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história da Hipnose

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HISTÓRIA DA HIPNOSE 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
2 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO................................................................................................. 4 
A PRÉ-HISTÓRIA DA HIPNOSE ..................................................................... 9 
FRANZ ANTON MESMER (1734-1815) ........................................................ 11 
JAMES BRAID (1795-1860) .......................................................................... 15 
JEAN-MARTIN CHARCOT ............................................................................ 18 
O NEURO-HIPNOTISMO .............................................................................. 20 
SÉCULO XX .................................................................................................. 22 
MILTON ERICKSON (1901-1980) ................................................................. 25 
A HISTÓRIA DA HIPNOSE ATUAL ............................................................... 27 
A HIPNOSE NO BRASIL ............................................................................... 29 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 32 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
3 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
4 
INTRODUÇÃO 
 
Os fenômenos hipnóticos pertenceram aos deuses, ao diabo, aos astros, ao 
homem e, finalmente, à Ciência. Entenda os caminhos que a hipnose percorreu para 
chegar até hoje: 
Hoje em dia, a Hipnose é mais utilizada nas áreas da medicina e da psicologia 
como ferramenta para ajudar em processos de cura do corpo ou da mente. Mas 
qualquer pessoa que estude e pratique técnicas simples de hipnose rápida conseguirá 
algum resultado sem tantas dificuldades. Atualmente, os canais de aprendizado 
estão muito mais acessíveis. 
O fato é que as pessoas estão cada vez mais conseguindo hipnotizar e 
entender o que é hipnose, e isso prova que não existe nenhuma força ou poder 
hipnótico especial naqueles que conseguem executar a técnica, como costumávamos 
acreditar. Nesse texto, você vai entender como se deu a trajetória da hipnose através 
dos tempos, quem ajudou na sua ascensão e quais as dificuldades que a técnica 
enfrentou. 
O hipnotismo vem de um passado muito, muito distante. Não é incomum a 
brincadeira de que a primeira relação hipnótica teria ocorrido quando Deus anestesiou 
Adão, para fazer a cirurgia de retirada da sua costela, certo? Mas, heresias (ou não) 
à parte, a verdade é que os fenômenos hipnóticos pertenceram aos deuses, ao diabo, 
aos astros, ao homem e, finalmente, à ciência. Momento em que puderam ser 
identificados, reproduzidos e, até certo ponto, explicados através da Psicologia e da 
Neurofisiologia. 
O primeiro tipo de Hipnose Formal desenvolvida foi a “Hipnose Animal”, oriunda 
do “Magnetismo Animal” de Mesmer. Com este tipo de hipnose, os agricultores do 
século 17 podiam acalmar galinhas, hipnoticamente, usando diferentes técnicas. Na 
França, os agricultores aprenderam a hipnotizar galinhas para chocar ovos de outras 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
5 
galinhas. Em 1800, as pessoas hipnotizavam pássaros, coelhos, rãs, cães, gatos, 
cavalos, entre outros animais. 
O médico austríaco Franz Anton Mesmer (1734-1815) que é reconhecido 
como o “Pai da Hipnose”, foi quem criou o primeiro tipo de tratamento por meio do 
magnetismo animal. Mesmer acreditava que havia um quanta-magnético em todas as 
partículas de ar que respiramos, e um “fluido cósmico” que é capaz de ser 
armazenado em objetos inanimados, tais como ímãs, e transferidos para os pacientes 
para curar a doença. 
Mesmer havia curado uma mulher, que sofria de uma doença convulsiva. 
Durante um dos ataques da mulher ele aplicou três ímãs no estômago e nas pernas 
da paciente, enquanto ela se concentrava nos efeitos positivos do “fluido cósmico”. 
Seus sintomas desapareceram quando Mesmer aplicou este tratamento. Mesmer 
acreditava que o “fluido cósmico” percorria o corpo do paciente e restaurava o fluxo 
de energia, recuperando a saúde por inteiro. 
Mesmer obteve grande sucesso com o “Magnetismo Animal” ou “Transe 
Magnético”, que também ficou conhecido como “Mesmerismo”, realizando este tipo 
de tratamento em milhares de pessoas. 
Em 1835, outro grupo de pesquisadores ligados à Faculdade de Medicina de 
Paris, como Marquês de Puységur, Charles Deslon, Barão du Potet e Millet, 
retomaram o assunto do magnetismo animal, dedicando-se ao chamado 
“sonambulismo”, e a outros fenômenos provocados pela ação do agente magnético 
de Mesmer. 
Puységur pensou que a vontade das ações do operador da pessoa – o 
hipnotizador, eram fatores importantes para o sucesso ou fracasso do magnetismo, e 
ele acreditava que um “fluido cósmico” não era magnético, mas sim elétrico. 
Um cirurgião Inglês, John Elliotson (1791-1868) relatou em 1834, inúmeras 
operações cirúrgicas indolores, utilizando o magnetismo. 
 
 
 
 
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Um cirurgião escocês, James Braid (1795-1860), considerado o iniciador da 
Hipnose Científica, foi o primeiro a dar uma explicação científica para o 
“Mesmerismo”. Ele descobriu que alguns estudos experimentais podiam fazer uma 
pessoa entrar em transe, simplesmente fixando os seus olhos sobre um objeto 
brilhante. Ele acreditava que o Mesmerismo é um “sono nervoso” e cunhou a palavra 
Hipnose, derivada da palavra grega “Hypnos”, que significa sono. Porém, rejeitando 
a ideia de Mesmer que a Hipnose fosse induzida por magnetismo. 
O médico e neurologista francês, Jean Martin Charcot (1825-1893), usava a 
Hipnose para tratar a histeria, que era categorizada como uma atividade neurológica 
anormal, assim como diversos tipos de perturbações psíquicas. 
Auguste Ambroise Liébeault (1823-1904) e Hippolyte Bernheim (1837-1919), 
foram os primeiros a considerar a Hipnose como um fenômeno normal. 
Sigmund Freud (1856-1939), o “Pai da Psicanálise”, se interessou pela 
Hipnose, e chegou a ler o livro de Bernheim sobre Hipnose, “De la Suggestion”, para 
encontrar uma explicação fisiológica da sugestão, no Sistema Nervoso. Como ele 
observou, os pacientes entravam em um estado hipnótico. Freud começou então a 
reconhecer a existência do inconsciente. No entanto, Freud rejeitou a Hipnose como 
a ferramenta para desbloquear memórias reprimidas, favorecendo suas técnicas de 
associação livre e interpretação dos sonhos. 
 
Com o surgimento da Psicanálise, na primeira metade do século 20, a Hipnose 
caiu em popularidade. 
Mas foi apenas na década de 1930, que o estudo moderno do hipnotismo, se 
desenvolveu efetivamente. Através dos estudos de Clark Leonard Hull (1884-1952), 
na Universidade de Yale.Onde foram realizados estudos rigorosos com a Hipnose e 
a Sugestionabilidade. Por meio de análises estatísticas e experimentais, os estudos 
de Hull demonstraram que a Hipnose não possuía qualquer tipo de ligação com o 
 
 
 
 
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sono. E ficou comprovado que toda ideia de sono aplicada à Hipnose, obscurece o 
conceito, pois Hipnose não é sono, e não possui nenhuma relação para dormir. 
E foi assim, que a Hipnoterapia, ou seja, a Terapia por Hipnose, foi amplamente 
utilizada na Primeira Guerra Mundial, na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da 
Coréia. E suas técnicas foram então fundidas com a Psiquiatria, e foi especialmente 
útil no tratamento do que hoje é conhecido como Estresse Pós-Traumático. 
Em 1950, a Medicina começou a usar a Hipnose como terapia. 
Em 1952, na Grã-Bretanha, a Lei de Hipnotismo foi instituída para regular os 
espetáculos públicos e o ofício dos hipnotizadores. 
Em 1955, a Associação Médica Britânica reconheceu o uso terapêutico da 
Hipnose. 
Em 1958, a Associação Médica Americana aprovou um relatório sobre o uso 
medicinal da Hipnose. E dois anos após a aprovação, a American Psychological 
Association, aprovou a Hipnose como um ramo da Psicologia. 
Mas foi o psiquiatra americano Milton Erickson (1901-1980), quem 
desenvolveu novos estudos, muitas pesquisas e novas técnicas de Hipnose, que 
eram muito diferentes do que era comumente praticado. Seu estilo é conhecido como 
Hipnose Ericksoniana, que vem influenciando fortelemente, muitas escolas modernas 
de Hipnose. 
Dave Elman (1900-1967), foi um dos pioneiros no uso médico da Hipnose. A 
definição de Hipnose por Elman, ainda é amplamente utilizada entre muitos 
hipnotizadores profissionais. Ele é conhecido por ter treinado a maioria dos médicos 
e psicoterapeutas nos Estados Unidos, no uso da Hipnose. Elman também ficou muito 
conhecido por apresentar induções rápidas para o campo do hipnotismo. 
John Cerbone ficou mais conhecido por seu trabalho na área de induções 
instantâneas (indução speedtrance). O seu trabalho baseia-se em seis métodos de 
indução de transe (tédio, confusão, perda de equilíbrio, a fixação dos olhos, 
 
 
 
 
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desorientação, choque e sobrecarga), em uma única técnica, que produz indução 
instantânea de 3 a 7 segundos. Richard Nongard tem sido um colaborador no 
desenvolvimento destes métodos com Cerbone. 
Atualmente, a Hipnose é uma ferramenta médica altamente eficaz e popular. 
É amplamente utilizada para o controle de hábitos e comportamentos – como parar 
de fumar, controle de peso, e muitos outros problemas de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
A PRÉ-HISTÓRIA DA HIPNOSE 
 
A pesquisa mais recente que temos coloca o marco inicial da história da 
hipnose na Região da Mesopotâmia a 3500 anos A.C, onde na Caldéia, já existem 
relatos de curas pela fixação do olhar. Uma outra aparição remota da hipnose é no 
Egito, onde existiam os templos do sono e foram identificadas utilizações dos estados 
de transe para anestesia. Nesses templos, as doenças eram tratadas após o paciente 
ser submetido à hipnose. Teoria comprovada por obras arqueológicas como vasos de 
cerâmica, onde aparecem figuras de médicos fazendo intervenções cirúrgicas. 
Na antiga Grécia, os enfermos também eram postos a dormir e despertavam 
curados. Lá, a população em geral participava de cultos religiosos onde iam aos 
templos do sono e, após entrarem em transe, ouviam os sermões dos sacerdotes do 
respectivo deus desse templo. Após o procedimento, os enfermos retornavam às suas 
atividades gozando de plena saúde e alegria. 
As impressões da utilização de técnicas hipnóticas aparecem nos estudos das 
vastas documentações históricas sobre a China, Índia e Pérsia, onde também não 
restam dúvidas sobre o fato daqueles povos manipularem empiricamente técnicas 
hipnóticas. 
Como vimos, a história antiga está cheia de manifestações sobre hipnose, mas 
todas elas, toda essa fenomenologia, estava sob a regência de supostas leis ocultas, 
conhecidas somente por privilegiados, geralmente sacerdotes. O que é bastante 
comum para todas as práticas da época, já que esse período foi muito marcado pelo 
uso da religião como explicação para todos os fenômenos existentes. 
Comumente se comentam os rituais religiosos das civilizações antigas como o 
início da hipnose. Se pensarmos na hipnose como o uso da linguagem para a 
mudança dos modos de pensar, ser e agir, podemos, de fato, colocar as práticas 
ritualísticas nessa categoria. 
 
 
 
 
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10 
Sejam sacerdotes de Sekhmet no Egito antigo, os oráculos na Grécia, os 
asclepíades romanos ou os mestres dos mantras no hinduísmo, os modos de 
transformação apresentavam certas semelhanças. 
Esses rituais de cura pelo simbólico tinham em comum o fundo místico e a 
presença de uma figura de autoridade. A imbricação do lado xamanístico perdurou 
por muito tempo e pode-se encontrar até hoje pessoas que defendem o lado espiritual 
da hipnose. 
Outros fatores permanecem hoje presentes, porém com outras explicações. 
Por exemplo, a ideia presente no mantra existe como o foco na repetição para a 
mudança. A ideia da cura através do sonho presente no culto grego “Esculápio” 
sobrevive hoje na concepção de trabalho com uma instância não consciente. 
Ao longo dos anos as explicações com relação à eficácia simbólica da 
linguagem e dos rituais se alteraram acompanhando sempre a filosofia de cada 
época. Mas a guinada definitiva no modo de compreender a hipnose começou no 
século XVIII. Com o advento do Iluminismo iniciou-se a busca por uma compreensão 
mais científica dos fenômenos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FRANZ ANTON MESMER (1734-1815) 
 
Com Franz Anton Mesmer se iniciou o longo processo de transição do 
ocultismo para a compreensão científica da hipnose. Mesmer foi uma figura dúbia e 
contraditória, tanto em sua abordagem da hipnose como nas consequências do seu 
trabalho. 
Se por um lado, podemos considerá-lo como o inaugurador da era moderna da 
hipnose, por outro foi o principal responsável pela imagem negativa dos hipnotistas 
que se perpetua até hoje. 
Mesmer iniciou a aproximação da hipnose com o saber científico da época, 
depois afastando-se dele. Inspirado pelas Leis de Newton publicadas no final do 
século XVII e que marcaram o Zeitgeist da época, Mesmer criou o conceito de 
magnetismo animal. A ideia era a de que, da mesma forma como os planetas exercem 
influência um sobre o outro através da força gravitacional, os seres humanos 
operavam na mesma lógica com uma força universal nomeada magnetismo. 
Mais tarde, ele começou a aplicar o conceito que havia teorizado em sua clínica 
médica. A primeira paciente, Franzl Oesterline, foi tratada de um quadro convulsivo 
por Mesmer. Foi utilizado um ímã como instrumento para permitir o fluxo do 
magnetismo animal do médico para a paciente. 
Hoje compreenderíamos o ocorrido como uma sugestão hipnótica que permitiu 
o alívio dos sintomas, mas o sistema de crenças que operava na época era outro. 
Sua fama se espalhou pela Europa e suas práticas se aproximaram cada vez mais 
de um espetáculo com demonstrações dramáticas de seus poderes. 
Junto com a exibição teatral de suas técnicas iniciou-se o processo de crítica 
por parte dos demais médicos da época. Ele foi acusado de charlatanismo e fraude, 
e uma comissão foi instaurada pelo rei da França para investigar suas teorias. A 
comissão, ao comparar resultados de procedimentos realizados com e sem 
 
 
 
 
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magnetismo, não encontrou diferenças nos resultados. Concluíram, portanto, que 
Mesmer não possuía base científica para suas práticas. 
Essa disparidade entre teoria e prática, no entanto, não foi estudada até o final 
do século XVIII. Mesmer estava equivocado na explicação por detrás do seu êxitona 
clínica, ainda assim apresentava resultados positivos com seus pacientes. A 
comissão apenas refutou as causas teorizadas por ele, porém sem buscar o motivo 
do seu sucesso. 
A busca por uma nova explicação veio somente em 1796. O médico americano 
Elisha Perkins havia patenteado um dispositivo de metal utilizado em curas pela 
eletricidade à distância, de maneira similar ao magnetismo de Mesmer. John Haygarth 
realizou experimentos em laboratório com o dispositivo de metal e outro similar de 
madeira, obtendo os mesmos efeitos. Haygarth então teorizou o efeito placebo. Ficou 
em evidência pela primeira vez a influência da sugestão e da autoridade nos 
processos de cura. 
Embora tenha mantido elementos ritualísticos, Mesmer foi o primeiro a 
desenvolver um método para sua prática, o que possibilitou que suas teorias fossem 
refutadas e verificadas. Sua contribuição para o desenvolvimento da hipnose nos 
séculos seguintes é inegável. 
A pesquisa mais recente que temos coloca o marco inicial da história da 
hipnose na Região da Mesopotâmia a 3500 anos A.C, onde na Caldéia, já existem 
relatos de curas pela fixação do olhar. Uma outra aparição remota da hipnose é no 
Egito, onde existiam os templos do sono e foram identificadas utilizações dos estados 
de transe para anestesia. Nesses templos, as doenças eram tratadas após o paciente 
ser submetido à hipnose. 
Teoria comprovada por obras arqueológicas como vasos de cerâmica, onde 
aparecem figuras de médicos fazendo intervenções cirúrgicas. Na antiga Grécia, os 
enfermos também eram postos a dormir e despertavam curados. Lá, a população em 
geral participava de cultos religiosos onde iam aos templos do sono e, após entrarem 
 
 
 
 
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13 
em transe, ouviam os sermões dos sacerdotes do respectivo deus desse templo. 
Após o procedimento, os enfermos retornavam às suas atividades gozando de plena 
saúde e alegria. 
As impressões da utilização de técnicas hipnóticas aparecem nos estudos das 
vastas documentações históricas sobre a China, Índia e Pérsia, onde também não 
restam dúvidas sobre o fato daqueles povos manipularem empiricamente técnicas 
hipnóticas. 
Como vimos, a história antiga está cheia de manifestações sobre hipnose, mas 
todas elas, toda essa fenomenologia, estava sob a regência de supostas leis ocultas, 
conhecidas somente por privilegiados, geralmente sacerdotes. O que é bastante 
comum para todas as práticas da época, já que esse período foi muito marcado pelo 
uso da religião como explicação para todos os fenômenos existentes. 
Esse homem, tão amado e tão odiado, fez escola e teve seguidores. Um novo 
caminho estava aberto na história: o magnetismo prosseguiu nas mãos de nomes 
com Puysegur, Petetin, Du Potet, Deleuze, Bertrano, Cloquet e Abade Faria. Este 
último, desempenhou um papel importantíssimo pelo fato de ser um dos primeiros e 
voltar a sua atenção para a importância do pensamento e da imaginação do paciente. 
Ele foi o precursor da utilização da sugestão verbal, enquanto todos os demais 
defendiam a hipótese do fluido, negando a intervenção do pensamento. A figura do 
Abade Faria causou tamanha impressão que Egas Moniz, professor da Universidade 
de Lisboa, neurocirurgião, prêmio Nobel de Medicina, escreveu um livro sobre ele 
com finalidade de fazer justiça a um genial investigador ignorado por uns e esquecido 
por outros. 
Um outro personagem importante para a evolução da hipnose foi o grande 
magnetizador Charles Lafontaine que fazia demonstrações públicas, causando 
grande impacto e publicou um artigo chamado “Art de Magnétiser”, onde condensava 
suas teorias, seus princípios e ensinava suas técnicas. 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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Ele ficou conhecido por esta revista e hoje em dia é considerado o precursor 
das técnicas de apresentação de palco. Mas se engana quem pensa que a 
importância dele se deve (só) a esse fato. O seu episódio com James Baid, o defensor 
da sugestão e por muitos considerado o pai da Hipnose, talvez seja um pouco mais 
relevante para nós atualmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
JAMES BRAID (1795-1860) 
 
Aos poucos as crenças no magnetismo se dissiparam, porém as técnicas de 
Mesmer continuaram a ser utilizadas nas práticas de diversos médicos, por 
apresentarem eficácia. A técnica prosseguiu com o reconhecimento de que 
funcionava, mas sem uma explicação científica embasando-a. 
John Elliotson (1791-1868) foi um dos principais nomes na época, abrindo a 
Enfermaria Mesmérica de Londres em 1849, onde começou a utilizar hipnose para 
anestesia e controle da dor. 
Podemos considerar que Elliotson foi o precursor de James Esdaile (1808-
1859), um cirurgião que trabalhou na Índia realizando inúmeras cirurgias apenas com 
anestesia hipnótica. Ele criou o que hoje chamamos de estado de coma hipnótico ou 
estado de Esdaile, em que a profundidade do transe hipnótico causa anestesia sem 
sugestão. 
A partir da metade do século XIX, ganharam força as teorias francesas 
chamadas de escola de Nancy e de Saltpêtrière. A escola de Saltpêtrière teve como 
defensor mais conhecido Jean-Martin Charcot (1825-1893). Ele trabalhou 
fundamentalmente com casos de histeria, utilizando autoridade e procedimentos 
disciplinares em seus tratamentos. Freud inicialmente trabalhou com essa 
perspectiva, abandonando posteriormente a hipnose em favor da associação livre e 
do trabalho com a transferência. 
Charcot comparou os fenômenos hipnóticos aos sintomas observados na 
histeria, como a catalepsia, a letargia e o sonambulismo. Teorizou, a partir dessas 
observações, que a hipnose seria, portanto, um estado de anormalidade. A escola de 
Nancy se opunha a essas concepções. 
Hippolyte Bernheim (1840-1919) desafiou o conceito de Charcot de 3 
estágios. Argumentou que a sugestionabilidade era uma característica normal do 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
16 
ser humano e não um estado anormal. Essa polêmica entre as escolas francesas 
deu origem à disputa entre concepções de estado e de não-estado sobre a hipnose. 
A disputa francesa foi também um marco porque passou-se a discutir a fundo 
o que era hipnose, buscando desvelar seu funcionamento. Deixou-se de questionar 
“se” a técnica era um fenômeno válido e buscou-se aprofundar em seu estudo. 
Se Mesmer iniciou a aproximação com a ciência, James Braid foi quem 
completou esse processo. Considerado o pai da hipnose, foi o responsável por cunhar 
o termo hipnose, afastando-o do mesmerismo. Ao assistir uma sessão de 
mesmerismo onde os sujeitos não conseguiam abrir os olhos, Braid começou a 
estudar foco visual. 
Teorizou, então, que o mesmerismo não dependia de magnetismo, mas sim de 
fixação do olhar e atenção. Esse foi o início da passagem e compreensão do 
fenômeno hipnótico como algo dependente do sujeito e não do poder do hipnotista. 
Braid induzia o transe através de foco visual em objetos iluminados, como velas. 
Produzia assim cansaço visual que provocava o fechamento das pálpebras. Como 
ele comparou inicialmente o fenômeno com o sono, cunhou o termo hypnotism, 
devido ao deus grego do sono, Hypnos. 
Posteriormente, ao concluir que hipnose não tinha qualquer relação com o 
sono, criou o termo monoideísmo para indicar a fixação da atenção em uma única 
ideia. Porém o termo hipnose já havia se difundido e se arraigado na linguagem. Seu 
prolífico trabalho clínico permitiu finalmente o reconhecimento da hipnoterapia como 
um procedimento válido. 
O reconhecimento da hipnose como um fenômeno psicológico foi o marco do 
seu desenvolvimento a partir do século XX. 
Em novembro de 1841, 70 anos depois da apresentação de Mesmer em Viena, 
o médico-cirurgião James Braid foi a uma sessão de Lafontaine, para desmascará-lo. 
Contudo, ficou impressionado, porque não havia nada que identificasse a 
fenomenologia do Mesmerismo como falsa. Concluindo então que haveria aFaculdade de Minas 
17 
possibilidade de só a teoria ser enganosa. A partir daí, Braid começou a desenvolver 
sua própria técnica. Assim, em 1842, publicou um trabalho mostrando os erros de 
Mesmer e iniciando um novo período. 
Segundo James Braid, não existia fluido algum e qualquer manobra que 
cansasse o sistema nervoso (ele usava a fixação do olhar) produziria um estado que 
traz uma perturbação, pela fixidez de atenção que requereria muita energia do 
sistema nervoso associada com o repouso físico. O resto das reações dependeria da 
impressionabilidade do paciente. 
Essa teoria, passava então a defender que os fenômenos do Mesmerismo 
eram reais; só que a causa deles que não era, de modo algum, magnética ou vinda 
das estrelas. Para provar isso, fez experiências com diferentes pessoas, onde 
conseguiu obter os mesmos fenômenos, sem os procedimentos magnéticos 
habituais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 
JEAN-MARTIN CHARCOT 
 
Jean-Martin Charcot foi um neurologista francês e um professor de patologia 
anatômica. Hoje ele é conhecido pelo seu trabalho com hipnose e histeria, em 
particular por seu trabalho com a paciente Louise Augustine Gleizes. Ele também é 
conhecido como o “pai da neurologia moderna”, e seu nome foi conectado com pelo 
menos 15 epônimos médicos, incluindo a doença de Charcot e a doença Charcot-
Marie-Tooth. 
Ademais, Charcot é considerado um dos pais da psiquiatria moderna e foi 
chamado de “Napoleão das Neuroses”, como já mencionei. O foco primário de 
Charcot foi a Neurologia. Ele nomeou e foi o primeiro a descrever a esclerose múltipla, 
sumarizando relatórios anteriores e adicionando suas próprias observações clínicas 
e patológicas. 
Na época, Charcot chamou a doença de “sclérose en plaques”. Os três sinais 
de esclerose múltipla são hoje conhecidos como a “tríade de Charcot”, que são 
nistagmo, tremor intencional e fala telegráfica. Além disso, o neurologista também 
observou mudanças de cognição, descrevendo pacientes como tendo um “notável 
enfraquecimento da memória” e “concepções que se formavam devagar”. 
Charcot hoje é mais conhecido pelo seu trabalho com hipnose e histeria. Em 
particular, ele é conhecido pelo seu trabalho com a paciente Louise Augustine 
Gleizes, que aumentou sua fama durante sua vida. Porém, Marie “Blanche” Wittman, 
conhecida como a Rainha dos Histéricos, foi seu paciente de histeria mais famoso na 
época. 
 
Ele inicialmente acreditava que histeria era uma desordem neurológica com 
uma predisposição hereditária no sistema nervoso, mas próximo ao final da sua vida 
ele concluiu que histeria era uma doença psicológica. 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
19 
Charcot começou a estudar histeria após criar uma ala especial para mulheres 
sãs com “histero-epilepsia”. Ele descobriu duas formas distintas de histeria entre 
essas mulheres: Histeria menor e histeria maior. Seu interesse em histeria e 
hipnotismo se desenvolveram em um tempo onde o público estava fascinado com 
“magnetismo animal” e “mesmerização”, o que depois (graças a James Braid) se 
descobriu ser um método de indução a hipnose. 
Ademais, o neurologista ainda argumentou veementemente contra a noção 
médica e popular que histeria era uma doença quase exclusivamente feminina. Ele o 
fez apresentando vários casos de histeria masculina traumática. Além do mais, ele 
ensinava que devido a esse preconceito esses casos iam muitas vezes 
desconhecidos, mesmo por médicos de renome e podia acontecer em modelos de 
masculinidade como soldados. 
A análise de Charcot e sua visão sobre histeria como uma condição orgânica 
que podia ser causada por trauma, abriu o caminho para a compreensão de sistemas 
neurológicos nascentes de traumas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O NEURO-HIPNOTISMO 
 
Após a apresentação, Braid abole o vocábulo proveniente do magnetismo. E 
substitui-o por neuro-hipnotismo, passando depois para apenas hipnotismo. Já quase 
no fim de sua carreira, ele descarta parte do método do cansaço visual e da 
fascinação, pois descobre que pode hipnotizar cegos ou pessoas em lugares de baixa 
visibilidade. Situação que deu importância à sugestão verbal. 
Logo após essa descoberta, ele também não tardou em descobrir que o sono 
não era necessário para produzir os fenômenos hipnóticos como a anestesia, a 
amnésia, a catalepsia e alucinações sensoriais. Mas quando Braid identificou que 
hipnose não era sono, a palavra hipnotismo já estava disseminada. Certo ou errado, 
esse é o nome que vigora até os nossos dias. 
Depois desse trabalho de James Braid, o assunto se difunde por toda a Europa, 
tendo os seus polos na França e Inglaterra. O pai da Hipnose faleceu subitamente no 
dia 25 de março de 1858 deixando uma profunda modificação no que diz respeito à 
produção e interpretação dos fenômenos hipnóticos. 
Durante muitos anos, a hipnose foi esquecida e mal interpretada por não se 
compreender na época a natureza e dinâmica dos seus fenômenos. Ela foi resgatada 
na França por duas importantes escolas de pensamento que possuíam visões muito 
distintas sob o fenômeno da hipnose: a escola de Salpêtrière, liderada por Jean-
Martin Charcot e a escola de Nancy, comandada por Auguste A. Liébault e Hippolyte 
Bernheim. 
A escola de Salpêtrière tinha como líder Charcot, o neurologista mais 
importante e conceituado da época, ele estava estudando os estados hipnóticos para 
tratamento de pacientes histéricos. Em um trabalho apresentado em 1882, na 
Academia Francesa de Ciências, Charcot considerou a hipnose como um estado 
patológico de dissociação, comparando o transe ao processo histérico e a 
anormalidades no sistema nervoso. A relação entre hipnose e doença obteve grande 
 
 
 
 
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aceitação no meio científico, vindo a influenciar, segundo este ponto de vista, teóricos 
como Freud. 
Diferentemente da escola de Salpêtriere, a Escola de Nancy de Liébault e 
Bernheim do século XIX, também estudava a hipnose e seus fenômenos por mais de 
100 anos conforme descritos por Braid, pensando na hipnose como um estado de 
consciência normal e natural do ser humano, tendo um ponto de vista muito distinto 
de Charcot. Liébault e Bernheim retomaram a ideia original de Braid de que a indução 
hipnótica decorria da sugestão, realizando inúmeros estudos e experimentações 
científicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SÉCULO XX 
 
Durante o século XX, o centro do conhecimento em hipnose começou a migrar 
da Europa para os Estados Unidos. Joseph Jastrow (1863-1944) foi um dos principais 
responsáveis por divulgar a hipnose para a audiência leiga, começando o resgate da 
imagem dos hipnotistas e combatendo a ideia de controle mental. 
Foi também nesse século que eclodiu a semente plantada pelas escolas 
francesas com relação ao conceito de transe. A discussão sobre as teorias de estado 
e não-estado culminou com Hull. 
Para defensores da teoria de estado, o transe hipnótico seria um estado de 
consciência diferente daquele presente no cotidiano. Para defensores da teoria de 
não-estado, os fenômenos hipnóticos se apresentam no dia a dia, sem a necessidade 
de um estado diferenciado. 
Seguindo a racionalidade da época, as aplicações clínicas continuaram a se 
desenvolver. Porém, agora ao lado de pesquisas científicas do fenômeno em si, de 
maneira similar aos estudos sobre percepção. 
Dave Elman (1900-1967), nesse contexto, foi importante por criar uma indução 
rápida, possibilitando agilidade nos tratamentos terapêuticos. Se a hipnose foi 
anteriormente posta de lado por muitos médicos pela demora em induzir os sujeitos 
ao transe, com Elman ela voltou a se apresentar como uma alternativa viável. 
Aos poucos, a hipnose começou a integrar também o corpo do saber 
relacionado à auto-ajuda. Criou-se nesse contexto a auto-hipnose (termo 
popularizadopor Émile Coué). 
No século XX, surgiria um novo método para analisar a mente humana: a 
Psicanálise. O seu criador Sigmund Freud, que inicialmente usava a hipnose em suas 
teorias, abandonou-a nos últimos anos do século XIX para dedicar-se somente à 
Psicanálise e este acontecimento tem gerado um mal-entendido até os dias de hoje. 
 
 
 
 
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Muita gente tem a impressão de que, após a Psicanálise, a Hipnose tenha 
ficado obsoleta, ou seja irrelevante, tendo em vista que o próprio “deus” Freud desistiu 
dela, mas, na verdade, ele utilizou a hipnose como base apenas para provar que 
conteúdos podem ser armazenados em um local da mente, o inconsciente, e que este 
inconsciente pode ser manipulado. Começando a se dedicar a maneiras de tornar 
conscientes os conteúdos inconscientes que causavam os sintomas. 
Nos primeiros anos do novo século, Freud tornou-se o centro das discussões. 
É que a Psicanálise, rompendo aquele aglomerado de teorias organicistas, surgia 
como uma nova esperança na solução de problemas atribuídos às doenças cerebrais. 
O Hipnotismo despertava medo e desconfiança, ao contrário da Psicanálise, onde o 
cliente só precisaria deitar-se num divã e associar idéias, contar coisas, lembrar de 
acontecimentos passados e dos sonhos que teve durante a semana. 
Ao lado disso, o professor vienense não criara apenas um método 
psicoterápico, mas algo muito mais amplo, de caráter doutrinário e revolucionário para 
a época. O método terapêutico era apenas uma faceta da nova doutrina. Hoje, 70 
anos após a morte de Freud, uma visão retrospectiva dos diferentes acontecimentos 
políticos, religiosos, científicos, artísticos e culturais nos mostra claramente a 
influência às vezes direta, às vezes sutil da Psicanálise. 
Na primeira Guerra Mundial, a hipnose é reativada prestando serviços 
inestimáveis à Psiquiatria de Guerra pela maior objetividade no tratamento de 
neuróticos que, necessitando de um resultado mais rápido que os oferecidos pela 
psicanálise, conduziam seus tratamentos através de sugestões. Esse fato é 
demonstrado na autobiografia de Freud, quando ele diz que, no exército alemão, a 
hipnose foi utilizada com êxito satisfatório para a produção de um processo catártico 
abreviado. 
Ligado a essa linha, temos o Locutor de Rádio Dave Elman. Um dos aspectos 
mais importantes do seu legado foi o método de indução, que originalmente foi 
construído para realizar a hipnose de um modo rápido e depois adaptada para o uso 
de profissionais médicos. Os seus discípulos rotineiramente obtinham estados 
 
 
 
 
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hipnóticos adequados para procedimentos médicos ou cirúrgicos em menos de três 
minutos. Seu livro e suas gravações deixaram muito mais que somente sua técnica 
de indução rápida e exploram assuntos que ainda não são conhecidos (ou não são 
aplicado por muitos), principalmente no Brasil. 
Há novamente um período de retração da hipnose científica, que ressurge na 
segunda Guerra Mundial. Nos fins da década de 30 e começo da década de 40, as 
atividades hipnológicas se mostram em pleno vigor. O número de publicações é 
imenso; o número de conclaves científicos, também. Nas principais partes do mundo, 
há interesse crescente pelo assunto, e nomes como o de Erickson surgem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MILTON ERICKSON (1901-1980) 
 
Psiquiatra norte-americano, especializado em terapia familiar e hipnose. 
Fundou a American Society of Clinical Hypnosis e foi um dos hipnoterapeutas mais 
influentes no pós-guerra. Ele publicou vários livros e artigos científicos na área. 
Durante a década de 1960, Erickson popularizou um novo tipo de hipnoterapia, 
conhecida como hipnose ericksoniana, caracterizada principalmente por sugestão 
indireta, “metáforas” (na realidade, analogias), técnicas de confusão, e duplos 
vínculos no lugar de uma indução hipnótica clássica. 
Enquanto a hipnose clássica é direta e autoritária, e muitas vezes encontra 
resistência do paciente, a forma que Erickson apresentou é permissiva e indireta. Por 
exemplo, se na hipnose clássica é utilizada a indução “você está entrando agora em 
um transe hipnótico”, na hipnose ericksoniana, a indução seria utilizada na forma 
“você pode aprender confortavelmente como entrar em um transe hipnótico”. Desta 
forma, dá a oportunidade ao paciente de aceitar as sugestões com as quais se sentirá 
mais confortável, no seu próprio ritmo, e com consciência dos benefícios. 
A pessoa a ser hipnotizada sabe que não está sendo coagida, tomando para 
si a responsabilidade e a participação na sua própria transformação. Como a indução 
se dá durante uma conversa normal, a hipnose ericksoniana também é chamada de 
hipnose conversacional. 
Erickson insistia que não era possível instruir conscientemente a mente 
inconsciente, e que sugestões autoritárias seriam muito mais prováveis de obter 
resistência. A mente inconsciente responderia a aberturas, oportunidades, metáforas, 
símbolos e contradições. A sugestão hipnótica eficaz, então, seria “artisticamente 
vaga”, deixando a oportunidade para que o hipnotizado possa preencher as lacunas 
com seu próprio entendimento inconsciente – mesmo que eles não percebam 
conscientemente o que está acontecendo. 
 
 
 
 
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Um hipnoterapeuta habilidoso constrói essas lacunas nos significados de modo 
que melhor se adéqua para cada indivíduo – de uma forma que tem a maior 
probabilidade de produzir o estado de mudança desejado. Por exemplo, a frase 
autoritária “você vai deixar de fumar” teria uma menor probabilidade de atingir o 
inconsciente que “você pode se tornar um não-fumante”. A primeira, é um comando 
direto, para ser obedecido ou ignorado (e observe que ela chama a atenção para o 
ato de fumar). Já a segunda, é um convite aberto para uma mudança permanente e 
possível, sem pressão, e que é menos provável de encontrar resistência. 
Milton Erickson foi o responsável por questionar profundamente a ideia de 
autoridade do hipnotista para o processo terapêutico. 
Focando na relação terapêutica, Erickson trabalhou a linguagem e o uso de 
metáforas como ferramentas para engajar processos não conscientes. Sua maior 
contribuição para a história da hipnose foi trazer de volta o foco no indivíduo para o 
processo terapêutico e desenvolver ferramentas alternativas à sugestão direta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A HISTÓRIA DA HIPNOSE ATUAL 
 
Desde o final do século XX até os dias atuais, a hipnose possui novos desafios. 
O advento das técnicas de ressonância magnética e o aprimoramento do escopo de 
conhecimento em neurociências abriram novos horizontes. As novas fronteiras 
consistem em organizar as diversas frentes de conhecimento sobre a hipnose e 
estabelecer diálogos entre elas. 
Temos uma infinidade de teorias de diferentes vertentes. Algumas de cunho 
filosófico associadas ao desenvolvimento pessoal, outras teorias sociológicas e 
comportamentais que associam a hipnose ao contexto social como determinante dos 
comportamentos esperados pelos seres humanos e algumas teorias baseadas nas 
neurociências que procuram associar fenômenos hipnóticos a estados fisiológicos 
cerebrais, etc. 
A história da hipnose no século XXI continua se escrevendo dia após dia. O 
nosso maior desafio é ir além e desvendar as possibilidades inexploradas da hipnose. 
Como diria Platão, “A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos”. 
Na década de 50, muitas sociedades de hipnologia foram fundadas na Europa, 
em diversos países da América e no Japão. Participaram das mesmas somente 
médicos, dentistas, psicólogos e, em alguns países, pessoas da área de Filosofia. A 
oficialização da hipnologia dentro das ciências médicas nas Américas, se deu com a 
criação da Seção de Hipnose Clínica em 1960. 
Atualmente,os hipnotistas mais conhecidos do mundoe que mais inspiraram a 
produção de conteúdo sobre hipnose são: Sean Michael Andrews, Igor Ledochowski, 
Anthony Jacquin, Derren Brown e James Trip. Dentre os nomes dos maiores 
divulgadores da hipnose ericksoniana estão: Jeffrey Zeig, Stephen Paul Adler, 
Roxanna Erickson, o uruguaio Fábio Puentes e os brasileiros Sofia Bauer e Alberto 
Dell’Isola. 
 
 
 
 
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Muito ainda há para dizer sobre como a hipnose evoluiu através dos tempos, 
mas esse resumo sobre a evolução histórica da Hipnose já fornece uma ideia do lugar 
incrível que ela ocupa. Mostra bem como se desvencilhou da magia e do ocultismo. 
Ocupando um lugar de destaque no meio científico, o que deve ser frisado pelos 
profissionais que trabalham atualmente com o assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A HIPNOSE NO BRASIL 
 
No início dos anos sessenta o então presidente da república, Jânio Quadros, 
assina o decreto N° 51.009 de 22/7/1961728 que proibia a prática da hipnose como 
entretenimento. Este decreto, no entanto, em seu artigo 2° já apontava uma linha 
divisória que deixava aos médicos a única concessão para o livre exercício da 
hipnose. Esta normativa era resultado de um crescente interesse da comunidade 
médica em torno da hipnose, como relata David Akstein, primeiro presidente da 
Associação Brasileira de Hipnose fundada em 1957. 
 
Nossa luta trouxe-nos algumas vantagens, ainda não obtidas por colegas de 
muitos países, como a proibição oficial do uso da hipnose como 
entretenimento, em televisão, teatros etc.[...] Esta proibição só foi obtida 
depois de medidas esclarecedoras nos mais influentes órgãos de 
publicidade, depois de vários anos de aplicação criteriosa da hipnoterapia 
pelos hipnólogos brasileiros e após a realização dos bem sucedidos 1° 
Congresso Pan Americano de Hipnologia e 1° Brasileiro de Hipnologia. 
Dessa forma, a maior parte do público passou a encarar a referida 
terapêutica como usual e inócua. (AKSTEIN,1980: 35) 
 
 
 
Este decreto não impediu que a hipnose continuasse a ser praticada forma 
diversa, com outros interesses, alguns textos presentes no site da revista brasileira 
de hipnose, são muito interessantes nesse sentido, por mostrarem um interesse 
grande no combate aos usos mágicos da hipnose, o combate a charlatães, 
paranormais e etc., como demonstra o próprio título do texto do qual retirei a citação 
acima O pensamento mágico e as Personalidades Paranóides na dificultação do 
Movimento Hipnológico. No entanto outros grupos de interesse se reúnem em torno 
da hipnose, trinta anos mais tarde o então presidente Fernando Collor revoga o 
decreto e uma sucessão de resoluções de órgãos profissionais passam a reconhecer 
e recomendar o uso da hipnose. 
Em 1993 o conselho federal de odontologia reconhece e recomenda a hipnose 
como ferramenta clínica, seguida pelo conselho federal de medicina em 1999, o 
 
 
 
 
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conselho federal de psicologia em 2000 e o conselho federal de fisioterapia e terapias 
ocupacionais em 2010. O que estas normativas têm em comum é o apelo aos critérios 
éticos do emprego da hipnose e a exigência da devida habilitação por parte dos 
profissionais. O que supõem a demanda de um quadro estável de transmissão e 
formação profissional em hipnose. Servindo também, ao menos em situações 
informais e extraoficiais, para desqualificar o uso da hipnose por pessoas não 
pertencentes aos quadros profissionais regulamentados pelos conselhos. O caso da 
criação instituto brasileiro de hipnoterapia, denota bem o tipo de disputa que ocorreu 
entre a repartição de direitos entre médicos e psicólogos para o exercício e o estudo 
da hipnose no Brasil. 
da hipnose no Brasil. É nesse período ainda, entre fins de 80 e começo de 90 
que chegam ao Brasil os primeiros cursos de Hipnose Ericksoniana e a partir de 1995 
passam-se a instalar em vários estados brasileiros os Institutos Milton Erickson, 
responsáveis pela difusão, e formação para a habilitação de profissionais para o uso 
da hipnose tal como a desenvolvida por Erickson. Também passa a circular no campo 
de influência da hipnose, a PNL (programação neurolinguística), processo criado por 
Richard Bandler e John Grinder, fortemente influenciados pelos trabalhos de 
Erickson. Diz-se que a PNL, a grosso modo, pode ser compreendida com um conjunto 
de técnicas de modelagem do comportamento visando a excelência pessoal e 
profissional. 
Evidentemente a PNL é enormemente reconhecida nos circuitos de cultura 
empresarial, empreendedorismo, coaching, etc. E é notável como se torna presente 
no currículo de formação de hipnoterapeutas, e hoje é quase impossível efetuar 
qualquer busca referente à hipnose, seja ela ericksoniana ou não, que não acabe 
desembocando em algum curso, artigo, palestra sobre a PNL. 
Para além das normativas dos conselhos profissionais o uso da hipnose não é 
regulamentado por lei alguma, e um outro espaço crescente de institucionalização 
para hipnoterapeutas, são as terapias alternativas, new age etc. A grande maioria de 
terapeutas que não possuem curso superior de psicologia por exemplo, se inscrevem 
 
 
 
 
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em associações, conselhos ou sindicatos de terapeutas holísticos, a fim de obter 
algum respaldo institucional, embora ainda não exista lei que regulamente a prática 
de terapeuta holístico. 
Entre estes terapeutas a PNL, a hipnose ericksoniana, o coaching continuam 
presentes, mas ao lado de terapias de vidas passadas (TVP), psicoterapia 
reencarnacionista, parapsicologia dentre inúmeras outras técnicas consideradas 
holísticas ou new age, muitos desses hipnólogos são inclusive referências constantes 
para quem se interessa por cursos de formação Parece ser possível despontar então, 
figuras de referência no campo da hipnose, que prescindem do reconhecimento de 
uma especialidade científica, como psicologia ou psiquiatria para a manutenção de 
seu reconhecimento e prestígio. 
Em suma, atualmente há uma variedade substancial de espaços, pessoas, 
usos e consequentemente produção de significados, em torno das terapias com 
hipnose só superficialmente esboçadas até aqui, que a princípio podem parecer 
incomensuráveis em seus interesses, mas coexistem e se interpenetram, como é 
possível reconhecer na trajetória dos terapeutas por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ao longo da história, a hipnose se mostrou uma ferramenta de suporte 
intimamente conectada com a medicina, psicologia e psicoterapia. Desde as 
aplicações históricas em templos com técnicas de incubação e meditação através de 
mantras religiosos, até o uso da hipnose em Charcot e Freud para a conclusão da 
existência de sintomas fisiológicos gerados por processos psicológicos. 
A hipnose afetou a formação de várias das técnicas psicoterapêuticas 
modernas, sendo essas a própria hipnoterapia, a psicanálise, a psicologia analítica e 
até a terapia cognitivo-comportamental. Outras também foram consideradas, apesar 
destas não serem mencionadas neste trabalho. 
A hipnose se mostra um amigo implícito em grande parte dos estudos 
psicológicos, lembrando sua definição por Braid. O transe pode se dar em qualquer 
situação desde que se cumpram duas condições. A fixação da visão e o foco da 
concentração do hipnotizado. Sendo assim, o autor vê a hipnose como um estudo de 
importância capital para a formação de um psicoterapeuta completo. 
Apesar de resultados discutíveis na parte da sugestão direta, a hipnose como 
componente ativo da terapia facilita a busca por informações do paciente, como um 
complemento a associação livre. Dessa forma, guiando o paciente a um local ou 
trauma específico da memória e o ajudando a focar em artefatos importantes da sua 
psique. 
A hipnose, por fim, não precisa nem ser utilizada. Seu estudo e conhecimento 
sem aplicação prática pelo analista,revela através das epifanias de seus praticantes 
conceitos importantes sobre o inconsciente e seus funcionamentos que o analista não 
teria de modo contrário. 
 
 
 
 
 
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Mesmo em tempos modernos, é importante voltarmos a visão ao passado. Um 
psicoterapeuta pleno com certeza só pode se afirmar o mesmo após o estudo extenso 
daqueles que o pré-datam, e a história da hipnose é, em si, a história da psicologia. 
Em suma, se pudermos comparar de um modo geral as diferenças que se 
apresentam entre a forma de experiência que aparece ao fim do século XIX e as 
experiências contemporâneas especificas que relatei veríamos que um deslocamento 
da experiência do transe como delimitadoras do funcionamento normal do indivíduo 
para a experiência do transe enquanto amplificadora das qualidades individuais da 
pessoa. Se antes a hipnose havia servido para reiterar valores dominantes, hoje 
parece-me que ela procura meio de realizar os objetivos que o conjunto possível 
destes valores prescreve. 
A hipnose em algumas formas predominantes de seu uso contemporâneo 
parece estar disposta a atingir a máxima dita por Bernheim, a de que homem deve se 
aperfeiçoar indefinidamente, e aqui seria importante ressaltar que este 
aperfeiçoamento, nesta modalidade especifica de praticar a hipnose, se dá tão 
somente jogo de possibilidades que esta imagem do homem inscreve, na sua relação 
com os objetivos predominantes de nossa sociedade e que são também um meio de 
uma prática com uma história de difícil estabilização institucional encontrar um espaço 
para se manter. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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