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Extensão Universitária
Ações e perspectivas
Luttgardes de Oliveira Neto
Marcelo Carbone Carneiro
Paulo Noronha Lisboa Filho
OrgaNizadOrEs
Luttgardes de O
liveira N
eto
M
arcelo Carbone Carneiro
Paulo N
oronha Lisboa Filho (O
rgs.)
autores
ana Paula de oliveira
Beatriz Heloisa Leopoldo santiago
Carlo José Napolitano
Cássia Leticia Carrara Domiciano
Débora ap. Brombine Freitas
Dorival rossi
eliane Patrícia Grandini serrano 
eliza Bachega Casadei
ellen Cristina Nascimento
Érika de Moraes
Fausto orsi Medola
Fernanda Henriques
Guilherme Lopes teixeira
Guiomar Josefina Biondo
Ingo Cescatto Germe
Joedy Luciana Barros Marins Bamonte
Juliana soares
Laís alves Prates
Laura Moreira Borelli
Lucas Braga Carani
Lucilene dos santos Gonzales
Luis Carlos Paschoarelli
Lurian Dionizio Mendonça
Maria Luiza Calim de Carvalho Costa 
Maria teresa Zampieri
Mariana Cintra elias
Mirela riquena De Giuli 
Mônica Moura
Naiara aparecida alves teixeira
Natalia tomazela
Nilson Ghirardello
olga Maria Piazentin rolim rodrigues
osmar Vicente rodrigues
raquel Cabral
regiane Máximo de souza
regilene a. sarzi-ribeiro
renata Calonego
rosani de Castro
roseane andrelo
silvana aparecida alves
sueli Liberatti Javaroni
taynaraFerrarezi
Thaís Deloroso reis
Thiago teixeira de Castro Piovan
tomás Queiroz Ferreira Barata 
Vera Lúcia Messias Fialho Capellini
Verônica sales Pereira
Vitória alves sá
Com este livro as vice-direto-
rias das unidades do câmpus da 
Unesp de Bauru se mantêm no 
objetivo de divulgar as ativida-
des de extensão que vêm sendo 
desenvolvidas por docentes, ser-
vidores e discentes. esta parceria 
colaborativa continua a reunir 
outros projetos em grupos temá-
ticos, colaborando com sua visi-
bilidade e mostrando a diversi-
dade de abordagens nestas ações 
extensionistas. Concluímos com 
êxito mais este passo, que enten-
demos como um dos caminhos 
de articulação entre a Unesp e 
a Comunidade de Bauru e região.
As atividades de extensão da Unesp, identificadas como atividades-fim e 
indissociáveis às de ensino e de pesquisa são uma referência importante no 
contexto do ensino universitário paulista. englobando ações nas diversas 
áreas do conhecimento e sendo elaboradas pelas comunidades universi-
tárias em todas Unidades da Unesp, vinculam diretamente os conheci-
mentos desenvolvidos por seus atores à divulgação e à articulação junto 
à comunidade externa. no câmpus de Bauru, com as três Unidades in-
corporando mais de uma centena de projetos de extensão universitária, 
a diversidade de temas abordados e aplicados prescinde de um espaço de 
divulgação mais evidente e permanente. esta publicação segue na intenção 
de estabelecer este espaço, organizando 19 trabalhos desenvolvidos pela 
comunidade deste câmpus em temáticas que vão desde artes e design, co-
municação e cooperação, propostas na área de educação, de formação con-
tinuada e de altas habilidades. Desta maneira, os vice-diretores do câmpus 
da Unesp de Bauru se reuniram novamente no esforço de dar continui-
dade na divulgação e discussão de ações extensionistas e das perspectivas 
de consolidação e ampliação destes projetos.
Extensão
Universitária
Ações e perspectivas
Extensão
Universitária
Ações e perspectivas
Luttgardes de Oliveira Neto
Marcelo Carbone Carneiro
Paulo Noronha Lisboa Filho
OrgaNizadOrEs
Extensão
Universitária
Ações e perspectivas
Extensão universitária: ações e perspectivas / Luttgardes de Oliveira 
Neto, Marcelo Carbone Carneiro e Paulo Noronha Lisboa Filho 
(organizadores). – São Paulo : Cultura Acadêmica, 2016
313 p. : il. 
ISBN 978-85-7983-739-5
Inclui bibliografia
 
1. Extensão universitária 2. Projetos de Extensão. 3. Sociedade e 
universidade. I. Oliveira Neto, Luttgardes de. II. Carneiro, Marcelo Car-
bone. III. Lisboa Filho, Paulo Noronha. 
378
E96
Comissão Editorial e Científica:
Ana Beatriz Lopes de Sousa Jabbour (FEB)
Carlo José Napolitano (FAAC)
Christiane Carrijo Eckhardt Mouammar (FC)
João José Caluzi (FC)
Loriza Lacerda de Almeida (FAAC)
Luiz Gonçalves Junior (FEB)
Mara do Carmo Monteiro Kobayashi (FC)
Obede Borges Faria (FEB)
Renata Cardoso Magagnin (FAAC)
Copyright © Luttgardes de Oliveira Neto, Marcelo Carbone Carneiro & Paulo Noronha Lisboa Filho, 2016
Cultura Acadêmica / Editora UNESP
Praça da Sé, 108
01001-900 – São Paulo - SP
www.editoraunesp.com.br
feu@editora.unesp.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
PARTE I 
ARTE, UNIVERSIDADE E SOCIEDADE
CAPíTUlO 01
GRUPO GUILHERMINOS DE TEATRO DA UNESP/BAURU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Regiane Máximo de Souza
CAPíTUlO 02
AO VIVO E EM CORES DEDICAÇÃO PARA INSPIRAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Mariana Cintra Elias
Thiago Teixeira de Castro Piovan
CAPíTUlO 03
PÓLO BAURU FAAC/UNESP – REDE ARTE NA ESCOLA: 
FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Maria Luiza Calim de Carvalho Costa 
Eliane PatriciaGrandini Serrano 
Guiomar Josefina Biondo
Regilene A. Sarzi-Ribeiro
CAPíTUlO 04
ENCONTRANDO A ARTE NAÏVE NA UNIVERSIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Ellen Cristina Nascimento
Joedy Luciana Barros Marins Bamonte
Nilson Ghirardello
PARTE II
COMUNICAÇÃO E SOCIEDADE
CAPíTUlO 05
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE NO CÂMPUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Beatriz Heloisa Leopoldo Santiago
Lucas Braga Carani
Rosani de Castro
CAPíTUlO 06
COMUNICA EDUCAÇÃO: EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO DE 
COMPETÊNCIA COMUNICACIONAL E LITERACIA DIGITAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Roseane Andrelo
Renata Calonego
Naiara Aparecida Alves Teixeira
CAPíTUlO 07
WEBJORNAL MUNDO DIGITAL: INSERÇÃO PROFISSIONAL, PRODUÇÃO DE 
CONTEÚDO E CRÍTICA DAS PRÁTICAS JORNALÍSTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105
Eliza Bachega Casadei
CAPíTUlO 08
MINUTO CIDADANIA: VOCÊ TEM O DIREITO DE SABER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Carlo José Napolitano
Lucilene dos Santos Gonzales
Verônica Sales Pereira
CAPíTUlO 09
FAAC AGÊNCIA DE NOTÍCIAS E ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E 
IMPRENSA (ACI) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .127
Érika de Moraes
Raquel Cabral 
PARTE III
DESIGN, ARQUITETURA E SOCIEDADE
CAPíTUlO 10
CADEP – CENTRO AVANÇADO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS . . . . . . . . .139
Osmar Vicente Rodrigues
CAPíTUlO 11
MUDA DESIGN – DESENVOLVIMENTO DE PROJETO E PRODUÇÃO DE 
MOBILIÁRIO URBANO COM DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .157
Tomás Queiroz Ferreira Barata 
Mirela Riquena De Giuli, Ingo Cescatto Germe
Natalia Tomazela
CAPíTUlO 12
DOS FIOS À TESSITURA NA CONSTRUÇÃO DE UMA REDE INTERDISCIPLINAR: 
UM RELATO SOBRE A EXTENSÃO EM DESIGN NA FAAC/UNESP . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Mônica Moura
CAPíTUlO 13
LABORATÓRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO INKY DESIGN: ESPAÇO DE 
CONVERGÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
Cássia Leticia Carrara Domiciano
Fernanda Henriques
CAPíTUlO 14
SAGUI LAB – LABORATÓRIO DE CO-CRIAÇÃOE ESPAÇO MAKER. . . . . . . . . . . . . . . .201
Dorival Rossi
CAPíTUlO 15
ATIVIDADES DE EXTENSÃO APLICADAS À HABITAÇÃO DE 
INTERESSE SOCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .221
Silvana Aparecida Alves
CAPíTUlO 16
DESIGN E DEFICIÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . .241
Thaís Deloroso Reis
Fausto Orsi Medola
Luis Carlos Paschoarelli
PARTE IV
EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
CAPíTUlO 17
UMA PROPOSTA DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR DE ALUNOS COM 
ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .255
Vera Lúcia Messias FialhoCapellini
Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues
Ana Paula de Oliveira
Laura Moreira Borelli
Lurian Dionizio Mendonça
CAPíTUlO 18
TIC E PROFESSORES DE MATEMÁTICA: CURSOS DE EXTENSÃO 
UNIVERSITÁRIA NA FORMAÇÃO CONTINUADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .279
Maria Teresa Zampieri
Sueli Liberatti Javaroni
CAPíTUlO 19
A INCUBADORA DE COOPERATIVAS POPULARES DA UNESP BAURU (INCOP) . . .299
Raquel Cabral
Débora Aparecida Brombine Freitas
Guilherme Lopes Teixeira
Juliana Soares
Laís Alves Prates
Taynara Ferrarezi
Vitória Alves Sá
9Extensão Universitária: ações e perspectivas
apresentação
Extensão Universitária
LuttgArdes de OLiveirA NetO1
MArceLO cArbONe cArNeirO2
PAuLO NOrONhA LisbOA FiLhO3
A Extensão Universitária desenvolvida no Câmpus de Bauru é um cami-
nho bastante interessante e potencializador de articulação do conhecimento 
produzido com a Sociedade e um elemento constitutivo da universidade que 
deve ser cada vez mais evidenciado.
Um dos pilares das atividades-fim, a Extensão Universitária significa a 
necessária relação do saber universitário com a Sociedade.
As ações extensionistas estão ligadas ao Ensino e à Pesquisa, na tão pro-
palada indissociabilidade entre ENSINO-PESQUISA-EXTENSĀO.
A relação entre estas três dimensões é certamente dialética, uma relacio-
na-se com a outra de tal forma que não existe extensão sem pesquisa (conhe-
cimento), todo conhecimento científico busca a constituição/construção de 
um campo (como desenvolvido por Bourdieu), de um coletivo de pensamen-
to (Fleck), de uma prática científica paradigmática (Kuhn), entre outros au-
tores do século XX que pensaram o conhecimento científico, e que necessita 
uma educação científica (Ensino).
Dessa forma, pesquisar é ensinar, ensinar o conhecimento científico/
artístico/cultural/humanístico é contribuir para a formação da sociedade.
Não obstante, a despeito da relação dialética e indissociável, o conceito 
deve ser pensado nas suas transgressões e dialética e, também, nas suas ca-
racterísticas próprias. 
1 Professor Adjunto, Vice-Diretor da Faculdade de Engenharia da UNESP – Bauru.
2 Professor Adjunto, Vice-Diretor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da 
UNESP – Bauru
3 Professor Adjunto, Vice-Diretor da Faculdade de Ciências da UNESP – Bauru.
10 Extensão Universitária: ações e perspectivas
O que é Extensāo Universitária?
Toda ação (transformadora/dialética/dinâmica) de produção do conhe-
cimento que está diretamente relacionada com a sociedade.
O conceito de Extensão Universitária exige de nós reflexões para valori-
zarmos nossas ações.
Este livro é uma oportunidade de discutirmos nossos projetos, diversi-
dade de temas e ações na busca de uma universidade que esteja comprome-
tida com a sociedade.
A Extensão não pode desconsiderar este elemento constitutivo, qual seja: 
de ações transformadoras/dialéticas da sociedade.
Uma boa leitura!
parte I 
aRtE, UnIvERSIdadE E 
SOcIEdadE
13Extensão Universitária: ações e perspectivas
1
Grupo Guilherminos de Teatro 
da UNESP/Bauru
REGIANE MÁXIMO DE SOUZA
Introdução
O teatro é uma arte, ele se associa à história do homem e à própria his-
tória da comunicação humana envolvendo literatura e encenação. Sua pre-
sença é percebida desde a Antiguidade Clássica, no decorrer dos períodos de 
descobertas e catequeses, com os missionários jesuítas, até os dias atuais. O 
teatro continua causando encantamento e, por isso, concretizando de ma-
neira única o aprendizado, seja de ordem informativa ou cultural. (MIRAN-
DA et. al. 2009). Segundo NAZARETH (2009),
A arte é libertária e o teatro é, sem dúvida, das Artes, expressão liber-
tária por excelência. A possibilidade de “re-viver” sentimentos e situ-
ações sem barreiras de tempo e espaço, de presenciar fatos de verda-
de ocorridos ou apenas existentes no imaginário do autor, possibilita 
resgate do indivíduo e da sociedade. (apud MIRANDA 2009, p.172).
A experiência exposta por Dominguez (1978) sugere a figura do profes-
sor como mediador da tarefa, auxiliando os alunos na resolução dos confli-
tos que eles não saibam superar, à medida em que forem aparecendo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN Artes destacam os bene-
fícios dessa arte para o desempenho pessoal e profissional dos estudantes, 
afirmando que:
14 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Ao participar de atividades teatrais, o indivíduo tem a oportunidade 
de se desenvolver dentro de um determinado grupo social de manei-
ra responsável, legitimando os seus direitos dentro desse contexto, 
estabelecendo relações entre o individual e o coletivo, aprendendo a 
ouvir, a acolher e a ordenar opiniões, respeitando as diferentes ma-
nifestações, com a finalidade de organizar a expressão de um grupo 
(BRASIL, 1997, p. 83).
O teatro configura-se em instrumento eficaz de intervenção social e de 
educação em saúde (GARDAIR, 2009). Além disso, a encenação ultrapassa 
a atividade de descontração e humor para enfatizar a reflexão, conseguindo, 
não raramente, romper estigmas impostos pela sociedade (NAZIMA et al., 
2008). O desafio de abordar a reflexão sobre temas presentes na atualidade, 
como o uso de álcool e drogas, exige uma adequação da comunicação ao 
público-alvo. Uma possibilidade é comunicar-se por meio da narrativa cêni-
ca e da linguagem lúdica (PRATTA; SANTOS, 2009).
Rodrigues et. al. (2012) descreve a experiência do Loucultura, que se ca-
racteriza como um grupo de Teatro Universitário itinerante e amador. O 
trabalho concluiu que as ações de educação em saúde, quando aliadas às 
práticas de ensino dinâmicas e inovadoras como o teatro universitário, con-
tribuem positivamente para a formação interdisciplinar.
Para os que frequentam um curso de teatro há várias formas de se be-
neficiar com a atividade, como: melhorar a auto estima, a timidez, aprimora 
a habilidade de relacionar-se com os outros, autoconhecimento, desenvolve 
consciência corporal e coordenação motora, ensina a trabalhar em grupo, 
desenvolve habilidades cognitivas como memória e raciocínio, expande o 
repertório cultural, melhora a capacidade de concentração e o constante 
exercício de memorização, ajudam na avaliação em relação ao desempenho 
escolar, propiciam o contato com estímulos sensíveis e fazem com que o ima-
ginário não tenha limites, recriando mundos e relações por meio do teatro.
O projeto “Grupo Guilherminos de Teatro”, incentivado e coordenado 
pela Profa. Dra. Regiane Máximo de Souza, com participação dos profes-
sores voluntários Vagner Clemente Junior e Marcelo Laurisson Aparecido 
Atoji, tendo público alvo os Unespianos. Tem tido o apoio da Rede Viva Me-
lhor, um programa criado com apoio da Vice-Reitora da UNESP e iniciado 
15Extensão Universitária: ações e perspectivas
em 2014, tendo como objetivo propiciar, por meio da vivência teatral e de 
todos os benefícios que essa arte carrega, a socialização e integração dos par-
ticipantes, uma vez que o projeto é aberto a todos os alunos, funcionários e 
docentes do câmpus. 
Estratégia metodológica 
Os exercícios teatrais devem ter o intuito de facilitar e instigar o reco-
nhecimento individual, grupal e espacial, o entrosamento dos participantes, 
a disciplina e responsabilidade com o trabalho realizado, a memória, o apri-
moramento do poder de concentração, a confiança mútua, a cumplicidade 
do jogo cênico e o aquecimento preparatório para cena (UERN, acessado em 
07/03/2015). 
O teatro é visto como um organismo vivo norteado por uma arte cons-
truída de seres culturais, temporais e de diferentes opiniões.Sendo assim, 
a descrição de um manual ou de um método único e fixo é praticamente 
impossível. Dessa forma, sugere-se então a união de experiências e informa-
ções, de modo dialogado, expositivo e prático.
Para criar a compreensão do fazer teatral, é da união do grupo, da busca, 
e interação entre os mesmos que o teatro se faz presente. O método aqui deve 
ser visto como um processo ou caminho, que é compreendido desde o pri-
meiro encontrodo grupo, onde o “resultado final” é um reflexo do percurso 
e está diretamente ligado à amplitude, à espontaneidade e ao crescimento 
orgânico, bem como a resposta do grupo às necessidades encontradas du-
rante todo o projeto. 
Atividades desenvolvidas e avaliação
Foram desenvolvidas ao longo de 2014 várias atividades que envolve-
ram improvisação, interpretação, socialização, expressão corporal e vocal. 
A ideia de explorar a possibilidade de entrega de cada integrante do grupo 
foi o foco dentro das atividades desenvolvidas, cada um deles possui uma 
16 Extensão Universitária: ações e perspectivas
memória corporal, uma vida, culturas diferentes e poder habituar cada uma 
dessas experiências dentro do meio cênico se torna o desafio.
Por meio do trabalho com a improvisação, traçando uma linha do iní-
cio do trabalho para o momento do início é possível dizer que cada cena se 
tornava uma obra única.Mesmo com a falta de noções básicas de cena quan-
do iniciamos as atividades sempre foram executadas com notável energia e 
vontade de integrante do grupo. Com o desenvolver das aulas a motivação 
se tornava cada vez mais intensa com novas possibilidades de cenas, refle-
xões maiores sobre os exercícios desenvolvidos e uma exploração maior do 
espaço. Além de bons resultados obtidos em trabalho cênico foram conquis-
tados resultados no âmbito social do grupo a exemplo de novas amizades, 
eloqüência; é importante notar que houve superação de barreiras, como por 
exemplo, a timidez no discurso.
Dentre o trabalho cênico, além de ensaios de cena tem-se o corpo, a prin-
cipal ferramenta do ator. Muitos membros possuem rotinas diferentes que 
por muitas vezes eram mantidas por algum tempo. A investigação corpórea 
toma espaço quando, por meio de toda a energia oferecida, existe a compre-
ensão do respirar e do observar. Passa-se a entender que postura e tensão 
viriam prejudicar ou ajudar em cena; como resultado fora do processo em 
aula se enxergava nítida a melhora em seus corpos, um respirar diferente, 
um entender não só a cena mas o mundo com uma nova visão.
O grupo se reunia aos domingos das 14h às 18h com regularidade no 
primeiro semestre de 2014, a menos dos feriados prolongados durante dos 
finais de semana. Durante o período de greve das Universidades Estaduais 
Paulistas as atividades foram suspensas, em 22 de maio de 2014, e retomadas 
assim que as aulas foram retomadas, em 22 de setembro 2014. Durante os 
últimos três meses do ano o grupo retornou a sua rotina de atividades, sem 
uma peça de teatro definida por conta do longo período sem atividades.
Ao longo de todo o trabalho foram desenvolvidas várias atividades que 
proporcionaram ao grupo a vivência teatral dentro de um contexto que 
abrangeu não só o artístico como também o social. Cada da atividade foi 
direcionada em determinado foco como, por exemplo, expressividade, foco, 
dicção. 
A seguir, são descritas duas dessas atividades: jogos de improvisação e 
trabalhos de percepção do corpo.
17Extensão Universitária: ações e perspectivas
Os jogos de improvisação
Dentro dos jogos de improvisação levamos em conta um pouco de todas 
essas características do viver cênico acima citadas pois os alunos contavam 
com seus próprios repertórios e sua capacidade de jogar com o companheiro 
do grupo, explorar mais as potencialidades, a condição de se entregar para 
a proposta e a questão do socializar, do trabalho em grupo foram nossos 
objetivos dentro cada dos jogos, os alunos ao começo partiam sempre para 
o cômico, para as histórias non sense mas com os estímulos cada vez mais 
aprofundados ao passar das atividades obtivemos execuções de cenas mais 
elaboradas que proporcionavam um cunho de reflexão maior e o sentimento 
de satisfação de um bom trabalho. 
Os trabalhos de percepção do corpo
Como ferramenta principal de trabalho do ator para comunicação temos 
o corpo, o ator não deixa de ser ator quando sai de cena de forma que a ques-
tão de sua consciência corporal continua a mesma no seu cotidiano tanto 
como se estivesse em seu oficio, o que se torna benéfico para ele quando se 
trata de aspectos relacionados à sua saúde. Por meio de atividades que envol-
viam a percepção do corpo, foram feitas atividades de aceleração e desacele-
ração e respiração que proporcionaram uma experiência de descobrimento 
sobre o próprio corpo. Isso foi comprovado por meio de alguns relatos sobre 
o ganho do andar e respirar com mais qualidade, resultado das atividades 
com o teatro a qual os participantes nunca haviam percebido.
Alguns participantes trouxeram relatos atestando uma compreensão 
maior de si mesmo após o início de seus processos pessoais. A seguir desta-
camos alguns depoimentos do grupo e dos professores envolvidos no proje-
to, onde comentam sobre o envolvimento do grupo e a contribuição para o 
seu desenvolvimento humano e perspectivas futuras.
Minha experiência com o grupo de teatro Guilherminos foi muito 
gratificante e nostálgica! Fiz teatro durante dois anos quando estava 
estudando no Ensino Médio e sempre dei falta de retomar atividades, 
exercícios e ensaios do gênero no período em que fiquei na faculdade. 
18 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Com o surgimento desse grupo, logo me empolguei. A abertura de 
todos os envolvidos em engrandecer a experiência na área foi fantás-
tica, gerando um belo entrosamento da turma em pouco tempo. A 
abrangência de temas e direcionamentos na questão cênica foi envol-
vente, pois pudemos desfrutar de encontros que se voltavam tanto a 
questão teórica até a prática. Falando na prática, a variedade de exer-
cícios e ensaios agradou, estimulando o improviso, a movimentação, 
a respiração, o alongamento, a estrutura de cena, o tom da fala, a 
assimilação do texto e muito mais. A ideia do projeto era se desenvol-
ver o bastante para intercalar todas essas atividades com a produção 
de uma peça de longa duração. Essa ideia ainda me empolga muito, 
mas pelos imprevistos gerados pela greve de 2014 isso não pode se 
concretizar. Ainda.
É com enorme prazer que falo sobre o início do “Grupo Guilhermi-
nos” de teatro da UNESP Bauru. Desde que entrei na faculdade de 
engenharia, no ano de 2011, sentia falta e necessidade deste espaço 
de inserção cultural dentro do câmpus. Esse ano tivemos a sorte de 
juntar uma galera com essa mesma vontade, além do carinho e boa 
vontade de nossos professores Vagner e Marcelo. Os encontros aos 
domingos eram esperados ansiosamente, e sempre atingiam as ex-
pectativas: repletos de aprendizado, autoconhecimento, diversão e 
integração com outros alunos do câmpus, de cursos diferentes ao 
meu. Infelizmente, pelas circunstâncias geradas em função da greve, 
ainda não conseguimos montar nenhuma apresentação. Mas vontade 
para que isso aconteça em 2015 não falta!
O projeto de teatro da UNESP em Bauru, hoje nomeado “Grupo Gui-
lherminos de Teatro”, tem sido uma experiência enriquecedora. As 
reuniões semanais no Anfiteatro Guilherme R. Ferraz, vulgo Gui-
lhermão, possibilitaram a minha aproximação das artes teatrais, não 
só como canal de entretenimento, mas também como ferramenta de 
desenvolvimento pessoal. 
A iniciativa dos alunos foi primordial para o início das atividades e 
para a continuidade das mesmas. O esforço de cada participante para 
estar presente nos encontros, mesmo em meio às atribuições cotidia-
19Extensão Universitária: ações e perspectivas
nas, e a atenção e cuidado com que estes participam dos exercícios 
propostos indica que a experiência tem funcionado. 
Em especial, ressalto e agradeço a participação dos nossos colegas 
e mestres do tablado Vagner Clemente e Marcelo Corleone, sem os 
quais nossos domingos seriam vazios.
Participar das aulas de teatro foi uma experiência muito rica. Pude 
entrar em contato com pessoas de outros cursos da UNESP, integrar 
e ver olhares diferentes. No exercício de aula, pude desenvolver mi-
nha auto expressão, bem como o trabalho em grupo. Pude desenvol-
ver uma maneira de comunicação que nãoé a que aprendo na sala 
de aula. A orientação dos professores foi bem importante para que o 
grupo pudesse se firmar e se articular. Espero que em 2015 possamos 
dar continuidade com as aulas.
Minha experiência no teatro foi muito feliz e foi uma retomada, já 
que fiz teatro antes de começar a faculdade. O projeto promoveu 
a integração entre pessoas de cursos diferentes, fazendo com que 
compartilhássemos experiências através do teatro. Além disso, para 
as pessoas que não tinham feito teatro antes, o projeto contribuiu 
para que os alunos melhorassem seu modo de lidar com o público 
e com as próprias apresentações de trabalhos acadêmicos, ajudan-
do na diminuição do nervosismo e da timidez. A única dificuldade 
que presenciei foi a dificuldade de horários compatíveis entre alunos 
para realização das aulas, dificuldade que foi resolvida comas aulas 
de domingos.
Participar do grupo nesse primeiro ano foi muito legal. Conheci pes-
soas legais e pude me socializar com elas de um modo divertido e 
diferente. Adorei as atividades! Espero poder participar de mais aulas 
este ano! Obrigado Vagner e Marcelo pela atenção e dedicação com 
o grupo!
O grupo foi minha primeira experiência com teatro, salvo duas ofi-
cinas de um dia só que realizei anteriormente, e para mim foi gratifi-
20 Extensão Universitária: ações e perspectivas
cante perceber que eu faço parte de um grupo. Desde o primeiro ano 
da faculdade (atualmente estou no quarto) sinto falta de atividade 
teatral na UNESP e senti que o projeto supriu essa carência; o aspecto 
negativo foi em relação à greve e o conflito de horários entre as facul-
dades que pareceu dissolver o grupo por algum tempo. Os domingos 
que passei no curso foram muito bons, aprendendo a ter um contato 
melhor com o meu próprio corpo e com os outros, técnicas de respi-
ração e fala e executando jogos teatrais. Espero poder participar até o 
final do processo para apresentar uma peça.
 
Sempre gostei muito de teatro e já tinha tentado participar de grupos 
do gênero no ano passado. Quando cheguei na UNESP no início do 
ano passado não soube imediatamente do grupo e dos encontros no 
Guilhermão, mas assim que soube dos encontros me animei na hora 
e achei incrível que a UNESP oferecesse esse tipo de atividade gratui-
tamente no câmpus.
A vivencia nos encontros era muito divertida e harmoniosa, aprendi 
muito sobre meu próprio corpo e movimentos, sobre o que cada gesto 
diz e sobre o teatro em si. O grupo também me ajudou bastante na 
com minha timidez, nervosismo e dificuldade de falar em grupo, coi-
sa que hoje em dia eu já consigo dominar melhor o que me ajuda em 
apresentações de trabalhos entre outras atividades cotidianas.
Sempre me encantei com expressões corporais e poder viver persona-
gens, já que ter apenas uma vida as vezes parece pouco... Cresci numa 
cidade bem pequena, onde aulas de teatro nunca existiram. Quando 
ingressei na UNESP Bauru, muitas pessoas com interesses parecidos 
com os meus começaram a surgir na minha vida, me fizerem muito 
bem e me encantaram ainda mais por vidas, expressões e liberdade!
No momento em que fiquei sabendo da turma de teatro que o Dafae 
criaria, fiquei incrivelmente animada! Quando fui pela primeira vez, 
já me surpreendi com exercícios corporais que imediatamente fize-
ram com que eu sentisse melhor os movimentos do meu corpo e me-
lhoraram minhas expressões! No entanto, como o primeiro exercício 
de estar no palco interpretando um papel um papel ou criando uma 
história em grupo, entendi que eu era bem mais envergonhada do 
21Extensão Universitária: ações e perspectivas
que eu imaginada e fui tirada da minha zona de conforto totalmente! 
Trabalhar em grupo e ter medo de errar a minha parte, me fizeram 
parar pra pensar nas atividades coletivas e na dinâmica com as ou-
tras pessoas, algo que melhorei muito em pouco tempo de teatro! Ao 
insistir em ir e vendo a evolução dos colegas do grupo a cada aula 
exponencialmente, me animava cada vez mais!
Hoje me percebo bem menos tímida e sabendo lidar melhor com si-
tuações surpresa, tendo menos insegurança para expor minhas opi-
niões e me relacionando de forma mais divertida e dinâmica com as 
outras pessoas!
Sou muito agradecida ao teatro, pretendo continuar e espero crescer 
cada vez mais com o grupo!
Os professores Vagner e Marcelo nos introduziram, diversos exercícios 
excelentes para desinibição e outros incríveis para sentir a musculatura 
soltar o corpo! Sempre fazendo críticas para o crescimento do grupo! 
Temos um relacionamento muito legal, de grande aprendizado, mas de 
maneira mais horizontal, algo muito admirável, visto que professores 
normalmente não conseguem estabelecer qualquer outra relação com 
o aluno que não seja a hierárquica e sem tanta troca!
Logo fico muito feliz e realizada de fazer parte desse grupo e ter a 
oportunidade de aprender mais sobre teatro!
Os encontros do grupo tiveram início em 2014 com participantes bem 
heterogêneos, de diversos cursos, tanto da FAAC como da FEB. To-
das as decisões eram em conjunto, orientadas pelo Vagner Clemente 
e pelo Marcelo Atoji, o que era muito bom para o envolvimento dos 
participantes. Com o tempo o grupo foi ficando menor, frequentado 
por mais alunos da FAAC, dos cursos de design, RTV e arquitetura. 
As atividades foram muito boas para aprimorar nossa percepção em 
relação aos outros cursos: tanto para conhecer novas pessoas, como 
para conhecer essas novas realidades. 
Com a greve houve grande evasão por parte dos alunos que voltaram 
para suas respectivas cidades, e também pela falta do espaço, que não 
poderia ser reservado, uma vez que há grande controle docente do 
Guilhermão. 
22 Extensão Universitária: ações e perspectivas
No geral, sinto que poderia ter me desenvolvido mais, se tivéssemos 
aproveitado o ano de 2014 inteiro. Como grupo, percebo que houve 
grande entrosamento - por parte dos que iam com mais frequência-, 
e interesse nas artes cênicas, com que não temos contato direto na 
grade acadêmica. 
Por fim, entendo que o grupo tem muito potencial para continuar as 
atividades, de maneira séria e ao mesmo tempo descontraída. Foi um 
grande acréscimo para minhas experiências pessoas, principalmente 
por já ter certa ligação forte com o teatro e sentir falta de um curso 
da UNESP nessa área.
Bom, o ano que passei com esse grupo que se reuniu para fazer teatro 
foi uma experiência completamente nova. E o que mais me agradou 
foi a iniciativa de todos de mobilizarem um grupo para fazer arte, 
é realmente gratificante para nós, amantes da arte, ver esse tipo de 
atitude. Vi uma evolução muito grande em cada um, muitos deles 
têm talento, outros aprendem rápido, mas o mais importante a força 
de vontade os levaram longe.
As exigências da arte teatral nos levam a caminhos diferentes fazen-
do novas conexões despertando o conhecimento de uma forma pra-
tica, a busca pela criação e resolução de problemas dentro das ativi-
dades propostas de modo individual, coletivo e colaborativo, fornece 
potencial expressivo ao indivíduo, facilitando e criando pontes com 
o mundo real, levando o mesmo a reflexão e crescimento pessoal e 
interpessoal; pode-se dizer que além de desenvolver conceitos e habi-
lidades próprias do teatro, o fazer teatral nos permite uma percepção 
e uma compreensão maior da vida; e que é nessa arte milenar que 
nós podemos observar o desenvolvimento da humanidade dentro da 
história, no seu conceito filosófico, político e social.
Durante o desenvolvimento do projeto foi possível observar uma 
identificação dos alunos com o fazer teatral, ficou claro que ao longo 
desse tempo eles vivenciaram o teatro, trocaram experiências pes-
soais e criaram um laço de amizade, fortalecendo o lado humano; 
apesar de não realizarmos uma apresentação teatral, devido à greve, 
o trabalho não ficou prejudicado, é possível dizer que esse foi o pri-
23Extensão Universitária: ações e perspectivas
meiro passo do Grupo Guilheminos de Teatro, os debates ao fim de 
cada dia mostraramisso, o teatro vai muito além do palco, ele se fez 
presente no cotidiano, as atividades ajudaram de alguma forma no 
dia-a-dia de cada um.
 
Trabalhar com um grupo de alunos da UNESP tem sido uma expe-
riência gratificante para mim pois dentro de minha graduação bus-
co me aperfeiçoar como professor em teatro, um arte-educador. Ao 
começar o trabalho muitas coisas foram novas para mim, posso até 
dizer que todo esse tempo eles trazem o principal de se fazer arte “a 
troca”, no momento em que aprendo com eles e vejo resultado do que 
sinto só me vêm um sentimento de profunda felicidade e a motivação 
que preciso para poder me dedicar mais para a docência.
Pode-se observar nos comentários que Grupo Guilherminos de Teatro 
é uma experiência muito importante, como visto nas palavras dos alunos e 
professores. Gratificante, experiência fantástica, abrangência de temas, en-
volvente, variedade de exercícios, estimular o improviso, a movimentação, a 
respiração, o alongamento, a estrutura de cena, o tom da fala, a assimilação 
do texto, necessidade deste espaço de inserção cultural, aprendizado, auto-
conhecimento, diversão, integração, experiência enriquecedora, desenvolver 
a auto expressão bem como o trabalho em grupo, melhorar o modo de lidar 
com o público e com as próprias apresentações de trabalhos acadêmicos, 
ajuda na diminuição do nervosismo e da timidez, ajuda no nervosismo e di-
ficuldade de falar em grupo. Esses são os adjetivos que os alunos enfatizaram 
em sua fala para caracterizar o aprendizado que tiveram com o curso de tea-
tro. Alguns momentos das atividades que envolveram os participantes foram 
registrados conforme mostram as Figuras 1 e 2 em que podemos observar os 
participantes em cena em suas atividades.
24 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Figura 1: Atividade de encenação, os jogos de improvisação.
Figura 2: Atividade de encenação, os trabalhos de percepção do corpo.
Concluído o primeiro ano do projeto, apesar da interrupção das atividades 
do grupo, houve evidências, pelos relatos dos participantes, de que o Grupo 
Guilherminos de Teatro se mostrou uma ferramenta importante para a for-
mação e transformação humana dos participantes. Durante a fala dos partici-
pantes, as frases mais marcantes que mostraram o ganho das atividades sema-
25Extensão Universitária: ações e perspectivas
nais do Grupo Guilherminos de Teatro foram: “...gratificante e nostálgica...”; 
“...estimulando o improviso, a movimentação, a respiração, o alongamento, a 
estrutura de cena, o tom da fala, a assimilação do texto e muito mais...”; “...A 
ideia do projeto era se desenvolver o bastante para intercalar todas essas ativi-
dades com a produção de uma peça de longa duração. Essa ideia ainda me em-
polga muito, mas pelos imprevistos gerados pela greve de 2014 isso não pode 
se concretizar...”; “...aprendizado, autoconhecimento, diversão e integração...”; 
“...experiência enriquecedora...”; “....ferramenta de desenvolvimento pessoal...”; 
“...aprendendo a ter um contato melhor com o meu próprio corpo e com os 
outros, técnicas de respiração e fala e executando jogos teatrais...”; “...me per-
cebo bem menos tímida e sabendo lidar melhor com situações surpresa...”; “...
menos insegurança para expor minhas opiniões e me relacionando de forma 
mais divertida e dinâmica com as outras pessoas...”.
Considerações finais
O projeto nomeado “Grupo Guilherminos de Teatro”, iniciado em 2014 
com o objetivo de propiciar vivência teatral, aberto a todos os alunos, fun-
cionários e docentes do câmpus de Bauru. O projeto tem o apoio da Rede 
Viva Melhor, um programa apoiado pela Vice-Reitora da UNESP, que tem 
como objetivo propiciar a qualidade de vida dos Unespianos. Com os bons 
resultados percebidos pelos participantes e a ótima aceitação dos mesmos, o 
projeto foi reformulado e teve continuidade em 2015.
Durante o ano de 2015 o curso foi reformulado e espera-se que, com 
maior divulgação, consiga-se mais participantes e colaboradores multipro-
fissionais para o projeto, incluindo profissionais da área de Psicologia.
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais - Arte. Bra-
sília: MEC/SEF, 1997.
DOMINGUEZ J. A. Teatro e educação: uma pesquisa. Rio de Janeiro: Serviço Nacional do 
Teatro, 1978.
26 Extensão Universitária: ações e perspectivas
GARDAIR, T. L. C. Ciência, teatro e aprendizagem no desenvolvimento de eventos culturais. In: 
ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS - VII ENPEC, 7., 
2009, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2009. p. 1-10.
MIRANDA J. L., Elias R. C., Faria R. M., da Silva V. L., Felício W. A. S. TEATRO E A ESCOLA: 
funções, importâncias e práticas. Revista CEPPG , nº 20, 2009, p. 172 à 181.
NAZIMA, T. J. et al. Orientação em saúde por meio do teatro: um relato de experiência. Revista 
Gaúcha Enfermagem, Porto Alegre, v. 29, n. 1, p. 147-151, mar. 2008.
PRATTA, E. M. M.; SANTOS, M. A. Uso de drogas na família e a avaliação do relacionamento 
com os pais segundo adolescentes do ensino médio. Revista Psico, Porto Alegre, v. 40., n. 1, p. 
32-41, jan./mar. 2009.
RODRIGUES, S. B.; BOTTI, N. C. L.; MACHADO, J. S. A. Teatro universitário como estratégia 
de educação em saúde mental. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.3, p.118-126, 2012.
Disponível em: <<http://www.uern.br/controledepaginas/Conte%C3%BAdo%20para%20
M%C3%B3dulos/arquivos/2208dinamicas_(exercicios_de_grupo)_para_teatro.pdf>> acessa-
do em 07/03/2015)
Apêndice 
Depoimentos dos participantes do Grupo Guilherminos de Teatro: Gui-
lherme de Almeida Gonçalves, Comunicação Social: Radialismo; Manue-
la FranzinBassette, Engenharia Civil; William De Moura Mariano Orima, 
Comunicação Social: Jornalismo; Isabella M. Matos, Design; Laisla de Paula 
Rodrigues, Comunicação Social: Radialismo; Felipe Silva Jorge, Engenharia 
Elétrica; Leticia Rolim Cabral, Arquitetura; Wesley Bernardo Correa da Sil-
va; Comunicação Social: Radialismo; Letícia CanevazziSakomura; Design; 
NaaraBartz, Arquitetura; Maria Luisa Ramalho Ferreira da Silva, Grupo de 
Teatro ¼ de Lua; Vagner Clemente Junior, Professor colaborador voluntário; 
Marcelo Laurisson Aparecido Atoji, Professor colaborador voluntário.
27Extensão Universitária: ações e perspectivas
2
Ao Vivo e em Cores 
Dedicação para Inspirar
Mariana Cintra Elias
thiago tEixEira dE Castro Piovan 
Missão e Valores
O Projeto social “Ao Vivo e em Cores” é uma realização dos estudantes 
da UNESP de Bauru e conta com total apoio da diretoria da Faculdade de 
Engenharia e do Diretório Acadêmico da FEB (DAFAE). 
A iniciativa de realizar um projeto que reflita as necessidades da comu-
nidade local surgiu da importância da participação dos universitários em 
atividades que desenvolvam não somente o lado racional, mas também o 
lado social dos envolvidos. 
Assim, o projeto busca aproximar os estudantes da Universidade à co-
munidade bauruense, por meio de ações de pintura e atividades recreativas e 
pedagógicas em escolas públicas da cidade, fazendo com que os mesmos co-
nheçam uma realidade diferente da que estão habituados, criem uma cons-
ciência social e se mobilizem para fazer a diferença na vida de pessoas que 
necessitam de ajuda e também têm muito a ensinar. 
28 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Apesar de o projeto ter nascido na FEB, atualmente conta com membros 
dos mais diversos cursos, como Arquitetura, Design, Rádio e TV e Relações 
Públicas. Levando mais vida e cor às escolas bauruenses, o projeto busca 
divertir, mudar e encantar.
“A Universidade pode nos transformar em muitas coisas, pois existem 
vários caminhos a se seguir. Mas o caminho que nos leva a pensar no 
social e que nos tira do conforto para olhar ao mundo ao redor tem 
o poder de transformar qualquer pessoa em um profissional melhor, 
em um ser humano melhor. O Ao Vivo e em Cores é um projeto que 
tem o poder gigantesco da mudança. Pode ser pequena se comparada 
a tudo que precisa ser modificado, mas cada pessoa tocada por esseprojeto já se torna um agente de transformação. É um projeto que nos 
faz acreditar que podemos fazer sim parte da mudança que queremos 
ver no mundo. É só termos a coragem de trabalharmos duro para 
influenciar as tantas vidas que podemos alcançar e estar dispostos a 
aprender tudo o que ele pode nos proporcionar, como a superação e 
o amor ao próximo.” (Carolina Gondo, estudante do curso de Enge-
nharia Civil e ex-membro da organização)
29Extensão Universitária: ações e perspectivas
História
O Projeto teve início em 2012 a partir da Organização da XVII Semana 
da Engenharia (SEMENG). A SEMENG é um evento tradicional da Faculda-
de de Engenharia (FEB) organizada pelo Diretório Acadêmico da Faculdade 
de Engenharia que ocorre anualmente e tem como objetivo enriquecer a for-
mação dos estudantes, futuros profissionais do mercado. 
Logo, com o intuito de engrandecer o evento, não só em magnitude, mas 
também em qualidade de capacitação dos estudantes, a Comissão Organi-
zadora tomou a iniciativa de desenvolver um projeto sem fins lucrativos que 
refletisse a necessidade da comunidade local.
30 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Assim, a ideia surgiu e o projeto tomou forma. Cresceu, passou por vá-
rios locais, contou com a ajuda de várias pessoas e segue até os dias de hoje 
com o mesmo espírito de mudança e solidariedade.
“O Ao Vivo não é apenas um projeto de causa social, mas sim uma 
ação real e efetiva para tudo aquilo que queremos de bom pro mundo. 
Poderia dizer que o Ao Vivo me proporcionou um grande crescimen-
to individual e em grupo. Mas não seria suficiente, pois o que sinto 
hoje pelo projeto se chama amor. Amor por cada ação, cada muro 
pintado, cada expectativa nos rostos das crianças, amor pelas fotos, 
por todas as pessoas que fizeram com que esse projeto se tornasse 
enorme. Porque dentro de mim ele é enorme mesmo, e com pince-
ladas de atenção, respeito, carinho, boa vontade, podemos mudar o 
mundo de milhares (sim, milhares!) de pessoas.” (Rebeca Mantova-
neli, estudante do curso de Engenharia Civil e ex-membro da orga-
nização)
Ao Vivo e em Cores em 2012
Com o slogan “Ao Vivo e em Cores: a revitalização do parque Vitória 
Régia” o projeto deu seu primeiro passo e, no dia 22 de setembro de 2012, 
realizou uma grande ação no Parque Vitória Régia, cartão postal da cidade 
de Bauru, revitalizando física e artisticamente o espaço.
31Extensão Universitária: ações e perspectivas
O principal objetivo foi de integrar a comunidade bauruense e a univer-
sidade em um ambiente de cidadania, comprometimento e diversão, retri-
buindo o investimento da sociedade na universidade pública. 
A pintura das arquibancadas iniciou logo cedo e, através do esforço de 70 
voluntários, estudantes da Unesp, deu mais vida e cor ao parque. Ainda, inú-
meras instituições acadêmicas participaram, como a Empresa Junior de Psi-
cologia, a AIESEC, o “Projeto Sorrir” e a Atlética, realizando atividades com 
as crianças e proporcionando alegria e diversão. Além disso, alguns projetos 
de extensão, como Baja, Pro Junior, Aerodesign e Projeto Iluminação, estive-
ram envolvidos expondo seus projetos para a população, e ainda,estudantes 
do curso de Educação Física compareceram realizando avaliações físicas e 
apresentações musicais acontecendo paralelamente. 
“O projeto “Ao Vivo e em Cores” começou em 2012 devido ao de-
sejo de alguns estudantes, inclusive o meu, em transpor força de 
vontade e conhecimento para além das fronteiras físicas da UNESP 
Bauru. Queríamos fazer projetos pela cidade, na cidade; queríamos 
mostrar a força dos estudantes; queríamos mostrar para a população 
bauruense, a qual uma grande parcela nem sabe aonde se localiza a 
32 Extensão Universitária: ações e perspectivas
UNESP, que podemos agregar muito para a comunidade em geral; e 
queríamos diminuir a lacuna existente entre a população e a univer-
sidade pública. O que me deixa mais realizada com tudo isso é saber 
que o projeto ainda está ativo.”(Renata Lunardi, estudante do curso 
de Engenharia de Produção e uma das idealizadoras do projeto)
Assim, o evento foi um sucesso e através da motivação, empenho e união 
dos estudantes idealizadores, o primeiro passo foi dado para a construção 
de mais do que um projeto, um ideal,que une cidadania e solidariedade e 
inspira a todos.
“Hoje posso contar que o aprendizado que tive durante a organização 
foi a melhor experiência do meu período acadêmico. Ultrapassar as 
barreiras da universidade e levar o conhecimento, a vontade e a capa-
cidade dos estudantes da UNESP para a cidade é algo que me deixa 
completamente satisfeito. Nesse ano, posso dizer que o projeto está 
consolidado e que o orgulho de ter feito parte disso só me faz ter a 
certeza que faria tudo de novo.”(José Augusto Nora Zono, Engenhei-
ro civil e um dos idealizadores do projeto)
Ao Vivo e em Cores 2013
Em 2012, a Semana da Engenharia inaugurou seu vínculo com a ideia 
de um projeto social. Batizado como Ao Vivo e em Cores, foi realizada a 
Revitalização do Parque Vitória Régia, juntamente com shows, atividades 
recreativas e exposição de projetos de extensão da UNESP de Bauru. Contu-
do, apesar de ter sido um sucesso, dois dias depois pichações apareceram na 
pintura realizada pelos estudantes voluntários. 
33Extensão Universitária: ações e perspectivas
Com isso, uma nova proposta para 2013 surgiu: a conscientização do 
bom uso e preservação do espaço público. A partir daí, foi despertado o in-
teresse em realizar ações pontuais em escolas, preferencialmente públicas, 
para além de conversar com os estudantes, criar um vínculo deles com o 
patrimônio escolar, organizando pinturas, oficinas de grafite e outros meios 
para melhorias.
“O projeto Ao Vivo e em Cores vai além da mudança física daquele 
espaço público, gerando cuidado, carinho e inserção social vivencia-
do pela comunidade. É o enorme impacto nos novos cidadãos em 
formação dentro da Unesp. É a retribuição à sociedade que nos recebe 
em Bauru e nos proporciona a experiência da universidade pública. 
É o contato e a integração social. Levando a UNESP pra comuni-
dade bauruense e trazendo cada experiência, maturidade, gratidão e 
sorriso para nossa formação como pessoas e profissionais.”(Manuela 
Bassette, estudante do curso de Engenharia Civil e coordenadora do 
projeto durante o ano de 2013)
34 Extensão Universitária: ações e perspectivas
A missão do Ao Vivo e em Cores em 2013 pôde ser definida em uma frase: 
“Esse ano, o projeto não é físico, mas sim ideológico”. O que quisemos nas três 
ações nas escolas durante o primeiro semestre foi mostrar às crianças novas 
formas de se expressar através do grafite, mostrar que o espaço das escolas é 
delas tanto para usar como para preservar. Quisemos instigar nelas um sen-
timento de identificação e de pertencer e ser responsável por aquele espaço.
Dessa forma, conclui-se que o local propício para incentivar a refle-
xão teria de ser o ambiente escolar, na tentativa de atingir diretamente as 
crianças e os jovens. Assim, antes da ação principal, buscou-se esclarecer a 
importância do patrimônio público para os estudantes, fazer com que en-
tendessem que preservar o patrimônio público é uma maneira de exercer a 
cidadania e promover a participação das crianças e jovens em um processo 
de intervenção na própria escola.
Após toda essa conscientização, os estudantes da UNESP de Bauru com-
pareciam à escola para finalmente executar a pintura dos espaços, que acon-
tecia durante o dia todo. Contando ainda com parceiros como a Naumteria 
e a Atlética UNESP Bauru, que executavam atividades com as crianças, e os 
35Extensão Universitária: ações e perspectivas
grafiteiros convidados, finalizavam a pintura dando mais vida e movimento 
às paredes da instituição com suas artes decorando os muros. 
Alguns meninos que haviam se aproximado dos pintores mais cedo se 
reuniram ao redor do grafiteiro convidado para fazer as artes. Segundo as 
professoras, esses meninos eram responsáveis por boa partedas pichações, 
então, além de deixá-los ajudar com a demão de tinta branca de manhã, tam-
bém os deixamos à vontade durante o grafite. Esperamos que esse conta-
to tenha causado curiosidade e que tenha despertado o interesse deles pelo 
grafite. 
Em todo o ano 2013, este trabalho foi realizado nas escolas E.E Plínio 
Ferraz, E.M.E.F. Geraldo Arone, E.M.E.F. Dirce Guedes de Azevedo e E.E. 
Padre Antônio Jorge Lima. Com a proposta de aliar valores sociais e o con-
ceito de cidadania o projeto acreditava estar “plantando uma semente de 
bons princípios” para o desenvolvimento da cidade de Bauru.
“O nome Ao Vivo e em Cores faz jus ao objetivo: levar cor e vida às 
escolas de Bauru. Parecia pouco para quem estava de fora, mas eu 
via no rosto daquelas crianças quanta diferença nós fazíamos. Depois 
de dois anos de projeto, eu percebi que o Ao Vivo e em cores havia 
36 Extensão Universitária: ações e perspectivas
colorido a minha vida também. Durante esse tempo eu fiz verdadei-
ros amigos, superei meus limites e passei a acreditar mais na minha 
capacidade e nas pessoas.”(Suellen Santos, estudante do curso de En-
genharia Civil e ex-membro da organização)
Concluímos as etapas, saímos com muitas reflexões e decidimos que te-
ríamos de mudar. Um único dia na vida se dissolve facilmente quando se 
tem uma realidade tão dura quanto às que vimos. Se quiséssemos fazer uma 
diferença efetiva, precisaríamos de presença, contato e confiança. Com isso 
a equipe de 2013 despediu-se de intervenções em escolas públicas, contudo, 
sem deixar de desejar novos rumos ao Ao Vivo e em Cores de 2014.
“O contato que o projeto soube estabelecer com as comunidades mais 
carentes, em especial nas escolas, garante àquelas pessoas a esperan-
ça de que não estão abandonadas, fazendo com que acreditem cada 
vez mais em sua própria capacidade de protagonizar a construção 
do amanhã. Para os voluntários, o “Ao Vivo”, como carinhosamente 
chamamos, estreita os laços da vida universitária com a sociedade, 
nos fazendo lembrar que temos um compromisso com o mundo à 
nossa volta. ”(Otávio José Dezem Bertozzi Junior, estudante do curso 
de Engenharia Elétrica e ex-membro da organização e do Diretório 
Acadêmico)
Ao Vivo e em Cores em 2014
Tendo em vista a necessidade cada vez maior de conectar o estudante 
à realidade da comunidade bauruense, aprofundando este contato, um dos 
objetivos do projeto no ano de 2014 foi criar um vínculo maior com as crian-
ças e com os moradores da comunidade, conhecê-los realmente, ouvir seus 
problemas e sonhos e deixar-se envolver. 
37Extensão Universitária: ações e perspectivas
Para isso, o projeto esteve mais presente em cada uma das escolas em que 
trabalhou, dividindo as atividades em 4 etapas. A primeira delas, chamada 
de “O Sonho” consistiu em estabelecer um primeiro contato com a escola, 
estudantes, funcionários e professores, buscando maior aproximação, a fim 
de ganhar confiança e fazer com que acreditassem no projeto. O objetivo 
é fazer com que as crianças percebam, fora da sala de aula, o espaço que 
as cerca, seus defeitos e qualidades, e proponham as mudanças que julgam 
necessárias. 
Assim, ouvindo as opiniões dos pequenos, pôde-se realizar uma revi-
talização coerente com a realidade e as necessidades da escola. Na segunda 
etapa, denominada de “A Criação” buscou-se incentivar a criatividade das 
38 Extensão Universitária: ações e perspectivas
crianças e fazer com que elas acreditassem que seus sonhos e aspirações po-
deriam se tornar realidade. Após concluída esta etapa, os desenhos feitos 
pelas crianças foram analisados e, na medida do possível, compuseram a arte 
que coloriu os muros da escola. 
Assim, todos os sonhos e ideias, desenvolvidos em conjunto, foram pos-
tos em prática na terceira etapa, chamada de “A Ação”.Estudantes da Unesp, 
moradores da comunidade, estudantes e professores da escola foram con-
vidados a participar de um dia de atividades, que contou com oficinas ar-
tísticas, gincanas educativas e, é claro, pintura dos espaços propostos. Fi-
nalmente, com a revitalização concretizada em “O Reencontro”, todos os 
participantes do projeto voltaram à escola a fim de avaliar os impactos po-
sitivos e negativos do projeto e matar as saudades! Deste modo, o objetivo é 
mostrar que o trabalho não termina na “Ação”, ainda existe muito a ser feito 
e muito a se sonhar. 
“Trabalhar com as crianças e poder oferecer um dia diferente na vida 
delas foi incrivelmente satisfatório. Receber aqueles 30 abraços, todos 
juntos (porque eles não querem te soltar), é sinônimo de felicidade. 
Perguntar o que elas sonham para o futuro e sempre ouvir algo po-
39Extensão Universitária: ações e perspectivas
sitivo em uma realidade, às vezes um tanto massacrante, é esperan-
çoso. Meus olhos sempre vão se encher de lágrimas quando alguém 
perguntar sobre o Ao Vivo e em Cores e a única coisa que eu vou 
dizer é “Sou muito feliz por ter feito parte de um sonho que se tornou 
realidade”.”(Larissa Santos, estudante do curso de Engenharia Civil e 
ex-membro da organização)
EMEF Maria Chaparro
No primeiro semestre de 2014, as etapas citadas acima foram realizadas 
na E.M.E.F. Maria Chaparro, localizada no Pq. Santa Edwiges em Bauru. A 
maior delas aconteceu no dia 31 de maio, contando com cerca de 100 volun-
tários, além da própria organização que conta com 25 estudantes da UNESP 
Bauru de cursos variados. Além disso, a escola conta com cerca de 600 estu-
dantes de primeiro a quinto ano. 
“É inegável que a ida do Ao Vivo para a Maria Chaparro foi um gran-
de ‘boom’ de ânimo e esperança para todos, professores, estudantes 
e, sem dúvida nenhuma, para nós voluntários!” (Lucas Fagundes, En-
genheiro civil e ex-membro da organização)
40 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Das 8 horas da manhã às 5 horas da tarde deste dia, os estudantes da 
UNESP realizaram a pintura da quadra, da arquibancada e dos muros inter-
nos e externos da escola. Simultaneamente, uma equipe de recreação desen-
volveu diversas atividades com as crianças, tais quais, oficinas de massinha, 
pipa, origami, educação de higiene bucal, gincanas e uma apresentação de 
mágica. Além disso, houve a ação conjunta dos voluntários e das crianças na 
pintura da arte dos muros, onde elas puderam fazer parte do desenho, seja 
carimbando suas mãos com tinta, ou até mesmo tendo suas silhuetas dese-
nhadas nos muros, virando parte do cenário. As artes foram criadas pelos 
estudantes e reproduzidas nos muros, o que proporciona além de beleza um 
comprometimento maior com a escola. 
“Nunca tinha visto um grupo tão unido, tão esforçado, e com tanto 
sorriso sincero no rosto. São todos vocês, num evento como esse, que 
me fazem olhar e perceber que é graças às pessoas como essas que o 
mundo ainda tem sim, e muita, salvação. Obrigada por terem feito a 
diferença na escola, no cotidiano das crianças, e também na minha 
vida.”(Elisa Castro, estudante da UNESP e voluntária na EMEF Ma-
ria Chaparro)
41Extensão Universitária: ações e perspectivas
EE Henrique Bertolucci
A escola Henrique Bertolucci, localizada no Jd. Noroeste em Bauru, foi 
a escolhida pelo projeto para dar continuidade às atividades entre o fim do 
ano de 2014 e início de 2015. Contando com o total apoio dos coordenado-
res e diretores das Faculdades do câmpus de Bauru (FAAC, FEB e FC), o 
Ao Vivo e em Cores entrou na escola, buscando conhecer seus integrantes e 
desenvolver a revitalização que melhor se adequasse às necessidades daquele 
espaço. As etapas anteriores à ação principal foram realizadas com cada uma 
das salas, em que os estudantes, sentados em círculo, puderam se apresen-
tar e dar sua opinião a respeito do aspecto da escola e o que gostariam de 
transformar. Além disso, puderam também desenvolver, em conjunto, todos 
os desenhos e temas que gostariam de ver estampados nos muros da escola.
42 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Em todas as etapas preparatórias para a revitalização, os integrantes da 
organização visitavama escola e foram sempre calorosamente recebidos por 
todos, já que um primeiro contato foi estabelecido e uma relação de amizade 
e confiança começou a nascer.
Logo após diversas reuniões, conversas e planejamento, no dia 21 de 
março de 2015, a grande ação foi realizada, contando com cerca de 200 vo-
luntários, incluindo organização e grupo de apoio. O evento ainda atraiu a 
atenção e cobertura das mídias locais.
43Extensão Universitária: ações e perspectivas
Começamos cedo: a organização chegou às 6h da manhã para preparar 
a logística e as áreas a serem pintadas. Às 7h os voluntários já se reuniam na 
quadra para receber as instruções gerais dos líderes de seus grupos; logo a 
escola foi tomada por pessoas indo de um lado para o outro com rolos, latas 
de tinta, papelão e pinceis.
Além da pintura habitual dos muros e quadra com temas propostos pe-
las crianças, desta vez um sonho ainda maior foi alcançado: um parquinho 
de madeira e pneus reciclados. Apesar de parecer uma ideia impossível no 
início, após muito trabalho e dedicação o parquinho foi construído pelos 
voluntários, buscando atender à necessidade de um espaço de lazer para as 
crianças.
“Na escola Henrique Bertolucci havia um terreno com entulho. Tal-
vez o esperado fosse limpá-lo, talvez o esperado nem passasse por 
aquele terreno. Mas o Ao Vivo construiu um parquinho. Não porque 
foi pedido, não porque já tínhamos os brinquedos, mas porque podia 
ser feito. É isso o que eu aprendi no Ao Vivo e o que eu vou levar pro 
resto da vida.”(Tatiane Gomes, ex-membro da organização)
44 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Além de tudo, a biblioteca da escola, que não estava em condições de ser 
utilizada pelos estudantes, com materiais velhos e livros desorganizados, foi 
reformada com o empenho dos voluntários e ainda contou com novos livros 
arrecadados em uma campanha realizada durante a XIX SEMENG. Assim, 
partindo de uma ideia simples, cumpriu-se o ideal de realizar mudanças que 
realmente sejam válidas e necessárias para a escola.
A presença das crianças não poderia deixar de existir. Paralelamente 
aos trabalhos de revitalização, os estudantes foram organizados em oficinas 
pedagógicas e recreativas, como gincanas, confecção de massinhas e cata-
-ventos, observação de experimentos físicos, instrução odontológica com 
uma dentista voluntária e aulas de biologia com a observação em microscó-
pios e animais empalhados. Assim, elas puderam fazer parte das atividades, 
além de desfrutar um pouco do carinho e ensinamentos que os estudantes 
da UNESP puderam oferecer, juntamente com entidades e projetos de exten-
são parceiros.
45Extensão Universitária: ações e perspectivas
“O Ao Vivo e Em Cores não se faz de um simples voluntariado, nem 
tão somente de uma equipe de revitalizadores que pintam muros, 
mas da ânsia de conferir cor a uma realidade que, por vezes cinzen-
ta, faz esquecer do quão bela pode ser a vida quando se trabalha em 
equipe, buscando fazer o bem e construir um futuro melhor.” (Otá-
vio José DezemBertozzi Junior)
No fim do dia, os voluntários e a diretora da escola se reuniram no pátio 
da escola em um momento muito emocionante em que puderam conversar, 
refletir e agradecer por todo o trabalho concretizado. 
46 Extensão Universitária: ações e perspectivas
Desse modo, a ação teve um número significativo de vidas impactadas, 
com mais de 800 pessoas atingidas diretamente com a ação, sendo elas 560 
crianças que frequentam a escola e seus 20 professores, 230 voluntários da 
UNESP Bauru e, indiretamente, toda a comunidade do Bairro Jardim No-
roeste de Bauru.
“Obrigado Ao Vivo e em Cores e toda equipe de voluntários. Nossas 
crianças estão muito felizes e satisfeitas! A família Henrique Berto-
lucci agradece grandiosamente toda essa dedicação, doação, união, 
amizade e felicidade que nos contagiou. Escola revigorada, muita 
tinta para todos os lados e a vitalidade correndo solta. Milhões de 
vezes obrigada! ” (Cristiane Pedrosa, vice-diretora da EE Henrique 
Bertolucci)
Perspectivas para o futuro
No ano de 2015 a iniciativa de realizar um Trote Solidário foi mantida 
e,dessa vez, contando com ainda mais calouros da UNESP, cerca de 75 estu-
47Extensão Universitária: ações e perspectivas
dantes participaram da revitalização do Abrigo para Idosos PAIVA e mais 
de 60 participaram da pintura dos muros do Centro de Convivência Infantil 
– CCI da UNESP de Bauru.
O Ao Vivo e em Cores acredita que, através das pinturas e revitalizações 
realizadas, assim como as oficinas e atividades culturais, transforma o sen-
timento das crianças para com a escola, tornando o aprender mais divertido, 
dando-lhes mais vontade de estudar, além de motivar e influenciar positiva-
mente todas as pessoas envolvidas e a comunidade a sua volta.
Um grande objetivo do projeto para os próximos anos é atingir cada vez 
mais pessoas, unindo universitários às comunidades visitadas com a inten-
ção de transformar a vida dos envolvidos. A partir disso, surgiu a ideia de 
expandir o Ao Vivo e em Cores para outros câmpus da UNESP, envolvendo 
mais cidades além de Bauru.É um grande passo em que o projeto está come-
çando a trabalhar e tem tudo para ser um sucesso. 
48 Extensão Universitária: ações e perspectivas
É um projeto que ainda tem muito a crescer, tanto interna quanto 
externamente. Sabemos que conseguimos fazer bastante por elas dentro das 
nossas limitações e do que está ao nosso alcance, porém gostaríamos que o 
projeto crescesse para além das fronteiras de Bauru e se disseminasse para 
outras universidades; por isso, neste ano de 2015, temos como uma de nossas 
metas expandir o projeto para outros municípios, criando novas equipes 
organizadoras do projeto capazes de levar a lugares inatingíveis por nós um 
pouco da transformação ao vivo e em cores.”(Renan Nishimoto, estudante 
do curso de Engenharia civil e um dos coordenadores do projeto em 2015)
Como o foco do projeto são as crianças das escolas públicas, uma grande 
meta do Ao Vivo é desenvolver um trabalho cada vez mais próximo delas. 
Estabelecendo um forte vínculo com a escola, que traga confiança e faça 
com que acreditem no projeto. Buscando sempre incentivar a criatividade 
das crianças e principalmente fazer com que elas acreditem que seus sonhos 
podem se tornar realidade. Assim como acontece com os universitários, que 
ganham muita experiência e têm a oportunidade de desenvolver atividades 
fora da sala de aula, ao participar de um projeto que é muito gratificante e os 
estimula a também acreditar que seus objetivos podem ser alcançados e se 
tornarem realidade.
“Não se limite a fazer o que todos fazem ou se indignar pelo o que os 
outros não fazem. Como estudantes privilegiados de uma faculdade 
49Extensão Universitária: ações e perspectivas
pública temos munição para impactar a todos, basta dar o primeiro 
passo. ” (Renata Lunardi)
Agradecimentos
Agradecemos a todos que contribuíram para a concepção do projeto, em 
especial ao Diretório Acadêmico da Faculdade de Engenharia e à Semana da 
Engenharia. A todo o apoio fornecido pelas três Faculdades da UNESP de Bau-
ru, em especial à Diretoria da Faculdade de Engenharia e à Fundeb. A todos os 
parceiros que forneceram apoio financeiro e materiais de pintura, em especial 
às Tintas Coral. A todas as entidades da UNESP de Bauru que participaram 
das atividades, a CVU, Atlética, Projeto Iluminação, IEEE, Bio na Rua, Pro 
Junior, Aiesec, Interage, Aero, Baja e, em especial, à Design Júnior que confec-
cionou todos os materiais de divulgação, flyers, banners, cartazes e camisetas, 
durante os anos de projeto com muita dedicação e criatividade. A todas as 
escolas, coordenadores, diretores e professores que sempre nos receberam com 
o maior carinho. A todas as crianças que trazem mais vida, alegria, sentido e 
inspiração ao projeto. E, finalmente, a todos os universitários que fazem parte 
do Ao Vivo e em Cores e acreditam e lutam por um mundo melhor.
51Extensão Universitária: ações e perspectivas3
Pólo Bauru FAAC/UNESP – Rede Arte na 
Escola: Formação Continuada de Educadores
Maria Luiza CaLiM de CarvaLho Costa 
eLiane PatriCiaGrandini serrano 
GuioMar Josefina Biondo
reGiLene a. sarzi-riBeiro
O Projeto de Extensão
O Pólo Bauru-FAAC/UNESP - Arte na Escola nasceu de um convênio 
entre a UNESP e o Instituto Arte na Escola, firmado em 2004, com o objetivo 
de incentivar o ensino da Arte por meio da formação contínua do professor 
do ensino básico, investigando e qualificando processos de aprendizagem. 
É um projeto de Formação Continuada, que através da reflexão 
permanente sobre a prática docente no contexto escolar, visa a ampliação 
de repertório em arte e educação através da articulação de teorias e 
transposições didático-pedagógicas. Entendendo a arte como linguagem, 
área de conhecimento específica e de produção de sentidos, busca auxiliar 
o docente, com vínculo na rede pública de educação, a formar o sujeito 
conhecedor da linguagem artística, capaz de compreendê-la e utilizá-la em 
suas relações histórico-culturais.
O projeto tem promovido grupos de estudos com reuniões quinzenais aos 
professores da rede pública municipal e estadual na região de Bauru,cursos, 
palestras, encontros, oficinas e, aos professores cadastrados no projeto, ofe-
rece um acervo composto por livros, catálogos de exposições, revistas e uma 
dvdteca com, atualmente, 160 títulos sobre arte brasileira contemporânea, 
para consulta e empréstimo.
52 Extensão Universitária: ações e perspectivas
As ações do Projeto são divulgadas no site www.artenaescola.org.br, na 
rádio UNESP, na Secretaria de Educação do município de Bauru e na Dire-
toria Regional do Estado, também, através de e-mails diretamente aos pro-
fessores participantes do projeto. A secretaria de Educação do município de 
Bauru divulga o projeto desde 2010 em um folder sobre cursos disponíveis 
aos professores de sua rede.
Realizamos uma tabela com o número de docentes atendidos pelo proje-
to desde o início do projeto de extensão.
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total 
Estado 40 22 19 31 04 13 08 08 06 05 01 157
Município 10 24 16 22 48 30 40 49 48 43 45 48 423
Projeto A 
cidade é Nossa 
Cara- Proac/
Tilibra
30 60
Município
Jahu 26
50 46 61 53 52 43 48 57 84 108 45 48 580
Os docentes não apenas passaram pelo Pólo, participaram ativamente 
das ações realizadas, nos grupos de estudos durante o ano todo. Se fizermos 
uma estimativa de 60 alunos por docente - o que é uma estimativa baixa em 
se tratando de docentes que ministram aulas em escolas públicas - atingimos 
34800 alunos das escolas públicas de Bauru e região.
O professor mediador de saberes
Qual o papeldo professor no contexto de um mundo tecnológico e co-
nectado? Como articular processos de aprendizagem que envolvam os alu-
nos e gere uma postura mais participativa por parte do aluno ? Que conteú-
dos de arte, como e com qual objetivo são trabalhados?
Espaços educativos formais, não formais e informais articulam-se para a 
construção do conhecimento. O espaço da sala de aula não é o único espaço 
educativo por excelência, outros espaços contribuem para a construção do 
saber, tal como as ruas, as praças,as agremiações culturais e esportivas, o 
espaço virtual da rede mundial através das interfaces midiáticas, etc. Rom-
53Extensão Universitária: ações e perspectivas
per a hierarquização dos espaços e do saber, a partir do reconhecimento da 
validade de vários tipos de saber é a premissa importante para conjugar os 
saberes advindos de várias fontes.
O professor diante desse universo precisa se reinventar através da res-
significação das ações educativas, romper paradigmas para pensar um cur-
rículo e um modo de operacionalizá-lo levando em conta a complexidade 
do cenário contemporâneo. O papel do professor mediador é construir pos-
sibilidades de aprendizado que envolvam o aluno a assumir uma postura 
participativa, de resolução de problemas e desenvolvimento de projetos que 
atuem na intersecção dos vários espaços educativos.
O professor é uma pessoa que necessita para sua atuação profissional de 
espaços críticos e reflexivos para se reinventar a cada dia e construir ações 
docentes significativas. O Pólo Bauru/ FAAC- Arte na Escola oferece espaço 
para promover a reinvenção do professor como propositor de ações educati-
vas, culturais e artísticas que ofereçaautonomia ao aluno na construção do 
conhecimento. 
Nos dez anos do Pólo Bauru/FAAC- Arte na Escola- muitas questões e 
discussões foram pauta dos grupos de estudos:
 2004: a leitura da imagem, da obra de arte inserida em seu contexto e 
suas relações intertextuais com outros textos verbais ou imagéticos. O lei-
tor e sua trajetória na construção do significado. O papel do arte-educador 
como mediador entre Arte e Público e como propagador de uma relação 
intercultural dentro do universo multicultural em que estamos inseridos.
2005: o material arte br1 foi o foco de nossos estudos em 2005. Hou-
ve preocupação em gerar discussões que ultrapassassem os conteúdos dos 
cadernos temáticos do artebr, que buscassem outros trajetos de leitura que 
permitissem a ampliação das possibilidades de trabalho com as imagens 
das obras ali contidas. O papel do professor como propiciador de trajetos 
intertextuais, para enriquecer e ampliar as possibilidades de leitura, como 
1 kitArtebr: um projeto elaborado pelo Instituto Arte na Escola, propõe dar visibilidade a 
obras do século XIX e XX de diversos museus brasileiros e encaminhar experiências de 
leitura da imagem, consiste em uma pasta com: 1 caderno de apresentação do projeto; 12 
pranchas e 12 cartões com reproduções das imagens das obras de arte; 12 cadernos de estu-
dos do professor e 1 linha do tempo. Foi distribuído aos professores para que trabalhassem 
com seus alunos.
54 Extensão Universitária: ações e perspectivas
propiciador e não como tradutor, levando o aluno a fazer seu próprio trajeto 
de leitura.
2006: o material dadvdeteca2,que nesse ano chegou ao acervo do Pólo, 
foi o foco de nossos estudos em 2006. Também, ampliando as ações do Pólo, 
iniciamos neste ano de 2006, aos sábados, em reuniões quinzenais, curso de 
leitura de imagens para grupo de professores do município de Jahu.
2007: o foco dos estudos foi arte afro-brasileira. Os grupos de estudos 
discutiram sobre cultura dos povos africanos, observaram os elementos 
artístico-culturais assimilados por nós brasileiros e , com os materiais ofere-
cidos pelo Pólo estudaram a produção afro-brasileira contemporânea. Aten-
dendo a Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclusão no currículo oficial 
da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
-Brasileira”, alterada posteriormente pela Lei 11.645, de 10 março de 2008, 
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no 
currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História 
e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. A partir desses estudos elaboraram 
projetos sobre arte afro-brasileira visando seu público alvo em suas unida-
des de trabalho, de acordo com faixa etária e realidade contextual em que se 
insere o grupo.
2008: curso de animação em stop motion, ministrado pelos alunos do 
segundo ano de Educação Artística da UNESP, Renato Caetano e Ana Paula 
Turina, para os professores da rede pública participantes do Pólo. Com o 
objetivo de levar o docente a trabalhar com novas tecnologias na sala de aula, 
buscou-se um método simples e acessível para começar. O curso incentivou 
os professores a desenvolverem uma animação partindo desde a elaboração 
do storyboard até a utilização da ferramenta moviemaker. O resultado fo-
ram animações de obras de arte de artistas brasileiros. Realizamos, também, 
em 2008 o “III Encontro de Pólos Paulistas” com o objetivo de buscar uma 
maior integração das ações dos pólos assim como um espaço de troca e cres-
cimento, visando uma melhor qualificação das práticas docentes em arte nas 
escolas públicas paulistas.
2A DVDteca disponibiliza mais de 160 documentários sobre arte brasileira acompanhados 
por um material educativo que oferece ao professor proposições pedagógicas.O acervo da 
DVDteca Arte na Escola encontra-se disponível nos polos que fazem parte da Rede Arte na 
Escola.
55Extensão Universitária: ações e perspectivas
2009: dois temas foram abordados pelos grupos de estudos: “Leitura de 
Imagem da arte e do mundo” cujo objetivo foi a leitura de imagens da arte, 
ilustrações dos livros infantis, histórias em quadrinhos, fotografias de jornais 
numa abordagem da cultura visual. Como produto social, as imagens ganham 
e traduzem noções, crenças e valores de diferentes períodos influenciando 
para que subjetividade e identidade caminhem juntas na formação integral 
do sujeito. O outro tema “História da Arte Brasileira: Recortes Sincrônicos” 
com a proposição de um percurso na História da Arte Brasileira do século 
XVI aos dias de hoje, apresentado de modo sincrônico, rompendo com a dia-
cronia histórica e apresentando o passado em diálogo com o presente. Houve 
a possibilidade de aproximação da produção artística cultural contemporânea 
em diálogo com a produção do passado e através de um referencial teórico e 
prático para dar instrumentos para o trabalho docente.
2010: os temas abordados foram: “História da Arte Brasileira: Materia-
lidades” a fotografia foi o viés que construiu o percurso sobre a linguagem, 
materialidade e técnica. Através de fotógrafos brasileiros como Araquém Al-
cântara, Juarez Silva, Sebastião Salgado, Antonio Sagase, Rosangela Rennó, 
Raquel Korman, propôs aos professores da rede pública pensar a fotografia 
como produto artístico-cultural gerador de múltiplas possibilidades educa-
tivas e ofereceu um referencial teórico e prático com o objetivo de dar ins-
trumentos para o trabalho docente. “Patrimônio: Mediação Arte e Cultura” 
A arte cria diálogos entre a cultura de seu tempo com a de outros tempos e 
lugares. Houve a proposição deuma discussão sobre arte, cultura, patrimô-
nio e o papel de mediação do educador. 
2011: os temas discutidos pelos grupos foram: “Arte Brasileira e Latino-
-Americana: Diálogos Culturais” com a meta de pensar a produção artística 
das artes visuais contemporânea brasileira e latino-americana. “Cultura Po-
pular de Massa e sua Função Pedagógica nas Experiências Estéticas” -Pensar 
sobre a leitura e interpretação das imagens da cultura de massa de modo 
a desenvolver a consciência critica do aluno espectador. Pesquisar quais os 
recursos materiais e técnicos que a cultura de massa pode oferecer para uma 
experiência estética. Desenvolver experiências estéticas com materiais ofere-
cidos pela cultura de massa. 
2012: os grupos de estudos se reuniram para discutir como trabalhar 
aarte contemporânea na sala de aula. Com textos selecionados para discutir, 
pesquisar e propor possibilidades o módulo “Arte moderna e Arte contem-
56 Extensão Universitária: ações e perspectivas
porânea contextos e formatos” trabalhou com uma série de textos da Katia 
Canton com temas como: Do moderno ao contemporâneo; Espaço e Lugar; 
Da Política às Micropolíticas; Narrativas enviesadas. Uma viagem cultural 
à 30ª. Bienal de São Paulo “A Iminência das Poéticas” fechou o ano com 
inquietações e devires que a arte contemporânea pode suscitar. O material 
educativo e uma oficina com o educativo da Bienal geraram discussões de 
possibilidades de trabalhar com os alunos nas diversas faixas etárias. Rea-
lizamos, também, em parceria com o Instituto Arte na Escola, a empresa 
Tilibra, a Secretaria Municipal de Educação da cidade de Bauru com finan-
ciamento da Tilibra e fomento de projeto pelo Programa de Ação Cultural 
–  ProAC da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo , intitulado “A 
Cidade que é a nossa cara”, ofereceu aos professores da rede municipal da 
cidade a construção de um projeto com seus alunos que explorassem os es-
paços da cidade e produzissem um diálogo com a cidade através das lingua-
gens artísticas. Em três módulos: Módulo 1  - Arte Contemporânea , Módulo 
2   - Formação a partir de material Educacional, Modulo 3 – Elaboração de 
Projetos .
2013: os grupos de estudos trabalharam com leituras de textos sobre a 
Escola contemporânea de Gordon Freedman e com textos de ZygmuntBau-
man. Conheceram e discutiram o material pedagógico da 30x Bienal e fi-
zeram visita cultural à” 30x Bienal: transformações na arte brasileira da 1ª 
a 30ª edição”. Realizamos, em parceria com o Instituto Arte na Escola , a 
empresa Tilibra , a Secretaria Municipal de Educação da cidade de Bauru e 
Diretoria Regional Estadual de Educação com financiamento da Tilibra e 
fomento de projeto pelo  Programa de Ação Cultural – ProAC da Secreta-
ria da Cultura do Estado de São Paulo , intitulado “A Cidade que é a nossa 
cara II”, ofereceu aos professores da rede municipal da cidade e rede estadual 
da região, a construção de um projeto com seus alunos que explorassem os 
espaços da cidade e produzissem um diálogo com a cidade através das lin-
guagens artísticas. 
Houve também um módulo onde desenvolveram o processo criativo em 
oficinas de cerâmica, estudando esta linguagem artística e sua aplicabilidade 
na escola.
2014: os grupos de estudos seguiram discutindo arte contemporânea e 
possibilidades educativas na escola e em espaços culturais. Como a 31a Bie-
nal de São Paulo abriu uma série de discussões sobre a obra em perspectiva 
57Extensão Universitária: ações e perspectivas
processual, esse foi o tema que permeou as leituras e discussões. A Bienal 
intitulada “Como falar de coisas que não existem”, propôsrefletir sobre a 
complexidade da vida contemporânea que se apresenta desordenada, incons-
tante. Com o material educativo da exposição, textos de jornais, pesquisas 
em várias mídias sobre os artistas, lugares e projetos, e , claro , com a visita 
cultural à Bienal construiu-se rico campo de possibilidades de se pensar arte 
em territórios poéticos diversos.
2015: a constatação através de uma pesquisa com os professores dos gru-
pos de estudos sobre como a Lei 11.645, de 10 março de 2008- que estabelece 
as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial 
da rede de ensino obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Bra-
sileira e Indígena”- tem sido atendida nas escolas , sentiu-se a necessidade de 
trazer a discussão sobre a arte indígena uma vez que a arte afro-brasileira 
havia sido tema de um ano de discussões dos grupos. Iniciamos com a lei-
tura dos capítulos iniciais do livro de Darcy Ribeiro “O Povo Brasileiro”, 
sob título “Arte Indígena: Representações das culturas indígenas na pintura, 
literatura e cinema pelo olhar do branco e do índio”. Das representações nas 
pinturas de Hans Staden, Theodore De Bry, Albert Eckout, Franz Janszoom 
Post e Debret observou-se a representação do indígena brasileiro sob o olhar 
estrangeiro em contextos diversos. No Romantismo brasileiro do século XIX, 
o índio vira foco na literatura brasileira, representadopela pureza, heroísmo 
o homem não corrompido pela sociedade como I-Juca-Pirama de Gonçalves 
Dias, O Guarani, Iracema e Ubirajara de José de Alencar e no século XX 
Quarup de Antonio Callado. Artistasromânticos, modernistas e contempo-
râneos que trabalharam com a temática indígena como Victor Meirelles (“A 
primeira Missa no Brasil”), Adolfo Amoedo (“O último Tamoio”), Antonio 
Parreiras (“Iracema”), Siron Franco (“Monumento às Nações Indígenas” e 
“Casulos”), Lygia Pape (“Manto Tupinambá” e “Memória Tupinambá”), as 
fotografias dos povos Yanomami de Claudia Andujar foram material de pes-
quisa e discussão. No site PIB Povos Indígenas do Brasil: www.pibsocioam-
biental buscou-se encontrar informações atualizadas sobre as várias culturas 
indígenas hoje, e no site Thydêwá.org onde apresenta os “índios na visão dos 
índios”. Também, o grupo tomou contato e discutiu as produções de autores 
indígenas como Daniel Munduruku, Graça Graúna, Eliane Potiguara. Com 
texto de Luís Donisete

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