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DEFINIÇÃO: Cessação da atividade mecânica (não é elétrica) do coração, levando à incapacidade de gerar débito cardíaco. É a cessação da circulação sanguínea e se manifesta pela ausência de pulsos centrais. Diretrizes organizadas: American Heart Association (AHA) com última atualização publicada em outubro de 2020. Em adultos a PCR em geral é de origem cardíaca (Fibrilação Ventricular) e, na pediatria, raramente, é um evento súbito, sendo consequência de piora progressiva respiratória ou cardiocirculatória. Causas: principal é a HIPÓXIA, decorrente de sepse, choque, insuficiência respiratória, toxidade por drogas, doenças metabólicas em ambiente hospitalar. Arritmias ventriculares (15%) em extra-hospitalar (cardiopatas). Os ritmos mais frequentes são a bradicardia e a assistolia. Média de sobrevivência é de 3 a 17% com prognóstico neurológico reservado. CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA: 1. Prevenção 2. Acionamento de serviço médico de emergência 3. RCP de qualidade 4. Ressucitação avançada 5. Cuidados pós-RCP 6. Recuperação Tentar considerar a causa da PCR: colapso súbito que pode ocorrer em atletas e crianças cardiopatas decorrente de fibrilação ventricular. Outras causas: acidentes como traumas, afogamento, engasgo e choque elétrico Nessas diretrizes, o SBVP e SAVP define algumas faixas etárias: → Lactentes: < 1 ano → Crianças: maiores de 1 ano até sinais de puberdade (pelos axilares em meninos e mamas em meninas) → Adultos: depois da puberdade (ACLS) PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA EXTRA-HOSPITALAR: 1) GARANTIR A SEGURANÇA do ressuscitador e da vítima na área: A primeira regra é não se colocar em risco!!!! 2) CHECAR A RESPONSIVIDADE pelo comando verbal e táctil: Na sola dos pés em lactentes nos ombros em crianças. 3) CHAMAR AJUDA: Apontar para uma pessoa para trazer o Desfibrilador Externo Automático (DEA). Pediatria II – Parada Cardiorrespiratória: 4) CHECAR PULSOS E RESPIRAÇÃO em 5 a 10 segundos: Pulsos centrais: carotídeo/femoral em crianças e braquial/femoral em lactentes. Na dúvida de palpação do pulso, assuma que a vítima não tem pulso!!! Respiração: elevação do tórax. ATENÇÃO: Parada respiratória: Não respira e tem gasping com pulso presente (FC > 60 bpm) – VENTILAÇÃO DE RESGATE PCR: Não respira/gasping e ausência de pulsos centrais ou pulso central com FC < 60 bpm - Reanimação Cardiopulmonar (RCP) Se o paciente apresentar apenas parada respiratória: Administrar 20 a 30 ventilações por minuto, o que corresponde a aproximadamente 1 ventilação a cada 2 a 3 segundos, até restabelecer a ventilação espontânea, reavaliando pulso a cada 2 minutos A cada ventilação deve haver elevação visível do tórax. Se pulso central ausente ou bradicardia (FC < 60 pbm), com sinais de hipoperfusão (cianose, palidez, pele mosqueada), apesar de oxigenação e ventilação adequada → aplicar o Protocolo de RCP. Motivo: Principal causa de parada em pediatria é HIPOXIA 5) Iniciar RCP de alta qualidade pela C- A - B , se pulsos centrais ausentes / duvidosos e FC< 60 bpm: RCP com 1 socorrista: PCR presenciada e sozinho com acesso de celular → Pode acionar serviço de emergência (SAMU) antes de iniciar a RCP. Lembrar que sempre precisará de um DEA!!! PCR não presenciada e sozinho sem acesso de celular: RCP por 2 minutos (5 ciclos) antes de acionar ajuda. RCP com 2 socorristas: Enquanto um socorrista inicia a RCP, o outro aciona o serviço de emergência. Quando o segundo socorrista chegar, a relação mudará para 15:2. PCR DE ALTA QUALIDADE: C = COMPRESSÕES TORÁCICAS < 1 ano: 1 socorrista: técnica dos 2 dedos (outra mão estende a cabeça) 2 socorristas: técnica 2 polegares sobrepostos >1 ano 1 socorrista: compressão torácica com uma mão porque a outra estende a cabeça 2 socorristas- compressão torácica com 2 mãos CARACTERÍSTICAS DE RCP DE ALTA QUALIDADE: • Compressões eficazes precisam ser rápidas 100-120 bpm (científica: Metrônomo – dispositivo baixado no aplicativo celular cadência o ritmo e a lúdica: música oficial da AHA no ritmo Staying Alive e Baby Shark.) • Compressões precisam ser fortes: aprofundar 1/3 do diâmetro AP: 4cm nos lactentes, 5 cm na criança 6 cm adolescentes. • Permitir retorno completo das compressões torácicas; • Minimizar as interrupções das compressões; • Evitar hiperventilação: importante o ritmo 1 ventilação a cada 2 a 3 segundos (20 a 30 ventilações por minuto). A - ABERTURA DE VIAS AÉREAS Elevação do mento Elevação da mandíbula (Cenário de trauma com instabilidade cervical) B = VENTILAÇÃO • Com início precoce e de qualidade, a RCP melhora a sobrevida e as sequelas neurológicas. • De preferência utilizar método de barreira ou bolsa-válvula-máscara • Se for usar “boca-boca” em crianças pequena seus lábios devem cobrir a boca e o nariz D= DESFIBRILAÇÃO • Indicada na presença de Fibrilação Ventricular e Taquicardia Ventricular Sem Pulso, por isso é de fundamental importância a RCP imediata e o choque precoce. • DEA deve ser ligado imediatamente e conectado ao paciente, o qual guiará todos os passos da reanimação, inclusive os tempos (conta os tempos, verifica o ritmo e se o choque vai ser indicado). • Os DEA são seguros e podem ser usados na criança, exceto no período neonatal. • Carga pré-determinada fixa e única de 250 J. Assim, em crianças menores de 8 anos (25 kg) precisa-se de pás especiais pediátricas com atenuadores de carga (reduzem 50 a 75 J), quando disponível. Na indisponibilidade ou na dúvida, usa- se as pás de adulto. Posicionamento das pás: • Anterolateral: uma na região infraclavicular direita e a outra próxima a axila esquerda. • Anteroposterior: Caso as pás se toquem ou sejam grandes para o paciente. • O desfibrilador manual diminui a superfície de contato com o tórax do paciente e inicia-se com carga de 2 J/kg – 4J /kg e na sequência 4 a 10 J/kg com pás pediátricas para < 10kg ou < 1 ano, com distância de no mínimo de 3 cm (dedos) entre elas. • Após o choque, reiniciar imediatamente a RCP pelas compressões torácicas. • A cada 2 minutos de RCP, o DEA irá reavaliar o ritmo para certificar se há necessidade de choque. PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA INTRA-HOSPITALAR: O que muda no manejo da PCR em ambiente hospitalar: Carro de emergência e o desfibrilador deverão estar checados testados Avaliação do ritmo Desfribilador manual Manejo de via aéria Acesso vascular Uso de medicações RITMOS DE PCR INTRA-HOSPITALAR: • Assistolia • Atividade elétrica sem pulso • TVSP - taquicardia Ventricular sem Pulso • Fibrilação ventricular Lembrar do PROTOCOLO DA LINHA RETA: Descartar artefato e problemas técnicas quando visualizar assistolia CA = cabos GA = ganhos DA = derivações PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA INTRA- HOSPITALAR → Prancha rígida → Carrinho de parada → Em pacientes com a via aérea avançada: Manter compressões 100-120 p/min Realizar 1 ventilação a cada 2-3 segundos Não existe mais 15:2 neste momento Condições reversíveis de PCR em crianças devem ser identificadas e tratadas antes de considerar a interrupção da RCP (6H e 5T) - Em todos… obrigatório pensar: 6Hs: • Hipovolemia • Hipóxia • Hidrogênio (Acidose) • Hipoglicemia • Hipo ou Hipercalemia • Hipotermia 5Ts: • Tensão do tórax por pneumotórax • Tamponamento cardíaco • Toxinas • Trombose pulmonar • Trombose coronariana CUIDADOS PÓS PCR OBJETIVOS • Manutenção da perfusão dos órgãos vitais; • Prevenção de lesões secundárias; • Redução do risco de deteriorização do paciente durante o transporte para a unidade de cuidados terciários; TERAPÊUTICA: • Incluir normotermia (Sat 94%); • Evitar extremos de PaCO2; •Manter pressão sistólica acima do percentil 5 para idade com vasopressores/inotrópios; • Adequar volemia, eletrólitos e glicemia; • Monitorar convulsões por EEG contínua e tratamento agressivo dessas convulsões; • Transferir para o Leito de UTI para cuidados intensivos.
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