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apostila minerais e rochas

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" 
DEPARTAMENTO DE SOLOS E NUTRIÇÃO DE PLANTAS 
 
 
Fundação de Estudos Agrários "Luiz de Queiroz" 
 
 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM 
GERENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
APONTAMENTOS DE AULA DA DISCIPLINA 
 
 “GEOLOGIA” 
 
 
 
 Prof. Celso A. Clemente 
 
 
Piracicaba 
27 de Março de 2004 
 
 
 
A seguir apresentamos um texto básico de Mineralogia e Petrologia que deverá ser considerado 
apenas como um texto de apoio e de consulta para a disciplina Geo-1 e Recuperação de Áreas 
Degradas por Mineração.do CEGEA. 
 
Capítulo I 
 
M I N E R A I S E R O C H A S 
 
1.1 – Introdução 
 
O interessado aluno ingressante no Curso de Agronomia necessita conhecer o solo. A 
maioria de suas atividades futuras e profissionais poderão estar relacionadas ao 
conhecimento e exploração dos solos. 
Como parte fundamental para estudo e exploração do solos tem-se necessariamente 
que acumular conhecimentos a respeito de seus materiais de origem. Fica então a 
pergunta, quais são os materiais de origem dos solos? 
 
Consideramos como materiais de origem dos solos: 
 a) Rocha no estado íntegro ( sem alteração ); 
 b) Produtos de alteração de rochas "in situ"; 
 c) Produtos (sedimentos) inconsolidados transportados e depositados. 
 
Todos esses materiais de origem dos solos são constituídos, na sua grande maioria, 
por minerais. Dessa forma tem-se que primeiro, estudar e conhecer os principais 
minerais que formam os materiais de origem dos solos e em seguida, caracterizar 
esses materiais para depois identificar e interpretar os fenômenos de transformação 
desses produtos em solos. 
Com isto conclui-se que o primeiro passo é estudar Mineralogia e Petrologia e dentro 
deste contexto o primeiro problema que aparece é o de distinguir Mineral de Rocha. 
 
1.2 - Distinção entre Mineral e Rocha 
A condição necessária para conseguir a distinção entre Mineral e Rocha é ter o 
conhecimento dos conceitos que os definem. Tanto mineral como rocha são corpos 
naturais que constituem a Litosfera. 
Várias são as definições de minerais e rochas. Apresenta-se abaixo as de uso mais 
corrente: 
 ÎEspécie Mineral: É um sólido homogêneo, de ocorrência natural, geralmente 
inorgânico, com composição química definida e uma estrutura cristalina (arranjo ordenado 
de cátions e ânions). Ex.: Hematita (α-Fe203), Calcita (CaCO3), Diamante (C). 
 ÎMineralóide ou substâncias "amorfas": São substâncias inorgânicas que não 
apresentam um arranjo interno ordenado. Ex.: Vidro vulcânico 
ÎRocha : É um agregado natural, coerente, multigranular de uma ou mais 
espécies minerais. Podendo conter ainda, matéria orgânica e matéria vítrea. Ex.: 
 
Rocha Constituintes Principais 
 
Granito Quartzo, Feldspatos, Micas 
Calcário Calcita e Dolomita 
Arenito Quartzo 
Após esses conceitos, e utilizando-se dos critérios relacionados a seguir, é possível, 
após o exame de uma amostra, dizer se é um mineral ou uma rocha. 
 
 
 
A - Forma Externa: os minerais podem ocorrer espontaneamente com forma externa de 
cristais, devido apresentar uma estrutura cristalina definida. Podem exibir faces planas 
e regulares que no conjunto, podem formar poliédros (cubos, hexágonos, prismas, etc), 
embora isso não seja obrigatório. Uma rocha normalmente não apresenta forma 
poliédrica natural. 
a1) Apresentando forma poliédrica, mesmo que imperfeita, trata-se de um 
mineral ( Figura 1). 
 
 
Figura 1. Formas poliédricas de minerais 
 
 a2) Não apresentando nenhuma face plana e regular, pode ser mineral ou rocha. 
B) Matéria Orgânica. Definindo mineral como uma substância inorgânica, toda amostra 
que contiver matéria orgânica como constituinte, será considerada uma rocha. 
Geralmente, a matéria orgânica é reconhecida por apresentar cor escura, odor 
característico, ao friccionar suja os dedos e em contato com fogo torna-se combustível. 
C) Número de Constituintes. Trata-se de uma avaliação do número de componentes da 
amostra (mineral, matéria orgânica, matéria vítrea). Em geral os diferentes constituintes 
são reconhecidos por apresentar propriedades distintas, como por exemplo cor, brilho, 
etc. 
 c1) Se amostra apresentar mais de um constituinte, ela é uma rocha (Figura 2A). 
Entretanto, é possível na natureza, que alguns minerais apresentem impurezas 
disseminadas em seus cristais, como ilustrado nas Figuras 2B e 2C. 
 
 
Figura 2. Distinção entre mineral e rocha em função do número de constituintes. (A) material 
com mais de um constituinte → rocha; (B) material com dois constituintes, um deles 
considerado impureza → mineral; (C) material com várias partículas disseminadas, 
inclusões de um mineral em outro → mineral 
 
c2) Se a amostra contiver apenas um constituinte, pode ser mineral ou rocha. 
Neste caso segue-se a análise e utiliza-se o critério da homogeneidade. 
D) Homogeneidade. Se a amostra for constituída por partículas distintas, a luz incidente 
sobre ela será refletida com diferentes orientações. Neste caso tem-se uma rocha 
 
 
 
(Figura 3A). Se for constituído de uma única parte, toda amostra é um único indivíduo, 
não sendo possível reconhecer diferentes reflexões da luz nas partículas, têm-se um 
mineral ( Figura 3B). 
 
 
Figura 3. Distinção entre mineral e rocha em função da homogeneidade. (A) material 
constituído por partículas distintas, com diferentes orientações e posições de 
reflexões de luz → rocha; (B) material constituído de uma única parte, não sendo 
possível reconhecer diferentes reflexões da luz nas partículas → mineral. 
 
Evidentemente que os critérios apresentam limitações e alguns cuidados devem ser 
tomados no reconhecimento macroscópico de minerais e rochas. O tamanho dos 
constituintes pode ser fator limitante na identificação uma vez que estes podem ser 
muito pequenos (microscópicos) não sendo possível identificá-los a olho nu. 
Outros cuidados referem-se aos geodos e grupamentos cristalinos existentes nas 
rochas. Pode-se retirar (amostrar) uma parte de uma rocha no espaço de um geodo ou 
de um grupamento de cristais. Como exemplo, cita-se a retirada de uma porção de 
rocha no espaço de um geodo de um basalto vesicular (Figura 4A), ou a concentração 
de feldspatos ou micas de um granito, (Figura 4B). As amostras retiradas são 
grupamentos naturais de minerais que se formaram quando da consolidação da rocha, 
no caso do granito, ou após sua consolidação, no caso dos basaltos, não constituindo 
uma nova rocha. 
 
 
Figura 4. (A) basalto vesicular mostrando geodo preenchido por cristais de quartzo; (B) granito 
mostrando acúmulo de micas. 
 
Os métodos macroscópicos de identificação de minerais e rochas citados, podem ser 
utilizados para a maior parte dos minerais e rochas de interesse agronômico. 
Entretanto, algumas vezes estes métodos podem ser insuficientes e devem ser 
utilizadas técnicas complementares de laboratório como por exemplo, difratometria de 
raios-X, microscopia óptica e eletrônica, análises químicas e etc., para solucionar o 
problema. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo II 
 
 
P R O P R I E D A D E S M A C R O S C Ó P I C A S D E M I N E R A I S 
 
2.1. BRILHO – O brilho de um mineral é a capacidade de reflexão da luz incidente 
sobre sua superfície. O brilho de um mineral pode ser dividido em: 
 
METÁLICO – brilho semelhante a um metal. Ex.: pirita, hematita; 
 NÃO METÁLICO – outros tipos de brilhos observados nos minerais. Exemplos: 
 
vítreo – brilho semelhante ao vidro. Ex.: quartzo (hialino, ametista, fumê, etc); 
 sedoso – brilho semelhante a seda. Ex.: gipso 
resinoso – brilho semelhante a resina. Ex.: enxofre 
perláceo – brilho semelhante a pérola. Ex.: talco lamelar e granular 
micáceo – brilho intenso das superfícies das "placas" ou "escamas" dos 
 mineraismicáceos. Ex.: muscovita, biotita e lepdolita 
 
2.2. DUREZA - A dureza (D) de um mineral é a resistência que sua superfície oferece 
ao ser riscada. Será adotada a escala de dureza de MOHS, estabelecida em 1824, na 
qual dez minerais comuns são ordenados em relação a resistência que oferecem ao 
risco (Figura 5). 
A escala de Mohs não é linear. Por exemplo, o diamante é cerca de 40 vezes mais 
duro que o talco, enquanto o coríndon que está logo abaixo do diamante (dureza 9), é 
da ordem de 9 vezes mais duro que o talco. A escala de Mohs é adimensional. Diz-se 
que o mineral tem dureza 5 ou 3, por exemplo, na escala de Mohs. 
 
 
Figura 5. Escala de Mohs utilizada para avaliação da dureza de um mineral. 
 
Para utilizar a escala de Mohs toma-se com limites a dureza da unha 
(aproximadamente 2,8 - 2,9) e de uma lâmina de canivete (canivetes comuns da ordem 
de 5,5). Desta forma tem-se: 
 
 DUREZA BAIXA: minerais riscados pela unha. (minerais de dureza 1 e 2); 
 DUREZA MÉDIA: minerais não riscados pela unha, mas riscados pelo canivete 
(minerais com dureza até 5 – 5,5); 
 
 
 
 DUREZA ALTA: não riscado pelo canivete. 
 
A partir da escala de Mohs tem-se que: 
 1- O mineral de maior dureza risca o de menor dureza; 
 2- O mineral de menor dureza é riscado pelo de maior dureza; 
 3- Minerais de igual dureza ou muito próximas não se riscam. Entretanto, 
quando fortemente atritados podem (não necessariamente) se riscar. 
 
2.3. CLIVAGEM - É a propriedade que apresentam muitos minerais de romperem com 
maior facilidade segundo determinados planos. Todo plano de clivagem é paralelo a 
uma face do cristal ou a uma face possível do cristal. 
A clivagem pode ser obtida por simples pressão ou por choque mecânico mais forte. 
Os minerais podem apresentar superfícies de clivagem em: 
 
a) 3 direções (Figura 6A) - Ex.: calcita, galena 
 b) 2 direções (Figura 6B) - Ex.: feldspato 
 c) 1 direção (Figura 6C) - Ex.: micas, talco 
 d) ausente - Ex.: quartzo, turmalina. 
 
 
Figura 6. Diferentes tipos de clivagem dos minerais. (A) clivagem em 3 direções; (B) clivagem 
em 2 direções; (C) clivagem em 1 direção 
 
2.4. FRATURA - É o tipo da superfície não plana apresentada por um mineral, após o 
mesmo ter sido submetido a um choque mecânico. 
A fratura pode ser: 
 
 a) CONCHOIDAL - quando o mineral apresenta superfície em forma de concha 
profunda (Figura 7) - Ex.: quartzo. 
 b) SUB-CONCHOIDAL - quando o mineral apresenta superfície em forma de 
concha, mas pouco profunda – Ex.: aragonita. 
 c) IRREGULAR - sem forma definida – Ex.: turmalina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7. Exemplo de fratura conchoidal 
 
 
2.5. HÁBITO - É a forma externa mais freqüente de ocorrência de um mineral. O hábito 
depende da forma e velocidade de crescimento do mineral que por sua vez são 
influenciadas pela temperatura, pressão, impurezas, etc. Pode-se concluir que um 
mesmo mineral, em condições genéticas distintas, pode apresentar hábitos diferentes. 
O hábito nem sempre é uma propriedade que diferencia um mineral do outro, mas sem 
dúvida é de grande importância. A seguir serão apresentados alguns hábitos comuns 
observados nos minerais. 
O hábito de um mineral pode ser observado em um cristal isolado ou em agregados de 
minerais. 
Quando o mineral apresenta cristais isolados, considera-se as seguintes formas: 
 A) Tabular - devido ao maior desenvolvimento de duas faces paralelas (Figura 
8A). Ex.: barita 
 B) Prismático - devido ao maior desenvolvimento do cristal segundo uma direção 
(Figura 8B). Ex.: quartzo 
 C) Piramidal - devido ao maior desenvolvimento das faces que formam 
pirâmides. Pode ser também bipiramidal (Figura 8C). Ex.: zirconita 
 D) Acicular cristais finos, como agulhas (Figura 8D). Ex.: actinolita 
 
Quando o mineral não ocorre em cristais bem individualizados, pode assumir as mais 
variadas formas, das quais citam-se: 
 E) Granular - massa ou agregado constituído por grânulos: elementos cristalinos 
pequenos e irregulares (Figura 8E). Ex.: olivina, enxôfre 
 F) Maciço - massas homogêneas cristalinidade aparente, isto é, situação em que 
a individualização dos constituintes não pode ser feita a olho nu (Figura 8F). Ex.: 
calcedônia 
 G) Fibroso - massas aciculares finíssimas, onde não é possível distinguir formas 
geométricas nos indivíduos isolados (Figura 8G). Ex.: asbestos 
 H) Estalactítico - em forma de concreções mais ou menos cônicas (Figura 8H). 
Ex.: calcita 
 I) Lamelar ou Placóide - quando o material é constituído por um conjunto de 
lamelas ou placas empacotadas (Figura 8I). Ex.: talco, muscovita, sericita, lepdolita 
 J) Escamoso - quando o material é constituído por um conjunto de cristais 
empacotadas em forma de pequenas escamas. Diferencia do placóide pelo tamanho 
reduzido (Figura 8J). Ex.: biotita, fucksita 
 K) Concrecionário - na forma de concreções, isto é, agregados mais ou menos 
estáveis, de forma arredondada e alongada constituídos de material cristalino e/ou 
amorfo (Figura 8K). Ex.: concreções de hematita, goethita 
 
 
 
 
 
Figura 8. Diferentes tipos de hábito/formas apresentados pelos minerais 
 
2.6. COR - A cor do mineral é um caráter importante em sua determinação. A cor de 
uma substância depende do comprimento de onda da luz que ela absorve. Por 
exemplo, um mineral que apresenta cor verde absorve todos os comprimentos de onda 
do espectro exceto aquele associado ao verde. Alguns autores consideram como 
fundamentais as seguintes cores dos minerais: branco, cinza, preto, azul, verde, 
amarelo, vermelho e castanho. Deve-se assinalar, entretanto, que podem ocorrer 
minerais das mais diversas tonalidades. 
As cores dos minerais, especialmente dos que apresentam brilho metálico, devem ser 
observadas na fratura fresca. Em geral a superfície exposta ao ar pode apresentar 
películas de alteração. 
Os minerais de brilho não metálico podem ser divididos em: 
 
 
 
IDIOCROMÁTICOS – são aqueles que apresentam sempre a mesma cor dentro 
da espécie mineral, cor constante que depende da composição química. Ex.: enxofre 
(amarelo), malaquita (verde), azurita (azul), etc. 
ALOCROMÁTICOS – são aqueles que apresentam cor variável dentro da 
mesma espécie mineral em função da presença de impurezas na estrutura cristalina ou 
por causas de natureza física (ex.: aumento de temperatura, radiação, etc). Estes 
minerais são incolores quando puros. Alguns exemplos são: 
- FLUORITA - incolor, amarela, rósea, verde ou violeta 
- TURMALINA - incolor (acroíta), rósea (rubelita), verde (esmeralda brasileira), azul 
(indicolita) e preta (afrisita) 
- BERILO - incolor, verde (esmeralda), azul-esverdeado ou azul água marinha, amarelo 
(heliodoro). 
- QUARTZO - incolor (cristal de rocha, hialino); amarelo (quartzo citrino), róseo (quartzo 
róseo), verde (quartzo prase), violeta (quartzo ametista). 
A cor é uma propriedade física importante na determinação dos minerais, mas nem 
sempre é constante. Desta forma, deve-se utilizar esta propriedade com cuidado. 
 
2.7. TRAÇO – A cor do pó fino de um mineral é designada de traço. Enquanto as cores 
dos minerais podem ser muito variáveis, as cores dos traços são normalmente 
constantes. O traço é obtido riscando-se com o mineral uma placa de porcelana não 
polida. Exemplos de diferentes cores de traços produzidos por minerais são 
apresentados na Figura 9. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9. Exemplos de diferentes cores de traços 
produzidos por minerais. 
 
2.8. DENSIDADE - Densidade é o número que expressa a proporção entre o peso do 
mineral e o peso de um igual volume de água a 4º C. 
Alguns minerais muito semelhantes em outras propriedades macroscópicas, podem 
possuir densidades bem diferentes. Exemplos: DOLOMITA CaMg (CO3)2, com uma 
densidade 2,85, pode ser distinguida de BARITA, BaSO4, de densidade 4,5. 
A densidadeé determinada por meio de aparelhos especiais como a balança de Jolly, 
picnômetro, etc. 
 
2.9. SOLUBILIDADE - A solubilidade dos minerais pode ser considerada em relação a 
diversos ácidos, tais como HCl, HNO3, H2SO4 e HF. 
Para os minerais mais comuns e de maior interesse do curso a utilização do HCl diluído 
é o suficiente. Utilizando-se HCl diluído é possível separar os minerais em: 
 
 A - INSOLÚVEIS – aqueles que não reagem com HCl. Ex. quartzo, turmalina 
 
 
 
 
B - POUCO SOLÚVEIS – aqueles que só se solubilizam com HCl aquecido ou 
quando pulverizados. Ex.: dolomita 
 
C - SOLÚVEIS – aqueles que se solubilizam em condições normais, podendo 
ser acompanhado por desprendimento de gás carbônico (efervescência) 
(CaCO3 + 2HCl → CaCl2 + H2O + CO2). Ex.: calcita, aragonita 
 
 
2.10. OUTRAS PROPRIEDADES – Existem outras propriedades específicas de alguns 
minerais como por exemplo estrias, untuosidade ao tato, avidez pela água, odor 
característico, plasticidade, magnetismo, etc. É importante ressaltar que as 
propriedades citadas são úteis na identificação dos principais minerais. Entretanto, 
como mencionado anteriormente, em alguns casos pode haver necessidade de 
técnicas mais apuradas na identificação dos minerais. 
Nos quadros abaixo tem-se relacionado os nomes dos principais minerais formadores 
de rochas de interesse para o curso e suas propriedades macroscópicas mais 
importantes. 
 
 
 
2.11 QUADRO AUXILIAR PARA IDENTIFICAÇÃO DE MINERAIS DE BRILHO METÁLICO 
 
MINERAIS DE BRILHO METÁLICO 
 
Cor Dureza Clivagem / 
Fratura 
Hábito 
(comuns) 
Traço Solubilida
-de em 
HCl 
diluído 
Outras 
propriedades / 
Observações 
Nome do Mineral e 
Composição Química 
 
Amarelo, 
Latão, 
Pálido 
Alta (6,0 a 
6,5) 
Fratura 
Conchoidal, 
Irregular 
Maciço, 
Granular, 
Cúbico 
Preto 
esverdeado 
ou Preto 
castanho 
Insolúvel Pode 
apresentar 
estrias nas 
faces 
PIRITA 
(FeS2) 
Preto Alta (5,5 a 
6,5) 
Fratura 
Conchoidal, 
Irregular 
Maciço, 
Granular, 
Acicular 
Preto Insolúvel Fortemente 
magnético 
MAGNETITA 
(Fe3O4) 
Cinzento 
a Preto 
Alta (5,5 a 
6,5) 
Fratura 
Conchoidal, 
Irregular 
Maciço, 
Granular, 
Tabular, 
Escamoso 
Marrom 
avermelha-
do 
Insolúvel Fracamente 
magnético 
HEMATITA 
(αFe2O3) 
 
 
 
 
 
2.12 QUADRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE MINERAIS DE BRILHO NÃO METÁLICO 
 
 
 
MINERAIS DE BRILHO NÃO METÁLICO 
 
Brilho Cor Dureza Clivagem/
Fratura 
Hábito 
(comuns) 
Solubilida-
de 
Outras 
propriedades / 
Observações 
Nome do Mineral e 
Composição Química 
 
Sem 
brilho 
(fosco) 
 Baixa Terroso Odor de barro 
quando úmida, 
avidez pela 
água 
 
ARGILA 
Micáceo Incolor a 
pardacento 
(esfumaça-
do) 
Baixa (2,0 a 
2,5) 
Cli. em 1 
direção 
Lamelar, 
Placóide, 
Escamoso 
Insolúvel Placas 
elásticas. 
Variedades: 
verde=fucksita, 
prateada=seri-
cita 
 
MUSCOVITA 
[KAl2(OH)2AlSi3O10] 
Micáceo Preto a 
Verde 
escuro 
Baixa (2,5 a 
2,9) 
Cli. em 1 
direção 
Escamoso Insolúvel Placas 
elásticas. 
Variedades: 
rosada=flogopit
a 
BIOTITA 
[K(Mg,Fe)3(OH)2 
AlSi3O10] 
Vítreo ou 
quase 
vítreo 
Branco ou 
Incolor, 
Cinza 
amarelado, 
Alaranjado, 
Azul, 
Rosado 
Média (3,0) Cli. em 3 
direções 
Granular, 
romboédri
-co, 
Tabular 
Altamente 
solúvel 
Forte 
efervescência 
na presença de 
HCl diluído 
 
CALCITA 
(CaCO3) 
Vítreo Incolor, 
Branco, 
Avermelha-
do, Cinza 
escuro, 
Rosado 
Média (3,5 a 
4,0) 
Cli. em 3 
direções 
Maciço, 
Granular, 
Tabular 
Pouco 
solúvel 
Fraca reação a 
frio. 
Efervescência 
em HCl 
aquecido ou 
quando o 
mineral é 
pulverizado 
 
DOLOMITA 
[Ca,Mg(CO3)2] 
Vítreo Verde mar, 
Verde 
azulado, 
Azul violeta, 
Branco, 
Cinza 
Média (5,0) Fratura 
Conchoidal 
a Irregular 
Granular, 
Globular, 
Tabular, 
Prismático 
Insolúvel Brilho vítreo 
tendendo a 
resinoso 
 
APATITA 
[Ca5(F,Ce,OH)(PO4)3] 
 
 
 
→→→→→Continua 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→→→→→Continuação 
 
Brilho Cor Dureza Clivagem/
Fratura 
Hábito 
(comuns) 
Solubilida
-de em 
HCl 
diluído 
Outras 
propriedades / 
Observações 
Nome do Mineral e 
Composição Química 
Ceroso Branco, 
Cinza, 
Castanho, 
Preto, 
Verde, 
Vermelho, 
Marrom 
Alta (6,0) Fratura 
Conchoidal 
Esferolítico, 
Estalactíti-
co, Maciço 
Insolúvel Variedade com 
hábito 
esferolítico= 
ágata 
 
CALCEDÔNIA 
(SiO2) 
Vítreo Róseo, 
Amarelo, 
Cinza, 
verde 
Esbranqui-
çado 
Alta (6,0) Cli. em 2 
direções, 
Fratura 
Irregular 
Tabular 
prismático 
Insolúvel Variedade 
verde claro 
com manchas 
brancas em 
forma de rede 
= amazonita 
ORTOCLÁSIO 
[feldspato] 
(K AlSi3O8) 
Vítreo Branco, 
Cinza, 
Incolor 
Alta (6,0 a 
6,5) 
Cli. em 2 
direções 
Tabular 
prismático 
Insolúvel Em rochas 
pode ocorrer 
em cores 
esverdeadas 
PLAGIOCLÁSIO 
[feldspato] 
(CaAl2Si2O8) 
(NaAlSi3O8) 
Vítreo Incolor, 
Verde, 
Amarelo, 
Castanho, 
Violeta, 
Fumê, 
Branco 
Leitoso, 
Rosado 
Alta (7,0) Fratura 
Conchoidal 
Maciço, 
Granular, 
Prismático, 
Piramidado 
Insolúvel Variedades: 
violeta=Qz 
ametista; 
leitoso=Qz 
leitoso; 
rosado=Qz 
róseo; 
incolor=Qz 
hialino; 
amarelo=Qz 
citrino; 
verde=Qz 
prase 
 
 
QUARTZO 
(SiO2) 
Vítreo a 
Resinoso 
Preto, Azul, 
Verde 
escuro, 
Verde, 
Avermelha-
da 
Alta (7,0 a 
7,5) 
Fratura 
Irregular 
Prismático 
Alongado 
Insolúvel Estrias 
paralelas à 
maior face do 
prisma 
TURMALINA 
(silicato complexo de 
boro e alumínio) 
Quadro 1. Quadro para identificação macroscópica dos minerais. Qz quartzo; Cli. clivagem 
 
 
 
 
 
Capítulo III 
 
R O C H A S Í G N E A S 
 
3.1 – Introdução 
As rochas ígneas ou magmáticas são formadas a partir do resfriamento e solidificação 
de um magma. O magma é um material em estado de fusão que se encontra em 
diferentes profundidades na crosta e manto terrestre. Geralmente ocupa espaço 
definido denominado câmara magmática. O magma é constituído por diversas 
substâncias onde predominam os silicatos, seguidos pelos óxidos e por compostos 
voláteis, sendo a água o mais importante. O magma contém ainda diversos gases que 
escapam na forma de vapor. Quando o magma extravasa na superfície terrestre é 
denominado lava (Figura 10). 
 
 
Figura 10. Esquema mostrando a câmara magmática (em vermelho) e os diferentes tipos de 
rochas ígneas formadas em função da profundidade de cristalização. 
 
Visando o estudo e reconhecimento de Rochas Ígneas, sejam elas formadas em 
profundidade ou na superfície terrestre, apresenta-se abaixo as principais propriedades 
macroscópicas que auxiliam suas identificações. Deve-se ressaltar que estas 
propriedades são relacionadas a observação a olho nu e que se prestam a 
identificação das rochas mais comuns. 
 
3.2 - Principais Propriedades Macroscópicas : 
3.2.1- GRANULAÇÃO ou TEXTURA: É a avaliação do tamanho dos minerais 
constituintes de uma rocha. Para efeito prático e de acordo com o tamanho dos 
constituintes, as rochas são denominadas: 
 A - Afaníticas: rochas de granulação muito fina onde os constituintes minerais 
são dificilmente identificados e/ou distinguidos entre si a olho nu. Em geral apresentam 
cristais menores que 0,5mm (Figura 11A). 
 B - Faneríticas : rochas cujos minerais constituintes são identificados e 
distinguidos a olho nu. Em geral apresentam cristais maiores que 0,5mm (Figura 11B). 
 
3.2.2- ÍNDICE DE COLORAÇÃO: As rochas ígneaspodem apresentar minerais claros 
(félsicos) e/ou escuros (máficos) em quantidades variáveis. A avaliação da quantidade 
 
 
 
 
Figura 11. Tipos de texturas apresentadas pelas rochas ígneas. (A) textura afanítica; (B) textura 
fanerítica. 
 
de minerais claros e escuros dará a classificação da rocha quanto ao Índice de 
Coloração, ou seja : 
A - Rochas Leucocratas: rochas onde predominam minerais claros, tais como: 
quartzo, feldspatos, muscovita, etc. A tonalidade da rocha é clara, mesmo que seus 
minerais configurem à rocha textura afanítica (Figura 12A). 
 B - Rochas Melanocratas: rochas onde predominam minerais escuros, tais 
como: piroxênios, biotita, anfibólios, etc. A tonalidade da rocha é escura. (Figura 12B). 
 C - Rochas Mesocratas: rochas onde os minerais claros e escuros aparecem em 
proporções similares (Figura 12C). 
 
Figura 12. Classificação das rochas em função da proporção de minerais félsicos (claros) e máficos 
(escuros). (A) rochas leucocratas; (B) melanocratas; (C) mesocratas. 
 
 
 
 
3.2.3- COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA: Trata-se de uma avaliação macroscópica 
qualitativa e quantitativa dos principais minerais constituintes da rocha. O procedimento 
consiste em identificar os diferentes minerais observados na rocha e estimar o volume 
que cada um ocupa. 
 
ÎPara identificar os minerais nas rochas separar-se os claros (félsicos) dos escuros 
(máficos): 
 
A - Minerais Félsicos: os minerais félsicos mais comuns presentes nas rochas 
ígneas são o quartzo e os feldspatos. Muscovita é mais raro de ser observada. 
 
ÎPara identificar o Feldspato na rocha utiliza-se as propriedades mais características 
apresentadas pelo mineral: brilho, cor, clivagem, dureza, forma do cristal. 
Na rocha o feldspato pode apresentar, principalmente, cor rósea, branca, cinza e 
esverdeada; brilho vítreo; dureza alta. A clivagem pode ser observada no "espelho de 
reflexão" da luz no plano e há a possibilidade de identificação de uma face do cristal 
(cristal com forma definida = euhedral). 
Tem-se dois tipos de feldspatos: Ortoclásio KAlSi3O8 e Plagioclásio CaAl2Si2O8 ou 
NaAlSi3O8 
 
ÎPara distinguir entre um e outro, observa-se as seguintes características: 
O Ortoclásio aparece sempre associado ao quartzo. Desta forma, se tem quartzo e 
somente um feldspato na rocha este é o Ortoclásio. 
Se uma rocha apresentar os dois feldspatos, o róseo é Ortoclásio e o outro (branco, 
cinza, esverdeado) é Plagioclásio. 
Se uma rocha tem feldspato e não tem quartzo, este feldspato é sempre o Plagioclásio. 
 
ÎPara identificar o Quartzo na rocha utiliza-se suas propriedades mais características: 
brilho, cor, fratura, dureza, forma do cristal. 
Na rocha o quartzo apresenta brilho vítreo; cor incolor a fumê (pardacento); fratura 
conchoidal; dureza alta; o cristal não apresenta forma definida (anhedral). Sendo o 
último mineral a se cristalizar, ocorre nos interstícios da rocha deixados pelos 
feldspatos e micas. 
 
B - Os Minerais Máficos mais comuns presentes nas rochas ígneas são biotita, 
piroxênios e anfibólios. Turmalina é mais raro de ser observada. 
Na rocha a biotita apresenta cor preta; dureza baixa; clivagem perfeita; hábito 
escamoso/placóide. 
Os piroxênios e anfibólios (minerais ferromagnesianos) apresentam na rocha cor preta 
a verde-escura; brilho opaco a vítreo; dureza alta; sem clivagem. Apresentam hábitos 
granulares e cristais sem forma definida (anhedral). 
Na rocha a turmalina apresenta dureza alta; fratura irregular; hábito prismático 
alongado. Observa-se ainda estrias paralelas a maior face do cristal. 
 
3.2.4- TEOR DE SÍLICA (SiO2) OU ACIDEZ: Em relação ao teor de sílica (SiO2) , as 
rochas podem ser classificadas em: 
 A - Ácidas: são rochas que apresentam teor de SiO2 maior que 65% do volume 
total de sua composição química. Macroscopicamente são rochas com conteúdo de 
quartzo de médio a alto (maior que 10%), sendo facilmente identificado devido sua 
abundância (Figura 13A). 
 B - Intermediárias: são rochas onde o teor de SiO2 está entre 65 e 52% do 
volume total de sua composição química. Macroscopicamente são rochas com pouco 
 
 
 
quartzo. O quartzo é identificado com alguma dificuldade devido ocorrer em 
quantidades inferiores a 5% (Figura 13B). 
 C - Básicas: são rochas onde o teor de SiO2 é menor que 52% do volume total 
de sua composição química. Macroscopicamente são rochas sem quartzo (Figura 
13C). 
 
 
Figura 13. Classificação das rochas em função do teor em sílica. (A) rocha ácida; (B) rocha 
intermediária; (C) rocha básica. 
 
3.2.5- ESTRUTURA: É o arranjo ou a distribuição que os minerais apresentam em uma 
rocha. A estrutura depende também do tamanho dos cristais (granulação ou textura). 
Quanto a estrutura, as rochas ígneas podem ser classificadas em: 
 
A - VÍTREA - a rocha apresenta superfície completamente lisa, geralmente de 
coloração homogênea e sem vestígios de material cristalizado. As superfícies de 
quebra da rocha são irregulares e com bordas cortantes. Estrutura típica da obsidiana 
ou vidro vulcânico (vitrófiro) (Figura 14A). 
B - MACIÇA - quando os minerais são muito pequenos, não sendo possível 
identificá-los a olho nu. A rocha apresenta seus constituintes muito coerentes, sem 
interstícios. Textura típica de rochas afaníticas (Figura 14B). 
 
 
 
 
C - GRANULAR (fina) – rocha constituída por minerais de tamanhos reduzidos, 
dificilmente distinguíveis, exceto pela sensação de aspereza ao tato. Em geral são 
rochas de coloração escura (Figura 14C). 
 
D – GRANULAR (fanerítica) - rocha constituída por minerais bem evidentes, sem 
desenvolvimento preferencial e aproximadamente do mesmo tamanho (Figura 14D). 
Textura típica de rochas faneríticas. 
 
E - PORFIRÍTICA - caracterizada pela presença de cristais bem desenvolvidos 
(fenocristais) que se destacam da matriz da rocha pelo tamanho e pela cor. A matriz 
pode ser caracterizada por uma massa vítrea ou granular fina (afanítica) ou ainda 
fanerítica (Figura 14E). 
 
F - PEGMATÍTICA – caracterizada pela presença de grandes cristais com 
dimensões de 1, 2, 5cm ou mais, sem desenvolvimento preferencial. Os minerais nas 
rochas com essa estrutura são facilmente identificados (Figura 14F). 
 
G - VESICULAR - quando a rocha apresenta um grande número de pequenas 
cavidades (vacúolos ou vesículas) ou bolhas formadas durante o rápido resfriamento 
do magma (Figura 14G). 
 
H - AMIGDALÓIDE - é a estrutura vesicular cujas vesículas estão parcial ou 
totalmente preenchidas por minerais . Este preenchimento pode ser por quartzo, 
zeólitas, calcita, dolomita, calcedônea, etc (Figura 14H). 
 
 
3.2.6- MODO DE JAZIMENTO: Refere-se as posições (locais) onde as rochas ígneas 
se consolidam na litosfera. O magma gerado em profundidade pode resfriar e solidificar 
dando origem as rochas, em duas situações: na superfície ou nas regiões internas da 
Terra. De acordo com a posição de formação (Figura 10), rochas podem ser 
classificadas como: 
 
A - Rochas Extrusivas, Efusivas ou Vulcânicas: são rochas formadas pelo 
resfriamento do magma em superfície, caracterizando os derrames de lavas. 
Apresentam em geral textura afanítica, estruturas vítrea, maciça e vesicular. O magma 
resfria rapidamente quando atinge a superfície, não havendo tempo para o crescimento 
dos cristais. 
 
B - Rochas Intrusivas: são rochas originadas de magmas que resfriam e 
solidificam em diferentes profundidade no interior da crosta terrestre. Em função da 
profundidade de consolidação as rochas intrusivas são denominadas: 
Intrusivas Hipoabissais: quando se formam em pequenas e médias 
profundidades. Apresentam estruturas granulares finas e médias e textura fanerítica. 
Intrusivas Plutônicas: quando se solidificam em grandes profundidades. 
Apresentam estruturas granulares bem desenvolvidas e textura fanerítica.Figura 14. Principais tipos de estruturas apresentadas pelas rochas ígneas. 
 
 
3.3 - Identificação e Reconhecimento: 
 
A partir de um exame das amostras utilizando as propriedades apresentadas, é 
possível identificar qual é a rocha em estudo. No quadro abaixo, tem-se relacionado os 
nomes das principais rochas ígneas de interesse para o curso e suas propriedades 
macroscópicas mais importantes. A utilização deste quadro não elimina a possibilidade 
ou a necessidade de outros métodos para a identificação de rochas menos comuns. 
 
 
 
3.4 QUADRO AUXILIAR PARA IDENTIFICAÇÃO DE ROCHAS ÍGNEAS 
 
Índice de 
coloração 
Textura ou 
Granulação 
Minerais Estrutura Teor de 
Sílica 
Modo de 
Jazimento 
Outras 
Observações 
Nome da Rocha 
 
Leucocrata Fanerítica Or, Qz, B Granular 
(média) 
Ácida Intrusivo R. com pouca B GRANITO 
RÓSEO 
Leucocrata 
a 
Mesocrata 
Fanerítica Or, Qz, B Granular/
Porfirítica 
Ácida Intrusivo GRANITO 
CINZA/ 
GRANITO CINZA 
PÓRFIRO 
Leuco a 
Mesocrata 
Fanerítica Or, Pl, Qz, 
B 
Porfirítica Ácida Intrusivo Or é 
pardacento e o 
Qz amarelado 
GRANITO A 2 
FELDSPATOS 
PORFIRÍTICO 
Leuco a 
Mesocrata 
Fanerítica Or, Qz, T Pegmatíti-
ca 
Ácida Intrusivo R. com maior 
granulação. 
Cristais 
gigantes. 
 
PEGMATITO 
Mesocrata a 
Leucocrata 
Fanerítica Or, P, Qz Granular Interme-
diária 
Intrusivo Feldspato 
associado ao 
Qz =Or 
 
SIENITO 
Melanocrata Afanítica 
(vítrea) 
Matéria 
vítrea 
Vítrea Ácida Extrusivo Fraturas 
conchoidais 
marcantes 
VIDRO 
VULCÂNICO 
Melanocrata Afanítica 
(vítrea) 
Matéria 
vítrea 
Vítrea Ácida Extrusivo Fraturas 
conchoidais e 
microvesículas 
 
VITRÓFIRO 
Melanocrata Afanítica Pl, P Maciça Básica Extrusivo Impossível ver 
os minerais a 
olho nu 
 
BASALTO 
Melanocrata Afanítica Pl, P Vesicular Básica Extrusivo Algumas 
vesículas 
podem estar 
preenchidas 
por Qz, D, C, Z 
 
BASALTO 
VESICULAR 
Melanocrata Afanítica Pl, P Amigdaló-
de 
Básica Extrusivo A maioria das 
vesículas estão 
preenchidas 
BASALTO 
AMIGDALOIDAL 
Melanocrata Subfanerítica Pl, P Granular 
(fina a 
média) 
Básica Intrusivo 
hipoabissal 
Alguns Pl 
podem ser 
reconhecidos 
 
DIABÁSIO 
Melanocrata Fanerítica Pl, P Granular 
(média) 
Básica Intrusivo Ripas de Pl 
(cinza) na 
massa escura 
dada pelo P 
 
GABRO 
 
Quadro 2. Quadro para identificação macroscópica das rochas ígneas. R rocha; Or ortoclásio; Qz quartzo; B biotita; Pl 
plagioclásio; T turmalina; P piroxênio; D dolomita; C calcita; Z zeólitas 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo VI 
 
 
 
R O C H A S S E D I M E N T A R E S 
 
4.1 – Introdução 
 
As rochas sedimentares são formadas a partir da consolidação de um material 
originado pela ação de um conjunto de processos que atuam na superfície da Terra 
(processos exógenos) e que levam à “destruição”/desagregação de qualquer tipo de 
rocha pré-existente. Os principais agentes desses processos são a água, o vento e o 
gelo, que são responsáveis pela geração do Ciclo Sedimentar. 
O Ciclo Sedimentar possui 4 fases distintas: Intemperismo, Erosão e Transporte, 
Deposição e Consolidação (Figura 15). 
As rochas preexistentes (rocha "mãe") inicialmente sofrerão a ação do intemperismo, 
que em última análise é o processo que promove a desagregação da rocha, que passa 
de um material compacto, duro a um material friável. O intemperismo pode ser de dois 
tipos: físico e químico. O físico é a “quebra”, a desagregação das rochas por processos 
físicos, por exemplo diferenças bruscas de temperaturas. No intemperismo químico, a 
desagregação ocorre em função de reações químicas entre as rochas e soluções 
aquosas diversas. 
O material friável produzido pelo intemperismo pode ser erodido e transportado pela 
água e pelo vento, principalmente, em direção às bacias de sedimentação. Instala-se 
assim, a segunda fase do ciclo sedimentar, erosão e transporte. Os materiais podem 
ser transportados em solução (material solúvel) ou em suspensão (pequenos 
fragmentos) e depositados mecanicamente, quando os agentes de transporte perdem a 
capacidade de movê-los, ou quimicamente quando a solução torna-se saturada em 
determinado elemento e este precipita (fase da deposição). 
Com a deposição continuada, os materiais (sedimentos) nas partes mais inferiores do 
pacote começam a sofrer compactação e cimentação tornando-se endurecidos. Nesta 
fase tem-se a consolidação e a formação da rocha sedimentar. 
As rochas sedimentares são classificadas em clásticas ou mecânicas, químicas e 
organógenas. 
No contexto agronômico, as rochas sedimentares são as mais importantes, pois 
cobrem 75% da superfície da Terra, contribuindo na formação da maioria dos solos. 
Com o intuito de estudar e reconhecer as principais rochas sedimentares, relaciona-se 
abaixo suas principais propriedades macroscópicas. Ressalta-se que a dificuldade 
visual para identificação dessas rochas é maior que no caso das ígneas em função 
principalmente do tamanho dos constituintes. O pequeno tamanho dos constituintes 
está em geral, relacionado aos próprios processos envolvidos na gênese das rochas 
sedimentares. 
 
 
 
 
 
Figura 15. Esquema do ciclo de formação das rochas sedimentares 
 
 
4.2 - Principais Propriedades Macroscópicas 
 
4.2.1– TEXTURA OU GRANULAÇÃO – A textura de uma rocha é a avaliação do 
tamanho de seus constituintes. No caso da rocha sedimentar, a textura está 
intimamente ligada aos constituintes das rochas preexistentes e materiais que lhe 
deram origem. 
Nas rochas clásticas ou mecânicas predominam minerais resistentes ao intemperismo, 
como por exemplo o quartzo, e/ou fragmentos de outras rochas de granulometria 
variada. Estes minerais e fragmentos são agregados e cimentados por material 
transportado em solução. As rochas clásticas ou mecânicas são constituídas portanto, 
por grânulos e cimento (material que dá coesão as rochas). 
A classificação quanto a textura das rochas sedimentares clásticas ou mecânicas é 
dada pelo tamanho médio de seus constituintes. Na Figura 16 está representada a 
escala granulométrica proposta pela Sociedade Internacional de Ciência do Solo e que 
será adotada neste curso. 
 
 
 
Figura 16. Escala granulométrica (Sociedade Internacional de Ciência do Solo). 
 
 
De acôrdo com a escala granulométrica as rochas clásticas ou mecânicas podem ser : 
ÎRudáceas: onde predomina a fração areia com seixos ou cascalhos. 
 
 
 
Ex: CONGLOMERADOS, TILITOS. 
ÎArenosas: onde predomina a fração areia sem seixos ou cascalhos. Ex: ARENITOS 
ÎSiltosas: onde predomina a fração silte. Ex: SILTITOS 
ÎArgilosas: onde predomina a fração argila. Ex: ARGILITOS 
 
As rochas químicas em geral apresentam textura fina, por vezes sem granulação 
aparente, formadas por materiais transportados em solução que precipitam para gerar 
novos minerais. As rochas sedimentares químicas mais comuns são os CALCÁRIOS 
sejam eles calcíticos ou dolomíticos e as rochas silicosas e ferruginosas. 
 As organógenas são formadas pelo acúmulo de restos de organismos ou por atividade 
biológica. Podem apresentar texturas finas ou mais grosseiras. Exemplos são os 
diatomitos, recifes de corais, carvão. 
 
4.2.2- COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA: Para avaliar a composição mineralógica de 
rochas sedimentares clásticas deve-se separar os fragmentos (grânulos), quando 
houverem, do cimento. O principal constituinte dos grânulos é o quartzo. Este mineral 
esta presente na maioria das rochas sedimentares clásticas devido à sua abundância 
na crosta terrestre e à sua resistência aos processos de intemperismo, erosão e 
transporte. Os materiais cimentantes são em geral produtos que vieram em solução e 
precipitaram entre os grânulos,matéria orgânica ou ainda partículas minerais menores 
(fração silte e argila, principalmente) que preenchem os espaços entre os fragmentos. 
Os cimentos são materiais muito finos e para identificá-los deve-se levar em conta a 
cor, a reação com HCl (solubilidade) e a coesão da rocha (quão rigidamente os 
grânulos estão ligados). 
O cimento normalmente apresenta as seguintes cores: 
 
avermelhada a marrom: indicativa da presença de hematita (α-Fe2O3) 
 amarelada: indicativa da presença de goethita (FeOOH) 
 cinza escura a preta: indicativa da presença de matéria orgânica 
incolor, branca e várias tonalidades claras: indicativa da presença de calcita, 
dolomita, sílica, argila. 
Para reconhecer o constituinte do cimento de cor clara, verificar a solubilidade (reação 
com HCl) e a coesão da rocha: 
 
material solúvel: indicativo da presença de calcita 
material pouco solúvel: indicativo da presença de dolomita 
 material insolúvel e coesão forte: indicativo da presença de sílica 
material insolúvel, coesão fraca (cheiro de barro quando úmido): indicativo da 
presença de argila. 
 
Os mesmos testes aplicados para identificar a composição do material cimentante das 
rochas clásticas, são válidos para o estudo da composição mineralógica das rochas de 
origem química e orgânica. 
 
4.2.3- ESTRUTURA: As principais estruturas das rochas sedimentares, representadas 
na Figura 17, são: maciça, terrosa, granular, estratificadas em camadas plano 
 
 
 
paralelas; estratificadas em “folhas ou placas”, estratificadas em camadas cruzadas e 
brechóide (granular com fragmentos angulosos de outras rochas). 
 
 
Figura 17. Principais estruturas de rochas sedimentares. 
 
 
 
4.3 - Identificação e reconhecimento: 
 
No quadro abaixo tem-se relacionado os nomes das principais rochas sedimentares de 
interesse para o curso e suas propriedades macroscópicas mais importantes. As 
informações apresentadas no quadro auxiliarão na identificação das rochas. 
 
4.4 QUADRO AUXILIAR PARA IDENTIFICAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES 
 
Origem Textura ou Estrutura Composição Outras Nome da Rocha 
 
 
 
Granulação Miniralógica Observações 
 
Clástica ou 
Mecânica 
Rudácea Granular 
GR →Quartzo 
CIM→Hematita + Sílica 
Goethita + Sílica 
Calcita + Sílica 
Rochas de 
cimentação forte 
CONGLOMERADOS: 
- Ferruginoso 
- Silicoso 
- Calcífero 
Clástica ou 
Mecânica 
Arenosa Granular 
GR→Quartzo 
CIM→Calcita+Argila+He
matita 
Argila + Hematita 
Argila + Matéria 
Orgânica 
Sílica + goethita 
 
 
 
 
Rochas de 
cimentação forte 
e fraca 
 
 
ARENITOS: 
- Carbonático 
Avermelhado 
 Argiloso 
 -Carbonoso 
 
 -Silicoso 
Clástica ou 
Mecânica 
Siltosa Maciça Quartzo, Argila, Hematita e Matéria 
Orgânica (podendo 
ainda conter pirita ) 
Não é possível 
distinguir a olho 
nu os grânulos 
do cimento. 
Sente-se os 
grãos de quartzo 
quando colocado 
o pó entre os 
dentes 
SILTITOS: 
- Roxo 
- Bege esverdeado 
- Cinza escuro 
Clástica ou 
Mecânica 
Argilosa Terrosa Argila, Hematita, 
Goethita 
Distingue-se do 
SILTITO pela 
avidez pela água, 
cheiro úmido. 
Não tem atrito 
quando colocado 
entre os dentes 
ARGILITOS: 
- Branco 
- Vermelho 
- Amarelo 
Clástica ou 
Mecânica 
Rudácea Brechóide Quartzo, Fragmentos de 
Rochas, Sílica e 
Carbonatos 
Origem glacial. 
Fragmentos das 
mais variadas 
litologias e 
tamanhos. Os 
grânulos estão 
cimentados por 
sílica e/ou 
carbonatos 
 
 
TILITO 
Clástica ou 
Mecânica e 
Orgânica 
Siltosa Estratificada 
em folha 
Quartzo e Matéria 
Orgânica 
Odor de óleo, 
pode ocorrer 
cristais de pirita 
FOLHELHO 
CARBONOSO E/OU 
BETUMINOSO 
Química Fina Estratificada 
em camadas 
Calcita e/ou dolomita 
Rocha com 
estratificação 
plano paralela 
típica 
CALCÁRIO 
DOLOMÍTICO 
Quadro 3. Quadro para identificação macroscópica das rochas sedimentares. GR grânulo; CIM cimento 
 
 
Capítulo V 
 
 
 
 
R O C H A S M E T A M Ó R F I C A S 
 
5.1 – Introdução 
 
As rochas magmáticas e sedimentares podem ser levadas por processos geológicos a 
condições diferentes daquelas nas quais se formaram. Estas novas condições podem 
determinar a instabilidade dos minerais preexistentes, estáveis nas antigas condições. 
As rochas sofrem então transformações sob a ação destas novas condições de 
temperatura, pressão, presença de agentes voláteis ou fortes atritos, adaptando-se a 
novas condições reinantes. A rochas originadas a partir destas transformações são 
denominadas rochas metamórficas. O conjunto de fenômenos que leva a estas 
transformações é conhecido como metamorfismo (Figura 18). 
 
 
Figura 18. Esquema de formação de rocha metamórfica 
 
5.2 – Metamorfismo 
 
O metamorfismo atua sobre rochas preexistentes modificando suas texturas, estruturas 
e, não obrigatoriamente, mineralogia. As modificações observadas em decorrência do 
metamorfismo, são reajustes necessários para que os minerais alcancem a 
estabilidade nas novas condições do meio em que a rocha foi colocada. É importante 
observar que esse processo ocorre sem que haja fusão da rocha preexistente, ou seja 
as transformações ocorrem na fase sólida. Podem ocorrer tanto a recristalização dos 
minerais preexistentes como a formação de novos minerais, graças à mudança da 
estrutura cristalina sob novas condições de pressão e temperatura ou a combinação 
química entre dois ou mais minerais formando um novo mineral. 
 
5.2.1 - AGENTES DO METAMORFISMO: os três principais fatores que levam ao 
metamorfismo são: temperatura, pressão e fluidos quimicamente ativos. 
A – Temperatura: é um fator de primordial importância na transformação das rochas. 
Calor suficiente para afetar a estabilidade de uma associação mineral preexistente 
pode ser originado por processos diferentes e em quantidades desiguais no interior da 
Terra. Citam-se quatro fatores importantes que atuando separadamente ou em 
conjunto são responsáveis pela elevação da temperatura: 
 a1 – grau geotérmico: é uma propriedade térmica da Terra. À medida que se 
aprofunda na litosfera, a temperatura aumenta, de maneira variável de uma região para 
outra, mas em média de 1oC cada 33 m; 
 
 
 
 a2 - calor radioativo: é o calor armazenado em regiões da litosfera resultante do 
decaimento de minerais radioativos; 
 a3 – efeito de pressão no aumento de temperatura: pressão suficientemente 
elevada para provocar esmagamento de rochas preexistentes, gera calor devido ao 
atrito produzido pelas deformações mecânicas; 
 a4 – intrusão de corpos magmáticos: os corpos magmáticos, especialmente os 
de grandes dimensões, como os batólitos, fornecem grandes quantidades de calor para 
as rochas encaixantes. Essa é a principal fonte de calor no metamorfismo de contato. 
 
B - Pressão: a pressão pode ser de dois tipos uniforme (hidrostática) ou dirigida 
(“stress”), e pode produzir mudanças estruturais nas rochas. A pressão uniforme 
produz texturas granulares, estruturas não orientadas, e provoca o aparecimento de 
minerais de maior densidade. A pressão dirigida produz estruturas orientadas, como 
por exemplo, xistosidade e gnaissificação (Figura 19). 
 
 
Figura 19. Efeito da pressão sobre a estrutura da rochas metamórficas. Pressão hidrostática → 
aumento de densidade; Pressão dirigida → estruturas orientadas 
 
C - Fluidos Quimicamente Ativos: a ação de fluidos quimicamente ativos é muito 
importante no metamorfismo, promovendo reações, precipitações e redeposições dos 
componentes das rochas. Estes fluidos, de origem magmática, apresentam em sua 
composição CO2, HF, HCl, S, etc. A ação destes fluidos pode provocar a dissolução de 
minerais preexistentes e a substituiçãopor minerais formados a partir da precipitação 
de elementos trazidos em solução. Esta ação é verificada com freqüência em rochas 
carbonatadas, onde a calcita pode ser substituída por exemplo, por sulfetos (Galena, 
Blenda, etc.) 
 
5.2.2 - TIPOS DE METAMORFISMO: os principais tipos de metamorfismo são o termal, 
o dinamotermal e o cataclástico. 
 
A - Metamorfismo Termal: é o processo onde o principal agente modificador das rochas 
é a temperatura. Predominam neste tipo de metamorfismo temperaturas elevadas 
(maior que 200°C) (Figura 20). 
O termo pirometamorfismo é utilizado para caracterizar as transformações observadas 
numa rocha pelo contato imediato de um magma. Exemplo característico é o que 
ocorre quando uma lava provoca mudanças de natureza física e química na superfície 
rochosa por onde passa. O endurecimento e vitrificação de uma rocha que é 
atravessada por um dique de rocha magmática, é outro exemplo de pirometamorfismo. 
O metamorfismo observado no contato entre corpos intrusivos (batólitos, diques, etc.) e 
rochas encaixantes é denominado metamorfismo de contato. Neste tipo de 
 
 
 
metamorfismo as rochas encaixantes podem sofrer recristalização (por exemplo, o 
mármore). 
Quando durante o metamorfismo termal a presença de fluidos quimicamente ativos for 
importante, denomina-se metamorfismo hidrotermal. 
 
 
Figura 20. Esquema do efeito do metamorfismo termal 
 
B - Metamorfismo Dinamotermal: neste tipo de metamorfismo há o predomínio da 
pressão dirigida e temperatura elevada. Esses dois fatores são capazes de produzir 
grandes modificações nas rochas, resultando em novas estruturas e novos minerais. O 
metamorfismo dinamotermal ocorre em profundidade após, por exemplo, uma longa 
seqüência de sedimentação, no interior de uma bacia (geossinclinal). Como exemplos, 
têm-se os xistos e gnáisses (Figura 21). 
 
 
Figura 21. Esquema do efeito do metamorfismo dinamotermal 
 
C - Metamorfismo Cataclástico: Neste tipo de metamorfismo a pressão dirigida é o 
principal agente. As rochas são submetidas a esforços dirigidos tornando-se fraturadas. 
Os minerais não são substituídos por outros exceto onde haja intenso esmagamento e 
relativo aumento de temperatura (zona dos milonitos). No metamorfismo cataclástico, 
típico de zonas de falhamentos, observa-se um certo de alinhamento de estruturas, 
formando faixas onde o fraturamento é mais intenso (Figura 22). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 22. Esquema do efeito do 
 metamorfismo cataclástico. 
 
 
5.3 – Principais Propriedades Macroscópicas 
 
5.3.1– TEXTURA OU GRANULAÇÃO: É a avaliação do tamanho dos minerais 
constituintes de uma rocha. Para efeito prático e de acordo com o tamanho dos 
constituintes, as rochas são denominadas: 
 A - Afaníticas: rochas de granulação muito fina onde os constituintes minerais 
são dificilmente identificados e/ou distinguidos entre si a olho nu. Em geral apresentam 
cristais menores que 0,5mm. 
 B - Faneríticas : rochas cujos minerais constituintes são identificados e 
distinguidos à olho nu. Em geral apresentam cristais maiores que 0,5 mm. 
 
5.3.2- COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA: É a avaliação qualitativa e quantitativa dos 
principais minerais que constituem a rocha. As rochas metamórficas, em função do 
processo genético, possuem minerais que são comuns as rochas ígneas (por exemplo, 
quartzo, feldspato, biotita e muscovita, etc), as rochas sedimentares (por exemplo, 
calcita, dolomita, quartzo, muscovita, etc) e minerais próprios, formados durante o 
metamorfismo (Quadro 4). 
 
Comuns as ígneas Comuns as sedimentares Típicos das metamórficas 
 
quartzo calcita CLORITA (mica verde) 
feldspatos dolomita SERICITA (mica 
prateada/esverdeada) 
biotita argila EPIDOTO 
muscovita hematita Outros (zirconita, 
estaurolita, granada, etc.) 
anfibólios/piroxênios 
Quadro 4. Principais minerais encontrados nas rochas metamórficas. 
 
 
5.4.3- ESTRUTURA: é o arranjo ou a distribuição que os minerais apresentam em uma 
rocha. A estrutura depende também do tamanho dos cristais (granulação ou textura). 
Quanto a estrutura, as rochas metamórficas podem ser classificadas em: 
 
A - MACIÇA - característica de rochas que exibem aspecto maciço e ausência 
de elementos lineares ou planares nítidos, indicando, via de regra, amplo domínio da 
recristalização sobre a deformação (predomínio do metamorfismo termal) (Figura 23A). 
Como exemplos têm-se vários tipos de mármores, quartzitos e anfibolitos. 
 
B - GNÁISSICA - resulta da interação das estruturas granulares e xistosas, 
sendo característica dos gnáisses (Figura 23B). Estas rochas são constituídas por 
 
 
 
camadas alternadas ricas em minerais equidimensionais (principalmente quartzo, 
feldspato) e planares ou lineares (principalmente biotita). A estrutura planar observada 
é denominada de gnaissificação. A estrutura orientada é característica do predomínio 
do metamorfismo dinamotermal. 
 
C - CATACLÁSTICA – os minerais apresentam-se na forma de fragmentos 
angulosos de diversos tamanhos envoltos em uma massa cataclástica fina, muitas 
vezes esverdeada pela presença de epidoto. Os fragmentos assemelham-se a material 
quebrado por golpes de martelo (Figura 23C). Estrutura característica do predomínio do 
metamorfismo cataclástico. Exemplo de rochas com esta estrutura são os cataclasitos. 
 
D - GRANULAR MONOMINERÁLICA - apresentam minerais bem evidentes 
aproximadamente de mesmo tamanho e ausência de elementos lineares nítidos ou 
qualquer orientação (Figura 23D). Esta estrutura é característica do predomínio do 
metamorfismo termal. Quando constituída de um único mineral é denominada granular 
monominerálica. Exemplo mármore branco. 
 
E/F - XISTOSA – é uma estrutura característica das rochas que exibem 
acentuado aspecto planar e fissilidade ao longo de planos paralelos denominados de 
xistosidade (Figura 23E/F). Exemplo são a estruturas observadas nos muscovita xistos, 
biotita xistos, talco xistos, clorita xistos, hornblenda xistos, estaurolita xistos, etc. A 
xistosidade reflete ao mesmo tempo acentuada deformação e recristalização. A 
orientação da estrutura reflete o predomínio do metamorfismo dinamotermal. 
 
G - GRANULAR -apresentam minerais bem evidentes aproximadamente de 
mesmo tamanho e ausência de elementos lineares nítidos ou qualquer orientação 
(Figura 23G). Esta estrutura é característica do predomínio do metamorfismo termal. 
Exemplos mármores, anfibolitos. 
 
H - FOLIAÇÃO - é uma estrutura planar que caracteriza rochas na quais sua 
orientação é basicamente devida à ação tectônica. Difere da estrutura xistosa por 
apresentar minerais de tamanho reduzido (textura afanítica e subfanerítica). Exemplos, 
filitos, ardósias (Figura 23H). Predomínio do metamorfismo dinamotermal. 
 
I - MIGMATÍTICA - a rocha exibe gnaissificação muito deformada e com 
concentrações irregulares de neossoma (material claro de composição granítica) e 
paleossoma (material escuro constituído predominantemente de biotita, anfibólio) 
(Figura 23I). Exemplos, migmatitos. 
 
 
 
 
 
Figura 23. Principais estruturas de rochas metamórficas. 
 
 
 
 
 
 
5.4 - Classificação e Identificação 
 
As principais rochas metamórficas são os gnáisses, xistos e filitos e quartzitos. Estas 
quatro rochas apresentam basicamente a mesma composição mineralógica (quartzo, 
feldspatos e micas), variando somente as proporções de seus minerais constituintes. 
Para ilustrar, apresenta-se na Figura 24 um diagrama esquemático mostrando os 
campos ocupados pelas rochas em função da mineralogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 24. Esquema para 
ilustrar a nomenclatura 
e os constituintes 
minerais das principais 
rochas metamórficas. 
F– feldspato;M – mica; 
Q – quartzo. 
 
Outras rochas metamórficas importantes comcomposição mineralógica distinta da 
figura acima são os mármores, constituídos basicamente por calcita e dolomita, e 
ardósias (quartzo e argila vitrificada). 
No quadro abaixo tem-se relacionado os nomes das principais rochas metamórficas de 
interesse para o curso e suas propriedades macroscópicas mais importantes. As 
informações apresentadas no quadro auxiliarão na identificação das rochas. 
 
 
 
 
 
 
5.5 QUADRO AUXILIAR PARA IDENTIFICAÇÃO DE ROCHAS METAMÓRFICAS 
 
Textura ou 
Granulação 
Minerais Estrutura Outras 
Observações 
Nome da Rocha 
Fanerítica Or, Qz, B Gnáissica O Or é rosa GNÁISSE ROSA 
Fanerítica Or, Qz, B Gnáissica O Or é cinza GNÁISSE CINZA 
Fanerítica M, Qz Xistosa 
R. de cor branca 
amarelada por 
óxido de Fe 
MUSCOVITA XISTO 
Fanerítica a 
Subfanerítica 
Minerais 
micáceos (Cl, S) 
Foliação 
R. esverdeada 
com minerais 
micáceos 
orientados.( Cl ) 
esverdeada; (S) 
prateada 
 
FILITO (se 
subfanerítica) ....... 
ou SERICITA-XISTO 
(se fanerítica) 
Afanítica Argila e Qz Maciça a foliação 
fina 
R. fina, 
esverdeada. Sua 
estrutura 
assemelha-se 
com laminação 
ARDÓSIA 
Fanerítica C Granular Rocha cristalina MÁRMORE BRANCO 
Fanerítica C Granular Rocha cristalina MÁRMORE VERDE 
Afanítica C Maciça Rocha 
microcristalina 
MÁRMORE BEGE 
Afanítica a 
Subfanerítica 
Qz, M Maciça R. clara podendo 
conter cristais de 
M 
QUARTZITO (com 
muscovita) 
Afanítica a 
Subfanerítica 
Qz, S Maciça a 
Foliação 
Apresenta-se 
esverdeada a 
prateada 
QUARTZITO (com 
sericita) 
Afanítica Qz. Maciça Coloração de 
bege a rosada 
QUARTZITO BEGE 
Afanítica Qz. Maciça Coloração 
esbranquiçada 
quase incolor 
QUARTZITO branco a 
incolor 
Quadro 5. Quadro para identificação macroscópica das rochas metamórficas. R rocha; Or 
ortoclásio; Qz quartzo; B biotita; M muscovita; Cl clorita; C calcita; S sericita 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia Recomendada 
Clemente, C.A. (1977) APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS DE MINERALOGIA. Departamento 
Editorial do Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz”, 39 pg. 
Dana, J.D. & Hurlbut, C.S. Jr. (1984) MANUAL DE MINERALOGIA. Livros Técnicos e 
Científicos S.A., 669p. 
Ernst, W.G. (1971) MINERAIS E ROCHAS. Editora Edgard Blücher Ltda., 163p. 
Leinz, V. & Campos, J. E. S. (1971) GUIA PARA DETERMINAÇÃO DOS MINERAIS. Cia 
Editora Nacional, 149p. 
Leinz, V. & Leonardos, O.H. (1977) GLOSSÁRIO GEOLÓGICO. Cia Editora Nacional, 238p. 
Leinz, V. & Amaral, S.E. (1978) GEOLOGIA GERAL. Cia Editora Nacional, 397p. 
Marconi, A. & Ibrahim, O.A. (1988) PRINCÍPIOS DE PETROLOGIA E INTEMPERISMO DE 
ROCHAS. Departamento Editorial do Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz”, 94 pg. 
Marconi, A. & Ibrahim, O.A. (1989) PRINCÍPIOS DE MINERALOGIA. Departamento Editorial do 
Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz”, 88 pg.

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