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Direito Constitucional Parte 2 (CEJ)

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Direito Constitucional – PARTE II
51.	Processo legislativo	�
5Conceito	�
5Objeto	�
5Processo legislativo e hierarquia de normas	�
6Constituição estadual e lei orgânica municipal	�
7Lei complementar e lei ordinária	�
9Os tratados internacionais de direitos humanos	�
10Fases do processo legislativo	�
11I – Iniciativa ou instauradora	�
12II – Fase constitutiva	�
14Quorum para votação	�
18III – Fase complementar	�
18III – Fase complementar (cont.)	�
19Aplicação das regras do processo legislativo federal nas demais esferas de poder	�
21Espécies normativas	�
23Espécies normativas	�
23I - Emenda à Constituição – Art. 60	�
231 - Órgão competente	�
232 - Procedimento legislativo	�
273 - Declaração prescritiva	�
27Limites impostos a PEC	�
27Limites procedimentais ou formais impostos à Emendas (art. 60 incisos I, II e III e §§ 2o e 3 o)	�
28Limites circunstanciais	�
28Limites temporais ao poder de reforma	�
28Limites materiais	�
29Limites implícitos (ADIn 981)	�
30II – Leis Complementares	�
30Quanto ao conteúdo	�
31Quanto à forma	�
321 - Órgão competente	�
322 - Procedimento legislativo	�
333 – Declaração prescritiva	�
34Fases do processo legislativo (esquema)	�
35III – Lei Ordinária	�
351 - Órgão competente para elaboração	�
352 – Procedimento legislativo	�
35Projeto de iniciativa privativa do Presidente da República - art. 61, § 1o	�
38IV – Lei Delegada	�
38Órgão competente	�
38Procedimento legislativo	�
39Temas (matérias) que não podem ser objeto de delegação	�
40V – Decreto Legislativo	�
40Órgão competente	�
40Procedimento legislativo	�
40Declaração prescritiva (conteúdo do DL)	�
40VI – Resolução	�
41Órgão competente	�
41Procedimento legislativo	�
41Declaração prescritiva	�
41Medidas Provisórias	�
41Natureza jurídica (que categoria jurídica se enquadra este instituto)	�
43Peculiaridades da MP	�
43Pressupostos da MP	�
49Requisitos formais da Medida Provisória	�
51Medida Provisória (cont.)	�
51Requisitos Formais ou aspectos formais	�
51Conversão intempestiva em Lei	�
52MP convertida em leis com emendas parlamentares (alteração substancial)	�
52Limites Explícitos à MP	�
53Limites Implícitos à MP	�
57Eficácia da MP	�
59Controle de Constitucionalidade das Medidas Provisórias	�
59Conversão intercorrente da MP em lei	�
60FIM DO PROCESSO LEGISLATIVO	�
60Controle de constitucionalidade: Adin por omissão (ADIO) x Mandado de Injunção (MI)	�
62Competência para julgamento do Mandado de Injunção	�
63Legitimidade ativa do Mandado de Injunção	�
65Legitimidade passiva no Mandado de Injunção	�
66Objeto do Mandado de Injunção	�
66Edição superveniente da norma	�
66Descabimento do Mandado de Injunção quando houver projeto de Lei	�
66Natureza da norma regulamentadora	�
67Inconstitucionalidade da norma regulamentadora	�
67Mandado de Injunção (cont)	�
67Decisão e efeitos – controvérsias	�
69Procedimento do Mandado de Injunção	�
71ADIN por Omissão	�
71Estrutura	�
71Procedimento	�
72Processo Legislativo (cont.)	�
72Estatuto dos Congressistas	�
72Natureza das imunidades	�
72Finalidades	�
72Decorrência prática	�
72Origem do instituto	�
73Diferença entre imunidade e inviolabilidade	�
74Imunidade Material	�
77Divulgação pela imprensa e imunidade material	�
78Imunidade Formal	�
81Prazo para análise do pedido de sustação	�
81Sustação do processo e suspensão da prescrição	�
82Natureza jurídica da suspensão	�
83Concurso de agentes	�
85Espécies de Imunidades Parlamentares (cont.)	�
85Prerrogativa de foro em razão da função	�
86Súmula 394: O verbete da súmula STF 394 não permanece.	�
88Atividade de investigação do Poder Legislativo	�
88Investigação contábil da atividade financeira-orçamentária	�
90Tribunal de Contas da União (TCU)	�
93Coercibilidade	�
94Composição do Tribunal	�
95MP junto ao TCU	�
96Tribunal de Contas Estadual (TCE)	�
96Tribunal de Contas Municipal (TCM)	�
98Comissões Parlamentares de Inquérito – CPI’s	�
100Natureza jurídica das CPI’s	�
100Legislação pertinente: fundamentação	�
100Requisitos da CPI	�
1001 – Subscrição do requerimento de constituição da CPI	�
1062 – Fato determinado	�
1113 – Temporariedade da Comissão Parlamentar de Inquérito	�
112Limites de atuação da CPI	�
1121. Competência	�
1122. Conteúdo (objeto)	�
1123. Matéria	�
117Controle judicial dos atos da CPI	�
120Sigilo na CPI	�
123Limitação do numero de CPI’s	�
124Meios de investigação	�
124ADIN 3.460	�
127“Operação Dominó”: Princípio do Juiz Natural e Imunidade Parlamentar	�
133Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI (cont.)	�
133Meios de Investigação	�
133Dever de comparecer	�
134Falta de recursos que impossibilite o comparecimento a CPI	�
135Pode um índio ser convocado para uma CPI?	�
136Existe o dever de responder às indagações?	�
140Tratamento do investigado pela CPI	�
146Pode a CPI quebrar sigilo bancário?	�
154A CPI estadual pode determinar a quebra de sigilo?	�
154Vedações aos poderes da CPI	�
154CPI’s não tem poder de cautela	�
156CPI’s não tem poder de restrição a assistência judiciária	�
157Vedação a decretação de prisão pela CPI	�
159Pode a Câmara de Vereadores criar uma CPI?	�
1682 - Poder Judiciário	�
168A Reclamação	�
168Natureza da reclamação	�
168Cabimento da reclamação	�
169Reclamação e eficácia transcendente dos fundamentos da decisão	�
170Natureza da Reclamação	�
170Reclamação e Súmula 734 do STF	�
170Reclamação e norma em tese	�
172Legitimidade ativa	�
172Questões de controle no concurso para Juiz Federal – TRF 2	�
183Estrutura básica do Poder Judiciário	�
185Princípios da atividade jurisdicional	�
1851.	Princípio da transcendência do Recurso Extraordinário.	�
1872.	Princípio da celeridade processual: Art. 5º, LXXVIII da CRFB	�
187Federalização das graves violações aos direitos humanos	�
188Conceito de federalização	�
188Natureza jurídica da federalização	�
189Pressupostos do IDC (federalização)	�
191Características da federalização	�
191Súmula Vinculante	�
192Natureza da Súmula	�
193Pressupostos da súmula vinculante	�
193Requisitos	�
193Alcance subjetivo da súmula vinculante	�
193QUESTÕES DE CONCURSO DO MPF	�
194Remédios Constitucionais	�
194Habeas data	�
194Conceito	�
195Origem	�
195Natureza jurídica	�
195Objeto	�
196Procedimento	�
197Competência para Processo e Julgamento	�
198Partes	�
199Natureza Jurídica da decisão que concede a ordem	�
200Ação Popular	�
200Origem	�
201Objeto	�
204Modalidades da Ação Popular	�
204Legitimidade ativa	�
205Custas e honorários	�
206OBSERVAÇÃO – COMPLEMENTO À SÚMULA VINCULANTE – PODE ESCREVER AQUI QUE DEPOIS EU PONHO NO LUGAR CERTO...	�
207AULA DO PROF. CHRISTIANO TAVEIRO (SUBSTITUINDO O PROF. JOÃO MENDES) – Complemento do programa	�
207Remédios Constitucionais (cont.)	�
207Mandado de Segurança Individual	�
207Previsão Legal	�
207Origem	�
208Conceito	�
209Natureza Jurídica	�
209Requisitos do Mandado de Segurança	�
210Conceito de direito “liquido e certo”	�
210Extinção do MS pelo juiz	�
210Espécies de Mandado de Segurança	�
210Hipóteses mais comuns de MS	�
211Partes	�
211Pólo ativo:	�
212Pólo passivo:	�
214Rito do Mandado de Segurança	�
215Sentença	�
215Prazo	�
217Liminar em Mandado de Segurança	�
218Honorários	�
219Mandado de Segurança Coletivo	�
219Conceito	�
219Objeto	�
219Legitimidade	�
220Pólo Ativo	�
220Pólo Passivo	�
220Beneficiários da decisão	�
221AULA DO PROF. CHRISTIANO TAVEIRO (SUBSTITUINDO O PROF. JOÃO MENDES) – Complemento do programa	�
221Remédios Constitucionais (cont.)	�
221Ação Civil Pública	�
221Previsão Legal	�
222Objetivos da ACP	�
225Partes	�
226Liminar	�
227Natureza Jurídica do TAC	�
227Ação Popular	�
228Superposição com a Ação Civil Pública	�
228Diferenças entre a AP X ACP	�
229Justificativa dos dois institutos	�
229Legitimado para propor a AP	�
229Decisão	�
229Coisa Julgada na sentença	�
230Habeas Data	�
230Fundamentação	�
230Objeto	�
230Interesse de agir	�
230Legitimação	�
231Natureza Jurídica	�
�
�
Processo legislativo
Conceito
Complexo de atos jurídicos dispostos de forma orgânica e teleológica necessário à concretização da função legislativa.
Essa conceituação tem muitos pontos de contato com a própria noção de processo, de atos jurídicos encadeados para atingir uma determinadafinalidade; só que a finalidade do processo é a elaboração de uma norma jurídica (lato sensu).
Objeto
A realização de leis visando atingir o bem comum.
Os atos normativos podem ser primários e secundários.
No art. CRFB 59� podem ser encontrados os atos normativos primários. Estes têm a característica de serem abstratos, genéricos, autônomos (vinculam-se diretamente à Constituição) e inovam no ordenamento jurídico.
Já os atos normativos secundários são os atos regulamentares e têm como característica o fato de não inovarem na ordem jurídica por não criarem direitos e obrigações. Há críticas pertinentes em relação a isso (Gustavo Binenbojm), pois se há necessidade de regulamentar uma norma, logo, elas inovariam de alguma forma (minoritário).
Prova da Magistratura da BA: A ADIn pode ter como objeto atos normativos formalmente secundários, (decretos, regulamentos etc) mas, materialmente primários (além de abstração e generalidade, tem autonomia e inova no ordenamento jurídico)?
Sim, pois ato formalmente secundário pode ser um decreto, e se for materialmente primário, caracteriza um Decreto autônomo (CRFB 84, VI, ‘a’)�.
Processo legislativo e hierarquia de normas�
A Constituição é a lei fundamental e suprema do Estado brasileiro. É o fundamento de validade último de todas as normas jurídicas, por conferir os poderes governamentais e impor os seus limites. Por conseqüência, qualquer norma do ordenamento jurídico só será válida se estiver em conformidade com as normas constitucionais - seja sob o aspecto formal, seja sob o material -, pois toda autoridade nela encontra o seu fundamento.
O sistema jurídico pátrio pode ser representado por uma pirâmide imaginária composta, basicamente, por três níveis hierárquicos. No topo, encontram-se as normas constitucionais originárias, bem como aquelas elaboradas pelo poder derivado reformador (CF, art. 59, I: emendas à constituição).
No escalão intermediário estão os atos normativos primários, que encontram na própria Constituição o seu fundamento imediato de validade. São eles as leis em sentido estrito (leis federais, estaduais, distritais e municipais; ordinárias e complementares), as medidas provisórias, as leis delegadas, os decretos legislativos e as resoluções da Câmara, do Senado e do Congresso Nacional (CF, art. 59, inciso II a VII).
A base desta pirâmide é formada pelos decretos regulamentares, que encontram seu fundamento direto de validade nas leis, às quais estão materialmente subordinados.
Leis federais, estaduais e municipais
É importante advertir que não existe hierarquia entre leis federais, estaduais e municipais�. Isto porque nenhuma dessas leis constitui o fundamento de validade da outra, razão pela qual, segundo o critério adotado, não poderiam ter diferente grau hierárquico.
Todavia, na competência legislativa concorrente ocorre uma exceção. Por caber à União estabelecer as normas gerais (CF, art. 24, § 1°) e aos Estados exercer a competência suplementar (CF, art. 24, § 2°), há uma repartição vertical de competências, na qual o conteúdo da norma suplementar estadual fica subordinado ao conteúdo da norma geral federal.
Ocorre o mesmo no tocante à licitação e contratação pelas administrações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, pois nestes casos também cabe à União estabelecer as normas gerais�.
Constituição estadual e leis estaduais/municipais
As constituições elaboradas pelos Estados-Membros, apesar de também serem subordinadas à Constituição da República, são superiores às leis estaduais - por determinarem sua forma e conteúdo - e às leis municipais, devido à subordinação material.
Lei orgânica municipal e leis municipais
A lei orgânica do município é hierarquicamente superior às leis municipais ordinárias e complementares, por Ihes determinar a forma de elaboração. Não obstante, havendo conflito entre a lei orgânica e uma lei municipal não há que se falar em controle de constitucionalidade, mas sim de legalidade�.
Constituição estadual e lei orgânica municipal
No que se refere à hierarquia entre constituição estadual e lei orgânica municipal, em que pese o entendimento de alguns no sentido de que, em razão da autonomia dos entes federativos, ambas possuem idêntica posição hierárquica�, entendemos que a lei orgânica é hierarquicamente inferior, por estar materialmente subordinada, tanto aos princípios da Constituição Federal, quanto aos da Constituição do respectivo Estado (CF, art. 29 e ADCT, art. 11, parágrafo único).
Lei complementar e lei ordinária
Alguns autores de tomo - como Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Pontes de Miranda, Nelson Sampaio e Geraldo Ataliba - defendem a existência de uma hierarquia entre leis complementares e ordinárias, alegando que aquela seria um tertium genus entre a constituição e as leis ordinárias. Os argumentos vão desde a posição topográfica na Constituição (art. 59), passando pelo quorum qualificado para a aprovação (maioria absoluta), até chegar na matéria, prevista expressamente apenas para a lei complementar.
Todavia, nenhum deles se enquadra no critério ora proposto, segundo o qual uma norma é superior quando determina o conteúdo ou a forma da norma inferior (subordinação material ou formal). Assim, não obstante as opiniões em contrário, compartilhamos do entendimento de Michel Temer e Celso Ribeiro Bastos, no sentido de que estas leis possuem campos materiais distintos, não havendo qualquer hierarquia entre elas. À lei complementar é reservado o campo material expresso na Constituição�, ao passo que à lei ordinária cabe a competência residual (aquilo que não está expressamente reservado à lei complementar, nem a outras espécies normativas).
No Direito Tributário ocorre uma exceção, uma vez que de acordo com a Constituição cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária (art. 146, III). Nesse caso, haverá uma subordinação material das leis tributárias ordinárias a essa lei complementar.
No sentido de que a lei complementar é hierarquicamente superior à ordinária é possível encontrar diversas decisões proferidas pela 1ª e 2ª turmas do STJ, todas no âmbito do Direito Tributário:
“... não se pode aceitar que uma lei de hierarquia inferior revogue dispositivo legal estabelecido por uma lei complementar". (g.n.) (STJ - AgRg no REsp 721861/RS, rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 16/06/2005). 					
.		
“As Leis Ordinárias nºs 9.032/95 e 9.129/95 são hierarquicamente inferiores ao comando de uma lei complementar. Sendo a contribuição para a Seguridade Social uma espécie do gênero tributo, deve a mesma seguir o preceituado no CTN, recepcionado como lei complementar, salvo norma posterior de mesma hierarquia, que não é o caso das leis ordinárias citadas, a fim de que não se fira o princípio da hierarquia das leis." (g.n.) (STJ - AgRg no REsp 659661/DF, rel. Min. José Delgado, DJ 12/05/2005).
“1. A Lei Complementar é instrumento que confere ao contribuinte a segurança jurídica de que este necessita, uma vez que as matérias por ela reguladas são aquelas que exigem maior proteção contra os abusos do poder tributante, por isso mesmo é que só pode ser aprovada por maioria absoluta. Sendo assim, não pOde ser revogada por lei ordinária.
2. A Lei Complementar 70/91 que instituiu a COFINS e determinou em seu artigo 6º, II, a isenção desta exação relativamente às sociedades civis prestadoras de serviços profissionais, não pode ser alterada pela Lei 9.430/96, em face de sua superior hierarquia." (g.n.) (STJ - AgRg no REsp nº 640901/PR, rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 22/03/2005).
Todavia, o STF tem adotado o entendimento de que o conflito entre lei ordinária e lei complementar não deve ser resolvido, nem mesmo nesta hipótese, com base no princípio da hierarquia, e sim pela análise do campo material delimitado pela Constituição. Neste sentido, as decisões a seguir colacionadas:
“DECISÃO: Trata-se de medida cautelar requerida pela União (Fazenda Nacional) visando à suspensão dos efeitos do acórdão do STJ no RESP 499.415-CE, queafastou a incidência da COFINS sobre a receita bruta da requerida sob o fundamento de ilegitimidade da revogação instituída pela L. 9430/96 da isenção conferida pela LC 70/91 às sociedades prestadoras de serviços, por colisão com o princípio da hierarquia das leis. Aí, na questão de fundo - dado que o conflito entre lei complementar e lei ordinária não há de solver-se 'pelo princípio da hierarquia, mas sim em função de a matéria estar ou não reservada ao processo de legislação complementar -, parece densa a probabilidade de decisão do RE em favor do recorrente" (STF - AC nº 346/CE, Relator Min. Sepúlveda Pertence, Julgamento 01/07/2004).
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“Contribuição social (CF, art. 195, I): legitimidade da revogação pela L. 9.430/96 da isenção concedida às sociedades civis de profissão regulamentada pela Lei Complementar 70/91, dado que essa lei, formalmente complementar, é, com relação aos dispositivos concernentes à. contribuição social por ela instituída, materialmente ordinária; ausência de violação ao princípio da hierarquia das leis, cujo respeito exige seja observado o âmbito material reservado às espécies normativas previstas na Constituição Federal. Precedente: ADC 1, Moreira Alves, RTJ 156/72" (STF - RE (AgR) nº 457.884, ReI. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 17/03/06).
Portanto, a regra geral é: na hipótese de um eventual conflito de leis - seja entre leis federais, estaduais e municipais; seja entre lei ordinária e complementar -, deve-se verificar qual delas invadiu o campo material reservado pela Constituição para que seja invalidada.
Se uma lei federal trata de matéria reservada aos municípios - e.g., institui tributo de competência municipal, violando o art. 30, inciso III da Constituição da República -, deve ser declarada inconstitucional.
O mesmo deve ocorrer se uma lei ordinária trata de matéria reservada à lei complementar - e.g., dispõe sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis, contrariando o preceito contido no parágrafo único do art. 59. Situação diversa ocorre quando, por erro legislativo, uma lei complementar trata de uma matéria que não é de seu domínio normativo expresso�. Nesse caso, esta lei deve permanecer válida, não por ser hierarquicamente superior à lei ordinária, mas sim por uma razão de economia legislativa, haja vista que o quorum de maioria absoluta sempre atenderá ao requisito da maioria simples. Desse modo, se uma lei complementar trata de matéria que deveria ser regulamentada por uma lei ordinária - e.g., define os termos e os limites do direito de greve dos servidores públicos (CF, art. 37, VII) -, não deve ser declarada inconstitucional. Todavia, esta lei será apenas formalmente complementar e terá o status de uma lei ordinária�, o que significa dizer que uma lei ordinária posterior poderá revogá-la�.
Os tratados internacionais de direitos humanos
O Supremo Tribunal Federal adotava o entendimento de que, todo e qualquer tratado internacional, independentemente de seu conteúdo, tinha o status de lei ordinária (CF, art. 102, III, b).
“É na Constituição da República - e não na controvérsia doutrinária que antagoniza monistas e dualistas - que se deve buscar a solução normativa para a questão da incorporação dos atos internacionais ao sistema de direito positivo interno brasileiro. O exame da vigente Constituição Federal permite constatar que a execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe - enquanto Chefe de Estado que é - da competência para promulgá­los mediante decreto. O iter procedimental de incorporação dos tratados internacionais - superadas as fases prévias da celebração da convenção internacional, de sua aprovação congressional e da ratificação pelo Chefe de Estado - conclui-se com a expedição, pelo Presidente da República, de decreto, de cuja edição derivam três efeitos básicos que lhe são inerentes: (a) a promulgação do tratado internacional; (b) a publicação oficial de seu texto; e (c) a executoriedade do ato internacional, que passa, então, e somente então, a vincular e a obrigar no plano do direito positivo interno".
“Os tratados ou convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao direito interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito internacional público, mera relação de paridade normativa. Precedentes. No sistema jurídico brasileiro, os atos internacionais não dispõem de primazia hierárquica sobre as normas de direito interno. A eventual precedência dos tratados ou convenções internacionais sobre as regras infraconstitucionais de direito interno somente se justificará quando a situação de antinomia com o ordenamento doméstico impuser, para a solução do conflito, a aplicação alternativa do critério cronológico ("Iex posterior derogat prion1O) ou, quando cabível, do critério da especialidade. [...]
No sistema jurídico brasileiro, os tratados ou convenções inter~acionais estão hierarquicamente subordinados à autoridade normativa da Constituição da República. Em conseqüência, nenhum valor jurídico terão os tratados internacionais, que, incorporados ao sistema de direito positivo interno, transgredirem, formal ou materialmente, o texto da Carta Política. O exercício do treaty-making power, pelo Estado brasileiro - não obstante o polêmico art. 46 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (ainda em curso de tramitação perante o Congresso Nacional) -, está sujeito à necessária observância das limitações jurídicas impostas pelo texto constitucional". STF - ADI 1.480/DF, rel. Min. Celso de Mello (8.8.2001)
No entanto, a cada dia vinha se consolidando a tese - cujos precursores no Brasil foram Antônio Augusto Cançado Trindade e Flávia Piovesan� - de que os tratados internacionais de direitos humanos teriam a mesma hierarquia das normas constitucionais, por força do disposto no § 2° do art. 5° da Constituição.
A EC n. 45/2004, na tentativa de pôr fim à controvérsia, acrescentou um terceiro parágrafo ao art. 5°. O dispositivo preceitua que se o tratado ou convenção sobre direitos humanos for aprovado pelo Congresso Nacional com o mesmo procedimento previsto para as emendas, serão equivalentes a elas.
A partir de então os tratados internacionais, via de regra, possuem o status de uma lei ordinária e se situam no escalão intermediário, ao lado dos atos normativos primários. Já os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, se aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (CF, art. 5°, § 3°).
Apesar de solucionar a controvérsia principal, algumas questões polêmicas ainda podem ser suscitadas.
A primeira é no tocante às cláusulas pétreas. Se um tratado internacional consagra um direito individual conflitante com uma cláusula pétrea, qual norma deverá prevalecer?
Para responder a esta indagação é necessário lembrar que a Constituição veda apenas a restrição ou extinção dos direitos individuais, não sua ampliação. Assim, caso o tratado amplie um direito individual e seja aprovado na forma prevista no § 3° do art. 5°, ele deverá prevalecer sobre a norma constitucional anterior. Do contrário, prevalece a norma da Constituição.
O direito individual consagrado por este tratado se transforma em uma cláusula pétrea?
Contrariamente a esta possibilidade poderia se alegar que as cláusulas pétreas são restrições impostas pelo Poder Constituinte Originário ao Poder Reformador e que, do ponto devista lógico, seria incompreensível um poder impor uma restrição inafastável a ele mesmo. Não obstante, uma análise do dispositivo constitucional (art. 60, § 4°) revela que a proposta de emenda tendente a abolir um direito individual não pode sequer ser objeto de deliberação. Ora, se um direito individual foi ampliado e incorporado ao sistema constitucional brasileiro (CF, art. 5°, § 2°) ele também não poderá ser restringido ou abolido por meio de emenda.
Por fim, outro ponto questionável diz respeito à possibilidade de tratados anteriores à EC n. 45/2004 se tornarem equivalentes às emendas constitucionais. Parece-nos não existir qualquer óbice a esta possibilidade, desde que submetidos novamente ao Congresso Nacional e aprovados conforme o procedimento previsto no art. 5°, § 3°. Neste caso, a iniciativa para que haja nova apreciação deve ser atribuída, por analogia legis, aos legitimados para a propositura de emendas (CF, art. 60, I a III).
Fases do processo legislativo
I - Fase introdutória
Iniciativa do projeto ou proposta da norma.
II - Fase constitutiva
Discussão,
Votação,
Sanção.
III - Fase complementar
Promulgação,
Publicação.
A vigência da norma se dá na sanção, ou se o Presidente da República vetar, com a rejeição do veto pelo Congresso.
NOTAS do prof. Guilherme Peña (Apostila):
1) Nélson de Souza Sampaio = processo é um gênero que compreende três espécies.
		Judiciário (Direito processual civil, penal e do trabalho)
Processo Legislativo (Direito constitucional)
		Administrativo (Direito administrativo)
A substância do processo é a mesma, embora estudados separadamente por cada área.
Dinamarco: Se processo é um só, podendo este gênero ser classificado em administrativo, legislativo e judiciário, pode-se dizer que o devido processo legal atinge a todos. Assim, sempre que houver processo haverá o devido processo legal.
Ex.: Possibilidade de ser impetrado MS a proposta de Emenda à Constituição que fira cláusula pétrea, por um parlamentar sob o argumento de que ele tem o direito liquido e certo de não deliberar sobre a matéria, é o devido processo legal legislativo.
Ex1: Moradora recebe notificação da Prefeitura para desocupar a sua casa, pois será ela derrubada em 15 dias. Em 5 dias chegam os tratores. Cabe MS pelo descumprimento do devido processo legal administrativo.
I – Iniciativa ou instauradora
É o ato de inauguração (instauração) do processo de criação da lei, e quanto à matéria que o legitimado pode deflagrar o processo, a iniciativa se classifica em:
A) Iniciativa geral
Art. CRFB 61, caput� – Matérias que não são reservadas: Não há apenas uma ou mais pessoas que podem apresentar o projeto, qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, o Presidente da República e os cidadãos poderão apresentar projetos sobre matérias que não tenham sido reservadas a ninguém. Também a maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal - projetos rejeitados - Art. 67
Iniciativa popular: O prof. entende que aqui também se enquadra a iniciativa popular de lei – 1 % do Eleitorado nacional em pelo menos cinco Estados (cada Estado deve participar com no mínimo 0,3% de seu eleitorado (art. 61 § 2o).
“Iniciativa popular = é um instituto de democracia direta em uma democracia indireta, tornando-a uma democracia semidireta” (Guilherme Peña).
B) Iniciativa reservada
A iniciativa do projeto cabe à um órgão específico:
Iniciativa privativa da Câmara dos Deputados (CRFB Art. 51 IV�);
Iniciativa privativa do Senado Federal (CRFB 52, XIII)�;
Iniciativa privativa do Presidente da República(CRFB 61 § 1o)�;
Iniciativa privativa do Tribunal de Contas (CRFB 73);
Iniciativa privativa do STF (CRFB 93 - LC)�;
Iniciativa privativa dos Tribunais Superiores (CRFB 96, II)�;
Iniciativa privativa do MP (CRFB 127 § 2º);
Iniciativa reservada do Congresso Nacional (ADCT art. 8º, § 3º);
Iniciativa privativa e concorrente do Ministério Público e Presidente da República (CRFB 128, § 5º c/c 61).
Para se definir a iniciativa, deve-se verificar se ela está reservada ou não. Estando reservada, o titular desta iniciativa é o único que pode dar ensejo àquele projeto. Não estando, os titulares da iniciativa geral poderão deflagrar o processo.
Segundo o Art. 63, os projetos de lei do Art. 6, I e II, cuja iniciativa seja de competência reservada não poderão sofrer emendas que aumentem a despesa prevista.
II – Fase constitutiva
A) Discussão
É o ato no qual o projeto ou proposta é sujeita à discussão. É a análise do projeto e pode se dar em Plenário ou em Comissões (quando estas possuem poder terminativo – Comissão Temática e Comissão de Constituição e Justiça). A Constituição permite que em certos casos a discussão se dê apenas na Comissão Parlamentar (CRFB 58, § 2o, I�), se não precisar ir à plenário, “salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa”, i.e. a decisão da Comissão pode sofrer recurso do plenário. O exame por comissões não é exigência constitucional.
O quorum para exame ou discussão (não de aprovação) de um projeto é de maioria absoluta (CRFB art. 47, in fine)�.
A maioria absoluta é a maioria do total de membros de cada Casa.
Já a maioria relativa se refere à maioria dos que estão presentes.
Se não se fala da votação para aprovação, mas da discussão, trata-se de maioria absoluta. Se há 600 parlamentares, para que se comece a discutir devem estar presentes no mínimo 301 parlamentares (primeiro número inteiro após a metade).
	CASA LEGISLATIVA
	INTEGRANTES
	MAIORIA SIMPLES MÍNIMA
	MAIORIA ABSOLUTA
	MAIORIA DE 3/5
	PERCENTUAL DE 1/3
	CÂMARA
	513
	129
	257
	308
	171
	SENADO
	 81
	 21
	 41
	 49
	 27
B) Votação
Ato pelo qual a propositura é aprovada ou não. Pode se dar por escrutínio secreto ou ostensivo, simbólica ou nominal e a maioria para votação podem ser simples (relativa) ou qualificada. Em regra os projetos são votados por maioria simples ou relativa (Art. 47).
A instalação da sessão deliberativa se dá com a presença de maioria dos integrantes da Casa (maioria absoluta).
O presidente poderá fixar prazo de 90 dias (45 em cada casa) para esta votação (Art. 64 § 1º e § 2º) e, havendo emendas na casa revisora haverá mais 10 dias para a casa iniciadora. Caso o prazo não seja cumprido haverá o sobrestamento de todas as deliberações exceto aquelas que tenham prazo constitucional determinado, portanto não existem aprovações por decurso de prazo o que impede os outros entes da federação de adotar tal possibilidade;
Pela comissão permanente: Delegação Interna corporis (Art. 58 § 2º, I);
CCJC: Verifica a constitucionalidade do projeto em seu aspecto formal e material;
Pelo Plenário;
A Casa revisora (Art. 65) pode:
1. Aprovar o projeto e o enviar à sanção;
2. Pode arquivar se não concordar com ele;
3. Pode emendar e assim o enviar à Casa iniciadora;
a. Em 10 dias as emendas terão que ser analisadas pela Casa iniciadora - ressalte­se que se o processo está no prazo de urgência (90 dias), poderá, então, chegar a 100 dias. A Casa iniciadora poderá (Art. 64 § 3º):
Rejeitar as emendas e assim arquivá-las, enviando o projeto original votado a casa iniciadora (sem as emendas), à sanção presidencial (Art. 65 Parágrafo único), ou;
Aprovar as emendas da Casa revisora e enviar o projeto com as emendas à sanção;
Há certa preponderância, inicialmente, para a Casa revisora, pois esta poderá arquivar o projeto sem ouvir a Casa iniciadora; No entanto, para contrabalançar, a Casa Iniciadora tem o poder de enviar o projeto sem as modificações da Casa revisora à sanção presidencial, prevalecendo então, com a preponderância sobre a decisão dos projetos.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
O texto constitucional se refere à sessão anual e não aos períodos da sessão legislativa;
Quorum para votação
Quorum é diferente de maioria.Quorum = número mínimo para que a sessão seja instalada. Ele sempre será um só (art. 47, parte final CF/88). Neste artigo ‘maioria’ não está escrita em sentido jurídico e sim matemático. Absoluta = considera-se o número de membros existentes e não o número de membros presentes.
	Maioria = número mínimo para que a matéria seja aprovada.
			Simples = considera-se o número de membros presentes.
	Maioria 							Absoluta (art. 69 CF/88)
			Qualificada = nº membros existentes.		2/3 (art. 53, § 8º CF/88)
									3/5 (art. 60, §2º CF/88)
			
		Quorum está ligado à deliberação e maioria é conceito ligado à votação.
Maioria Simples (relativa): maioria do total de presentes
A votação de projetos de Leis Ordinárias (CRFB 47 CF).
Maioria Qualificada: Maioria absoluta - 3/5 ou 2/3 da votação.
A votação de projetos de Leis Complementares (CRFB 69 CF), porque a maioria simples é a regra e só muda se a lei exigir, como neste caso.
Rejeição ao veto do Presidente da República (CRFB 66 § 4º�).
Três quintos:
Necessários para a votação de Emendas Constitucionais (CRFB 60 § 2º).
Dois terços.
Caso de autorização de instauração de processo contra Presidente, Vice e Ministros de Estado (CRFB 51, I)�.
Também para os casos previstos no art. 52, § único�.
Aprovação das leis orgânicas dos municípios (CRFB 29, caput)�.
Nos casos de suspensão da imunidade parlamentar (CRFB 53, § 8º)�.
C) Sanção
A sanção é a aquiescência do Presidente da República que converte o projeto de lei em Lei - cabe ressaltar que não supre os defeitos do projeto, como o de iniciativa do próprio Presidente. Esta sanção poderá ser expressa ou tácita (CRFB art. 66)�.
Expressa: A sanção expressa comporta a concordância do Presidente da República com o projeto, nos termos do Art. 84, IV, CRFB;
Tácita: Segundo o Art. 66 § 3º o Presidente terá 15 dias para manifestar-se sobre o projeto, se não o fizer o projeto será considerado sancionado; A promulgação deverá ser feita em 48h ou dar-se-á prosseguimento à promulgação pelo Presidente do Senado ou pelo Vice-Presidente do Senado (CRFB 66 § 7º); No CRFB 66 § 3º� temos a sanção tácita.
Mas aqui há um problema: no parágrafo primeiro (expressa), vemos que o presidente tem 15 dias úteis para vetar total ou parcialmente no prazo de 15 dias úteis. Como no § 3º se fala somente em 15 dias (sem menção a ‘úteis’), temos um conflito de normas, não aparente, mas real: a doutrina entende que devem ser 15 dias úteis.
D) Veto
É a discordância com o projeto de lei, em parte ou no todo. Pode ter motivação tanto jurídica quanto política (CRFB 66 § 1o) �. A motivação jurídica se dá quando o Presidente entende que o projeto de lei é inconstitucional: constitucionalidade ou forma, que é preliminar ao mérito (1ª parte do parágrafo). Já a motivação política seria a contrária ou inconveniente ao interesse público (mérito).
O veto pode ser parcial ou total (CRFB 60 § 2o). Contudo, tem de ser sempre o dispositivo inteiro, sendo vedado, apenas uma ‘palavra’, ‘termo’ ou ‘expressão’. Mesmo que o veto seja por inconstitucionalidade, tem que ser o dispositivo inteiro.
a. Art. 66 § 2° - “O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea” - evita que o Presidente tenha que vetar todo o projeto por conta de uma “cauda legal" que seriam adições que o Legislativo fazia obrigando o Presidente a concordar com tudo ou sancionar tudo.
b. No entanto, repare que o Presidente não poderá vetar uma ou mais palavras (poderá o STF declarar constitucional reduzindo o texto) - este é o entendimento dominante.	
c. Logicamente o veto só pode ser juízo de negativa, de discordância, jamais pode ser de acréscimo, de alteração ou de adjunção.
OBS: Não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas não confundir com a Declaração parcial de constitucionalidade pelo STF que pode declarar a inconstitucionalidade com redução de texto de uma palavra, de um texto (são dois fenômenos distintos).
Vetado o projeto de lei no todo ou parcialmente, o Presidente da República deve comunicar ao Presidente do Senado Federal no prazo de 48 horas (Art. 66 § 1º - o veto sempre é motivado). O veto será apreciado em 30 dias (ou ficam sobrestados as demais proposições - § 6º), em sessão conjunta, por escrutínio secreto, o quorum é de maioria absoluta para rejeitá-lo (§ 4º).
Pode­se dizer também que o veto é sempre supressivo (porque sempre exclui algo e nunca acrescenta), expresso, porque o decurso de prazo leva à conclusão de que houve sanção e relativo (porque poderá ser derrubado pelo Congresso Nacional).
1. Se rejeitado o veto, a lei será enviada para a promulgação do Presidente da República (prazo de 48h) e se este não fizer o Presidente do Senado poderá promulgar e, se este não fizer, o Vice-Presidente do Senado o fará (§ 7º) - o objetivo desta prescrição não é impedir que o Presidente faça após as 48h (substituindo a vontade dele) e sim suprir sua inércia;
2. Se o veto for mantido o projeto será arquivado;
Questão: Veto é retratável ou não?
Há um projeto de lei aprovado pela Câmara e Senado. O Presidente tem 15 dias para sancionar ou vetar. Em 5 dias ele veta. Ele poderia nos 10 dias restantes, se retratar do veto e sancionar, uma vez que está dentro do prazo?
Não. O veto é irretratável uma vez que processo é uma coisa só. Assim, a preclusão é princípio que se aplica em todo e qualquer processo, inclusive no processo legislativo. Desta forma, depois de ter vetado ou mesmo sancionado, a matéria estaria preclusa, mesmo estando dentro do prazo. Posição do STF. O Presidente posteriormente pode propor ADIn.
Questão: Pode o veto presidencial sofrer controle judicial?
A posição clássica do STF é a de que o veto é atribuição de natureza política do Presidente da República e, portanto, não pode sofrer qualquer controle judicial, posto que é uma função típica do Chefe do Executivo.
Entretanto, alguns doutrinadores como Gustavo Binenbojm, entende que se o veto for em razão da inconstitucionalidade (natureza jurídica), pode haver a “sindicabilidade” (controle) do veto do Presidente.
Quando o Presidente veta com base em inconstitucionalidade, por praxe ele indica os artigos da constituição que considera que foram violados. Ex.: Veto o art. A da Lei W por ferimento aos art. X e Y. Estes artigos X e Y seriam a motivação do veto, assim poderiam ser controlados, por descompasso entre motivo e fato.
Uma questão interessante é quando, por exemplo, quando se tem ‘Projeto de Lei’ que se transforma em Lei que entra em vigor e que tem algum dispositivo vetado. Criar-se-ia uma omissão legislativa que devia ser regulamentada e, portanto, deveria caber um determinado tipo de controle judicial dessa “omissão legislativa”.
Alguns questionam que, se desse veto decorre alguma omissão legislativa, deveria caber algum tipo de controle judicial desse veto, por causa dessa omissão legislativa indevida, que será, nesse caso, inconstitucional. Existe controle constitucional de uma omissão?
Barroso diz que pode caber MS contra os vetos, por violação do processo legislativo.
Caso recente apresentado no STF foi a ADPF 45. Era um projeto de lei orçamentária que teve determinado dispositivo vetado.
Houve ADPF porque se entendeu que o veto do Presidente criou uma omissão legislativa em relação à saúde, contrariando a Constituição que prevê a destinação de uma verba orçamentária para a saúde. Essa ADPF não veio a ser julgada no mérito porque posteriormente foi apresentado um novo projeto de lei incluindo o dispositivo vetado. Assim, de certa forma, essa lei restaurou o dispositivo anterior e a ADPF ficou prejudicada pela perda do objetivo.
A questão interessante é a possibilidade de ADPF contra veto que cause omissão administrativa. Não caberia ADIn porque o veto não é ato normativo.
ADPF 45 MC/DF
RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO								O autor da presente ação constitucional sustenta que o veto presidencial importou em desrespeito a preceito fundamental decorrente da EC 29/2000, que foi promulgada para garantir recursos financeiros mínimosa serem aplicados nas ações e serviços públicos de saúde.
DECISÃO: Trata-se de argüição de descumprimento de preceito fundamental promovida contra veto, que, emanado do Senhor Presidente da República, incidiu sobre o § 2º do art. 55 (posteriormente renumerado para art. 59), de proposição legislativa que se converteu na Lei nº 10.707/2003 (LDO), destinada a fixar as diretrizes pertinentes à elaboração da lei orçamentária anual de 2004.
O dispositivo vetado possui o seguinte conteúdo material: (...)
Não obstante a superveniência desse fato juridicamente relevante, capaz de fazer instaurar situação de prejudicialidade da presente argüição de descumprimento de preceito fundamental, não posso deixar de reconhecer que a ação constitucional em referência, considerado o contexto em exame, qualifica-se como instrumento idôneo e apto a viabilizar a concretização de políticas públicas, quando, previstas no texto da Carta Política, tal como sucede no caso (EC 29/2000), venham a ser descumpridas, total ou parcialmente, pelas instâncias governamentais destinatárias do comando inscrito na própria Constituição da República.
Essa eminente atribuição conferida ao Supremo Tribunal Federal põe em evidência, de modo particularmente expressivo, a dimensão política da jurisdição constitucional conferida a esta Corte, que não pode demitir-se do gravíssimo encargo de tornar efetivos os direitos econômicos, sociais e culturais - que se identificam, enquanto direitos de segunda geração, com as liberdades positivas, reais ou concretas (RTJ 164/158-161, Rel. Min. CELSO DE MELLO) -, sob pena de o Poder Público, por violação positiva ou negativa da Constituição, comprometer, de modo inaceitável, a integridade da própria ordem constitucional:.
"DESRESPEITO À CONSTITUIÇÃO - MODALIDADES DE COMPORTAMENTOS INCONSTITUCIONAIS DO PODER PÚBLICO.
- O desrespeito à Constituição tanto pode ocorrer mediante ação estatal quanto mediante inércia governamental. A situação de inconstitucionalidade pode derivar de um comportamento ativo do Poder Público, que age ou edita normas em desacordo com o que dispõe a Constituição, ofendendo-lhe, assim, os preceitos e os princípios que nela se acham consignados. Essa conduta estatal, que importa em um facere (atuação positiva), gera a inconstitucionalidade por ação.
- Se o Estado deixar de adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da Constituição, em ordem a torná-los efetivos, operantes e exeqüíveis, abstendo-se, em conseqüência, de cumprir o dever de prestação que a Constituição lhe impôs, incidirá em violação negativa do texto constitucional. Desse non facere ou non praestare, resultará a inconstitucionalidade por omissão, que pode ser total, quando é nenhuma a providência adotada, ou parcial, quando é insuficiente a medida efetivada pelo Poder Público. .......................................................
- A omissão do Estado - que deixa de cumprir, em maior ou em menor extensão, a imposição ditada pelo texto constitucional - qualifica-se como comportamento revestido da maior gravidade político-jurídica, eis que, mediante inércia, o Poder Público também desrespeita a Constituição, também ofende direitos que nela se fundam e também impede, por ausência de medidas concretizadoras, a própria aplicabilidade dos postulados e princípios da Lei Fundamental." (RTJ 185/794-796, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)
Como já vimos, o veto deve ser apreciado em 15 dias pelo CN, mas acontece que desde 1994 vem acumulando a análise de vários desses vetos. Vários parlamentares já entraram com MS junto ao STF alegando que, decorrido o prazo, fosse suspensa às atividades legislativas até que fossem analisados os vetos. Para esses parlamentares, a não análise dos vetos e a continuidade do processo legislativo violaria o devido processo legislativo constitucional, violando direito líquido e certo do parlamentar de participar do processo legislativo o que permite impetrar MS.
O STF tem mantido posição bastante cautelosa quanto a isso, em nenhum caso julgou procedente esta questão de controle judicial do veto.
III – Fase complementar
A) Promulgação
Ato que atesta a existência da lei (esta pré-existe). É competência do Presidente da República, no prazo de 48 horas a promulgação de leis ordinárias e complementares. Se o Presidente da República não promulgar nos casos dos §§ 3º e 5º do art. 60 CRFB, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo (CRFB 60, § 6º).
Questão: O que é norma constitucional imperfeita?
Era um termo usado por Pontes de Miranda e que se refere a uma norma constitucional não contempla uma situação de fato de possível ocorrência e que não admite analogia, porque a norma não é integrada, o que faz com que não se tenha onde buscar analogia. Este é exemplo do art. 66, § 7º da CF/88. Não o fazendo o Presidente, o Presidente do Senado e o Vice do Senado, quem promulgará?
Não tem solução.
No caso de Emenda à Constituição, ela será promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado Federal (CRFB 60, § 3º)�.
Em se tratando de Decreto Legislativo ou Resolução, a presidência da Casa que elaborou a norma é que a promulgará.
Importa referir não ser raro confundirem-se os atos de sanção, promulgação e publicação. Entretanto, esses têm funções distintas: a sanção consiste na anuência do texto aprovado pelo Legislativo, enquanto a promulgação declara a existência da lei, e a publicação é a formalidade pela qual é dado conhecimento da norma à sociedade, estabelecendo o início da sua vigência.
	
AULA 07/07/06 – Nestor
	
	
III – Fase complementar (cont.)
A) Promulgação (aula anterior)
B) Publicação
É o término do procedimento legislativo, dá ciência ao público, ao terceiro, que a norma existe, concedendo à norma publicidade. Ato que dará eficácia à lei perante a sociedade - visa impedir que se alegue a ignorância da lei; Marca também o momento que a lei passa a ser exigida (mesmo quando a lei indique o início de sua vigência) - no caso de LO ou LC quem promulgou (normalmente o Presidente da República) a fará publicar.
Dá-se em órgão de publicação oficial ou nos quadros de avisos da Prefeitura, por exemplo;
Cabe ressaltar que a sanção parcial (ou veto parcial) já fará publicar parte da lei e esta gerará os efeitos decorrentes de sua publicação, entretanto a derrubada do veto e a posterior publicação fazem integrar a parte vetada à lei (é possível que a nova parte tenha que passar por período de vacatio legis).
Quem promulgar a lei deve providenciar a sua publicação, ato que encerra o processo legislativo. Estabelece a Lei de Introdução ao Código Civil, em seu art. 12, que uma lei começa a vigorar em todo o território nacional quarenta e cinco dias após a sua publicação, salvo disposição em contrário. Dessa forma, a obrigatoriedade de uma lei não se inicia com a sua publicação, salvo se ela assim expressamente o determinar. Pode entrar em vigência em período inclusive bem superior aos quarenta e cinco dias estabelecidos na Lei de Introdução ao Código Civil. É denominado vacatio legis justamente o período entre a publicação de uma lei e a sua entrada em vigor
A Constituição não estipula prazo para publicação dos atos promulgados (o prazo de 48 hs é para a promulgação). Existe assim uma brecha pela qual pode protelar-se a entrada em vigor de um ato normativo, o que importa numa verdadeira fraude.
Questão: É caso de silêncio eloqüente ou lacuna técnica?
	 Há duas correntes:
1ª corrente: José Afonso da Silva.
Entende tratar-se de uma lacuna técnica, admitindo analogia. Assim, usa-se o prazo de 48 horas da promulgação. Entretanto, Manoel Gonçalves Ferreira não concorda com esta lição, afirmando que promulgação e publicação são atos juridicamente distintos e daí decorre que o prazo de promulgação não pode compreender o da publicação, já que do contrário o prazo constitucional de promulgação seria logicamente reduzido pela necessidade de, durante ele, ocorrer a publicação que forçosamente lhe é posterior.2ª corrente: Manoel Gonçalves Ferreira Filho e todos os outros.
É silêncio eloqüente. Não há prazo para publicação. Não há como haver controle judicial, porque falta o prazo na CF.
Aplicação das regras do processo legislativo federal nas demais esferas de poder
Dado o princípio do paralelismo federativo adotado pela Constituição brasileira (CF, arts. 25, caput, 29, caput, e 32, caput), os métodos e as regras básicas do processo legislativo adotadas na esfera federal são normas de observância obrigatória nas demais esferas do Estado Federal brasileiro: estaduais, distrital e municipais, como, por exemplo, as hipóteses de iniciativa reservada do Poder Executivo ou Judiciário
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
O STF tem decidido no sentido da simetria entre o processo legislativo da União e os Estados e Municípios. É o que resulta da jurisprudência: ADIn 637 e Adin 1.434 (Min. Sepúlveda Pertence).
EMENTA: 1. Concurso público: não mais restrita a sua exigência ao primeiro provimento de cargo público, reputa-se ofensiva do art. 37, II, CF, toda modalidade de ascensão de cargo de uma carreira ao de outra, a exemplo do "aproveitamento" e "acesso" de que cogitam as normas impugnadas (§§ 1º e 2º do art. 7º do ADCT do Estado do Maranhão, acrescentado pela EC 3/90). 
2. Processo legislativo dos Estados-membros: absorção compulsória das linhas básicas do modelo constitucional federal - entre elas, as decorrentes das normas de reserva de iniciativa das leis -, dada a implicação com o princípio fundamental da separação e independência dos Poderes: jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal. 3. Processo legislativo: reserva de iniciativa do Poder Executivo para legislar sobre matéria concernente a servidores públicos da administração direta, autarquias e fundações públicas. (STF: ADI 637 / MA – Rel. Min. Sepúlveda Pertence. J. 25/08/2004. Tribunal Pleno - DJ 01-10-2004 PP-00009).
EMENTA: Servidor público: remuneração: equiparação, por norma constitucional estadual, de Procuradores Autárquicos e Procuradores do Estado, em vencimentos e vantagens: inconstitucionalidade formal e material. 
I. Processo legislativo: modelo federal: iniciativa legislativa reservada: aplicabilidade, em termos, ao poder constituinte dos Estados-membros. 1. As regras básicas do processo legislativo federal são de absorção compulsória pelos Estados-membros em tudo aquilo que diga respeito - como ocorre às que enumeram casos de iniciativa legislativa reservada - ao princípio fundamental de independência e harmonia dos poderes, como delineado na Constituição da República. 2. Essa orientação - malgrado circunscrita em princípio ao regime dos poderes constituídos do Estado-membro - é de aplicar-se em termos ao poder constituinte local, quando seu trato na Constituição estadual traduza fraude ou obstrução antecipada ao jogo, na legislação ordinária, das regras básicas do processo legislativo, a exemplo da área de iniciativa reservada do executivo ou do judiciário: é o que se dá quando se eleva ao nível constitucional do Estado-membro assuntos miúdos do regime jurídico dos servidores públicos, sem correspondência no modelo constitucional federal, como sucede, na espécie, com a equiparação em vencimentos e vantagens dos membros de uma carreira - a dos Procuradores Autárquicos - aos de outra - a dos Procuradores do Estado: é matéria atinente ao regime jurídico de servidores públicos, a ser tratada por lei de iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo (CF, art. 61, § 1º, II, c). 3. O princípio da irredutibilidade de vencimentos não inibe a declaração de inconstitucionalidade da norma de equiparação questionada, cuja invalidade, de resto, não alcança por si só a identidade da remuneração das carreiras consideradas, na medida em que, como se afirma, decorre ela de leis válidas anteriores que a ambas hajam atribuído os mesmos vencimentos. II. Controle direto de inconstitucionalidade: prejuízo. Julga-se prejudicada total ou parcialmente a ação direta de inconstitucionalidade no ponto em que, depois de seu ajuizamento, emenda à Constituição haja ab rogado ou derrogado norma de Lei Fundamental que constituísse paradigma necessário à verificação da procedência ou improcedência dela ou de algum de seus fundamentos, respectivamente: orientação de aplicar-se no caso, no tocante à alegação de inconstitucionalidade material, dada a revogação primitiva do art. 39, § 1º, CF 88, pela EC 19/98. (STF: ADI 1.434 / SP – Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10/11/1999, Tribunal Pleno. DJ 25-02-2000 PP-00050.
Questão: O Estado pode editar Medidas provisórias?
Dessa tese da simetria decorre poderem os Estados prever - embora não estejam obrigados a fazê-lo - nas respectivas Constituições não só leis complementares, mas também leis delegadas e até Medidas Provisórias�. Assim, é possível, desde que siga o modelo federal.
Segundo reporta Alexandre de Moraes, Estados como Tocantins, Santa Catarina e Acre prevêem nas respectivas Constituições a possibilidade de edição de medidas provisórias.
 Com isso se conforma a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na ADIN 425:
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRELIMINAR. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO. PROCESSO LEGISLATIVO. MEDIDA PROVISÓRIA. COMPETËNCIA DO GOVERNADOR PARA EDITÁ-LA. AUMENTO DE REMUNERAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS. INICIATIVA. DOAÇÃO DE BENS DO ESTADO. MAJORAÇÃO DO PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA ARRECADAÇÃO DO ICMS. EFICÁCIA LEGAL LIMITADA NO TEMPO. PREJUDICIALIDADE. 
1. Podem os Estados-membros editar medidas provisórias em face do princípio da simetria, obedecidas as regras básicas do processo legislativo no âmbito da União (CF, artigo 62). 2. Constitui forma de restrição não prevista no vigente sistema constitucional pátrio (CF, § 1º do artigo 25) qualquer limitação imposta às unidades federadas para a edição de medidas provisórias. Legitimidade e facultatividade de sua adoção pelos Estados-membros, a exemplo da União Federal. 3. Lei 219/90. Reajuste de remuneração dos cargos de confiança exercidos por servidores do Estado. Iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo. Legitimidade. Inexistência de afronta ao princípio da moralidade. Pedido improcedente. 4. Lei 220/90. Autorização legislativa para venda e doação de lotes situados em área urbana específica. Política habitacional implantada na Capital de Estado em fase de consolidação. Ausência de violação à Carta Federal. Improcedência. 5. Lei 215/90. Ofensa ao princípio da separação dos Poderes por norma que atribui ao Governador autorização para dispor, segundo sua conveniência, de bens públicos do Estado, sem especificá-los. Instrumento anômalo de delegação de poderes. Inobservância do processo legislativo concernente às leis delegadas. Ação, no ponto, julgada procedente. 6. Lei 218/90. Elevação do percentual da arrecadação do ICMS a ser repassado aos Municípios por repartição das receitas tributárias, no período compreendido entre os anos de 1990 e 1995. Suspensão cautelar. Regra cuja eficácia exauriu-se pelo decurso do tempo de sua vigência. Pedido prejudicado por perda superveniente do objeto. Ação direta julgada procedente em parte para declarar a inconstitucionalidade da Lei estadual 215/90. (ADI 425 / TO – Rel. Min. Maurício Corrêa. J. 04/09/2002, Tribunal Pleno, DJ 19-12-2003 PP-00019). 
 
De acordo com o art. 29, caput, da Constituiçãobrasileira os Municípios gozam de auto-organização. respeitados os "princípios" da Constituição federal e da Constituição estadual. Disso, pela lógica. decorreria a mesma situação apontada acima para os Estados. Ou seja. cada Município disciplinaria, segundo seus interesses. o processo legislativo.
Dada a tese da simetria. consagrada pelo STF. o processo legislativo municipal acaba por coincidir com o processo legislativo federal. É verdade que se veio a entender que, se o Estado não adotou a lei delegada ou a medida provisória, o Município nele integrado não pode fazê-lo.
Espécies normativas
Elas estão enumeradas exaustivamente no art. 59 da CF. Esta enumeração é exaustiva inclusive em nível estadual e municipal. O STF afirma que o procedimento e as espécies são sujeitas à Simetria, estando sujeitas à repetição obrigatória.
CRFB Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
A estas espécies vamos chamar de atos normativos primários. Só que estes podem ser formais ou materiais.
Ato normativo primário
Formal: É a forma, o formato, o procedimento. Exemplo: Lei ordinária que segue o rito;
Material: Abstração, generalidade, autonomia (a norma se vincula imediatamente, diretamente à Constituição) e inovação do ordenamento jurídico decorrente da autonomia.
O objeto do controle de Constitucionalidade concentrado em ADIn e ADC é dos atos normativos materialmente considerados, ou seja, abstração, generalidade, autonomia e não importa a forma.
Questão: (Prova da magistratura da Bahia) - Cabe ADIn contra atos formalmente secundários, mas materialmente primários?
Eles são Atos formalmente secundários (decretos, regulamentos, edital, portarias), porque eles tendem a regulamentar o ato normativo primário. 
O ato normativo primário tem a sua forma, materialidade e autonomia, inovando no ordenamento jurídico (cria, modifica, extingue direitos e obrigações); Já o ato normativo secundário, a princípio, existe para regulamentar o ato normativo primário. 
Imaginemos um ato normativo formalmente secundário que possua abstração, generalidade e também possui autonomia. Quando eu falo em ato normativo, não importa se primário ou secundário, este ato normativo é abstrato e genérico (caso contrário, seria ato concreto). O grande diferencial entre o ato primário e o secundário é a autonomia (que é a vinculação direta à Constituição) e a inovação no ordenamento jurídico.
Todo ato normativo é abstrato e genérico.
Questão: É possível ato normativo formal mas não material? 
Sim, já demos o exemplo das leis orçamentárias – normalmente são ordinárias, formais, mas não possuem, abstração e generalidade, sendo leis de efeitos concretos.
Gilmar Ferreira Mendes cita o caso de Lei que institui uma Autarquia – é uma norma de efeitos concretos. 
O que caracteriza uma norma, seja primária ou secundária, é a abstração e a generalidade. O que diferencia o ato normativo primário do ato normativo secundário, é a autonomia (inovação no ordenamento jurídico).
Inovação no ordenamento jurídico é criar, modificar, extinguir direitos e obrigações.
O ato normativo secundário, em regra, não visa criar direitos e obrigações, sendo genérico e abstrato, mas ele não tem autonomia, não inova no ordenamento jurídico e não se vincula diretamente à Constituição, mas se vincula a um ato normativo primário – normalmente uma lei (um Decreto ele regulamenta uma lei). No entanto, esse ato normativo secundário, que tem abstração e generalidade mas não tem autonomia e não inova, pode ser que também tenha autonomia e também inove em algumas situações. Nesse caso, o ato será formalmente secundário e materialmente primário.
Assim, em resposta à pergunta, é possível ADIn contra atos formalmente secundários, mas materialmente primários.
Espécies normativas
( É uma das matérias mais exigidas em concursos.
Passemos a estudar cada um das espécies normativas, que serão analisadas a partir de três critérios:
Órgão competente para editá-las;
Procedimento legislativo;
Declaração prescritiva (é o conteúdo da norma, qual a matéria disciplinada).
I - Emenda à Constituição – Art. 60
CRFB Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Já se falou das Emendas à Constituição quando foram abordados os limites do poder reformador, os limites temporais, circunstanciais, procedimentais e materiais etc.
1 - Órgão competente
Câmara dos Deputados e Senado Federal.
2 - Procedimento legislativo
Iniciativa
Os constantes nos incisos do artigo:
1/3 dos membros da Câmara ou 1/3 do Senado;
Presidente da República;
De mais da metade das Assembléias Legislativas dos Estados.
O Presidente da República apresenta a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), qual das duas casas começa a análise da PEC?
A proposta terá trâmite inicial, em regra, na Câmara (Art. 64)�, a não ser quando de iniciativa do Senado.
Iniciar-se-á no Senado Federal quando apresentada por 1/3 dos Senadores. 
Este é o entendimento do STF na ADIn 2.031:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA-CPMF (ART. 75 E PARÁGRAFOS, ACRESCENTADOS AO ADCT PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 21, DE 18 DE MARÇO DE 1999). 1 - O início da tramitação da proposta de emenda no Senado Federal está em harmonia com o disposto no art. 60, inciso I da Constituição Federal, que confere poder de iniciativa a ambas as Casas Legislativas. 2 - Proposta de emenda que, votada e aprovada no Senado Federal, sofreu alteração na Câmara dos Deputados, tendo sido promulgada sem que tivesse retornado à Casa iniciadora para nova votação quanto à parte objeto de modificação. Inexistência de ofensa ao art. 60, § 2º da Constituição Federal no tocante à alteração implementada no § 1º do art. 75 do ADCT, que não importou em mudança substancial do sentido daquilo que foi aprovado no Senado Federal. Ofensa existente quanto ao § 3º do novo art. 75 do ADCT, tendo em vista que a expressão suprimida pela Câmara dos Deputados não tinha autonomia em relação à primeira parte do dispositivo, motivo pelo qual a supressão implementada pela Câmara dos Deputados deveria ter dado azo ao retorno da proposta ao Senado Federal, para nova apreciação, visando ao cumprimento do disposto no § 2º do art. 60 da Carta Política. 3 - Repristinação das Leis nºs 9.311/96 e 9.539/97, sendo irrelevante o desajuste gramatical representado pela utilização do vocábulo "prorrogada" no caput do art. 75 do ADCT, a revelar objetivo de repristinação de leis temporárias, não vedada pela Constituição. 4 - Rejeição, também, das alegações de confisco de rendimentos,redução de salários, bitributação e ofensa aos princípios da isonomia e da legalidade. 5 - Ação direta julgada procedente em parte para, confirmando a medida cautelar concedida, declarar a inconstitucionalidade do § 3º do art. 75 do ADCT, incluído pela Emenda Constitucional nº 21, de 18 de março de 1999. ADI 2031 / DF. Rel. Min. Ellen Gracie. J. 03/10/2002, Tribunal Pleno. DJ 17-10-2003 PP-00013 EMENT VOL-02128-01 PP-00082.
Discussão, votação e aprovação
CRFB art. 60: (...)
 § 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.		§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.						
							 
CASA INICIADORA: APRESENTA A PEC
CASA REVISORA: ANÁLISE DE CONSTITUCIONALIDADE, MÉRITO ETC.	
OBS: Não se pode dizer que sempre a casa iniciadora é a Câmara dos Deputados e a casa revisora é o Senado Federal, pois isso vai depender da iniciativa da PEC, ou seja, não há como predeterminar.
O que nos interessa é que a Casa que começa o debate será chamada de Iniciadora, e a Casa que vota depois será a revisora.
Tramitação da PEC - possibilidades:
Ao ser apresentada, a proposta de emenda à Constituição (PEC) é analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) quanto à sua admissibilidade. Esse exame leva em conta a constitucionalidade, a legalidade e a técnica legislativa da proposta. Se for aprovada, a Casa criará uma comissão especial especificamente para analisar seu conteúdo.
Considerando que a proposta se inicie na Câmara, a comissão especial desta Casa terá o prazo de 40 sessões do Plenário para proferir parecer. Depois, a PEC deverá ser votada pelo Plenário em dois turnos, com intervalo de cinco sessões entre uma e outra votação. Para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) em cada uma das votações.
No Senado, depois de aprovada na Câmara, a PEC é analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e depois pelo Plenário, onde precisa ser votada novamente em dois turnos. Se o Senado aprovar o texto como o recebeu da Câmara, a emenda é promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado. Se o texto for alterado no Senado, volta para a Câmara, para ser votado novamente. A proposta vai de uma Casa para outra (o chamado pingue-pongue) até que seja aprovada pelas duas Casas.
CRFB Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Aprovação na Casa iniciadora ( aprovação na Casa revisora ( vai à promulgação;
Aprovação na Casa iniciadora ( rejeição na Casa revisora ( arquivamento;
Aprovação na Casa iniciadora ( alteração na Casa revisora (
Se alteração for substancial ( retorna à Casa iniciadora;
Se alteração não for substancial ( vai à promulgação.
O juízo sobre se é ou não substancial a alteração é da própria Casa revisora. 
Mas vamos imaginar que a Casa revisora entendeu que a alteração não foi substancial, encaminhou para promulgação, foi promulgada, publicada e a lei entrou em vigência. Ainda assim, pode-se ter um último recurso perante o STF que seria uma ADIn para controlar o processo legislativo: inconstitucionalidade por vício formal, se a alteração for substancial. Se o STF entender que a norma não sofreu alteração substancial, vai declarar a ADIn improcedente e que a norma não violou nenhuma formalidade.
Sofre de controle quanto à forma (processo de elaboração), quanto à circunstância (impossibilidade de votação durante o estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal) e quanto à matéria (cláusulas pétreas não podem sofrer emenda tendente à abolir as matérias elencadas)
ADIn 3.367 (Rel. Min. César Peluzo)
EMENTAS: 1. AÇÃO. Condição. Interesse processual, ou de agir. Caracterização. Ação direta de inconstitucionalidade. Propositura antes da publicação oficial da Emenda Constitucional nº 45/2004. Publicação superveniente, antes do julgamento da causa. Suficiência. Carência da ação não configurada. Preliminar repelida. Inteligência do art. 267, VI, do CPC. Devendo as condições da ação coexistir à data da sentença, considera-se presente o interesse processual, ou de agir, em ação direta de inconstitucionalidade de Emenda Constitucional que só foi publicada, oficialmente, no curso do processo, mas antes da sentença. 2. INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Emenda Constitucional nº 45/2004. Poder Judiciário. Conselho Nacional de Justiça. Instituição e disciplina. Natureza meramente administrativa. Órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar da magistratura. Constitucionalidade reconhecida. Separação e independência dos Poderes. História, significado e alcance concreto do princípio. Ofensa a cláusula constitucional imutável (cláusula pétrea). Inexistência. Subsistência do núcleo político do princípio, mediante preservação da função jurisdicional, típica do Judiciário, e das condições materiais do seu exercício imparcial e independente. Precedentes e súmula 649. Inaplicabilidade ao caso. Interpretação dos arts. 2º e 60, § 4º, III, da CF. Ação julgada improcedente. Votos vencidos. São constitucionais as normas que, introduzidas pela Emenda Constitucional nº 45, de 8 de dezembro de 2004, instituem e disciplinam o Conselho Nacional de Justiça, como órgão administrativo do Poder Judiciário nacional. 3. PODER JUDICIÁRIO. Caráter nacional. Regime orgânico unitário. Controle administrativo, financeiro e disciplinar. Órgão interno ou externo. Conselho de Justiça. Criação por Estado membro. Inadmissibilidade. Falta de competência constitucional. Os Estados membros carecem de competência constitucional para instituir, como órgão interno ou externo do Judiciário, conselho destinado ao controle da atividade administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva Justiça. 4. PODER JUDICIÁRIO. Conselho Nacional de Justiça. Órgão de natureza exclusivamente administrativa. Atribuições de controle da atividade administrativa, financeira e disciplinar da magistratura. Competência relativa apenas aos órgãos e juízes situados, hierarquicamente, abaixo do Supremo Tribunal Federal. Preeminência deste, como órgão máximo do Poder Judiciário, sobre o Conselho, cujos atos e decisões estão sujeitos a seu controle jurisdicional. Inteligência dos art. 102, caput, inc. I, letra "r", e § 4º, da CF. O Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o Supremo Tribunal Federal e seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito. 5. PODER JUDICIÁRIO. Conselho Nacional de Justiça. Competência. Magistratura. Magistrado vitalício. Cargo. Perda mediante decisão administrativa. Previsão em texto aprovado pela Câmara dos Deputados e constante do Projeto que resultou na Emenda Constitucional nº 45/2004. Supressão pelo Senado Federal. Reapreciação pela Câmara. Desnecessidade. Subsistência do sentido normativo do texto residual aprovado e promulgado (art. 103-B, § 4º, III). Expressão que, ademais, ofenderia o disposto no art. 95, I, parte final, da CF. Ofensa ao art. 60, § 2º, da CF. Não ocorrência. Argüição repelida. Precedentes. Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo. 6. PODER JUDICIÁRIO. Conselho Nacional de Justiça. Membro. Advogados e cidadãos. Exercício do mandato. Atividades incompatíveis com tal exercício. Proibição não constante das normas da Emenda Constitucional nº 45/2004. Pendência de projeto tendente a torná-la expressa, mediante acréscimo de § 8º ao art. 103-B da CF. Irrelevância. Ofensa ao princípio da isonomia. Não ocorrência. Impedimentos já previstosà conjugação dos arts. 95, § único, e 127, § 5º, II, da CF. Ação direta de inconstitucionalidade. Pedido aditado. Improcedência. Nenhum dos advogados ou cidadãos membros do Conselho Nacional de Justiça pode, durante o exercício do mandato, exercer atividades incompatíveis com essa condição, tais como exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério, dedicar-se a atividade político-partidária e exercer a advocacia no território nacional. ADI 3367 / DF - Rel. Min. Cezar Peluso – J. 13/04/2005. Tribunal Pleno. DJ 17-03-2006 PP-00004 EMENT VOL-02225-01 PP-00182.
ADIn 2.666 (Rel. Min. Ellen Gracie)
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA - CPMF (ARTS. 84 E 85, ACRESCENTADOS AO ADCT PELO ART. 3º DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 37, DE 12 DE JUNHO DE 2002). 1 - Impertinência da preliminar suscitada pelo Advogado-Geral da União, de que a matéria controvertida tem caráter interna corporis do Congresso Nacional, por dizer respeito à interpretação de normas regimentais, matéria imune à crítica judiciária. Questão que diz respeito ao processo legislativo previsto na Constituição Federal, em especial às regras atinentes ao trâmite de emenda constitucional (art. 60), tendo clara estatura constitucional. 2 - Proposta de emenda que, votada e aprovada na Câmara dos Deputados, sofreu alteração no Senado Federal, tendo sido promulgada sem que tivesse retornado à Casa iniciadora para nova votação quanto à parte objeto de modificação. Inexistência de ofensa ao art. 60, § 2º da Constituição Federal no tocante à supressão, no Senado Federal, da expressão "observado o disposto no § 6º do art. 195 da Constituição Federal", que constava do texto aprovado pela Câmara dos Deputados em 2 (dois) turnos de votação, tendo em vista que essa alteração não importou em mudança substancial do sentido do texto (Precedente: ADC nº 3, rel. Min. Nelson Jobim). Ocorrência de mera prorrogação da Lei nº 9.311/96, modificada pela Lei nº 9.539/97, não tendo aplicação ao caso o disposto no § 6º do art. 195 da Constituição Federal. O princípio da anterioridade nonagesimal aplica-se somente aos casos de instituição ou modificação da contribuição social, e não ao caso de simples prorrogação da lei que a houver instituído ou modificado. 3 - Ausência de inconstitucionalidade material. O § 4º, inciso IV do art. 60 da Constituição veda a deliberação quanto a proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais. Proibida, assim, estaria a deliberação de emenda que se destinasse a suprimir do texto constitucional o § 6º do art. 195, ou que excluísse a aplicação desse preceito a uma hipótese em que, pela vontade do constituinte originário, devesse ele ser aplicado. A presente hipótese, no entanto, versa sobre a incidência ou não desse dispositivo, que se mantém incólume no corpo da Carta, a um caso concreto. Não houve, no texto promulgado da emenda em debate, qualquer negativa explícita ou implícita de aplicação do princípio contido no § 6º do art. 195 da Constituição. 4 - Ação direta julgada improcedente. ADI 2666 / DF – Rel. Min. Ellen Gracie, J. 03/10/2002. Tribunal Pleno, DJ 06-12-2002 PP-00051 EMENT VOL-02094-01 PP-00177.
Promulgação
Conforme CRFB art. 60, § 3º, a promulgação será realizada conjuntamente, pelas Mesas do Senado e da Câmara, com o respectivo número de ordem. Ato que atesta a existência de uma norma no ordenamento jurídico. Enquanto projeto tem status infra-constitucional, após a promulgação tem status de norma constitucional:
	Não se submetem à sanção ou veto do Chefe do Executivo (só pode participar na
	iniciativa).
	Recebe o número de ordem seqüente às anteriores
CRFB art. 60, § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
Sobre a publicação, o texto constitucional silencia, devendo-se entender que essa competência é do Congresso Nacional.
 3 - Declaração prescritiva
É o conteúdo de que trata a norma, obviamente, de matéria constitucional.
Limites impostos a PEC
Limites procedimentais ou formais impostos à Emendas (art. 60 incisos I, II e III e §§ 2o e 3 o)
Limites quanto à iniciativa (são as previsões da lei – só versam sobre matérias especificadas na Constituição).
Limites quanto à votação e aprovação: é formal, porque o seu procedimento tem uma particularidade - quorum de 3/5 em 2 turnos, pelas duas Casas do congresso. 
Limites circunstanciais
Art. 60 § 1o�. 
Art. 60 § 5o� c/c Art. 57, que trata da sessão legislativa�.
Limites temporais ao poder de reforma
Não há limites temporais para as PECs. O artigo 3o do ADCT� não pode ser considerado como um limite temporal à emenda. É que a reforma da Constituição pode se dar de duas formas:
Revisão Constitucional: teve um limite de 5 anos após a promulgação; 
Emendas Constitucionais: não tem limites, pois a primeira emenda é de março de 1992 e, portanto, anterior a Revisão.
O resultado da reforma, via revisão, foram as chamadas emendas constitucionais de revisão, que tinham esse limite. Mas o gênero ‘poder de reforma’ não tem esse limite temporal.
Limites materiais
Encontram-se no art. 60, § 4º – cláusulas pétreas, que podemos chamar as cláusulas pétreas de núcleo imodificável ou intangível. Essa intangibilidade não é absoluta e diz respeito ao núcleo essencial.
“A 'forma federativa de Estado' — elevado a princípio intangível por todas as Constituições da República — não pode ser conceituada a partir de um modelo ideal e apriorístico de Federação, mas, sim, daquele que o constituinte originário concretamente adotou e, como o adotou, erigiu em limite material imposto às futuras emendas à Constituição; de resto as limitações materiais ao poder constituinte de reforma, que o art. 60, § 4º, da Lei Fundamental enumera, não significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a proteção do núcleo essencial dos princípios e institutos cuja preservação nelas se protege." (ADI 2.024-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 01/12/00).
A título de exemplo, na forma federativa de Estado (art. 60, § 4º , inc. I), o núcleo essencial da idéia de Federação é a autonomia dos entes federados (ADPF 33).
Os princípios merecedores de proteção, tal como enunciados normalmente nas chamadas “cláusulas pétreas”, parecem despidos de conteúdo específico. 
O que significa, efetivamente, “separação de Poderes” ou “forma federativa”? O que é um “Estado de Direito Democrático”? Qual o significado da “proteção da dignidade humana”? Qual a dimensão do “princípio federativo”?
Essas indagações somente podem ser respondidas, adequadamente, no contexto de determinado sistema constitucional. É o exame sistemático das disposições constitucionais integrantes do modelo constitucional que permitirá explicitar o conteúdo de determinado princípio. 
Ao se deparar com alegação de afronta ao princípio da divisão de Poderes de Constituição estadual em face dos chamados “princípios sensíveis” (representação interventiva), assentou o notável Castro Nunes lição que, certamente, se aplica à interpretação das cláusulas pétreas: “(...). Os casos de intervenção prefigurados nessa enumeração se enunciam por declarações de princípios, comportando o que possa comportar cada um desses princípios como dados doutrinários, que são conhecidos na exposição do direito público. E por isso mesmo ficou reservado o seu exame, do ponto de vista do conteúdo e da extensão e da sua correlação com outras disposições constitucionais, ao controle judicial a cargo do Supremo Tribunal Federal. Quero dizer com estas palavras que a enumeração é limitativa como enumeração. (...). A enumeração é taxativa, é limitativa, é restritiva, e não pode ser ampliada a outros casos pelo Supremo Tribunal. Mas cada um desses princípios é dado doutrinário que tem de ser examinado no seu conteúdo e delimitado na sua extensão. Daí decorre que a interpretação é restritiva apenas no

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