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Produtividade na obra	
APRESENTAÇÃO
A produtividade na obra tem impacto direto nos custos, prazos e qualidade final. Por isso, é 
importante saber as características que impactam na produtividade final do empreendimento. A 
possibilidade de medi-la e reconhecer os erros que diminuem a eficiência da obra são qualidades 
essenciais aos gestores. Toda obra passa por diversos obstáculos, mas o modo como os 
responsáveis pelo projeto lidam com esses obstáculos pode mudar totalmente o andamento do 
trabalho.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os aspectos internos da obra, controlados 
pelo gestor, e os externos, não controlados. Além disso, aprenderá a quantificar e dimensionar 
os indicadores de produtividade de mão de obra e gastos de materiais e verá ainda como evitar 
os erros mais comuns na administração de um canteiro de obras por meio da gestão de riscos, 
ferramenta muito importante a fim de que o gestor da obra consiga prever os obstáculos que 
enfrentará durante seu projeto.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os aspectos internos e externos que impactam na produtividade.•
Dimensionar a produtividade e seus indicadores.•
Identificar os principais obstáculos e erros na gestão de obras.•
DESAFIO
O dimensionamento das equipes de trabalho em obra é essencial a fim de que o trabalho seja 
otimizado. Assim, evitam-se gastos extras por superdimensionamento de equipes ou sobrecarga 
de trabalho e atrasos por subdimensionamento das mesmas. Para isso, devem ser utilizados os 
indicadores de produtividade em sua obra.
 
Dentro dessas premissas, dimensione as equipes de montagem de formas, concretagem e 
revestimento cerâmico. Pela sua experiência, você divide o tempo em 2 dias para o trabalho de 
fôrmas, 10 para a concretagem dos elementos e 3 para a execução do revestimento cerâmico. 
Quantos homens serão necessários em cada equipe a fim de que a execução do serviço ocorra no 
prazo determinado? Use o quadro com o objetivo de ver as RUPs ligadas a cada elemento da sua 
obra e ajudar na sua resposta.
INFOGRÁFICO
Erros são comuns na gestão de obras. Uma boa dica para evitá-los é realizar a listagem dos 
riscos aos quais a obra pode estar submetida.
Neste Infográfico, veja exemplo de passo a passo das categorias de riscos.
CONTEÚDO DO LIVRO
A produtividade na obra é muito importante. Torna-se essencial conhecer os aspectos que 
afetam a produtividade, fatores internos e externos, além de saber como medir a produtividade 
e, assim, fazer projeções sobre ela e sua gestão. 
No capítulo Produtividade na obra, do livro Gestão de obras, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você vai aprender os fatores que impactam na produtividade na obra, como 
medi-la com os indicadores de produtividade e fazer previsões a partir disso, quais são os erros 
mais comuns na gestão de obras e como utilizar a gestão de riscos a fim de lidar melhor com os 
obstáculos enfrentados durante a obra.
GESTÃO DE 
OBRAS
Júlia Hein Mazutti 
Produtividade da obra
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os aspectos internos e externos que impactam na 
produtividade.
 � Dimensionar a produtividade e seus indicadores.
 � Identificar os principais obstáculos e erros na gestão de obras.
Introdução
A produtividade tem impacto direto nos custos, prazos e qualidade final 
da obra. Por isso, é importante conhecer os fatores que influenciam a 
produtividade final do empreendimento. Medir a produtividade e reco-
nhecer os erros que diminuem a eficiência do trabalho são qualidades 
essenciais aos gestores de obras. Toda obra enfrenta diversos obstáculos, 
mas a maneira como os responsáveis pelo projeto lidam com eles pode 
mudar totalmente seu andamento.
Neste capítulo, você vai conhecer aspectos essenciais para melhorar 
a produtividade de obras; vai entender quais são os fatores internos e 
externos que impactam a eficiência dos projetos e vai dimensionar a 
produtividade com indicadores como a razão unitária de produção (RUP) 
e o consumo unitário de materiais (CUM) ou ainda consumo diário de 
materiais. Por fim, vai identificar os erros mais comuns no gerenciamento 
de obras e como eles podem ser evitados com a listagem e o gerencia-
mento dos riscos.
Aspectos que impactam na produtividade
Você já se perguntou o que é produtividade? E produtividade de uma obra? 
Souza, Morasco e Ribeiro (2017) destacam, no Manual Básico de Indicadores 
de Produtividade na Construção, que produtividade é a eficiência em trans-
formar recursos em produtos, tendo-se uma melhor produtividade sempre que 
se demanda menos esforço para obter um determinado resultado, conforme 
Figura 1. Diferente do que muitos pensam, porém, a produtividade não se 
relaciona somente com a diminuição de custos ou aumento da velocidade de 
produção. Ela está relacionada com a minimização do uso dos recursos, como 
materiais, mão de obra e equipamentos, para diminuir os custos de produção, 
aumentar sua velocidade e também para gerar melhores condições de trabalho 
ao trabalhador.
Figura 1. Definição de produtividade.
Fonte: Souza, Morasco e Ribeiro (2017, p. 19).
Na construção civil, a produtividade está na utilização dos recursos da obra, 
do canteiro e da gestão, para desenvolver estratégias que facilitem o transporte, 
que utilizem melhor o espaço físico, que tornem o espaço mais agradável e 
que otimizem ao máximo a eficiência da construção. Para alcançar uma boa 
produtividade, deve-se pensar num plano de trabalho e num planejamento 
eficiente, traçando objetivos estratégicos considerando desafios, gargalos, 
etapas a serem terceirizadas, fornecedores, custos, prazos e tipo mão de obra. 
Em seguida, realiza-se o plano de ação, ou seja, indicam-se as medidas para 
alcançar os objetivos, no trabalho real. No plano de ação, planeja-se detalha-
damente como a obra vai realmente ser levada ao canteiro.
Os fatores que influenciam a produtividade da obra são comumente se-
parados em externos e internos. Fatores externos são aqueles que não podem 
Produtividade da obra2
ser controlados pelos gestores. Fatores internos são aqueles que podem ser 
influenciados. Cada obra possui seus fatores internos e externos e a inten-
sidade de cada um e as relações entre eles devem sem analisadas para cada 
empreendimento.
Embora os fatores externos não possam ser controlados, é importante 
conhecê-los para saber lidar com eles, caso venham a influenciar na obra. 
Alguns fatores externos são:
 � políticas do governo e burocracias;
 � tributações e suas possíveis oscilações;
 � segurança social;
 � infraestrutura;
 � inflação;
 � grau de instrução (influência nos custos com mão de obra);
 � grupos de pressão (como grupos ambientais ou sindicalistas);
 � clima;
 � doenças.
Alguns fatores não podem ser alterados e devem somente ser aceitos, 
como políticas fiscais, desenvolvimento de leis e intempéries, entre outros. 
No entanto, se os gestores não podem, por exemplo, evitar que chova, podem 
adaptar o planejamento para dias de chuva, reservando para eles atividades que 
podem ser desenvolvidas nessa situação. Se algum trabalhador fica doente ou 
se o transporte coletivo entrou em greve, deve-se tentar resolver o problema 
da maneira mais simples e eficiente possível. Assim, pensar nas possibilidades 
antes do evento ocorrer pode economizar muito tempo e dinheiro. Além disso, 
em qualquer caso, é de extrema importância manter uma comunicação ativa 
entre as partes envolvidas, avisando a todos influenciados sobre a ocorrência 
de qualquer um dos fatores e colhendo suas opiniões.
Os fatores internos, que podem ser controlados pelos gestores, são tam-
bém considerados alavancas da produtividade quando bem administrados. O 
sucesso ou fracasso vinculados a esses fatores dependem de como a obra é 
administrada. Por isso, é muito importante reconhecê-los e saber como lidarcom cada um. Barreiros et al. (2014) descrevem, em seu trabalho de estudo 
sobre a produtividade na construção civil, com enfoque no Brasil, alguns dos 
fatores internos mais importantes que alavancam ou prejudicam a produtividade 
da obra, conforme vemos no Quadro 1.
3Produtividade da obra
Fonte: Adaptado de Barreiros et al. (2014).
Fatores internos
Descrição resumida e exemplos 
de elementos envolvidos
1. Planejamento 
da execução de 
empreendimentos
 � Planejamento da necessidade de recursos e 
materiais em diferentes horizontes de planejamento 
(curto, médio e longo prazo).
 � Processos estruturados de atualização do 
planejamento conforme a execução.
 � Escritório integrado de gestão de projetos (PMO — 
Project Management Office).
 � Aplicação de softwares tipo BIM (Building 
Information Model).
2. Adoção de 
métodos de gestão
 � Lean Construction — construção baseada no 
paradigma de redução de desperdícios, que ficou 
conhecido como método Toyota de produção.
 � Melhor sincronização do empreendimento 
e melhoria do fluxo de materiais, visando a 
eliminação das atividades que não agregam valor.
3. Equipamentos � Modernização de equipamentos (graus flexíveis, 
elevadores mais rápidos, etc.).
 � Maior taxa de utilização de equipamentos.
4. Materiais � Adoção de novos materiais mais eficientes 
(concreto autocurativo, cimento magnesiano, etc.).
5. Métodos 
construtivos
 � Aplicação de métodos construtivos mais eficientes 
(vigas pré-moldadas, alvenaria estrutural, estruturas 
metálicas, etc.).
6. Melhorias 
de projeto
 � Foco na melhoria dos projetos e sua adequação 
para a execução.
7. Qualificação da 
mão de obra
 � Ações para aprimorar o recrutamento.
 � Ações para aumentar a qualificação atual 
(treinamento, motivação, etc.).
 � Plano para retenção de profissionais.
Quadro 1. Fatores internos que impactam a produtividade
Outros fatores internos que se podem citar são: segurança do trabalho, 
liderança proativa, redução de desperdícios, inovação e tecnologia, retrabalho, 
layout do canteiro, entre muitos outros. O domínio dos fatores internos garante 
probabilidade muito grande de a obra ser um sucesso.
Produtividade da obra4
Os fatores que impactam na produtividade são responsáveis pela eficiência 
da obra. Problemas e imprevistos são muito comuns na construção civil e um 
bom gestor deve estar preparado para lidar com qualquer um deles. Uma boa 
dica é, antes de iniciar a atividade, listar os principais fatores de influência e 
as medidas que podem ser tomadas em cada caso.
Indicadores de produtividade
A disponibilização dos recursos certos, na hora e no lugar adequado, propor-
ciona a criação de um ambiente mais organizado e, assim, com menor custo e 
maior segurança, conforme Souza, Morasco e Ribeiro (2017). Mas como saber 
a duração dos recursos baseado no consumo durante a obra? A resposta está 
nos indicadores de produtividade. Um indicador de produtividade (IP) nada 
mais é que a razão da quantidade de recursos necessários pela quantidade de 
produtos realizados, conforme a equação a seguir.
Pode-se falar de produtividade quanto ao uso da mão de obra ou quanto 
ao uso dos materiais. Para o caso da mão de obra, adota-se o RUP, ou razão 
unitária de produção. Este indicador mostra o tempo total trabalhado por um 
homem para realizar determinado serviço. A equação a seguir apresenta os 
componentes do RUP.
Onde:
Hh = homens-hora;
QS = quantidade de serviço realizado.
Quanto maior o RUP, pior a produtividade, pois necessitam-se mais homens-
-hora para realizar determinado serviço. A RUP potencial, conforme Souza, 
Morasco e Ribeiro (2017), indica uma execução do serviço sem problemas ou 
interrupções, ou seja, é a produtividade ideal que todo gestor gostaria de ter. 
Com a RUP pode-se medir o tamanho das equipes com base na quantidade 
de serviço a realizar, o que é de grande utilidade ao planejamento da obra.
5Produtividade da obra
Digamos que o primeiro andar de um prédio de 1.000 m2 tenha sido construído em 
15 dias, por 20 trabalhadores com jornada de 8 horas por dia. A RUP neste caso será 
de: 15 ∙ 20 ∙ 8 ÷ 1.000, chegando a 2,4 Hh/m2. Considerando que RUP seja mantida para 
o próximo andar, mas somente 15 trabalhadores executarem a obra, pode-se estimar 
que o andar será concluído em: 2,4 ∙ 1.000 ÷ 15 ∙ 8 = 20 dias
Não existe uma RUP única para cada trabalho e o indicador deve ser medido 
em cada obra. As variações se devem ao tipo de tecnologia empregada, modo 
de execução, nível de instrução dos trabalhadores, entre outros. Para ter uma 
ideia, Souza, Morasco e Ribeiro (2017) mostra que a RUP para execução de 
concretagens pode variar, por exemplo, de 1,13 Hh/m3 a 25,21Hh/m3. O fator 
varia dependendo se a concretagem é realizada para lajes nervuradas, com 
uso de bomba, com uso de elevador, para áreas maiores ou menores de 20 m2 
e para seção maior ou menor de 0,25 m2.
Outro indicador muito utilizado na construção civil é o consumo unitário 
de materiais (CUM). Esse indicador mostra a razão entre a quantidade de 
materiais adquiridos e a quantidade de serviço realizado, conforme a equação 
a seguir. Quanto menor o CUM, maior a produtividade.
Onde:
Qmat = quantidade de material;
Qserviço = quantidade de serviço.
Deve-se executar a camada asfáltica de uma rodovia, onde 1.000 m3 de material 
estão dimensionados em projeto. Devido a perdas de material, utiliza-se ao todo 
1.200 m3. O CUM para este caso é 1.200 ÷ 1.000 = 1,2 m3 de material asfáltico por m3 
de estrutura asfáltica.
Produtividade da obra6
Observa-se que o CUM pode ser um valor abaixo da unidade, quando os 
materiais são reutilizados, por exemplo. Para formas utilizadas duas vezes, 
por exemplo, em dois andares diferentes de um mesmo prédio, o CUM será 
1/2 = 0,5 formas utilizadas por andar. Neste caso, o valor calculado do CUM 
não indica que metade de uma fôrma foi utilizada para cada andar, mas que 
a fôrma foi reutilizada.
Souza, Morasco e Ribeiro (2017) destacam que o CUM também pode sofrer 
grandes alterações dependendo da execução do trabalho e perdas por entulho, 
roubo ou incorporação de mais material à estrutura. Para o consumo unitário 
de material para fôrmas, observa-se que o CUM pode variar de 0,067 m2/m2 
a 1,02 m2/m2. Para o consumo unitário de material para armação, a variação 
pode ser de 1,07 kg/kg a 1,144 kg/kg.
O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil 
(Sinapi) disponibiliza composições para alguns indicadores de produtividade, 
como serviço de fôrmas, armação e concretagens. Além disso, mostra os valo-
res unitários dos insumos para elaboração de orçamento, que são atualizados 
mensalmente. O Sinapi estabelece regras para um orçamento de referência em 
obras, para os casos de serviços contratados e executados pela União, sendo 
indicado pelo Decreto nº. 7.983/2013 e pela Lei nº. 13.303/2016.
Os indicadores do Sinapi podem ser observados por estado. Veja no link disponível 
a seguir.
https://goo.gl/NsPrrT
A partir dos indicadores de produtividade, pode-se estabelecer também 
o ritmo de produção, que estabelece quantas partes de um serviço devem ser 
realizadas em um determinado período. Por exemplo, os quilômetros de uma 
rodovia por mês, ou a quantidade de vigas de um prédio por semana, entre 
outros. Para ajudar na programação do trabalho a partir disso tudo, uma 
boa ideia é elaborar um fluxograma do serviço. Souza, Morasco e Ribeiro 
(2017) propõe o fluxograma da Figura 2 para a programação da execução de 
estruturas de concreto armado.
7Produtividade da obra
Figura 2. Fluxograma para a programação da execução de estruturas de concreto armado.
Fonte: Adaptada de Souza, Morasco e Ribeiro (2017).
O fluxograma define, desde as informações básicas e analíticas do processo, 
passando pela obtenção dos indicadores de produtividade RUP e CUM (obtidos 
no Sinapi), até o dimensionamento das equipes para seguir o planejamento 
desejado. O plano de premiação é a bonificação que as equipes ganharão pelo 
seu desempenhoou produtividade. Os indicadores de referência, ao final do 
processo, são os indicadores realmente obtidos pela obra (e não do Sinapi), 
que poderão se tornar uma base de dados mais realista para a situação da obra 
e para outros empreendimentos das empresas.
Produtividade da obra8
Obstáculos e erros na gestão de obras
É muito importante saber lidar com os problemas e obstáculos que podem 
surgir durante todo o desenvolvimento da obra, desde as fases iniciais até a 
entrega ao cliente. Para evitar erros de gestão, é essencial que o responsável 
pela obra reconheça as principais falhas já cometidas na execução de projetos 
e os principais obstáculos que encontrará. 
Com isso, torna-se possível prever como administrar os problemas encon-
trados, evitando surpresas, medidas de última hora e economizando tempo e 
dinheiro. Veja a seguir alguns erros de gestão comuns em obras de construção 
civil.
 � Gerenciamento ineficiente de fornecedores — gerenciar a cadeia de 
fornecedores significa realizar uma seleção criteriosa dos fornecedores 
da obra e estabelecer uma boa relação com as empresas envolvidas. A 
falha neste quesito pode acarretar atrasos de entrega dos materiais, má 
qualidade e também custos mais altos.
 � Controle de materiais mal feito — após a chegada dos materiais, 
deve-se ter cuidado com a estocagem e a organização deles no canteiro. 
Deve-se atentar aos pedidos de materiais para que só seja comprada 
a quantidade que o canteiro possa estocar. A estocagem inadequada 
pode acarretar a perda e o desperdício de materiais, gerando prejuízo. 
A desorganização da sua disposição, por outro lado, dificulta o trabalho 
e a visualização do estoque, podendo gerar atrasos para a execução 
da obra, baixa produtividade e descontrole de quanto material há no 
estoque e quando devem-se realizar novos pedidos. A mão de obra 
não especializada também pode representar uma parcela importante 
do desperdício de materiais. O registro de fluxo, a delegação de res-
ponsáveis e o acompanhamento do estoque podem ajudar a solucionar 
esse problema.
 � Equipamentos e mão de obra mal dimensionados — não adianta 
comprar equipamentos sem saber se suas especificações técnicas estão 
de acordo com a obra e com o layout do canteiro e, ainda, se os traba-
lhadores serão realmente mais eficazes usando esses equipamentos. Os 
equipamentos devem ser escolhidos criteriosamente, conversando com 
profissionais que conheçam a tecnologia envolvida e possam dar suporte 
à utilização do equipamento. Além disso, é comum o superdimensio-
namento da mão de obra para algumas tarefas, gerando prejuízos para 
a obra. Por outro lado, subdimensionar a mão de obra e esperar alta 
9Produtividade da obra
produtividade gera atrasos e descontentamentos. Esse dimensionamento 
deve basear-se em dados históricos de outras obras da empresa ou deve 
ser medida a produtividade da equipe durante a obra e adaptar as equipes.
 � Layout ineficiente do canteiro — o desenho do layout do canteiro pode 
parecer algo simples, mas é decisivo e impacta muito o rendimento. O 
canteiro deve ser projetado antes do início da obra, considerando todos 
os equipamentos, lugares de estoque, movimentações de equipamentos e 
pessoas, áreas de vivência e de produção, e o que mais for necessário ao 
canteiro. Os impactos aqui estão na segurança de trabalho, na imagem 
da empresa e na produtividade da obra.
 � Planejamento ineficaz — a realização de um planejamento teórico ideal 
é muitas vezes inatingível. O desconhecimento, na prática, do tempo 
de cada atividade pode gerar planejamentos irreais, provocar atrasos 
e desestimular a equipe. A equipe técnica e a equipe administrativa 
devem estar de acordo quanto à duração das tarefas. A atualização e 
a adaptação do cronograma com o andamento do trabalho é algo que 
deve ser realizado em todas as obras para que o gestor tenha ideia do 
andamento do projeto como um todo, no que diz respeito a cronograma, 
gastos, estoque de materiais e qualidade.
 � Excesso de confiança — gestores experientes podem engessar pro-
cessos e perder o objetivo do projeto. A experiência é um fator muito 
importante na construção civil, mas os gestores devem saber se adaptar 
a cada projeto.
 � Falta de comunicação — a integração entre as áreas da empresa e entre 
a empresa e seus fornecedores e clientes é essencial. A falta de comu-
nicação interna, dentro da empresa, dificulta a resolução de problemas 
e atrasa as atividades da obra. A falta de comunicação externa, com 
fornecedores, comunidade e com clientes, por exemplo, pode gerar falta 
de segurança dos envolvidos com a empresa ou a obra, criando problemas 
como o aumento do preço de materiais, intolerância da comunidade, 
desencorajamento dos clientes e colaboradores, entre outros. Além disso, 
manter-se em contato com clientes, comunidade, fornecedores e todas 
as partes envolvidas na obra, faz com que o gestor entenda melhor as 
práticas do mercado e o contexto de cada uma das partes.
 � Gestão ineficiente de pessoas — pessoas desmotivadas tem sua produ-
tividade abalada e não se comprometem com o trabalho a ser realizado. 
A falta de gestão de pessoas, descuidando do acompanhamento da 
equipe, dos prazos, das opiniões dos trabalhadores, da promoção de 
Produtividade da obra10
cursos e de bonificações, gera improdutividade dos trabalhadores e 
diminui o nível de qualidade. A baixa qualidade pode gerar retrabalho, 
atrasos e mais descontentamentos na obra. É essencial garantir que os 
trabalhadores estejam motivados, treinados e que suas expectativas 
também estejam sendo atendidas.
Os obstáculos, ou os riscos a que uma obra pode estar sujeita, podem 
ser identificados e avaliados. A gestão de riscos na construção civil permite 
premeditar as medidas necessárias para evitar, remediar ou simplesmente 
aceitar o risco. O risco pode ser visto como uma ameaça ou como uma opor-
tunidade, pode ser negativo ou positivo para a empresa. Ele nada mais é que 
uma incerteza que gera um impacto no resultado, podendo ser um impacto 
de custo, qualidade, tempo ou escopo do projeto, por exemplo.
O gerenciamento de riscos tem quatro etapas principais, conforme descritos 
por Mattos (2016): identificação, análise, resposta e monitoramento. A seguir, 
são apresentadas as quatro fases.
 � Identificação:
 ■ categorias;
 ■ lista de riscos.
 � Análise:
 ■ qualitativa;
 ■ quantitativa.
 � Resposta:
 ■ medidas corretivas;
 ■ medidas preventivas.
 � Monitoramento:
 ■ atualização da lista;
 ■ lições aprendidas.
Na fase de identificação, deve-se fazer uma listagem de todos os riscos a 
que a obra pode estar sujeita. Essa lista ajuda o gestor a identificar riscos e 
obstáculos desde as fases iniciais de estudos de viabilidade e fases contratuais, 
até a finalização da obra. Conta muito a experiência da equipe e a comunicação 
com todas as partes envolvidas na obra é muito importante. Utilizar categorias 
para organizar os riscos ajuda muito o trabalho. Uma lista de riscos (em forma 
reduzida) para a fase de execução de uma obra típica é apresentada por Mattos 
(2016), no Quadro 2.
11Produtividade da obra
Fonte: Adaptado de Mattos (2016).
Categoria Risco Consequência
Técnico Projeto executivo inexistente Alterações de campo, 
inconsistências
Escopo mal definido Aumento de escopo, 
necessidade de 
prazo adicional
Tecnologia complexa Retrabalho, baixa 
produtividade
Interferências com 
outras empresas
Paralisações, conflitos
Produtividades abaixo 
das orçadas
Necessidade de horas 
extras, custo adicional
Baixa qualidade dos operários Alta rotatividade, baixo 
espírito de equipe
Comercial Subempreiteiros 
desconhecidos
Produtividade baixa, atrasos
Subempreiteiros 
financeiramente frágeis
Falência, abandono da obra
Atraso no pagamento 
de medições
Necessidade de maior 
capital de giro
Contratos mal elaborados Pleitos de fornecedores 
e subcontratados
Financeiro Dificuldade de obter 
empréstimo
Necessidade de maior 
capital de giro
Flutuação de preço 
de insumos
Aumentodo custo da obra
Variação cambial Aumento do custo da obra
Gerencial Falta de processos Informalidade, 
ineficiência, conflitos
Papéis e responsabilidades 
mal definidos
Responsabilidades 
difusas ou conflitantes
Ausência de indicadores Subjetividade, desempenho 
mal monitorado
Quadro 2. Lista reduzida de riscos para uma obra típica
Produtividade da obra12
A etapa de análise de riscos avalia a probabilidade de o risco ocorrer e 
qual seu impacto, aprofundando a noção de gravidade de cada situação. A 
resposta ao risco define as medidas para lidar com ele e se encaixam em 
quatro categorias: eliminar o risco, mitigar o risco, transferir o risco ou aceitar 
o risco. O monitoramento diz respeito à revisão de todas as fases anteriores 
durante a obra, ou seja, deve-se avaliar continuamente a listagem de riscos e 
seus impactos na obra.
Veja mais detalhes sobre o gerenciamento de riscos acessando o link a seguir.
https://goo.gl/eQk1N6
Você pode perceber que a etapa de identificação dos riscos é muito impor-
tante para a equipe antecipar qualquer problema que possa ocorrer durante o 
projeto. A antecipação de problemas e das medidas para tratá-los evita que o 
gestor cometa erros por falta de experiência ou por ter que tomar decisões sob 
pressão. Por isso, se você for responsável por uma obra, não deixe de listar 
todos os riscos e obstáculos que sua obra pode enfrentar.
BARREIROS, F. et al. Estudo sobre a produtividade na construção civil: desafios e tendên-
cias no Brasil. 2014. Disponível em: <https://www.ey.com/Publication/vwLUAssets/
EY_Estudo_Produtividade_na_Construcao_Civil/$FILE/Estudo_Real_Estate.pdf>. 
Acesso em: 11 jan. 2019.
MATTOS, A. D. Gerenciamento de riscos. 06 jun. 2016. Disponível em: <http://blogs.pini.
com.br/posts/Engenharia-custos/gerenciamento-de-riscos-371243-1.aspx>. Acesso 
em: 11 jan. 2019.
SOUZA, U. E. L.; MORASCO, F. G.; RIBEIRO, G. N. B. Manual básico de indicadores de pro-
dutividade na construção civil. Brasília, DF: CBIC, 2017. Disponível em: <https://cbic.
org.br/wp-content/uploads/2017/11/Manual_Basico_de_Indicadores_de_Produtivi-
dade_na_Construcao_Civil_2017.pdf>.Acesso em: 11 jan. 2019.
13Produtividade da obra
Leituras recomendadas
BRASIL. Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013. Estabelece regras e critérios para elabo-
ração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e 
executados com recursos dos orçamentos da União, e dá outras providências. Brasília, 
DF, 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/
Decreto/D7983.htm>. Acesso em: 11 jan. 2019.
BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa 
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Brasília, DF, 2016. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13303.htm>. Acesso 
em: 11 jan. 2019.
Produtividade da obra14
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
Vídeo 360º de um canteiro de obra
Faça um passeio virtual em um canteiro de obra por meio desse vídeo 360º. Aprenda sobre os 
aspectos que impactam na produtividade de uma obra. Use o mouse para navegar pelo vídeo.
 
EXERCÍCIOS
1) Você é administrador da obra de uma barragem de terra em rio perto da sua cidade. 
Está enfrentando diversos problemas: os materiais para aterro estão chegando com 
atraso, os trabalhadores têm dificuldade de chegar até a obra devido à má condição 
das estradas públicas, os equipamentos de compactação não são suficientes ao 
trabalho, determinado grupo de ambientalistas está promovendo manifestações 
contra a obra, os prazos estão muito apertados e os funcionários não conseguem 
atingir certa produtividade a fim de ganhar bonificações e, pior, o mês promete 
muita chuva. Quais desses fatores são externos à obra?
A) Equipamentos insuficientes, manifestações de ambientalistas, prazos apertados e chuvas.
B) Má condição das estradas públicas, manifestações de ambientalistas e chuvas.
C) Material para aterro atrasado, má condição das estradas públicas e equipamentos 
insuficientes.
D) Má condição das estradas públicas, equipamentos insuficientes, prazos apertados e 
descontentamento dos trabalhadores.
E) Equipamentos insuficientes, manifestações de ambientalistas, prazos apertados e 
descontentamento dos trabalhadores.
2) Você é gestor da obra de uma estrada que tem 40 quilômetros, sendo o projeto 
separado em 4 partes, cada uma com 10 quilômetros. Está sendo iniciada a execução 
do último trecho. Sua equipe manteve-se fixa, com 15 homens, e realizou o primeiro 
trecho em 45 dias úteis, o segundo em 39 dias úteis e o terceiro em 41. Os 
trabalhadores têm jornada de 8 horas por dia. Qual é a razão unitária de produção 
média da sua obra em homens.hora/quilômetro?
A) 450Hh/km.
B) 300Hh/km.
C) 250Hh/km.
D) 500Hh/km.
E) 650Hh/km.
3) O consumo diário de materiais (CUM) da obra de uma ponte já na fase de 
revestimento asfáltico é de 1,15m3/m3. O material está acabando e ainda é necessário 
executar 20m3 de camada asfáltica prevista em projeto. Se fosse o gestor dessa obra, 
qual deveria ser a quantidade mínima de material asfáltico que você deveria pedir, 
baseando-se no CUM?
A) 23m3.
B) 20m3.
C) 25m3.
D) 21,15m3.
E) 26,15m3.
4) Você será o gestor de uma grande obra de ampliação e melhoramento do sistema de 
esgoto da sua cidade. Ela ainda está na fase contratual, e os projetos não estão 
detalhados. Seu chefe pede sua ajuda voltada ao acompanhamento de todas essas 
fases. A obra envolve muitos riscos, pois gerará perturbação de vias, desconforto aos 
moradores, barulho, entre muitos outros fatores que você não sabe antecipadamente, 
pois nunca trabalhou em tal tipo de empreendimento. Por isso, decide realizar a 
listagem dos riscos que o empreendimento vai enfrentar a fim de diminuir a 
probabilidade de erros. Qual é o melhor momento para realizar essa análise de 
riscos?
A) Antes de começar a execução da obra.
B) Durante a fase de detalhamento dos projetos.
C) O mais cedo possível.
D) Durante a execução da obra.
E) Depois de finalizar a fase contratual.
5) Você é chamado para ser consultor da obra de um parque de diversões cujo interesse 
é aumentar sua produtividade. Qual dessas situações representa um erro de gestão 
que pode ser melhorado com a finalidade de elevar a produtividade da obra?
A) Atrasos no cronograma por excesso de chuvas.
B) Trabalhadores afastados por um vírus que se propagou na comunidade.
Menor qualidade do material da obra devido ao aumento de preços com oscilação da C) 
inflação.
D) Interrupção da obra diversas vezes por grupos de pressão.
E) Descontentamento dos trabalhadores devido à falta de bonificações por produtividade.
NA PRÁTICA
Existem dois tipos de indicadores de produtividade em obras: os internos, que podem ser 
controlados pelo gestor de obras, e os externos, que estão fora do seu controle.
Veja alguns exemplos desses indicadores.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
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