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Semiologia do sistema excretor FISIOLOGIA DOS RINS · Mantêm o volume e a composição química dos líquidos do organismo homeostasia. · Excreta resíduos tóxicos do metabolismo normal, como uréia, ácido úrico, creatinina. · Excreção de fármacos. · Secreção de hormônios: renina, eritropoietina, aldosterona. Anamnese · Principal chave para o diagnóstico das doenças do sistema urinário. · De início, parte dos pacientes com lesão renal apresentam queixas sem relação direta: astenia, náuseas, vômitos, anorexia, anemia e irritabilidade neuromuscular. Alterações da micção e do volume urinário · Adulto: 700 – 2000ml de urina por dia. Capacidade vesical: 400-600ml e tendência a esvaziar a partir de 200ml. · Oligúria: diurese < 400ml/dia ou 20ml/H. Causas: redução do fluxo sanguíneo renal (desidratação, choque, insuficiência cardíaca) ou lesões renais (glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda). · Anúria: diurese < 100ml/dia. Causas: obstrução bilateral das artérias renais ou dos ureteres, necrose cortical bilateral, insuficiência renal aguda grave. · Poliúria: volume > 2500ml/dia, maior número de micções, inclusive à noite. Causas: diurese osmótica (excreção de volume aumentado de solutos com maior excreção de água ou incapacidade de concentração urinária), insuficiência renal crônica. · Polaciúria: aumento da frequência miccional, com intervalo entre as micções menor que 2 horas e sem que haja concomitante aumento do volume urinário. Causas: infecção, cálculo, obstrução uretra posterior, frio, ansiedade. · Disúria: micção associada à sensação de queimação ou desconforto. Causas: cistite, prostatite, uretrite, trauma, irritantes uretrais e alergias. · Algúria: dor ao urinar. · Urgência: necessidade súbita e imperiosa de urinar. · Hesitação: intervalo maior para que apareça o jato urinário, exigindo esforço maior. Causa: obstrução do trato de saída da bexiga. · Nictúria/Noctúria: necessidade de esvaziar a bexiga durante a noite. O normal é não urinar a noite ou no máximo uma vez. Causas: fase inicial de insuficiência renal crônica, ICC, insuficiência hepática – retenção de líquidos nos MMII durante o dia que retornam à noite para a corrente sanguínea -. · Retenção urinária: incapacidade de esvaziar a bexiga, apesar dos rins estarem produzindo urina normalmente e o indivíduo sentir o desejo de esvaziá-la. Causas: obstrução, bexiga neurogênica. · Incontinência urinária: eliminação involuntária de urina, normal em crianças até 1 ano e meio. Causas: bexiga neurogênica, cistites, hipertrofia prostática, por transbordamento, no diabetes mellitus por alteração do neurônio motor aferente. Alterações da cor e aspecto urinário · Normal: urina transparente, com tonalidade amarelo claro/escuro. · Urina avermelhada: · Hematúria: sangue da urina. Pode ser macro ou microscópica. 1cm3 de sangue em 1.500ml de urina = macroscópica. Se quantidade maior é hematúria franca, e se for de grande porte com a presença de coágulos é hematúria maciça. · Hematúria total: urina uniformemente tingida de sangue origem renal, ureteral ou parede vesical. · Hematúria inicial ou terminal colo vesical, uretra posterior ou próstata. · Hemoglobinúria: hemoglobina livre na urina por crises de hemólise intravascular como na malária, leptospirose, transfusão incompatível. · Mioglobinúria: destruição muscular maciça por traumas, queimaduras, exercício intenso, convulsão. · Porfirinúria: eliminação de porfirinas, que produzem coloração vermelho-vinhosas horas após a micção. · Urina turva: · Depósito esbranquiçado, com odor desagradável (infecção). · Piúria: grande quantidade leucócitos na urina. · Cilindros leucocitários no sedimento urinário infecção renal e de vias urinárias altas (pielonefrite). · Obstrução dos ductos linfáticos gera Quilúria: coloração esbranquiçada e opalescente. Causas: filariose, tuberculose, câncer. · Urina com aumento de espuma: · Eliminação aumentada de proteínas proteinúria. · Causas: glomerulonefrite, nefropatia diabética, nefrites intersticiais. · Mau cheiro: · Odor característico: decorrente da amônia. · Fetidez indica processo infeccioso com pus e/ou degradação de substância orgânicas. Dor lombar e no flanco · Geralmente, se manifesta entre a 12ª costela e crista ilíaca. Pode ocorrer irradiação anterior. · Causa da dor: distensão da cápsula de Gerota. · Sensação profunda, pesada, de intensidade variável, fixa e persistente, que piora com a posição ereta e se agrava no fim do dia. Geralmente, não se associa a náuseas e vômitos. · Causas da distensão da cápsula de Gerota: síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda, nefrite intersticial, pielonefrite. Cólica nefrética ou renal · Dor recorrente da obstrução do trato urinário, com dilatação súbita da pelve renal ou do ureter, com contrações de sua musculatura lisa. · Inicia-se com desconforto em região lombar, irradiando vagamente para quadrante inferior do abdome. Rapidamente, evolui para dor lancinante, de grande intensidade, com mal-estar geral, inquietude, sudorese, náuseas e vômitos. · Em cólica, com fases de espasmos dolorosos que podem duras vários minutos, seguindo-se de alívio, geralmente incompleto. · O desaparecimento é súbito, ocasionado pela resolução natural (importante no diagnóstico diferencial). Dor hipogástrica ou vesical · Originada no corpo da bexiga – supra púbica. · Caso ocorra irritação do trígono/colo vesical: irradia-se para uretra e meato externo sensação de queimação. · Retenção urinária completa aguda: Bexigoma – dor supra púbica intensa e intenso desejo de urinar. Tenesmo vesical ou estrangúria · Emissão lenta e dolorosa de urina, decorrente de espasmos da musculatura do trígono e colo vesical, perceptível quando há inflamação vesical intensa. Edema · Fisiopatologia: · Aumento da pressão hidrostática capilar. · Diminuição da pressão oncótica. · Aumento da permeabilidade capilar. · Avaliar: tempo de duração, localização, distribuição, intensidade, consistência, elasticidade, temperatura, sensibilidade e outras alterações cutâneas. · Causas comuns: glomerulonefrite, síndrome nefrótica, insuficiência renal aguda/crônica. Febre e calafrios · Infecções agudas: febre elevada. · Infecções crônicas: febre discreta, calafrios. · Febre intermitente pode ser a única manifestação de Adenocarcinoma renal. Exame físico · Rins: · Inspeção de abdome, flancos e dorso. Palpação e compressão dos ângulos costovertebrais. Manobra de Giordano. · Ureteres: · Palpação profunda dos pontos ureterais. · Bexiga: · Inspeção, palpação e percussão. · Próstata: · Toque retal. Exames complementares Exame simples de urina · Avalia: densidade, ph, proteínas, glicose, cetonas, urobilogênio, nitrito, sedimento, hemácias, leucócitos, células epiteliais, bactérias e fungos, cristais e cilindros. · Obs: proteinúria quantitativa. · Falha glomerular: aumento da permeabilidade glomerular. · Falha tubular: incapacidade do túbulo proximal de reabsorver proteínas normalmente filtradas. · Falha na metabolização: produção excessiva de proteínas de baixo peso que atravessam a membrana glomerular. Função renal · Uréia: 18 e 45mg/dl. · Formada no fígado. Aumenta em dietas ricas em proteínas ou estado de catabolismo e diminui em desnutrição e insuficiência hepática. · Creatinina: 0,6 a 1,2 mg/dl. · Produzida pela degradação muscular. · Obs: clearance de creatinina melhor marcador da taxa de filtração e função renal. Bacterioscopia · Microscopia: exame urina a fresco no microscópio. · Cultura: coleta estéril, inocula-se a urina em meio de cultura apropriado. · 100.000 UFC: exame positivo. Exames de imagem · USG: depende do biótipo do paciente. · RX: pouco utilizado. · TC: padrão ouro. · RNM: estenoses ou obstruções ureterais. · Urografia excretora: baseia-se na capacidade renal de filtrar e concentrar o contraste. (Foi substituída pela TC e RNM). · Biópsia: ótima para elucidação de doenças parenquimatosas. Contraindicada em casos de Rim solitário, HAS não controlada, hidronefrose, neoplasias. · Endoscopia: realiza biópsias, retirada de cálculos ureterais e tratamento de estenose uretral.Doenças renais Síndrome nefrítica · Processo inflamatório capilar glomerular. · Ocorre disfunção renal abrupta, hematúria, cilindros hemáticos, edema, HAS, Oligúria e proteinúria. · Glomerulonefrite aguda: · QD: urina escura, HAS, edema (generalizado, mais intenso pela manhã periorbitário e ao final do dia em MMII), uremia, cilindros hemáticos, proteinúria. · Causas: infecções bacterianas, lúpus, deposição de imunocomplexos, lesão da membrana por AC. · Recuperação em semanas. · Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica: · Crianças de 2-6 anos. · Cepas nefritogênicas de estreptos beta-hemolíticos do grupo A causam reação inflamatória nos glomérulos, com formação e deposição de imunocomplexos. · QD: hematúria e edema periorbitário 1 – 3 semanas após a infecção estreptocócica da garganta e pele. · Ocorre leucocitúria, cilindros hialinos e granulosos, proteinúria, elevação da uréia e creatinina. · Glomerulonefrite rapidamente progressiva: · Perda rápida da função renal, Oligúria/Anúria, hematúria, cilindros hemáticos e proteinúria. · AP: proliferação de células epiteliais com fibrina, polimorfonucleares e monócitos no espaço de Bowman, com formato de meia-lua crescentes em mais de 50% dos glomérulos renais. · Causas: pós-infecciosa, lúpus. · Glomerulonefrite crônica: · Modo insidioso. (Com episódios de síndrome nefrótica) · Pode estar associada a HAS e edema discreto. · Ocorre elevação da ureia e creatinina, proteinúria, hematúria Síndrome nefrótica · Proteinúria, hipoalbuminemia e edema (generalizado, anasarca e ascite). · Ocorre alteração da permeabilidade da membrana basal glomerular = perda de proteína. · Ocorre Hipercolesterolemia por aumento da síntese hepática e diminuição de seu catabolismo. · Causas primárias e secundárias. Insuficiência renal aguda · Mais comum de origem pré-renal, por hipoperfusão. · Ocorre acúmulo de escorias nitrogenadas, incapacidade de manter o equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-base, acompanhado, ou não, da redução da diurese. Insuficiência renal crônica · É mais variável, de acordo com a fase da doença, a funcionalidade renal e o grau de descompensação. · Ocorre lesão do parênquima renal, com ou sem diminuição da filtração glomerular ou filtração glomerular < 60ml/min, com ou sem lesão renal, por 3 meses. · Causas: DM, HAS, glomerulonefrite crônica, obstrução. · QC varia com estágios: desde assintomáticos à síndrome urêmica. · Pode ocorrer: anemia, elevação da uréia, creatinina e ácido, sódio baixo, potássio elevado e hipocalcemia. Infecção urinária · Pode ser alta (rins e pelve renal) ou baixa (bexiga, uretra e próstata). · Pielonefrite: febre, dor lombar, calafrios. · Cistite: disúria, polaciúria, estrangúria. Litíase renal · Acomete 12% da população mundial. · Possui manifestações variáveis dependente do tamanho, localização, formato e número de cálculos. · Litíase renal: destruição do parênquima. · Litíase vesical: interrupção súbita do jato e cistite de repetição. · Dor em pontos de estenose: JUP, JUV, Uretra. Neoplasias · 2 a 3% de todos os tumores malignos. · Adenoma renal: benigna mais comum: assintomático. · Adenocarcinoma: acomete mais adultos homens, acarretando hematúria, dor no abdome e flancos, febre alta, fadiga e emagrecimento. · Nefroblastomas ou TU de Wilms: acomente principalmente crianças menores de 6 anos. Observa-se uma massa palpável, emagrecimento, anorexia, hematúria, anemia, febre e HAS.
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