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Resposta metabólica ao trauma Quando ocorre um trauma, o nosso corpo faz uso de meios metabólicos, endócrinos e imunológicos para tentar retornar à homeostasia, restabelecendo as funções orgânicas e promovendo a cicatrização de feridas A extensão e a magnitude da resposta dependem da intensidadedo trauma A resposta endócrino-metabólica ocorre por ação hormonal e inflamatória + imobilização, jejum, intervenções terapêuticas, isquemia regional e hipoperfusão tecidual global, fomentando assim as mudanças metabólicas do hipercatabólicas As respostas iniciais após o trauma podem ser divididas em: Aumento do débito cardíaco, aumento da ventilação, aumento do transporte, perda ponderal, proliferação celular e aumento do catabolismo Metabólicas: aumento da oxidação lipídica e aumento da gliconeogênese Clinicas: anorexia, taquicardia, taquipnéia e febre Laboratoriais: hematocitose, hiperglicemia, níveis de proteína C reativa, aumento da excreção urinaria de nitrogênio A dor é um mecanismo que interfere na resposta endócrino metabólica, visto que limita a atividade física do indivíduo e, consequentemente, sua recuperação. Além disso, compromete a ventilação pulmonar e aumenta o consumo de oxigênio Analgesia faz parte dos recursos médicos para controle da resposta endócrino metabólica O jejum é outro fator que interfere na resposta endócrino metabólica. É um agravante, visto que reduz os substratos disponíveis para a fase catabólica. Dessa forma, o suporte nutricional deve ser introduzido o mais precocemente possível Anabolismo: síntese tecidual, principalmente de proteína de massa magra (essencial para a cicatrização de feridas) Hipermetabolismo: aumento da atividade metabólica além da normal (aumento da demanda de energia) Perda de peso não intencional: marcador de desnutrição proteica no pós- operatório DEFINIÇÕES Catabolismo: destruição tecidual, degradação de proteínas da massa magra. Dependendo da intensidade da perda proteica, pode causar graves consequências RESPOSTA CATABÓLICA Após o trauma, ocorre um aumento da atividade metabólica e do trabalho celular no local da lesão Ocorre uma constante absorção e reparação de tecidos lesados O processo de cicatrização consome muita energia (aumento de células inflamatórias e síntese de colágeno) Durante a fase catabólica, a resposta anabólica está diminuída Em um paciente em jejum e traumatizado, 30% das calorias vêm da massa magra de proteínas endógenas e 50% vem da gordura --> consumo de proteína como combustível é resultado direto do estímulo hormonal do estresse, que resulta em gliconeogênese com produção de glicose (aminoácidos são convertidos no fígado em alanina e em glicose) RESPOSTA NEUROENDÓCRINA Principais hormônios envolvidos: catecolaminas, corticosteroides e glucagon A inflamação da lesão libera citocinas localmente e ativa as cascatas humorais Cicatrização é estimulada pela angiogênese, migração de leucócitos e de fibroblastos Jejum: ingestão nutricional insuficiente em relação à demanda. Se for prolongado, resulta em desnutrição. Pode provocar efeitos deletérios no metabolismo, na cicatrização e na função dos órgãos Toda a proteína corporal está contida na massa magra Nenhum estoque de proteína está disponível para ser utilizada como fonte de energia, uma vez que as proteínas possuem função de manutenção da homeostasia --> a perda de qualquer quantidade de proteína é prejudicial A gordura compõe de 20 a 30% da massa corporal--> serve como reserva calórica O grau de desnutrição depende da perda de massa magra (proteica) O estresse traumático leva a um catabolismo de proteínas AÇÃO HORMONAL FASE CATABÓLICA Progressiva elevação das catecolaminas, vasoconstrição periférica e ↓ da temperatura corporal Diminuição do consumo de O2, ↓ débito cardíaco, ↑ glucagon, ↓ insulina, ↓ cortisol e ↑ glicemia Paciente apresenta palidez (por ação das catecolaminas), frio, tremores, ansiedade, sudorese, taquicardia, taquipneia, hipotermia, letargia e ↑ sensibilidade à dor Oligúria (hipovolemia por perdas sanguíneas) FASE ANABÓLICA Volta à normalidade dos hormônios Anabolismo proteico: síntese de proteínas que foram perdidas, dura de 2 a 5 semanas à recuperação muscular Anabolismo lipídico: até 6 meses e consolidação da cicatrização Diurese aumentada --> perda do efeito antidiurético, eliminação de sódio que estava retido, reabsorção do edema traumático Os operados devem ser estimulados a uma dieta hiperproteica, exercícios físicos moderados --> profilaxia de TVP, melhora da capacidade respiratória
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