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Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1 Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO Período compreendido entre a indicação e a decisão cirúrgica e o momento em que a intervenção se realiza ASPECTOS GERAIS OBJETIVO Objetiva diagnosticar, estudar, registrar e, se necessário, documentar fotograficamente a doença de base Evitar complicações imediatas passíveis de serem causadas por comorbidades já diagnosticadas ou não HISTÓRIA CLÍNICA Fatores de risco: sangramentos, TVP, infecções, doença cardíaca Infecção Antecedentes: HAS, DM, DPOC, asma e apneia do sono Doença cardiopulmonar ativa Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 2 Alergias Medicamentos atuais Cirurgias prévias Tabagismo Etilismo Uso de anestesia com complicações EXAME FÍSICO Exame geral Exames complementares RISCO CIRÚRGICO CLASSIFICAÇÃO ASA ÍNDICE DE RISCO CARDÍACO DE GOLDMAN SOLICITAÇÃO DE EXAMES Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 3 AUMENTO DO RISCO CIRÚRGICO Idade acima de 70 anos Obesidade Estado nutricional Perda sanguínea > 1,5 l Grau de invasão cirúrgica Presença de comorbidades Tempo cirúrgico/anestésico longo (> 240 min) Tipo de cirurgia‐eletiva × emergência/urgência Extensão fisiológica cirúrgica CORONARIOPATIAS ANGINAS CRÔNICAS ESTÁVEL E INSTÁVEL AVALIAR SEGUNDO CAPACIDADE FUNCIONAL Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 4 EXAMES COMPLEMENTARES Teste de esforço ergométrico Cintigrafia de esforço com tálio 201 ou tecnécio 99 ou cinecoronariografia HAS EVITAR CIRURGIAS ELETIVAS Paciente com níveis tensionais de pressão arterial sistólica (PAS) > 180 mmHg e pressão arterial distólica (PAD) > 110 mmHg COMPLICAÇÕES AVE hemorrágico Sangramentos Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 5 Edema agudo de pulmão Dissecção agudo de aorta PNEUMOPATIAS E TABAGISMO AVALIAÇÃO ESPIROMÉTRICA Objetivo: avaliar a capacidade vital forçada (CVF, ou seja, o volume medido entre a capacidade pulmonar total [quantidade de ar presente nos pulmões após inspiração máxima] e o volume residual [ar que permanece nos pulmões após expiração máxima]), além do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF 1), ou seja, a quantidade de ar eliminada no primeiro segundo da manobra expiratória forçada Indicação: pacientes > 60 anos, DPOC, asma, fibrose pulmonar, apneia obstrutiva do sono, tabagistas pesados e portadores de ressecções pulmonares PACIENTE TABAGISTA Deve permanecer, pelo menos, 48 h antes do procedimento eletivo sem fumar SISTEMA RENAL Avaliação com nefrologista: necessária em caso de pacientes já dialíticos ou nefropatas diagnosticados na avaliação pré‐operatória Hemodiálise pré-operatória: indicada para pacientes com insuficiência renal (IR) crônica para equilibrar o volume intravascular e de controlar o nível de potássio DIABETES MELITO Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 6 Objetivo: normalizar os níveis glicêmicos no pré, intra e pós‐operatório Identificar: uso adequado do tratamento, manutenção dos níveis glicêmicos regulares e verificação de complicações diabéticas que possam prejudicar o andamento cirúrgico Diabéticos não dependentes de insulina: devem suspender o uso de antiglicemiantes orais antes da cirurgia, a fim de evitar hipoglicemia intraoperatória Diabéticos dependentes de insulina: devem suspender o uso de insulinas de longa duração e substituir as mesmas pelas de ação intermediária Durante a operação: deve ocorrer a infusão de soro glicosado a 5 ou 10%, associado à aplicação de insulina de rápida ação ou em infusão contínua, para manter os níveis glicêmicos adequa‐ dos, entre 80 e 150 mg/dl ENDOCRINOPATIAS HIPERTIREOIDISMO Somente operar tais pacientes no estado eutireóideo, sempre devendo ser realizados ECG e dosagem de eletrólitos neles Devem manter o uso de medicação antitireoidiana até o dia da cirurgia HIPOTIREOIDISMO Somente casos graves devem ser controlados no pré‐operatório USO DE CORTICOSTEROIDES Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 7 Pacientes com uso de 5 mg ou mais de prednisona ou similar durante 3 semanas ou mais no último ano devem ser considerados grupo de risco para a reposição cirúrgica em operações longas e de grande porte HEPATOPATIAS IDENTIFICAR Diagnóstico prévio de hepatite ou outras doenças hepáticas Uso adequado do tratamento Sinais de hepatopatia no exame físico PACIENTES CIRRÓTICOS Cirróticos submetidos a cirurgias abdominais têm mortalidade de 10%, 30% a 31% e 76% a 82% respectivamente Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 8 COAGULOPATIAS E ANEMIA Durante a anamnese inicial, deve‐se questionar o paciente sobre sangramentos em excesso, nefropatias, hepatopatias, uso de anticoagulantes, anti‐inflamatórios não hormonais e medicamentos antiplaquetários em geral PREPAROS ESPECIAIS DIETA E MEDICAÇÕES O jejum pré-operatório é variável Leite materno: até 4 horas antes do procedimento Refeição leve: até 6 horas antes do procedimento Líquidos sem resíduos: até 2 horas antes do procedimento Leite animal, artificial ou fórmula: até 6 horas antes do procedimento Refeição completa: até 8 horas antes do procedimento AJUSTE DE MEDICAMENTOS Beta-bloqueador: manter e/ou introduzir em coronariopatas Corticoide sistêmico: manter no pré- operatório AAS: suspender 7 dias antes Broncodilatadores: manter Estatinas e anti-hipertensivos: manter Antidiabéticos orais: interromper e usar insulina de resgate Pré-Operatório - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 9 Clopidogrel: suspender 5 dias antes Heparina: suspender 6 horas antes e reiniciar 12 a 24 horas depois Insulina: reduzir a dose para 2/3 AAS + clopidogrel: suspender
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