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Glicocorticoides SUMÁRIO 1. Introdução ..........................................................................................................3 2. Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) ............................................................4 3. Biossíntese.........................................................................................................8 4. Farmacocinética .................................................................................................8 5. Farmacodinâmica .............................................................................................12 Metabolismo dos carboidratos ................................................................................. 13 Metabolismo das proteínas ....................................................................................... 14 Metabolismo dos lipídios ........................................................................................... 14 Metabolismo do cálcio e dos ossos ......................................................................... 15 Outros efeitos fisiológicos ......................................................................................... 15 6. Efeito farmacológico ........................................................................................15 7. Uso terapêutico ................................................................................................19 8. Efeitos colaterais ..............................................................................................24 9. Interações medicamentosas .............................................................................25 Referências .......................................................................................................................27 Glicocorticoides 3 1. INTRODUÇÃO Os glicocorticoides (GC) consistem em hormônios estereoidais produzidos pela glândulas adrenais (suprarrenais), localizadas, bilateralmente, acima do polo supe- rior de cada rim. De forma mais específica, são produzidos pela zona fasciculada, presente no córtex adrenal. Saiba mais! As glândulas adrenais possuem duas camadas que possuem diferentes origens embriológicas e diferentes funções, são elas: Medula (porção interna): Provém do endoderma e sua função é a produção dos hormônios adrenalina e noradrenalina; Córtex (porção externa): Origina-se do mesoderma e é dividido em 3 zonas: glomerulosa (produz mineralocorticoides), fasciculada (produz glicocorticoi- des) e reticular (produz pouca quantidade de andrógenos e estrógenos). Figura 1: Corte coronal do polo superior do rim e da glândula suprarrenal, mostrando sua disposição anatômica e a histologia de sua cápsula. A estrutura molecular básica dos GC envolve uma formação conhecida como ciclopentanoperidrofenantreno, derivado do colesterol que consiste em 3 anéis he- xano e 1 anel pentano. E, para seu funcionamento, todos os GC, sejam naturais ou sintéticos, precisam de um grupo 11-hidroxilo. Qualquer variação em tal conforma- ção pode desencadear diferenças na potência, meia vida, metabolismo e efeito des- se fármaco. Glicocorticoides 4 Essa substância tem altíssimo valor terapêutico, sendo um fármaco usado diante seus efeitos imunossupressores e anti-inflamatórios. O principal GC natural circu- lante em nosso corpo é o cortisol (hidrocortisona ou cortisona). Figura 2: Estrutura e fórmula molecular o cortisol. Fonte: ytta design 2. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE- ADRENAL (HHA) O hipotálamo (neurônios parvicelulares dos núcleos paraventriculares) sintetiza o CRH (hormônio liberador de corticotropina) por conta da influência de situações que envolvam o estresse emocional, físico e/ou funcionais (hipoglicemia, hemorra- gia, traumatismos severos, dor excessiva, queimaduras, citocinas, ação adrenérgica, redução do colesterol). Esse hormônio é responsável por estimular a produção do ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) pela adeno-hipófise. Ademais, o CRH age de forma a rítmica, sendo regulada sua periodicidade através do núcleo supraquiasmá- tico, que produz a melatonina em um ritmo oposto ao da cortisona. Sendo assim, o nível de cortisol aumente durante o final da madrugada e as primeiras horas da ma- nhã e vá continuamente declinando durante o dia até o anoitecer. Glicocorticoides 5 Hora da revisão! MELATONINA vs CORTISOL A melatonina, único hormônio produzido e secretado pela glândula pineal do epitálamo, apresenta diversas funções em nosso corpo, no entanto, a mais co- nhecida é sua participação na sincronização subsidiária do ritmo circadiano no ciclo sono-vigília. No entanto, a melatonina NÃO induz o ritmo circadiano, o verdadeiro res- ponsável por isso é o núcleo supraquiasmático, presente no hipotálamo, que sincroniza o ciclo dia-noite com o sono-vigília por conta das informações da luminosidade do ambiente captadas pela via retino-hipotalâmica. Sendo assim, a melatonina atua de forma suplementar nessa sincronização, preparando nos- so corpo, metabolicamente, para o estado de sonolência De forma antagônica a melatonina, o cortisol, hormônio responsável pela ma- nutenção do nosso corpo em estado de alerta. Esses dois hormônios trabalham revezando seus níveis de concentração em nosso corpo, se adequando ao nosso estado de sono-vigília. Portanto, a mela- tonina, começa aumentar em nosso corpo pela noite, tem seu pico a meia-noite, diminuindo a medida que chega a manhã. Já o cortisol aumenta durante o final da madrugada e as primeiras horas da manhã e vá continuamente declinando durante o dia até o anoitecer. A função desse hormônio é induzir a produção de esteroides nas zonas do córtex da adrenal, como glicocorticoides – cortisona, nesse caso -, mineralocorticoides e os hormônios sexuais. Além disso, o ACTH também gera uma hiperplasia e hipertro- fia nas zonas fasciculadas e reticuladas, caso haja estimulação crônica (de semanas a meses). Dessas classes de esteroides já citadas, apenas a cortisona que atua nesse eixo, regulando a liberação de CRH e ACTH por meio de feedback negativo, onde as altas concentrações do cortisol inibem a liberação desses dois. Glicocorticoides 6 Figura 3: Controle da Secreção Hormonal: Eixo Hipotálamo – Hipófise – Adrenal. Glicocorticoides 7 FLUXOGRAMA DO EIXO HIPOTÁLAMO-HÍPÓFISE-ADRENAL Estresse emocional, físico ou funcional Por meio dos núcleos supraquiasmáticos Alternando os níveis de melatonina diários com a Sua alta concentração INIBE -- Secreção de CRH Neurônios parvicelulares dos núcleos paraventriculares (hipotálamo) Estimulação dos corticotropos da adenohipófise Secreção de ACTH Estimulação da zona fasciculada do córtex de suprarrenal Secreção de GC É regulada sua ritmicidade com a melatonina Glicocorticoides 8 3. BIOSSÍNTESE A produção de glicocorticoides endógenos ocorre a partir do metabolismo de colesteróis livres captados em nossa circulação, como a forma de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL). Assim, quando capta- dos, são armazenados em gotículas de lipídios dentro das células grandes da zona fasciculada no córtex adrenal. Dessa forma, esses colesteróis sofrem a primeira reação para a produção de cor- tisol: conversão do colesterol em pregnenolona. Essa etapa é a única limitante na biossíntese hormonal, por depender da ação do ACTH, estimulando o aumento da capacidade do colesterol formar ligações ao citocromo P450scc presente na mito- côndria, favorecendo sua ação como enzima desmolase (corta cadeia que liga C-C). Ao deixar a mitocôndria dessas células, se direcionando para o retículo endo- plasmático, a pregnenolona se torna o precursor obrigatório dos corticosteroides e andrógenos adrenais. Para a formação de cortisol, a pregnenolona, presente na zona fasciculada, sofre uma hidroxilação, por conta da enzima 17 alfa-hidroxilase (P450c17), formando 17-OH-pregnenolona. Após isso, o complexo 3ẞ-HSD atua na hidrogenase do 17-OH-pregnenolonaem 17-OH-progesterona. É importante nos atermos que, caso mude a ordem de ação dessas duas enzimas, o produto será o mesmo (17-OH-progesterona). A diferença seria na formação prévia de progesterona a partir da pregnenolona por meio da 3ẞ-HSD, formando o substrato perfeito para ação de da 17 alfa-hidroxilase. Por fim, a 17-OH-progesterona sofre um duplo processo de hidroxilação: o pri- meiro pela enzima 21-hidroxilase, convertendo esse esteroide em 11-desoxicortisol; e a última pela enzima 11 beta-hidroxilase, convertendo essa última molécula em cortisol. Já os glicocorticoides sintéticos, representados pelas hidrocortisonas, são produ- tos do metabolismo do ácido cólico, que pode ser obtido do gado ou de plantas das famílias Liliaceae e Discoriaceae. 4. FARMACOCINÉTICA Os GC consistem em compostos lipofílicos e, portanto, a maioria dos fármacos possui uma baixa solubilidade plasmática e alta absorção-eficácia quando adminis- trada por via oral. A absorção, tanto do cortisol como de suas formas sintéticas, ocorre na parte proximal do jejuno, alcançando pico plasmático 30-90 minutos após a ingestão. Ao alcançar o plasma, por ser um derivado lipídico, cerca de 80% do cortisol é trans- portado por uma proteína plasmática carregadora específica, como CBG (globulina Glicocorticoides 9 ligadora de cortisol) ou transcortina; 10% está ligada a albumina; e o restante está circulando livremente no plasma em sua forma ativa, sendo responsável pelos efei- tos fisiológicos (ou farmacológicos, no caso de administração dos sintéticos análo- gos a cortisol). Se liga! Pacientes com hipoalbuminemia ou com alguma deficiên- cia na produção dessas outras proteínas transportadores (CBG e transcortina) devem receber doses mais baixas de GC sintético do que indivíduos normais, para que sejam obtidos os mesmos resultados farmacológicos. Fazemos isso pois, quando presentes no plasma, uma maior concentração estará cir- culando livre no sangue, aumentando as chances de um efeito colateral do medicamento. Já pacientes gestantes, com hipertireoidismo e em casos de administração de es- trogênios, a CBG se encontra em níveis mais elevados que o normal, necessitando de uma maior dose para que o nível de GC sintetizado livre no plasma seja o necessário para o poder terapêutico. Como já foi dito, os GC são bem absorvidos no trato gastrointestinal. No entanto, caso a via de administração escolhida seja a parenteral, é necessário o uso de és- teres solúveis em água, como o succinato sódico de hidrocortisona ou fosfato de dexametasona. Já sua absorção tópica depende tanto da dimensão da área exposta ao fármaco como da existência ou não de lesões cutâneas que favoreçam sua ab- sorção. A absorção sistêmica é baixa caso a via seja inalatória. O uso intra-articular e periarticular são usados com frequências em pacientes reumatológicos quando há um interesse de evitar outras ações sistêmicas do fármaco. Os GC podem ser classificados de acordo com a meia-vida (plasmática e biológi- ca), sua potência relativa em comparação a hidrocortisona (tanto em relação a sua ação anti-inflamatória e a sua ação como mineralocorticoide) e sua duração de sua ação. Essa última classificação é caracterizada como ação de duração curta (< 12h), intermediária (12-36h) e longa (> 36h), tendo como base a duração da supressão do ACTH após a dose única, com atividade anti-inflamatória equivalente a 50 mg de prednisona. Glicocorticoides 10 GLICOCORTICOIDES MEIA-VIDA PLASMÁTICA (minutos) MEIA-VIDA BIOLÓGICA (horas) POTÊNCIA RELATIVA (anti-inflamató- rio) POTÊNCIA RELATIVA (mineralocorti- coide) AÇÃO CURTA (< 12h) HIDROCORTISONA (CORTISOL) 80 a 120 8 a 12 1,0 1,0 CORTISONA 30 8 a 12 0,8 0,8 AÇÃO INTERMEDIÁRIA (12-36h) PREDNISONA 200 a 230 18 a 36 3,5 a 4 0,6 a 0,8 PREDNISOLONA 125 a 210 18 a 36 4 0,6 a 0,8 METILPREDNISOLONA > 210 18 a 36 5 0 a 0,5 TRIANCINOLONA > 300 18 a 36 5 0 DEFLAZACORT 60 a 120 12 a 30 3 a 5 0 AÇÃO LONGA (36h) DEXAMETASONA 200 a 300 24 a 72 20 a 30 0 BETAMETASONA 180 a 300 24 a 72 20 a 30 0 Se liga! Análogos sintéticos do cortisol, como a dexametasona, exibem pequena afinidade com a CBG, porém ligam-se em maior ou menor proporção à albumina, o que faz com que o grau de ligação e a quantidade de forma livre circulante seja dose-dependente. Vale destacar que alguns análogos como a cortisona e a prednisona têm uma biodisponibilidade menor do que a da hidrocortisona e da prednisolona, pois essas últimas não necessitam passar pelo fígado para que se transformem em seus compostos ativos. O metabolismo dos GC é hepático, sendo biotransformados no fígado. Isso corre através da redução da dupla ligação e dos grupos cetônicos importantes desses es- teroides, inativando as formas antes livres no plasma ou ligados à albumina. Sendo assim, quando metabolizados ou conjugados com ácido glicurônico, os GC se tor- nam mais hidrossolúveis e polares, dificultando sua ligação com proteínas carrega- doras e facilitando sua eliminação via renal. Glicocorticoides 11 Saiba mais!É de extrema importância sabermos que os glicocor- ticoides são fármacos capazes de atravessar a barreia placentária. Nesse pa- râmetro, é possível usarmos GC sintéticos para prevenir a virilização em fetos femininos portadores de hiperplasia adrenal congênita e induzir maturação pul- monar em pacientes pré-maturos. FLUXOGRAMA DA FARMACOCINÉTICA ADMINISTRAÇÃO Via oral Via parenteral Via intra ou periarticular Via tópica Absorção (distribuição no plasma) Formas inativas Forma ativa Metabolização Alta absorção por conta da lipossolubilidade Uso do GC com ésteres solúveis em água para uma ação rápida Usada em pacientes reumatológicos onde ações sistêmicas do GC não são desejadas Depende da extensão do local onde o fármaco é aplicado e se há ou não lesões cutâneas 80% ligado a CBG ou a transcortina 10% ligado a albumina 10% livre no plasma Melhor absorção na porção proximal do jejuno Exemplos: succinato sódico de hidrocortisona, o fosfato de dexametasona Compostos mais hidrossolúveis e inativos Via renalEliminação Biotransformação no fígado Glicocorticoides 12 5. FARMACODINÂMICA Os GC atuam de forma sistêmica no organismo, por conta de sua influência no metabolismo dos diversos tipos celulares dos nossos órgãos e tecidos. E todas suas ações, tanto em nível fisiológico como farmacológico, ocorre a partir da ligação do hormônio com o seu receptor, mecanismo fundamental para a transativação e trans- repressão gênicas, que promovem essas influências em nosso corpo. Esse processo tem início com a entrada desse componente esteroidal em nossas células por difusão simples, por conta da sua afinidade lipossolúvel, atravessando a bicamada lipídica da membrana celular sem dificuldades. No citoplasma, os GC ligam-se a receptores proteicos específicos – os recepto- res de glicocorticoides (GR), que consistem em fosfoproteínas, formadas por duas proteínas acopladas em suas formas inativas, que estão associadas às heat shocker proteins (HSP), que atuam mantendo a forma estrutural adequada da GR para a in- teração com a GC. Dessa forma, ao formarem o complexo glicocorticoide-receptor sofrem uma transformação estrutural que lhes possibilita penetrar o núcleo. Assim, esse complexo atua por meio de duas ações gênicas: • Transativação: Ela ocorre quando um dímero de complexos se acoplar às regi- ões promotoras de certo genes, chamadas de elementos responsivos aos GC. Tem como objetivo a síntese de proteínas anti-inflamatórias (lipocortina-1 e IkB) e de proteínas que atuam no metabolismo sistêmico e endócrinos, como as responsáveis por induzirem a gliconeogênese; • Transrepressão: Ocorre quando um monômero do complexo interage com fatores de transcrições, como proteína ativadora 1 (AP-1) e o fator nuclear kB (NF-kB), inibindo suas funções, reduzindo síntese de citocinas pró-inflamatórias padrão Th1 (IL-1. IL-6 e IL-2), fator de necrosetumoral alfa (TNF-α), interferon gama (INF-γ e prostaglandina. Saiba mais! Alguns medicamentos podem diminuir a eficácia dos corticoides por aumentarem seu catabolismo. São exemplos de medicamentos assim: difenil-hidantoína, carbamazepina, rifampicina e o fenobarbital, drogas que podem acelerar a inativação dos corticoides devido ao estímulo da oxida- ção hepática. Diante disso, pode ser necessário doses maiores de corticoides para alcançar o efeito desejado. Glicocorticoides 13 Metabolismo dos carboidratos Os glicocorticoides contribuem para a hiperglicemia, através da absorção, consu- mo periférico e produção de carboidrato no corpo. Uma das atividades metabólicas principais é a gliconeogênese hepática a partir de aminoácidos provenientes da inibição da síntese proteica periférica, além do aumento da ação do glucagon e das catecolaminas. FLUXOGRAMA DA FARMACODINÂMICO Difusão simples MEMBRANA PLASMÁTICA Receptor de glicocorticoide + HSP Complexo glicocorticoide- receptor Mecanismos gênicos HSP livres no citoplasma Transativação Transrepressão Transcrição dos elementos responsivos aos GC Inativação dos fatores de transcrição Síntese de proteínas anti-inflamatórias Síntese de proteínas que atuam no metabolismo sistêmico (ex: gliconeogênese) Redução da síntese de citocinas pró-inflamatórias Redução de TNF-alfa Redução de prostaglandina CITOPLASMA NÚCLEO Glicocorticoides 14 Conceito: As catecolaminas consistem num grupo orgânico de monoaminas, formadas por um grupo catecol (grupo benzeno com duas hidro- xilas laterais em carbonos 1 e 2) e uma cadeia lateral de amina. Consideradas como hormônios, são produzidas pelo sistema nervoso em caso de choque emocional ou físico, facilitando a propagação dos fluxos nervosos no cérebro. Atuam na liberação de mais glicose e ácidos graxos, visando o aumento do aporte energético. Além disso, aumentam a pressão arterial e ace- leram a frequência cardíaca para que o indivíduo possa ter uma resposta adap- tada ao perigo em potencial que se apresenta a ele. Temos como exemplos de catecolaminas em nosso corpo: adrenalina, noradre- nalina e dopamina. Ademais, há diminuição da utilização de glicose nos tecidos periféricos e aumento na absorção intestinal de carboidratos. Diante disso, é válido lembrar que pacientes diabéticos, em uso de glicocorticoides, devem receber ajustes nas doses do hipogli- cemiantes ou de insulina. Metabolismo das proteínas Os GC atuam na inibição da adição de aminoácidos para a síntese de proteína nos tecidos periféricos, como músculo, pele, tecido adiposo, tecido conjuntivo e te- cido linfoide. Além disso, eles também contribuem para a gliconeogênese hepática através do catabolismo de proteínas, aumentando o número de aminoácidos livres. Portanto, durante esse período, de ação dos corticoides, a excreção urinária de aminoácidos e ácido úrico está aumentada – são metabólitos do catabolismo proteico. Metabolismo dos lipídios Os GC estimulam a lipólise e inibem a síntese de ácidos graxos de cadeia longa, visando uma maior liberação de ácido graxo e glicerol, compostos utilizados como substratos para gliconeogênese. No entanto, por conta da especificidade dos receptores de cada adipócito, sendo mais sensível a este hormônio, o tecido adiposo periférico é MUITO mais afetado por esse metabolismo que o central, favorecendo um quadro de obesidade centrípeta caso haja abuso dessa substância. Glicocorticoides 15 Metabolismo do cálcio e dos ossos Os efeitos dos GC sobre os ossos é dose-dependente, ou seja, depende da quanti- dade de droga usado e o também do tempo de uso. As doses terapêuticas diminuem a formação óssea e a produção de colágeno além de estimular a reabsorção. Outros efeitos fisiológicos Os GC podem agir no sistema circulatório, principalmente em situações de es- tresse, seja ele psicogênico ou sistêmico, quando há aumento da resposta aos efeitos pressores, possivelmente devido ao aumento do número e da afinidade dos receptores beta-adrenérgicos, responsáveis pela ação inotrópica positiva das catecolaminas. Por fim, vale destacar que os glicocorticoides são essenciais para o funcionamen- to normal dos músculos lisos e estriados. 6. EFEITO FARMACOLÓGICO Esses efeitos ocorrem quando os glicocorticoides são administrados numa con- centração/dose superior à quantidade produzida pelo nosso corpo endogenamente, sendo uma potencialização dos efeitos fisiologicamente produzidos por esses hor- mônios – agora, induzidos pelos suas variações sintéticas. Dentre esses efeitos, os mais esperados são: a anti-inflamação e a imunossupressão. Os efeitos anti-inflamatórios, como já abordamos, ocorrem quando o cortisol ou seus análogos amenizam a potência de uma inflamação em nosso corpo, que, caso exacerba os seus limites, pode ser extremamente prejudicial para o organismo. E, co- mo consequência desses efeitos, temos a ação imunossupressora causada pelo GC. Dessa forma, os GC diminuem a liberação de citocinas (interleucinas e fatores de necrose tumoral) e de metabólitos do ácido araquidônico/AA (como prostaglandi- nas e leucotrienos) e aumenta a síntese de proteínas anti-inflamatórias. Isso tudo corrobora na inibição ou retardamento de etapas do processo inflamatório, como: redução da permeabilidade do endotélio capilar (reduzindo formação de edemas); e a inibição da marginalização e migração de leucócitos (reduzindo o processo de ci- catrização por deposição de fibrina e proliferação de fibroblastos). Glicocorticoides 16 Além disso, já foi confirmada a capacidade dos GC em dificultar o rompimento dos lisossomos ao reduzirem os níveis de enzimas hidrolíticas presentes neles. Essa estabilização lisossômica causa a manutenção da integridade da membrana celular, prevenindo a tumefação ou destruição celular excessiva resultante da ação imune. Portanto, a GC afeta, de uma forma ou outra, todas as células do sistema imune: • Macrófagos e monócitos: São as mais afetadas pelo processo anti-inflamató- rio e imunossupressor, em que as GC reduzem a síntese de citocinas e metabó- litos do AA, a apresentação de antígenos, a fagocitose e seu poder bactericida. Portanto, há ampla redução na sua contagem numérica; • Linfócitos: Os GC atuam reduzindo a síntese de citocinas e sua capacidade proliferativa, reduzindo seu número. No entanto, não há interferência direta na síntese de imunoglobulinas; • Eosinófilos: Por conta do aumento de apoptose dessas células, por sua inativa- ção, reduzem sua contagem. Assim há redução da concentração de histamina; • Basófilos: A redução de citocinas interfere também no seu número, diminuindo suas concentrações; • Neutrófilos: São os únicos elementos celulares que sofrem uma leve leucoci- tose SEM desvio à esquerda. Isso ocorre por conta da redução da adesão en- dotelial induzida pelas citocinas, fazendo com que os neutrófilos maduros se “soltem” da parede vascular e indo a circulação – percebam que elas NÃO dimi- nuem ou aumentam a síntese e proliferação desse tipo celular, mas sim facilita a sua liberação na circulação. Portanto, os glicocorticoides são mais eficientes em inibir a imunidade celular (linfócitos) e a hipersensibilidade do que a imunidade humoral (anticorpos). Percebe- se que os corticoides causam involução e atrofia de todo o tecido linfoide, além de diminuir o número de linfócitos circulantes. Já os efeitos sobre a imunidade humoral são menos expressivos, não há interferência na produção de anticorpos, sendo pre- judicado apenas a fase inicial da ativação das células B, que são dependentes dos linfócitos T. Glicocorticoides 17 Saiba mais! Durante a gravidez, as gestantes adquirem uma certa imunidade à hidrocortisona e à maioria dos glicocorticoides sintéticos. Isso ocorre por conta da presença da enzima 11-beta-hidroxiesteroide desidrogena- se (11ẞ HD), que inativa esses compostos advindos do sangue materno. Sendo assim, a relação entre os níveis maternos e fetais dos GCexógenos variam em torno de 10:1 (os fetos produzem o próprio cortisol). No entanto, a dexametasona é o único GC que resiste a essa enzima placentária e, portanto, seus níveis materno e fetal é 1:1. Dessa forma, caso o objetivo seja tratar a mãe SEM afetar o feto, administra-se GC com prednisona, prednisolona e metilpred- nisolona (evitar doses muito elevadas capazes de interferir no desenvolvimento fetal). Agora, se o objetivo for tratar o feto, administramos dexametasona na mãe. Diferente na placenta, uma pequena concentração de glicocorticoide passa do sangue da mãe para o leite materno. Dessa forma, caso a mãe esteja em ne- cessidade do uso de algum GC, devemos nos atentar à meia-vida do fármaco (há relação direta dos níveis séricos e de excreção no leite de uma substância no sangue) para o melhor momento de realizar o aleitamento sem que o bebê esteja exposto ao fármaco. Assim, é recomendado amamentar o filho 4 h após a ingestão da prednisona, por exemplo. Glicocorticoides 18 FLUXOGRAMA DO EFEITO FARMACOLÓGICO Ação dos GCA Efeitos anti-inflamatórios Diminuição dos metabólicos do AA Síntese de proteínas anti-inflamatórias Diminuição/inibição da síntese de citocinas Efeitos metabólicos Redução da permeabilidade capilar Inibição da marginalização e migração de leucócitos Efeitos imunossupressores Inibição de ácidos graxos de cadeia longa Inibição da síntese próteica Diminuição da formação óssea Catabolismo proteíco Aumento da reabsorção de cálcio para o sangue Hiperglicemia Lipólise Gliconeogênese hepática Hipertrofia do tecido adiposo central Menor necessidade de glicose na periferia Glicocorticoides 19 7. USO TERAPÊUTICO A dosagem e a maneira de administração dos GC dependem da doença a qual ob- jetivamos tratar, levando sempre em consideração o melhor prognóstico com menos efeitos colaterais, nos atentando a interação com outros medicamentos. O tratamen- to sistêmico por meio de GC pode ser feito via oral (VO), intramuscular (IM) e endo- venoso (EV), sendo a primeira a mais prescrita pelos profissionais. Na prática! Foi preconizado que as doses de glicocorticoides são categorizadas baseadas na dose equivalente de prednisona diária: Baixa: < 7,5 mg; Média: > 7,5 mg a ≤ 30 mg; Alta: > 30 mg a ≤ 100 mg; Muito alta: > 100 mg; Pulsoterapia: ≥ 250 mg. Essa quantidade de dose varia de acordo com os mecanismos de ação dos GC que estão vinculados a efeitos não genômicos e genômicos. Os não genômicos são resultado de alterações da propriedades físico-químicas da membrana plasmática OU pela ação de um GR citoplasmático, sem translo- cação para o núcleo. Portanto, esses efeitos são percebidos de forma imediata (aproximadamente 2 minutos) e aparecem nas doses média, alta, muito alta e pulsoterapia. Entretanto, à medida que a dose é aumentada, a ação não genô- mica não dependente de receptor (alterações da membrana plasmática) torna- -se mais relevante quando comparada à ação dependente de receptor. Já os genômicos são resultantes da interação do complexo com o DNA (por meio de transativação e transrepressão gênicas) e, por isso, demanda uma maior temporariedade, manifestando os efeitos em 30 minutos, e aparecem em doses mais baixas. Glicocorticoides 20 Os GC podem ser administrada com dose única diária após o café da manhã, que coincide com o pico de cortisol em nosso corpo, diminuindo a frequência de insufi- ciência da suprarrenal, já que sua ação fracionada diária exerce ação supressora do ACTH. Esse consiste no esquema de uso contínuo. Uma forma de reduzir os efeitos colaterais de uma terapia com GC em longo pra- zo – em especial a supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal – seria optar por uma terapia em dias alternados. Ela consiste em administrarmos a dose total de 48 horas como dose única, pela manhã, em dias alternados. Outra forma usada na administração de GC é a pulsoterapia (PT), que consiste na administração de uma dose muito alta do fármaco em um curto período (entre 1 a 5 dias) por via intravenosa (IV). Essa terapia tem como objetivos: induzir uma rápida remissão da doença – nos casos que apresentam alguma risco de ameaça a vida (ex.: nefrite lúpica, vasculite necrosante, rejeição a transplante), impedir uma rápida progressão do quadro e evitar o uso prolongado de GC por via oral (aparecimento de efeitos adversos). As drogas mais utilizadas são metilprednisolona (0,25 g a 2 g) e dexametasona (100 a 200 mg) por pulso diário, sendo o ideal uma administração lenta (2 a 3 horas). O efeito imunossupressor do pulso se manifesta por média de 6 semanas, que pode ser mantido estável, em longo prazo, quando associado a um agente antirreumático modificador de doença (azatioprina e metotrexate) ou predni- sona oral. Saiba mais! A pulsoterapia pode reduzir os efeitos adversos dos GC, no entanto, ela não está isenta de efeitos adversos, como distúrbios hidroeletrolíticos, problemas cardíacos, hipertensão sistêmica, distúrbios de comportamento e predisposição a infecções. A elevação na pressão arterial é o efeito que requer maior atenção durante a terapia, podendo ser necessário administração de furosemida e redução do tempo de gotejamento da infusão, para controlar a pressão arterial. O “desmame” das doses de GC deve ocorrer de forma lenta e gradual, principal- mente em pacientes usuários em longo prazo desses hormônios, pois a retirada abrupta pode desencadear a reativação da doença base ou a insuficiência adreno- cortical secundária (supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal). Faremos essa redução a partir da suspensão do glicocorticoide pode ser feita com um esquema de redução de 25% por semana, até alcançar níveis de substituição. Glicocorticoides 21 FLUXOGRAMA DO USO TERAPÊUTICO Administração de GC OBJETIVO: Redução dos efeitos colaterais dos GC a longo prazo Forma contínua Em dias alternados Pulsoterapia Desmame Dose única diária Dose total de 48 h como dose única Dose muito alta “pulsos” IV num curto período (1 – 5 dias) Forma lenta e gradual Após o café da manhã Pela manhã, dia sim, dia não Efeito do pulso até a 6 semana Redução de 25% por semana OBJETIVOS: Induzir rápida remissão da doença Impedir rápida progressão do quadro Evitar uso prolongado de GC VO OBJETIVOS: Evitar reativação da doença base ou insuficiência adrenal secundária Glicocorticoides 22 Como já foi dito, os GC atuam de forma sistêmica, podendo ser uma alternativa terapêutica no tratamento farmacológico de diversas doenças: • Doenças endócrinas: São usados principalmente como terapia substituti- va, quando há hipofunção da adrenal. Nesse caso, a dose utilizada é bem menor quando comparada às usadas com intenção anti-inflamatória ou imunossupressora; • Doenças do colágeno: Nesses casos, o GC deve ser administrado como último recurso para estabilizar o quadro do paciente, não alterando o curso da doença. No entanto, em caso de cardite reumática, deve ser sempre administrado; • Crises alérgicas: Indicado em caso de urticárias, doença do soro, dermatite de contato, reações de hipersensibilidade a drogas, choque anafilático. No entanto, não são as drogas de primeira linha. • Doenças do aparelho digestivo: Pacientes com colite ulcerativa sem melhora com o tratamento padrão, doença de Crohn, doença celíaca – quando o pacien- te não responde à dieta restrita ao glúten, hepatite fulminante e encefalopatia hepática; • Doenças hematopoiéticas: Pacientes com anemias hemolíticas autoimunes adquiridas, púrpura trombocitopênica idiopática, leucemias agudas, anemia aplástica, reações transfusionais e mieloma múltiplo; • Condições neurológicas: Pacientes com edema cerebral e HIC em processos expansivos de origem vasogênico, miastenia gravis, esclerose múltipla e TRM; • Doenças infecciosas: Em casos de tuberculose com derrame pleural e pericár- dico, tuberculose miliar e meningite tuberculosa, febre tifoide, mononucleose infecciosa grave, laringotraqueobronquitesgraves e pneumonia viral; • Em choques: Pacientes com choque addisoniano secundário a insuficiência adrenocortical ou choque séptico; • Doenças respiratórias: Pacientes com tuberculose pulmonar, algumas viroses do aparelho respiratório, asma brônquica, síndrome de Hamman-Rich (fibrose intersticial difusa), sarcoidose; • Doenças nefrológicas: Usada em pacientes com síndrome nefrótica idiopática – com lesão mínima, envolvimento renal em doenças sistêmicas (ex.: LES) e no controle de rejeição de transplantados renais; • Doenças dermatológicas: Usada em casos de psoríase, dermatite de contato, eczema atópico em crianças, lúpus eritematoso discoide, líquen plano etc. • Doenças oftálmicas: Administra-se GC em casos de conjuntivites ou, em casos extremos, exoftalmia associado a doença de Graves. Glicocorticoides 23 Saiba mais! A síndrome de Cushing consiste num conjunto de anormalidade clínicas resultantes de altas concentrações crônicas de cortisol ou glicocorticoides exógenos. Sendo assim, ela pode ser causada quando há uma hiperfunção da adrenal, seja por um adenoma/carcinoma adrenal, tumor hipofisário (doença de Cushing) ou carcinoma de pequenas células pulmonares (secreção atópica de ACTH). As manifestações clássicas incluem faces em lua, obesidade central, com su- praclavicular proeminente e bolsas de gorduras cervicais dorsais (corcunda de búfalo) e, normalmente, dedos e extremidades distais finas. Paciente também apresenta desgaste e fraqueza muscular, a pele se torna fina e atrófica, com má cicatrização de ferimentos e facilidade de formar equimoses. Também pode ocorrer aparecimento de estrias violáceas no abdome. Geralmente, também manifesta outras repercussões metabólicas e sistêmicas, como hipertensão, osteoporose, diabetes melitus tipo 2 e imunossupressão. Mulheres geralmente apresentam dismenorreia ou amenorreia secundária. Hipertricose, calvície temporária, hirsutismo e sinais de virilismo são comuns quando há tumor nas adrenais. Figura 4: Manifestações clínicas da síndrome de Cushing. Fonte: Chu KyungMin Glicocorticoides 24 8. EFEITOS COLATERAIS Os efeitos dependem basicamente da dose utilizada. Dessa forma, as doses de reposição fisiológica, praticamente não há efeitos adversos, mas a medida que se aumenta a dose as manifestações vão se tornando mais expressivas. Sabe-se que algumas condições dos pacientes parecem intensificarem os efeitos colaterais, como pacientes idosos com intolerância à glicose e fraqueza muscular e os pacientes desnutridos, com menor concentração plasmática de proteínas, o que faz com que haja mais droga em sua forma livre. De forma geral, temos como efeitos colaterais: • Osteomuscular: Osteoporose (estimulação indireta de osteoclastos e inibição dos osteoblastos), osteonecrose (aumento de pressão nos capilares ósseos por conta do acúmulo de lipídios, gerando isquemia) e miopatia metabólica (atrofia das fibras musculares); • Aparelho digestivo: úlcera peptídica (seu risco é potencializado quando asso- ciado com AINEs), pancreatite, candidíase (imunossupressão + doenças crôni- cas como DM facilitam a colonização do C. albicans); • Sistema imune: Infecções em geral (por conta da redução da atividade bacteri- cida e fúngica); • Circulatório: Distúrbios eletrolíticos (por conta do efeito mineralocorticoides que alguns GC podem apresentar, causando retenção de cálcio no sangue, ge- rando edema, caliurese e calciúria) e aterosclerose acelerada (metabolismo do lipídio); • Endócrino: Deposição de tecido adiposo, dislipidemia (por conta da hiperinsuli- nemia, aumento da produção hepática de lipídio e diminuição de seu catabolis- mo, que resultam em aumento de LDL, VLDL, colesterol total e triglicerídeos) e supressão do eixo HHA (feedback negativo sobre hipotálamo e hipófise – insu- ficiência adrenal secundária); • Ocular: Catarata subcapsular e glaucoma (por conta do aumento da pressão intraocular); • Cutâneo: Acne, pele “fina” e formação de púrpura (por conta da alteração na matriz intersticial, atrofiando o tecido subcutâneo); • Neurológico: Psicose (ocorre principalmente em pacientes com LES em pulso- terapia) e distúrbios de humor (varia entre euforia, irritabilidade, insônia, labili- dade emocional e franca depressão). Glicocorticoides 25 9. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Vários medicamentos podem aumentar ou diminuir a ação farmacológica dos GC. Dentre as principais interações medicamentosas, temos algumas no quadro a seguir: FÁRMACO INTERAÇÃO CONSEQUÊNCIA FENITOÍNA, BARBITÚRICOS, CARBAMAZEPINA, RIFAMPICINA Aceleram o metabolismo hepático dos GC Podem o efeito farmacológico ANTIÁCIDO biodisponibilidade dos GC Podem o efeito farmacológico INSULINA, HIPOGLICEMIANTES ORAIS, ANTI-HIPERTENSIVOS, MEDICAÇÕES PARA GLAUCOMA, HIPNÓTICOS, ANTIDEPRESSIVOS Tem suas necessidades aumenta- das pelos GC Alterações da glicemia, pressão arterial e pressão intraocular DIGITÁLICOS (NA HIPOCALEMIA) GC podem facilitar a toxicidade associada a hipocalemia Pode haver acentuação da toxi- cidade digital devido à alteração eletrolítica ESTROGÊNIOS E CONTRACEPTIVOS Aumentam a meia-vida dos GC do efeito farmacológico AINES da incidência de alterações do TGI da incidência de alterações do TGI VACINAS E TOXOIDES Atenuam a resposta Potencialização da replicação dos microrganismos em vacina de vírus vivos DIURÉTICOS DEPLETADORES DE POTÁSSIO Acentuação da hipocalemia Repercussão clínica devido a hipocalemia SALICILATOS dos níveis plasmáticos da eficiência do salicilato Glicocorticoides 26 MAPA MENTAL Aumentam/ diminuem o efeito farmacológico do GC Modificação na MP Osteoporose, osteonecrose, miopatia, úlcera peptídica, pancreatite, candidíase, infecções, aumento de gordura, dislipidemia, supressão do eixo HHA, distúrbios eletrolíticos, aterosclerose acelerada, catarata subcapsular, glaucoma, acne, pele fina, púrpura, psicose e distúrbios de humor Efeitos anti-inflamatórios Efeitos imunosupressores Efeitos metabólicos Interações medicamentosas Eixo HHAEfeitos colaterais BiossínteseUso terapêutico Farmacodinâmica FarmacocinéticaEfeitos farmacológicos Zona fasciculada do córtex da adrenal: produção de cortisol Núcleo supraquiasmático regula melatonina com cortisol Catabolismo do colesterol Pico plasmático: 30 a 90 min 90% ligada a proteína plasmática 10% livres no plasma – forma ativa Melhor absorção na VO Classificação (duração da ação) Biotransformação no fígado Eliminação via renal Curta: < 12h (cortisol) Intermediária: 12-36 h (prednisona) Longa: > 36 h (dexametasona) Difusão simples Receptor intracelular de glicocorticoide Mecanismo gênico Mecanismo não gênicoAlteração no citosol Transativação gênica Transrepressão gênica Pulsoterapia Uso alternado Uso contínuo Glicocorticoides 27 REFERÊNCIAS Koeppen BM, Stanton BA (eds.). 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