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Extensão Universitária Ações e perspectivas Luttgardes de Oliveira Neto Marcelo Carbone Carneiro Paulo Noronha Lisboa Filho OrgaNizadOrEs Luttgardes de O liveira N eto M arcelo Carbone Carneiro Paulo N oronha Lisboa Filho (O rgs.) autores ana Paula de oliveira Beatriz Heloisa Leopoldo santiago Carlo José Napolitano Cássia Leticia Carrara Domiciano Débora ap. Brombine Freitas Dorival rossi eliane Patrícia Grandini serrano eliza Bachega Casadei ellen Cristina Nascimento Érika de Moraes Fausto orsi Medola Fernanda Henriques Guilherme Lopes teixeira Guiomar Josefina Biondo Ingo Cescatto Germe Joedy Luciana Barros Marins Bamonte Juliana soares Laís alves Prates Laura Moreira Borelli Lucas Braga Carani Lucilene dos santos Gonzales Luis Carlos Paschoarelli Lurian Dionizio Mendonça Maria Luiza Calim de Carvalho Costa Maria teresa Zampieri Mariana Cintra elias Mirela riquena De Giuli Mônica Moura Naiara aparecida alves teixeira Natalia tomazela Nilson Ghirardello olga Maria Piazentin rolim rodrigues osmar Vicente rodrigues raquel Cabral regiane Máximo de souza regilene a. sarzi-ribeiro renata Calonego rosani de Castro roseane andrelo silvana aparecida alves sueli Liberatti Javaroni taynaraFerrarezi Thaís Deloroso reis Thiago teixeira de Castro Piovan tomás Queiroz Ferreira Barata Vera Lúcia Messias Fialho Capellini Verônica sales Pereira Vitória alves sá Com este livro as vice-direto- rias das unidades do câmpus da Unesp de Bauru se mantêm no objetivo de divulgar as ativida- des de extensão que vêm sendo desenvolvidas por docentes, ser- vidores e discentes. esta parceria colaborativa continua a reunir outros projetos em grupos temá- ticos, colaborando com sua visi- bilidade e mostrando a diversi- dade de abordagens nestas ações extensionistas. Concluímos com êxito mais este passo, que enten- demos como um dos caminhos de articulação entre a Unesp e a Comunidade de Bauru e região. As atividades de extensão da Unesp, identificadas como atividades-fim e indissociáveis às de ensino e de pesquisa são uma referência importante no contexto do ensino universitário paulista. englobando ações nas diversas áreas do conhecimento e sendo elaboradas pelas comunidades universi- tárias em todas Unidades da Unesp, vinculam diretamente os conheci- mentos desenvolvidos por seus atores à divulgação e à articulação junto à comunidade externa. no câmpus de Bauru, com as três Unidades in- corporando mais de uma centena de projetos de extensão universitária, a diversidade de temas abordados e aplicados prescinde de um espaço de divulgação mais evidente e permanente. esta publicação segue na intenção de estabelecer este espaço, organizando 19 trabalhos desenvolvidos pela comunidade deste câmpus em temáticas que vão desde artes e design, co- municação e cooperação, propostas na área de educação, de formação con- tinuada e de altas habilidades. Desta maneira, os vice-diretores do câmpus da Unesp de Bauru se reuniram novamente no esforço de dar continui- dade na divulgação e discussão de ações extensionistas e das perspectivas de consolidação e ampliação destes projetos. Extensão Universitária Ações e perspectivas Extensão Universitária Ações e perspectivas Luttgardes de Oliveira Neto Marcelo Carbone Carneiro Paulo Noronha Lisboa Filho OrgaNizadOrEs Extensão Universitária Ações e perspectivas Extensão universitária: ações e perspectivas / Luttgardes de Oliveira Neto, Marcelo Carbone Carneiro e Paulo Noronha Lisboa Filho (organizadores). – São Paulo : Cultura Acadêmica, 2016 313 p. : il. ISBN 978-85-7983-739-5 Inclui bibliografia 1. Extensão universitária 2. Projetos de Extensão. 3. Sociedade e universidade. I. Oliveira Neto, Luttgardes de. II. Carneiro, Marcelo Car- bone. III. Lisboa Filho, Paulo Noronha. 378 E96 Comissão Editorial e Científica: Ana Beatriz Lopes de Sousa Jabbour (FEB) Carlo José Napolitano (FAAC) Christiane Carrijo Eckhardt Mouammar (FC) João José Caluzi (FC) Loriza Lacerda de Almeida (FAAC) Luiz Gonçalves Junior (FEB) Mara do Carmo Monteiro Kobayashi (FC) Obede Borges Faria (FEB) Renata Cardoso Magagnin (FAAC) Copyright © Luttgardes de Oliveira Neto, Marcelo Carbone Carneiro & Paulo Noronha Lisboa Filho, 2016 Cultura Acadêmica / Editora UNESP Praça da Sé, 108 01001-900 – São Paulo - SP www.editoraunesp.com.br feu@editora.unesp.br SUMÁRIO APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 PARTE I ARTE, UNIVERSIDADE E SOCIEDADE CAPíTUlO 01 GRUPO GUILHERMINOS DE TEATRO DA UNESP/BAURU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Regiane Máximo de Souza CAPíTUlO 02 AO VIVO E EM CORES DEDICAÇÃO PARA INSPIRAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Mariana Cintra Elias Thiago Teixeira de Castro Piovan CAPíTUlO 03 PÓLO BAURU FAAC/UNESP – REDE ARTE NA ESCOLA: FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Maria Luiza Calim de Carvalho Costa Eliane PatriciaGrandini Serrano Guiomar Josefina Biondo Regilene A. Sarzi-Ribeiro CAPíTUlO 04 ENCONTRANDO A ARTE NAÏVE NA UNIVERSIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Ellen Cristina Nascimento Joedy Luciana Barros Marins Bamonte Nilson Ghirardello PARTE II COMUNICAÇÃO E SOCIEDADE CAPíTUlO 05 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE NO CÂMPUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Beatriz Heloisa Leopoldo Santiago Lucas Braga Carani Rosani de Castro CAPíTUlO 06 COMUNICA EDUCAÇÃO: EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIA COMUNICACIONAL E LITERACIA DIGITAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Roseane Andrelo Renata Calonego Naiara Aparecida Alves Teixeira CAPíTUlO 07 WEBJORNAL MUNDO DIGITAL: INSERÇÃO PROFISSIONAL, PRODUÇÃO DE CONTEÚDO E CRÍTICA DAS PRÁTICAS JORNALÍSTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105 Eliza Bachega Casadei CAPíTUlO 08 MINUTO CIDADANIA: VOCÊ TEM O DIREITO DE SABER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 Carlo José Napolitano Lucilene dos Santos Gonzales Verônica Sales Pereira CAPíTUlO 09 FAAC AGÊNCIA DE NOTÍCIAS E ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENSA (ACI) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .127 Érika de Moraes Raquel Cabral PARTE III DESIGN, ARQUITETURA E SOCIEDADE CAPíTUlO 10 CADEP – CENTRO AVANÇADO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS . . . . . . . . .139 Osmar Vicente Rodrigues CAPíTUlO 11 MUDA DESIGN – DESENVOLVIMENTO DE PROJETO E PRODUÇÃO DE MOBILIÁRIO URBANO COM DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .157 Tomás Queiroz Ferreira Barata Mirela Riquena De Giuli, Ingo Cescatto Germe Natalia Tomazela CAPíTUlO 12 DOS FIOS À TESSITURA NA CONSTRUÇÃO DE UMA REDE INTERDISCIPLINAR: UM RELATO SOBRE A EXTENSÃO EM DESIGN NA FAAC/UNESP . . . . . . . . . . . . . . . . . 175 Mônica Moura CAPíTUlO 13 LABORATÓRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO INKY DESIGN: ESPAÇO DE CONVERGÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189 Cássia Leticia Carrara Domiciano Fernanda Henriques CAPíTUlO 14 SAGUI LAB – LABORATÓRIO DE CO-CRIAÇÃOE ESPAÇO MAKER. . . . . . . . . . . . . . . .201 Dorival Rossi CAPíTUlO 15 ATIVIDADES DE EXTENSÃO APLICADAS À HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .221 Silvana Aparecida Alves CAPíTUlO 16 DESIGN E DEFICIÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A INCLUSÃO ESCOLAR . . . . . . . .241 Thaís Deloroso Reis Fausto Orsi Medola Luis Carlos Paschoarelli PARTE IV EDUCAÇÃO E SOCIEDADE CAPíTUlO 17 UMA PROPOSTA DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR DE ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .255 Vera Lúcia Messias FialhoCapellini Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues Ana Paula de Oliveira Laura Moreira Borelli Lurian Dionizio Mendonça CAPíTUlO 18 TIC E PROFESSORES DE MATEMÁTICA: CURSOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA FORMAÇÃO CONTINUADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .279 Maria Teresa Zampieri Sueli Liberatti Javaroni CAPíTUlO 19 A INCUBADORA DE COOPERATIVAS POPULARES DA UNESP BAURU (INCOP) . . .299 Raquel Cabral Débora Aparecida Brombine Freitas Guilherme Lopes Teixeira Juliana Soares Laís Alves Prates Taynara Ferrarezi Vitória Alves Sá 9Extensão Universitária: ações e perspectivas apresentação Extensão Universitária LuttgArdes de OLiveirA NetO1 MArceLO cArbONe cArNeirO2 PAuLO NOrONhA LisbOA FiLhO3 A Extensão Universitária desenvolvida no Câmpus de Bauru é um cami- nho bastante interessante e potencializador de articulação do conhecimento produzido com a Sociedade e um elemento constitutivo da universidade que deve ser cada vez mais evidenciado. Um dos pilares das atividades-fim, a Extensão Universitária significa a necessária relação do saber universitário com a Sociedade. As ações extensionistas estão ligadas ao Ensino e à Pesquisa, na tão pro- palada indissociabilidade entre ENSINO-PESQUISA-EXTENSĀO. A relação entre estas três dimensões é certamente dialética, uma relacio- na-se com a outra de tal forma que não existe extensão sem pesquisa (conhe- cimento), todo conhecimento científico busca a constituição/construção de um campo (como desenvolvido por Bourdieu), de um coletivo de pensamen- to (Fleck), de uma prática científica paradigmática (Kuhn), entre outros au- tores do século XX que pensaram o conhecimento científico, e que necessita uma educação científica (Ensino). Dessa forma, pesquisar é ensinar, ensinar o conhecimento científico/ artístico/cultural/humanístico é contribuir para a formação da sociedade. Não obstante, a despeito da relação dialética e indissociável, o conceito deve ser pensado nas suas transgressões e dialética e, também, nas suas ca- racterísticas próprias. 1 Professor Adjunto, Vice-Diretor da Faculdade de Engenharia da UNESP – Bauru. 2 Professor Adjunto, Vice-Diretor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP – Bauru 3 Professor Adjunto, Vice-Diretor da Faculdade de Ciências da UNESP – Bauru. 10 Extensão Universitária: ações e perspectivas O que é Extensāo Universitária? Toda ação (transformadora/dialética/dinâmica) de produção do conhe- cimento que está diretamente relacionada com a sociedade. O conceito de Extensão Universitária exige de nós reflexões para valori- zarmos nossas ações. Este livro é uma oportunidade de discutirmos nossos projetos, diversi- dade de temas e ações na busca de uma universidade que esteja comprome- tida com a sociedade. A Extensão não pode desconsiderar este elemento constitutivo, qual seja: de ações transformadoras/dialéticas da sociedade. Uma boa leitura! parte I aRtE, UnIvERSIdadE E SOcIEdadE 13Extensão Universitária: ações e perspectivas 1 Grupo Guilherminos de Teatro da UNESP/Bauru REGIANE MÁXIMO DE SOUZA Introdução O teatro é uma arte, ele se associa à história do homem e à própria his- tória da comunicação humana envolvendo literatura e encenação. Sua pre- sença é percebida desde a Antiguidade Clássica, no decorrer dos períodos de descobertas e catequeses, com os missionários jesuítas, até os dias atuais. O teatro continua causando encantamento e, por isso, concretizando de ma- neira única o aprendizado, seja de ordem informativa ou cultural. (MIRAN- DA et. al. 2009). Segundo NAZARETH (2009), A arte é libertária e o teatro é, sem dúvida, das Artes, expressão liber- tária por excelência. A possibilidade de “re-viver” sentimentos e situ- ações sem barreiras de tempo e espaço, de presenciar fatos de verda- de ocorridos ou apenas existentes no imaginário do autor, possibilita resgate do indivíduo e da sociedade. (apud MIRANDA 2009, p.172). A experiência exposta por Dominguez (1978) sugere a figura do profes- sor como mediador da tarefa, auxiliando os alunos na resolução dos confli- tos que eles não saibam superar, à medida em que forem aparecendo. Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN Artes destacam os bene- fícios dessa arte para o desempenho pessoal e profissional dos estudantes, afirmando que: 14 Extensão Universitária: ações e perspectivas Ao participar de atividades teatrais, o indivíduo tem a oportunidade de se desenvolver dentro de um determinado grupo social de manei- ra responsável, legitimando os seus direitos dentro desse contexto, estabelecendo relações entre o individual e o coletivo, aprendendo a ouvir, a acolher e a ordenar opiniões, respeitando as diferentes ma- nifestações, com a finalidade de organizar a expressão de um grupo (BRASIL, 1997, p. 83). O teatro configura-se em instrumento eficaz de intervenção social e de educação em saúde (GARDAIR, 2009). Além disso, a encenação ultrapassa a atividade de descontração e humor para enfatizar a reflexão, conseguindo, não raramente, romper estigmas impostos pela sociedade (NAZIMA et al., 2008). O desafio de abordar a reflexão sobre temas presentes na atualidade, como o uso de álcool e drogas, exige uma adequação da comunicação ao público-alvo. Uma possibilidade é comunicar-se por meio da narrativa cêni- ca e da linguagem lúdica (PRATTA; SANTOS, 2009). Rodrigues et. al. (2012) descreve a experiência do Loucultura, que se ca- racteriza como um grupo de Teatro Universitário itinerante e amador. O trabalho concluiu que as ações de educação em saúde, quando aliadas às práticas de ensino dinâmicas e inovadoras como o teatro universitário, con- tribuem positivamente para a formação interdisciplinar. Para os que frequentam um curso de teatro há várias formas de se be- neficiar com a atividade, como: melhorar a auto estima, a timidez, aprimora a habilidade de relacionar-se com os outros, autoconhecimento, desenvolve consciência corporal e coordenação motora, ensina a trabalhar em grupo, desenvolve habilidades cognitivas como memória e raciocínio, expande o repertório cultural, melhora a capacidade de concentração e o constante exercício de memorização, ajudam na avaliação em relação ao desempenho escolar, propiciam o contato com estímulos sensíveis e fazem com que o ima- ginário não tenha limites, recriando mundos e relações por meio do teatro. O projeto “Grupo Guilherminos de Teatro”, incentivado e coordenado pela Profa. Dra. Regiane Máximo de Souza, com participação dos profes- sores voluntários Vagner Clemente Junior e Marcelo Laurisson Aparecido Atoji, tendo público alvo os Unespianos. Tem tido o apoio da Rede Viva Me- lhor, um programa criado com apoio da Vice-Reitora da UNESP e iniciado 15Extensão Universitária: ações e perspectivas em 2014, tendo como objetivo propiciar, por meio da vivência teatral e de todos os benefícios que essa arte carrega, a socialização e integração dos par- ticipantes, uma vez que o projeto é aberto a todos os alunos, funcionários e docentes do câmpus. Estratégia metodológica Os exercícios teatrais devem ter o intuito de facilitar e instigar o reco- nhecimento individual, grupal e espacial, o entrosamento dos participantes, a disciplina e responsabilidade com o trabalho realizado, a memória, o apri- moramento do poder de concentração, a confiança mútua, a cumplicidade do jogo cênico e o aquecimento preparatório para cena (UERN, acessado em 07/03/2015). O teatro é visto como um organismo vivo norteado por uma arte cons- truída de seres culturais, temporais e de diferentes opiniões.Sendo assim, a descrição de um manual ou de um método único e fixo é praticamente impossível. Dessa forma, sugere-se então a união de experiências e informa- ções, de modo dialogado, expositivo e prático. Para criar a compreensão do fazer teatral, é da união do grupo, da busca, e interação entre os mesmos que o teatro se faz presente. O método aqui deve ser visto como um processo ou caminho, que é compreendido desde o pri- meiro encontrodo grupo, onde o “resultado final” é um reflexo do percurso e está diretamente ligado à amplitude, à espontaneidade e ao crescimento orgânico, bem como a resposta do grupo às necessidades encontradas du- rante todo o projeto. Atividades desenvolvidas e avaliação Foram desenvolvidas ao longo de 2014 várias atividades que envolve- ram improvisação, interpretação, socialização, expressão corporal e vocal. A ideia de explorar a possibilidade de entrega de cada integrante do grupo foi o foco dentro das atividades desenvolvidas, cada um deles possui uma 16 Extensão Universitária: ações e perspectivas memória corporal, uma vida, culturas diferentes e poder habituar cada uma dessas experiências dentro do meio cênico se torna o desafio. Por meio do trabalho com a improvisação, traçando uma linha do iní- cio do trabalho para o momento do início é possível dizer que cada cena se tornava uma obra única.Mesmo com a falta de noções básicas de cena quan- do iniciamos as atividades sempre foram executadas com notável energia e vontade de integrante do grupo. Com o desenvolver das aulas a motivação se tornava cada vez mais intensa com novas possibilidades de cenas, refle- xões maiores sobre os exercícios desenvolvidos e uma exploração maior do espaço. Além de bons resultados obtidos em trabalho cênico foram conquis- tados resultados no âmbito social do grupo a exemplo de novas amizades, eloqüência; é importante notar que houve superação de barreiras, como por exemplo, a timidez no discurso. Dentre o trabalho cênico, além de ensaios de cena tem-se o corpo, a prin- cipal ferramenta do ator. Muitos membros possuem rotinas diferentes que por muitas vezes eram mantidas por algum tempo. A investigação corpórea toma espaço quando, por meio de toda a energia oferecida, existe a compre- ensão do respirar e do observar. Passa-se a entender que postura e tensão viriam prejudicar ou ajudar em cena; como resultado fora do processo em aula se enxergava nítida a melhora em seus corpos, um respirar diferente, um entender não só a cena mas o mundo com uma nova visão. O grupo se reunia aos domingos das 14h às 18h com regularidade no primeiro semestre de 2014, a menos dos feriados prolongados durante dos finais de semana. Durante o período de greve das Universidades Estaduais Paulistas as atividades foram suspensas, em 22 de maio de 2014, e retomadas assim que as aulas foram retomadas, em 22 de setembro 2014. Durante os últimos três meses do ano o grupo retornou a sua rotina de atividades, sem uma peça de teatro definida por conta do longo período sem atividades. Ao longo de todo o trabalho foram desenvolvidas várias atividades que proporcionaram ao grupo a vivência teatral dentro de um contexto que abrangeu não só o artístico como também o social. Cada da atividade foi direcionada em determinado foco como, por exemplo, expressividade, foco, dicção. A seguir, são descritas duas dessas atividades: jogos de improvisação e trabalhos de percepção do corpo. 17Extensão Universitária: ações e perspectivas Os jogos de improvisação Dentro dos jogos de improvisação levamos em conta um pouco de todas essas características do viver cênico acima citadas pois os alunos contavam com seus próprios repertórios e sua capacidade de jogar com o companheiro do grupo, explorar mais as potencialidades, a condição de se entregar para a proposta e a questão do socializar, do trabalho em grupo foram nossos objetivos dentro cada dos jogos, os alunos ao começo partiam sempre para o cômico, para as histórias non sense mas com os estímulos cada vez mais aprofundados ao passar das atividades obtivemos execuções de cenas mais elaboradas que proporcionavam um cunho de reflexão maior e o sentimento de satisfação de um bom trabalho. Os trabalhos de percepção do corpo Como ferramenta principal de trabalho do ator para comunicação temos o corpo, o ator não deixa de ser ator quando sai de cena de forma que a ques- tão de sua consciência corporal continua a mesma no seu cotidiano tanto como se estivesse em seu oficio, o que se torna benéfico para ele quando se trata de aspectos relacionados à sua saúde. Por meio de atividades que envol- viam a percepção do corpo, foram feitas atividades de aceleração e desacele- ração e respiração que proporcionaram uma experiência de descobrimento sobre o próprio corpo. Isso foi comprovado por meio de alguns relatos sobre o ganho do andar e respirar com mais qualidade, resultado das atividades com o teatro a qual os participantes nunca haviam percebido. Alguns participantes trouxeram relatos atestando uma compreensão maior de si mesmo após o início de seus processos pessoais. A seguir desta- camos alguns depoimentos do grupo e dos professores envolvidos no proje- to, onde comentam sobre o envolvimento do grupo e a contribuição para o seu desenvolvimento humano e perspectivas futuras. Minha experiência com o grupo de teatro Guilherminos foi muito gratificante e nostálgica! Fiz teatro durante dois anos quando estava estudando no Ensino Médio e sempre dei falta de retomar atividades, exercícios e ensaios do gênero no período em que fiquei na faculdade. 18 Extensão Universitária: ações e perspectivas Com o surgimento desse grupo, logo me empolguei. A abertura de todos os envolvidos em engrandecer a experiência na área foi fantás- tica, gerando um belo entrosamento da turma em pouco tempo. A abrangência de temas e direcionamentos na questão cênica foi envol- vente, pois pudemos desfrutar de encontros que se voltavam tanto a questão teórica até a prática. Falando na prática, a variedade de exer- cícios e ensaios agradou, estimulando o improviso, a movimentação, a respiração, o alongamento, a estrutura de cena, o tom da fala, a assimilação do texto e muito mais. A ideia do projeto era se desenvol- ver o bastante para intercalar todas essas atividades com a produção de uma peça de longa duração. Essa ideia ainda me empolga muito, mas pelos imprevistos gerados pela greve de 2014 isso não pode se concretizar. Ainda. É com enorme prazer que falo sobre o início do “Grupo Guilhermi- nos” de teatro da UNESP Bauru. Desde que entrei na faculdade de engenharia, no ano de 2011, sentia falta e necessidade deste espaço de inserção cultural dentro do câmpus. Esse ano tivemos a sorte de juntar uma galera com essa mesma vontade, além do carinho e boa vontade de nossos professores Vagner e Marcelo. Os encontros aos domingos eram esperados ansiosamente, e sempre atingiam as ex- pectativas: repletos de aprendizado, autoconhecimento, diversão e integração com outros alunos do câmpus, de cursos diferentes ao meu. Infelizmente, pelas circunstâncias geradas em função da greve, ainda não conseguimos montar nenhuma apresentação. Mas vontade para que isso aconteça em 2015 não falta! O projeto de teatro da UNESP em Bauru, hoje nomeado “Grupo Gui- lherminos de Teatro”, tem sido uma experiência enriquecedora. As reuniões semanais no Anfiteatro Guilherme R. Ferraz, vulgo Gui- lhermão, possibilitaram a minha aproximação das artes teatrais, não só como canal de entretenimento, mas também como ferramenta de desenvolvimento pessoal. A iniciativa dos alunos foi primordial para o início das atividades e para a continuidade das mesmas. O esforço de cada participante para estar presente nos encontros, mesmo em meio às atribuições cotidia- 19Extensão Universitária: ações e perspectivas nas, e a atenção e cuidado com que estes participam dos exercícios propostos indica que a experiência tem funcionado. Em especial, ressalto e agradeço a participação dos nossos colegas e mestres do tablado Vagner Clemente e Marcelo Corleone, sem os quais nossos domingos seriam vazios. Participar das aulas de teatro foi uma experiência muito rica. Pude entrar em contato com pessoas de outros cursos da UNESP, integrar e ver olhares diferentes. No exercício de aula, pude desenvolver mi- nha auto expressão, bem como o trabalho em grupo. Pude desenvol- ver uma maneira de comunicação que nãoé a que aprendo na sala de aula. A orientação dos professores foi bem importante para que o grupo pudesse se firmar e se articular. Espero que em 2015 possamos dar continuidade com as aulas. Minha experiência no teatro foi muito feliz e foi uma retomada, já que fiz teatro antes de começar a faculdade. O projeto promoveu a integração entre pessoas de cursos diferentes, fazendo com que compartilhássemos experiências através do teatro. Além disso, para as pessoas que não tinham feito teatro antes, o projeto contribuiu para que os alunos melhorassem seu modo de lidar com o público e com as próprias apresentações de trabalhos acadêmicos, ajudan- do na diminuição do nervosismo e da timidez. A única dificuldade que presenciei foi a dificuldade de horários compatíveis entre alunos para realização das aulas, dificuldade que foi resolvida comas aulas de domingos. Participar do grupo nesse primeiro ano foi muito legal. Conheci pes- soas legais e pude me socializar com elas de um modo divertido e diferente. Adorei as atividades! Espero poder participar de mais aulas este ano! Obrigado Vagner e Marcelo pela atenção e dedicação com o grupo! O grupo foi minha primeira experiência com teatro, salvo duas ofi- cinas de um dia só que realizei anteriormente, e para mim foi gratifi- 20 Extensão Universitária: ações e perspectivas cante perceber que eu faço parte de um grupo. Desde o primeiro ano da faculdade (atualmente estou no quarto) sinto falta de atividade teatral na UNESP e senti que o projeto supriu essa carência; o aspecto negativo foi em relação à greve e o conflito de horários entre as facul- dades que pareceu dissolver o grupo por algum tempo. Os domingos que passei no curso foram muito bons, aprendendo a ter um contato melhor com o meu próprio corpo e com os outros, técnicas de respi- ração e fala e executando jogos teatrais. Espero poder participar até o final do processo para apresentar uma peça. Sempre gostei muito de teatro e já tinha tentado participar de grupos do gênero no ano passado. Quando cheguei na UNESP no início do ano passado não soube imediatamente do grupo e dos encontros no Guilhermão, mas assim que soube dos encontros me animei na hora e achei incrível que a UNESP oferecesse esse tipo de atividade gratui- tamente no câmpus. A vivencia nos encontros era muito divertida e harmoniosa, aprendi muito sobre meu próprio corpo e movimentos, sobre o que cada gesto diz e sobre o teatro em si. O grupo também me ajudou bastante na com minha timidez, nervosismo e dificuldade de falar em grupo, coi- sa que hoje em dia eu já consigo dominar melhor o que me ajuda em apresentações de trabalhos entre outras atividades cotidianas. Sempre me encantei com expressões corporais e poder viver persona- gens, já que ter apenas uma vida as vezes parece pouco... Cresci numa cidade bem pequena, onde aulas de teatro nunca existiram. Quando ingressei na UNESP Bauru, muitas pessoas com interesses parecidos com os meus começaram a surgir na minha vida, me fizerem muito bem e me encantaram ainda mais por vidas, expressões e liberdade! No momento em que fiquei sabendo da turma de teatro que o Dafae criaria, fiquei incrivelmente animada! Quando fui pela primeira vez, já me surpreendi com exercícios corporais que imediatamente fize- ram com que eu sentisse melhor os movimentos do meu corpo e me- lhoraram minhas expressões! No entanto, como o primeiro exercício de estar no palco interpretando um papel um papel ou criando uma história em grupo, entendi que eu era bem mais envergonhada do 21Extensão Universitária: ações e perspectivas que eu imaginada e fui tirada da minha zona de conforto totalmente! Trabalhar em grupo e ter medo de errar a minha parte, me fizeram parar pra pensar nas atividades coletivas e na dinâmica com as ou- tras pessoas, algo que melhorei muito em pouco tempo de teatro! Ao insistir em ir e vendo a evolução dos colegas do grupo a cada aula exponencialmente, me animava cada vez mais! Hoje me percebo bem menos tímida e sabendo lidar melhor com si- tuações surpresa, tendo menos insegurança para expor minhas opi- niões e me relacionando de forma mais divertida e dinâmica com as outras pessoas! Sou muito agradecida ao teatro, pretendo continuar e espero crescer cada vez mais com o grupo! Os professores Vagner e Marcelo nos introduziram, diversos exercícios excelentes para desinibição e outros incríveis para sentir a musculatura soltar o corpo! Sempre fazendo críticas para o crescimento do grupo! Temos um relacionamento muito legal, de grande aprendizado, mas de maneira mais horizontal, algo muito admirável, visto que professores normalmente não conseguem estabelecer qualquer outra relação com o aluno que não seja a hierárquica e sem tanta troca! Logo fico muito feliz e realizada de fazer parte desse grupo e ter a oportunidade de aprender mais sobre teatro! Os encontros do grupo tiveram início em 2014 com participantes bem heterogêneos, de diversos cursos, tanto da FAAC como da FEB. To- das as decisões eram em conjunto, orientadas pelo Vagner Clemente e pelo Marcelo Atoji, o que era muito bom para o envolvimento dos participantes. Com o tempo o grupo foi ficando menor, frequentado por mais alunos da FAAC, dos cursos de design, RTV e arquitetura. As atividades foram muito boas para aprimorar nossa percepção em relação aos outros cursos: tanto para conhecer novas pessoas, como para conhecer essas novas realidades. Com a greve houve grande evasão por parte dos alunos que voltaram para suas respectivas cidades, e também pela falta do espaço, que não poderia ser reservado, uma vez que há grande controle docente do Guilhermão. 22 Extensão Universitária: ações e perspectivas No geral, sinto que poderia ter me desenvolvido mais, se tivéssemos aproveitado o ano de 2014 inteiro. Como grupo, percebo que houve grande entrosamento - por parte dos que iam com mais frequência-, e interesse nas artes cênicas, com que não temos contato direto na grade acadêmica. Por fim, entendo que o grupo tem muito potencial para continuar as atividades, de maneira séria e ao mesmo tempo descontraída. Foi um grande acréscimo para minhas experiências pessoas, principalmente por já ter certa ligação forte com o teatro e sentir falta de um curso da UNESP nessa área. Bom, o ano que passei com esse grupo que se reuniu para fazer teatro foi uma experiência completamente nova. E o que mais me agradou foi a iniciativa de todos de mobilizarem um grupo para fazer arte, é realmente gratificante para nós, amantes da arte, ver esse tipo de atitude. Vi uma evolução muito grande em cada um, muitos deles têm talento, outros aprendem rápido, mas o mais importante a força de vontade os levaram longe. As exigências da arte teatral nos levam a caminhos diferentes fazen- do novas conexões despertando o conhecimento de uma forma pra- tica, a busca pela criação e resolução de problemas dentro das ativi- dades propostas de modo individual, coletivo e colaborativo, fornece potencial expressivo ao indivíduo, facilitando e criando pontes com o mundo real, levando o mesmo a reflexão e crescimento pessoal e interpessoal; pode-se dizer que além de desenvolver conceitos e habi- lidades próprias do teatro, o fazer teatral nos permite uma percepção e uma compreensão maior da vida; e que é nessa arte milenar que nós podemos observar o desenvolvimento da humanidade dentro da história, no seu conceito filosófico, político e social. Durante o desenvolvimento do projeto foi possível observar uma identificação dos alunos com o fazer teatral, ficou claro que ao longo desse tempo eles vivenciaram o teatro, trocaram experiências pes- soais e criaram um laço de amizade, fortalecendo o lado humano; apesar de não realizarmos uma apresentação teatral, devido à greve, o trabalho não ficou prejudicado, é possível dizer que esse foi o pri- 23Extensão Universitária: ações e perspectivas meiro passo do Grupo Guilheminos de Teatro, os debates ao fim de cada dia mostraramisso, o teatro vai muito além do palco, ele se fez presente no cotidiano, as atividades ajudaram de alguma forma no dia-a-dia de cada um. Trabalhar com um grupo de alunos da UNESP tem sido uma expe- riência gratificante para mim pois dentro de minha graduação bus- co me aperfeiçoar como professor em teatro, um arte-educador. Ao começar o trabalho muitas coisas foram novas para mim, posso até dizer que todo esse tempo eles trazem o principal de se fazer arte “a troca”, no momento em que aprendo com eles e vejo resultado do que sinto só me vêm um sentimento de profunda felicidade e a motivação que preciso para poder me dedicar mais para a docência. Pode-se observar nos comentários que Grupo Guilherminos de Teatro é uma experiência muito importante, como visto nas palavras dos alunos e professores. Gratificante, experiência fantástica, abrangência de temas, en- volvente, variedade de exercícios, estimular o improviso, a movimentação, a respiração, o alongamento, a estrutura de cena, o tom da fala, a assimilação do texto, necessidade deste espaço de inserção cultural, aprendizado, auto- conhecimento, diversão, integração, experiência enriquecedora, desenvolver a auto expressão bem como o trabalho em grupo, melhorar o modo de lidar com o público e com as próprias apresentações de trabalhos acadêmicos, ajuda na diminuição do nervosismo e da timidez, ajuda no nervosismo e di- ficuldade de falar em grupo. Esses são os adjetivos que os alunos enfatizaram em sua fala para caracterizar o aprendizado que tiveram com o curso de tea- tro. Alguns momentos das atividades que envolveram os participantes foram registrados conforme mostram as Figuras 1 e 2 em que podemos observar os participantes em cena em suas atividades. 24 Extensão Universitária: ações e perspectivas Figura 1: Atividade de encenação, os jogos de improvisação. Figura 2: Atividade de encenação, os trabalhos de percepção do corpo. Concluído o primeiro ano do projeto, apesar da interrupção das atividades do grupo, houve evidências, pelos relatos dos participantes, de que o Grupo Guilherminos de Teatro se mostrou uma ferramenta importante para a for- mação e transformação humana dos participantes. Durante a fala dos partici- pantes, as frases mais marcantes que mostraram o ganho das atividades sema- 25Extensão Universitária: ações e perspectivas nais do Grupo Guilherminos de Teatro foram: “...gratificante e nostálgica...”; “...estimulando o improviso, a movimentação, a respiração, o alongamento, a estrutura de cena, o tom da fala, a assimilação do texto e muito mais...”; “...A ideia do projeto era se desenvolver o bastante para intercalar todas essas ativi- dades com a produção de uma peça de longa duração. Essa ideia ainda me em- polga muito, mas pelos imprevistos gerados pela greve de 2014 isso não pode se concretizar...”; “...aprendizado, autoconhecimento, diversão e integração...”; “...experiência enriquecedora...”; “....ferramenta de desenvolvimento pessoal...”; “...aprendendo a ter um contato melhor com o meu próprio corpo e com os outros, técnicas de respiração e fala e executando jogos teatrais...”; “...me per- cebo bem menos tímida e sabendo lidar melhor com situações surpresa...”; “... menos insegurança para expor minhas opiniões e me relacionando de forma mais divertida e dinâmica com as outras pessoas...”. Considerações finais O projeto nomeado “Grupo Guilherminos de Teatro”, iniciado em 2014 com o objetivo de propiciar vivência teatral, aberto a todos os alunos, fun- cionários e docentes do câmpus de Bauru. O projeto tem o apoio da Rede Viva Melhor, um programa apoiado pela Vice-Reitora da UNESP, que tem como objetivo propiciar a qualidade de vida dos Unespianos. Com os bons resultados percebidos pelos participantes e a ótima aceitação dos mesmos, o projeto foi reformulado e teve continuidade em 2015. Durante o ano de 2015 o curso foi reformulado e espera-se que, com maior divulgação, consiga-se mais participantes e colaboradores multipro- fissionais para o projeto, incluindo profissionais da área de Psicologia. Referências BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais - Arte. Bra- sília: MEC/SEF, 1997. DOMINGUEZ J. A. Teatro e educação: uma pesquisa. Rio de Janeiro: Serviço Nacional do Teatro, 1978. 26 Extensão Universitária: ações e perspectivas GARDAIR, T. L. C. Ciência, teatro e aprendizagem no desenvolvimento de eventos culturais. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS - VII ENPEC, 7., 2009, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2009. p. 1-10. MIRANDA J. L., Elias R. C., Faria R. M., da Silva V. L., Felício W. A. S. TEATRO E A ESCOLA: funções, importâncias e práticas. Revista CEPPG , nº 20, 2009, p. 172 à 181. NAZIMA, T. J. et al. Orientação em saúde por meio do teatro: um relato de experiência. Revista Gaúcha Enfermagem, Porto Alegre, v. 29, n. 1, p. 147-151, mar. 2008. PRATTA, E. M. M.; SANTOS, M. A. Uso de drogas na família e a avaliação do relacionamento com os pais segundo adolescentes do ensino médio. Revista Psico, Porto Alegre, v. 40., n. 1, p. 32-41, jan./mar. 2009. RODRIGUES, S. B.; BOTTI, N. C. L.; MACHADO, J. S. A. Teatro universitário como estratégia de educação em saúde mental. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.3, p.118-126, 2012. Disponível em: <<http://www.uern.br/controledepaginas/Conte%C3%BAdo%20para%20 M%C3%B3dulos/arquivos/2208dinamicas_(exercicios_de_grupo)_para_teatro.pdf>> acessa- do em 07/03/2015) Apêndice Depoimentos dos participantes do Grupo Guilherminos de Teatro: Gui- lherme de Almeida Gonçalves, Comunicação Social: Radialismo; Manue- la FranzinBassette, Engenharia Civil; William De Moura Mariano Orima, Comunicação Social: Jornalismo; Isabella M. Matos, Design; Laisla de Paula Rodrigues, Comunicação Social: Radialismo; Felipe Silva Jorge, Engenharia Elétrica; Leticia Rolim Cabral, Arquitetura; Wesley Bernardo Correa da Sil- va; Comunicação Social: Radialismo; Letícia CanevazziSakomura; Design; NaaraBartz, Arquitetura; Maria Luisa Ramalho Ferreira da Silva, Grupo de Teatro ¼ de Lua; Vagner Clemente Junior, Professor colaborador voluntário; Marcelo Laurisson Aparecido Atoji, Professor colaborador voluntário. 27Extensão Universitária: ações e perspectivas 2 Ao Vivo e em Cores Dedicação para Inspirar Mariana Cintra Elias thiago tEixEira dE Castro Piovan Missão e Valores O Projeto social “Ao Vivo e em Cores” é uma realização dos estudantes da UNESP de Bauru e conta com total apoio da diretoria da Faculdade de Engenharia e do Diretório Acadêmico da FEB (DAFAE). A iniciativa de realizar um projeto que reflita as necessidades da comu- nidade local surgiu da importância da participação dos universitários em atividades que desenvolvam não somente o lado racional, mas também o lado social dos envolvidos. Assim, o projeto busca aproximar os estudantes da Universidade à co- munidade bauruense, por meio de ações de pintura e atividades recreativas e pedagógicas em escolas públicas da cidade, fazendo com que os mesmos co- nheçam uma realidade diferente da que estão habituados, criem uma cons- ciência social e se mobilizem para fazer a diferença na vida de pessoas que necessitam de ajuda e também têm muito a ensinar. 28 Extensão Universitária: ações e perspectivas Apesar de o projeto ter nascido na FEB, atualmente conta com membros dos mais diversos cursos, como Arquitetura, Design, Rádio e TV e Relações Públicas. Levando mais vida e cor às escolas bauruenses, o projeto busca divertir, mudar e encantar. “A Universidade pode nos transformar em muitas coisas, pois existem vários caminhos a se seguir. Mas o caminho que nos leva a pensar no social e que nos tira do conforto para olhar ao mundo ao redor tem o poder de transformar qualquer pessoa em um profissional melhor, em um ser humano melhor. O Ao Vivo e em Cores é um projeto que tem o poder gigantesco da mudança. Pode ser pequena se comparada a tudo que precisa ser modificado, mas cada pessoa tocada por esseprojeto já se torna um agente de transformação. É um projeto que nos faz acreditar que podemos fazer sim parte da mudança que queremos ver no mundo. É só termos a coragem de trabalharmos duro para influenciar as tantas vidas que podemos alcançar e estar dispostos a aprender tudo o que ele pode nos proporcionar, como a superação e o amor ao próximo.” (Carolina Gondo, estudante do curso de Enge- nharia Civil e ex-membro da organização) 29Extensão Universitária: ações e perspectivas História O Projeto teve início em 2012 a partir da Organização da XVII Semana da Engenharia (SEMENG). A SEMENG é um evento tradicional da Faculda- de de Engenharia (FEB) organizada pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Engenharia que ocorre anualmente e tem como objetivo enriquecer a for- mação dos estudantes, futuros profissionais do mercado. Logo, com o intuito de engrandecer o evento, não só em magnitude, mas também em qualidade de capacitação dos estudantes, a Comissão Organi- zadora tomou a iniciativa de desenvolver um projeto sem fins lucrativos que refletisse a necessidade da comunidade local. 30 Extensão Universitária: ações e perspectivas Assim, a ideia surgiu e o projeto tomou forma. Cresceu, passou por vá- rios locais, contou com a ajuda de várias pessoas e segue até os dias de hoje com o mesmo espírito de mudança e solidariedade. “O Ao Vivo não é apenas um projeto de causa social, mas sim uma ação real e efetiva para tudo aquilo que queremos de bom pro mundo. Poderia dizer que o Ao Vivo me proporcionou um grande crescimen- to individual e em grupo. Mas não seria suficiente, pois o que sinto hoje pelo projeto se chama amor. Amor por cada ação, cada muro pintado, cada expectativa nos rostos das crianças, amor pelas fotos, por todas as pessoas que fizeram com que esse projeto se tornasse enorme. Porque dentro de mim ele é enorme mesmo, e com pince- ladas de atenção, respeito, carinho, boa vontade, podemos mudar o mundo de milhares (sim, milhares!) de pessoas.” (Rebeca Mantova- neli, estudante do curso de Engenharia Civil e ex-membro da orga- nização) Ao Vivo e em Cores em 2012 Com o slogan “Ao Vivo e em Cores: a revitalização do parque Vitória Régia” o projeto deu seu primeiro passo e, no dia 22 de setembro de 2012, realizou uma grande ação no Parque Vitória Régia, cartão postal da cidade de Bauru, revitalizando física e artisticamente o espaço. 31Extensão Universitária: ações e perspectivas O principal objetivo foi de integrar a comunidade bauruense e a univer- sidade em um ambiente de cidadania, comprometimento e diversão, retri- buindo o investimento da sociedade na universidade pública. A pintura das arquibancadas iniciou logo cedo e, através do esforço de 70 voluntários, estudantes da Unesp, deu mais vida e cor ao parque. Ainda, inú- meras instituições acadêmicas participaram, como a Empresa Junior de Psi- cologia, a AIESEC, o “Projeto Sorrir” e a Atlética, realizando atividades com as crianças e proporcionando alegria e diversão. Além disso, alguns projetos de extensão, como Baja, Pro Junior, Aerodesign e Projeto Iluminação, estive- ram envolvidos expondo seus projetos para a população, e ainda,estudantes do curso de Educação Física compareceram realizando avaliações físicas e apresentações musicais acontecendo paralelamente. “O projeto “Ao Vivo e em Cores” começou em 2012 devido ao de- sejo de alguns estudantes, inclusive o meu, em transpor força de vontade e conhecimento para além das fronteiras físicas da UNESP Bauru. Queríamos fazer projetos pela cidade, na cidade; queríamos mostrar a força dos estudantes; queríamos mostrar para a população bauruense, a qual uma grande parcela nem sabe aonde se localiza a 32 Extensão Universitária: ações e perspectivas UNESP, que podemos agregar muito para a comunidade em geral; e queríamos diminuir a lacuna existente entre a população e a univer- sidade pública. O que me deixa mais realizada com tudo isso é saber que o projeto ainda está ativo.”(Renata Lunardi, estudante do curso de Engenharia de Produção e uma das idealizadoras do projeto) Assim, o evento foi um sucesso e através da motivação, empenho e união dos estudantes idealizadores, o primeiro passo foi dado para a construção de mais do que um projeto, um ideal,que une cidadania e solidariedade e inspira a todos. “Hoje posso contar que o aprendizado que tive durante a organização foi a melhor experiência do meu período acadêmico. Ultrapassar as barreiras da universidade e levar o conhecimento, a vontade e a capa- cidade dos estudantes da UNESP para a cidade é algo que me deixa completamente satisfeito. Nesse ano, posso dizer que o projeto está consolidado e que o orgulho de ter feito parte disso só me faz ter a certeza que faria tudo de novo.”(José Augusto Nora Zono, Engenhei- ro civil e um dos idealizadores do projeto) Ao Vivo e em Cores 2013 Em 2012, a Semana da Engenharia inaugurou seu vínculo com a ideia de um projeto social. Batizado como Ao Vivo e em Cores, foi realizada a Revitalização do Parque Vitória Régia, juntamente com shows, atividades recreativas e exposição de projetos de extensão da UNESP de Bauru. Contu- do, apesar de ter sido um sucesso, dois dias depois pichações apareceram na pintura realizada pelos estudantes voluntários. 33Extensão Universitária: ações e perspectivas Com isso, uma nova proposta para 2013 surgiu: a conscientização do bom uso e preservação do espaço público. A partir daí, foi despertado o in- teresse em realizar ações pontuais em escolas, preferencialmente públicas, para além de conversar com os estudantes, criar um vínculo deles com o patrimônio escolar, organizando pinturas, oficinas de grafite e outros meios para melhorias. “O projeto Ao Vivo e em Cores vai além da mudança física daquele espaço público, gerando cuidado, carinho e inserção social vivencia- do pela comunidade. É o enorme impacto nos novos cidadãos em formação dentro da Unesp. É a retribuição à sociedade que nos recebe em Bauru e nos proporciona a experiência da universidade pública. É o contato e a integração social. Levando a UNESP pra comuni- dade bauruense e trazendo cada experiência, maturidade, gratidão e sorriso para nossa formação como pessoas e profissionais.”(Manuela Bassette, estudante do curso de Engenharia Civil e coordenadora do projeto durante o ano de 2013) 34 Extensão Universitária: ações e perspectivas A missão do Ao Vivo e em Cores em 2013 pôde ser definida em uma frase: “Esse ano, o projeto não é físico, mas sim ideológico”. O que quisemos nas três ações nas escolas durante o primeiro semestre foi mostrar às crianças novas formas de se expressar através do grafite, mostrar que o espaço das escolas é delas tanto para usar como para preservar. Quisemos instigar nelas um sen- timento de identificação e de pertencer e ser responsável por aquele espaço. Dessa forma, conclui-se que o local propício para incentivar a refle- xão teria de ser o ambiente escolar, na tentativa de atingir diretamente as crianças e os jovens. Assim, antes da ação principal, buscou-se esclarecer a importância do patrimônio público para os estudantes, fazer com que en- tendessem que preservar o patrimônio público é uma maneira de exercer a cidadania e promover a participação das crianças e jovens em um processo de intervenção na própria escola. Após toda essa conscientização, os estudantes da UNESP de Bauru com- pareciam à escola para finalmente executar a pintura dos espaços, que acon- tecia durante o dia todo. Contando ainda com parceiros como a Naumteria e a Atlética UNESP Bauru, que executavam atividades com as crianças, e os 35Extensão Universitária: ações e perspectivas grafiteiros convidados, finalizavam a pintura dando mais vida e movimento às paredes da instituição com suas artes decorando os muros. Alguns meninos que haviam se aproximado dos pintores mais cedo se reuniram ao redor do grafiteiro convidado para fazer as artes. Segundo as professoras, esses meninos eram responsáveis por boa partedas pichações, então, além de deixá-los ajudar com a demão de tinta branca de manhã, tam- bém os deixamos à vontade durante o grafite. Esperamos que esse conta- to tenha causado curiosidade e que tenha despertado o interesse deles pelo grafite. Em todo o ano 2013, este trabalho foi realizado nas escolas E.E Plínio Ferraz, E.M.E.F. Geraldo Arone, E.M.E.F. Dirce Guedes de Azevedo e E.E. Padre Antônio Jorge Lima. Com a proposta de aliar valores sociais e o con- ceito de cidadania o projeto acreditava estar “plantando uma semente de bons princípios” para o desenvolvimento da cidade de Bauru. “O nome Ao Vivo e em Cores faz jus ao objetivo: levar cor e vida às escolas de Bauru. Parecia pouco para quem estava de fora, mas eu via no rosto daquelas crianças quanta diferença nós fazíamos. Depois de dois anos de projeto, eu percebi que o Ao Vivo e em cores havia 36 Extensão Universitária: ações e perspectivas colorido a minha vida também. Durante esse tempo eu fiz verdadei- ros amigos, superei meus limites e passei a acreditar mais na minha capacidade e nas pessoas.”(Suellen Santos, estudante do curso de En- genharia Civil e ex-membro da organização) Concluímos as etapas, saímos com muitas reflexões e decidimos que te- ríamos de mudar. Um único dia na vida se dissolve facilmente quando se tem uma realidade tão dura quanto às que vimos. Se quiséssemos fazer uma diferença efetiva, precisaríamos de presença, contato e confiança. Com isso a equipe de 2013 despediu-se de intervenções em escolas públicas, contudo, sem deixar de desejar novos rumos ao Ao Vivo e em Cores de 2014. “O contato que o projeto soube estabelecer com as comunidades mais carentes, em especial nas escolas, garante àquelas pessoas a esperan- ça de que não estão abandonadas, fazendo com que acreditem cada vez mais em sua própria capacidade de protagonizar a construção do amanhã. Para os voluntários, o “Ao Vivo”, como carinhosamente chamamos, estreita os laços da vida universitária com a sociedade, nos fazendo lembrar que temos um compromisso com o mundo à nossa volta. ”(Otávio José Dezem Bertozzi Junior, estudante do curso de Engenharia Elétrica e ex-membro da organização e do Diretório Acadêmico) Ao Vivo e em Cores em 2014 Tendo em vista a necessidade cada vez maior de conectar o estudante à realidade da comunidade bauruense, aprofundando este contato, um dos objetivos do projeto no ano de 2014 foi criar um vínculo maior com as crian- ças e com os moradores da comunidade, conhecê-los realmente, ouvir seus problemas e sonhos e deixar-se envolver. 37Extensão Universitária: ações e perspectivas Para isso, o projeto esteve mais presente em cada uma das escolas em que trabalhou, dividindo as atividades em 4 etapas. A primeira delas, chamada de “O Sonho” consistiu em estabelecer um primeiro contato com a escola, estudantes, funcionários e professores, buscando maior aproximação, a fim de ganhar confiança e fazer com que acreditassem no projeto. O objetivo é fazer com que as crianças percebam, fora da sala de aula, o espaço que as cerca, seus defeitos e qualidades, e proponham as mudanças que julgam necessárias. Assim, ouvindo as opiniões dos pequenos, pôde-se realizar uma revi- talização coerente com a realidade e as necessidades da escola. Na segunda etapa, denominada de “A Criação” buscou-se incentivar a criatividade das 38 Extensão Universitária: ações e perspectivas crianças e fazer com que elas acreditassem que seus sonhos e aspirações po- deriam se tornar realidade. Após concluída esta etapa, os desenhos feitos pelas crianças foram analisados e, na medida do possível, compuseram a arte que coloriu os muros da escola. Assim, todos os sonhos e ideias, desenvolvidos em conjunto, foram pos- tos em prática na terceira etapa, chamada de “A Ação”.Estudantes da Unesp, moradores da comunidade, estudantes e professores da escola foram con- vidados a participar de um dia de atividades, que contou com oficinas ar- tísticas, gincanas educativas e, é claro, pintura dos espaços propostos. Fi- nalmente, com a revitalização concretizada em “O Reencontro”, todos os participantes do projeto voltaram à escola a fim de avaliar os impactos po- sitivos e negativos do projeto e matar as saudades! Deste modo, o objetivo é mostrar que o trabalho não termina na “Ação”, ainda existe muito a ser feito e muito a se sonhar. “Trabalhar com as crianças e poder oferecer um dia diferente na vida delas foi incrivelmente satisfatório. Receber aqueles 30 abraços, todos juntos (porque eles não querem te soltar), é sinônimo de felicidade. Perguntar o que elas sonham para o futuro e sempre ouvir algo po- 39Extensão Universitária: ações e perspectivas sitivo em uma realidade, às vezes um tanto massacrante, é esperan- çoso. Meus olhos sempre vão se encher de lágrimas quando alguém perguntar sobre o Ao Vivo e em Cores e a única coisa que eu vou dizer é “Sou muito feliz por ter feito parte de um sonho que se tornou realidade”.”(Larissa Santos, estudante do curso de Engenharia Civil e ex-membro da organização) EMEF Maria Chaparro No primeiro semestre de 2014, as etapas citadas acima foram realizadas na E.M.E.F. Maria Chaparro, localizada no Pq. Santa Edwiges em Bauru. A maior delas aconteceu no dia 31 de maio, contando com cerca de 100 volun- tários, além da própria organização que conta com 25 estudantes da UNESP Bauru de cursos variados. Além disso, a escola conta com cerca de 600 estu- dantes de primeiro a quinto ano. “É inegável que a ida do Ao Vivo para a Maria Chaparro foi um gran- de ‘boom’ de ânimo e esperança para todos, professores, estudantes e, sem dúvida nenhuma, para nós voluntários!” (Lucas Fagundes, En- genheiro civil e ex-membro da organização) 40 Extensão Universitária: ações e perspectivas Das 8 horas da manhã às 5 horas da tarde deste dia, os estudantes da UNESP realizaram a pintura da quadra, da arquibancada e dos muros inter- nos e externos da escola. Simultaneamente, uma equipe de recreação desen- volveu diversas atividades com as crianças, tais quais, oficinas de massinha, pipa, origami, educação de higiene bucal, gincanas e uma apresentação de mágica. Além disso, houve a ação conjunta dos voluntários e das crianças na pintura da arte dos muros, onde elas puderam fazer parte do desenho, seja carimbando suas mãos com tinta, ou até mesmo tendo suas silhuetas dese- nhadas nos muros, virando parte do cenário. As artes foram criadas pelos estudantes e reproduzidas nos muros, o que proporciona além de beleza um comprometimento maior com a escola. “Nunca tinha visto um grupo tão unido, tão esforçado, e com tanto sorriso sincero no rosto. São todos vocês, num evento como esse, que me fazem olhar e perceber que é graças às pessoas como essas que o mundo ainda tem sim, e muita, salvação. Obrigada por terem feito a diferença na escola, no cotidiano das crianças, e também na minha vida.”(Elisa Castro, estudante da UNESP e voluntária na EMEF Ma- ria Chaparro) 41Extensão Universitária: ações e perspectivas EE Henrique Bertolucci A escola Henrique Bertolucci, localizada no Jd. Noroeste em Bauru, foi a escolhida pelo projeto para dar continuidade às atividades entre o fim do ano de 2014 e início de 2015. Contando com o total apoio dos coordenado- res e diretores das Faculdades do câmpus de Bauru (FAAC, FEB e FC), o Ao Vivo e em Cores entrou na escola, buscando conhecer seus integrantes e desenvolver a revitalização que melhor se adequasse às necessidades daquele espaço. As etapas anteriores à ação principal foram realizadas com cada uma das salas, em que os estudantes, sentados em círculo, puderam se apresen- tar e dar sua opinião a respeito do aspecto da escola e o que gostariam de transformar. Além disso, puderam também desenvolver, em conjunto, todos os desenhos e temas que gostariam de ver estampados nos muros da escola. 42 Extensão Universitária: ações e perspectivas Em todas as etapas preparatórias para a revitalização, os integrantes da organização visitavama escola e foram sempre calorosamente recebidos por todos, já que um primeiro contato foi estabelecido e uma relação de amizade e confiança começou a nascer. Logo após diversas reuniões, conversas e planejamento, no dia 21 de março de 2015, a grande ação foi realizada, contando com cerca de 200 vo- luntários, incluindo organização e grupo de apoio. O evento ainda atraiu a atenção e cobertura das mídias locais. 43Extensão Universitária: ações e perspectivas Começamos cedo: a organização chegou às 6h da manhã para preparar a logística e as áreas a serem pintadas. Às 7h os voluntários já se reuniam na quadra para receber as instruções gerais dos líderes de seus grupos; logo a escola foi tomada por pessoas indo de um lado para o outro com rolos, latas de tinta, papelão e pinceis. Além da pintura habitual dos muros e quadra com temas propostos pe- las crianças, desta vez um sonho ainda maior foi alcançado: um parquinho de madeira e pneus reciclados. Apesar de parecer uma ideia impossível no início, após muito trabalho e dedicação o parquinho foi construído pelos voluntários, buscando atender à necessidade de um espaço de lazer para as crianças. “Na escola Henrique Bertolucci havia um terreno com entulho. Tal- vez o esperado fosse limpá-lo, talvez o esperado nem passasse por aquele terreno. Mas o Ao Vivo construiu um parquinho. Não porque foi pedido, não porque já tínhamos os brinquedos, mas porque podia ser feito. É isso o que eu aprendi no Ao Vivo e o que eu vou levar pro resto da vida.”(Tatiane Gomes, ex-membro da organização) 44 Extensão Universitária: ações e perspectivas Além de tudo, a biblioteca da escola, que não estava em condições de ser utilizada pelos estudantes, com materiais velhos e livros desorganizados, foi reformada com o empenho dos voluntários e ainda contou com novos livros arrecadados em uma campanha realizada durante a XIX SEMENG. Assim, partindo de uma ideia simples, cumpriu-se o ideal de realizar mudanças que realmente sejam válidas e necessárias para a escola. A presença das crianças não poderia deixar de existir. Paralelamente aos trabalhos de revitalização, os estudantes foram organizados em oficinas pedagógicas e recreativas, como gincanas, confecção de massinhas e cata- -ventos, observação de experimentos físicos, instrução odontológica com uma dentista voluntária e aulas de biologia com a observação em microscó- pios e animais empalhados. Assim, elas puderam fazer parte das atividades, além de desfrutar um pouco do carinho e ensinamentos que os estudantes da UNESP puderam oferecer, juntamente com entidades e projetos de exten- são parceiros. 45Extensão Universitária: ações e perspectivas “O Ao Vivo e Em Cores não se faz de um simples voluntariado, nem tão somente de uma equipe de revitalizadores que pintam muros, mas da ânsia de conferir cor a uma realidade que, por vezes cinzen- ta, faz esquecer do quão bela pode ser a vida quando se trabalha em equipe, buscando fazer o bem e construir um futuro melhor.” (Otá- vio José DezemBertozzi Junior) No fim do dia, os voluntários e a diretora da escola se reuniram no pátio da escola em um momento muito emocionante em que puderam conversar, refletir e agradecer por todo o trabalho concretizado. 46 Extensão Universitária: ações e perspectivas Desse modo, a ação teve um número significativo de vidas impactadas, com mais de 800 pessoas atingidas diretamente com a ação, sendo elas 560 crianças que frequentam a escola e seus 20 professores, 230 voluntários da UNESP Bauru e, indiretamente, toda a comunidade do Bairro Jardim No- roeste de Bauru. “Obrigado Ao Vivo e em Cores e toda equipe de voluntários. Nossas crianças estão muito felizes e satisfeitas! A família Henrique Berto- lucci agradece grandiosamente toda essa dedicação, doação, união, amizade e felicidade que nos contagiou. Escola revigorada, muita tinta para todos os lados e a vitalidade correndo solta. Milhões de vezes obrigada! ” (Cristiane Pedrosa, vice-diretora da EE Henrique Bertolucci) Perspectivas para o futuro No ano de 2015 a iniciativa de realizar um Trote Solidário foi mantida e,dessa vez, contando com ainda mais calouros da UNESP, cerca de 75 estu- 47Extensão Universitária: ações e perspectivas dantes participaram da revitalização do Abrigo para Idosos PAIVA e mais de 60 participaram da pintura dos muros do Centro de Convivência Infantil – CCI da UNESP de Bauru. O Ao Vivo e em Cores acredita que, através das pinturas e revitalizações realizadas, assim como as oficinas e atividades culturais, transforma o sen- timento das crianças para com a escola, tornando o aprender mais divertido, dando-lhes mais vontade de estudar, além de motivar e influenciar positiva- mente todas as pessoas envolvidas e a comunidade a sua volta. Um grande objetivo do projeto para os próximos anos é atingir cada vez mais pessoas, unindo universitários às comunidades visitadas com a inten- ção de transformar a vida dos envolvidos. A partir disso, surgiu a ideia de expandir o Ao Vivo e em Cores para outros câmpus da UNESP, envolvendo mais cidades além de Bauru.É um grande passo em que o projeto está come- çando a trabalhar e tem tudo para ser um sucesso. 48 Extensão Universitária: ações e perspectivas É um projeto que ainda tem muito a crescer, tanto interna quanto externamente. Sabemos que conseguimos fazer bastante por elas dentro das nossas limitações e do que está ao nosso alcance, porém gostaríamos que o projeto crescesse para além das fronteiras de Bauru e se disseminasse para outras universidades; por isso, neste ano de 2015, temos como uma de nossas metas expandir o projeto para outros municípios, criando novas equipes organizadoras do projeto capazes de levar a lugares inatingíveis por nós um pouco da transformação ao vivo e em cores.”(Renan Nishimoto, estudante do curso de Engenharia civil e um dos coordenadores do projeto em 2015) Como o foco do projeto são as crianças das escolas públicas, uma grande meta do Ao Vivo é desenvolver um trabalho cada vez mais próximo delas. Estabelecendo um forte vínculo com a escola, que traga confiança e faça com que acreditem no projeto. Buscando sempre incentivar a criatividade das crianças e principalmente fazer com que elas acreditem que seus sonhos podem se tornar realidade. Assim como acontece com os universitários, que ganham muita experiência e têm a oportunidade de desenvolver atividades fora da sala de aula, ao participar de um projeto que é muito gratificante e os estimula a também acreditar que seus objetivos podem ser alcançados e se tornarem realidade. “Não se limite a fazer o que todos fazem ou se indignar pelo o que os outros não fazem. Como estudantes privilegiados de uma faculdade 49Extensão Universitária: ações e perspectivas pública temos munição para impactar a todos, basta dar o primeiro passo. ” (Renata Lunardi) Agradecimentos Agradecemos a todos que contribuíram para a concepção do projeto, em especial ao Diretório Acadêmico da Faculdade de Engenharia e à Semana da Engenharia. A todo o apoio fornecido pelas três Faculdades da UNESP de Bau- ru, em especial à Diretoria da Faculdade de Engenharia e à Fundeb. A todos os parceiros que forneceram apoio financeiro e materiais de pintura, em especial às Tintas Coral. A todas as entidades da UNESP de Bauru que participaram das atividades, a CVU, Atlética, Projeto Iluminação, IEEE, Bio na Rua, Pro Junior, Aiesec, Interage, Aero, Baja e, em especial, à Design Júnior que confec- cionou todos os materiais de divulgação, flyers, banners, cartazes e camisetas, durante os anos de projeto com muita dedicação e criatividade. A todas as escolas, coordenadores, diretores e professores que sempre nos receberam com o maior carinho. A todas as crianças que trazem mais vida, alegria, sentido e inspiração ao projeto. E, finalmente, a todos os universitários que fazem parte do Ao Vivo e em Cores e acreditam e lutam por um mundo melhor. 51Extensão Universitária: ações e perspectivas3 Pólo Bauru FAAC/UNESP – Rede Arte na Escola: Formação Continuada de Educadores Maria Luiza CaLiM de CarvaLho Costa eLiane PatriCiaGrandini serrano GuioMar Josefina Biondo reGiLene a. sarzi-riBeiro O Projeto de Extensão O Pólo Bauru-FAAC/UNESP - Arte na Escola nasceu de um convênio entre a UNESP e o Instituto Arte na Escola, firmado em 2004, com o objetivo de incentivar o ensino da Arte por meio da formação contínua do professor do ensino básico, investigando e qualificando processos de aprendizagem. É um projeto de Formação Continuada, que através da reflexão permanente sobre a prática docente no contexto escolar, visa a ampliação de repertório em arte e educação através da articulação de teorias e transposições didático-pedagógicas. Entendendo a arte como linguagem, área de conhecimento específica e de produção de sentidos, busca auxiliar o docente, com vínculo na rede pública de educação, a formar o sujeito conhecedor da linguagem artística, capaz de compreendê-la e utilizá-la em suas relações histórico-culturais. O projeto tem promovido grupos de estudos com reuniões quinzenais aos professores da rede pública municipal e estadual na região de Bauru,cursos, palestras, encontros, oficinas e, aos professores cadastrados no projeto, ofe- rece um acervo composto por livros, catálogos de exposições, revistas e uma dvdteca com, atualmente, 160 títulos sobre arte brasileira contemporânea, para consulta e empréstimo. 52 Extensão Universitária: ações e perspectivas As ações do Projeto são divulgadas no site www.artenaescola.org.br, na rádio UNESP, na Secretaria de Educação do município de Bauru e na Dire- toria Regional do Estado, também, através de e-mails diretamente aos pro- fessores participantes do projeto. A secretaria de Educação do município de Bauru divulga o projeto desde 2010 em um folder sobre cursos disponíveis aos professores de sua rede. Realizamos uma tabela com o número de docentes atendidos pelo proje- to desde o início do projeto de extensão. 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Estado 40 22 19 31 04 13 08 08 06 05 01 157 Município 10 24 16 22 48 30 40 49 48 43 45 48 423 Projeto A cidade é Nossa Cara- Proac/ Tilibra 30 60 Município Jahu 26 50 46 61 53 52 43 48 57 84 108 45 48 580 Os docentes não apenas passaram pelo Pólo, participaram ativamente das ações realizadas, nos grupos de estudos durante o ano todo. Se fizermos uma estimativa de 60 alunos por docente - o que é uma estimativa baixa em se tratando de docentes que ministram aulas em escolas públicas - atingimos 34800 alunos das escolas públicas de Bauru e região. O professor mediador de saberes Qual o papeldo professor no contexto de um mundo tecnológico e co- nectado? Como articular processos de aprendizagem que envolvam os alu- nos e gere uma postura mais participativa por parte do aluno ? Que conteú- dos de arte, como e com qual objetivo são trabalhados? Espaços educativos formais, não formais e informais articulam-se para a construção do conhecimento. O espaço da sala de aula não é o único espaço educativo por excelência, outros espaços contribuem para a construção do saber, tal como as ruas, as praças,as agremiações culturais e esportivas, o espaço virtual da rede mundial através das interfaces midiáticas, etc. Rom- 53Extensão Universitária: ações e perspectivas per a hierarquização dos espaços e do saber, a partir do reconhecimento da validade de vários tipos de saber é a premissa importante para conjugar os saberes advindos de várias fontes. O professor diante desse universo precisa se reinventar através da res- significação das ações educativas, romper paradigmas para pensar um cur- rículo e um modo de operacionalizá-lo levando em conta a complexidade do cenário contemporâneo. O papel do professor mediador é construir pos- sibilidades de aprendizado que envolvam o aluno a assumir uma postura participativa, de resolução de problemas e desenvolvimento de projetos que atuem na intersecção dos vários espaços educativos. O professor é uma pessoa que necessita para sua atuação profissional de espaços críticos e reflexivos para se reinventar a cada dia e construir ações docentes significativas. O Pólo Bauru/ FAAC- Arte na Escola oferece espaço para promover a reinvenção do professor como propositor de ações educati- vas, culturais e artísticas que ofereçaautonomia ao aluno na construção do conhecimento. Nos dez anos do Pólo Bauru/FAAC- Arte na Escola- muitas questões e discussões foram pauta dos grupos de estudos: 2004: a leitura da imagem, da obra de arte inserida em seu contexto e suas relações intertextuais com outros textos verbais ou imagéticos. O lei- tor e sua trajetória na construção do significado. O papel do arte-educador como mediador entre Arte e Público e como propagador de uma relação intercultural dentro do universo multicultural em que estamos inseridos. 2005: o material arte br1 foi o foco de nossos estudos em 2005. Hou- ve preocupação em gerar discussões que ultrapassassem os conteúdos dos cadernos temáticos do artebr, que buscassem outros trajetos de leitura que permitissem a ampliação das possibilidades de trabalho com as imagens das obras ali contidas. O papel do professor como propiciador de trajetos intertextuais, para enriquecer e ampliar as possibilidades de leitura, como 1 kitArtebr: um projeto elaborado pelo Instituto Arte na Escola, propõe dar visibilidade a obras do século XIX e XX de diversos museus brasileiros e encaminhar experiências de leitura da imagem, consiste em uma pasta com: 1 caderno de apresentação do projeto; 12 pranchas e 12 cartões com reproduções das imagens das obras de arte; 12 cadernos de estu- dos do professor e 1 linha do tempo. Foi distribuído aos professores para que trabalhassem com seus alunos. 54 Extensão Universitária: ações e perspectivas propiciador e não como tradutor, levando o aluno a fazer seu próprio trajeto de leitura. 2006: o material dadvdeteca2,que nesse ano chegou ao acervo do Pólo, foi o foco de nossos estudos em 2006. Também, ampliando as ações do Pólo, iniciamos neste ano de 2006, aos sábados, em reuniões quinzenais, curso de leitura de imagens para grupo de professores do município de Jahu. 2007: o foco dos estudos foi arte afro-brasileira. Os grupos de estudos discutiram sobre cultura dos povos africanos, observaram os elementos artístico-culturais assimilados por nós brasileiros e , com os materiais ofere- cidos pelo Pólo estudaram a produção afro-brasileira contemporânea. Aten- dendo a Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro- -Brasileira”, alterada posteriormente pela Lei 11.645, de 10 março de 2008, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. A partir desses estudos elaboraram projetos sobre arte afro-brasileira visando seu público alvo em suas unida- des de trabalho, de acordo com faixa etária e realidade contextual em que se insere o grupo. 2008: curso de animação em stop motion, ministrado pelos alunos do segundo ano de Educação Artística da UNESP, Renato Caetano e Ana Paula Turina, para os professores da rede pública participantes do Pólo. Com o objetivo de levar o docente a trabalhar com novas tecnologias na sala de aula, buscou-se um método simples e acessível para começar. O curso incentivou os professores a desenvolverem uma animação partindo desde a elaboração do storyboard até a utilização da ferramenta moviemaker. O resultado fo- ram animações de obras de arte de artistas brasileiros. Realizamos, também, em 2008 o “III Encontro de Pólos Paulistas” com o objetivo de buscar uma maior integração das ações dos pólos assim como um espaço de troca e cres- cimento, visando uma melhor qualificação das práticas docentes em arte nas escolas públicas paulistas. 2A DVDteca disponibiliza mais de 160 documentários sobre arte brasileira acompanhados por um material educativo que oferece ao professor proposições pedagógicas.O acervo da DVDteca Arte na Escola encontra-se disponível nos polos que fazem parte da Rede Arte na Escola. 55Extensão Universitária: ações e perspectivas 2009: dois temas foram abordados pelos grupos de estudos: “Leitura de Imagem da arte e do mundo” cujo objetivo foi a leitura de imagens da arte, ilustrações dos livros infantis, histórias em quadrinhos, fotografias de jornais numa abordagem da cultura visual. Como produto social, as imagens ganham e traduzem noções, crenças e valores de diferentes períodos influenciando para que subjetividade e identidade caminhem juntas na formação integral do sujeito. O outro tema “História da Arte Brasileira: Recortes Sincrônicos” com a proposição de um percurso na História da Arte Brasileira do século XVI aos dias de hoje, apresentado de modo sincrônico, rompendo com a dia- cronia histórica e apresentando o passado em diálogo com o presente. Houve a possibilidade de aproximação da produção artística cultural contemporânea em diálogo com a produção do passado e através de um referencial teórico e prático para dar instrumentos para o trabalho docente. 2010: os temas abordados foram: “História da Arte Brasileira: Materia- lidades” a fotografia foi o viés que construiu o percurso sobre a linguagem, materialidade e técnica. Através de fotógrafos brasileiros como Araquém Al- cântara, Juarez Silva, Sebastião Salgado, Antonio Sagase, Rosangela Rennó, Raquel Korman, propôs aos professores da rede pública pensar a fotografia como produto artístico-cultural gerador de múltiplas possibilidades educa- tivas e ofereceu um referencial teórico e prático com o objetivo de dar ins- trumentos para o trabalho docente. “Patrimônio: Mediação Arte e Cultura” A arte cria diálogos entre a cultura de seu tempo com a de outros tempos e lugares. Houve a proposição deuma discussão sobre arte, cultura, patrimô- nio e o papel de mediação do educador. 2011: os temas discutidos pelos grupos foram: “Arte Brasileira e Latino- -Americana: Diálogos Culturais” com a meta de pensar a produção artística das artes visuais contemporânea brasileira e latino-americana. “Cultura Po- pular de Massa e sua Função Pedagógica nas Experiências Estéticas” -Pensar sobre a leitura e interpretação das imagens da cultura de massa de modo a desenvolver a consciência critica do aluno espectador. Pesquisar quais os recursos materiais e técnicos que a cultura de massa pode oferecer para uma experiência estética. Desenvolver experiências estéticas com materiais ofere- cidos pela cultura de massa. 2012: os grupos de estudos se reuniram para discutir como trabalhar aarte contemporânea na sala de aula. Com textos selecionados para discutir, pesquisar e propor possibilidades o módulo “Arte moderna e Arte contem- 56 Extensão Universitária: ações e perspectivas porânea contextos e formatos” trabalhou com uma série de textos da Katia Canton com temas como: Do moderno ao contemporâneo; Espaço e Lugar; Da Política às Micropolíticas; Narrativas enviesadas. Uma viagem cultural à 30ª. Bienal de São Paulo “A Iminência das Poéticas” fechou o ano com inquietações e devires que a arte contemporânea pode suscitar. O material educativo e uma oficina com o educativo da Bienal geraram discussões de possibilidades de trabalhar com os alunos nas diversas faixas etárias. Rea- lizamos, também, em parceria com o Instituto Arte na Escola, a empresa Tilibra, a Secretaria Municipal de Educação da cidade de Bauru com finan- ciamento da Tilibra e fomento de projeto pelo Programa de Ação Cultural – ProAC da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo , intitulado “A Cidade que é a nossa cara”, ofereceu aos professores da rede municipal da cidade a construção de um projeto com seus alunos que explorassem os es- paços da cidade e produzissem um diálogo com a cidade através das lingua- gens artísticas. Em três módulos: Módulo 1 - Arte Contemporânea , Módulo 2 - Formação a partir de material Educacional, Modulo 3 – Elaboração de Projetos . 2013: os grupos de estudos trabalharam com leituras de textos sobre a Escola contemporânea de Gordon Freedman e com textos de ZygmuntBau- man. Conheceram e discutiram o material pedagógico da 30x Bienal e fi- zeram visita cultural à” 30x Bienal: transformações na arte brasileira da 1ª a 30ª edição”. Realizamos, em parceria com o Instituto Arte na Escola , a empresa Tilibra , a Secretaria Municipal de Educação da cidade de Bauru e Diretoria Regional Estadual de Educação com financiamento da Tilibra e fomento de projeto pelo Programa de Ação Cultural – ProAC da Secreta- ria da Cultura do Estado de São Paulo , intitulado “A Cidade que é a nossa cara II”, ofereceu aos professores da rede municipal da cidade e rede estadual da região, a construção de um projeto com seus alunos que explorassem os espaços da cidade e produzissem um diálogo com a cidade através das lin- guagens artísticas. Houve também um módulo onde desenvolveram o processo criativo em oficinas de cerâmica, estudando esta linguagem artística e sua aplicabilidade na escola. 2014: os grupos de estudos seguiram discutindo arte contemporânea e possibilidades educativas na escola e em espaços culturais. Como a 31a Bie- nal de São Paulo abriu uma série de discussões sobre a obra em perspectiva 57Extensão Universitária: ações e perspectivas processual, esse foi o tema que permeou as leituras e discussões. A Bienal intitulada “Como falar de coisas que não existem”, propôsrefletir sobre a complexidade da vida contemporânea que se apresenta desordenada, incons- tante. Com o material educativo da exposição, textos de jornais, pesquisas em várias mídias sobre os artistas, lugares e projetos, e , claro , com a visita cultural à Bienal construiu-se rico campo de possibilidades de se pensar arte em territórios poéticos diversos. 2015: a constatação através de uma pesquisa com os professores dos gru- pos de estudos sobre como a Lei 11.645, de 10 março de 2008- que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Bra- sileira e Indígena”- tem sido atendida nas escolas , sentiu-se a necessidade de trazer a discussão sobre a arte indígena uma vez que a arte afro-brasileira havia sido tema de um ano de discussões dos grupos. Iniciamos com a lei- tura dos capítulos iniciais do livro de Darcy Ribeiro “O Povo Brasileiro”, sob título “Arte Indígena: Representações das culturas indígenas na pintura, literatura e cinema pelo olhar do branco e do índio”. Das representações nas pinturas de Hans Staden, Theodore De Bry, Albert Eckout, Franz Janszoom Post e Debret observou-se a representação do indígena brasileiro sob o olhar estrangeiro em contextos diversos. No Romantismo brasileiro do século XIX, o índio vira foco na literatura brasileira, representadopela pureza, heroísmo o homem não corrompido pela sociedade como I-Juca-Pirama de Gonçalves Dias, O Guarani, Iracema e Ubirajara de José de Alencar e no século XX Quarup de Antonio Callado. Artistasromânticos, modernistas e contempo- râneos que trabalharam com a temática indígena como Victor Meirelles (“A primeira Missa no Brasil”), Adolfo Amoedo (“O último Tamoio”), Antonio Parreiras (“Iracema”), Siron Franco (“Monumento às Nações Indígenas” e “Casulos”), Lygia Pape (“Manto Tupinambá” e “Memória Tupinambá”), as fotografias dos povos Yanomami de Claudia Andujar foram material de pes- quisa e discussão. No site PIB Povos Indígenas do Brasil: www.pibsocioam- biental buscou-se encontrar informações atualizadas sobre as várias culturas indígenas hoje, e no site Thydêwá.org onde apresenta os “índios na visão dos índios”. Também, o grupo tomou contato e discutiu as produções de autores indígenas como Daniel Munduruku, Graça Graúna, Eliane Potiguara. Com texto de Luís Donisete
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