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Agonistas Adrenérgicos SUMÁRIO 1. Introdução ..........................................................................................................4 2. Neurotransmissão nos neurônios adrenérgicos ..................................................4 3. Receptores adrenérgicos ....................................................................................6 Adrenoceptores α ....................................................................................................6 4. Regulação de receptores ....................................................................................9 5. Características dos agonistas adrenérgicos ......................................................10 6. Agonistas não seletivos ....................................................................................11 Epinefrina .................................................................................................................... 11 Norepinefrina ............................................................................................................. 12 Dopamina .................................................................................................................... 13 7. Agonistas alfa adrenérgicos .............................................................................13 Agonistas alfa-1.......................................................................................................... 14 Agonistas alfa-2.......................................................................................................... 15 8. Agonistas beta adrenérgicos ............................................................................17 Isoproterenol ............................................................................................................... 17 Agonista beta-1 .......................................................................................................... 17 Agonistas beta-2 ........................................................................................................ 18 Ritodrina ...................................................................................................................... 19 9. Agonistas adrenérgicos de ação indireta ..........................................................20 Anfetamina ................................................................................................................. 20 Tiramina ...................................................................................................................... 20 Cocaína ....................................................................................................................... 20 Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) ................................................................. 20 Amitriptilina ................................................................................................................. 21 10. Agonistas adrenérgicos de ação mista ...........................................................22 Referências ..................................................................................................................... 24 Agonistas Adrenérgicos 4 1. INTRODUÇÃO O sistema nervoso simpático é um regulador importante de quase todos os sis- temas orgânicos. Sua estimulação ocorre por efeito de mediadores como a nore- pinefrina (noradrenalina) e a epinefrina (adrenalina). A norepinefrina é liberada nos terminais nervosos onde ativa os receptores adrenérgicos (ou adrenoceptores) em sítios pós-sinápticos, assim, atuando como um neurotransmissor. Já a epinefrina, liberada pela medula da suprarrenal em resposta a diversos estímulos, como o es- tresse, atua como um hormônio se deslocando pelo sangue até os tecidos-alvo. Os fármacos que ativam os adrenoceptores são denominados simpaticomiméticos. Alguns simpaticomiméticos ativam diretamente os receptores adrenérgicos (agonis- tas de ação direta), enquanto outros atuam indiretamente, aumentando a liberação ou bloqueando a captação de norepinefrina (agonistas de ação indireta). 2. NEUROTRANSMISSÃO NOS NEURÔNIOS ADRENÉRGICOS Os neurônios adrenérgicos liberam norepinefrina como neurotransmissor primá- rio. Eles são encontrados no sistema nervoso central (SNC) e no sistema nervoso simpático, onde servem de ligação entre os gânglios e os órgãos efetores. A neu- rotransmissão nesses neurônios envolve as etapas de síntese, armazenamento, liberação e ligação da norepinefrina com o receptor, seguida de remoção do neuro- transmissor da fenda sináptica. Na síntese, a tirosina é transportada para dentro do neurônio adrenérgico por um carreador, onde é hidroxilada em di-hidroxifenilalanina (também denominada dopa) pela tirosina hidroxilase. Em seguida, a dopa é descarboxilada pela enzima descarbo- xilase de L-aminoácido aromático, formando a dopamina no neurônio pré-sináptico. A dopamina é, então, transportada para dentro de vesículas sinápticas por um sis- tema transportador de aminas e na sequência é hidroxilada pela enzima dopamina hidroxilase, resultando na formação de norepinefrina, que fica armazenada no inte- rior das vesículas até a passagem de um potencial de ação. A liberação da norepinefrina ocorre com a chegada de um potencial de ação na junção neuromuscular. Esse evento propicia a entrada de íons de cálcio extracelula- res para o interior do axoplasma (citoplasma do neurônio), o que promove a fusão das vesículas sinápticas com a membrana celular. O resultado é a exocitose do con- teúdo das vesículas (norepinefrina) para fenda sináptica. Quando liberada das vesículas sinápticas, a norepinefrina se difunde para o espaço sináptico e se liga aos receptores pós-sinápticos no órgão efetor ou aos receptores pré-sinápticos no terminal nervoso. Essa ligação inicia uma cascata de eventos no Agonistas Adrenérgicos 5 interior da célula, resultando na formação do segundo mensageiro celular, que atua como transdutor na comunicação entre o neurotransmissor e a ação gerada no inte- rior da célula efetora. Por fim, a norepinefrina é removida do espaço sináptico por meio de três meca- nismos distintos. 1) ela pode ser metabolizada a metabólitos inativos pela enzima catecol-O-metil-transferase (COMT) na fenda sináptica; 2) a norepinefrina pode sofrer captação de volta para o neurônio por meio de um transportador de norepinefrina dependente de sódio-cloreto (NET) e 3) a norepinefrina pode se difundir para fora do espaço sináptico e entrar na circulação sistêmica. Figura 1: Neurotransmissão da Noradrenalina. Fonte: Autoria própria. Agonistas Adrenérgicos 6 3. RECEPTORES ADRENÉRGICOS Várias classes de adrenoceptores foram identificadas no sistema nervoso simpá- tico. Eles são, tipicamente, receptores acoplados à proteína G e distinguem-se em duas principais famílias de receptores designadas α e ẞ. Essa classificação é funda- mentada com base nas respostas desses receptores a agonistas adrenérgicos como a epinefrina, a norepinefrina e o isoproterenol. Adrenoceptores α Os adrenoceptores α apresentam respostas fracas ao agonista sintético iso- proterenol, mas respondem às catecolaminas naturais epinefrina e norepinefrina. Para α-receptores a ordem de afinidade consiste em epinefrina ≥ norepinefrina ≥ isoproterenol. Os adrenoceptores α ainda são subdivididos em dois grupos: α1 e α2. Clinicamente, alguns fármacos apresentam seletividade distinta em relação a esses últimos. Os α1-receptores têm maior afinidade por fenilefrina do que os receptores α2, enquanto a clonidina possui maior seletividade aos receptores α2 e tem menor efeito nos receptores α1 por exemplo. Os receptores α1 são ativados por uma série de reações por meio da fosfolipase C ativada pela proteína G. Isso resulta na formação do segundo mensageiro: o ino- sitol-1,4,5-trifosfato (IP3) e o diacilglicerol (DAG). O IP3 inicia a liberação de Ca²+ do retículo endoplasmático para o citosol e o DAG ativa outras proteínas no interior da célula. Essesreceptores estão situados na membrana pós-sináptica dos órgãos efetores e intermedeiam vários efeitos clássicos envolvendo a contração de músculo liso. Nesse sentido, pode ser observado a vasoconstrição no leito vascular, o au- mento da pressão arterial, a contração do músculo dilatador radial da pupila na íris do olho (midríase), a contração na base da bexiga urinária e na próstata (promoven- do continência urinária) e o aumento na força de contração cardíaca. Os receptores α2 são acoplados à proteína G inibitória e seus efeitos são media- dos pela inibição da adenililciclase e pela redução nos níveis intracelulares de AMPc (monofosfato cíclico de adenosina). Esses receptores estão localizados primaria- mente nas terminações nervosas de nervos simpáticos pré-sinápticos e controlam a liberação de norepinefrina. Parte da norepinefrina liberada na fenda sináptica durante a estimulação de um nervo simpático adrenérgico reage com os recepto- res α2 na membrana pré-sináptica. Isso promove uma retroalimentação inibitória, assim, inibindo a liberação adicional de norepinefrina. Essa ação inibitória serve co- mo mecanismo local para modular a saída de norepinefrina quando existe atividade simpática elevada. Receptores α2 também são encontrados em neurônios pré-sináp- ticos parassimpáticos. A norepinefrina liberada do neurônio simpático pré-sináptico pode se difundir entre esses receptores e interagir com eles, inibindo a liberação de Agonistas Adrenérgicos 7 acetilcolina (ACh). Os adipócitos humanos também contêm receptores α2 que ini- bem a lipólise por diminuição do AMPc intracelular, o que pode propiciar o ganho de peso. Figura 3: Receptores α1 e α2. Fonte: Autoria própria. Agonistas Adrenérgicos 8 Adrenoceptores ẞ As respostas dos receptores ẞ são caracterizadas por uma intensa resposta ao isoproterenol, com pouca sensibilidade para epinefrina e norepinefrina. Para o ẞ-receptores a ordem de potência é isoproterenol ≥ epinefrina ≥ norepinefrina. Os adrenoceptores ẞ são divididos em três principais subgrupos ẞ1, ẞ2 e ẞ3 com base nas suas afinidades por agonista e antagonistas adrenérgicos. A ativação de todos os três subtipos de receptor ẞ resulta em estimulação de adenililciclase e aumento da conversão de ATP (trifosfato de adenosina) em AMPc. De maneira geral, a excitação dos receptores ẞ1 causa estimulação cardíaca de modo que a frequência e a contratilidade do coração aumentam (cronotropismo positivo e inotropismo positivo, respectivamente). Já os receptores ẞ2 atuam produ- zindo vasodilatação no leito vascular esquelético e relaxamento dos músculos lisos. Os receptores ẞ3, por sua vez, estão envolvidos na lipólise e também em efeitos no músculo detrusor da bexiga. Ações dos receptores adrenérgicos TIPO TECIDO AÇÕES α1 Maioria dos músculos lisos vasculares (inervados) Contração Músculo dilatador pupilar Contração Músculo liso pilomotor Eriça o pelo Próstata Contração Coração Aumento da força de contração α2 Neurônios pós-sinápticos do SNC Provavelmente múltiplas Plaquetas Agregação Terminais nervosos adrenérgicos e colinérgicos Inibição da liberação do transmissor Alguns músculos lisos vasculares Contração Células adiposas Inibe lipólise ẞ1 Coração, células justaglomerulares Aumento da força e frequência de contração; aumento da liberação de renina ẞ2 Músculos lisos respiratórios, uterinos e vasculares Promoção do relaxamento de músculos lisos Agonistas Adrenérgicos 9 TIPO TECIDO AÇÕES Músculo esquelético Promoção de captação de potássio Fígado humano Ativação da glicogenólise ẞ3 Células adiposas Ativação da lipólise D1 Músculo liso Dilatação de vasos sanguíneos renais D2 Terminações nervosas Modulação da liberação do transmissor Fonte: Adaptado de KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. Ed. Se liga! Os Receptores de dopamina desempenham ações princi- palmente centrais. No entanto, também estão associados ao relaxamento de músculo liso induzido por receptor D1 devido ao acúmulo de AMPc na muscu- latura lisa de leitos vasculares onde a dopamina é um vasodilatador. O receptor D1 está associado à estimulação da adenililciclase. Os receptores dopaminérgicos D2 inibem a atividade da adenililciclase, abrem ca- nais de potássio e diminuem o influxo de cálcio. 4. REGULAÇÃO DE RECEPTORES O número e a função dos adrenoceptores na superfície da célula e suas respostas são reguladas pelas próprias catecolaminas, por outros hormônios, por fármacos, pela idade e por inúmeros estados mórbidos. Essas alterações podem modificar o efeito da resposta fisiológica de um tecido às catecolaminas e ser clinicamente im- portante durante o curso de um tratamento. A dessensibilização de adrenoceptores é um fenômeno que ocorre após exposição prolongada a catecolaminas e outros fár- macos simpaticomiméticos. Tecidos expostos por determinado período de tempo a um agonista tornam-se menos responsivos a estimulação adicional por determinado agente. Diversos mecanismos contribuem para a dessensibilização. Entre eles já pode ser observado o sequestro dos receptores que ficam indisponíveis para a interação com o ligante. O desaparecimento do receptor por destruição ou por diminuição de Agonistas Adrenérgicos 10 síntese ou ainda a incapacidade de acopla-se a proteína G por que o receptor foi fos- forilado também já foram relatados. Há duas categorias principais de dessensibilização. A dessensibilização homó- loga refere-se à perda de capacidade de resposta exclusivamente dos receptores expostos à ativação repetida ou mantida por um agonista. Já a dessensibilização heteróloga refere-se ao processo pelo qual a dessensibilização de um receptor por seu agonista também resulta em dessensibilização de outro receptor que não tem sido ativado diretamente pelo agonista em questão. 5. CARACTERÍSTICAS DOS AGONISTAS ADRENÉRGICOS • A maioria dos fármacos adrenérgicos é derivada da ẞ-feniletilamina. • Substituições no anel benzênico ou na cadeia lateral etilamina produzem uma variedade de compostos com diversas capacidades de diferenciar entre adre- noceptores α e ẞ e de entrar no SNC. • Dois aspectos estruturais importantes desses fármacos são o número e a loca- lização das substituições nas OH no anel benzênico e a natureza dos substitu- tos no nitrogênio amino. • As aminas simpaticomiméticas que contêm o grupo 3,4-di-hidroxibenzeno, co- mo a epinefrina, a norepinefrina, o isoproterenol e a dopamina, são denomina- das catecolaminas. • As catecolaminas com grupos hidroxila (OH) nas posições 3 e 4 do anel benzê- nico apresentam maior potência na ativação direta dos receptores α e ẞ. • As catecolaminas são inativadas rapidamente pela COMT pós-sinapticamente e pela MAO (Monoaminoxidase) intraneuronalmente, bem como pela COMT e pela MAO na parede intestinal e pela MAO no fígado. Por isso, as catecolami- nas são inativadas quando administradas por via oral. • As catecolaminas são polares e por isso não penetram facilmente no SNC. • Compostos que não têm os grupos hidroxicatecólicos são chamados de ami- nas não catecólicas. • As aminas não catecólicas não são inativadas pela COMT e por isso possuem meias-vidas mais longas quando comparadas com as catecolaminas. Agonistas Adrenérgicos 11 • Exemplos de aminas não catecólicas incluem a fenilefrina, a efedrina e anfetamina. • A natureza do substituinte no nitrogênio amínico é importante determinante na seletividade ẞ do agonista adrenérgico. A epinefrina, com um substituto –CH3 no nitrogênio amínico, é mais potente nos receptores ẞ do que a norepinefrina, que tem uma amina não substituída por exemplo. • O isoproterenol, que tem um substituto isopropila-CH(CH3)2 no nitrogênio amí- nico, é um forte ẞ-agonista com pouca atividade α. 6. AGONISTAS NÃO SELETIVOS Epinefrina Na medula suprarrenal, a norepinefrina é metilada à epinefrina, que é armazenada nas células cromafins junto com norepinefrina. Sob estimulação, a medula suprarre- nal libera cerca de 80%de epinefrina e 20% de norepinefrina diretamente na circula- ção. A epinefrina interage com os receptores α e ẞ. Em doses baixas, predominam os efeitos ẞ no leito vascular (vasodilatação). Em doses altas, os efeitos α (vaso- constrição) são mais importantes. No sistema cardiovascular, a epinefrina reforça a contratilidade do miocárdio e aumenta a frequência cardíaca (ambos efeitos decorrentes de estimulação ẞ1). A epinefrina também ativa os receptores ẞ1 nos rins e promove a liberação de renina (enzima envolvida na produção de angiotensina II). Além disso, a epinefrina contrai as arteríolas da pele, das mucosas e das vísceras (efeito α) e dilata os vasos que vão ao fígado e aos músculos esqueléticos (efeito ẞ2). O efeito cumulativo é o aumento da pressão arterial sistólica, associado à ligeira redução na pressão diastólica de- vido à vasodilatação mediada pelos receptores ẞ2 no leito vascular dos músculos esqueléticos. A epinefrina ainda causa broncodilatação no sistema respiratório (ação ẞ2), efeito hiperglicemiante devido aumentar a glicogenólise no fígado (efeito ẞ2) e lipólise por meio da atividade agonista dos receptores ẞ do tecido adiposo. Usos terapêuticos • Broncoespasmo: a epinefrina pode ser usada no tratamento de emergência de condições respiratórias quando a broncoconstrição compromete a ventilação. No entanto, atualmente ẞ2-agonistas seletivos, como o salbutamol, são melhor empregados devido sua duração mais longa e efeitos cardíacos mínimos. Agonistas Adrenérgicos 12 • Choque anafilático: a epinefrina é o fármaco de escolha para o tratamento de reações de hipersensibilidade do tipo I. • Parada Cardíaca: pode ser empregada para restabelecer o ritmo cardíaco em pacientes com parada cardíaca independente da causa. • Anestesia: a epinefrina aumenta significativamente a duração da anestesia lo- cal, produzindo vasoconstrição no local da injeção e permitindo que o anestési- co permaneça por mais tempo no sítio da injeção. Farmacocinética A epinefrina tem início rápido, mas ação de curta duração devido à rápida metabo- lização pela MAO e pela COMT. Seus metabólitos, a metanefrina e o ácido vanilman- délico são excretados na urina. Pode ser administrada por via intramuscular (IM), intravenosa (IV), subcutânea (SC), endotraqueal e por inalação. Efeitos adversos A epinefrina pode produzir efeitos adversos no SNC, como ansiedade, medo, ten- são, cefaleia, arritmias cardíacas e tremores. Norepinefrina A norepinefrina causa aumento da resistência periférica devido à intensa vaso- constrição de boa parte dos leitos vasculares, incluindo os rins (efeito α1). A pressão arterial sistólica e diastólica aumentam. Isso estimula os barorreceptores, induzindo ao aumento na atividade vagal, sendo o resultado final a produção de bradicardia re- flexa, que é suficiente para neutralizar as ações locais na norepinefrina no coração. Usos terapêuticos A norepinefrina é usada no tratamento de choque devido aumentar a resistência vascular e, dessa forma, aumenta a pressão arterial. Farmacocinética A norepinefrina é administrada via IV para o início rápido de ação. Sua ação dura 1 a 2 minutos após o fim a infusão e é metabolizada rapidamente pela MAO e pela COMT. Os metabólitos são excretados na urina. Efeitos adversos São similares aos da epinefrina. Ademais, podem causar palidez e descamação na pele ao longo da veia injetada. Agonistas Adrenérgicos 13 Dopamina A dopamina está presente naturalmente no SNC nos gânglios basais, onde funcio- na como neurotransmissor, bem como na medula suprarrenal. Ela exerce efeito esti- mulante nos receptores ẞ1 cardíacos com efeito inotrópico e cronotrópico positivos. Em concentrações muito elevadas, a dopamina ativa os receptores ẞ1 dos vasos, causando vasoconstrição. A dopamina ainda dilata as arteríolas renais e esplâncnicas, ativando os recep- tores dopaminérgicos e aumentando, assim, o fluxo sanguíneo para os rins e para outras vísceras. Usos terapêuticos A dopamina é o fármaco de escolha para tratar o choque cardiogênico e séptico e é administrada por infusão contínua. Ela aumenta a pressão arterial, estimulando os receptores ẞ1 no coração a aumentar o débito cardíaco e os receptores ẞ1 nos vasos sanguíneos a aumentar a resistência periférica. Além disso, ela também aumenta a perfusão renal, o que contribui para maior velocidade de filtração glomerular e diurese. Efeitos adversos Os principais efeitos adversos são náuseas, hipertensão e arritmias, que na maio- ria das vezes são de curta duração, pois a dopamina é rapidamente metabolizada pela MAO ou pela COMT. 7. AGONISTAS ALFA ADRENÉRGICOS Oximetazolina É um agonista adrenérgico sintético de ação direta que estimula os receptores α1 e α2. Está presente em vários descongestionantes nasais de ação curta e venda livre, bem como em colírios para o alívio da vermelhidão dos olhos associada a res- friados ou lente de contatos. A oximetazolina estimula diretamente os receptores α nos vasos sanguíneos que suprem a mucosa nasal e a conjuntiva, assim, produz vasoconstrição e diminui a congestão. Os efeitos adversos mais observados são ce- faleia, sono agitado e congestão rebote no uso prolongado. Agonistas Adrenérgicos 14 Agonistas ALFA-1 Fenilefrina É um fármaco adrenérgico sintético de ação direta que se liga aos receptores ẞ primariamente. Ativa os receptores α1 apenas quando presente em concentrações muito mais elevadas. A fenilefrina é um vasoconstritor que aumenta as pressões sistólicas e diastólicas. Ele é utilizado como descongestionante NASA e midriáti- co. Também é usada no tratamento da hipotensão em pacientes hospitalizados ou cirúrgicos. Doses elevadas podem causar cefaleia hipertensiva e irregularidades cardíacas. Mefentermina É um fármaco simpaticomimético que atua direta e indiretamente. Após injeção intramuscular, o início de ação é imediato em 5 a 15 minutos e seus efeitos podem persistir por várias horas. Como o fármaco libera norepinefrina, a contração cardíaca é intensa e ocorre aumento do débito cardíaco e das pressões sistólica e diastólica habitualmente. A alteração na frequência cardíaca é variável, dependendo do grau do tônus vagal. Os efeitos adversos estão relacionados com a estimulação do sistema nervoso central (SNC), elevação excessiva da pressão arterial e ocorrência de arrit- mias. A mefentermina é utilizada na prevenção da hipotensão, porém foi descontinu- ada no EUA. Metaraminol É um simpaticomimético com efeitos diretos sobre os receptores α-adrenérgicos vasculares. Atua indiretamente também estimulando a liberação de norepinefrina. Tem sido utilizado no tratamento hipotensão ou no alívio de crises de taquicardia atrial paroxística, especialmente aquelas associadas a estados hipotensivos. Midodrina É um agonista dos receptores α1 eficaz por via oral. Esse fármaco é converti- do em um metabólito denominado desglimidodrina, que ocasiona seus efeitos. Elevações da pressão arterial induzidas pela midodrina estão associadas a uma con- tração do músculo liso tanto arterial quanto venoso. Isso é vantajoso no tratamento de pacientes com insuficiência autônoma e hipotensão postural. Nesses pacientes, é frequente que haja a hipertensão supina como principal complicação do uso da midodrina. Para minimizar esse efeito adverso o fármaco pode ser administrado em períodos em que o paciente permanecerá em pé. Deve-se evitar administra-lo 4 horas antes do paciente deitar. Agonistas Adrenérgicos 15 Agonistas ALFA-2 Clonidina Os principais efeitos farmacológicos da clonidina envolvem alterações da pressão arterial e da frequência cardíaca. A infusão venosa de clonidina provoca elevação aguda da pressão arterial devido à ativação dos receptores α2 pós-sinápticos no músculo liso vascular. Entretanto esse efeito vasoconstritor é transitório e seguido de uma resposta hipotensora prolongada, que resulta da diminuição do efluxo simpá- tico do SNC. Nesse sentido, a clonidina tem aplicabilidadeno tratamento da hiperten- são, tendo efeito anti-hipertensivo. O mecanismo exato pelo qual ela reduz a pressão arterial ainda não está totalmente elucidado. O efeito parece resultar, pelo menos em parte, da ativação dos receptores α1 na região inferior do tronco encefálico. Farmacocinética A clonidina é bem absorvida após administração oral. A concentração máxima plasmática máxima e seu efeito hipotensor máximo ocorrem em 1 a 3 horas após uma dose oral. A meia-vida de eliminação varia de 6 a 24 horas, com média de 12 ho- ras. Cerca de metade de uma dose administrada pode ser recuperada em sua forma inalterada na urina, podendo haver aumento da meia vida do fármaco na presença de insuficiência renal. Usos terapêuticos O principal uso terapêutico da clonidina é no tratamento da hipertensão. Ela tam- bém pode ter utilidade na redução de diarreia em alguns pacientes diabéticos com neuropatia autonômica, tendo em vista, que a estimulação dos receptores α2 no tra- to gastrintestinal pode aumentar a absorção de cloreto de sódio e de líquido e inibir a secreção de bicarbonato. Efeitos adversos Os principais efeitos adversos são ressecamento da boca e sedação, sendo ob- servados em 50% dos pacientes. A intensidade desses efeitos pode diminuir depois de várias semanas de terapia. Outros colaterais são disfunção sexual e bradicardia pronunciada em alguns pacientes. Metildopa A metildopa é um agente anti-hipertensivo de ação central. Ela é metabolizada a α-metilnorepinefrina no cérebro, e acredita-se que esse composto seja capaz de ati- var os receptores α2 centrais e reduzir a pressão arterial semelhante ao mecanismo da clonidina. Agonistas Adrenérgicos 16 Apraclonidina A apraclonidina é agonista dos receptores α2, relativamente seletivo, utilizada topicamente para reduzir a pressão intraocular. Pode reduzir a pressão intraocular tanto elevada quanto normal, seja ela acompanhada ou não de glaucoma. A redução da pressão intraocular ocorre com mínimos ou nenhum efeito sobre os parâmetros cardiovasculares sistêmicos. Por isso, a apraclonidina tem maior utilidade para a te- rapia oftálmica que a clonidina. É utilizada como terapia adjuvante de curto prazo em pacientes com glaucoma, cuja pressão intraocular não é adequadamente controlada por outros agentes farmacológicos, como antagonista dos receptores ẞ, parassim- paticomiméticos ou inibidores da anidrase carbônica. Saiba mais! A clonidina baixa a pressão arterial sistêmica, mes- mo quando aplicada topicamente no olho. Brimonidina É um derivado da clonidina administrado ocularmente para reduzir a pressão in- traocular em pacientes com hipertensão ocular ou glaucoma de ângulo aberto. Esse fármaco é um agonista α2-seletivo, que reduz a pressão intraocular ao diminuir a produção de humor aquoso e aumentar o seu efluxo. Ao contrário da apraclonidina, a brimonidina pode atravessar a barreira hematoencefálica e produzir hipotensão e sedação, embora esses efeitos sobre o SNC sejam discretos, em comparação com aqueles da clonidina. Guanfacina É um agonista dos receptores α2, que é mais seletivo que a clonidina. Consegue diminuir a pressão arterial por meio da ativação dos receptores do troco encefálico, com consequente supressão da atividade simpática. É utilizado para o tratamento do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Agonistas Adrenérgicos 17 Guanabenzo É uma agonista α2 de ação central, que diminui a pressão arterial por meio de um mecanismo semelhante ao da clonidina e da guanfacina. Possui meia-vida de 4-6 horas e sofre extenso metabolismo no fígado. Seus efeitos adversos assemelham-se aos observados com a clonidina. Tizanidina A tizanidina é um relaxante muscular utilizado no tratamento de espasticidade as- sociada a distúrbios cerebrais e medulares. É um agonista α2 com algumas proprie- dades semelhantes a clonidina. 8. AGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS Isoproterenol É uma catecolamina sintética de ação direta que estimula os receptores ẞ1 e ẞ2. Ele produz intensa estimulação cardíaca, aumentando a frequência, a contratilidade e o débito. O isoproterenol também dilata as arteríolas dos músculos, diminuindo a resistência periférica. Devido à sua falta de seletividade é raramente usado terapeuti- camente. Porém, ele pode ser útil no bloqueio atrioventricular ou ainda em pacientes com arritmia ventricular torsade de pointes. Os efeitos adversos do isoproterenol são similares aos da epinefrina. Agonista BETA-1 Dobutamina A dobutamina é uma catecolamina sintética de ação direta que é um agonista de receptores ẞ1. Ela aumenta a frequência cardíaca e o débito cardíaco com poucos efeitos vasculares. Sua principal vantagem sobre outros fármacos simpaticomimé- ticos é o aumento do débito cardíaco sem elevação significativa da demanda de oxi- gênio pelo miocárdio. Agonistas Adrenérgicos 18 Usos terapêuticos A dobutamina é usada para aumentar o débito cardíaco na insuficiência cardíaca aguda, bem como para dar apoio inotrópico após cirurgia cardíaca. Efeitos adversos Além do potencial desenvolvimento de tolerância com o uso prolongado, a dobu- tamina apresenta efeitos adversos semelhantes aos da epinefrina. Agonistas BETA-2 Salbutamol É um fármaco ẞ2-agonista de ação curta usado, principalmente, como bronco- dilatador. É empregado no manejo dos sintomas agudos da asma. Pode ser admi- nistrado por inalação ou via oral para o alívio sintomático do broncoespasmo. Por inalação produz broncodilatação significativa em 15 minutos e o efeito persiste por 3 a 4 horas. O salbutamol por via oral tem o potencial de retardar o parto prematuro. Um dos efeitos adversos mais comuns é o tremor, no entanto os pacientes tendem a desenvolver tolerância a ele. Outros efeitos incluem intranquilidade, apreensão e ansiedade. Terbutalina É um broncodilatador ẞ2 seletivo que pode ser administrado por inalação, via oral ou via parenteral. Por inalação sua atividade pode durar 3 a 6 horas. Com o uso oral o início do efeito pode retardar 1-2 horas. A terbutalina é usada no tratamento de lon- ga duração da doença obstrutiva das vias respiratórias e no tratamento do broncoes- pasmo agudo. Salmeterol É um agonista ẞ2 seletivo de ação prolongada (> 12 horas). Não deve ser utilizado mais de 2x/dia, nem ser administrado para o tratamento dos sintomas agudos da asma, que devem ser tratados com um agonista ẞ2 de ação curta, como o salbuta- mol. Muitos pacientes com asma persistente moderada ou grave têm se beneficiado do uso de salmeterol juntamente com um corticoide inalatório. Também é usado em pacientes com DPOC, pois proporciona alívio sintomático e melhora da função pul- monar. O salmeterol é geralmente bem tolerado, porém, tende a aumentar a frequên- cia cardíaca e a concentração plasmática de potássio através de seus efeitos sobre os receptores ẞ2 extrapulmonares. Agonistas Adrenérgicos 19 Formoterol É um agonista ẞ2 seletivo de ação prolongada. Ocorre broncodilatação significa- tiva poucos minutos após inalação de dose terapêutica e pode persistir por até 12 horas. É um fármaco altamente lipofílico. Por isso, possui maior vantagem, em con- dições como a asma noturna, sobre os demais agonistas ẞ2 seletivos, pois sua difu- são entre a bicamada lipídica da membrana plasmática estimula os receptores ẞ2 de maneira prolongada. Ritodrina É um agonista ẞ2 seletivo desenvolvido especificamente para o uso como relaxan- te uterino. Pode ser administrada por via intravenosa a pacientes selecionadas para interromper o trabalho de parto prematuro. Saiba mais! FENOLDOPAM O fenoldopam é um agonista dos D1-receptores periféricos da dopamina. É usado como vasodilatador de ação rápida no tratamento de hipertensão grave em pacientes hospitalizados, atuando em artérias coronárias, arteríolas renais e mesentéricas. Os principais efeitos adversos são cefaleia, rubor, tonturas, náuseas, êmese e taquicardia. Agonistas Adrenérgicos 209. AGONISTAS ADRENÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA Anfetamina As ações da anfetamina são mediadas primariamente pelo aumento da liberação não vesicular de catecolaminas como a dopamina e norepinefrina dos terminais nervosos. Isso pode produzir um aumento significativo da pressão arterial por ação α1-agonista nos vasos, bem como por efeitos estimulantes ẞ1 no coração. Tiramina Não é um fármaco útil clinicamente, mas possui importância devido ser encontra- do em alimentos fermentados. Normalmente, a tiramina é oxidada pela MAO no trato gastrointestinal, mas se o paciente está em uso de inibidores de monoaminoxidase podem acontecer episódios vasopressores graves. Cocaína A cocaína tem a propriedade de bloquear o transportador de norepinefrina depen- dente de sódio-cloreto (NET) necessário para a captação celular de norepinefrina pelo neurônio adrenérgico. Em consequência, a norepinefrina se acumula no espaço sináptico, resultando em aumento da atividade simpática e potenciação das ações da epinefrina e da norepinefrina. Por isso, pequenas doses de catecolaminas produ- zem efeitos muito aumentados em indivíduos que usam cocaína. De modo similar às anfetaminas, a cocaína pode aumentar a pressão arterial por ação α1-agonista e efeitos estimulantes ẞ. Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) Os IMAOs atenuam as ações da monoaminoxidase no neurônio e aumentam o conteúdo de monoaminas. Existem duas formas de monoaminoxidase (MAO). A MAO-A é encontrada nos neurônios de dopamina e de norepinefrina e ocorre principalmente no cérebro, no intestino, na placenta e no fígado. Seus principais substratos são a norepinefrina, a epinefrina, e a serotonina. A MAO-B é encontrada sobretudo nos neurônios serotoninérgicos e histaminérgicos e ocorre no cérebro, no fígado e nas plaquetas. A MAO-B atua, principalmente, sobre a tiramina, feni- letilamina e a benzilamina. Os IMAOs atuais incluem os derivados da hidrazina, a fenelzina e a isocarboxazida, e as não hidrazinas, a tranilcipromina, a selegilina e a Agonistas Adrenérgicos 21 moclobemida. As hidrazinas e a tranilcipromina ligam-se de modo irreversível e não seletivamente à MAO-A e MAO-B, enquanto outros IMAOs podem ter propriedades mais seletivas ou reversíveis. Alguns IMAOs, como a tranilcipromina, assemelham-se à anfetamina na sua estrutura química, enquanto outros IMAOs, como a selegilina, apresentam metabólitos semelhantes à anfetamina. Amitriptilina É um fármaco que pertence à classe dos antidepressivos tricíclicos. Esse medi- camento inibe a recaptação de norepinefrina, agindo de modo indireto sobre o NET (transportador de norepinefrina dependente de sódio-cloreto). Os efeitos colaterais mais comuns são boca seca e constipação intestinal. Afinidades relativas por receptores AFINIDADE α-Agonistas Fenilefrina α1> α2>>>>>ẞ Clonidina, metilnorepinefrina α2> α1>>>>>ẞ Agonistas mistos α e ẞ α1= α2; ẞ1>> ẞ2 Norepinefrina α1= α2; ẞ1= ẞ2 Epinefrina ẞ-Agonistas Dobutamina ẞ1> ẞ2>>>> α Isoproterenol ẞ1= ẞ2>>>> α Salbutamol, terbutalina, ritodrina ẞ2>> ẞ1>>>> α Agonistas da dopamina Dopamina D1=D2>> ẞ>> α Fenoldopam D1>>D2 Fonte: KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. Ed. Agonistas Adrenérgicos 22 10. AGONISTAS ADRENÉRGICOS DE AÇÃO MISTA A efedrina e a pseudoefedrina são os adrenérgicos de ação mista. Elas não só liberam a norepinefrina armazenada nos terminais nervosos, como também estimu- lam diretamente os receptores α e ẞ. A efedrina aumenta a pressão arterial sistólica e diastólica por vasoconstrição e estimulação cardíaca e pode ser usada no trata- mento da hipotensão. Ela produz broncodilatação, mas é menos potente e mais lenta do que a epinefrina ou o isoproterenol. A efedrina ainda produz leve estimulação do SNC, o que aumenta o estado de alerta, diminui a fadiga e previne o sono. A pseudo- efedrina, por sua vez, é usada primariamente no tratamento da congestão nasal. Saiba mais! Os agonistas adrenérgicos podem agir por meio de ação direta, indireta e mista. Os agonistas de ação direta atuam direta- mente nos receptores α ou ẞ, produzindo efeitos similares aos resultantes da estimulação dos nervos simpáticos ou da liberação de epinefrina da medula suprarrenal. Já os agonistas de ação indireta podem bloquear a captação de norepinefrina ou promover sua liberação das reservas citoplasmáticas ou das vesículas dos neurônios adrenérgicos. Os agonistas de ação mista, por sua vez, estimulam os adrenoceptores diretamente e liberam norepinefrina do neurônio adrenérgico. Agonistas Adrenérgicos 23 Agonistas adrenérgicos Ação direta Ação indireta α1-fenilefrina α2-clonidina ẞ1-dobutamina ẞ2-terbutalina Anfetamina Tiramina Cocaína Selegilina Entacapona Seletivos Agentes de liberação Inibidores da MAO Inibidor da captação Inibidores da COMT α1 α2 - oximetazolina ẞ1 ẞ2 – isoproterenol α1 α2 ẞ1 ẞ2 – epinefrina α1 α2 ẞ1 – norepinefrina Não seletivos Ação mista Efedrina (α1 α2 ẞ1 ẞ2 e agentes de liberação) Fonte: Adaptado de GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. MAPA MENTAL - FINAL Agonistas Adrenérgicos 24 REFERÊNCIAS Goodman A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw -Hill, 2012. Katzung BG. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Whalen K, Finkel R, Panavelil TA. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Rang HP et al. Rang & Dale Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. sanarflix.com.br Copyright © SanarFlix. Todos os direitos reservados. 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