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TEA - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

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1
TEA - TRANSTORNO DO 
ESPECTRO AUTISTA 
DENISE MATIAS SOARES SILVA 
EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA
1
TEA - TRANSTORNO DO
 ESPECTRO AUTISTA
DENISE MATIAS SOARES SILVA 
1
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
 Diretor Geral: Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
 Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite
 Carla Jordânia G. de Souza
 Guilherme Prado Salles
 Design: Aline de Paiva Alves
 Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Taisser Gustavo Soares Duarte
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita 
do Editor
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
Silva, Denise Matias Soares. Silva, Denise Matias Soares. 
TEA – Transtorno do espectro autista / Denise Matias Soares Silva. – 1. ed. TEA – Transtorno do espectro autista / Denise Matias Soares Silva. – 1. ed. 
Ipatinga, MG: Editora Única, 2021. Ipatinga, MG: Editora Única, 2021. 
83 p. il.83 p. il.
Inclui referências. Inclui referências. 
 
ISBN: 978-65-89764-05-2.ISBN: 978-65-89764-05-2.
1. Transtorno do espectro autista. 2. Transtorno mental. I. Silva, Denise Ma-1. Transtorno do espectro autista. 2. Transtorno mental. I. Silva, Denise Ma-
tias Soares. II. Título.tias Soares. II. Título.
CDD: 616.898 2CDD: 616.898 2
CDU: 616.896(043.2)CDU: 616.896(043.2)
S586t
2
TEA - TRANSTORNO DO 
ESPECTRO AUTISTA 
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
3
Denise Matias Soares Silva
Mestre em Psicologia do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
(PUC-MG) (2019). Possui Pós-Graduação em Docência em Ensino Superior, pós-graduanda 
em Educação Inclusiva e Educação Especial (2019) pela Centro Universitário Internacional 
(UNINTER), pós-graduanda em Psicanálise e os desafios na Contemporaneidade pela Fa-
culdade Pitágoras. Possui graduação em Pedagogia (1998) e Psicologia (2013) pelo Centro 
Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (UNILESTE-MG). Atualmente é coordena-
dora, tutora e professora conteudista do curso de Educação Especial na Faculdade Única 
Ipatinga além de atuar como psicóloga clínica de orientação psicanalítica.
4
LEGENDA DE
Ícones
São os conceitos, definições ou afirmações importantes 
aos quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
5
SUMÁRIO UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
1.1 Breve histórico do Autismo ...................................................................................................................................................8
1.2 Kaner e o processo de culpabilização das mães m casos de autismo .................................................9
1.3 Bruno Bettlheim e a culpa das mães ..........................................................................................................................10
1.4 Bruno Bettlheim e Kenner, encontros e desencontros ..................................................................................12
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................16
2.1 Conhecendo o Transtorno do Espectro Autista ...................................................................................................21
2.2 O Transtorno do Espectro Autista e suas características .............................................................................22
2.3 Níveis de gravidade ................................................................................................................................................................24
 2.3.1 Interação/ Comunicação Social .......................................................................................................................................25
 2.3.2 Comportamento Restritivo/Receptivo .........................................................................................................................25
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................27
3.1 Mudanças conceituais ..........................................................................................................................................................31
3.2 Importância do diagnóstico .............................................................................................................................................32
3.3 Dificuldades no diagnóstico clínico ............................................................................................................................34
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................36
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA- TEA E SUA HISTÓRIA 
O TEA E SEUS FUNDAMENTOS CONCEITUAIS E TEÓRICOS 
O ESPECTRO AUTISTA E AS MUDANÇAS CONCEITUAIS 
UNIDADE 4
4.1 O ABA como prática terapêutica ...................................................................................................................................41
4.2 Práticas pedagógicas ecolares ......................................................................................................................................42
4.3 Adaptações curriculares ....................................................................................................................................................44
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................46
AS PRÁTICAS TERAPÊUTICAS E PEDAGÓGICAS UTILIZADAS NO TEA 
UNIDADE 5
5.1 Interação social ............................................................................................................................................................................51
5.2 Comunicação ..............................................................................................................................................................................535.3 Padrões repetitivos de comportamento e interesses restritos ................................................................56
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................58
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E A INTERAÇÃO SOCIAL 
UNIDADE 6
6.1 A imposrtância da rotina no Transtorno do Espectro Autista ....................................................................61
6.2 Diagnóstico diferencial no TEA ......................................................................................................................................62
6.3 O diagnóstico e a escola .....................................................................................................................................................63
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................66
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................................................70
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................71
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: ROTINAS E DIAGNÓSTICO 
6
UNIDADE 1
Iniciaremos a Unidade 1 conversando sobre a história do Transtorno do Espectro 
Autista – TEA, e algumas implicações acerca de sua descoberta por alguns estudiosos.
UNIDADE 2
Na unidade 2, conversaremos acerca de alguns conceitos básicos sobre o TEA, sem 
perder de vista a importância o corpo de profissionais envolvidos que desenvolvem 
ações e colaboram para o diagnóstico e tratamento do autismo.
UNIDADE 3
Conversaremos nesta unidade sobre as mudanças conceituais do Transtorno do 
Espectro Autista, a ideia da doença para o pradigma da neurodiversidade reconhecido 
como diferença, e não como doença.
UNIDADE 4
Nesta unidade dialogaremos sobre as práticas pedagógicas, a importância e os 
desafios enfrentados pelas crianças com Transtorno do Espectro Autista ao chegar 
na escola. 
UNIDADE 5
Nessa unidade conversaremos um pouco mais sobre a dificuldade de socialização 
como a base do funcionamento autístico.
UNIDADE 6
Nessa unidade discutiremos a importância da rotina na vida de crianças com TEA, e 
questões relativas ao diagnóstico precoce.
C
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
IV
R
O
7
TRANSTORNO DO ESPECTRO 
AUTISTA – TEA E SUA HISTÓRIA 
UNIDADE
01
8
1.1 BREVE HISTÓRICO DO AUTISMO
 Iniciaremos a Unidade 1 conversando sobre a história do Transtorno do Espectro Au-
tista – TEA, e algumas implicações acerca de sua descoberta por alguns estudiosos.
 Historicamente os primeiros estudiosos que buscavam informações acerca do au-
tismo pertenciam a medicina. Eugene Bleuler se referiu ao autismo pela primeira vez em 
1916, como um tipo de esquizofrenia, devido a equivalência das características e sintomas 
(SCHMIDT, 2013).
 Vinte nove anos após os estudos de Bleuler surgiram novas publicações e estudos. O 
autismo foi descrito em 1943 pelo médico psiquiatra austríaco Kanner. O autismo foi apre-
sentado por Kanner como um problema do desenvolvimento humano. Em seus trabalhos, 
o pesquisador desenvolveu 11 estudos de casos de pessoas que apresentavam dificuldade 
para se relacionar com outras pessoas. Concluiu que essas pessoas apresentavam o que 
ele chamou de “distúrbios autísticos do contato afetivo”.
 Um ano após, o médico Hans Asperger realizou uma pesquisa em que as crianças 
apresentavam características muito próximas às descritas por Kanner, todavia, sua pesqui-
sa foi escrita em alemão, o que inviabilizou por um longo período de tempo ser reconhe-
cida. Como referência, temos hoje Kanner e Asperger como os primeiros pesquisadores a 
identificarem o autismo.
 Atualmente, estudos relatados foram primordiais para a construção dos conceitos 
e características utilizadas no diagnóstico do autismo. No passado a palavra autismo era 
originada do grego (autos), que significava “por si mesmo”, e utilizada na psiquiatria para 
explicar os comportamentos humanos em que a pessoa se volta para si mesma, sem esta-
belecer contato com o outro (ORRU, 2012). 
 Se buscarmos na literatura outras definições para o autismo encontraremos ques-
tões relacionadas a fatores genéticos durante o desenvolvimento da criança ainda no úte-
ro. Essa definição ainda é um enigma e infelizmente não contribui para um diagnóstico 
precoce e assertivo acerca do TEA (CUNHA, 2010).
 Um fato curioso em relação à descoberta do autismo é que durante as décadas de 50 
e 60, a partir das pesquisas de Kanner, muitos pesquisadores concluíram que o comporta-
mento autista poderia ter origem nas relações entre pais e filhos, ou seja, pais e mães que 
estabeleciam laços de afetividade frágeis com os filhos. 
 Algumas teorias psicogênicas construíram hipóteses para justificar o autismo nas 
relações pouco afetivas entre pais e filhos. A ausência de afetividade estaria vinculada à 
origem do TEA, hipótese que encontrou discrepância entre alguns autores e pesquisado-
res. Na década de 40 alguns estudos que abordam o autismo, se destacaram para explicar 
esse fenômeno: as teorias psicogenéticas, as teorias biológicas e as teorias psicológicas 
(CASTELA, 2013).
 As teorias psicogenéticas foram as primeiras a buscar informações sobre o autismo. 
Elas o definiram como uma perturbação afetiva, originada devido a mal relacionamento 
entre mãe e filho. Mesmo que o ambiente familiar fosse identificado como um ambiente 
“ruim, ou adoecido” o foco estava na figura/função materna, definidas em alguns momen-
tos como “rígida e perfeccionista”, e em outros como “indiferente” e “emocionalmente fria” 
(CASTELA, 2013).
9
1.2 KANNER E O PROCESSO DE CULPABILIZAÇÃO MÃES EM 
CASOS DE AUTISMO
 Mencionado anteriormente, Kanner médico psiquiatra austríaco no Estados unidos, 
foi um dos primeiros profissionais da área da saúde a realizar estudos sobre as crianças e 
seu desenvolvimento infantil (CIRINO, 2001). Kanner se sentia intrigado ao perceber que as 
crianças não se comunicavam e como eram afetadas pela ausência da comunicação. 
 Ele observou, analisou e estudou 11 crianças no Hospital Johns Hopkins, em Baltimo-
re nos Estados Unidos. Os resultados do estudo foram publicados na revista The Nervous 
Children, em um artigo intitulado “Autistic disturbances of affective contact, em 1943 (LO-
PES, 2017). Nos resultados sua pesquisa, ele esclareceu que haviam variações nos sintomas 
de cada criança estudada, e que a literatura até então não descrevia esses sintomas e suas 
consecutivas variações.
 Kanner defendeu a ideia de que o “[...] problema central era afetivo e não cognitivo” 
(LIMA, 2014, p. 110). Para o pesquisador o autismo não era adquirido, mas, inato, contudo, 
existia uma possibilidade de que a influência familiar promovesse o desencadeamento da 
síndrome. 
 Ainda nos estudos de Kanner, ele descreveu e apresentou o perfil das famílias das 
crianças participantes do estudo. Apresentou os membros das famílias como pessoas “in-
teligentes”, “obsessivas” e “pouco amorosas”, que valorizavam e priorizavam estudos cien-
tíficos e filosóficos em detrimento ao convívio afetivo com os demais familiares e convívio 
social (LIMA, 2014).
 Outro ponto destacado por Kanner refere-se aos casamentos em que havia distan-
ciamento emocional entre o casal. Para ele a:
[...] questão, a saber, é, em que medida, este fato tem 
contribuído para a condição das crianças. A solidão 
delas desde o início da vida faz com que seja difícil 
atribuir o quadro inteiro exclusivamente ao tipo das 
primeiras relações parentais com o nosso paciente 
(KARNNER, 1943, p. 250).
 Em 1949, Kanner publicou outro estudo com foco no autismo, e atribuiu que as pos-
síveis causas ao TEA estavam relacionadas à personalidade dos pais e das mães (LIMA, 
2014).A partir desse estudo surge a teoria “mãe geladeira”, que identifica e culpabiliza a 
mãe pelo autismo nos filhos. Kanner (1943, p. 111) descreve:
Na maioria dos casos, a gravidez não havia sido 
bem-vinda e ter filhos era nada mais que uma das 
obrigações do casamento. A falta de calor materno 
em relação ao filho ficaria evidente desde a primei-
ra consulta, pois a mãe demonstrava indiferença, 
distanciamento físico ou mesmo incômodo com a 
aproximação da criança. A dedicação ao trabalho, 
o perfeccionismo e a adesão obsessiva a regras se-
riam outros dos traços dos pais, e os dois últimos 
explicariam o seu conhecimento de detalhes do de-
senvolvimento do filho. Mais que isso, os pais mui-
10
tas vezes se dedicariam a estimular a memória e o 
vocabulário de sua criança autista, tomando o filho 
como objeto de “observação e experimentos”. Man-
tido desde cedo em uma “geladeira que não dege-
la”, o autista se retrairia na tentativa de escapar de 
tal situação, buscando conforto no isolamento.
 Sabemos que a teoria de Kanner na atualidade não se sustenta. Estudos posteriores 
demonstraram que a “mãe geladeira” não é a causadora do autismo.
 Contudo, o médico austríaco contribuiu muito para a construção de novos estudos 
acerca do autismo e do psiquismo humano. Vale destacar que as pesquisas de Kanner res-
ponsabilizavam as mães pelo fracasso do desenvolvimento dos filhos, principalmente no 
que diz respeito às questões emocionais. 
 De acordo com Lima (2014) Kanner associou a sua pesquisa a ideia de maternidade 
inadequada, dificuldades no comportamento e problemas emocionais oriundas de estu-
dos realizados pela psicanálise a respeito da importância da função materna para o desen-
volvimento psíquico da criança.
 Assim, além de Kanner outros teóricos da época asseveravam que a maternidade 
inadequada estava relacionada também à negligência, ausência de atenção, afeto e de 
tempo para a realização de cuidados básicos que em muitos casos promoviam o laço afe-
tivo entre a mãe e a criança, além de um abandono velado (LIMA, 2014). 
 Nesse contexto e período histórico do autismo, diversos teóricos se incumbiram de 
construir manuais para ensinar as mulheres a serem mães, e impor um tipo de maternida-
de baseada no saber científico psiquiátrico. A partir daí, estabeleceu-se a associação mãe/
culpa (FORNA, 1999).
 Assim, Lima (2014) destaca que naquele período os argumentos de Kanner iam de 
encontro com que a psiquiatria norteava em termos de pesquisas sobre o autismo, a valo-
rização da infância e da criança associados às teorias psicanalíticas.
1.3 BRUNO BETTELHEIM E A CULPA DAS MÃES
 Ainda sobre a culpa das mães, não foi apenas Kanner que pesquisou sobre o autis-
mo. Outro pesquisador conhecido nas décadas de 50 a 70 foi o psicanalista Bruno Bette-
lheim que esteve nos campos de concentração nazista entre 1938 a 1939 (FEINSTEN, 2010). 
 De acordo com Lima (2014, p. 4): 
Bettelheim apresentava-se à comunidade acadê-
mica e ao público em geral enquanto um intelec-
tual vinculado à psicanálise freudiana capaz de 
associar experiências pessoais com reflexões sobre 
os processos de desumanização aos quais muitas 
pessoas eram submetidas, defendendo que o autis-
mo seria um mecanismo de defesa elaborado pela 
criança diante de situações por ela considerada 
ameaçadoras. 
11
 Desde 1950 Bettelhein escrevia e pesquisava sobre o autismo, entretanto, em 1967 ele 
publicou o livro “A Fortaleza” que trouxe o reconhecimento como especialistas em crian-
ças, principalmente as autistas (FEINSTEN, 2010).
 Bettelhein realizou três estudos casos (Laurie, Marcia e Joy) e os apresentou na obra 
citada. A partir desses estudos, concluiu e defendeu a ideia de que o autismo seria uma pa-
tologia de cunho emocional e que as crianças de um modo geral ao não serem acolhidas e 
amparadas pelos pais ou cuidadores, prefeririam se colocar em um lugar de não existência, 
uma “fortaleza vazia” (LIMA, 2014).
 Ainda segundo a autora, Bettelhein trata de questões familiares no livro, porém seu 
foco está na figura materna, dedicando exclusivamente um tópico da obra para discutir o 
papel na mãe em casos de autismo:
Gostaria de fazer mais uma digressão, pois a razão 
pela qual começamos por imputar o colapso de 
Laurie à ambivalência das figuras maternas pare-
ce ter importância teórica considerável, sobretudo 
pelo fato de, na literatura, as atitudes da mãe serem 
consideradas como fator etiológico do autismo in-
fantil. Ao longo deste livro mantenho minha convic-
ção de que, em autismo infantil, o agente precipi-
tador é o desejo de um dos pais de que o filho não 
existisse (BETTELHEIM, 1987, p. 137)
 Segundo Bettelhein (1987) quando a mãe não conseguia reconhecer, antecipar e 
responder às demandas da criança, ela estaria privando-o do acolhimento, da presença 
materna e do investimento afetivo, indispensáveis na constituição do eu da criança nos 
anos iniciais da vida. Ressalta que Laurie, uma das crianças do estudo de caso, sofria do 
afastamento da mãe, que ao retornar para as funções laborais deixava-a aos cuidados de 
uma cuidadora “indiferente” às suas necessidades.
 Para o pesquisador, essa mãe poderia ser classificada ou considerada como uma 
pessoa “completamente dona de si” além de ser “[...] uma pessoa narcisista, que provavel-
mente se debatia para manter um tênue vínculo com a realidade” (BETTELHEIM, 1987, p. 
109). Podemos perceber que Bettelhein não estava discutindo apenas o comportamento 
da mãe em relação aos cuidados com Laurie, mas, colocava no centro da problemática.
 Diante dos resultados de sua pesquisa Bettelhein, compreendeu que as ações mais 
assertivas a serem tomadas seria o afastamento das crianças do convívio familiar, assim 
evitava-se que pudessem entrar em uma “Fortaleza vazia”, já que, o convívio familiar com 
mães que não investiam afetos em seus bebês poderia provocar o autismo (GRINKER, 
2010). 
 Sua tese chegou a ser colocada em prática. Em Chicago, a escola Ontogenética 
apoiou o estudo do psicanalista, colocando em prática o que ele intitulava de proposta te-
rapêutica. Seu tratamento incluía a restrição das visitas das mães e pais às crianças, trans-
formando a escola no olhar de Bettelhein em um espaço de segurança e acolhimento, em 
que as crianças estavam protegidas das ações de abandono provocados pelos pais (LIMA, 
2014).
12
1.4 BRUNO BETTELHEIM E KANNER, ENCONTROS E DESENCONTROS
 Sabemos que Kanner foi o primeiro médico pesquisador a escrever e descrever o 
autismo como um quadro de adoecimento, com um diagnóstico diferenciado em que su-
postamente a família poderia contribuir para o aparecimento do fenômeno, nomeando as 
mães como “mãe-geladeira”. 
 Por outro lado, Bruno Bettelhein, a partir de alguns pontos do estudo de Kanner, 
continuou suas pesquisas, contudo, abordando percepções diferenciadas. Podemos inferir 
e afirmar que apesar de pontos coincidentes nos estudos dos dois autores, o autismo a que 
cada um deles se referia eram discrepantes.
 Diferenciemos os pontos de vista de cada um dos pesquisadores. A primeira diferen-
ça encontra-se na etiologia. Ainda que as relações familiares acentuadas pela ausência de 
afetividade, principalmente da “mãe” seja um ponto marcante entre os dois estudos, Kan-
ner em “Autistic disturbances of affective contact”, asseverou que o autismo apresentava 
um quadro de problemas comportamentais, ou seja, uma síndrome do comportamento 
com origens genéticas (LIMA, 2014).
 Todavia, Bettelhein apresentou em seus estudos que apesar de se tratar de uma pa-
tologia genética, suas bases ancoravam-se nas questões de convivência familiar, na verda-
de o afastamento proposital da mãe pela criança. Para o estudioso psicanalista, Kanner ao 
ignorar a hipótese de que as experiências traumáticas emocionais na infância pudessem 
ser consideradas a causa primeira do autismo, transformando-o em uma condição inata, 
ele estaria ignorando os conhecimentos produzidos pelo pai da psicanálise, Freud. Para 
Bettelhein (1987, p. 417).
Infelizmente,por Kanner concluir ser esse distúrbio 
inato, não chegou a levantar a questão que, espe-
cialmente a partir de Freud, consideramos essen-
cial para a compreensão de uma conduta psicoló-
gica, a saber: Por que se comportará uma pessoa 
de uma determinada maneira e não de outra? Essa 
questão não pode ser evitada, a menos que pre-
sumamos que o comportamento é assumido sem 
que a pessoa tenha uma oportunidade de opção no 
assunto, como nos movimentos espasmódicos de 
um paraplégico. Mas se não conseguimos levantar 
essa questão, não conseguiremos compreender a 
motivação da pessoa e somos facilmente tentados 
a imputar qualquer anomalia inerente o que obvia-
mente não faz sentido em termos de conduta con-
vencional. 
 O psicanalista ia além em suas discordâncias de Kanner não acreditando que o au-
tismo já poderia ser observado logo após o nascimento, conforme afirmava Kanner. Para o 
médico psiquiatra, crianças cometidas pelo autismo jamais conseguiriam/poderiam esta-
belecer uma interação social, dadas as dificuldades inatas de manter o contato afetivo. 
13
Bettelhein por sua vez contestava essa ideia a partir de observações de que o isolamento 
da criança se dava mediante a frustação de não ter sido atendida em suas demandas de 
aproximação (GRINKER, 2010).
 Para Grinker (2010) Kanner sofreu muitas pressões por parte dos psicanalistas, con-
tudo permaneceu na defesa de que o autismo apresentava um caráter inato. Insistiu tam-
bém na ideia de que apesar dos pais das crianças analisadas não demonstrarem afetivida-
de, era possível pensar que isso estava relacionado à genética de cada um deles. 
 Concomitante às ideias de Kanner Bettelhein permaneceu afirmando que proble-
mas emocionais de pais e mães representavam fortes indícios de que eles não seriam bons 
pais e que prejudicariam os filhos na convivência familiar, ou seja, a genética estava na 
base do distúrbio (GRINKER, 2010).
 Dos três casos de crianças analisadas por Bruno Bettelhein em que ela integra autis-
mo à imperfeição da maternidade Grinker (2010, p. 93) nos aponta que:
De acordo com Bettelheim, a mãe de Laurie cau-
sou autismo na filha por trabalhar durante a infân-
cia da menina, deixando-a aos cuidados de babás. A 
mãe de Márcia, viúva com pouco tempo de casada, 
casou-se depois com um homem que não amava 
de verdade e que não queria filhos. Ele cedeu, no 
entanto, apesar de ter dito à equipe de Bettelheim 
que “o bebê realmente não me interessa”. Joey, o 
terceiro caso, falava muito mais que Laurie e Már-
cia, mas era quase completamente incapaz de se 
comunicar. Isso se deveria a sua mãe “pensar nele 
mais como se fosse um objeto que uma pessoa” [...]. 
Esses pais supostamente doentes eram, de acordo 
com seu ponto de vista, capazes de superar as pró-
prias psicopatologias para criar uma criança normal 
de forma adequada. Quando lhe diziam, por exem-
plo, que não queriam filhos, ou que se dividiam en-
tre a vida profissional e doméstica, Bettelheim su-
punha que eram mentalmente perturbados. 
 Forna (1999)compreende que todo o processo de culpabilização da mãe pelo autis-
mo na perspectiva de Bettelhein está associado à “cultura da culpa da mãe”. Para a autora 
acreditar que diversos problemas familiares de cunho ou não do adoecimento está enrai-
zado na cultura e consequentemente foi naturalizado pela sociedade. 
 Isso pode ser observado desde o início da gravidez, momento em que a mãe tem 
seu corpo regulado por convenções médicas e sociais: o que pode comer, beber, qual será 
o tipo de parto, como será o pós-parto e, posteriormente a educação das crianças. Ou seja, 
mulher/mãe é julgada por si e pelos outros em suas ações e cuidados com a gestação, tudo 
que ocorrer pode depender de como ela permitiu e contribuiu para que essa criança fosse 
gestada.
 Lima (2014) argumenta que a expressão “mães do autismo” está relacionada ao con-
trole paternalista social, com bases no discurso da ciência que elaborou e difundiu a ideia 
de que as mães podem ser más e provocar distúrbios em seus filhos. Percebemos ao longo 
da história que a diferença entre patológico e normal ganhou importância no período pós-
-guerra. 
14
 Muitas pesquisas foram desenvolvidas com o intuito de compreender o desenvolvi-
mento emocional da criança, bem como suas relações afetivas com os pais e as dificulda-
des de aprendizagem apresentadas no período escolar. A produção científica nesse cam-
po não isolou as mulheres do seu papel em relação a maternidade e consequentemente 
suas ações como mães. 
 Embora as pesquisas apontassem para um caminho em que os fatores neurobioló-
gicos ganhavam desataque sobre o autismo, infelizmente isso não poderia ser entendido 
sem a influência da mãe má na “produção de uma criança autista”.
 Se conversarmos com várias mães cujos filhos apresentem algum transtorno ou de-
ficiência, é possível escutar no discurso delas uma relação com a culpa e com a maternida-
de, ou mesmo com uma responsabilização maior sobre os cuidados o filho. 
 Não é incomum vermos nas escolas, em consultórios médicos, unidades básicas de 
saúde, professores, assistentes sociais, etc, um estigma em relação às mães com filhos com 
transtornos ou deficiências. Discursos que culpabilizam as mães pelo excesso de cuidado 
com os filhos ou pelas dificuldades apresentadas por eles. 
 Infelizmente sabemos que uma parte da sociedade ainda culpabiliza a mãe, inde-
pendente do que ela faça. Se recorre à escola em busca de ajuda e conhecimento dos 
processos de aprendizagem podem ser consideradas invasivas, ou “querem tomar o lugar 
do professor”. Se deixa a educação formal a cargo da escola, “não se preocupa com o que 
acontece com o filho”. De uma forma ou de outra está sempre sendo julgada por suas 
ações.
 E tudo isso não é diferente em casos de mães de autistas. Os estigmas culturais 
acerca do autismo ainda refletem seus danos na atualidade. Atualmente as mães não são 
mais intituladas como frias, mães geladeiras ou mães pouco afetivas, causadoras de autis-
mo nos filhos, todavia, as críticas mudaram o foco: são mães que não aceitam seus filhos, 
que buscam medicamentos e terapias para controlá-los, ou seja, muitas mães por meio de 
uma ótica subversiva ainda continuam sendo más. 
Assista ao vídeo “Mãe Geladeira Causa Autismo?” e conheça um pouco mais sobre 
as mães geladeiras e a popularização desse termo. Neste episódio do CBI TV, o Dr. 
Gustavo trata de questões relacionadas à relação afetiva entre mães e filhos. Es-
clarece quais são as possíveis causas do autismo e os prejuízos causados à crian-
ça. Disponível em: https://bit.ly/3tH5UsZ. Acesso em: 16 dez. 2020.
BUSQUE POR MAIS
Conheça o livro “Estimulação cognitiva no TEA” (2020) de Grazielle 
Tavares. A obra trata das especificidades do Transtorno do Espectro 
do Autismo, possibilitando aos leitores uma atuação profissional 
eficaz que diz respeito à estimulação cognitiva. A autora delineia 
FIQUE ATENTO
um breve histórico do autismo, o funcionamento cerebral do no autismo en-
tre outros assuntos. Discute questões relevantes acerca do comportamento 
social, e a importância de atividades lúdicas nesse contexto. Disponível em: 
https://bit.ly/3a29INy. Acesso em: 16 dez. 2020. 
 https://bit.ly/3tH5UsZ
https://bit.ly/3a29INy
15
Conheça o relato da uma mãe de uma criança autista, e reflita quais as relações 
entre o relato e a história do autismo. Disponível em: https://bit.ly/3tJzTR9. Acesso 
em: 16 dez. 2020
VAMOS PENSAR?
 https://bit.ly/3tJzTR9
16
1. Muitos pais reclamam que seus filhos são resistentes na hora da alimentação, mas você 
sabia que existe até um nome para isso? Trata-se da neofobia alimentar, ou o medo do 
ingerir alimentos desconhecidos, que afeta principalmente crianças até 7 anos de idade. 
Entretanto, em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), essa fase pode demorar 
mais tempo para passar.
É o caso do pequeno Matheus, de 11 anos, filho da bancária Camila Marzo. “Cada prato novo 
incluído no cardápio é uma vitória!”, conta a mãe. A mais recente delasfoi a aventura para 
provar um pastel de carne, de que o menino acabou gostando. “Nem sempre são as opções 
mais saudáveis ou as que gostaríamos que fossem, mas A gente tem que comemorar cada 
avanço”, explica Camila.
A pergunta usada, logo no início do texto, é uma estratégia que visa a:
a) verificar o grau de conhecimento do leitor a respeito do tema discutido.
b) conquistar a simpatia do leitor, estabelecendo com ele uma relação de cumplicidade.
c) romper com a predominância do tipo frasal afirmativo.
d) marcar a assimetria existente entre autor-leitor.
e) explicar as causas do autismo.
2. A Lei 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos 
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e que altera o § 3º do art. 98 da Lei 
nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, estabelece as seguintes diretrizes para o atendimento 
deste público:
I. a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para as 
pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua implantação, 
acompanhamento e avaliação.
II. a realização ou continuidade dos estudos de ensino fundamental e médio, em todas as 
suas modalidades, por meio do ensino domiciliar, que pode ser realizado pelos pais ou, 
para ensinar aquelas disciplinas que eles não dominam, por professores contratados.
III. a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do espectro 
autista, objetivando o diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso 
a medicamentos e nutrientes.
IV. o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos tendentes 
a dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do 
espectro autista no País.
V. a matricula em escolas especializadas, em classes que propiciem o atendimento 
diferenciado – em nível pessoal, didático ou metodológico – aos estudantes com 
Transtorno do Espectro Autista.
São verdadeiros os itens:
a) I, II e III.
FIXANDO O CONTEÚDO
17
b) II, IV e V.
c) I, III e IV.
d) I, IV e V.
e) III, IV e V.
3. De acordo com a Lei n° 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui a Política Nacional 
de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, é vedado ao gestor 
ou autoridade competente, a recusa de matricula de aluno autista ou qualquer deficiência, 
sob pena de aplicação de multa de:
a) 3 (três) a 10 (dez) salário -mínimos.
b) 2 (dois) a 5(cinco) salários-mínimos.
c) 3 (três) a 6 (seis) salários-mínimos.
d) 1 (um) a 3 (três) salários-mínimos.
e) 3 (três) a 20(vinte) salários-mínimos.
4. Para a garantia do direito à educação básica e, especificamente, à educação profissional, 
preconizado no inciso IV, alínea a, do artigo 3º da Lei nº 12.764/2012, os sistemas de ensino 
devem efetuar a matrícula dos estudantes com Transtorno do Espectro Autista nas classes 
comuns de ensino regular, assegurando o acesso à escolarização, bem como ofertar os 
serviços da Educação Especial, dentre os quais: o Atendimento Educacional Especializado 
e o(a):
a) profissional especialista.
b) material de apoio.
c) profissional de tecnologia.
d) sala de reforço.
e) profissional de apoio.
5. O Transtorno do Espectro Autista é um novo transtorno do DSM-5 que engloba o 
Transtorno Autista (autismo), o Transtorno de Asperger, o Transtorno Desintegrativo 
da Infância, o Transtorno de Rett e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra 
especificação do DSM-IV. Ele é caracterizado por déficits em dois domínios centrais, na:
a) fala e habilidades motoras; gestos estereotipados e repetitivos.
b) comunicação e internalização pessoal; padrões restritos e rítmicos.
c) fala dialógica e integração social; gestos estereotipados e repetitivos.
d) movimentação e domínio corporal; padrões repetitivos e restritos.
e) comunicação e interação social; padrões repetitivos e restritos.
6. Analise as assertivas abaixo:
I. A criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista) apresenta dificuldade nas 
habilidades sociais, na interação social, dificuldade no contato visual, pouca expressão 
facial, alterações na linguagem e de comportamento, como, por exemplo, um atraso na 
fala, e pode apresentar agressividade sem uma razão aparente.
II. Pessoas com altas habilidades/superdotados são os educandos que apresentam 
18
notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, 
isolados ou combinados: capacidade intelectual superior; aptidão acadêmica específica; 
pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes 
e capacidade psicomotora.
III. A deficiência intelectual é caracterizada por limitações significativas no funcionamento 
intelectual, mas não em comportamentos adaptativos expressos em habilidades sociais, 
práticas e conceituais, com início antes dos 18 anos, e ressalta “que de acordo com a 
AAIDD, limitações no funcionamento intelectual estão presentes quando o indivíduo 
apresentar coeficiente de inteligência (QI) superior a 70”.
IV. O aluno com mielomeningocele não apresenta deficiência intelectual. Porém, ele 
pode apresentar a hidrocefalia associada e, nesse caso, poderá ou não apresentar 
comprometimentos no processo de aprendizagem.
V. O aluno com paralisia cerebral apresenta alteração de tônus e a coordenação de 
movimentos para locomoção apresenta-se comprometida. Sempre apresenta 
deficiência intelectual associada.
Em relação às assertivas propostas, estão CORRETAS apenas:
a) I e IV.
b) I e III.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) II e IV.
7. A reorganização dos serviços da Educação Especial é consolidada no Atendimento 
Educacional Especializado - AEE, que constitui a principal ação dessa modalidade no 
âmbito das escolas do ensino comum, de modo a assegurar aos estudantes com deficiência, 
transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação o acesso, a permanência, 
a participação e o sucesso escolar. Assim, o Atendimento Educacional Especializado – AEE 
é um serviço da Educação Especial que:
a) identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminam 
as barreiras para a plena participação dos estudantes, considerando suas necessidades 
específicas.
b) classifica, com base em modelos médicos que enfatizavam a patologia e a necessidade 
de tratamentos e medicamentos, os estudantes com necessidades específicas.
c) preconiza a concepção de deficiência ou de transtorno relacionada à inferioridade e à 
incapacidade dos estudantes com necessidades específicas.
d) utiliza a concepção de deficiência ao focar o fator limitador dos estudantes com 
necessidades específicas.
e) preconiza a concepção de normalidade relacionada à inferioridade à capacidade dos 
estudantes. 
8. Sobre a educação de pessoas com transtorno do espectro autista, é correto afirmar que:
a) em casos graves e moderados, deve ser realizada, exclusivamente, em instituições 
especializadas.
19
b) deve ser realizada exclusivamente pelo professor de AEE, por meio de métodos específicos 
de ensino.
c) deve privilegiar o controle do comportamento evitando a tendência agressiva. O processo 
de ensino e aprendizagem deve considerar o nível de deficiência intelectual do estudante.
d) deve garantir a entrada, permanência, participação e aprendizagem em sala de aula 
comum de escolas regulares.
e) deve ser realizada a partir do método TEACCH, em parceria com APAEs.
20
O TEA E SEUS FUNDAMENTOS 
CONCEITUAIS E TEÓRICOS 
UNIDADE
02
21
2.1 CONHECENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA
 Nesta unidade, conversaremos inicialmente acerca de alguns conceitos básicos so-
bre o TEA, sem perder de vista a importância do corpo de profissionais envolvidos que de-
senvolvem ações e colaboram para o diagnóstico e tratamento do autismo. 
 Além disso, é preciso considerar que o TEA sofreu ao longo dos anos mudanças em 
sua momenclatura e categorização no DSM, a fim de que fosse classificado numa tenta-
tiva abrangente de encaixar diversos transtornos mentais com características esintomas 
semelhantes em um só. 
 Recapitulando alguns pontos importantes, o termo austimo foi utilizado primeira-
mente por Eugene Bleuler em 1916 para descrever a esquizofrenia e seus sintomas. Atual-
mente, quando estamos falando de autismo o termo correto a ser utilizado é TEA – Trans-
torno do Espectro Autista, estabelecido pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais). 
 O DSM é um manual que reúne informações para auxiliar os profissionais da área da 
saúde a realizar diagnósticos e propor tramentos para os transtornos mentais. Nesse guia, 
os transtornos são categorizados e classificados de acordo com a Classificação Internacio-
nal de Doenças (CID), da Organização Mundial da Saúde.
 Embora o DSM seja um guia orientador e classificador dos transtornos mentais, vale 
ressaltar que nem todos podem ser encaixados dentro dos limites de apenas um transtor-
no por envolver diversas categorias diagnósticas.
Conheça o DSM-5 na íntegra, como ele apresenta os transtornos mentais e seus 
respectivos sintomas. Disponível em: https://bit.ly/36V2Rnm. Acesso em: 22 dez. 
2020.
BUSQUE POR MAIS
 Anterior ao DSM-5, o Transtorno do Espectro Autista foi nomeado por:
• Transtorno Global do Desenvolvimento – TGD; 
• Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – TID, DSM-4 (incluindo Transtorno de Rett, 
Transtorno de Asperger e Transtorno desintegrativo da infância.
 Se, a partir do DSM-5, vários transtornos foram categorizados em apenas um, faz-se 
necessário pensar se todos os sujeitos laudados com o transtorno do espectro autista apre-
sentam o mesmo comportamento ou o que os difere está relacionado à intensidade dos 
sintomas ou à gravidade do acomentimento. 
 Sendo assim, o Transtorno de Asperger passa a ser incluído no TEA e não se apresen-
ta mais como um possível diagnóstico. Todas as pessoas que têm dificuldades de socia-
lização, comunicação e padrões de interesses restritos e estereotipados, são classificadas 
como aquelas que apresentam transtorno do espectro autista.
 Essa mudança se justificou porque nos Estados Unidos o tratamento é financiado 
pelo governo. Como as pessoas com Asperger não conseguiam ser incluídas no plano de 
https://bit.ly/36V2Rnm
22
saúde porque suas características não eram consideradas como autísticas, para resolver 
o problema e para que os direitos dessas pessoas fossem respeitados e resguardados, o 
DSM-5, passou a categorizar o Asperger também como TEA.
 Nesse contexto, podemos perceber que o autismo vem sendo reconheceido ao lon-
go dos anos por todo o mundo. Isso se comprovou quando, em 2007, a ONU decretou o dia 
02 de abril como o dia Mundial da Conscientização do Autismo. No Brasil essa realidade 
não é diferente, a comemoração desse dia tornou-se tão importante que ganhou destaque 
nas revistas da Turma da Mônica, não apenas como uma alusão ao dia, mas com a criação 
do personagem “André”, hoje, símbolo do autismo e do respeito à diferença.
 No Rio de Janeiro, o Cristo Re-
dentor é todo iluminado na cor azul, 
para chamar a atenção das mídias e 
da sociedade para a importância e o 
respeito para com essas pessoas. 
Figura 1: Turma da Mônica e o respeito à diferença 
(Maurício Souza)
Fonte: Bracali (2020, online)
2.2 O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E SUAS CARACTERÍSTICAS
 Recordando, autismo vem do grego “autos”, que significa “voltar para si mesmo”, 
isso signfica para alguns estudiosos que sujeitos diagnosticados com autismo perdem o 
interesse pelas pessoas que o cercam e pelo mundo exterior (MORAIS, 2012). 
 De acordo com o DSM-5, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento ca-
racterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos restritos 
e repetitivos (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION , 2014). 
 Segundo a Associação de Amigos do Autista (AMA), o autismo se apresenta muito 
cedo, antes dos 3 anos de idade, comprometendo áreas da comunicação, interação social, 
aprendizado e adaptação. As áreas do desenvolvimento humano mais prejudicadas são: 
habilidades socioemocionais, atenção compartilhada e a linguagem. 
 Por ser caracterizado como um distúrbio do desenvolvimento, é observado pelos 
pais por volta dos 12 meses aos 18 de idade, quando a criança não apresenta sinais de de-
senvolvimento da linguagem. É mais comum em meninos do que em meninas, e nas me-
ninas os sinais são menos evidentes.
 Devido à grande abangência do autismo, optou-se por utilizar o termo “espectro”, 
uma vez que cada sujeito diagnosticado pode apresentar vários níveis de comprometi-
mento, desde a associação a outras doenças, como deficiência intelectual e até mesmo a 
uma vida independente. 
 Os sintomas mais comuns apresentados e que servem de alerta para os pais são:
• O bebê não realiza imitações;
• Por volta dos 12 meses, não responde quando é chamado pelo nome;
23
• Não aponta para mostrar objetos;
• Não consegue brincar dos jogos de “fingir” ou de “esconder”;
• Prefere ficar sozinho;
• Tem dificuldades com mudanças na rotina;
• Agita com frequência as mãos, balança o corpo ou gira em círculos;
• Apresenta sensibilidade à luz e cheiros fortes;
• Evita o colo dos pais;
• Faz movimentos repetitivos com o corpo ou com as mãos;
• Manipula objetos repetidamente;
• Demonstra interesse por determinados objetos;
• Apresenta hiperfoco;
• Ausência de contato visual;
• Não se comunica por gestos;
• Apresenta déficit na linguagem e na comunicação;
• Apresenta dificuldade para participar de atividades coletivas;
• É indiferente às demonstrações de afeto;
• Ausência de empatia social;
• Recusa ou restringe alimentos a serem ingeridos;
• Podem se morder, ou morder as próprias roupas. 
Assista o vídeo “Como identificar sinais de autismo” e saiba mais sobre os sinais 
e sobre a triangulação. Disponível em: https://bit.ly/3aSpg5R. Acesso em: 28 dez. 
2020. 
FIQUE ATENTO
 Ressalta-se que as manifestações citadas são as mais comuns, o que não quer dizer 
que a presença de alguma delas ou todas seja suficiente para um diagnóstico assertivo. 
Cada sujeito apresentará algumas dessas manifestações ou até mesmo todas elas entre 
outras mais, principalmente se o autismo estiver associado a alguma outra comorbidade. 
O que se sabe é que a dificuldade de comunicação aparece em todos os casos, variando 
em níveis, podendo até mesmo nem ser desenvolvida ao longo da vida.
 O TEA não é um transtorno degenerativo, sendo possível a aprendizagem ao longo 
da vida. Como já dito anteriormente, é na primeira infância e nos primeiros anos escolares 
que os sintomas se apresentam acentuadamente. De acordo com algumas pesquisas são 
poucos os sujeitos que apresentam uma deterioração no comportamento na adolescên-
cia, ao contrário, em muitos casos existe uma melhora, principlamente se houver interven-
ções clínicas e psicoterapêuticas (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION , 2014).
 Ainda segundo o DSM-5 apenas uma minoria de sujeitos diagnosticados com trans-
torno do espectro autista consegue viver e trabalhar na vida adulta sem depender do apoio 
da família, fato constatado no DSM-V. Os que conseguem essa autonomia e independên-
cia têm a linguagem e as capacidades intelectuais superiores, e buscam atividades que 
estão dentro de seus interesses e habilidades, ou seja, o hiperfoco. 
 Contudo, mesmo apresentando certa independência, estão sujeitos a desenvolver 
quadros de depressão e ansiedade, devido às dificuldades de organizar as demandas prá-
https://bit.ly/3aSpg5R
24
ticas do cotidiano. Sobre o autismo na velhice, quase nada se sabe (AMERICAN PSYCHIA-
TRIC ASSOCIATION , 2014).
Assista ao vídeo “O mundo precisa de todos os tipos de mentes”, com Temple 
Grandin, laudada com autismo na infância. Ela conta no vídeo como a sua mente 
funciona e dialoga sobre a necessidade de valorizarmos as variadas formas de 
raciocínio de pessoas com o espectro autista. Temple Grandin é autora do livro O 
Cérebro Autista, em que traz uma reflexão/visão dos dois mundos. 
FIQUE ATENTO
 Disponível em: https://bit.ly/3a44Oj9. Acesso em: 28 dez. 2020.Como pode ser visto no vídeo citado e no DSM-5, existem pessoas com transtorno 
do espectro autista que se comunicam normalmente, estudam, trabalham e conseguem 
levar uma vida quase dentro da normalidade, entretanto, isso não é uma regra.
 Por outro lado, algumas podem nunca conseguir se comunicar com alguém, isso re-
força a ideia de que o TEA apresenta diferentes intensidades que podem ser classificadas 
como leves, moderadas e severas, e que cada uma delas formará um quadro diferente.
 Essa classificação se dá de acordo com a intensidade do sintoma, ou seja, os níveis de 
prejuízo significativos na comunicação, na interação social, nas estereotipias, nos padrões 
de interesse e no grau de dependência em relação aos responsáveis.
2.3 NÍVEIS DE GRAVIDADE NO AUTISMO
 As causas do autismo estão basicamente ancoradas em fatores genéticos, os fatores 
ambientais correspondem de 1% a 3% das causas, mas, estudos recentes contestam essa 
possibilidade. Os fatores genéticos correspondem a 97% e 99% dos casos, sendo 81% fato-
res hereditários.
 Nos Estados Unidos estima-se que 1 em cada 54 crianças tem autismo e o número 
de meninos é quatro vezes maior que o número de meninas. De acordo com a OMS, o Bra-
sil deve ter aproximadamente 2 milhões de autistas, contudo, nenhuma pesquisa ainda 
foi relizada com o rigor da pesquisa realizada nos Estados Unidos. Veja no gráfico abaixo a 
prevalência dos casos de autismo por nascimentos.
Figura 2: Prevalência de casos de autismo nos Estados Unidos 2020
Fonte: Junior (2020)
https://bit.ly/3a44Oj9
25
 Percebemos que o número de casos vem crescendo ao longo dos anos, um aumento 
de 10% dos casos em relação ao ano de 2014. A pesquisa revela também que o número de 
diagnósticos precoces também aumentou. Se há 10 anos sabia-se pouco sobre o autismo, 
hoje, essas pessoas estão sendo beneficiadas pelas pesquisas e estudos realizados, sendo 
diagnosticadas precocemente. Isso representa um salto na qualidade de vida. 
 Com relação ao diagnóstico, é preciso lembrar que o diagnóstico do TEA só pode ser 
realizado por uma equipe multiprofissional ou por um médico especializado, por meio de 
observações da criança e entrevista com os pais/responsáveis. Quanto mais cedo o diag-
nóstico for realizado, melhor para a criança, pois a estimulação começará antes mesmo de 
ela ir para a escola.
 Como já dito anteriormente, é possível detectar logo no primeiro ano alguns sinais 
como, por exemplo, a ausência de contato visual, de balbucio, gestos ou quando a criança 
não atende quando é chamada pelo nome.
 É possível também aos pais observar se a criança consegue dormir tranquilamente, 
se é restritiva para se alimentar, se apresenta hipersensibilidade a luz, cheiros fortes ou 
barulhos, se gosta de compartilhar objetos, se tem dificuldade para desviar o foco de algu-
mas atividades, etc. A demora para engatinhar, falar e andar também são sinais caracterís-
ticos do TEA, bem como a regressão da comunicação verbal entre 12 e 24 meses de idade.
 O médico ou a equipe multiprofissional farão o diagnóstico pautando-se nas infor-
mações fornecidas pelos pais/responsáveis e na organização desses sintomas baseando-se 
no DSM-5. Não é possível diagnosticar ou confirmar o TEA por meio de exames laborato-
riais. A escola poderá auxiliar, fornecendo informações do comportamento da criança em 
sala de aula e em grupo. 
 O níveis de gravidade podem variar de 01 a 03 conforme o DSM-5: 
 2.3.1 Interação/comunicação social
• Nível 1 - “Exigindo apoio”: dificuldade de iniciar e de manter interações e relações sociais, 
pouco interesse nas interações sociais, as tentativas para fazer amigos não são bem su-
cedidas. Fala frases completas, consegue se envolver na comunicação;
• Nível 2 - (necessita de suporte substancial): déficit grave de comunicação verbal e não 
verbal, dificuldades para dar início a uma conversa. Fala frases pouco complexas, seus 
interesses são reduzidos e a comunicação não verbal é estranha; 
• Nível 3 - (necessita de suporte muito substancial): déficit grave de comunicação verbal 
e não verbal. Fala muito pouco ou nada, esboça reações apenas a abordagens diretas, 
raramente realiza interações sociais (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION , 2014). 
 2.3.2 Comportamento restritivo/repetitivo
• Nível 1 - “Exigindo apoio”: inflexibilidade, dificuldades para planejamento, mudar de 
atividade e organizar-se. Pouca autonomia.
• Nível 2 - (necessita de suporte substancial): inflexibilidade, dificuldade para mudar o 
foco ou as ações, presença frequente de comportamentos repetitivos/restritos;
• Nível 3 - (necessita de suporte muito substancial): inflexibilidade, muita dificuldade de 
mudar o foco e com mudanças no ambiente. Presença frequente de comportamentos 
repetitivos/restritos (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION , 2014).
26
Leia o livro “Aprendizes com autismo – aprendizagens por eixos de inte-
resse em espaços não excludentes” (2016) de Sílvia Ester Orrú. Com en-
genhosidade, traz ao leitor casos de pacientes autistas, que descobrem 
diferentes formas de expressão, e contam ao mundo suas habilidades e 
BUSQUE POR MAIS
sentimentos diante da marginalização, preconceito e discrimi-
nação social. Disponível em: https://bit.ly/36XnFdD. 
Acesso em: 22 nov. 2020
https://bit.ly/36XnFdD
27
1. São sinais de alerta do Transtorno do Espectro Autista em crianças de 6 meses a 3 anos,
a) Sorri e demonstra expressões alegres.
b) Responde às tentativas de interação dos outros e busca interagir.
c) Não busca, não evita a interação com outras crianças e não gosta muito de padrões.
d) Responde ao nome quando chamada. 
e) Presta mais atenção em pessoas do que em objetos.
2. Para a garantia do direito à Educação Básica e, especificamente, à Educação Profissional, 
preconizado no inciso IV, alínea a, do artigo 3° da Lei n° 12.764/2012, os sistemas de ensino 
devem efetuar a matrícula dos estudantes com Transtorno do Espectro Autista nas classes 
comuns de ensino regular, assegurando o acesso à escolarização, bem como ofertar os 
serviços da Educação Especial, dentre os quais: o Atendimento Educacional Especializado 
complementar e o:
a) Currículo adaptado.
b) Profissional de apoio.
c) Apoio tecnológico.
d) Professor especialista.
e) Acompanhamento psicológico.
3. O diagnóstico é essencialmente clínico, baseia-se nos sinais e sintomas e leva em conta 
os critérios estabelecidos por DSM–V (Manual de Diagnóstico e Estatístico da Sociedade 
Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças 
da OMS). O Transtorno do Espectro Autista se caracteriza pela presença de um repertório 
marcantemente restritivo e repetitivo de atividades e interesses e de um desenvolvimento 
acentuadamente prejudicado na(no):
a) Interiorização pessoal e comunicação.
b) Interação social e cognição.
c) Intencionalidade e comunicação.
d) Linguagem e pensamento.
e) Interação social e comunicação
4. Dentre os sintomas que fazem parte do conjunto de comportamentos do Transtorno do 
Espectro Autista, deve ser considerado:
I. Dificuldades de atenção e concentração.
II. Dificuldades na interação social.
III. Comprometimentos na comunicação.
IV. Atividades restritas e repetitivas.
V. Dificuldades apenas de sociabilidade.
FIXANDO O CONTEÚDO
28
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e IV, apenas.
b) II, III e V, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III, IV e V.
e) V, apenas.
5. A respeito da Lei Federal n 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos 
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, cabe asseverar que:
a) A pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a tratamento desumano 
ou degradante, não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá 
discriminação por motivo da deficiência.
b) À pessoa com transtorno do espectro autista preexistente poderá ser negada a 
participação em planos privados de assistência à saúde, garantido, porém, o amplo e 
irrestrito acesso a qualquer unidade desaúde da rede pública.
c) O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com 
transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com 
multa de 2 (dois) a 20 (vinte) salários-mínimos.
d) A pessoa com transtorno do espectro autista, inclui-la nas classes comuns de ensino 
regular, terá direito a acompanhante especializado.
e) Para cumprimento das diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa 
com Transtorno do Espectro Autista, o poder público poderá firmar convênio com pessoas 
jurídicas de direito privado, desde que de caráter associativo.
6. A Resolução CNE/CEB 04/2010 (Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação 
Básica) determina em seu artigo 13, que a organização curricular da educação básica 
deve garantir “um conjunto de ações didático-pedagógicas, com foco na aprendizagem 
e no gosto de aprender, subsidiada pela consciência de que o processo de comunicação 
entre estudantes e professores é efetivado por meio de práticas e recursos diversos”. Nesse 
sentido está se referindo:
a) À abordagem didático-pedagógica interdisciplinar.
b) Às redes de aprendizagem.
c) Ao tratamento transdisciplinar na organização do percurso formativo do aluno.
d) Ao uso das tecnologias de informação e comunicação na educação.
e) À organização da matriz curricular.
7. Telma Weisz, ao analisar a relação entre a disponibilidade da informação externa e a 
possibilidade de construção interna pela criança, afirma que quando os meninos jogam 
juntos, há um determinado momento, precioso no processo de cada criança, em que 
aquilo que seu colega ao lado está fazendo, e que é reconhecido como mais avançado, se 
torna observável para ela. Para a autora, quando a criança percebe tal situação, é porque:
a) O professor reproduz e mostra o que o colega faz melhor.
b) Detém o conhecimento que brota de dentro para fora.
29
c) Percebe que o conhecimento existe no mundo, no meio ambiente.
d) Já construiu a lógica necessária para poder aprender.
e) Já possui a heteronomia necessária para aprender.
8. Para Hoffmann, avaliação significa ação provocativa do professor, desafiando o educando 
a refletir sobre as situações vividas, a formular e a reformular hipóteses, encaminhando-se 
um saber enriquecido. Nesse sentido, afirma a autora, os professores precisam contemplar 
dois princípios na avaliação, enquanto mediação, para favorecer o sucesso dos alunos. São 
eles:
a) O acompanhamento reflexivo e o diálogo.
b) O estímulo para a aprendizagem e as respostas dadas pelos alunos.
c) As explicações claras e o conhecimento adquirido pelos alunos.
d) A observação dos resultados e a conversa.
e) O acompanhamento passo a passo dos resultados e a compreensão do educando.
30
O ESPETRO AUTISTA E AS 
MUDANÇAS CONCEITUAIS 
UNIDADE
03
31
3.1 MUDANÇAS CONCEITUAIS 
 Como já sabemos, no passado, o autismo foi considerado uma doença pela comu-
nidade médica e seus sintomas equiparados com os da esquizofrenia. Atualmente, ele 
não se enquadra mais como doença, pois não leva o sujeito a uma degeneração física ou 
à morte. Contrariamente à essa ideia, ele é considerado como um paradigma da neurodi-
versidade, reconhecido como diferença, uma característica singular do sujeito e não como 
doença (WUO, 2019). 
 Entender o autismo como algo da neurodiversidade possibilita à sociedade compre-
endê-lo à luz da ideia de saúde e não de doença, embora em diversos casos o sujeito com 
TEA necessite de reabilitação a fim de estabelecer convívio social e familiar e a permanên-
cia na escola. A reabilitação precisa ser vista como uma intervenção, e não como tratamen-
to, como é considerada por muitos profissionais da área da saúde.
 Se retomarmos a história da deficiência ao longo dos anos, lembrar-nos-emos de 
que ela sempre foi considerada do ponto de vista médico, ligada a uma proposta clínico-
-terapêutica e à medicalização, ou seja, um olhar sobre a cura. Vale ressaltar que o TEA, 
atualmente, não é considerado uma deficiência, pois não apresenta déficits da capacidade 
cognitiva e intelectual, apesar de alguns casos apresentarem comorbidades (BELO; FON-
SECA, 2020).
 Contudo, a partir de 1980, o DSM-3 modificou o conceito de autismo, diferenciando 
os sintomas, ou seja, as crianças autistas “conversam sozinhas” elas não apresentam as 
“alucinações” encontradas em quadros esquizofrênicos. A diferenciação dos sintomas re-
presenta dizer que o ato de “conversar sozinha” está relacionado às repetições ou à ecolalia 
e não às alucinações da esquizofrenia.
 No DSM-4, o autismo foi definido como uma tríade de dificuldades: comunicação, 
socialização e interesses restritos estereotipados. Nesse momento a categorização e a clas-
sificação abria o leque para outras inúmeras possibilidades: Síndrome de Rett, Transtorno 
Desintegrativo da Infância, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Síndrome de Asper-
ger, entre outras.
 Já no DSM-5, última versão, essas classificações e categorias de tipos de autismo fo-
ram excluídas. Classifica-se a partir de então como Transtorno do Espectro Autista. 
No caso de transtorno do espectro autista associa-
do a alguma condição médica ou genética conhe-
cida ou a fator ambiental ou a outro transtorno do 
neurodesenvolvimento, mental ou comportamen-
tal, registrar o transtorno do espectro autista as-
sociado a (nome da condição, do transtorno ou do 
fator) (p. ex., transtorno do espectro autista associa-
do à síndrome de Rett). Indivíduos com um diag-
nóstico do DSM-IV bem estabelecido de transtorno 
autista, transtorno de Asperger ou transtorno glo-
bal do desenvolvimento sem outra especificação 
devem receber o diagnóstico de transtorno do es-
pectro autista. Indivíduos com déficits acentuados 
na comunicação social, cujos sintomas, porém, não 
atendam, de outra forma, critérios de transtorno do 
32
espectro autista, devem ser avaliados em relação a 
transtorno da comunicação social (AMERICAN PSY-
CHIATRIC ASSOCIATION , 2014, p. 51).
 O que se percebe nessa nova classificação do DSM-5, são as mudanças nos critérios 
diagnósticos, pois ampliou-se a identificação dos sintomas, possibilitando uma maior ob-
servação no desenvolvimento da comunicação e interação da criança. Assim, os familiares/
responsáveis e a escola podem contribuir sistematicamente na construção do diagnóstico. 
 Outro ponto que merece destaque nessa nova versão do DSM-5, está na classifica-
ção, classificam-se os transtornos e não mais as pessoas. O novo manual trouxe consigo 
maior abrangência nos critérios a serem considerados para o diagnóstico, além de permitir 
a observação do desenvolvimento social e comunicativo da criança. 
 Isso permite à equipe multiprofissional e aos médicos compreender mais claramen-
te os sintomas do TEA, sem perder de vista a necessidade urgente de um diagnóstico pre-
coce a fim de possibilitar à criança as intervenções necessárias precocemente.
Assista ao vídeo “Critérios do DSM-5 para o diagnóstico do autismo”, com o pro-
fessor Wilson Cândido. Nesse vídeo ele explica quais são as características cate-
gorizadas para o diagnóstico do autismo de acordo com as orientações do DSM-
5. Disponível em: https://bit.ly/3a25KEC. Acesso em: 29 dez. 2020
BUSQUE POR MAIS
3.2 IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO 
 Se considerarmos o exposto sobre o DSM-5 que tem como função nortear e direcio-
nar os diagnósticos de TEA, como base nas características apresentadas por cada sujeito, 
seja criança, adolescente ou adulto, bem como orientar as práticas escolares e clínicas de 
todos os profissionais envolvidos nas intervenções necessárias na reabilitação de pessoas 
com TEA, podemos pensar que a mudança não se restringiu apenas ao campo nominal, 
mas, principalmente, ao campo conceitual.
Você já parou para pensar o que significa o termo “espectro” no âmbito do autismo?
VAMOS PENSAR?
 Por admitir diversos graus de gravidade no TEA ele é classificado como “espectro”, 
isso quer dizer que, é como se fosse uma sombra que não se refere ao sujeito,mas, uma 
imagem que se forma a partir da intensidade de suas características (BRITES; BRITES, 2018).
 Os autores afirmam que essa analogia se dá se considerarmos qual é a intensidade 
da projeção da “sombra”, ou seja, o quanto o objeto está mais perto ou mais distante do sol. 
Isso quer dizer que entre os sintomas pode haver uma continuidade maior ou menor. Por 
isso ao realizar um diagnóstico ele pode ser dado como autismo leve, moderado e severo, 
https://bit.ly/3a25KEC
33
ou nível 1, 2 e 3, conforme DSM-5.
Assista ao vídeo “Níveis de gravidade e os principais sintomas do autismo” de 
Mayra Gaiato, em que ela trata dos níveis de gravidade e as principais caracterís-
ticas do autismo, conforme o DSM-5. Disponível em: https://bit.ly/2NfaPjS. Acesso 
em: 29 dez. 2020
FIQUE ATENTO
 Portanto, se uma criança é diagnostica precocemente e dependendo da intensida-
de do TEA, após a realização das intervenções necessárias, é possível que não haja evolução 
no quadro. Assim, como a “sombra”, o espectro pode se modificar de acordo com as inter-
venções, possibilitando mudanças significativas no quadro.
 É de suma importância que ao realizar o diagnóstico, o médico ou a equipe multi-
profissional observe se uma criança que apresenta TDAH não apresenta também associa-
do a ele sinais de TEA. Nesse caso, o autismo não é o quadro principal, contudo, associa-se 
a outro transtorno conforme já explicitado anteriormente pelo DSM-5.
 Por outro lado, destaca-se a ideia de que se a mudança conceitual foi importante na 
elaboração dos diagnósticos e nos processos de intervenção em casos de TEA, é de suma 
importância que traços autísticos também recebam a devida intervenção quando associa-
dos a outro transtorno, mesmo não sendo o quadro primário. 
 Diante do exemplo, não é difícil imaginarmos que muitas crianças podem ter sido 
prejudicadas na mudança conceitual. Todavia, 
[...] mesmo quando distúrbios autistas são diagnos-
ticados adequadamente, isto é, utilizando critérios 
diagnósticos apropriados, há uma variação consi-
derável no perfil sintomático, dependendo da etio-
logia subjacente. O diagnóstico de autismo requer 
uma apreciação clínica cuidadosa: avaliações de 
linguagem e neuropsicológica, bem como exames 
complementares (por exemplo, estudos de cromos-
somas incluindo DNA para X-frágil e estudos de 
neuroimagem ou neurofisiologia, quando apropria-
dos) podem ser necessárias em casos específicos, 
para permitir identificar subgrupos mais homogê-
neos, de acordo com o fenótipo comportamental 
e a etiologia. Somente assim conseguiremos obter 
uma compreensão da patofisiológica desses distúr-
bios e estabelecer intervenções e prognósticos mais 
específicos (GADIAI; TUCHMANII; ROTTA, 2004).
 Com o aumento da categorização dos traços autísticos, percebeu-se, ao longo dos 
anos, o aumento do número de diagnósticos. Infere-se que ocorreu um salto na produção 
de conhecimento sobre o TEA, e atualmente ele é detectado mais precocemente graças 
aos estudos e divulgação dos primeiros sinais da criança. Tudo isso permitiu o aumento do 
número de diagnósticos.
 https://bit.ly/2NfaPjS
34
Anterior ao DSM-5, o DSM-4 hierarquiza o autismo, contudo, em todos os casos o que se 
predominava eram as características neurológicas. 
Figura 3: Tipos de Autismo
Fonte: Elaborado pela autora (2020)
Assista ao vídeo “O que é o transtorno do espectro do autista” e compare as infor-
mações com o que foi estudado até aqui. 
Disponível em: https://bit.ly/36UoUKz. Acesso em: 29 dez. 2020. 
BUSQUE POR MAIS
3.3 DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
 Sabemos que o DSM-5 possibilitou o diagnóstico mais assertivo do TEA, ao excluir as 
diversas possibilidades como já explicitado. Contudo, sabemos que o diagnóstico conclu-
sivo não é fácil de ser realizado, já que o TEA pode estar associado a outros transtornos ou 
doenças, que podem levar o profissional a uma direção equivocada. 
 Assim podemos elencar 3 grupos de situações que podem dificultar o diagnóstico:
• TEA como transtorno principal, existindo outros traços de transtornos secundários;
• TEA como transtorno secundário existindo, um transtorno ou síndrome principal;
• TEA como único transtorno, apresentando espectros variados em cada sujeito.
https://bit.ly/36UoUKz
35
Assista ao vídeo “Autismo: por que os médicos não fecham diagnóstico?” em 
que o Dr. Gustavo Teixeira explica quais são as dificuldades no diagnóstico clínico 
e como é fundamental a precocidade do diagnóstico. Disponível em: https://bit.
ly/3aREGXN. Acesso em: 29 dez. 2020. 
No segundo vídeo de Mayra Gaiato, “É ou não autismo? Quando o diagnóstico 
não fecha!” são tratadas questões em que o diagnóstico não está fechado, e re-
força a ideia do Dr. Gustavo de que é muito importante a estimulação precoce. 
Disponível em: https://bit.ly/3a4nY8H. Acesso em: 29 dez. 2020.
FIQUE ATENTO
 Outro ponto que dificulta o diagnóstico TEA, é a classificação em leve, moderado ou 
severo, pois isso requer um tempo maior de investigação e observação da criança, confor-
me explicado no vídeo citado anteriormente. Esse é um dos pontos negativos apresenta-
dos pelo DSM-5. 
Quando jogamos uma pedrinha em um lago de 
água parada, ela gera várias pequenas ondas que 
formam camadas mais próximas e mais distantes 
do ponto no qual a pedra caiu. O espectro autista é 
assim, possui várias camadas, mais ou menos pró-
ximas do autismo clássico (grave), que poderia ser 
considerado o centro das ondas, o ponto onde a pe-
dra atingiu a água. Esse espectro pode se manifes-
tar nas pessoas de diversas formas, mas elas terão 
alguns traços similares, afinal todas as ondulações 
derivam do mesmo ponto (SILVA, 2012, p. 29).
 A comparação feita pelos autores evidencia que encontraremos diversos tipos de 
autismo, com características semelhantes e ao mesmo tempo diferentes, e que podem 
conduzir facilmente o profissional ao equívoco.
 https://bit.ly/3aREGXN
 https://bit.ly/3aREGXN
https://bit.ly/3a4nY8H
36
1. Em relação ao autismo, é CORRETO afirmar que:
I. É um problema psiquiátrico que costuma ser identificado na infância, entre 1 ano e 
meio e 3 anos de idade, embora os sinais iniciais, às vezes apareçam já nos primeiros 
meses de vida.
II. Tal distúrbio impede que o portador apresente o desenvolvimento físico normal.
III. Alguns estudiosos o reportam ao suposto papel de infecções durante a gravidez e 
mesmo a fatores ambientais, como poluição, no desenvolvimento do distúrbio.
IV. O distúrbio pode ser diagnosticado por meio de exames laboratoriais ou de imagem, 
desde que acompanhado por profissional da área.
a) estão corretas as alternativas I e IV.
b) estão incorretas as alternativas I e IV.
c) estão corretas as alternativas I e III.
d) estão incorretas as alternativas I e II.
e) estão todas corretas.
2. Durante muitos anos houve uma controvérsia sobre se o autismo era um transtorno 
separado ou apenas um caso de esquizofrenia na infância. No entanto, atualmente, 
concorda-se que, em geral, o autismo infantil e a esquizofrenia na infância são transtornos 
separados. Dadas as afirmativas sobre uma variedade de fatores que distinguem o autismo 
infantil da esquizofrenia na infância:
• As crianças com autismo raramente têm uma história familiar de esquizofrenia, 
mas as pessoas com esquizofrenia frequentemente têm uma história familiar dessa 
doença.
• As crianças com autismo frequentemente apresentam uma falta de desenvolvimento 
intelectual, mas esse não é o caso de crianças que sofrem de esquizofrenia.
• As crianças com autismo têm fala limitada, enquanto as crianças com esquizofrenia 
têm habilidade de fala normal.
• O autismo fica aparente quase ao nascimento, enquanto a esquizofrenia desenvolve-
se posteriormente.
Verifica-se que está(ão) correta(s):
a) I, II, III e IV.
b) II, III e IV, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) I e II, apenas.
e) III, apenas.
3. Sobre as características da deficiência intelectual e dos transtornos do espectro autista e 
de déficit de atenção/hiperatividade, assinale a alternativa correta.FIXANDO O CONTEÚDO
37
a) Estudos longitudinais comprovam que a partir da infância, passando pela adolescência 
e chegando à idade adulta, gradualmente os sintomas de hiperatividade-impulsividade, 
preponderantes no quadro clínico (TDA/H) nos primeiros anos de vida vão arrefecendo, 
enquanto os sintomas de desatenção prosseguem e até se tornam mais salientes, conforme 
as exigências da vida volvem mais complexas.
b) O estímulo e o interesse aliado a um ensino superexigente podem auxiliar o rendimento 
cognitivo das crianças com deficiência mental.
c) O conceito de autismo modificou-se consideravelmente, ao longo dos mais de 70 
anos, hoje é compreendido como um transtorno do desenvolvimento com intensa base 
epigenética e como arquitetura de relações e práticas parentais.
d) Existem evidências de que sinais precoces do TEA surgem ao longo do desenvolvimento 
da criança, marcadamente no quarto ano de vida. Um diagnóstico de TEA demanda que 
o indivíduo exiba todos os quatro sinais a seguir: movimentos repetitivos e estereotipados, 
tenacidade em rotinas e/ou realizações de rituais, interesses adstritos e com foco ou 
intensidade anormal e uma hiporresponsividade a estímulos.
e)O estímulo e o interesse aliado a um ensino pouco exigente auxiliam o rendimento 
cognitivo das crianças com deficiência mental.
4. No que concerne à inclusão das pessoas com transtorno global do desenvolvimento, em 
especial a criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista), analise as proposições abaixo:
1. Para as crianças com TEA, as escolas não necessitam realizar adaptações curriculares, 
bastando incluir atividades que facilitem a interação com os outros alunos da sala.
2. Uma forma de auxiliar a inclusão dos alunos com Transtorno do Espectro Autista 
(TEA), na escola, é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), definido como 
um conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos, organizados 
institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos 
alunos no ensino regular.
3. Para incluir, a escola deve se adaptar para atender às especificidades desses alunos; 
para isso, são necessárias mudanças na estrutura e no funcionamento da escola, na 
formação dos professores e nas relações família-escola.
4. Um dos objetivos do Atendimento Educacional Especializado é garantir a transversalidade 
das ações da educação especial no ensino regular.
5. Já que os alunos com Transtorno do Espectro Autista são caracterizados como alunos 
com deficiência intelectual, os professores e a escola podem desenvolver AEE que 
atendam a esses dois segmentos.
a) 2, 3 e 4.
b) 3, 4 e 5
c) 1, 2 e 3.
d) 1, 3 e 5.
e) 1, 2 e 5.
5. Segundo a Associação Psiquiátrica Americana (2002), o autismo é uma condição que 
afeta as principais áreas do desenvolvimento da criança, quais sejam, a interação social e 
a linguagem, além da ocorrência de comportamentos repetitivos e estereotipados. Suas 
principais consequências são:
38
a) Na maioria das vezes, a fala não se torna ecolálica.
b) O desenvolvimento motor é caracterizado por repetições voluntárias com determinadas 
funções.
c) As manifestações dessas dificuldades não variam de acordo com o nível desenvolvimental 
e a idade cronológica da criança.
d) Quanto maior o comprometimento cognitivo menor a tendência a se isolar e a não se 
comunicar.
e) Comportamentos repetidos e estereotipados se expressam nas brincadeiras, que podem 
carecer de criatividade e espontaneidade.
6. “Aceita-se, nos dias de hoje, que crianças autistas frequentemente são filhos de mães 
e pais caracterizados como geladeiras emocionais incapazes de sustar relacionamentos 
afetuosos, em decorrência da própria imaturidade ou distúrbios severos”.
Com relação ao texto, assinale a alternativa que melhor representa a visão atual sobre o 
Autismo.
a) O texto é preciso, pois o autismo infantil é caracterizado por problemas de comunicação 
dos pais para os filhos.
b) O texto representa uma visão correta, já que estudos psicanalíticos atestam a influência 
patológica dos pais nos filhos autistas.
c) O texto representa a visão atual, já que o autismo é tratado a partir de terapias dinâmicas 
capazes de restabelecer os laços emocionais entre pais não responsivos e incapazes de 
proporcionar adequado afeto ao filho.
d) O texto não representa a visão atual, já que os estudos confirmam a patologia cerebral, 
eliminam complicações na gravidez ou no nascimento e desconsideram a influência dos 
pais.
e) O texto não representa a visão atual, pois pesquisas após 1960, usando métodos científicos 
unicamente para evitar observações tendenciosas, sugerem conclusões diferentes. Entre 
elas estão infecções pré-natais, como rubéola, distúrbios neurológicos herdados e alergia 
ao próprio tecido cerebral.
7. Quando a criança recebe o diagnóstico de espectro do autismo, a família constata que é 
preciso fazer adaptações. O processo educativo em geral fica mais fácil quando as pessoas 
se libertam de seus medos e passam a compreender o que leva a criança a se comportar, 
algumas vezes, de modo incomum. A respeito dos distúrbios do espectro do autismo, 
assinale a alternativa correta.
a) Os problemas apresentados pela criança com autismo podem aparecer em apenas um 
de seus contextos desenvolvimentais; por exemplo, podem aparecer na escola, mas não 
em casa.
b) A área social não é prejudicada. A criança com autismo tem facilidade de expressar suas 
emoções e de compartilhar seus brinquedos.
c) Dificuldades de linguagem e comunicação e desenvolvimento precário da imaginação 
são características essenciais do autismo.
d) As crianças com espectro do autismo não gostam de rotinas e procuram sempre alterá-
las para evitar a monotonia.
39
e) A criança com espectro do autismo faz sempre uso de linguagem abstrata, por isso, 
algumas vezes, a comunicação fica prejudicada.
8. Acerca da deficiência intelectual, julgue os itens que se seguem.
I. O diagnóstico ocorre, geralmente, durante a adolescência e no início da idade adulta.
II. A avaliação engloba, essencialmente, a investigação do nível intelectual e do 
comportamento adaptativo.
III. Uma dificuldade enfrentada durante a avaliação é a escassez de medidas que 
mantenham suas qualidades psicométricas mesmo nas faixas de escores extremamente 
baixos.
IV. É um transtorno de etiologia bastante específica.
V. O diagnóstico diferencial deve descartar, principalmente, casos de transtornos da 
comunicação e de transtorno do espectro autista.
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
40
AS PRÁTICAS TERAPÊUTICAS E 
PEDAGÓGICAS UTILIZADAS NO TEA 
UNIDADE
04
41
4.1 O ABA COMO PRÁTICA TERAPÊUTICA
 Nesta unidade conversaremos sobre as práticas pedagógicas, a importância e os de-
safios enfrentados pelas crianças com Transtorno do Espectro Autista ao chegar na escola. 
Sabemos que o Transtorno do Espectro Autista, após as mudanças promovidas pelo DSM-
5, abrange condições como Asperger, Transtorno Global do Desenvolvimento e autismo 
em níveis que variam de leve, moderado a severo, além de compreender a tríade: déficits 
na interação, comunicação social, padrões repetitivos de comportamento e interesses res-
tritos (NUNES; SCHMIDT, 2019). 
 Segundo os autores a Análise do Comportamento Aplicada (ABA – Applied Behavior 
Analysis) não investiga apenas o comportamento humano, mas as variáveis que o afetam, 
possibilitando alterações no comportamento por meio da modificação de seus antece-
dentes, (os comportamentos podem ser acionados por um gatilho, por algo que aconte-
ceu antes) e suas consequências (o que aconteceu depois da ocorrência de um compor-
tamento, se o evento foi agradável ou desagradável, existe a possibilidade de se repetir) 
(NUNES; SCHMIDT, 2019).
Assista ao vídeo “Autismo - O Que é A.B.A?” e entenda melhor o ABA, como um 
conjunto de técnicas pesquisadas e comprovadas para tratamento de pessoas/
crianças com autismo. Disponível em: https://bit.ly/2OevuoQ. Acesso em: 29 dez. 
2020
BUSQUE POR MAIS
 Para que essa análise do comportamento

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