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Analgésico, Antitérmicos e AINEs

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Analgésico, Antitérmicos e
Antiinflamatório não esteroidais - AINEs
 
Os antitérmicos, também conhecidos como antipiréticos, são
utilizados para combater a febre ao inibir o mecanismo que eleva a
temperatura corporal.
Os AINEs são particularmente eficazes no tratamento da dor associada
à inflamação e à lesão tecidual. Como anti-inflamatórios, têm sido
empregados principalmente no tratamento de distúrbios
musculoesqueléticos, como artrite reumatoide, osteoartrite e
espondilite anquilosante.
A primeira resposta vascular é caracterizada inicialmente por
vasodilatação arteriolar, com consequente aumento do fluxo
sanguíneo local, seguido de uma redução na velocidade do fluxo e
estase sanguínea, contribuindo para os sinais de calor e vermelhidão.
A segunda alteração é a de ativação das células endoteliais e dos
leucócitos circulantes, que passarão a expressar moléculas de adesão,
permitindo a migração transendotelial dos leucócitos com
extravasamento para os tecidos. Essas alterações são iniciadas pelas
citocinas (interleucinas, IL) produzidas pelos macrófagos ativados. A
terceira alteração vascular é caracterizada pelo aumento na
permeabilidade vascular com exsudação de líquido para os tecidos,
resultando em edema e dor. O extravasamento plasmático contribui
para a ativação de uma série de proteases inativas componentes de
quatro cascatas enzimáticas proteolíticas: o sistema do complemento,
o sistema da coagulação, o sistema fibrinolítico e o sistema das
cininas. A ativação dessas cascatas no tecido desencadeia a formação
de substâncias quimiotáticas que atraem células e estimulam a
liberação de diversos mediadores inflamatórios, destacando-se a
histamina, bradicinina, serotonina, produtos da cascata do ácido
araquidônico e ATP. 
Classificação dos analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs):
 
Derivados do Ácido Salicílico (salicilatos)
Inibidores Não Seletivos da COX:
Ácido Acetilsalicílico (Aspirina), Salicilato de Sódio, Salicilato de
Metila, Diflunisal, Flunfenisal, Sulfassalazina, 0lsalazina
https://medprev.online/blog/saude/quando-a-febre-se-torna-perigosa/
Derivados Pirazolônicos 
Derivados do Para-aminofenol 
Derivados do Ácido Indolacético e Ácido lndenoacético 
Derivados do Ácido N-fenilantranílico (fenamatos) 
Derivados do Ácido Pirrolalcanoico 
Derivados do Ácido Fenilacético 
Derivados do Ácido Propiônico 
Derivado do Acido Enólico (Oxicam) 
Derivado do Ácido Naftilacético 
Derivados do Ácido Carbâmico 
Derivado da Sulfonanilida 
Derivado do Ácido Indolacético 
Derivado Furanona Diarilsubstituído 
Derivado Pirazol Diarilsubstituído 
Derivado Bipiridínico Diarilsubstituído 
Derivado Isoxazol Diarilsubstituído 
Dipirona, Fenilbutazona, Apazona, Sulfimpirazona 
Acetaminofeno (Paracetamol) 
Indometacina, Sulindaco, Etodolaco 
Ácido Mefenâmico, Ácido Meclofenâmico, Ácido Flufenâmico, Ácido
Tolfenâmico, Ácido Etofenâmico 
Tolmetino, Cetorolaco 
Diclofenaco de Sódio 
Ibuprofeno, Naproxeno, Flurbiprofeno, Cetoprofeno, Fenoprofeno,
Oxaprozit!o, lndoprofeno, Ácido Tiaprofênico 
Piroxicam, Meloxicam, Tenoxicam, Sudoxicam, isoxicam, Ampiroxicam,
Droxicam, Lornoxicam, Cinoxicam. Ampiroxicam, Droxicam, Pivoxicam 
Nabumetona, Proquazona 
Flupirtina
Inibidores Seletivos da COX-2 :
Nimesulida 
Etodolaco 
Rofecoxib 
Celecoxib 
Etoricoxib 
Valdecoxib 
A ação antipirética dos AINEs deve-se, em parte, ao bloqueio da
síntese de prostaglandinas, especialmente da PGEz, provocada por
agentes que potencializam a liberação de citocinas sobre o
hipotálamo mas que não são capazes de inibir a febre quando a PGE2
é diretamente injetada no hipotálamo. Há evidências de que as
prostaglandinas não constituem os únicos mediadores da febre, e
desse modo a inibição da COX não explica completamente a ação
antipirética dos AINEs. 
Os salicilatos e os anti-inflamatórios não esteroides mais antigos
inibem tanto a COX -1 quanto a COX-2, com baixa seletividade sobre a
COX-2, diferindo dos AINEs inibidores seletivos da COX-2
desenvolvidos mais recentemente (Quadro 45.1). O ácido acetilsalicílico
modifica covalentemente tanto a COX -1 quanto a COX-2, resultando
em uma inibição irreversível da atividade da ciclo-oxigenase. 
As ações anti-inflamatória, analgésica e antipirética dos AINEs
decorrem principalmente da ação inibitória sobre a COX-2, enquanto
os efeitos colaterais são resultantes notadamente da inibição da
COX-1.
Indicações clínicas dos salicilatos
 As indicações mais importantes dos salicilatos são principalmente
como analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios.
Os salicilatos, principalmente a aspirina, são mais úteis no tratamento
da cefaleia, neuralgia, mialgia, dismenorreia, artralgia e outras dores
de origem tegumentar e inflamatória. Entretanto, podem aliviar dores
moderadas de origem pós-operatória, pós-parto ou dores viscerais,
como as secundárias a trauma ou câncer.
Os salicilatos baixam a temperatura corpórea em pacientes febris, mas
não exercem nenhum efeito em indivíduos com temperatura normal.
Sudorese intensa geralmente se encontra associada a redução da
febre nos pacientes tratados com salicilatos. 
Como anti-inflamatórios, os salicilatos são úteis no tratamento da
artrite reumatoide ou em alterações musculoesqueléticas em que a
inflamação faz parte, como, por exemplo, na espondilite anquilosante,
gota aguda, artrite, bursite, tendinites e artralgias do lúpus. 
Embora tenha pequena atividade antipirética, o diflunisal tem
demonstrado ação superior à da aspirina como analgésico no
tratamento de osteoartrite, lesões musculoesqueléticas e entorses. 
 
Interações de drogas
 O tratamento prolongado com aspirina pode provocar um decréscimo
da produção de protrombina, com consequente aumento do tempo de
protrombina e tendência a sangramento. Pequenas doses são
necessárias para provocar uma inibição da agregação plaquetária,
aumentando o tempo de coagulação. Devido a essas ações, a aspirina
não deve ser recomendada para pacientes em uso de anticoagulantes
orais.
Altas doses de aspirina podem reduzir a concentração de glicose no
sangue, aumentando o efeito dos hipoglicemiantes orais.
Embora grandes doses de salicilatos exerçam efeito uricosúrico, doses
analgésicas usuais causam retenção de ácido úrico, levando a
hiperuricemia em alguns pacientes. Os salicilatos antagonizam a
atividade dos agentes uricosúricos, e nos pacientes com gota deve ser
evitado o uso concomitante com probenecida ou outras substâncias
uricosúricas.
Os corticosteroides podem potencializar a ação ulcerogênica dos
salicilatos.
Devido à grande ligação proteica dos salicilatos, eles podem deslocar o
metotrexato e a varfarina desses locais de ligação, aumentando a
concentração livre dessas drogas em níveis potencialmente tóxico.
 
Toxicidade
A toxicidade dos salicilatos pode ocorrer sobre o aparelho
gastrointestinal, rins, fígado, medula óssea, sangue, equilíbrio ácido-
básico, metabolismo e sistema imunológico.
Os efeitos gastrointestinais são os mais frequentemente observados.
A intolerância gástrica, na forma de dor ou desconforto epigástrico,
náusea, vômito e anorexia, é comum em pacientes em tratamento
prolongado com elevadas doses de aspirina. Promovem ulceração na
mucosa gástrica com sangramento gástrico, ocasionando perda de
sangue nas fezes e anemia por deficiência de ferro. 
A ingestão de etano pode aumentar a perda de sangue oculto induzido
pela aspirina. 
Derivados Pirazolônicos 
 As drogas mais importantes desse grupo incluem: antipirina
(fenazona), aminopirina (amiilofenazona), dipirona (metilmelubrina),
fenilbutazona, oxifembutazona, sulfimpirazona e as mais recentes, a
apazona (azapropazona) e a feprazona (prenazona).
As drogas mais importantes desse grupo incluem: antipirina
(fenazona), aminopirina (amiilofenazona), dipirona
(metilmelubrina), fenilbutazona, oxifembutazona, sulfimpirazona e
as mais recentes, a apazona (azapropazona) e a feprazona
(prenazona).
A antipirina e a aminopirina foram as primeiras drogas do grupo a
serem utilizadas. Emboratenham ação efetiva como analgésico,
antipirético e anti-inflamatório, não são mais comercializadas na
grande maioria dos países em virtude de, ocasionalmente,
causarem agranulocitose fatal. A antipirina é usada
frequentemente em estudos de metabolismo de drogas, e a
aminopirina é ainda utilizada em alguns países em associação
com outros analgésicos.
As drogas mais utilizadas desse grupo compreendem a
fenilbutazona, a oxifembutazona, a apazona (azapropazona) e a
feprazona 
Derivados do para-aminofenol 
 Antipirético e analgésico, principalmente associada a outras drogas.
Em 1949, quando ficou conhecido como metabólico ativo da fenacetina
e da acetanilida, o acetaminofeno (paracetamol ou N-acetil-p
aminofenol) passou a ser a droga mais usada do grupo. A adição do
grupo alquílico à hidroxila fenólica do para-aminofenol (como ocorre
na fenacetina), ou mesmo a introdução de um grupo acetila na porção
amínica da molécula (como ocorre no paracetamol), diminui bastante a
toxicidade, indicando que a presença, principalmente, do grupo amino
livre parece estar envolvida no mecanismo da toxicidade, notadamente
da ação meta-hemoglobinizante dessas drogas. 
O paracetamol e a fenacetina possuem efeitos analgésicos e
antipiréticos comparáveis aos dos salicilatos. Essas drogas, porém,
apresentam efeitos anti-inflamatórios menos potentes quando
comparadas
Derivados do Ácido indolacético 
 A descoberta das propriedades anti-inflamatórias da indometacina
surgiu em decorrência de pesquisa planejada de síntese química e
estudos dos efeitos biológicos dessa droga. O sulindaco surgiu
posteriormente, como resultado de investigação de uma série de
indeno-isósteros, derivados do ácido indolacético, com a finalidade de
se encontrarem compostos que tivessem potente ação anti- 
inflamatória com pequena ou nenhuma ação ulcerogênica
gastrointestinal, efeito
colateral que é normalmente encontrado na indometacina. O
etodolaco é o derivado indolacético mais recente.
Como esperado, poucos pacientes relataram alterações
gastrointestinais como náusea, dor abdominal, diarreia e dispepsia. No
entanto, outros efeitos colaterais têm sido mais proeminentes com o
uso do celecoxib e de outros inibidores seletivos da COX-2, entre eles
urticária, cefaleia, alergia (como edema de língua e angioedema) e
insuficiência renal. Os resultados obtidos com o estudo VIGOR
demonstraram maior risco de desenvolvimento de eventos
cardiovasculares trombóticos com o uso do rofecoxib, incluindo
infarto do miocárdio, angina instável, trombos cardíacos, morte súbita,
ataques isquêmicos e ataques isquêmicos transitórios. Outros estudos
demonstraram resultados semelhantes entre o rofecoxib e o celecoxib.
Efeitos colaterais dos inibidores seletivos da COX-2

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