2 Método ............................................................................................... 20 5. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................ 30 6. CONCLUSOES .................................................................................... 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 40 SUMMARY LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Planos de orientação fixados no arco facial ................................... 23 Figura 2 - Modelos montados no articulador T. T ............................................. 25 Figura 3 - Pontos de referência no modelo ..................................................... 26 Figura 4 - Pontos de referência para mensurações com planos de cera ........ 27 Figura 5 - Mensurações da inclinação ântero-posterior do plano eclusa! com paquimetro ....................................................................................................... 28 Figura 6 - Pontos de referência com desvio na região posterior do modelo .... 29 LISTA DE TABELAS Tabela 5.1 -Dados obtidos dos 40 pacientes pesquisados (nº 1 a 20) .......... 31 e (nº 21 a 40) .................................................................................................... 32 Tabela 5.2 - Paralelismo entre eixo bi-condilar, bi-pupilar e bi-comissural dos 40 pacientes ............................................................................................. 33 Tabela 5.3 - Inclinação do modelo superior no sentido ântero posterior, lado esquerdo, média dos 40 pacientes ................................................................... 33 Tabela 5.4- Inclinação do modelo superior no sentido ãntero-posterior, lado direito, média dos 40 pacientes ....................................................................... 34 Tabela 5.5 - Plano oclusal posterior em relação ao plano de referência anatômico estudado em 40 pacientes ............................................................. 35 Tabela 5.6 - Posição do modelo superior no articulador montado com arco- facial, estudado em 40 pacientes tendo como referência a linha mediana ..... 36 Tabela 5.7- Tipo de oclusão encontrados em 40 pacientes atendidos .......... 37 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Coinc. coincidente D direito O .V. O. Dimensão Vertical de Oclusão D.V.R. Dimensão Vertical de Repouso E esquerdo E.F.P. Espaço Funcional de Pronúncia Nº número O.C. Oclusão Central Pac. paciente R.C. Relação Central mm mil i metro ETR Eixo Terminal de Rotação LISTA DE SÍMBOLOS (') grau + positivo negativo = igual * diferente o grau zero ou paralelo .... relação central nalinha mediana li paralelo RESUMO Neste trabalho, o autor procurou verificar, a posição do modelo superior montado no articulador, com arco facial utilizando-se da técnica funcional, o desvio em relação à linha mediana, segundo os planos: horizontal, sagital e frontal. A pesquisa foi realizada com base no atendimento prestado a 40 pacientes adentados totais, na Clinica de Prótese Total da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Na aplicação do arco facial os pontos de referência condilares foram marcados a 12mm do !ragus sobre a linha !ragus/canto do olho e o ponto anterior, no meio da distância entre asa do nariz/linha bi- pupilar. O articulador, bem como o arco facial empregados foram da marca T.T. Nas transferências do arco facial dos pacientes ao articulador não houve nenhum tipo de compensação através das réguas horizontais condilares para corrigir os posicionamentos dos modelos. A medida do possível desvio de posição do modelo foi feita através de transferidor e paquímetro, considerando-se para isso os pontos e planos de referência. Os resultado obtidos foram: 1. Em relação ao plano sagital os modelos apresentaram-se em três posições: ascendente, horizontal e descendente. Nas duas primeiras posições, ascendente e horizontal, as assimetrias foram maiores (42,5% ascendentes e 12,5% horizontais); na posição descendente houve igualdade entre as posições assimêtrica e simétrica. 2. Em relação ao plano frontal encontramos 30% de simetria e 70% de assimetria (32,5% de desvio para a esquerda e 37,5% de desvio para a direita). 3. Em relação ao plano horizontal, encontramos 10% de simetria e 90% de assimetria (75% de desvio para a esquerda e 15% desvio para a direita). 1. INTRODUÇÃO Articulador é um aparelho muito utilizado na moderna prática da cllnica-protética. É um dos instrumentos que vem sendo constantemente aperfeiçoado pelos autores para atender a exigência do avanço da odontologia moderna. No começo, quando o articulador foi proposto era um aparelho simples, contava apenas com os movimentos rígidos. Depois, foram agregados os dispositivos de regulagem para tornarem os movimentos; de abertura, fechamento, lateralidade e protrusão ajustáveis. Esta é a fase dos articuladores anatômicos parcialmente ajustáveis que historicamente vai de 1910 a 1950 e coincide com o período de surgimento de grandes mestres da prótese total. O período anterior a estas datas é conhecida como fase empírica da prótese total que se caracteriza pelo emprego de articuladores anatômicos rígidos. O momento que estamos vivendo, no que se refere ao articulador, é um periodo que houve um grande avanço nos seus estudos. É a fase do articulador chamado totalmente ajustável que dispõe de vários dispositivos que, quando convenientemente programados dão ao aparelho capacidade de reproduzir os movimentos mandibulares de interesse protético com detalhe. O número de dispositivos reguláveis varia conforme o 2 tipo do articulador, mas no mínimo o aparelho precisa ter os seguintes elementos: elemento de ajuste da trajetória ântero-posterior dos cõndilos; ângulo de Bennett; ângulo de Fischer; distância intercondilar ajustável; ângulo da plataforma incisai; ângulo da plataforma canina; de arco facial convencional; arco facial cinemático e de um pantógrafo. O articulador totalmente ajustável que os profissionais dispõem pode ser classificado em três tipos segundo sua natureza de construção: a) articulador que foi construido sob à luz de teoria gnatológica; b) articulador que foi feito para atender a teoria de cêntrica longa; c) articulador que foi feito sob orientação da teoria funcional. A teoria gnatológica aborda o problema da oclusão dental no instante da intercuspidação oclusal e no ato de deglutição como sendo uma única posição condilar. Os côndilos se encontram nesse instante na parte mais posterior e superior das cavidades glenóides, formando assim, um eixo de rotação mandibular de orientação. McCOLLUM14 (1939) observando os contactos interoclusais acima considerados na boca do paciente, propôs um articulador que espelhasse a sua visão de oclusão dental nos modelos montados. O articulador de McCollum orientou a confecção de outros articuladores tais como de Stuart e de Di Pietro na década de 60, que são considerados até hoje aparelhos mais perfeitos construídos no gênero. 3 Na década de 60, surgiu ainda uma teoria de oclusão que começou a avaliar as posições mandibulares de mordida, isto é, a posição de intercuspídação dos arcos dentais e a posição de retrusão máxima, como sendo duas posições mandibulares distintas, existentes em todos os pacientes. Com base nessa observação clínica, foi lançado no mercado odontológico europeu, um articulador semi-ajustável denominado Dentatus, com possibilidade de graduação da posição de oclusão central e de relação central. Esta maneira de conceber a oclusão dental recebeu o nome de Teoria de Cêntrica Longa. Na década de 60, ainda TAMAKI25 (1964) observou que os pacientes apresentam três tipos de oclusão dental: um grupo já definido pela gnatologia, isto é, os pontos de oclusão central e de relação central constituindo apenas um ponto, coincidindo na posição de relação central; outro tipo também já estudado sob o nome de cêntrica longa e o terceiro tipo constituído de oclusão excêntrica, isto é, o ponto de oclusão não está sobre a linha mediana que estabelece a posição de relação central. Ele se encontra com desvio para o lado esquerdo ou direito. Para tornar passivei o atendimento do paciente sob sua visão cllnica o autor idealizou um articulador capaz de reproduzir os movimentos mandibulares durante a execução do trabalho. O articulador recebeu o nome de articulador totalmente ajustável T.T. Ao aceitar a teoria de oclusão funcional, estamos aceitando também a assimetria facial do paciente. As duas outras teorias, isto é, a gnatológica e cêntrica longa, consideram, sob o ponto de vista biomecânica e anatômico, o rosto do paciente como um corpo simétrico. 4 A assimetria facial ocorre em três dimensões, isto é, em relação aos planos vertical, horizontal e frontal. Aplicando o arco facial do articulador T.T. para a transferência das bases de provas da boca do paciente para o aparelho, estamos transferindo também os fatores que contribuem para a assimetria facial como se encontram no rosto da pessoa. Levando-se em consideração que a assimetria facial é um fator que se encontra em alta porcentagem nas pessoas, ocorreu-nos a idéia de estudar comparativamente as posições dos modelos de trabalho montados no articulador simetricamente como é feita pelos profissionais e assimetricamente, como se faz nas montagens de modelos no articulador T.T. 2. REVISÃO DA LITERATURA LOGAN1' (1926) lembra que na construção de próteses totais a montagem arbitrária dos modelos no articulador tem causado muitos transtornos aos profissionais por falta de balanceio nos arcos dentais obtidos. Segundo HALL• (1929) BALKWILL3 (1866) já orientava a montagem dos modelos em relação ao eixo de bisagra do articulador e o arranjo dos dentes era feito de acordo com a trajetória incisiva; SNQW17, 1889, propõs o arco facial e GYSI7, em 1910, introduziu o plano de Camper como o plano de orientação para a montagem do modelo no articulador. Ainda, 1934 HALL• disse que o propósito de um articulador é reprodução dos movimentos da mandibula para permitir a obtenção de uma prótese com uma oclusão balanceada. McCOLLUM14, 1939, disse que o arco facial com base nos pontos anatómicos fixos, como por exemplo, o eixo de bisagra não é confiável, porque a própria posição do eixo é variável. O mesmo autor, ainda no mesmo ano (McCOLLUM15, 1939) observa que o estabelecimento de um plano áxio orbital é uma matéria importante para a transferência e montagem dos modelosda boca para o Gnathograph, seja para próteses totais, ou para o tratamento de outras especialidades. 6 CRADDOCK; SYMMONS5 (1952) discutirem a validade do uso do arco facial, porque alguns autores como LOGAN13 (1926) defende o uso do arco facial e outros como STANSBERY'" (1928) dispensa o seu uso. Na verdade, afirmam os autores que o arco facial estabelece a posição da maxila em três planos em relação ao eixo intermaxilar, dai a ·grande vantagem na sua utilização. Assim, através de um erro de 2mm propositalmente induzido na determinação do eixo procuraram saber o efeito nas faces oclusais dos dentes. Os erros produzidos foram minimos, a nivel de molares não passaram de 0,3mm e concluem o trabalho, afirmando que o erro introduzido ocasionou a abertura de mordida anterior. CHRISTIANSEN4 (1959) acha que o arco facial posiciona o modelo no articulador segundo os planos ântero-posterior, lateral e vertical. Esta orientação é obtida pelo garfo do arco facial através da ligação do mesmo com o rolete maxilar; permite obter ainda: 1. a posição ântero-posterior do modelo em relação aos côndilos; 2. a relação horizontal dos modelos; 3. e contribui no posicionamento vertical dos modelos no articulador. No tocante ao desvio lateral da maxila posicionada assimetricamente para esquerda ou direita e se o modelo for montado simetricamente em relação aos côndilos, no articulador a prótese pronta e instalada na boca sofrerá uma interferência oclusal. Essa interferência 1 ocorrerá do seguinte modo: se o desvio for para esquerda, a interferência oclusal aparecerá no lado direito da prótese e se o desvio for para o lado direito, a interferência será no lado esquerdo. No tocante ao desvio ântero-posterior podemos dizer que a prótese instalada na boca apresentará uma interferência nas cúspides distais posteriores superiores e nas mesiais posteriores inferiores. Este tipo de desvio anterior causará um espaçamento mesial nas cúspides superiores e nas cúspides distais inferiores. No lado de balanceio também haverá um contacto prematuro ao nivel das cúspides vestibulares inferior e cúspides palatinas superiores. Há ainda duas montagens incorretas muito comuns: o modelo é posicionado muito longe ou muito próximo do eixo de abertura. Como conseqüência ambas ocasionam contacto prematuro: a primeira nos dentes posteriores e outra nos dentes anterior. No entender de STUART'• (1959), a odontologia é uma ciência com base na tecnologia e lógica. A tecnologia pode ser considerada como a mão investigadora e a lógica como a mente direcionadora. Se ficarmos somente com a tecnologia acabaremos ficando emplricos e se limitarmos só a lógica acabaremos teóricos. O importante é o que realizarmos manualmente, deveremos comprovar com a razao. A maioria dos biologistas tem aprovado o comportamento dos órgaos, as próteses e também as restaurações realizadas. 8 O articulador tem muito a ver com esse sucesso do tratamento odontológico fazendo grande parte do papel do paciente no laboratório. Nesse sentido o articulador recebe as relações crânio-dentais, maxilomandibulares em três dimensões, registra os eixos de rotação com suas trajetórias e transfere esses dados na elaboração das próteses. WEINBERG30 (1961) observa que na montagem dos modelos com arco facial, se alterar a relação dimensional cõndilo arco dental superior, como conseqUência desse desvio de relação no articulador, produz algumas alterações na oclusão. Além disso, quando a alteração é no nível do modelo em relação ao ramo superior do articulador, o reflexo disso é na guia condilar: quando está alta, o ângulo da guia diminui e quando está baixa, o ângulo aumenta. LAURITZEN; BODNER11 (1961) relatam que os modelos são freqUentemente montados no articulador por meio arbitrário, porque o método de localização do eixo de rotação é complicado e demorado. Os autores fizeram estudos comparativos entre os pontos arbitrários com os eixos reais e concluíram que: 67% dos pontos arbitrários estavam de 5 a 13mm dos pontos reais. Deste modo, a marcação arbitrária dos pontos de referência poderá introduzir muitos erros na montagem dos modelos no articulador. 9 Assim, os autores recomendam a localização cuidadosa do eixo terminal, no lugar da marcação arbitrária, para evitar erros na montagem dos modelos. TRAPOZZANQ29 (1963) referindo-se às leis da articulação disse que por mais de 30 anos, os enunciados estabelecidos por HANAU10 ( 1926) têm sido padrão sobre o assunto. Entretanto, algumas hipóteses podem ser seriamente questionadas com base na aplicação fundamental. Dos nove fatores que governam o estabelecimento da articulação balanceada, HANAU10 (1926) estabeleceu que os cinco mais importantes na prática de restaurações da dentadura natural e artificial são: 1. a inclinação da guia condilar; 2. a proeminência da curva de compensação; 3. a inclinação do plano de orientação; 4. a inclinação da guia incisai; 5. a altura das cúspides. TERTRUCK; LUNDEEN26 (1966) lembram que o uso correto de um articulador está na dependência do cuidado tomado na transferência do modelo com o arco facial. O eixo terminal de rotação é aceito como o ponto mais estável reprodutlvel para auxiliar a montagem dos modelos. Entretanto, a localização arbitrária do mesmo é ainda o método mais utilizado na montagem dos modelos. 10 A vantagem do método arbitrário é a facilidade na aplicação mas os resultados finais obtidos são desanimadores. Como podemos ver que somente 33% dos pontos arbitrários localizados a 13mm ao tragus estavam dentro de 6mm do raio do eixo real e por outro lado, 56,4% dos pontos arbitrários conseguidos com arco facial de ouvido, estavam dentro de 6mm do raio do eixo real de rotação. TAMAKI; TAMAKI22 (1971) mostram que nas próteses totais a posição adquirida da mandíbula deve ser respeitada porque, de outro modo, o esforço aplicado a nivel oclusal alua maleficamente sobre o rebordo alveolar, ocasionando reabsorção óssea que poderá prejudicar a estabilidade e a retenção. Na opinião dos autores é preferivel manter as condições aluais da boca para assegurar a estabilidade e a preservação do rebordo alveolar do que procurar condições simétricas, sem preencher os requisitos indispensáveis de uma boa dentadura. Enfatizam que não se deve esquecer que a prótese é, acima de tudo, uma terapêutica. THOMAS27 (1973) comenta que muitas classificações de articuladores foram propostas, mas nenhuma delas preenche os requisitos de aspectos como os de terminologia e agrupamento. Assim, algumas usam os termos não ajustável, sarni-ajustável, totalmente ajustável e uni, bi e tridimensional. Estes termos não são especificas, não traduzem a imagem clara do instrumento que está sendo descrito. Em outras palavras, o agrupamento não é equilibrado e a proposta da classificação é falha. O autor classifica os articuladores do seguinte modo: - arbitrários; 11 - posicionais, que podem ser do tipo com eixo e sem ele; -funcionais, que podem ser do tipo com eixo e sem ele. THORP et a1.2a (1978) relatam uma pesquisa sobre procedimentos de prótese completa publicada em 1969, mostrando que o uso de arco facial era ensinado em trinta e uma das trinta e três Escolas dos EUA Todas usavam articuladores semi-ajustáveis como o Hanau, Dentatus ou Whip Mix. Entretanto, parece que a maioria dos graduados não usam o arco facial para prótese total, logo depois que deixam a escola. Uma pesquisa feita com 50 laboratórios de prótese dos EUA mostra que a maioria das dentaduras (78,3%) são feitas em articuladores semi ajustáveis. O consenso geral entre os profissionais é no sentido de reconhecer as vantagens do arco facial e favorecer o seu uso. Esta opinião é exemplificada na afirmativa da ACADEMY OF DENTURE PROSTHETICS': "um arco facial deve ser usado para montar o modelo superior emqualquer articulador que tenha um eixo fixo de abertura". Até agora a pesquisa não mostrou que o uso do arco facial em articulador sarni- ajustável seja obrigatório durante os estágios iniciais da construção das dentaduras completas. O propósito deste estudo é de avaliar: 1 - o efeito sobre a oclusão cêntrica do uso de vários tipos de arcos faciais; 2 - o efeito de não usar o arco facial sobre a relação central das próteses totais. Os resultados encontrados revelam que as diferenças são muito pequenas entre os tipos de arcos faciais: de eixo de bisagra; arco 12 facial 132M de Hanau e o de Whip Mix. Um desvio linear de 0,116 a 0,268mm ocasiona uma interferência insignificante na construção de uma dentadura completa. Se um articulador como o New Simplex, for utilizado sem arco facial e com um registro de 3mm de espessura, pode-se antecipar que haverá um desvio de 1 mm na direção anterior em oclusão central. Esta discrepância, incorporada a erros que ocorrem durante o processamento, pode ser eliminada remontando a prótese terminada com um novo registro de R. C. para a correção oclusal. WEIGERT31 (1977) estudou a importância do emprego do arco facial na montagem dos modelos no articulador. A pesquisa demonstrou a diferença de posições dos modelos fixados no articulador com e sem auxilio do arco facial e concluiu apoiado em estatistica, da necessidade do uso do dispositivo em questão para o correto posicionamento dos modelos no articulador. Três são as conclusões de seu trabalho: 1. Há significância estatística nas posições dos modelos montados no articulador com e sem concurso do arco facial; 2. Quanto maior for a assimetria facial do paciente, maior será a diferença encontrada entre as posições dos modelos montados no articulador, com e sem auxílio do arco facial; 3. Só pela variação detectada na posição do modelo montado no articulador, com e sem observância do ponto anterior, justifica- se o uso do arco facial. 13 TAMAKI; TAMAKI21 (1978} externaram que quando não se utiliza o arco facial, a tendência é de se procurar centralizar o modelo e obter uma relação de paralelismo do plano oclusal com os ramos do articulador. Porém, quando os modelos são montados com auxílio do arco facial, tomam posições variáveis, conforme as características individuais do paciente. WEIGERT31 (1977} constatou que quanto mais acentuada é a assimetria facial, maior é o erro introduzido com a montagem sem o arco facial. Observou que na maioria das montagens com o arco facial, a linha mediana do modelo e do articulador não são coincidentes e. examinando de frente esses modelos. verificou que o plano oclusal de cada lado não se posiciona no mesmo nivel e. ainda observando de lado as inclinações ântero posteriores, notou que estas não são simétricas. LIKERMAN; KOUDMANI12 (1980} avaliam que a contribuição de Bonwill é grande e extensa, mas a principal é, já na época, ter dado reconhecido a importância de montar os modelos em relação correta com os dispositivos condilares do instrumento. BAILEY; NOWLIN2 (1984} relatam que o uso de um terceiro ponto anterior de referência para orientar a montagem do modelo no articulador tem sido defendido por muitos. Os autores relacionaram o plano de Frankfurt obtido com radiografia cefalométrica com aquele transferido ao articulador semi-ajustável de Hanau através do arco facial com terceiro ponto. As conclusões desse estudo foram: 14 1. a montagem do modelo com 32 ponto de referência, não consegue transferir a relação existente entre o plano de Frankfurt e o plano oclusal maxilar; 2. o uso da marca no ponto mêdio do pino incisai como terceiro ponto de referência, posiciona o modelo superior tão corretamente como quando se usa o ponto orbital. ZUCKERMAN32 (1985) relata que a precisão no uso do arco facial depende do método aplicado para a determinação do eixo terminal de rotação, da precisão dos movimentos e da habilidade e experiência do profissional no uso desses instrumentos. TAMAKI20 ( 1987) estudou as variações das posições dos modelos montados com base nos pontos de emergência do eixo tenninal de rotação (E.T.R.) e nos pontos condilares; e concluiu que havia diferenças de posições do modelo no articulador. Observou que não havendo coincidência entre as duas montagens, ocorrerá desannonia oclusal nas próteses preparadas, ressaltando assim necessidade do correto posicionamento dos modelos no articulador. Em 1988, GOSKA; CHRISTENSEN• fizeram estudos comparativos entre posições do primeiro molar superior dos modelos montados com quatro seguintes tipos de arco facial: Hanau Kinematic Face Bow, Hanau Facial Bow, Hanau 159 Earbow e Twirl Bow. Os resultados obtidos mostraram que há muitas variações de posição entre eles e não conseguiram estabelecer a superioridade de um arco sobre outro. 15 PlTCHFORD1• (1991) examinou a causa do erro de montagem do modelo com base no ponto orbital como referência anterior no posicionamento do arco facial do tipo axis-orbital e observou que o uso do ponto orbital como referência frequentemente, resulta no plano oclusal ãntero-posterior exageradamente inclinado, ficando como conseqüêhcia as bordas incisais maxilares colocadas muito para baixo. Por outro lado as guias condilares ficam aumentadas de graus, pois o normal vão de 30 a 40, e ainda a inclinação axial dos dentes anteriores superiores fica quase perpendicular ao plano horizontal de referência, ao invés dos esperados 11 O graus. Concluiu ainda que o arco facial é muito preciso no registro da posição ãntero-posterior, mas em relação a verticalidade é frequentemente errónea. A idéia que o porion e orbital poderiam formar um plano paralelo ao plano horizontal de referência, foi originalmente lembrado num congresso antropólogico em Frankfurt, em 1882. Depois de muitos anos que McCOLLUM15 (1939) e STUART19 (1959) adotaram este conceito e incorporaram-no na teoria gnatológica. 3. PROPOSIÇÃO Propomos estudar nesta pesquisa a posição dos modelos de trabalho de pacientes adentados, montados em articulador totalmente ajustável, com uso do arco facial pela técnica funcional e tendo em vista possíveis desvios de localização em relação aos seguintes planos: 1. plano sagital 2. plano frontal 3. plano horizontal 4. MATERIAL E MÉTODO Durante a elaboração da presente pesquisa foram estudados 40 pacientes totalmente edentados bi-maxilares, com faixa etãria variando de 23 a 60 anos, do ambulatório da Disciplina de Prótese Total, da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. O critério utilizado para a seleção dos pacientes foi baseado nas seguintes caracterlsticas: bom estado de saúde, receptividade ao tratamento e facilidade na execução dos movimentos mandibulares de lateralidade e protusão. 4.1 Material de consumo, instrumentais e aparelhos 4.1.1 Materiais de consumo - Placa de godiva de alta temperatura de plasticidade "Godibar" - Bastão de godiva de baixa temperatura de plasticidade "Kerr" - Pasta zincoeugenólica "Lysanda" - Gesso comum "Mossoró S.A." - Gesso pedra "Herodenr 18 - Gesso pedra especial "Vei-Mix" - Mistura abrasiva composta de gesso comum e pó de "carborundum" n~ 60 na proporçao de 4:1 -Isolante de gesso "Cei-Lac" da "S.S.White" - Vaselina sólida - Resina acrilica incolor quimicamente ativada "Clássico" - Resina acrílica rosa termicamente ativada "Clássico" - Cera de baixa fusão "Excelsior" - Cera rosa n~ 7 "Clássico" - Cera azul "Kerr" -Tiras de lixa - Discos de "carborundum" montado no mandril - Lãminas de acetato - 40 bocas de 28 dentes de resina acrilica "Clássico" - Lápis cópia e lápis comum - Papel de articulaçao Detecto 4.1.2 Instrumentais -Jogo de moldeiras de estoque "T.T." - Espátula "Le Cron" -Espátula n~ 7,31 e 36 - Espátulas para gesso -Instrumento para abrir canaletas "T.T." - Lamparinae álcool - Lamparina tipo Hanau 19 - Placa de vidro - Gral de borracha - Pote Dappen - Pote para resina acrílica - Mandril para tiras de lixa - Pedras para resina acrílica - Compasso de Willis -Grampos - Faca para gesso -Pincéis n~ 4 e 14 - Régua milimetrada de 20 cm -Transferidor - Pinça clínica - Espelho clínico - Paqulmetro 4.1.3 Aparelhos - Plastificador de godiva -Articulador totalmente ajustável "T.T." -Arco facial T.T. - Dispositivo extra-oral de registro de relação central -Vibrador - Recortador de gesso - Motor de bancada 20 4.2 Método A pequisa foi realizada numa das fases intermediárias da confecção das próteses totais bi-maxilares, ou seja, após a montagem dos modelos de trabalho no articulador. Sendo assim, serão descritos suscintamente os passos executados até a referida fase e, com maiores detalhes, a fase referente à presente pesquisa. Todos os procedimentos clínicos e laboratoriais da confecção das próteses foram realizadas de acordo com a técnica preconizadas por TAMAKI24 {1983), TAMAKI; TAMAK123 {1980). 4.2.1 Moldagens anatómicas As moldagens anatómicas foram executadas com moldeiras de estoque T.T., selecionadas de acordo com o tamanho da boca e o material de moldagem utilizado foi a godiva de alta fusão. Os moldes obtidos foram preenchidos com gesso comum, obtendo-se os modelos anatómicos, onde foram delimitadas as áreas chapeáveis e confeccionadas as moldeiras individuais em resina acrilica incolor, quimicamente ativada. 4.2.2 Moldagens funcionais As moldeiras individuais foram ajustadas à boca do paciente de acordo com a área chapeável. As moldagens funcionais foram realizadas e os moldes foram preenchidos com gesso pedra especial "Velmix" na área chapeável e 21 as bases dos modelos de trabalho foram completadas com gesso pedra "Herodent", sobre os quais foram confeccionados as bases experimentais. 4.2.3 Planos de cara A determinação da dimensão vertical foi feita através da técnica indireta descrita a seguir: foi obtido o relaxamento dos músculos elevadores e abaixadores da mandlbula; com o compasso de Willis foi medido a distância entre a base do nariz e o menta, registrando-se assim a dimensão vertical de repouso (D.V.R.). Do valor achado, foi subtraído 3mm, que corresponde ao espaço funcional de pronúncia (E.F.P.), obtendo-se então a dimensão vertical de oclusão (D.V.O.). Em seguida, foram confeccionados os planos de cera com base na D.V.O., que posteriormente foi reavaliada, considerando-se os fatores estética e fonética. 4.2.4 Determinação da Curva da Compensação pela Técnica da Patenson Nas superfícies oclusais dos planos de cera superiores e inferiores foram escavadas canaletas de 6mm de largura por 6mm de profundidade, que foram preenchidas com material abrasivo (mistura de gesso comum e pó de "carborundum"), deixando-se um excesso de 2mm de espessura em toda a extensão da superfície oclusal. Após a cristalização do material abrasivo e, estando as superfícies oclusais dos planos de cera contactando entre si em toda a sua extensão, foi solicitado ao paciente que 22 realizasse movimentos de propulsão e lateralidade para ambos os lados, desgastando assim o material abrasivo até atingir a D.V.O. previamente estabelecida. Com esse desgaste, a curva de compensação arbitrária, estabelecida durante a confecção dos planos de cera, foi individualizada fisiologicamente pelo paciente. 4.2.5 Detenninação das posições de Relação Central (R.C.) e oclusão, montagem dos modelos e programação do articulador T.T. A posição de R.C. foi detennínada através do método do arco gótico de Gysí e a da oclusao, através da técnica de House. Foi utilizado um dispositivo extra-oral que consta de uma plataforma, que foi fixada no plano de cera inferior e uma pua registradora, fixada no plano de cera superior. A platafonna foi recoberta com uma fina camada de cera azul e os planos de oríentaçiio foram levados à boca do paciente. Com os movimentos mandibulares de propulsiio, retrusiio e lateralidade de ambos os lados foi obtido o traçado do arco gótico, sendo que, quando a pua se localizava no vértice de tal arco, a mandíbula estava na posição de relação e oclusão central. No mesmo dispositivo extra-oral foi detennínada a posição de oclusão. Ao paciente foi solicitado a realização dos movimentos de abertura e fechamento em pequena amplitude, sendo considerada a posição de oclusão aquela onde ocorreram fechamentos mais freqUentes. Em 23 seguida, os planos de orientação foram imobilizados com grampo, com a pua registradora localizada na posição de oclusão. Os pontos condilares foram marcados no paciente a 12mm do tragus sobre a linha tragus/canto do olho e o ponto anterior em um ponto eqüidistante da asa do nariz/linha bi-pupilar. O arco facial foi posicionado sobre esses pontos e imobilizado junto ao dispositivo extra-oral fixado nos planos de orientação. A seguir o conjunto de planos de orientação e arco facial é retirado do paciente e transferido para o articulador (Figura 1 ). Figura 1 - Planos de orientação fixados no arco facial O articulador foi preparado, previamente, nos seguintes pontos para receber o arco facial : a distância intercondilar regulado em distância intercondilar interna, os dispositivos condilares regulados em 30°, 24 os ângulos de Bennett e de Fischer em 0°, o ângulo da plataforma incisai em 30° e o pino incisai regulado para manter paralelos os ramos do aparelho. O arco facial foi posicionado com muito cuidado . sobre o articulador, preservando toda particularidade individual do paciente. Os modelos foram adaptados nas bases de prova onde foram imobilizados com o cera rosa n- 7 fundida. A fixação dos modelos no articulador foi realizada com cuidado, observando com rigor as técnicas e o material indicado para essa finalidade. Após a presa do gesso de fixação dos modelos, o arco facial foi removido e o articulador foi programado. A programação do articulador foi realizada através da curva de compensação individualizada pelo desgaste de Paterson. As guias condílicas e incisai foram ajustadas com base no movimento de propulsão e os ângulos de Bennett e Fischer, com base no movimento de lateralidade. Em seguida, o gráfico do arco gótico e a posição de oclusão foram transferidos para a plataforma incisai. Após registrar no articulador totalmente ajustável "T.T.", as medidas obtidas no paciente, passamos a anotar os dados com relação à posição dos modelos nos planos: sagital, frontal e horizontal (Figura 2). 25 Figura 2- Modelos montados no articulador T.T. Os pontos de referência considerados para mensurações foram: na região da tuberosidade, a parte mais alta em relação à crista do rebordo alveolar e na região anterior, a papila incisiva, também foi traçada a linha mediana sobre a rafe mediana (Figura 3). 26 Figura 3 - Pontos de referência no modelo As referências anatômicas do articulador T. T. foram o ramo superior e eixo condilar. As mensurações foram feitas da seguinte forma: no ponto mais alto da tuberosidade do modelo de trabalho, foi traçado uma reta entre os dois pontos posteriores até as laterais do modelo. Assim sendo, temos a referência do ponto que devemos medir no plano oclusal após o desgaste de Paterson, tanto do lado esquerdo como do lado direito (Figura 4). 27 Figura 4 - Pontos de referência para mensurações com planos de cera Desta maneira pudemos verificar a inclinação do plano oclusal, se estava ascendente, horizontal ou descendente, levando em consideração a região da papila incisiva como constante do plano oclusal, isto é, as inclinações eram positivas, igual a zero ou negativas. Essas mensurações foram feitas com paquímetro, sendo que o transferidor foi usado para determinar as medidas angulares. (Figura 5) Figura 5 - Mensuração da inclinaçãoântero-posterior do plano oclusal com paquímetro Para medirmos os desvios para esquerda ou para direita na região posterior foi considerado como ponto de referência no modelo a linha ou rafe mediana, que foi traçada até a parte posterior do modelo. A mensuração também foi feita com paquímetro e transferidor (Figura 6). Figura 6 - Pontos de referência com desvio na região posterior do modelo Para determinarmos o paralelismo do plano de orientação com o ramo superior foi mensurado na região de tuberosidade e com o auxílio do paquímetro comparou-se as distâncias do ponto vestíbulo oclusal do plano de cera com o ramo superior (Figura 5). Sendo assim no plano sagital observamos se o plano oclusal era ascendente, horizontal ou descendente. No plano frontal observamos se os planos bi-pupilar, bi-comissura labial em relação ao eixo condilar estavam inclinados para esquerda, direita ou paralelos. No plano horizontal verificamos se a rafe ou linha mediana era coincidente com a linha média do articulador, paralelo com desvio para esquerda ou para direita (Figura 6). 5. ANÁLISE DOS RESULTADOS Na Tabela 5.1, estão dados colhidos dos pacientes que têm por finalidade, verificar a posição do modelo de trabalho, montado no articulador totalmente ajustável TT, por meio de arco facial, respeitando toda assimetria do paciente e comparando com a posição simétrica. Na Tabela 5.2, estão os dados comparativos do paralelismo entre a linha bi-pupilar, bi-comissura e o eixo bi-condilar nos 40 pacientes que mostraram 30% de paralelismo; 37,5% de inclinação para o lado direito, com intensidade de 4,6 graus e 32,5% de inclinação para esquerda com intensidade de 4,23 graus. Estes dados demonstram que comparando o plano oclusal das próteses totais em relação ao eixo de rotação das próteses que era o eixo bi-condilar, cerca de 1/3 deles estavam paralelos e cerca de 2/3 deles estavam inclinados, ora para o lado esquerdo, ora para o lado direito. Depreende-se dos dados que os rebordos alveolares de extrema reabsorção podem influenciar na estabilidade das próteses. Tabela 5.1 Dados obtidos dos 40 pacientes pesquisados Relação Central Bi-pupilar Antero-posterior X X X Pac. Oclusão Central Comissura Relação Articular I 11 III E /1 D E D 1 X 3 10 10 2 X X 10 10 3 X 2 8 10 4 X X 30 20 5 X 5 8 5 6 X X 10 10 7 X 6 7 7 8 X 6 10 10 9 X X 8 10 10 X X o o 11 X 5 10 8 12 X 4 30 10 13 X 3 20 20 14 X 5 10 8 15 X 5 15 10 16 X X 18 13 17 X 3 10 10 18 X 3 10 5 19 X 5 10 17 20 X 4 5 5 Unha Mediana do Articulador X Linha Mediana do Modelo Esauerda Coinc. p./ E /1 p/ D. p./ E 3 5 0,6 0,8 4 X 5 3 8 5 5 10 0,7 5 5 5 4 Direita /1 0,4 p./ D 5 5 cont. w - RelaçAo Central Si-pupilar Antero-posterior X X X Pac. Oclusão Central Comissura Relação Articular I 11 III E 11 D E D 21 X 5 5 o 22 X 5 -5 -5 23 X 5 8 o 24 X 2 5 5 25 X X 10 20 26 X X 10 10 27 X 3 10 10 28 X 7 -5 o 29 X X 5 o 30 X X 5 o 31 X 5 20 20 32 X 5 10 5 33 X 5 20 15 34 X 5 20 15 35 X 5 30 18 36 X 3 8 8 37 X 5 10 10 38 X 5 15 10 39 X X 5 5 40 X X 10 10 Linha Mediana do Articulador X Linha Mediana do Modelo Esauerda Coinc. p./ E 11 pi D. p./ E 3 X 5 2 X 5 X 5 10 0,3 4 0,5 5 0,2 3 5 6 Direita 11 cont. p./D 10 5 5 w N 33 Tabela 5.2 Paralelismo entre eixo bi-condilar, bi-pupilar e bi-comissura em 40 pacientes N2 % Inclinação para a Paralelo lnctinação para a de esquerda, direita, pacientes angulagem média angulagem média 13 32,5 4,23 12 30,0 X 15 37,5 4,6 Na Tabela 5.3, estão os dados referentes aos estudos de inclinação do modelo superior, no sentido ãntero-posterior, sendo o lado esquerdo comparado com o plano de referência horizontal, constituído pelos pontos condilares e ponto de referência posterior do modelo. Os resultados encontrados foram: em 92,5% dos casos, os planos apresentaram-se ascendentes (positivos), com inclinação média posterior de 12,08 graus; em 2,5% dos casos foram coincidentes, portanto horizontais e em 5,0% dos casos apresentaram-se descendentes (negativos) com inclinação média de 5 graus. Tabela 5.3 Inclinação do modelo superior no sentido ãntero-posterior, lado esquerdo, média de 40 pacientes N2 de % lado esouerdo - araus pacientes positivos zero negativos 37 92,5 12,08 1 2,5 X 2 5,0 5 34 Na Tabela 5.4, estão os dados correspondentes ao lado direito da avaliação da inclinação do plano de orientação, com o plano de referência. Os valores encontrados foram: em 82,5% dos casos, a orientação era ascendente, com inclinação média de 10,37 graus; em 15% dos casos, foram coincidentes, portanto, horizontais e em 2,5% dos casos foram descendentes com inclinação média de menos 5 graus. Tabela 5.4 Inclinação do modelo superior no sentido ãntero-posterior, lado direito, média de 40 pacientes N2 de % lado direito - araus oaclentes oositivos zero neaativos 33 82,5 10,37 6 15,0 X 1 2,5 5 A Tabela 5.5, mostra o estudo comparativo entre os planos de orientação, lados direita e esquerda e os três tipos de posicionamentos encontrados, ascendentes (positivos), horizontal (zero) e descendentes (negativos). 35 Tabela 5.5 Plano oclusal posterior em relação ao plano de referência anatõmico estudado em 40 pacientes Nll de Ascendentes Horizontal Descendentes pacientes E=D Er: 1 o E=D ~~~-~ 7t.~ E=D E 1~1D (+) (0) 01· 01+ 1-l 15 15 (375%) 17 17 (42,5%) 1 1 2.51 5 1 4 (2,5%) {10,0%) 2 1 1 25%1 (2,5%1 No grupo de posicionamento ascendente (positivo), encontramos 37,5% com lados direito e esquerdo paralelos entre si, mas nao ao ramo superior do articulador e 42,5% com lados direitos e esquerdos não paralelos entre si e tampouco ao ramo superior do articulador. No grupo de posicionamento horizontal (zero), encontramos 2,5% com lados direitos e esquerdos paralelos entre si e paralelos ao ramo superior do articulador. 2,5% com lados direito e esquerdo não paralelos entre si, mas com um dos lados paralelo ao ramo superior do articulador (um lado zero e outro negativo) e 10% com lados direito e esquerdo nao paralelos entre si, mas com um dos lados paralelos ao ramo superior do articulador (um lado zero e outro lado positivo). No grupo de posicionamento descendente (negativo) encontramos 2,5% com lados direito e esquerdo paralelos entre si, mas não 36 ao ramo superior do articulador e 2,5% com lados direito e esquerdo não paralelos entre si e tampouco ao ramo superior do articulador. Na Tabela 5.6, estão os dados referentes aos estudos de posicionamento dos modelos superiores, considerando as assimetrias e comparados com a linha mediana do articulador. Encontramos neste estudo três grupos: modelos deslocados para o lado esquerdo, deslocados para o lado direito e coincidentes com a linha mediana. Tabela 5.6 Posição dos modelos superiores no articulador montado com arco-facial, estudado em 40 pacientes tendo como referência a linha mediana N" Deslocado para esquerda Coincidentes Deslocado para direita de paralelo desvio para paralelo desvio para pacientes mim E D E ~) (') (') mim (') 6 (15%) 0,51 11(27,5%) 4,1 13(32,5%) 5,4 4 (10%) X 1(2,5%) 0,4 0(0,0%) X 5(12,5%) 6,0 No primeiro grupo, com os modelos deslocados para o lado esquerdo, encontramos três diferentes posicionamentos: a) 15% dos modelos posícionaramwse paralelamente a linha mediana, com distância média de 0,51mm; b) 27,5% dos modelos estavam desviados para o lado 37 esquerdo, com média de 4,1 graus de inclinaçao e c) 32,5% dos modelos estavam desviados para o lado direito, com média de 5,4 graus de inclinaçao. No segundo grupo, encontramos 10% de casos que os modelos posicionaram-se exatamente na linha mediana do articulador, portanto as linhas medianas do modelo e do articulador coincidiram. No terceiro grupo, comos modelos deslocados para o lado direito, encontramos: a) 2,5% dos casos em posiçao de paralelismo com a linha mediana do articulador, com afastamento médio de 0,4mm; b) nenhum caso de desvio para o lado esquerdo e c) 12,5% dos casos de desvio para o lado direito, com média 6 graus de inclinação. A Tabela 5.7, mostra a porcentagem dos pacientes, segundo os tipos de oclusão. Encontramos 22,5% pertencentes ao primeiro grupo; 22,5% ao segundo grupo e 55% ao terceiro grupo. Tabela 5.7 Tipo de oclusão encontrado em 40 pacientes atendidos TIDO de oclusao N!!decasos % 1Q grupo- RC = OC 09 22,5 2Q grupo - RC +-> OC 09 22,5 J!! grupo - RC * OC 22 55 Os dados da Tabela 5.3, mostram que a porcentagem de modelos em situações de ascendência é um pouco maior do que 38 normalmente se crê e por outro lado a posição de horizontalidade é um pouco menor do que pensa existir. Os dados da Tabela 5.4, parecem coincidir com os dados já conhecidos. Os dados da Tabela 5.5 demonstram que, as extremidades do plano de orientação não se apresentam no mesmo nlvel em relação ao plano de referência anatômica. Os dados da Tabela 5.6 comprovam que, se trabalharmos com base na simetria, isto é, usando articuladores que não têm possibilidade de computar as assimetrias do paciente, estaremos acertando quanto à disposição dos modelos de trabalho no aparelho, em somente 10% dos pacientes. 6. CONCLUSÕES Com base na pesquisa realizada, levando-se em consideração a assimetria facial, em comparação com a posição de simetria, podemos concluir que os modelos de trabalho montados no articulador apresentaram-se: 1. Em relação ao plano sagital, os modelos apresentaram-se em três posições: ascendentes, horizontais e descendentes. Nas duas primeiras posições, ascendentes e horizontais, as assimetrias foram maiores (42,5% ascendentes e 12,5% horizontais) e na situação descendente houve igualdade entre as posições assimétrica e simétrica. 2. Em relação ao plano frontal encontramos 30% de simetria e 70% de assimetria (32,5% de deslocamento para a esquerda e 37,5% de deslocamento para a direita). 3. Em relação ao plano horizontal, encontramos 10% de simetria e 90% de assimetria (75% de deslocamento para a esquerda e 15% de deslocamento para a direita). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS' 1. ACADEMY OF DENTURE PROSTHETICS Principies, concepts, and practices in prosthodontics. 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ABSTRACT STUDY OF THE POSITION OF THE WORKING CAST MOUNTED ON THE ARTICULATOR WITH HINGE BOW MAKING USE OF THE FUNCTIONAL TECHNIQUE AS RELATED TO THE SAGITTAL, FRONTAL ANO HORIZONTAL PLANES ln this investigation the author intended to evaluate the position of the superior cast mounted on the articulator with hinge bow making use of the functional technique in arder to notice lhe deviation of lhe median fine as related to lhe sagittal, frontal and horizontal planes. The research was undertaken based on lhe treatment rendered to 40 complete edentulous patients from lhe Complete Dentures Clinic of lhe School Dentistry of lhe University of São Paulo. Posterior reference points to lhe hinge bowwere marked 12mm in front of lhe !ragus of lhe ear on a straight fine from lhe !ragus to lhe comer of lhe eye. The anterior poinl was established lhe distance between lhe bipupilar line and lhe ala of lhe nose. During lhe transfers of lhe hinge bow from lhe patients to lhe articulators no adjustments were made on lhe horizontal condyle rods to compensate for lhe positions of lhe casts. Measurements of possible deviations of lhe cast positions were made through transferrer and Boley gauge taking into consideration lhe points and planes of reference. Results obtained were: 1. ln lhe sagittal plane lhe casts displayed three positions: ascending, horizontal and descending. ln lhe first two of them, i.e., ascending and horizontal there were greater assymmetries (42,5% for lhe ascending group and 12,5% for lhe horizontal group) where as for the descending position there was likeness between lhe symmetric and assymmetric positions. 2. ln lhe frontal plane results showed 30% of symmetric and 70% of assymmetry (32,5% with left deviation and 37,5% with right deviation). 3. ln lhe horizontal plane results showed 10% of symmetry and 90% of assymmetry (85% with left deviation and 15% with right deviation). Autorizo a reprodução pelos interessados. Marcos Yasunóri Maekawa São Paulo, 04 de novembro de 1996.