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PAGAMENTO INDIRETO 
Pagamento significa o cumprimento ou adimplemento da obrigação efetuado pelo 
devedor ou terceiro interessado. 
 
PAGAMENTO DIRETO X PAGAMENTO INDIRETO 
 
O pagamento direto é onde acontece o efetivo cumprimento da obrigação e a extinção 
da dívida. Dessa maneira, deixa de existir qualquer vínculo obrigacional. 
 
O pagamento indireto ou especial é um meio de extinção de obrigação onde a 
satisfação do credor e liberação do devedor não dá pelo pagamento da prestação, mas 
em virtude da aplicação de determinados pressupostos legais que garantem o efeito 
liberatório. 
 
1. Consignação em pagamento 
Instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao 
recebimento criado pelo credor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do 
pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, 
liberando-se do liame obrigacional. 
Obstáculos ao recebimento: 
• O credor se recusa a receber o valor da dívida; 
• Credor exige valor superior ao entendido devido por este; 
• O credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir 
em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
• Ser ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do 
pagamento. 
 
Devedor -> Consignante 
Credor -> Consignatário 
Consignado -> Objeto do pagamento 
2. Sub-rogação 
Sub-rogação traduz a ideia de “substituição” de sujeitos ou de objeto, em uma 
determinada relação jurídica. 
Sub-rogação objetiva ou real: ocorrida entre coisas. 
Sub-rogação subjetiva ou pessoal: a substituição que se opera é de sujeitos. 
São dois os efeitos da sub-rogação: 
• Efeito liberatório, ou seja, o débito que existia para com o credor original extingue-
se. 
• Efeito translativo, o que significa que a relação obrigacional é transferida para o 
novo credor. 
No Direito Brasileiro são admitidas duas formas de pagamento por sub-rogação pessoal, 
que podem ser aplicadas ou por força da lei ou por convenção entre as partes. 
A substituição por força da lei é chamada de sub-rogação legal e está prevista no artigo 
346 do CC/02 e pode ocorrer principalmente em três circunstancias: 
 
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: 
 
I. do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II. do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como 
do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; 
III. do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no 
todo ou em parte. 
 
Entende-se que a sub-rogação não pode vir a oferecer-se como uma fonte de lucros ou 
de vantagens. O credor sub-rogado não pode obter vantagem na aplicação do instituto, 
ficando seu direito limitado ao valor que desembolsou para satisfazer a obrigação, com 
todos os seus acessórios. 
Quando a substituição é definida por escrito entre as partes nas relações contratuais, ou 
seja, decorre da manifestação da própria vontade dos interessados, ocorre a sub-
rogação convencional, e está prevista em duas hipóteses, como no artigo 347 do CC/02, 
que a disciplina nos seguintes parâmetros: 
 
Art. 347. A sub-rogação é convencional: 
 
I. quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere 
todos os seus direitos; 
II. quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a 
dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do 
credor satisfeito. 
 
3. Imputação do pagamento 
Ato de determinar, indicar ou especificar qual débito líquido e vencido, dentre várias 
dívidas da mesma espécie, devidos a um só credor, se estaria se extinguindo ao efetuar 
pagamento de um determinador valor não corresponde à totalidade da obrigação 
adquirida. 
Para que haja imputação de pagamento, presume-se a necessidade de alguns requisitos, 
tais como: 
• Existência de dualidade ou pluralidade de dividas; 
• Identidade de credor e de devedor; 
• Igual natureza dos débitos; 
• Suficiência do pagamento para resgatar qualquer das dívidas. 
A principal função deste instituto é a de viabilizar um meio de pagamento, adimplemento, 
tendo, portanto, como efeito direto e consequente a quitação da obrigação do devedor 
junto ao credor. 
 
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, 
tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e 
vencidos. 
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer 
imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar 
contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou 
dolo. 
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, 
e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por 
conta do capital. 
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à 
imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas 
forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. 
 
 
4. Dação em Pagamento 
A dação em cumprimento (datio in solutum), ou dação em pagamento, consiste na 
realização de uma prestação diferente da que é devida, com o fim de, mediante acordo 
do credor, extinguir imediatamente a obrigação, ou seja, o credor consente em receber 
prestação diversa da que fora inicialmente pactuada. 
São requisitos dessa forma de extinção das obrigações: 
• a existência de uma dívida vencida — visto que ninguém pode pretender solver 
uma dívida que não seja existente e exigível; 
• o consentimento do credor — vale dizer, não basta a iniciativa do devedor, uma 
vez que, segundo a legislação em vigor, a dação só terá validade se o credor anuir 
(até porque, por princípio, este não estaria obrigado a receber coisa diversa da que 
fora pactuada, na forma do art. 313 do CC/2002); 
• a entrega de coisa diversa da devida — somente a diversidade essencial de 
prestações caracterizará a dação em pagamento, ou seja, a obrigação será 
extinta entregando o devedor coisa que não seja a res debita; 
• o ânimo de solver (animus solvendi) — o elemento anímico, subjetivo, da dação em 
pagamento é, exatamente, o animus solvendi. Sem essa intenção de solucionar a 
obrigação principal, o ato pode converter-se em mera liberalidade, 
caracterizando, até mesmo, a doação. 
OBS.: A dação em pagamento não deve ser confundida com a dação “pro solvendo”, 
que não extingue a obrigação, mas apenas facilita o seu cumprimento. A dação pro 
solvendo ocorre na dação de um crédito sem extinção da dívida originária que, ao 
contrário, é conservada, suspensa ou enfraquecida. Havendo datio pro solvendo, a divida 
primitiva só se extingue ao ser paga a nova. Trata-se de uma forma de pagamento 
especial. 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes 
regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará 
em cessão. 
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a 
obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de 
terceiros. 
 
6. Novação 
Dá-se a novação quando, por meio de uma estipulação negocial, as partes criam uma 
nova obrigação, destinada a substituir e extinguir a obrigação anterior. Toda a novação 
tem natureza jurídica negocial. Ou seja, em regra, nunca poderá ser imposta por lei, 
dependendo sempre de uma convenção firmada entre os sujeitos da relação 
obrigacional. 
A novação, para se caracterizar, deverá conter os seguintes requisitos: 
• a existência de uma obrigação anterior;• a criação de uma nova obrigação, substancialmente diversa da primeira; 
• o ânimo de novar (animus novandi): esse é o requisito anímico (subjetivo) da 
novação. Para que ela se configure, portanto, é indispensável que as partes tenham 
o propósito de novar - permitir que o novo negócio extinga a obrigação anterior. 
 
A ausência de qualquer um dos requisitos aqui mencionados importará na impossibilidade 
de reconhecimento da ocorrência da novação. A doutrina aponta, fundamentalmente, 
a existência de três espécies de novação: 
a) a novação objetiva; 
b) a novação subjetiva; 
c) a novação mista. 
A novação objetiva, ocorre quando as partes de uma relação obrigacional 
convencionam a criação de uma nova obrigação, para substituir e extinguir a anterior. 
Assim, por exemplo, haverá novação objetiva quando credor e devedor acordarem 
extinguir a obrigação pecuniária primitiva, por meio da criação de uma nova obrigação, 
cujo objeto é a prestação de um serviço. Ressalte-se que não há obrigatoriedade de que 
a obrigação primitiva seja pecuniária, sendo irrelevante tratar-se de obrigação de dar, 
fazer ou não fazer. 
Dá-se a novação subjetiva, em três hipóteses: 
• por mudança de devedor — novação subjetiva passiva; 
• por mudança de credor — novação subjetiva ativa; 
• por mudança de credor e devedor — novação subjetiva mista. 
A novação subjetiva passiva incide na figura do devedor, ou seja, ocorre a alteração 
deste havendo a intervenção de um novo devedor. Essa mudança pode-se dar por dois 
modos: pela delegação e pela expromissão. 
Pela delegação, a substituição do devedor será feita com o consentimento do devedor 
originário, pois é ele quem indicará uma terceira pessoa para resgatar o seu débito, com 
o que concorda o credor. Havendo a necessidade do concurso dessas três pessoas, o 
devedor originário (delegante) o terceiro indicado (delegado) e credor (delegatário), 
onde todas irão consentir na modificação. 
Pela expromissão, um terceiro assume a dívida do devedor originário, substituindo-o sem 
o assentimento deste, desde que o credor concorde com tal mudança. Na expromissão 
temos apenas duas partes: o credor e o novo devedor, por ser dispensável o 
consentimento do devedor primitivo. 
A novação subjetiva ativa ocorre quando, o credor originário, por meio de nova 
obrigação, deixa a relação obrigacional e um outro o substitui, ficando o devedor quite 
para com o antigo credor. Requisitos para que se tenha tal espécie de novação: 
• o consentimento do devedor, que contrai uma nova obrigação perante um novo 
credor, ficando liberado da antiga dívida; 
• o assentimento do antigo credor, que renuncia o seu crédito, permitindo ao 
devedor que se obrigue para com o novo credor; 
• a anuência do novo credor, que aceita a promessa do devedor. 
A novação mista, quando se alterar o credor, ou devedor, e também o conteúdo ou 
objeto da obrigação. Ter-se-á, então, uma novação sui generis pela fusão das duas 
modalidades de novação: a subjetiva e a objetiva. 
A novação tem um duplo efeito: ora se apresenta como força extintiva, porque faz 
desaparecer a antiga obrigação, ora como energia criadora, por criar uma nova relação 
obrigacional. Exerce, concomitantemente, uma dupla função: pela sua força extintiva, é 
ela liberatória, e como força criadora, é obrigatória. 
 
 
 
 
 
Art. 360. Dá-se a novação: 
I. quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a 
anterior; 
II. quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
III. quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, 
ficando o devedor quite com este. 
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda 
obrigação confirma simplesmente a primeira. 
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente 
de consentimento deste. 
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação 
regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. 
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver 
estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a 
hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não 
foi parte na novação. 
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre 
os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito 
novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados. 
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor 
principal. 
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação 
obrigações nulas ou extintas. 
 
7. Compensação 
A compensação é uma forma de extinção de obrigações, em que seus titulares são, 
reciprocamente, credores e devedores. 
Diante disso, a compensação pode ser: 
• Compensação legal: opera por força de lei. 
 
Requisitos para a compensação legal: 
 
o Reciprocidade das obrigações; 
o liquidez das dívidas; 
o exigibilidade atual das prestações; 
o fungibilidade dos débitos. 
 
• Compensação convencional: decorre da vontade das partes. 
 
OBS.: A compensação convencional não exige os mesmos requisitos para a 
compensação legal. Destaque-se, inclusive, que, no campo da compensação, a vontade 
individual é extremamente respeitada, podendo até mesmo vedar a possibilidade de sua 
ocorrência. 
 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas 
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, 
não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no 
contrato. 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o 
fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a 
compensação. 
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: 
I. se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II. se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; 
III. se uma for de coisa não suscetível de penhora. 
Art. 374. (Revogado pela Lei nº 10.677, de 22.5.2003) 
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou 
no caso de renúncia prévia de uma delas. 
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a 
que o credor dele lhe dever. 
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos 
seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria 
podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor 
ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente. 
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem 
compensar sem dedução das despesas necessárias à operação. 
Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão 
observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do 
pagamento. 
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que 
se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao 
exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.677.htm#art1
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as 
qualidades de credor e devedor. 
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. 
Art. 383. A confusão operada na pessoado credor ou devedor solidário só extingue a 
obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo 
quanto ao mais a solidariedade. 
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a 
obrigação anterior. 
 
8. Confusão 
As qualidades de credor e devedor são reunidas em uma mesma pessoa, extinguindo-se 
a relação jurídica obrigacional. 
É o que ocorre, por exemplo, quando um sujeito é devedor de seu tio, e, por força do 
falecimento deste, adquire, por sucessão, a sua herança. Em tal hipótese, passará a ser 
credor de si mesmo, de forma que o débito desaparecerá por meio da confusão. 
Divididas em: 
• confusão total (de toda a dívida); 
• confusão parcial (de parte da dívida). 
Vale mencionar, tal qual mencionado acima, que pode derivar de ato mortis causa 
(sucessão hereditária), embora nada impeça que se origine de ato inter vivos. 
 
A doutrina reconhece ainda a chamada confusão imprópria, quando se reúnem na 
mesma pessoa as condições de garante e de sujeito (ativo ou passivo). É o que se dá 
quando se reúnem as qualidades de fiador e devedor (sujeito passivo), ou de dono da 
coisa hipotecada e credor (sujeito ativo). 
 
O principal efeito da confusão é a extinção da obrigação. 
 
Entretanto, vale lembrar que, se a confusão se der na pessoa do credor ou devedor 
solidário, a obrigação só será extinta até a concorrência da respectiva parte no crédito 
(se a solidariedade for ativa), ou na dívida (se a solidariedade for passiva), subsistindo 
quanto ao mais a solidariedade. Isso quer dizer que a confusão operada em face de um 
desses sujeitos não se transmite aos demais, mantidas as suas respectivas quotas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. Remissão 
Remissão é o perdão da dívida, em que A, credor de B, declara que não pretende mais 
exigi-la (por meio de um documento particular, por exemplo) ou pratica ato incompatível 
com tal possibilidade (devolvendo o título objeto da obrigação). 
Juridicamente, porém, é preciso que seja aceita, tácita ou expressamente, para produzir 
efeitos, uma vez que ainda restará a obrigação moral de cumprimento da dívida. 
Ademais, a remissão somente pode operar-se inter partes, não sendo esta admitida em 
prejuízo de terceiros. 
Requisitos simultâneos: 
• Ânimo de perdoar; 
• Aceitação do perdão. 
A remissão pode ser total ou parcial. A remissão poderá ainda ser expressa ou tácita. 
A remissão expressa pode ocorrer tanto de forma escrita quanto verbal, embora a 
comprovação da última seja de grande dificuldade no caso concreto. Na remissão 
expressa, recomenda-se, a estipulação por escrito, público ou particular (carta, 
testamento etc.), declarando o credor que não deseja mais receber a dívida. 
Entende-se por remissão tácita aquela que é decorrente do comportamento do credor, 
ao se traduzir de modo inequívoco a intenção da liberação total da dívida 
A remissão presumida é aquela determinada na lei. 
 
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem 
prejuízo de terceiro. 
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, 
prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e 
o devedor capaz de adquirir. 
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à 
garantia real, não a extinção da dívida. 
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele 
correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os 
outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.

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