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1 Lívia Mendes – UNIFTC 2022.2 CHOQUE HEMORRAGICO • O choque é uma anormalidade do sistema circulatório que resulta em perfusão orgânica e oxigenação tecidual inadequadas • O diagnóstico é clinico e laboratorial • Trauma = hemorrágico = choque hipovolêmico • Hemorragia: perda aguda de volume sanguíneo • Adulto – 7% da composição corporal o 70kg = 5 L de sangue • Crianças – 80 a 90ml por kg • Múltiplas causas no paciente traumatizado o Pneumotórax hipertensivo / Tamponamento cardíaco – Obstrutivo o Trauma raquimedular alto - Neurogênico o Assistência tardia - Séptico (?) o Cardiopatia previa / Contusão miocárdica - Cardiogênico (?) FISIOPATOLOGIA • Queda de Hb o Ativação de mecanismos compensatórios da circulação: É fácil entender que, no choque hemorrágico, nosso paciente estará taquicárdico e malperfundido. A volemia reduzirá à custa de sangramento; consequentemente, o volume sistólico será menor. Na tentativa de manter um débito cardíaco adequado, nosso organismo tentará compensar isso com taquicardia o Vasoconstrição, aumento de frequência cardíaca: tentativa de compensação para reestabelecimento da hemodinâmica do paciente o Liberação de catecolaminas o Aumento da resistência vascular periférica • Privação de oxigênio celular o Inicio do metabolismo anaeróbio o Acumulo de ácido lático – lactato o Desenvolvimento de acidose metabólica TRATAMENTO • Reversão do estado de choque o Contenção do sangramento • Restauração do volume circulante o Reposição de soluções eletrolíticas, sangue e hemoderivados • Oferta adequada de oxigênio • Pode ser necessária intervenção cirúrgica/embolização NÃO UTILIZAR VASOPRESSORES – PIORA DA PERFUSÃO AVALIAÇÃO INICIAL • Após assegurar via aérea e ventilação adequada • Avaliação de condições circulatórias o Avaliar se há sangramento externo o Frequência cardíaca, Pressão de pulso (PASxPAD), sudorese, frequência respiratória • Hematócrito como parâmetro: não é bem utilizado, porque na perda aguda o hematócrito não cai! Utiliza o hemograma para controle • Gasometria como parâmetro: Bom, traz o lactato e BE • Anamnese e exame físico • Exames complementares: o Rx de tórax o Rx de pelve o FAST • A hemorragia é a principal causa de choque do politrauma • Tratamento deve ser precoce – diagnosticar e tratar concomitantemente • Identificar fontes potenciais de perda sanguínea 2 Lívia Mendes – UNIFTC 2022.2 • Tórax, abdome, pelve, FAST, LPD (lavagem peritoneal diagnostica), sondagem vesical CLASSIFICAÇÃO FISIOLOGICA • Baseada em sinais clínicos • 4 categorias • Norteiam o tratamento • Paciente com pressão normal, mas taquicárdico = grau II; • Hipotensão = graus III ou IV (lembrar de fazer transfusão). ABORDAGEM INICIAL • Importante sempre avaliar e reavaliar • Assegurar vias aéreas, suplementar O2 (Sat >95%) • Controlar sangramentos, garantir 2 acessos calibrosos • Exame neurológico sumário • Exame “da cabeça aos pés” • Descompressão gástrica - SOG ou SNG • Sondagem vesical ACESSO VENOSO • Dois acessos calibrosos: Lei de Poiseuille – Calibre alto com comprimento pequeno - NÃO SE INDICA PRIMEIRAMENTE UM ACESSO CENTRAL, PRIMEIRO ACESSO PERIFÉRICO • Falência de acesso: acesso intra-ósseo, dissecção de safena ou CVC • Coletar exames de sangue e gasometria o Tipagem sanguínea, beta-HCG, toxicológicos REPOSIÇÃO VOLEMICA • Infusão inicial: 1000 ml de solução isotônica aquecida – SF ou RL, no ATLS recomenda-se SF o Criança – 20mL/kg • Avaliar resposta após volume inicial • Reposta insatisfatória: Intervenção? Hemoderivados? HIPOTENSÃO PERMISSIVA • APÓS VOLUME = RESSANGRAMENTO • Abordagem: o Considerar uso de hemoderivados o Avaliação com equipe cirúrgica o Manter PAS > 70 mmHg ▪ Exceto se TCE REPOSTA A REPOSIÇÃO • Reavaliação de parâmetros • Frequência cardíaca diminuindo • Elevação da PA, próximos a valores normais • TEC menor • Pressão de pulso • DÉBITO URINÁRIO o 0,5 mL/kg/h o Criança - 1 a 2 mL/kg/h • Melhora de acidose e lactatemia 3 Lívia Mendes – UNIFTC 2022.2 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Quando transfundir? • Pacientes com resposta transitória ou ausente o A transfusão costuma estar indicada para pacientes com choque hemorrágico graus III e IV e pacientes que responderam transitoriamente, ou não responderam, à infusão de cristaloides o Transfusão precoce deve ser de hemácias, plaquetas e plasma o Na urgência - sangue tipo O o Tipo O negativo para mulheres em idade fértil o Plasma tipo AB • Protocolos de Autotransfusão - Hemotórax maciço TRANSFUSÃO MACIÇA Necessidade de grandes volumes de concentrados de hemácias • 10 unidades nas primeiras 24h • 4 unidades na primeira hora • Paciente classe IV • Melhora da sobrevida • Reduz efeitos deletérios da coagulopatia • Transfusão de concentrado de hemacias, plasma fresco e fatores de coagulação COAGULOPATIA Presente em 30% dos politraumatizados graves • Avaliar TP e TTPa • Uso do ÁCIDO TRANEXÂMICO – TRANSAMIN o Melhora da sobrevida - Até 3h após trauma o 1ª dose - APH em até 10 minutos após o trauma o 2ª dose - 1g durante as 8h seguintes o Graus III e IV CASOS ESPECIAIS PACIENTE IDOSO • Pouca resposta fisiológica • Uso de beta bloqueadores – A FC não vai aumentar • Envelhecimento glomerular – resposta do debito urinário prejudicada ATLETAS • Excelente compensação das perdas • Podem não ter manifestações clínicas GESTANTES • Hipervolemia fisiológica • Redução da perfusão fetal HIPOTERMIA • Resposta reduzida às medidas iniciais • Piora da coagulopatia • O melhor tratamento é prevenção – USO DE MARCA-PASSO • Frequência cardíaca programada
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