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Caldeiras de Alta Pressão, Cristalização

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Junho/2006� Tecnologia Industrial44
Unidades produtoras começam a
demonstrar interesse por caldeiras
com até 92 kgf/cm2
Renato Anselmi, de Campinas 
Free lance para o JornalCana
A competitividade no setor sucroalcooleiro
caminha a todo vapor. O crescimento do mercado, o
surgimento de novas usinas, a expansão das
unidades produtoras geram oportunidades, criam
demandas, mudam paradigmas e proporcionam uma
correria jamais vista na história da agroindústria
canavieira do Brasil. A estimativa é que serão
necessárias 150 novas caldeiras, de 150 toneladas de
vapor por hora (t/h) de capacidade média, nos
próximos cinco anos, ou seja, 30 equipamentos
anuais, para atender uma demanda gerada pelo
aumento de moagem em 215 milhões de toneladas
de cana nesse período, de acordo com previsões
conservadoras. 
Este não é o único impulso para a área de
produção de energia. O momento é de alta pressão,
inclusive nas caldeiras que estavam destinadas
anteriormente a produzir vapor somente para
consumo próprio. Com os novos tempos, elas
ganham outra função: cogerar energia. Mas, devem
fazer isso com elevada eficiência térmica e de
combustão conforme os atuais padrões de exigência
do setor. Caso contrário, podem ser descartadas
independentemente da idade, origem e tempo de
serviços prestados.
"Algumas usinas já estão fazendo consultas
sobre projetos de caldeiras com pressão de operação
entre 85 e 90 kgf/cm2", informa o engenheiro
mecânico Valter José Peruchi, diretor comercial da
HPB, de Sertãozinho, SP. O diretor da MCE
Engenharia e Sistemas, de Piracicaba, SP, José
Campanari Neto, comanda o desenvolvimento de
projetos de equipamentos com pressão de 92 kg.
Algo inimaginável anos atrás para o setor
sucroalcooleiro, essas configurações vão se
aproximando da realidade conforme melhoram as
perspectivas de remuneração e venda de energia. "As
consultas indicam que estudos de viabilidade estão
sendo elaborados levando-se em conta esse nível de
pressão", ressalta Peruchi. Segundo ele, no início da
década de 90, as usinas não utilizavam caldeiras com
pressão superior a 42kgf/cm2. No final dos anos 90,
começaram a surgir os primeiros equipamentos com
65Kgf/cm2. "Atualmente, existe interesse por uma
eficiência ainda maior, o que abre caminho para um
novo patamar de pressão", observa.
A movimentação na área de cogeração demonstra
que existe mesmo algo novo no ar. O volume de
vendas dos equipamentos, projetados pela HPB - que
são fabricados pela Sermatec, também de Sertãozinho
-, nos últimos doze meses, é equivalente a um
aumento de 50% na produção de vapor, conforme
informações de Valter Peruchi. Este resultado é
decorrente da maior procura por caldeiras de alta
pressão, com 65 kgf/cm2. O consórcio HPB/Sermatec
está preparado para projetar e fabricar equipamentos
com pressão de até 120 kgf/cm2. "Empresas de
outros países chegam a utilizar equipamentos de 90 a
120 kgf/cm2 para a cogeração. No Brasil, o segmento
de papel e celulose também adquire caldeiras nessa
faixa de pressão", afirma.
PPRROOJJEEÇÇÕÕEESS AATTÉÉ AA 
SSAAFFRRAA 22001100//1111
Moagem em alta, mercado aquecido
MMooaaggeemm:: aumento de 215 milhões de toneladas de
cana (estimativas conservadoras), totalizando 562
milhões de toneladas 
CCaallddeeiirraass:: instalação de 150 novos equipamentos de
150 t/h (capacidade média) nos próximos 5 anos, ou
seja, 30 caldeiras por ano. 
FFoonnttee:: Dedini Indústria de Base
O mercado de cogeração de energia é
promissor para o setor sucroalcooleiro brasileiro. O
diretor da MCE Engenharia, José Campanari,
destaca que o surgimento do Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa)
e as oportunidades de participação nos leilões
convencionais, em condições ainda mais
vantajosas, ampliam as perspectivas de ganhos por
parte das unidades produtoras. 
O gerente comercial de energia da Dedini S/A
Indústrias de Base, de Piracicaba, SP, José Roberto
Martim Ferreira, também observa que diversas
medidas estão favorecendo o desenvolvimento
desse mercado. Ele afirma que o segmento de
caldeiras de alta pressão deverá ter um novo
estímulo com a oficialização da iniciativa do
BNDES em financiar 90% do valor de caldeiras com
pressões iguais ou acima de 60 kgf/cm2,
proporcionando redução do custo financeiro
(spread). 
Para equipamentos com pressão até 60 kg, será
mantido o financiamento de 80% do total. 
Leilões e financiamentos aquecem o mercado
Cogeração abre caminho para alta pressão no setor
Junho/2006� Tecnologia Industrial46
A ebulição na área de geração e
cogeração de energia aquece a
competitividade no mercado não
apenas em relação ao volume de
vendas. A tecnologia utilizada, os
diferenciais e as características de cada
modelo tornam-se prioridade para
quem busca eficiência e qualidade
operacional, além de simplicidade e
facilidade na manutenção. A
concorrência acontece hoje em alto
nível. Os fabricantes tradicionais de
caldeiras e as empresas de engenharia,
que desenvolvem projetos nessa área,
buscam aprimoramentos que apontam
para relações entre custo e benefícios
cada vez mais otimizadas e
apropriadas para as diferentes plantas
industriais.
O segredo do equipamento pode
estar oculto em seu sistema construtivo.
"As caldeiras aquatubulares do
consórcio HPB/Sermatec são
construídas com painéis membranados,
o que restringe o uso de material
refratário", explica o engenheiro
mecânico Valter Peruchi. Essa
característica proporciona vantagens:
cria condições para maior absorção de
calor e minimiza a manutenção. "São
equipamentos flexíveis preparados para
queima de bagaço com umidade
superior a 55%, apresentando alta
eficiência térmica", afirma. De acordo
com ele, as novas plantas registram
uma eficiência térmica em torno de
90%, enquanto a média no mercado
oscila entre 86% e 87%. 
Outro indicador demonstra a boa
performance da caldeira do
HPB/Sermatec. Peruchi diz que a
tecnologia empregada possibilita a
eficiência de combustão superior a
98%. "Esse índice demonstra a
quantidade de combustível
disponibilizado que é queimado. No
caso do setor sucroalcooeiro, está
relacionado ao bagaço de cana
efetivamente aproveitado. A média do
mercado é de 97%", compara. O diretor
comercial da HPB diz ainda que a alta
disponibilidade operacional do
equipamento, que ultrapassa 99%, é
outro diferencial. "O índice de
manutenção é muito baixo", enfatiza.
O processo de limpeza, durante a
operação, é outro fator importante que
deve ser levado em consideração na
hora de escolher o equipamento. As
grelhas rotativas, que fazem a remoção
contínua das cinzas é o que existe de
mais moderno nessa área, segundo o
diretor comercial da HPB. "Não há
necessidade de qualquer interrupção",
afirma. As outras - a basculante e a pin
hole - fazem a limpeza periódica.
Qualquer que seja a forma
construtiva, a eficiência da caldeira
depende da harmonia entre todos os
seus componentes. Quem afirma isto é o
engenheiro mecânico Marcelo Macif
Mitre, diretor da Mitre Engenharia, com
32 anos de experiência nessa área. Ele
é responsável pela realização de projetos
novos e de repotenciação de
equipamentos, dotados de diferentes
tecnologias, com mais de 200 caldeiras
em unidades produtoras do setor
sucroalcooleiro no Brasil. Com a
experiência acumulada entre os 23 anos
de sua empresa e 9 anos no mercado de
trabalho neste segmento, ele afirma com
conhecimento de causa: "Com a venda
de excedentes de energia gerada em
caldeiras de alta pressão, em fase
adiantada, a nova tendência no setor é a
redução do consumo de vapor de
escape".
O desenvolvimento de um projeto
personalizado proporciona alta eficiência
e apresenta uma redução significativa no
custo do equipamento. "A maioria das
atuais solicitações de projetos é para
caldeiras de 64kgf/cm2 de pressão de
operação. Mas, já temos em operação
uma unidade de 75kgf/cm2. As de maior
capacidade para o setor sucroalcooleiro
em operação, que já projetamos, são de
200 TVH (toneladas de vapor/hora)",
revela o diretor da Mitre Engenharia,
que acompanha a aquisição de
componentes, fabricaçãoe a operação
de cada equipamento desenvolvido. 
O grande interesse pela tecnologia
de ponta nessa área ainda não exclui,
no entanto, a otimização de caldeiras
existentes. "Já fizemos a repotenciação
de equipamentos de todos os
fabricantes, marcas e formas
construtivas", diz o diretor da Mitre
Engenharia. Segundo ele, as caldeiras
mais antigas são enormes, com
equipamentos periféricos pequenos e
baixa produção. A otimização
possibilita, por exemplo, a
transformação da capacidade de alguns
equipamentos, de 40 a 50 TVH para
100 TVH. A perspectiva é, contudo, o
desaparecimento desse modelo nas
usinas e destilarias. Cada vez mais
sofisticadas e ao mesmo tempo enxutas
e otimizadas, as caldeiras deverão ser
projetadas também com faixas de
pressão acima de 64kgf/cm2. "Com a
redução do consumo de vapor de
escape, é natural chegarmos a pressões
da ordem de 100 kgf/cm2", ressalta. 
SSEERRVVIIÇÇOO
MMiittrree EEnnggeennhhaarriiaa
Rua Juventina Pereira de Rezende, 135
Ribeirão Preto - SP
Fone 16 3623 4021 - Fax 16 3623 1504
projetos@mitreengenharia.com.br
Marcelo Mitre: nova tendência no
setor é a redução do consumo de
vapor de escape
Caldeiras projetadas com o foco nas necessidades de aplicação de cada 
cliente apresentam uma redução de 20% a 30% no investimento inicial 
Mitre Engenharia projeta equipamentos de alta performance
Equipamentos oferecem eficiência e qualidade operacional 
Fabricantes e empresas de engenharia aprimoram caldeiras que atendem exigências de diferentes plantas industriais 
Tecnologia Industrial �Junho/2006 47
A melhor solução tecnológica, nos
projetos de caldeiras, deve ser
acompanhada também por um rigoroso
processo de fabricação. Pioneira no
desenvolvimento neste tipo de
equipamento, a Dedini é a única empresa
brasileira que possui a certificação ISO
9001/2000 para a fabricação de caldeira
para o setor sucroalcooleiro. Além disso,
possui o selo da Asme Power Boiler que
define fórmulas e cálculos nessa área, que
são aceitos internacionalmente. "A
soldagem na fabricação de caldeiras de
alta pressão exige procedimentos
rigorosos e específicos", exemplifica o
engenheiro mecânico José Roberto
Ferreira, gerente comercial de energia da
Dedini. Outro cuidado é a utilização de
materiais certificados.
O gerente de energia destaca que um
dos diferenciais das caldeiras da empresa
é o processo de queima em suspensão -
criado pela Dedini -, o que proporciona
altíssima eficiência térmica. As caldeiras
AT, que adotam esse sistema, possibilitam
pressões de operações até 80kgf/cm2, são
robustas e resistentes a sismos e com alta
eficiência. A empresa oferece também a
linha AZ, com equipamentos mais
compactos e simples, que apresentam
baixo custo de montagem, manutenção e
menor investimento inicial. 
A concepção das caldeiras da Dedini
permite a instalação de grelhas do tipo
basculante, rotativa ou plana. Na linha
AZ, há ainda a opção da grelha
inclinada, que é dividida em seções
independentes para possibilitar a limpeza
com a caldeira em funcionamento. "A
basculante é somente resfriada pelo ar. A
plana é resfriada a água, tornando-se, na
maioria dos casos, bastante vantajosa
para o bagaço, com ótima relação
custo/benefício", compara José Roberto.
A definição do tipo de grelha vai
depender, no entanto, de cada projeto.
Na linha AT, por exemplo, é utilizada
geralmente a grelha basculante para
queima da pequena porção do
combustível não queimado em
suspensão. A rotativa tem apresentado
melhores resultados - de acordo com o
gerente de energia - para a queima de
carvão mineral granulado. 
A cogeração de energia é o fator
essencial para a definição de parâmetros
na escolha de caldeiras, tanto nas novas
unidades como nas plantas industriais já
instaladas. A moderna e avançada Usina
São Francisco, de Quirinópolis, GO,
optou pela tecnologia empregada no
modelo AMD Monodrum, da empresa
Caldema, em parceria com a Thermocal
Engenharia. "A tubulação, totalmente
soldada, é resistente a alta pressão. Nas
caldeiras convencionais, os tubos
mandrilhados costumam soltar, em
algumas ocasiões, nessas condições",
compara José Ieda Neto, gerente da área
industrial do Grupo USJ Açúcar e Álcool,
que é proprietário da Usina São João, de
Araras, SP.
A nova unidade do grupo, que
começa a operar no final de julho, vai
gerar 50 MW, utilizando 20 MW para
consumo e comercializando 30 MW. Com
65 kgf/cm2, 250 t/h e 480ºC, a caldeira
AMD Aquatubular Monodrum, instalada
na usina, é considerada uma das
maiores do mundo para a queima de
bagaço de cana. "Esse tipo de caldeira
emprega tecnologia de ponta, não
utilizando alvenaria. Apresenta maior
eficiência térmica em relação a outros
modelos. É totalmente automatizada",
diz José Ieda Neto.
"Para quem pretende modernizar o
parque industrial, não há outro
caminho. É preciso investir em
tecnologia para produção de energia",
afirma Marcos Antonio Barreto
Miranda, gerente industrial da Usina
Mandu. Essa unidade de Guaíra, SP,
colocou em funcionamento, em abril,
uma caldeira de 67 kgf/cm2, de 180 t/h
e 510ºC que substituiu três
equipamentos de 21 kg. O novo modelo
está gerando 22,5 MW, sendo 5,8 para
uso próprio e 16,7 MW para exportação.
"Anteriormente, havia apenas a
produção de 5,2 MW para consumo",
conta o gerente industrial.
Usinas investem em tecnologia de ponta para a produção de energia
Processo de fabricação segue 
cálculos e procedimentos rigorosos
Com o aumento nos preços da
commoditie açúcar, do álcool e as boas
perspectivas para a cogeração de
energia elétrica, vários grupos
resolveram investir maciçamente no
setor sucroalcooleiro, promovendo um
boom de novas usinas já existentes e
futuras. Neste investimento é necessária
a compra de equipamentos novos,
principalmente os fundamentais para o
funcionamento de uma usina, como por
exemplo, as caldeiras.
As caldeiras mais solicitadas hoje
principalmente para as novas plantas
são as que possuem características de
médias para altas pressões e altas
capacidades de produção de vapor por
tonelada/hora e temperatura entre
400°C a 520°C. 
"A questão da otimização hoje é de
extrema importância e de forma geral,
na usina como um todo, os grupos
buscam um layout de fábrica racional e
enxuto, evitando desperdício de
recursos, principalmente na manutenção
e mão-de-obra desnecessária", explica o
gerente comercial da Caldema,
Alexandre Martinelli. 
Assim, ainda de acordo com
Alexandre Martinelli, em vez de várias
caldeiras de baixas capacidades e
pressões, hoje é possível gerar a mesma
quantidade de vapor com poucas
caldeiras de médias e altas pressões e
capacidades, com eficiência maior. 
"Há unidades, como a de Tapejara,
no Paraná, do Grupo Santa Terezinha,
que hoje utilizam apenas uma caldeira",
lembra Martinelli. "Naquela usina já está
funcionado a maior caldeira do mundo,
modelo Monodrum, que utiliza bagaço
de cana como combustível", diz o
gerente comercial. A caldeira da unidade
Tapejara do Grupo Santa Terezinha gera
300t/h - 65kgf/cm2 - 480°C.
"O mercado necessita e temos
buscado soluções para suprir esta
necessidade", afirma Alexandre
Martinelli. Ele conta que já estão sendo
produzidas mais duas unidades de
caldeiras Monodrum, que representam
uma nova concepção em geração de
vapor, e vêm atender exatamente as
novas necessidades do mercado, tanto
nacional quanto internacional. 
SSEERRVVIIÇÇOO
CCAALLDDEEMMAA EEQQUUIIPPAAMMEENNTTOOSS
IINNDDUUSSTTRRIIAAIISS LLTTDDAA
Rod. Armando de Sales Oliveira, 
Km 335-8 - CEP 14.175-300 -
Sertãozinho - SP - Fone 016 3945-2700
www.caldema.com.br
diretoria@caldema.com.br
Martinelli: Monodrum é nova concepção de caldeira 
Junho/200648 � Tecnologia Industrial
As caldeiras apresentam
características técnicas diferenciadas
que são definidas conforme o
desenvolvimento de cada modelo. As
variações vão desde detalhes sutis até a
concepção geral do projeto. Para o
engenheiro mecânico José Campanari
Neto, diretor da MCE Engenharia e
Sistemas, uma coisa é certa: as caldeiras
monodruns vieram para ficar.
"Apresentam vantagens para
equipamentos de grande porte. Os de
250 toneladasvapor/hora só estão
utilizando modelos com um balão. E isto
já ocorre com os de 200 t/h. A eficiência
é maior", enfatiza Campanari que
desenvolve projetos térmicos para
usinas. 
De acordo com ele, o surgimento
das monodruns favorece o
desenvolvimento de caldeiras até 100 kg
de pressão. Com a alta pressão, no
entanto, há novos desafios relacionados
à temperatura e ao material empregado.
Para a obtenção da eficiência térmica
desejada nas caldeiras com patamares
elevados de pressão, é preciso trabalhar
com temperaturas altas que variam -
conforme o projeto - de 490ºC a 520ºC.
O diretor da MCE lembra que o aumento
da temperatura exige materiais com
maior resistência. "É preciso, muitas
vezes, alterar as especificações de
válvulas nacionais de 900 para 1.500
libras", exemplifica. Outra alternativa é
a utilização de material importado.
Em qualquer situação, há
necessidade de avaliar a qualidade e a
relação custo/benefício. Campanari
observa que é possível obter boa
eficiência térmica, a partir de
determinados critérios técnicos, em
caldeiras com pressão de até 92
kgf/cm2, empregando-se temperatura
de 490ºC ou 500ºC, sem necessidade
de onerar o orçamento com material. O
equilíbrio entre diversos fatores é a
chave para o sucesso de
empreendimentos, nessa área, nas
unidades novas ou mesmo nas usinas
em funcionamento.
Antes de intervir nas plantas de
geração e cogeração, a MCE
Engenharia faz um diagnóstico da
situação, apresentando os custos e as
vantagens das diferentes rotas para a
otimização da produção de energia,
tanto para consumo próprio como para
exportação. A partir da escolha de uma
alternativa tecnológica por parte da
diretoria de uma unidade produtora,
ocorre o detalhamento do projeto, o
que inclui a especificação de
equipamentos, fluxo do bagaço,
tratamento de água, entre outros
aspectos. Há também o
acompanhamento da fabricação,
instalação e start-up de equipamentos e
da planta de geração e cogeração. "Os
operadores das usinas têm se adaptado
às novas tecnologias com uma
velocidade incrível", elogia. 
Modelos apresentam características técnicas diferenciadas
Mercados & Cotações �Junho/2006 49
Aprovada, Nota Técnica
69 pode multiplicar a
oferta de energia
Mônica Magalhães
Free lance para o JornalCana
A Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), vinculada ao Ministério
de Minas e Energia, realizou em Maio
deste ano, uma audiência pública que
resultou na Nota Técnica 69, onde
estabelece a inserção de
COMERCIALIZADORAS no inter-
relacionamento entre as fornecedoras de
biomassa e os consumidores de energia.
Na prática, esta Nota Técnica
permitirá que as
COMERCIALIZADORAS se tornem mais
presentes no mercado de fonte
incentivada, uma vez que poderão
comprar energia diretamente dos
produtores independentes de fontes
renováveis, explica Barsanulfo Xavier
Filho, coordenador da área de energia
renovável da União Energia.
A expectativa é de que a Aneel
regulamente esta decisão em breve.
Xavier lembra que esse é um pleito
antigo das COMERCIALIZADORAS de
energia, dentre as quais a União
Energia está inserida.
Havia um descasamento entre a
fonte fornecedora e o consumidor final.
"Após a regulamentação da nota
técnica, as COMERCIALIZADORAS
poderão comprar energia e constituir
um portfólio de clientes. A União
Energia, por exemplo, funcionará
como facilitador entre o gerador e o
consumidor", diz Xavier. 
Fundada em 2001, a União
Energia trabalha intensamente com
usinas de açúcar e álcool que exportam
energia ao Sistema Interligado
Nacional através de processos de co-
geração de energia, cuja fonte é o
bagaço da cana, incluindo PCH's
(Pequenas Centrais Hidrelétricas) e
também participa de pesquisas de
novas tecnologias de geração de
energia, como por exemplo, células de
combustíveis com energia oriunda da
vinhaça. "Estamos continuamente
focados em fontes renováveis",
acrescenta.
A geração de energia a partir do
bagaço de cana possui um enorme
potencial no Brasil. Hoje representa um
volume negociado no mercado livre em
torno de 850 MegaWatts. A capacidade
instalada das usinas do país, cerca de
320 unidades em todo Brasil, está
entre 2.500 e 2.800 MegaWatts.
"Somando o potencial de geração de
todas essas usinas pode-se atingir a
capacidade equivalente ao mesmo
volume gerado pela Usina de Itaipu",
afirma Barsanulfo. 
Atualmente, a maioria das usinas
de açúcar e álcool do país é auto-
suficiente na produção de energia. A
maior parte das usinas investe
significativamente no aumento da
capacidade de produção de energia,
com a finalidade de comercializar o
produto no mercado livre. 
Aneel encurta distância entre fornecedor e consumidor
Junho/2006� Mercados & Cotações50
De acordo com Barsanulfo Xavier Filho,
especialista em co-geração da empresa União Energia,
a nova resolução da Aneel assim que aprovada,
facilitará as operações entre consumidores acima de
500 kW e Produtores Independentes no mercado livre,
incentivando ainda mais a bioeletricidade e
aumentando o leque de oportunidades às empresas
co-geradoras de energia, como as usinas e destilarias.
Além da atual valorização de seus principais
produtos e com perspectivas de crescimento nos
próximos 10 anos, as usinas e destilarias brasileiras
poderão comercializar a energia co-gerada no livre
mercado, também em leilões no ambiente regulado,
obtendo rentabilidades tão expressivas quanto as
obtidas com as commodities açúcar e álcool.
Com a livre negociação de preços, gera-se a
possibilidade de melhores ganhos, visando
transformar este enorme potencial energético em
resultados concretos para as usinas.
A co-geracão que até pouco tempo atrás era vista
como um sub-produto, hoje representa uma fonte de
renda importante para maioria das unidades
produtoras do Brasil, sendo que, a sua implementação
exige cuidados essenciais para se obter o retorno
adequado sobre o investimento, e neste momento os
empresários do setor sucroalcooleiro necessitam de
uma maior concentração.
A equação: potencial 'versus' lucratividade,
esbarra na falta de experiência e expertise para
mensurar a estrutura necessária de como atingir os
objetivos e resultados concretos na comercialização de
energias renováveis. O resultado dessa conta é que as
unidades co-geradoras necessitam, em geral, de
agentes facilitadores nesse processo de
comercialização de energia.
Uma das empresas que tem suprido esta lacuna
no mercado de comercialização e consultoria de fontes
de energias renováveis é a União Energia, que além de
ser credenciada pela Aneel, requisito indispensável
neste tipo de ação, possui a expertise para auxiliar
tanto as empresas geradoras quanto as consumidoras
neste processo todo.
"Este é um mercado dinâmico e exige celeridade e
alto conhecimento. Apenas quem está no setor
consegue agilizar os processos, e como temos amplo
conhecimento oferecemos uma assessoria adequada às
empresas, especialmente as co-geradoras", lembra
Barsanulfo.
O próprio Barsanulfo é um destes agentes
facilitadores, uma vez que é pioneiro em co-geração
de energia no Brasil e possui experiência em todos os
setores do mercado de energia. Recentemente foi
convidado para palestrar no Gegis - Grupo de Estudos
em Gestão Industrial. 
Na ocasião, fez uma retrospectiva da biomassa
nos anos 80 e 90 e abordou o crescimento explosivo
da bioeletricidade no Brasil. Mostrou ainda as
dimensões tecnológica, econômica, institucional e de
regulação, e a participação na matriz energética
nacional.
SSEERRVVIIÇÇOO
UUnniiããoo EEnneerrggiiaa
Fone - 55 11 3046-4111
www.uniaoenergia.com
Nova resolução da Aneel
possibilitará maior flexibilidade e
rendimento para os cogeradores
Barsanulfo Xavier Filho, da União Energia
Tecnologia Industrial - Artigo �Junho/2006 53
Fernando Medeiros*
A separação da sacarose de suas impurezas
associadas nas soluções sacarinas é função
fundamental na fabricação do açúcar. Objetivo esse
alcançado através da cristalização da sacarose, pois
outras impurezas já foram eliminadas na fase de
clarificação. A separação dos não-açúcares por meio
da cristalização exige repetidas cristalizaçõestantas
quantas sejam economicamente possíveis. 
A cristalização do açúcar pode ser conduzida
dentro de uma ampla faixa de purezas. A experiência
indica que pureza muito baixa ocasiona o
enfraquecimento da grã, estas crescem pouco firmes e
de sensação viscosa. Percebe-se que a cristalização em
ambiente de alta pureza produz um efeito de
crescimento muito rápido e anormal de algumas grãs
em prejuízo de outras, produzindo cristalização não
uniforme. Os estudos mostram que os cristais se
juntam através de forças osmóticas. Nas suspensões
cristalinas em ambiente de baixa pureza, ocorrem
menores diferenças na concentração de sacarose,
assim não há variação de pressão osmótica nas
proximidades dos cristais; assim, a possibilidade de
aparecer conglomerados e geminados é mínima. A
prática consolidada é a de cristalizar em ambiente
com pureza na faixa de 72 a 74.
É de extrema importância utilizar a tecnologia
adequada para se obter uma cristalização com o nível
máximo de cristais uniformes. Os especialistas
indicam que para formar cristais simples, uniformes,
sem conglomerados ou geminados, se faz necessário
cristalizar na menor concentração possível, com
semente de boa qualidade, e condições estáveis de
concentração (supersaturação) e temperatura. Uma
vez introduzida à semente (núcleo) no tacho com a
concentração adequada do licor-mãe, devemos
recordar que temos plantado uma semente muito
pequena, que por oferecer pouca superfície de contato
necessita de boas condições iniciais, e um tempo de
estabilização para a grã começar a desenvolver-se sem
formação de novas grãs. 
Após a injeção da semente, esperar um tempo
mínimo adequado para que os núcleos de cristais
sejam misturados ao pé e em seguida,
iniciar o período de estabilização com
adição de água de movimento para manter
a supersaturação estável. O tempo de
estabilização deve ser criteriosamente
observado, pois sabemos que infelizmente a
migração da sacarose do licor-mãe para os
cristais presentes necessita de tempo para
ocorrer. O tempo de estabilização deve
continuar até sentir que a grã livre tenha
absorvido o máximo de sacarose da
solução. Atingindo este ponto, as condições normais
de operação do tacho devem ser restabelecidas e se
deve iniciar a alimentação normalmente. 
O trabalho de cristalização busca produzir açúcar
de qualidade com exaustão máxima dos méis em
tempo mínimo. Para alcançar estes objetivos
recomenda-se que duas condições primárias relativas
à concentração ótima dos cristais sejam harmonizadas
dentro dos limites práticos impostos pelas condições
locais. São elas: a máxima da superfície dos cristais e
a porosidade máxima das camadas dos cristais. Para
obter-se área máxima de cristais a concentração
destes deverá ser a maior permissível pela mobilidade
dos cristais e a porosidade máxima depende da
grandeza e uniformidade do cristal.
A utilização da semente de boa qualidade é de
extrema importância no processo de cristalização do
açúcar, os resultados que podem ser obtidos com uma
operação correta na preparação da semente são mais
importantes do que normalmente se considera. 
Na prática a quantidade de semente deverá ser
ajustada em função do esgotamento e tamanho dos
cristais da massa cozida de baixo grau. Especialistas
são conclusivos quanto à formação de conglomerados,
isto é possível a partir de partículas pré-
conglomeradas, que se formam durante a
nucleação (cristalização) por isto, é
recomendável que a semente seja
submetida, antes do uso, a uma forte
agitação para quebrar os conglomerados
existentes.
FFeerrnnaannddoo MMeeddeeiirrooss é engenheiro
químico e consultor autônomo -
fmalbuquerque@uol.com.br 
CRISTALIZAÇÃO DO AÇÚCAR

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