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LOGISTICA DE TRANSPORTE - UNID 3

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Transportes Aquaviário, Dutoviário e 
Intermodal 
Logística de 
Transporte
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
MÔNICA PATRÍCIA ALCÂNTARA DE MORAIS
AUTORIA
Mônica Patrícia Alcântara de Morais
Olá. Sou formada em Relações Públicas com especialização 
em Administração em Marketing. Possuo mais de 10 anos experiência 
técnico-profissional na área de gestão da cadeia de suprimentos. Passei 
por empresas como a TIM Nordeste, Ericsson Gestão de Sistemas (EGS), 
Estaleiro Atlântico Sul e vários outros empreendimentos, sempre na área 
de Logística e Supply Chain. Participei da implantação do sistema SAP-R3 
na TIM e de vários outros sistemas de automação e gestão empresarial. 
Estruturei inúmeros projetos logísticos, como o da Rede Teleport de 
Educação, com unidades de ensino espalhadas em 13 estados da 
federação. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha 
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Transporte Marítimo ................................................................................... 12
Modais Marítimos ............................................................................................................................ 12
Portos ...................................................................................................................................................... 13
Divisão de um Porto em Componentes ...................................................... 13
Classificação dos Portos Quanto à Localização .................................... 14
Classificação dos Portos Quanto à Natureza ........................................... 15
Classificação dos Portos Quanto a sua Utilização .............................. 15
Profundidade e Acessibilidade ......................................................................... 16
Elementos Físicos ........................................................................................................ 17
Elementos Operacionais ....................................................................................... 18
Transbordo ....................................................................................................................... 18
Vias ............................................................................................................................................................ 19
Veículos ................................................................................................................................................. 20
Classificação dos Navios ....................................................................................... 20
Componentes de uma Embarcação ............................................................. 21
Velocidade e Peso dos Navios .........................................................................22
Navios Cargueiros ......................................................................................................23
Transporte Hidroviário .............................................................................. 25
Modais Hidroviários .......................................................................................................................25
Vias ........................................................................................................................................26
Dimensões dos Canais Hidroviários ..........................................27
Balizamento .................................................................................................27
Sinalização ao Largo (Em meio às Hidrovias) .......................29
Navegabilidade nas Vias Fluviais .................................................. 31
Transporte Dutoviário ................................................................................ 33
Modais Dutoviários .........................................................................................................................33
Veículos ...............................................................................................................................34
Cargas .................................................................................................................................34
Vias .........................................................................................................................................35
Classificação Quanto à Natureza da Carga .............................................. 36
Classificação Quanto ao Tipo de Construção ........................................ 36
Dutos Terrestres ........................................................................................ 36
Dutos Encapsulados ............................................................................ 38
Capacidade de Velocidade dos Dutos ........................................................ 39
Malha Dutoviária Brasileira ................................................................................. 40
Multi e Intermodalidades no Transporte de Cargas .....................42
Transporte Multimodal e Intermodal ................................................................................42
Multimodalidade ...........................................................................................................43
Intermodalidade ..........................................................................................................45
Fracionamento de Cargas .................................................................................... 46
9
UNIDADE
03
Logística de Transporte
10
INTRODUÇÃO
Agora que você já conhece os modais de transporte terrestre e 
aéreo, resta-nos abordar os dois restantes: aquaviário (que se divide em 
marítimo e hidroviário) e dutoviário. Depois que analisarmos os aspectos 
físicos do veículo e da via em cada um desses modais, faremos a junção 
de todos eles no estudo do transporte multimodal. Preparado para mais 
uma viagem rumo ao conhecimento? Então, aperte os seus cintos e boa 
viagem para todos!
Logística de Transporte
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3 – Transportes aquaviário, 
dutoviário e intermodal. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento 
das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de 
estudos:
1. Compreender a dinâmica do modal marítimo de transporte de 
cargas e entender o funcionamento dos portos e embarcações. 
2. Categorizar o modal hidroviário e identificar suas particularidades 
na navegação em hidrovias. 
3. Entendero modal de transporte dutoviário e suas aplicações na 
indústria. 
4. Entender as diferenças entre a inter e a multimodalidade e discer 
ir sobre aplicações. 
Então, preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto 
fascinante e inovador como esse? Vamos lá!
Logística de Transporte
12
Transporte Marítimo
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos compreender os processos inerentes 
ao modal marítimo, discorrendo sobre as características da 
via e dos veículos desse modal. Conhecer o modal marítimo, 
entendendo a dinâmica dos portos e das embarcações. 
Avante!
Modais Marítimos
Principal vertente do modal aquaviário, o transporte marítimo é o 
mais importante no âmbito da logística internacional, pois conecta o fluxo 
de mercadorias entre países de diferentes continentes.
Figura 1 – Modal marítimo
Fonte: Freepik.
Logística de Transporte
13
Portos 
Compreendemos um porto como um tipo de abrigo. Isto é, 
uma instalação devidamente equipada cuja finalidade é proteger as 
embarcações contra as principais intempéries da natureza, como vento, 
ondas e as correntes marítimas, possibilitando o acesso à costa para carga 
e descarga de materiais, além de possibilitar o embarque e desembarque 
de pessoas.
Figura 2 – Porto
Fonte: Freepik.
O processo pelo qual uma embarcação consegue ter acesso à costa 
marítima para embarque e desembarque, e carga e descarga, recebe o 
nome de acostagem.
Divisão de um Porto em Componentes
O porto é dividido em componentes, sendo eles:
 • Porto: apesar de nos referirmos ao porto, normalmente, como 
um todo, o termo porto, propriamente dito, refere-se ao conjunto 
compreendido pelos seguintes componentes:
Logística de Transporte
14
 • Cais: área destinada à atracação e à movimentação de 
carga em solo.
 • Bacia de evolução: área marítima abrigada por diques, 
destinada para a proteção das embarcações atracadas ou 
em manobra.
 • Dársenas: área aquática escavada para carga e descarga, 
ou embarque e desembarque de passageiros, em frente à 
área de atracagem.
 • Anteporto: reúne a porção marítima destinada à aproximação 
das embarcações, formado pelo canal principal de acesso e 
fundeadouros de espera.
 • Retroporto: são as áreas terrestres que reúne as vias e as 
instalações para a movimentação, armazenagem e despacho de 
cargas, formado por:
 • Rodovias.
 • Ferrovias.
 • Dutovias.
 • Unidades de armazenagem.
 • Instalações auxiliares.
 • Administração portuária.
Classificação dos Portos Quanto à Localização
Quanto ao seu posicionamento geográficos, os portos se dividem 
em:
 • Interiores: localizam-se dentro de uma bacia hidrográfica, 
podendo ser:
 • Lagunares: localizados em lagos ou lagoas.
 • Fluviais: localizados em rios.
Logística de Transporte
15
 • Exteriores: localizam-se na região costeira do continente, sendo 
classificados como:
 • Salientes à costa (ou ganhos de água): .quando aterrados 
sobre o mar.
 • Encravados em terra (ou ganhos à terra): ...................quando 
formam bacias, canais ou dársenas.
 • Ao largo (ou off-shore): localizados distante da costa ou da área 
de arrebentação.
Classificação dos Portos Quanto à Natureza
Quanto à sua composição natural, os portos se dividem em:
 • Naturais: quando já são providos de um formato topográfico e 
geológico pré-existente, favorecendo a sua implantação.
 • Artificiais: quando a natureza não favorece, forçando a execução 
de obras para modificar o formato geológico e topográfico do 
local.
Classificação dos Portos Quanto a sua Utilização 
Quanto ao tipo predominante de carga a ser despachada ou 
recebida pelos portos, eles podem ser divididos em:
 • Portos de carga geral: quando movimentam carga em geral, 
quer sejam unitizáveis ou a granel. Nesse tipo de porto, qualquer 
carga pode ser movimentada, sem restrições quanto à natureza 
do produto transportado, normalmente, sendo unitizados e 
carregados em contêineres.
 • Portos de carga específica: são terminais especializados na 
movimentação de certos tipos de cargas, como granéis líquidos, 
sólidos, produtos pesqueiros, militares etc.
Logística de Transporte
16
Profundidade e Acessibilidade 
Um dos fatores mais relevantes na escolha de uma localização para 
se construir um porto está na profundidade das águas que irão rodeá-lo. 
Essa profundidade deve ser superior ao maior calado possível para uma 
embarcação que nele possa atracar. 
Outro aspecto muito importante para o dimensionamento de um 
porto está na largura de seus acessos, que deve ser compatível com o 
comprimento e a boca das embarcações a serem recebidas. Como pode 
ser observado na Figura 3, a boca é a largura máxima da embarcação, e o 
calado, a medida entre a linha d’água e o ponto mais baixo da embarcação. 
O comprimento é a medida da popa à proa, considerando sempre os 
pontos mais extremos.
Figura 3 – C = Calado; Ca = Calado Aéreo
Fonte: Wikimedia Commons.
Logística de Transporte
17
SAIBA MAIS:
Além do calado, boca e comprimento, existem outras 
medidas intrínsecas às embarcações, como o calado aéreo, 
que é a distância vertical medida desde a linha d’água (ou 
linha de flutuação) até o ponto mais alto da embarcação, 
dependendo o quanto a embarcação está carregada ou 
não, em flutuação pesada ou leve.
Elementos Físicos
Chamamos de elementos físicos de um porto as partes 
infraestruturais constituídas do canal de acesso, baía de evolução, baias 
de atracação, entre outros locais por onde passam as embarcações.
 • Canais de acesso: devem apresentar um calado compatível com 
a maior e mais pesada embarcação prevista para atracar no porto. 
Esses canais podem ser uni ou bidirecionais, como pode ser 
observado na Figura 4.
Figura 4 - Canais de acesso
Fonte: Lima (1998).
 • Estruturas de atracação: as estruturas mais comuns são:
 • Píer: plataforma que se projeta sobre o mar.
 • Cais: plataforma por onde as pessoas desembarcam e as 
mercadorias são descarregadas.
Logística de Transporte
18
Elementos Operacionais 
Chamamos de elementos operacionais o conjunto de procedimentos 
que são executados em função da movimentação do navio, como por 
exemplo: a atracação, a rebocagem, a praticagem etc.
VOCÊ SABIA?
Você sabia que a praticagem é uma atividade exercida por 
profissionais altamente qualificados?
O “prático” de navios é considerado um dos profissionais com 
uma das melhores remunerações do mundo. Sua função é a de orientar 
os navios desde sua aproximação (no anteporto) até a sua completa 
atracação no cais. Alguns práticos chegam a ganhar, no Brasil, até R$ 
300.000,00 por mês.
Os procedimentos aos quais nos referimos envolve extrema 
responsabilidade por parte de todos os atores. Qualquer deslize pode 
provocar o naufrágio ou sérias avarias em navios e suas cargas, gerando 
prejuízos incomensuráveis.
Transbordo 
DEFINIÇÃO:
Diz respeito ao processo de transferência de carga 
do terminal para o navio e o contrário, assim como ao 
transporte dessas cargas até o armazém, e vice-versa.
Portanto, o transbordo consiste nos procedimentos que norteiam 
a movimentação e a transferência dos produtos, desde a embarcação, 
até o CD (Centro de Distribuição) ou outro veículo de transporte. Por 
exemplo, o transbordo pode ser encarado como os atos necessários para 
se transferir um contêiner de um navio para um vagão ferroviário, e deste 
para um galpão de armazenagem ou outro modal qualquer. O transbordo 
Logística de Transporte
19
de cargas em um complexo portuário faz nascer um outro conceito, que 
iremos tratar detidamente mais adiante. Trata-se do “Sistema Terminal”.
DEFINIÇÃO:
Sistema terminal é todo e qualquer conjunto de subsistemas 
integrados e articulados para realizar o transbordo de 
cargas até a unidade de armazenamento e vice-versa.
São esses os subsistemas de um terminal marítimo:
 • Marítimo rodoviário: o descarregamento se dá diretamente em 
caminhões.
 • Marítimo ferroviário: o descarregamento se dá diretamente em 
vagõesde trem.
 • Marítimo rodoferroviário: não necessariamente nesta ordem, esse 
sistema prevê a articulação dos modais rodoviário e ferroviário 
para realizar o transbordo completo das mercadorias.
Vias
Tal como ocorre no modal aeroviário, o transporte marítimo não 
apresenta vias materializadas e bem definidas. Em vez disso, ele contempla 
um traçado planejado, conectando os pontos de origem e destino, a ser 
seguido pelas embarcações. A esses traçados damos o nome de rota.
DEFINIÇÃO:
Entende-se por vias marítimas as rotas traçadas entre os 
portos marítimos localizados em um ou mais de um país.
As rotas podem ser de:
 • Longo curso: trata-se das rotas nacionais ou internacionais por 
meio de mares e oceanos.
Logística de Transporte
20
NOTA:
O Brasil não possui rotas nacionais que cruzam oceanos, 
como ocorre em alguns países que possuem braços de 
mar ou baías extensas em sua área continental.
 • Cabotagem: são as rotas que preveem o deslocamento das 
embarcações na faixa costeira, o que normalmente é realizado ao 
longo de portos situados em um mesmo país.
Veículos
No campo da logística de transportes, os veículos tipicamente 
utilizados no modal marítimo são os navios, mas existem outros tipos de 
embarcação que compõem o sistema de transporte marítimo como um 
todo, incluindo pequenas embarcações de apoio, além dos navios de 
passageiros.
Classificação dos Navios
De um modo geral, podemos classificar os navios da seguinte 
maneira:
 • Quanto à navegação:
 • De longo curso: aplicados ao transporte marítimo 
internacional.
 • De cabotagem: empregados no transporte marítimo 
nacional ou intercontinental.
 • Da navegação costeira: para cabotagem de pequeno porte, 
ao longo do litoral brasileiro.
 • De apoio portuário: para pequenos percursos, com o 
objetivo de dar suporte a outras embarcações e aos 
terminais marítimos, dentro da Zona Econômica Exclusiva 
(ZEE) do país.
Logística de Transporte
21
VOCÊ SABIA?
A Convenção sobre o Direito Marítimo da ONU determinou 
que as nações banhadas pelo mar podem declarar uma 
Zona Econômica Exclusiva (ZEE), estabelecendo uma 
área demarcada por um traçado imaginário, limitada a 
duzentas milhas da costa, dividindo as águas nacionais e 
internacionais. Em sua ZEE, o país pode realizar projetos 
de pesquisa científica, explorar recursos naturais e realizar 
atividades de pesca, além de controlar o acesso por parte 
das embarcações estrangeiras.
 • Quanto à operação:
 • De linha (Liners trade).
 • À frente ou tramos (Trade).
 • De tráfego privado (Private trade).
 • Especializados.
 • Quanto à Atividade Mercantil:
 • Cargueiros (ou de carga).
 • De passageiros.
 • Mistos.
Componentes de uma Embarcação 
A os componentes mais encontrados em uma embarcação, são:
1. Proa: significa a dianteira do navio, mas também pode ser 
entendido como sendo a direção frontal a ser seguida, como no 
termo “à proa”.
2. Bulbo: componente que serve de referência para medição do 
calado.
3. Âncora: ferramenta pesada de metal cuja função é fixar a 
embarcação em um local desejado.
Logística de Transporte
22
4. Casco: superfície de vedação que impede a entrada de água, 
mantendo o navio emerso.
5. Hélice: dispositivo girante cuja função é gerar um fluxo de água no 
sentido inverso ao do movimento desejado – em outras palavras, 
é o motor que impulsiona o navio para frente ou para trás.
6. Popa: parte traseira do navio, mas também pode ser entendido 
como sentido para ré (para trás).
7. Chaminé: funciona como um cano de escape dos motores do 
navio.
8. Ponte: passarela ou ambiente de onde o navio é comandado.
9. Convés: superfície de cobertura superior do casco do navio.
Velocidade e Peso dos Navios 
A velocidade náutica é medida normalmente em nós. Uma 
embarcação consegue navegar, em média, com velocidades entre 19 e 
27 nós.
1 nó = 1,85 km/h
Já no que concerne ao peso de um navio, podemos encontrar 
diversas formas de expressá-lo. Uma delas é por meio do conceito de 
deslocamento, ou seja, o peso deslocado pelos motores do navio, que 
pode considerar apenas o navio, ou incluindo sua carga transportada.
 • Peso em deslocamento bruto (gross displacement): peso 
máximo deslocado pelo navio, considerando motor, casco, 
equipamentos, tripulação, bagagens, combustível e carga.
 • Deslocamento líquido (net displacement): peso considerando 
apenas motor, casco e equipamentos.
 • Tonelagem de porte: podem ser divididos em:
 • Bruto: é a subtração entre o deslocamento bruto e o 
líquido, representando, assim, o peso máximo que pode ser 
Logística de Transporte
23
transportado, incluindo carga, combustível e equipagem 
(peso morto).
 • Líquido: representa o peso máximo, considerando apenas 
a carga e os passageiros.
 • Operacional: é a diferença entre a tonelagem de porte 
bruto e a de porte líquido. Com essa diferença, obtemos 
tanto o peso da equipagem quanto o peso do combustível.
Navios Cargueiros 
De modo geral, são assumidos como os navios fundamentais da 
logística de transporte, porque são muito versáteis. Podem ser distribuídos 
quanto à capacidade de carga, quanto ao tipo de carga e quanto à 
compatibilidade com diferentes tipos de carga.
 • Classificação quanto aos Recursos Embargados
 • Gearless: estão à mercê de equipamentos portuários no 
que tange à movimentação de suas cargas, visto que não 
contam com nenhum equipamento de movimentação 
próprio.
 • Self-sustaining ship (ou Self-loading/unloading): são 
considerados autossuficientes, porque apresentam 
equipamentos de movimentação de cargas próprios.
 • Classificação quanto ao tipo de carga
 • General cargo ship (navio de carga geral): são usados para 
o transporte de carga seca, de carga embalada e de carga 
unitizada.
 • Reefer vessel (Navio frigorífico) / Full container ship (navio 
porta-contêiner): são usados para o transporte de cargas 
perecíveis sensíveis a temperaturas elevadas, porque são 
equipados com dispositivos de refrigeração.
 • Full container ship (navio porta-contêiner): são usados para 
o transporte de contêineres em geral.
Logística de Transporte
24
 • Bulk carrier (navio graneleiro): são usados para o transporte 
de a granel, sejam sólidas ou líquidas.
 • Roll-on Roll-off (Ro-Ro): são usados para o transporte de 
veículos;
 • Tanker ship (navio tanque): são usados para o transporte de 
granéis líquidos.
 • Multipurpose ship (MPV) – navio para multi cargas e 
multipropósitos: são usados para o transporte de diferentes 
tipos de cargas, porque são muito versáteis.
 • Seabee (sea barge): são usados para o transporte de outras 
embarcações, sem que seja necessário atracá-los. Normalmente, 
são semissubmersíveis – ou seja, navegam na língua d’água.
RESUMINDO:
E então, aprendeu tudo que tratamos neste capítulo? 
Esperamos que sim, mas para termos certeza trouxemos 
alguns elementos que tratamos no nosso estudo. Nos 
dedicamos neste capítulo ao estudo do modal de 
transporte marítimo que é considerado o mais importante 
no âmbito da logística internacional, pois conecta o fluxo 
de mercadorias entre países de diferentes continentes. 
Vimos que o porto é considerado como um tipo de 
abrigo, isto é, uma instalação devidamente equipada cuja 
finalidade é proteger as embarcações contra as principais 
intempéries da natureza. Ainda, estudamos a divisão do 
porto, consistindo em: porto, anteporto, retroporto; e pode 
ser classificado quanto à localização, à natureza, bem 
como a sua utilização. Ainda nos debruçamos no estudo 
dos elementos físicos sendo eles os canais de acesso e 
as estruturas de atracação. Estudamos que o transbordo 
consiste nos procedimentos que norteiam a movimentação 
e a transferência dos produtos, desde a embarcação, até o 
CD, como também os veículos e as vias do modal marítimo.
Logística de Transporte
25
Transporte Hidroviário
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos compreender os processos inerentes 
ao modal hidroviário, discorrendo sobre as característicasda via e dos veículos desse modal. Além disso, você irá 
conhecer o modal hidroviário e as particularidades da 
navegação em hidrovias. Pronto? Vamos lá!.
Modais Hidroviários
Por ser um subsistema do modal aquaviário, muitos dos conceitos 
abordados no modal marítimo são válidos para o hidroviário. As 
embarcações são semelhantes e, em alguns casos, as mesmas que 
cruzam mares e oceanos também se aplicam a grandes bacias fluviais, 
como a Amazônica, por exemplo. As diferenças ficam basicamente por 
conta das vias (rios e canais), que merecem atenção especial dadas as 
limitações físicas que naturalmente apresentam, tais como profundidade 
e largura das hidrovias, quase sempre bem inferiores às vias marítimas.
É importante, ainda, ressaltar que:
O transporte aquaviário, incluindo o marítimo e o 
hidroviário interior, é geralmente apontado como o meio 
mais eficiente e de menor custo. De fato, o consumo de 
combustível e o custo associado aos veículos são em geral 
menores que nos modos terrestre (rodoviário e ferroviário) 
e aéreo. Essas características são mais importantes para 
o transporte de produtos de baixo valor agregado e que 
envolvam grandes volumes, uma vez que, neste caso, o 
transporte representa uma porcentagem significativa do 
valor comercializado. Isso contrasta com os produtos de 
alto valor agregado, caso em que o tempo passa a ter maior 
relevância. Além disso, o transporte pelas águas costuma 
se valer de vias naturais preexistentes, o que reduz o custo 
associado à implantação das vias, que é alto em ferrovias 
e rodovias. O transporte aéreo também não depende da 
implantação de uma pesada infraestrutura viária, mas para 
isto depende de veículos de alto custo e elevado consumo 
de combustível, o que não ocorre no transporte aquaviário 
(POMPERMAYER, 2014, p. 22).
Logística de Transporte
26
Tendo em vista o seu baixo custo, o transporte hidroviário é utilizado 
principalmente para exportação. Ainda, além do menor gasto energético, 
ele é de menor imposição em relação a custos ambientais, isto é, de 
menor quantidade de energia para a recomposição do Meio Ambiente.
As principais hidrovias do Brasil são:
 • Amazônica.
 • Tocantins-Araguaia.
 • Paraná-Tietê.
 • Paraguai.
 • São Francisco.
 • Sul.
Vias 
São consideradas hidrovias: 
 • Rios: os rios são considerados como correntes de água natural que 
são dirigidos em direção ao mar, ao lago ou outro rio. Além dos 
rios em sua forma ampla, temos os riachos, córregos e ribeirões 
que são rios mais estreitos ou mais rasos, ou ainda que possua um 
voluma maior de água.
Figura 5 – Rio
Fonte: Freepik.
Logística de Transporte
27
 • Lagos: constitui uma porção grande de água e encontra-se 
cercado por todos os lados com terra.
 • Lagoas: são lagos que possuem uma comunicação direta com o 
mar;
 • Açudes: constitui em um tipo de barreira artificial.
 • Toda e qualquer porção de água em que se possa viabilizar a 
prática da navegação.
Dimensões dos Canais Hidroviários 
As dimensões dos canais hidroviários correspondem a:
 • Vias de mão simples: 2,2 vezes a largura da embarcação.
 • Vias de mão dupla: 4,4 vezes a largura da embarcação.
 • Via reta com sinalização e balizamento: 1,5 vezes a largura 
da embarcação.
 • Pontes sem cruzamento de embarcações: 3 vezes a largura 
da embarcação.
 • Vãos de pontes: margens de 5 metros em relação largura normal.
 • Altura sob pontes: é aconselhável ser maior que 15 m. 
No Brasil, a altura adotada é de, no mínimo, 7 m, e de 9 a 10 m é 
o recomendável.
Balizamento 
Geralmente, os bazilamentos são situações em que são sinalizados 
os perigos naturais, as zonas que onde acontecem acidentes marítimos, 
os limites laterais dos canais. 
A sinalização de balizamento tem por objetivo demarcar a área do 
canal de navegação, orientado sempre da foz (encontro do rio com o 
mar) para a montante (nascente), utilizando de dispositivos como faróis, 
faroletes, boias e balizas para efeito de sinalização. 
De acordo com a figura seguinte, podemos identificar as seguintes 
terminologias náuticas para o direcionamento das embarcações:
Logística de Transporte
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 • Proa: dianteira (frente) da embarcação.
 • Popa: traseira (atrás) da embarcação.
 • Bombordo: à esquerda do rumo da embarcação.
 • Estibordo: à direita do rumo da embarcação.
Figura 6 - Orientação direcional para embarcações
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons.
VOCÊ SABIA?
Você sabe por que os principais pontos de orientação 
náutica recebem o nome de bombordo ou estibordo? 
Bem, começando pelo bombordo: esse nome se originou, 
porque, ao descerem o Atlântico ao longo da costa do 
continente africano, os navios tinham, à sua esquerda, as 
terras conhecidas e, respectivamente, seus portos seguros, 
sinalizado por uma luz vermelha à noite; já o lado oposto, 
sinalizado pela luz verde, recebe esse nome em função do 
termo holandês stierboord, que significa “do lado do leme”.
Logística de Transporte
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Sinalização ao Largo (Em meio às Hidrovias)
Os sinalizantes de largo são os seguintes.
 • Baliza
Trata-se de uma haste de ferro ancorada no fundo de um canal ou 
em pedras. Serve para demarcar o caminho de embarcações durante o 
período diurno.
Figura 7 – Baliza
Fonte: Wikimedia Commons.
 • Boia
É um equipamento que, amarrado no fundo de um canal ou em 
pedras, flutua e, assim, demarca o caminho de embarcações. Funciona 
tanto durante o período diurno quanto o noturno.
Logística de Transporte
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Figura 8 – Boia
Fonte: Wikimedia Commons.
 • Farolete
Trata-se de uma coluna de concreto em terra. Sua luz alcança uma 
distância inferior a 10 milhas.
Figura 9 – Farolete
Fonte: Wikimedia Commons.
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 • Farol
Trata-se de uma coluna de concreto em terra. Sua luz alcança uma 
distância superior a 10 milhas.
Figura 10 – Farol
Fonte: Wikimedia Commons.
Navegabilidade nas Vias Fluviais
Ao contrário do que acontece com a navegação marítima, 
a navegação fluvial pode ser limitada no interior de certas bacias 
hidrográficas, devido a pequenas profundidades, a barragens e a outros 
obstáculos. Então, para que as embarcações possam trafegar com 
segurança, é comum a existência de elevadores verticais, os quais 
garantirão a circulação da embarcação em diferentes níveis existentes 
nas bacias hidrográficas. Normalmente, os elevadores são constituídos 
por tanques cheios de água, que regularão a mudança de níveis.
Logística de Transporte
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RESUMINDO:
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Como outro 
tipo de modal, nos dedicamos neste capítulo sobre o 
modal de transporte hidroviário. Vimos que esse modal 
é um subsistema do modal aquaviário, as diferenças 
entres esses modais reside nas vias (rios e canais), que 
merecem atenção especial dadas as limitações físicas 
que naturalmente apresentam, tais como profundidade e 
largura das hidrovias, quase sempre bem inferiores às vias 
marítimas. Estudamos, então, as dimensões dos canais 
hidroviários, cada um com uma largura específica, ainda 
vimos que a sinalização de balizamento tem por objetivo 
demarcar a área do canal de navegação, como também a 
sinalização nas margens de hidrovias, em pontes, ao largo. 
Diferentemente da navegação marítima, a fluvial enfrenta 
limitações em algumas bacias hidrográficas. Isso ocorre em 
função de obstáculos interpostos por barragens e baixas 
profundidades em certos trechos, merecendo uma maior 
atenção. 
Logística de Transporte
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Transporte Dutoviário
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos abordar o mais rápido, seguro e 
econômico modal de transporte para produtos a granel: o 
dutoviário. Para isso, abordaremos seus processos logísticos 
e as características das dutovias, conhecendo o modal de 
transporte dutoviário e suas aplicações na indústria. Pronto? 
Vamos lá!
Modais Dutoviários
O modal dutoviárioé o sistema de transporte de cargas graneleiras 
por meio de tubulações (ou “dutos”), interligando duas ou mais unidades 
de armazenamento entre si ou com veículos de transporte, normalmente, 
aquaviários. As características do transporte dutoviário o fazem o mais 
rápido e econômico modal para cargas a granel, como gases, derivados 
de petróleo, álcool e, até mesmo, grãos e muitos outros granéis sólidos 
(como no caso dos silos).
Figura 11 – Modal dutoviário
Fonte: Freepik.
Logística de Transporte
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Os dutos que fazem o transporte nesse tipo de modal são 
tubulações desenvolvidas de forma especial e construídos seguindo as 
normas internacionais de segurança, visando ao transporte dos diferentes 
tipos de grãos e granéis sólidos, líquidos e gasosos.
EXPLICANDO MELHOR:
O modal dutoviário é um meio rápido e prático de levar 
cargas, normalmente líquidas e gasosas, de um ponto a 
outro. Na maioria das vezes, esses pontos se constituem 
em navios e unidades de armazenagem, como tambores 
e gôndolas.
Veículos
O modal dutoviário se caracteriza por não possuir veículo, apenas a 
via, que é a própria tubulação pela qual se desloca o material que, via de 
regra, se constitui em granéis (sólidos, líquidos ou gasosos).
Cargas 
As cargas mais frequentemente utilizadas em sistemas de transporte 
dutoviário são os granéis líquidos e gasosos, dada a dificuldade de estas 
serem acomodadas em veículos de transporte convencionais.
REFLITA:
Imagine a quantidade de caminhões tanques necessária 
para se transportar um milhão de metros cúbicos de 
combustível entre um tambor e um navio cargueiro? Seriam 
necessárias inúmeras viagens, diversos veículos e um risco 
enorme de explosões e incêndios. Daí, a importância do 
modal dutoviário para o transporte de granéis líquidos, 
sobretudo os inflamáveis.
Logística de Transporte
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Vias
A via, no modal dutoviário, se constitui no próprio sistema de 
tubulações que transportam os granéis entre os sistemas de armazenagem 
e distribuição, os quais são denominados terminais.
DEFINIÇÃO:
Entendemos por terminais os pontos de partida ou chegada 
dos granéis transportados através dos dutos, que podem 
ser armazéns (silos) ou pontos de distribuição (como os que 
abastecem navios píeres).
Além dos terminais, uma dutovia tem de outros mecanismos e 
subsistemas que, juntos, proporcionam o deslocamento da carga, como 
apresentado na Figura 12.
Figura 12 – Sistema dutoviário
Na Figura 9, podemos conferir que a carga é inserida no duto por 
intermédio da gravidade. Nas demais etapas do percurso, em geral, a 
velocidade é reduzida, porque a carga atrita com superfície do tubo. Por 
essa razão, são utilizadas bombas e compressores, cuja instalação deve 
ser feita em determinados intervalos. 
Em determinados intervalos da tubulação, será necessário, 
também, acrescentar equipamentos capazes de limitar a velocidade das 
cargas, como válvulas de bloqueio. Isso evitará sobrecargas no sistema e 
ajudará as cargas a chegarem aos seus destinos em segurança.
Outro equipamento de controle importante é o controlador de 
temperatura e de pressão das cargas, visto que, conforme atritam 
Logística de Transporte
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com a superfície dos tubos, gerarão variação de temperatura. Isso é 
especialmente importante para o caso de transportes de gases.
Classificação Quanto à Natureza da Carga
Podemos classificar os dutos, em função das cargas a granel a que 
se destinam, em: líquidos, gasosos e sólidos.
 • Os líquidos se destinam ao deslocamento de água, de petróleo e 
de esgoto, petróleo e derivados, por exemplo.
 • Os gasosos se destinam ao deslocamento de gás natural e de 
dióxido de carbono, por exemplo.
 • Os sólidos se destinam ao deslocamento de minério e de cereais, 
por exemplos.
NOTA:
Embora tenhamos citado exemplos de resíduos sólidos, 
destacamos que a circulação por dutos depende do uso 
de fluidos, como água e ar.
Classificação Quanto ao Tipo de Construção
Os dutos podem ser classificados quanto ao tipo de construção que 
apresentam, como veremos nas subseções seguintes.
Dutos Terrestres
Trata-se de dutos construídos ou sobre a superfície do solo ou no 
interior do solo.
 • Subterrâneos: correspondem aos dutos que são enterrados 
visando à sua proteção contra intempéries e contra os curiosos, 
vandalismos, acidentes. Tendem a ser o tipo mais seguro, porque 
as mercadorias circulam sob o solo. Se houver vazamento, o 
próprio solo funcionará como amortecedor de possíveis impactos 
causados pela pressão.
Logística de Transporte
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 • Aparentes: estão posicionados na superfície do solo e, de forma 
visível, em geral, estão próximos aos centros de bombeamento 
das cargas.
Figura 13 – Duto aparente
Fonte: Freepik.
 • Aéreos: para que se possa atravessar corpos d’água extensos, 
como lagos, rios e mares, são colocados acima do solo.
 • Submarinos: são colocados no interior de corpos d’água, ou seja, 
a maior parte desse tubo encontra-se submersa no fundo do 
mar. Esse tipo de duto é utilizado, geralmente, para transportar o 
petróleo das plataformas marítimas. 
Logística de Transporte
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Figura 14 – Plataforma de petróleo com duto
Fonte: Freepik.
Dutos Encapsulados 
São destinados ao transporte de granéis cujo método de unitização 
é o encapsulamento. Usam-se água e ar para fazê-los circular nos dutos. 
De modo geral, é um sistema empregado para possibilitar a circulação de 
granéis sólidos, reduzindo o atrito entre as cargas e a superfície dos dutos.
 • Pneumatic Capsule Pipeline (PCP): recebem uma grande 
quantidade de ar entre seu interior e costumam ser destinados ao 
transporte de correspondências em alta velocidade.
 • Hydraulic Capsule Pipeline (HCP): adota água como facilitadora 
do transporte de cápsulas. Como a água é mais fluida do que o 
ar, demanda um gasto menor de energia em relação ao sistema 
anterior. 
 • Coal Log Pipeline (CLP): é exclusivo para o transporte de carvão 
e de certos minérios, que, compactados em cilindros, trafegam 
pelos dutos imersos em água.
Logística de Transporte
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Figura 15 – Pipeline
Fonte: Freepik.
Capacidade de Velocidade dos Dutos
Para que consigamos obter a capacidade de velocidade dos dutos, 
usaremos a equação seguinte, que relaciona a quantidade de carga às 
propriedades da carga, à capacidade dos mecanismos de propulsão e ao 
tempo de transporte.
𝒞 	= 𝜌×𝓈×𝓋×𝓉
𝒞 = Capacidade.
𝜌 = Peso da carga.
𝓈 = Seção transversal do duto.
𝓋 = Velocidade dos mecanismos de propulsão.
Logística de Transporte
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𝓉 = Tempo necessário de transporte da carga até seu 
destino.
A velocidade da carga variará de 2 a 10 km/h. Pode parecer uma 
velocidade pequena, mas devemos avaliar que os dutos funcionam 24h 
por dia, durante sete dias por semana.
Malha Dutoviária Brasileira 
Como acontece com os demais modais, nossa malha dutoviária é 
pequena quando comparada com a de outros países, o que nos torna 
menos competitivos. Por essa razão, o transporte por modal rodoviário 
acaba sendo mais usado, resultando em custos maiores e em mais 
impactos ambientais.
Por fim, cabe destacarmos as vantagens da utilização do transporte 
dutoviário:
 • Possibilita o deslocamento de grandes quantidades de produtos 
de forma segura, a diminuição no tráfego de cargas perigosas 
por meio do transporte terrestre ou aquaviário e, devido a isso, 
acarreta uma redução nos riscos de acidentes ambientais.
 • Fazem com que o processo de carga e descarga seja simplificado.
 • Podem acarretar uma dispensa de armazenagem.
 • Há uma redução dos custos com transportes.
 • Diminuição na possibilidade de perdas ou roubos.
 • Diminuição do desmatamento.
 • Acarreta uma melhoria na qualidade do ar nas grandes cidades.
 • É de alta confiabilidade.
 • É de fácil implantação.
 • Tem um baixo custo de energia.
 • Tem um baixo custo operacional.
Logística de Transporte
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RESUMINDO:
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmotudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Nos dedicando ainda 
aos modais de transporte, neste capítulo estudamos sobre 
o transporte dutoviário, sendo ele o sistema de transporte 
de cargas graneleiras por meio de tubulações. O transporte 
dutoviário apresenta algumas características que o tornam 
seguramente o mais rápido e econômico modal para cargas 
a granel, tais como: gases, derivados de petróleo, álcool e, 
até mesmo, grãos e muitos outros granéis sólidos. O modal 
dutoviário se caracteriza por não possuir veículo, apenas 
a via. Ainda, vimos que as cargas mais frequentemente 
utilizadas em sistemas de transporte dutoviário são os 
granéis líquidos e gasosos. Vimos a classificação das 
mercadorias de dutoviária quanto à natureza, quanto 
ao tipo de construção, além do que vem a ser os dutos 
encapsulados e a capacidade de velocidade dos dutos. Por 
fim, compreendemos sobre a malha dutoviária brasileira. 
Logística de Transporte
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Multi e Intermodalidades no Transporte 
de Cargas
OBJETIVO:
Neste capítulo, observaremos o modo como todos os 
modais que vimos anteriormente se relacionam, razão pela 
qual estudaremos os conceitos de multimodalidade e de 
intermodalidade. Pronto? Vamos lá!.
Transporte Multimodal e Intermodal
Quando tratamos da integração de diferentes modais, tratamos, 
necessariamente, de multimodalidade e de intermodalidade, caso em 
que as cargas chegaram a seu destino por intermédio de dois ou mais 
modais. Nas próximas seções, veremos as características de cada um 
desses processos.
Figura 16 – Carga e descarga de contêiner
Fonte: Freepik.
Logística de Transporte
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Os transportes multi e intermodais não se constituem em um 
novo tipo de modal, mas na articulação de dois ou mais deles, de 
forma integrada. Graças a essa articulação, é possível fazer com que as 
mercadorias sejam entregues nos mais diferentes e remotos pontos, 
fazendo uso de dois ou mais tipos de veículos.
EXPLICANDO MELHOR:
Isso ocorre sempre que um contêiner é descarregado de 
um navio e colocado sobre a caçamba de um caminhão, 
que o descarrega em um vagão de trem até um centro de 
distribuição, por exemplo.
Multimodalidade
Trata-se, basicamente, do uso de mais de um modal para o 
transporte de cargas, estando esses modais sob a responsabilidade de 
um mesmo Operador de Transporte Multimodal (OTM). 
A legislação brasileira indica que todo o ciclo logístico do transporte 
é inerente à multimodalidade. Isso significa que todas as etapas de 
transporte, desde o recebimento da carga até a sua entrega ao destinatário, 
são contadas para a definição de multimodalidade.
Figura 17 – Multimodalidade
Fonte: Freepik.
Logística de Transporte
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A multimodalidade consiste no transporte de um carregamento 
de mercadorias por meio de mais de um modal, sob responsabilidade 
contratual de um único Operador de Transporte Multimodal (OTM). O 
transporte multimodal é definido e regulado pela Lei Federal nº 9.611, 
de 19 de fevereiro de 1998, em seus artigos 2º e 3º, como descrito na 
sequência:
Art. 2º Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, 
regido por um único contrato, utiliza duas ou mais 
modalidades de transporte, desde a origem até o destino, 
e é executado sob a responsabilidade única de um 
Operador de Transporte Multimodal
Parágrafo único. O Transporte Multimodal de Cargas é:
I - Nacional, quando os pontos de embarque e de destino 
estiverem situados no território nacional;
II - Internacional, quando o ponto de embarque ou de 
destino estiver situado fora do território nacional.
Art. 3º O Transporte Multimodal de Cargas compreende, 
além do transporte em si, os serviços de coleta, unitização, 
desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de 
carga ao destinatário, bem como a realização dos serviços 
correlatos que forem contratados entre a origem e o 
destino, inclusive os de consolidação e desconsolidação 
documental de cargas (BRASIL, 1998, on-line).
A legislação, como pode ser observado no texto da lei, engloba todo 
o ciclo logístico do transporte como sendo inerente à multimodalidade, 
ou seja, desde o recebimento da carga, incluindo sua unitização ou 
desunitização, até a entrega ao destinatário final.
IMPORTANTE:
Os contratos com os OTMs precisam ser claros, pois 
qualquer omissão ou dupla interpretação pode acarretar 
o rompimento do ciclo logístico. Por exemplo, a carga 
ser entregue apenas no centro de distribuição e não ao 
destinatário final.
Logística de Transporte
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O transporte de carga em território nacional, sobretudo quando 
perpassa dois ou mais estados da Federação, exige do operador a 
emissão e apresentação de diversos documentos, um para cada órgão 
de fiscalização.
Isso tem a ver com o transporte de cargas por diferentes estados 
brasileiros: quando o transporte envolve mais de um estado e mais de um 
modal, se houver um único Operador de Transporte Multimodal (OTM), a 
emissão e apresentação de documentos será simplificada, limitando a um 
documento apenas.
Intermodalidade 
Diferentemente do transporte multimodal, o transporte intermodal 
não se utiliza de um único contrato para reger todo o percurso da 
mercadoria entre os diversos modais. Essa modalidade caracteriza-se 
pela emissão de vários documentos de transporte, um para cada modal.
Figura 18 – Intermodalidade diferentes contratos
Fonte: Freepik
Na intermodalidade, as responsabilidades pelo transporte são 
divididas entre as transportadoras. Também, requer um gerenciamento 
mais apurado por parte da Logística Empresarial.
Logística de Transporte
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NOTA:
Não há uma legislação específica para o transporte 
intermodal, portanto cada trecho executado é considerado 
pelos órgãos de fiscalização como um procedimento de 
transporte a parte.
Nesse caso, há mais de um Operador de Transporte Multimodal 
(OTM), havendo mais de um contrato de transporte para o percurso das 
cargas. Por essa razão, a circulação das cargas por território nacional 
pode envolver diferentes documentos. Como a documentação, as 
responsabilidades pelas cargas estão diluídas entre as transportadoras.
NOTA:
Ao contrário do acontece com o transporte multimodal, 
não existe um marco legal específico para o transporte 
intermodal. Assim, cada trecho do transporte estará sujeito 
às exigências de seu respectivo órgão fiscalizador.
Fracionamento de Cargas
Um fator decisório que deve ser levado em consideração, além 
do modal de transporte, é a forma de contratação deste modal. Além 
dos aspectos legais, que devem ser respeitados, a forma de como a 
carga é fracionada entre vários clientes deve ser um ponto de atenção 
importantíssimo, tanto na multimodalidade, quanto na intermodalidade. 
Desse modo, surgem dois conceitos importantes:
 • Carga fracionada: ocorre quando se têm poucos ou pequenos 
volumes a serem transportados. Nesses casos, não convém 
contratar um veículo exclusivo para transportar os produtos, e 
sim compartilhá-los com outros serviços de entrega que estão se 
utilizando da mesma rota, tornando assim o custo do frete mais 
acessível. Vemos muita entrega por fracionamento de carga com 
compras obtidas pela internet, tendo em vista que geralmente são 
volumes menores.
Logística de Transporte
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Figura 19 – Carga fracionada
Fonte: Freepik.
 • Carga dedicada: ao se transportar um número considerável 
de unidades de carga, convém o fretamento exclusivo de um 
modal de transporte. A partir de uma determinada quantidade ou 
volume de carga, esta opção pode ser mais econômica do que 
o fracionamento da carga. Independentemente do fator custo, 
dispor de um veículo dedicado para transporte de carga oferece 
outras vantagens, como maior segurança e rastreabilidade do 
produto transportado.
Logística de Transporte
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Figura 20 – Carga dedicada
Fonte: Freepik.
Por meio desse fracionamento, a pessoa que contratar o transporteirá pagar apenas pelo espaço que ele utilizar no caminhão, reduzindo os 
custos de envio para o cliente final. 
RESUMINDO:
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Compreendendo 
sobre o transporte de cargas e a sua importância, neste 
capítulo estudamos sobre o multi e a intermodalidades 
no transporte de cargas, vendo que os transportes multi 
e intermodais não se constituem em um novo tipo de 
modal, mas na articulação de dois ou mais deles, de forma 
integrada. Estudamos que a multimodalidade consiste no 
transporte de um carregamento de mercadorias por meio 
de mais de um modal, sob responsabilidade contratual 
de um único Operador de Transporte Multimodal e que a 
intermodalidade não utiliza de um único contrato para reger 
todo o percurso da mercadoria entre os vários modais. 
Essa modalidade se caracteriza pela emissão de vários 
documentos de transporte, um para cada modal.
Logística de Transporte
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REFERÊNCIAS
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: Logística 
Empresarial. Porto Alegre - RS: Bookman, 2006. 
BANZATO, E. Tecnologia da Informação aplicada à Logística. São 
Paulo: Instituto AMAM, 2005. 
BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de 
abastecimento. São José dos Campos: Saraiva, 2015. 
POMPERMAYER, F. M. et al. Hidrovias no Brasil: perspectiva 
histórica, custos e institucionalidade. Brasília: IPEA, 2014. 
Logística de Transporte
	_heading=h.3dy6vkm
	_heading=h.kxdcdclsmufz
	Transporte Marítimo
	Modais Marítimos
	Portos 
	Divisão de um Porto em Componentes
	Classificação dos Portos Quanto à Localização
	Classificação dos Portos Quanto à Natureza
	Classificação dos Portos Quanto a sua Utilização 
	Profundidade e Acessibilidade 
	Elementos Físicos
	Elementos Operacionais 
	Transbordo 
	Vias
	Veículos
	Classificação dos Navios
	Componentes de uma Embarcação 
	Velocidade e Peso dos Navios 
	Navios Cargueiros 
	Transporte Hidroviário
	Modais Hidroviários
	Vias 
	Dimensões dos Canais Hidroviários 
	Balizamento 
	Sinalização ao Largo (Em meio às Hidrovias)
	Navegabilidade nas Vias Fluviais
	Transporte Dutoviário
	Modais Dutoviários
	Veículos
	Cargas 
	Vias
	Classificação Quanto à Natureza da Carga
	Classificação Quanto ao Tipo de Construção
	Dutos Terrestres
	Dutos Encapsulados 
	Capacidade de Velocidade dos Dutos
	Malha Dutoviária Brasileira 
	Multi e Intermodalidades no Transporte de Cargas
	Transporte Multimodal e Intermodal
	Multimodalidade
	Intermodalidade 
	Fracionamento de Cargas

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