Prévia do material em texto
GASTROENTEROLOGIA MÓDULO Discente: Melissa Cristina e Laís Sena MedFtc2021.2 – 5º semestre – Turma A Adaptação Anna Beatriz Fonseca 1. Introdução a Gastroenterologia 2. Doença do refluxo gastresofágico 3. Disfagia e distúrbios de motilidade 4. Dor abdominal 5. Hemorragia digestiva 6. Obstrução intestinal 7. Constipação intestinal 8. Diarreia 9. Cirrose hepática 10. Hepatites virais 11. Colestase 12. Neoplasias 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Nomenclaturas o Disfagia: Dificuldade de deglutir o alimento ingerido no trajeto da orofaringe até o estômago. o Odinofagia: Dor percebida em região retroesternal durante a ingestão de alimentos e deve-se a processos inflamatórios orofaríngeos ou esofágicos. o Globus faríngeo: Sensação de nó, bolo, aperto ou corpo estranho na garganta. o Halitose: Mau hálito. o Azia: Sensação de queimação em epigástrio. o Pirose: Sensação de queimação retroesternal que se irradia do manúbrio do esterno à base do pescoço. o Regurgitação: Retorno do conteúdo ácido ou alimentos para a cavidade oral. o Sialorréia: Secreção excessiva da saliva. o Borborigmo: Ruído gorgolejante provocado pelo deslocamento de gases em meio líquido. o Plenitude: Sensação de empachamento pós prandial, o Saciedade Precoce: Paciente se sente satisfeito antes de ingerir uma quantidade normal ou suficiente de alimentos. o Prurido: Sensação desagradável que gera o estímulo reflexo de coçar. o Icterícia: Coloração amarelada de pele e mucosas que pode ser reconhecida com bilirrubinas totais > 2mg%. o Colúria: Urina de coloração escura ou mais amarelada. o Acolia fecal: Fezes claras ou embranquecidas. o Tenesmo: Estímulo para defecação e saída de muco, pus ou sangue sem ou com pequena quantidade de fezes. o Obstipação ou Constipação: Evacuações infrequentes ou grande eforço defecatório. o Distenção Abdominal: Inchaço abdominal por gases. o Flatulência: Ato de flatar (eliminar gases via retal). o Eructação: Eliminação de gases pela boca – arroto. o Diarréia: Redução na consistência das fezes e aumento na frequência das evacuações. o Disenteria: Diarréia associada a perda de sangue, muco ou pus nas fezes. o Hematêmese: Vômitos com sangue que tem origem no trato gastrointestinal, acima do ângulo de Treitz. o Melena: é o nome dado às fezes negras, habitualmente pastosas, e com odor muito forte (cheiro de madeira molhada), que surgem nos sangramentos digestivos altos, geralmente acima do ângulo de Treitz. Apresentam sangue alterado pela flora intestinal (volume suficiente: 50-100ml). o Hematoquezia: Presença de sangue de pequeno volume com cor vermelha viva misturado com fezes. Ano-retal. o Enterorragia: é o nome dado à presença de sangue vivo em grande volume e habitualmente associado à dor abdominal. Neste caso, o paciente pode evacuar somente sangue, sem a presença de fezes. Intestino Grosso. o Esteatorreia: Aumento de teor de gordura nas fezes, que as tornam volumosas, brilhantes, podendo aparentar gotículas de gorduras sobrenadantes. • Endoscopia Digestiva Alta: Examina-se o esôfago, estômago e ate a 2º porção duodenal. o Preparo: — Jejum oral alimentar de 8h e de água 2h. — Sedação: tópica com Xylocaina Spray 3-4mg\kg (ex: 70kg = 3/4 borrifadas na garganta) ou venosa com Hipnóticos/Ansiolíticos (midazolam, diazepam, propofol) /Opióides (morfina, meperidina, fentanil). Observação: O diferencial é que, algumas substâncias podem-se utilizar sem a presença do anestesiologista. Porém, isso acontece com drogas antagonistas (substancias que revertem o efeito do sedativo), como o Flumazenil e Naloxane. — Utiliza-se o oxigênio úmido na via do cateter nasal de baixo volume (3-5-1). — É necessário acompanhante para a liberação. — Em pacientes com suspeita de retardo de esvaziamento esôfago-gástrico (chagas, gastroparesia diabética, lesão no nervo vago e entre outros), precisa-se de um jejum mais prolongado de 8-12h. Paciente em decúbito lateral esquerdo. o Indicações: Dispepsia funcional; disfagia; dor abdominal; sintomas ou sinais de alerta e entre outros. o Indicação de Emergência: Hemorragias digestivas e retirada de corpo estranho. o Contraindicações: Intolerância do paciente ou negação de fazer o exame; suspeita ou confirmação de perfuração gastrointestinal; descompensação cardíaca; doenças pulmonares graves; gestação (a não ser que seja um risco). • Colonoscopia: Exame feito para investigação e avaliação do intestino grosso e do cólon. Consegue-se chegar até 20cm do íleo distal. Gastroenterologia Gastroenterologia Introdução Exames Complementares 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre o Preparo do cólon: — Ambulatorialmente ou internado. — Véspera: dieta líquida sem resíduos + laxantes orais (Bisacodil – na noite que antecede o exame; diarreia de fezes volumosas). — No dia do exame: solução laxativa (manitol 10%, polietilenoglicol, lactitol). Para que, o paciente evacue de forma diarréica sem resíduos. — Sedação aos cuidados da anestesiologia + O2 nasal úmido. — Monitoração de SatO2 e FC. — Necessário acompanhante para a liberação. o Indicações: Investigação de melena após a exclusão de hemorragia digestiva alta; anemia ferropriva de causa desconhecida; rastreamento e seguimento de neoplasia de cólon; seguimento de pacientes com pólipos neoplásicos; diarreia crônica de origem indeterminada; tratamento de hemorragia digestiva baixa e entre outros. o Contraindicações absolutas: diverticulite aguda; diagnóstico ou suspeita de perfuração; colite fulminante; consentimento não foi obtido para um procedimento não urgente. • Impedancio PHmetria Esogágica 24h: Exame feito para avaliar o movimento anterógrado (trânsito do alimento) e o retrógado (refluxo do alimento), independente do seu ph e para caracterizar o RGE quanto a sua composição (líquido, gasoso ou líquido-gasoso). Investiga-se doença do refluxo (diagnóstico feito clinicamente - pirose + regurgitação 2/3x na semana por um período de quatro semanas). Obtém-se informações de acidez e composição. Fluxo de descida normal do alimento. Refluxo – Ondas inversas. o Preparo: — Jejum alimentar de 8h. — Sem sedação. Paciente sentado. — Retorno à clínica em 24h. — Não precisa de acompanhante. — Coloca-se uma sonda no nariz que desce e fica posicionada adequadamente. Sua ponta fica localizada dentro da cavidade gástrica (local de acidez). Nessa sonda existem transdutores, seis campos de impedância e dois sensores de PH. Permitindo relatar se o refluxo é ácido ou não ácido e a composição. o Indicações: Quando não identifica-se a doença do refluxo clinicamente (paciente com sintomas atípicos – tosse crônica e eructações); pacientes sintomáticos mesmo em uso de anti-secretores (refluxo não ácido – bile); sintomas sugestivos de DRGE, mas com EDA e phmetria normais; diagnóstico de sobreposição com distúrbios funcionais. • Manometria Esofágica: Exame utilizado para fazer avalição de doenças esofágicas. o Preparo: — Paciente sentado. — Sem necessidade de acompanhante. — Sem sedação. — É introduzida em uma das narinas e é posicionada. Essa sonda tem sensores que irão avaliar a atividade elétrica que será convertida em tempo real ao software. o Indicações: Disfagia; pré-operatório DRGE (paciente que tem indicação para fazer cirurgia, irá documentar o antes e o depois – hipotonia do esfíncter); avaliação de disfagia pós TTO cirúrgico de acalásia (hipertonia do esfíncter). o Vantagens da Manometria esofágica de alta resolução: — Permite localização mais fácil e imediata de marcos anatômicos como os esfíncteres superior e inferior. — É possível aquisição simultânea de dados referentes ao esfíncter superior, corpo esofágico e esfíncter inferiordo esôfago. — Proporciona maior conforto ao paciente devido ao tempo reduzido de exame. 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre — Não sofre influencia de artefatos de movimento. — Identificação de fenótipos clinicamente relevantes, como os subtipos de acalásia, que possuem respostas terapêuticas distintas. Na imagem acima, observa-se uma manometria de alta resolução. O paciente ao deglutir um copo de água e a medida que o líquido desce pelo esôfago, tem-se o desenho do comportamento esofágico. • Cápsula Endoscópica: Uso único, não recuperável. O paciente engole a cápsula, no qual fornece cerca de até 3 fotos por segundo transmitidas para o gravador. o Indicações: Sangramento gastrointestinal de origem indeterminada, incluindo anemia ferropriva; suspeita de doença celíaca ou quando esta é refratária ao tratamento aplicado; suspeita de tumores de intestino delgado; vigilância nas síndromes polipoides, especialmente Peutz-Jegher. o Contraindicações: Obstrução de TGI; fístula; gravidez. • ECOEndoscopia ou US Endoscópico: Transdutor acoplado na ponta do endoscópio alto ou baixo. Determina a mucosa, submucosa e a musculatura da parede do trato digestório. É avaliado o esôfago, estômago, reto, pâncreas, vias biliares e vesícula biliar. o Indicações: Estadiamento de neoplasias intraluminais gastrointestinais; avaliação de lesões submucosa, doenças pancreatobiliares, afecções mediastinais, lesões perianais, lesões extraluminais; punção de cistos. O exame permite que identifique e separe as camadas. Para assim, relacionar onde está a lesão. • CPRE – Colangio pancreatografia retrógrada por via endoscópica: Procedimento híbrido que precisa-se de médico radiologista, anestegiologista e endoscopista. Tem acesso lateralizado, que permite visualizar a papila duodenal, na qual, recebe o colédoco e o ducto pancreático. Logo, pode-se trabalhar com esse exame o pâncreas e as vias biliares. o Principal indicação: Coledocolitíase > 95%. o Indicações: 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução É uma condição crônica que se desenvolve quando ocorre o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago e órgãos adjacentes, causando sintomas e/ou complicações. Depende de que tipo de material irá justificar ou não os sintomas, o material pode não ser necessariamente apenas ácido clorídrico, irá ocorrer também pela pepsina (pode causar lesões), sais biliares (refluxado não ácido) e tripsina (enzima produzida pelo pâncreas que reflui até chegar no esôfago). • Fatores de risco: Obesidade, baixo nível educacional, baixo status socioeconômico, genética, tabagismo, consumo de álcool, postura inclinada, refeições noturnas e estresse. • Classificação: o DGRE não erosiva: 50-70% de todos os casos (maioria). Observação: Não apresentam erosões (achados na endoscopia, são soluções de continuidade que tem na mucosa esofágica, geralmente acontece na transição da mucosa esofágica com a gástrica. E essa solução de continuidade é classificada dependendo do tamanho da erosão: é maior ou menor que 5mm – classificação de los angeles). o DGRE erosiva: Possui menor quantidade. Dúvida: — O que acontece para a doença do refluxo se desencadear? Quando há o aumento da presença de ácido mais localizado na parte do esôfago distal, acontece o aumento na produção de duas citocinas pró-inflamatórias (interleucina-8 e o fator ativador de plaquetas), que recrutam neutrófilos e acontece a inflamação aguda. Observe na imagem abaixo: Quanto maior for o tempo de exposição do terço distal do esôfago ao ácido, maior o grau de lesão será identificado na endoscopia. • DRGE X Pirose funcional: o Pirose: sensação de queimação retroesternal que se irradia do manúbrio esternal até a base do pescoço; ocorre em geral 30-60 minutos após a ingestão de alimentos, especialmente se a refeição copiosa (volumosa), ou rica em gordura ou ácido, podendo ser aliviada após a ingestão de antiácido, ou mesmo água. É uma sensação transitória; tem piroses recorrentes e continuas (em determinado momento, ex: jejum). o Existem dois diagnósticos funcionais: 1- Pirose funcional: O paciente possui pirose clinicamente estabelecida. Porém, com a endoscopia e Phmetria normais. 2- Hipersensibilidade visceral: Acontece pela hiper- ativação dos receptores sensitivos. ! Relembrando: o ser humano possui receptores sensitivos espalhados por toda a mucosa gastrointestinal. Porém, em determinados pacientes a uma sensibilidade maior nesses receptores e qualquer estímulo, mesmo que seja abaixo do limiar, ele amplifica o sinal no córtex aferente. Exemplo: pacientes com exposição ácida normal, com sintomas de DRGE. Observe a tabela abaixo: Essa tabela demonstra certos tipos de fármacos que podem causar pirose. Evidentemente, os sintomas são causados pelos pacientes que fazem o uso prolongado. Fisiopatogenia O DRGE acontece primeiramente pois, acontece uma ruptura do equilíbrio entre o mecanismo valvular e o gradiente de pressão transdiafragmático. ! Relembrando: o esôfago está na região cervical, torácica e abdominal. Possui mais de 40cm e está submetido a diferentes pressões. O gradiente de pressão transdiafragmática protege para que o refluxo não aconteça. Se não fosse por conta do gradiente e do mecanismo valvular (formado pelo esfíncter) o trânsito gastrointestinal seria anormal. Dúvida: — Quais mecanismos estão alterados/rompidos na DRGE? Gastroenterologia Gastroenterologia Refluxo Arthur Ambrosi 1- Depuração ácida esofágica ineficiente: é a capacidade que o organismo tem em que a secreção salivar (rica em bicarbonato) em tamponar/neutralizar o ácido refluído. Outro componente da depuração é a presença de ondas peristáltica – todo refluxo fisiológico quando chega no terço distal do esôfago é rapidamente iniciado o processo de depuração ácida através do aumento de produção de saliva e da motilidade esofágica, onde ondas peristálticas reflexas “empurram de volta” o ácido. Isso diminui o tempo de exposição do esôfago ao ácido. E esse mecanismo de exposição é rompido na doença do refluxo. 2- Defeito na resistência epitelial esofágica (muco e mecanismos celulares): O epitélio do esôfago é escamoso não queratinizado com complexos juncionais intercelulares firmes. Então, no DRGE haverá a “frouxidão” desses complexos, pois provoca edema e processo inflamatório (as citocinas são suficientes para romper os complexos). 3- Falha no mecanismo valvular: a válvula é formada pelo esfíncter inferior do esôfago e pela musculatura diafragmática. Então, quando tem-se uma lesão em ambos, haverá a possibilidade de desenvolver DRGE. Importante: Relaxamento transitório frequente que tem no complexo valvar: o indivíduo que possui DRGE tem relaxamento transitório frequente. E esses relaxamentos, permitem a subida do ácido. 4- Esvaziamento gástrico de pressão abdominal: existem pacientes que tem dificuldade de esvaziar o estômago (diabéticos ou com doenças neurológicas – gastroparesia). É o dificultamento do esvaziamento gástrico onde o alimento faz estase – acúmulo de ácido. O aumento da pressão (gestação, ascite e obesidade). ! A fisiopatologia do refluxo é uma gama de fatores que contribuem para a doença (citados acima). Além disso, a estudos que indicam que pode está relacionado também com a genética. É uma doença de tratamento a longo prazo, porém não há cura. • Hérnia de Hiato: Haverá a formação da bolsa de ácido pós prandial (reservatório de ácido). Ocorre uma protrusão de parte do fundo do estômago – a hérnia que se forma na cavidade intratorácica é parte do fundo do estômago, que caminha através do hiato diafragmático para a região intratorácica. ® As hérnias estão associadas a graus mais severos de doenças como: esofagite e esôfago de Barret(pré- maligna). • H. pylori X DRGE: relação de “proteção”: Essa bactéria coloniza a mucosa gástrica através da produção da uréase, tornando o ambiente mais propicio. Porém, existe certas cepas (CagA +) desse microorganismo que desenvolvem proteínas protetoras contra o desenvolvimento de esofagite intensa, esôfago de Barret e adenocarcinoma esofágico. Essas cepas causam gastrite do tipo atrófica (atrofia nas células parietais – produzem ácido clorídrico). Assim, explicando a “proteção” contra essas patologias. Manifestações Clínicas • Típicos: Pirose + Regurgitação. • Atípicos: Tosse crônica (mais comum), ronquidão e erosão dentária estão mais relacionados com DRGE. ® Pacientes com esse sintoma possuem baixa resposta ao tratamento com os inibidores de bomba de próton (Omeprazol, pantoprazol...). O teste terapêutico nesse caso é mais prolongado. Diagnóstico • Investigação: Tabagista? Irritantes ambientais? Exclusão de asma e secreção pós-nasal? RX de tórax e seios da face normais. • Clínico: Sintomas típicos com frequência mínima de 2/3x na semana Dor torácica não Cardiogênica: Cardíaca (DTNC): -> Retroesternal -> Pontada ou HTXE. -> Pós refeição -> intensa -> Dura segundos. -> irradia para -> irradia para o o braço esq. ou dorso região cervical -> Aperto -> após esforço fis -> alivia com . repouso -> >20min Arthur Ambrosi e pelo menos por um período de 4-8 semanas ou mais. Não é necessário exames complementares para dá o diagnostico de DRGE, ele é clínico. o Queixas típicas: teste terapêutico com Inibidores de bomba de próton (IBP)– principalmente em pacientes abaixo de 40 anos e que não tem sintomas de alarme, faz em dose padrão por 4 semanas. ® Teste positivo: Sintomas abolidos (pirose e regurgitação). ® Teste negativo: Sintomas presentes; submete o paciente ao EDA. o Queixas Atípicas: teste terapêutico com IBP em dose dobrada por 8-12 semanas. >40 anos. ® Teste negativo: Sintomas presentes; submete o paciente a uma Phmetria 24h de dois canais. ! Recomenda-se EDA em todos os pacientes com sintomas crônicos de DRGE. ! Critérios de Lyon: É um novo consenso de 2018. A endoscopia deve ser inicial, de preferencia sem IBP, é essencial para o diagnóstico, tratamento e manutenção da DRGE. Dúvida: — Quando a EDA fornece diagnóstico de DRGE? Existem achados endoscópicos em paciente com sintomas, que possuem um valor preditivo alto para DRGE alto. Ex: Esofagite C ou D; Esôfago de Barret; Estenose péptica. Isso significa que, é muito difícil esses achados não estarem relacionados com DRGE. • Impedâncio Phmetria 24h: Padrão ouro. É quando o tempo de exposição ao ácido maior que 6%. Lembrando-se que é considerado o Ph do ácido inferior a 4%. ! Relembrando: uma sonda é colocada no nariz, possui seis transdutores relacionado a impedância e dois relacionados ao ph. Esses oitos sensores medem e qualificam o refluxado. No período de 24h, se o paciente apresentar o TEA (período de exposição ao ácido) > 6%, significa que o diagnóstico é DRGE; TEA < 4% deve-se buscar outro diagnóstico. • Endoscopia digestiva alta: o Indicações: ® Sintomas crônicos, com idade > 40 anos. ® Teste terapêutico negativo. ® Sintomas de alarme: disfagia, odinofagia, perda de peso, hemorragia digestiva, náusea, vômitos e história familiar de câncer. o Achados: ® Esofagite: ate 40% dos pacientes com DRGE. ® Ulcera esofágica. ® Estenose péptica/Esôfago de Barret. ® Adenocarcinoma. Dúvida: — Quando fazer biópsia? Quando tem-se Estenose, Barret e ulcera esofágica. Esôfago de Barret É uma complicação da DRGE, acontece cerca de 10-15% dos pacientes. Aumenta a chance para adenocarcinoma em até 40x. Endoscopicamente, observa-se um prolongamento do epitélio escamoso do esôfago, onde é substituído por um epitélio colunar/intestinal (que possui células caliciformes e tem característica de ser resistente ao refluxo – mecanismo de defesa). • Diagnóstico diferencial: Esofagite eosinofílica; Esclerodermina/ diabetes/ acalasia/ espasmo; Esofagite infecciosa; Esofagite medicamentosa; pirose funcional; doenas benignas/malignas de órgãos adjacentes; desordens musculoesqueléticas. Esofagite Eosinofílica: É uma doença que acontece por uma infiltração dos eosinófilos na mucosa do esôfago. O diagnóstico é feito por biópsia esofágica com a presença de 15 ou mais eosinófilos no campo de grande aumento. ! Na imagem acima, observa-se anéis circulares que se relacionam com a doença. Tratamento É um tratamento medicamentoso e não medicamentoso. • Não medicamentoso: Arthur Ambrosi Arthur Ambrosi o Moderar a ingestão: o Outros tratamentos clínicos: ® É importante que conheça os alimentos desencadeares; ® Elevação da cabeceira da cama (15 cm); ® Não deitar após as refeições (2h); ® Redução do peso corporal (se sobrepeso ou obeso); ® Goma de mascar ou pastilhas orais com bicarbonato: para estimular a salivação – tamponamento; ® Evitar refeições de grande volume e gordurosos: pra evitar a lentificação do esvaziamento gástrico; ® Suspender tabagismo: pois, diminui a pressão do esfíncter esofágico e na secreção do bicarbonato salivar; ® Evitar situações que aumentem a pressão intra-abdominal: obesidade, gestação e grandes massas. • Medicamentoso: o Drogas anti-secretoras: ® IBP – 1º linha: bloqueia a produção de ácido. Promove uma alta resolução dos sintomas e da cicatrização (omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol); tomar 30 minutos antes das refeições. Possui melhor resposta. ® Antiácidos: alívio temporário, neutralizam a acidez gástrica. Faz o uso antes da refeição (hidróxido de alumínio e de magnésio). Contribuem para a neutralização e aumento do ph > 4, diminuindo a produção de pepsina e gastrina. ® Bloqueadores H2: alívio dos sintomas noturnos (Cimetidina, Nizatidina e Famotidina). ® Procinéticos: Aumenta a pressão do esfíncter esofágico, a contração gástrica e o esvaziamento gástrico (bromoprida, domperidona e metoclopramida). • Cirúrgico: ® Indicações controversas: alguns pacientes após 10 anos de tratamento podem apresentar ainda sintomas de DRGE. Pois, é sujeito a falhas. É indicado quando o paciente tem esofagite recidivantes (após tratamento de pelo menos 6 meses), baixa qualidade de vida, perspectiva de IBP por uso prolongado, complicações da DRGE, hérnias volumosas, baixa idade e refratário ao tratamento com IBP. ® É feito por uma laparoscopia, onde é feito uma nova válvula pelo fundo do estômago. - Gordurosos - Café - Chocolate - Menta - Hortelã Diminui a pressão do Esfíncter esofágico - Bebidas alcoólicas; - Alimentos ácidos; - Bebidas gasosas Agravam a irritação quando regurgitados. Eructações forçam a abertura do esfíncter Alívio dos sintomas Cicatrização da mucosa Prevenção de recorrência 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução • Conceito: É a dificuldade de deglutir os alimentos sólidos ou líquidos. Sensação que o alimento para em sua descida ao estômago, estacionando em algum ponto entre o esterno e o apêndice xifóide. O termo disfagia refere-se a um sintoma que está relacionado a qualquer alteração no ato de deglutir, desde a boca até o estômago, e pode ocasionar complicações pulmonares, desnutrição e desidratação no indivíduo. Consideram-se disfagia orofaríngea quaisquer alterações decorrentes das fases oral e faríngea de diversas etiologias Dificuldade de deglutição (latu sensu): ® Para que ocorra a deglutição, é necessário que ocorra uma contração da musculaturaesofágica. Essa musculatura é formada pelas camadas: circular e longitudinal. A camada circular precisa contrair primeiro para que a camada longitudinal contraia em seguida; ® Quando a camada circular contrai, existe um relaxamento da túnica muscular para que o bolo alimentar possa descer. Essa sincronicidade ocorre ao longo de todo o esôfago; ® Por último, ocorre o relaxamento do esfíncter esofágico interior para permitir que o bolo chegue até o estômago. Observe a Imagem: • Anatomia do esôfago: o Existe a camada mucosa e logo depois a camada submucosa, que apresenta o Plexo de Meissner, que é o plexo submucoso neurológico; o Segue-se com a camada muscular, que é divida em circular e longitudinal. Entre elas existe o Plexo Mioentérico de Auerbach. Observação: É importante saber que um desses Plexos é submucoso e o outro é muscular porque eles serão afetados e alterados em determinadas patologias como a Doença de Chagas e Acalasia. o Camada muscular circular: ® 4 - 5,6% proximal: músculo liso; ® 54 – 62% distal: músculo estriado esquelético; ® Existe uma musculatura de transição que corresponde a porcentagem residual que ficou da diferença entre o músculo liso e o estriado esquelético. • Semiologia: Quando há suspeita de disfagia no paciente, é preciso saber diferenciar alguns quadros de acordo com a sintomatologia: ® Odinofagia: há dor no processo de deglutição (fase oral-faringe-esofágica). Sendo assim, a dor pode ser referida na região de orofaringe ou na região toráxica. Essa dor é classificada como dor torácica não cardíaca; ® Afagia: impossibilidade de o paciente fazer a deglutição seja por alguma condição psiquiátrica ou por uma questão neurológica (quando há alguma lesão no tronco encefálico com comprometimento do centro da deglutição); ® Globus pharyngeous: o paciente apresenta uma sensação de “bolo” que não sobe nem desce. A pessoa precisa ingerir líquido ou saliva e ele permanece preso. É um sintoma atípico de refluxo; ® Fagofobia: geralmente acomete pacientes psiquiátricos e é o medo de se alimentar; o Classificação da disfagia: ® Orofaríngea: condições que afetam a cavidade oral, faringe e, em especial, o esfíncter esofágico superior (EES); ® Esofágica: ocorre depois do ato da deglutição, afeta principalmente o esfíncter esofágico inferior (EEI). o História clínica: ® Disfagia orofaríngea: Engasgos, regurgitação de líquidos pelas fossas nasais, refeições longas, se alimenta tossindo, voz molhada (fala parecendo gargarejo), perda de peso e desnutrição; Gastroenterologia Gastroenterologia Disfagia Abdominal Observação: Engasgo é diferente de entalo. O engasgo é sucedido de tosse, então, todo paciente que engasga vai ter dificuldade de deglutição por causa da tosse que é um mecanismo reflexo. Entalo é quando alimento fica preso, parado em alguma região do tórax. 1- Início súbito com outros sinais neurológicos: evento cerebrovascular (por exemplo: AVC); ® Disfagia esofágica: entalos na região retroesternal ou do apêndice xifóide; 1- Pode acontecer com alimentos líquidos, pastosos ou sólidos; 2- Normalmente o paciente apresenta alguma comorbidade; 3- Há medicações que também podem desencadear o quadro de disfagia. • Fases da deglutição: o Fase oral: Inicia-se com a mastigação, é voluntária e ocorre o preparo do alimento para ejeção; a língua está envolvida na preparação e condução do alimento, e apresenta músculos extrínsecos que favorecem a protrusão, retrusão e lateralização, e músculos intrínsecos responsáveis por alterar a sua forma e o seu tamanho. Simultaneamente, ocorre o fechamento da nasofainge, isolando a rinofaringe e ampliando a zona do esfíncter glossofaríngeo, o qual permanece fechado na presença de alimento na cavidade oral, para prevenir o escape prematuro em direção à orofaringe, abrindo durante a deglutição o Fase faríngea: é uma fase extremamente rápida, de transição, mas muito importante. Nessa fase recebe-se o alimento depois da mastigação e é necessário que haja exclusão da rinofaringe para que o alimento não saia através das fossas nasais. Além disso, há abertura da transição faríngeo- esofágica (TFE) como mecanismo de proteção das vias aéreas. É uma fase involuntária que envolve nervos cranianos. Qualquer distúrbio que acontece nessa fase dá origem à disfagia; A fase faríngea inicia-se com a entrada do bolo na faringe. Tal fase é coincidente com a elevação do palato mole contra a parede faríngea posterior, permitindo que o bolo deixe a boca, além de isolar a nasofaringe da possibilidade de regurgitação. Essa fase requer a realização bem-sucedida de duas condições: transporte completo do bolo através da faringe para o esfíncter superior do esôfago e proteção do caminho aéreo de aspiração do material deglutido. o Fase esofágica: essa fase também é involuntária e é responsável pelo transporte do alimento até o estômago através do mecanismo de contração da musculatura circular e relaxamento da tônica mucosa. A transição entre as fases faríngea e esofágica da deglutição é marcada pela passagem da onda de con- tração peristáltica faríngea pelo cricofaríngeo, encer- rando o relaxamento do ESE. • Resumo da disfagia: o Orofaríngea: ® Causas: 1- Mecânica; 2- Neurogênica; 3- Drogas; 4- Envelhecimento; 5- Doenças sistêmicas; 6- Funcional do recém-nascido prematuro; 7- Psicogênica. o Esofágica: ® Causas orgânicas ou funcionais: 1- Mecânica: intrínseca ou extrínseca, benigna ou maligna; 2- Distúrbios de motilidade: alteração na peristalse esofágica ou de relaxamento do esfíncter esofágico inferior (EEI). Disfagia Orofaríngea: Disfagia Orofaríngea é a dificuldade de engolir, seja alimento, secreção e medicamento, considerando desde o momento de retirada do alimento do talher até a passagem desse alimento pela faringe. • Impacto epidemiológico: Neonatos prematuros (por isso eles ganham uma sonda nasoenteral para alimentação) e idosos; ® Identificar as doenças sistêmicas e metabólicas; ® Localizar a lesão neurológica; ® Detectar aspiração, desnutrição e sepse pulmonar: o Grupo de risco: doenças neurológicas, alterações mecânico-estruturais, ventilação mecânica prolongada, intubações ou extubações traumáticas, traqueostomias. • Avaliação inicial: o Estrutural: dentição, higiene oral, próteses dentárias; o Funcional (consistência): National Dysphagia Diet (líquido, néctar, mel, pudim). • Exames complementares: o Vídeo deglutograma ou videofluoroscopia de deglutição: método radiológico não invasivo, registro em tempo real da dinâmica da deglutição das fases oral e faríngea. Tem baixa radiação; ® Identifica escapes para rinofaringe, eficiência do mecanismo de proteção das vias aéreas e a ejeção do bolo alimentar; o Estudo endoscópico funcional ou da deglutição: introdução nasal, avalia a dinâmica da abertura e fechamento da TFE, capacidade reflexa da via aérea, fase faríngea apenas. Quadro de etiologia da Disfagia Orofaríngea: Disfagia Esofágica: • Apresentação clínica: o Súbita – impactação por corpo estranho, E. eosinofílica (que ocorre devido a formação daqueles anéis no esôfago); o Progressiva com perda de peso – neoplasia; o Disfagia exclusiva para sólidos de longa duração – estenoses benignas, principalmente a séptica; o Disfagia intermitente para sólidos e líquidos + dor torácica – espasmo esofagiano benigno; o Disfagia para sólidos e líquidos de longa duração com estado geral bom – Acalasia. Quadro de etiologia da Disfagia Orofaríngea: • Disfagia esofagiana funcional: distúrbios de motilidade o Etiologia desconhecida; o Fisiopatologia é controversa; o Exemplos: ® Acalasia; ® Espasmo esofagiano difuso; ® Esôfago em quebra nozes; ® Esfíncter inferior hipertenso; ® Distúrbio motor inespecífico (MEI).Observação: A disfagia esofágica funcional tem etiologia desconhecida com exceção da Acalasia, que é conhecida como “Distúrbio de Motilidade verdadeiro” porque é possível definir a fisiopatologia desse distúrbio. o Esses distúrbios ocorrem quando há alguma alteração nos Plexos da camada circular (Plexo de Auerbach) e da camada submucosa (Plexo de Meissner). • Sintomatologia das anormalidades motoras do esôfago: • Exames complementares para o diagnóstico: o Esofagomanometria: Padrão de referência (critérios específicos para cada distúrbio: tônus e relaxamento do EIE) – Chicago 2010; o Endoscopia (EDA): afasta lesões orgânicas e funcionais; o Estudo radiológico do esôfago-estômago e duodeno (EREED) ou esofagografia: baixa sensibilidade. o EED: Espasmo esofagiano difuso: aspecto em terço de rosário ou espiral, não afeta a transição esôfago- gástrica; o Acalasia: dilatação a montante, nível hidro aéreo, aspecto “bico de pássaro”; o Esôfago em Quebra Nozes (EQN): achados inespecíficos, ondas peristálticas terciárias podiscinesia esofágica. Acalasia: É fator de risco para neoplasia de esôfago (10-50x); Acalasia é o único distúrbio motor universalmente aceito como verdadeiro (fisiopatologia conhecida); A = não Calasia = relaxamento Doença idiopática, secundária à perda seletiva da função dos neurônios inibitórios dos plexos mioentéricos; • Fatores desencadeantes: o Infeccioso ou ambiental (nutricional, toxinas): Infiltrado inflamatório de linfócitos T ao redor de neurônios do plexo mioentérico; o Resposta autoimune (HLA DQw1): destruição do plexo mioentérico em corpo distal e EEI. • Quadro clínico: o Fases iniciais: ® Dor torácica espontânea que alivia com líquidos (dura meses, anos após); ® Disfagia (70-90%): sólidos e líquidos com quadro geral bom, regurgitações semelhantes a clara de ovo e também de restos alimentares (70%); o Quadro avançado: Microaspirações crônicas eAnomalias pulmonares. • Diagnóstico diferencial: o DRGE; o Pseudocalasia (5% dos pacientes com suspeita de acalasia) que ocorre devido à obstrução neoplásica submucosa; o Operações na junção esôfago-gástrica; o A acalasia pode ocorrer também devido à doença de Chagas, que é caracterizada pela degeneração dos plexos mioentéricos pela ação do Trypanossoma Cruzi. • Distúrbio de motilidade funcional – causa secundária: Doença de Chagas ® 65 milhões de pessoas em 21 países endêmicos das Américas; ® 1950: 1ª campanha de profilaxia da doença de chagas; ® Brasil (2007): Região Norte > Região Nordeste; ® Protozoário flagelado Trypanossoma Cruzi (forma amastigota dentro das células); o Transmissão: ® Oral: acidental (mais frequente) – vetor infectado macerado nos alimentos como caldo de cana-de-açúcar e açaí; ® Vetorial: através das fezes do vetor; ® Vertical; ® Transfusão sanguínea/tecidos. o Classificação de Rezende para os graus de dilatação esofágica: ® Grau I: esôfago hipotônico e presença de bolha gástrica; ® Grau II: esôfago dilatado moderadamente e apresentando ondas terciárias frequentes; ® Grau III: esôfago dilatado e apresentando aspecto de “bico de pássaro” da cárdia. Apresenta ondas terciárias, mas pouco frequentes; • Tratamento: o Acompanhamento nutricional + orientação da consistência alimentar + relaxantes musculares (para reduzir o tônus do EIE): ® Nitratos, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da fosfodiesterase (sildenafi), antidepressivos; o Acalasia: ® Toxina botulínica – FPP: Acalasia vigorosa / > 50 anos / boa resposta inicial; ® Dilatação pneumática – FPP: idade mais velha, redução do tônus basal > 50% após dilatação; ® Cirurgia: Miotomia de Heller. Os indivíduos com quadro clínico suspeito de acalásia devem passar por completa investigação diagnóstica, uma vez que os sintomas por si só não são suficientes para diferenciar esta de outras doenças do esôfago. Além disto, investigação detalhada e sistemática permite não apenas diagnóstico correto e rápido mas também contribui para melhor escolha do tratamento e prognóstico destes pacientes. 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução • Conceito: É uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com um dano tecidual real ou potencial. Para que isso aconteça, faz-se necessário alguns componentes, como a percepção do tecido lesado (sensitivo) e interpretação de tal dano (cognitivo). A dor pode surgir pela: Parede abdominal (fibras rápidas), peritônio parietal (condução lenta) e pelas vísceras (condução lenta). O que diferencia essas dores é a fibra aferente que conduz essa dor. Dúvida — De onde vem a dor abdominal? 1- O nível um representa os neurônios aferentes. Os neurônios aferentes viscerais são fibras de condução lenta, que irá até o corno anterior da medula. A característica da dor é insidiosa e não localizada. 2- O nível dois representa os neurônios que cruzam até o lado contralateral da medula e sobe até o tálamo (recebe os neurônios dois e leva os neurônios três para o córtex – onde faz a interpretação da dor) e substancia reticular. 3- O nível três representam neurônios que levam até o córtex e sistema límbico. • Tipos: o Visceral: Decorrente de um estímulo mecânico (por uma distensão) ou químico. Essa dor tem característica de ser insidiosa, não localizada (Epigástrico, mesogástrio e hipogástrio), acompanha de sudorese, palidez, náuseas e vômitos. Pode ser causada por: obstrução intestinal, biliar e uretral. O processo dessa dor é encaminhado pelos neurônios aferentes de fibras de condução lenta. o Parietal: Decorrente quando existe o comprometimento do peritônio parietal. Essa dor tem característica de ser aguda, intensa, localizada (condução mais rápida), piora com a tosse, movimentos bruscos e palpação. Pode ser causada por uma apendicite aguda e diverticulite aguda. o Referida: Acontece no ponto diferente do local do órgão doente: IAM (refere for na região do epigástrico e hipocôndrio direito), gravidez ectópica (dor na região da escápula; os neurônios aferentes entram na mesma altura do corno anterior da medula, então tanto o aferente que trás a informação da sensibilidade da escápula, quanto o aferente da tuba uterina entram na mesma altura e ocorre uma “confusão” na orientação da dor no tálamo.) e dor diafragmática. • Raciocínio diagnóstico; A associação entre a localização da dor e a doença é tão variável que aproximadamente 1/3 dos pacientes submetidos à intervenção cirúrgica se apresentam com um padrão que os médicos retrospectivamente consideram atípico. ! Pancreatite: pode acometer a região umbilical, epigástrico, hipocôndrio direito e esquerdo. o Mecanismo da doença: ® Qualquer dor abdominal aguda acontecerá por: obstrução de víscera oca; distinção de superfície visceral; inflamação de víscera; irritação do peritônio parietal; distúrbios vasculares; distúrbios da parede abdominal. Observação: Lembre-se que, nem toda patologia vai está relacionada necessariamente com a posição do quadrante (exemplo pancreatite). • Decálogo da dor: Gastroenterologia Gastroenterologia Dor Abdominal É importante caracterizar a dor para que possamos fazer o diagnóstico adequado. Além disso, é importante perguntar ao paciente se teve cirurgias abdominais prévias, pois o quadro de sub-oclusão intestinal pode se apresentar com quadros atípicos. o Sinais de alerta: Dor intensa, sinais de choque (taquicardia, hipotensão, diaforese e confusão mental), sinais de peritonite e distensão abdominal. • Interpretação de dor abdominal: ® Obstrução intestinal: distensão, presença de cicatrizes, timpanismo à percussão e peristaltismo hiperativo ou borborigmos com oscilações. ® Colecistite e Apendicite (QID): dor intensa, abdome silencioso, paciente deitadoo mais imóvel. ® Aneurisma da aorta abdominal roto: dor na região dorsal com choque hipovolêmico. ® Gestação ectópica rompida: choque hipovolêmico mais sangramento vaginal em uma mulher grávida. ® Pancreatite hemorrágica: Equimoses dos ângulos costovertebrais (sinal de Grey Turner) ou ao redor do umbigo (sinal de Cullen). ® Gastroenterite: Dor leve a moderada na presença de peristaltismo ativo normal. ® Mecanismo obstrutivo (cólica renal ou biliar): Paciente que está se contorcendo tentando encontrar uma posição mais confortável. ® Obstrução causada por adesões: Cirurgia abdominal prévia. • Etiologia: Doenças Agudas • Apendicite Aguda: o Fisiopatogenia: Acontece por uma obstrução da luz por fecalitos, tumores carcinoides, adenoCa, parasitas ou hiperplasias linfoides secundárias a infecção. 1- Obstrução. 2- Aumento da pressão dentro da víscera oca, o que causa estase de fluxo linfático e de pequenas veias. ! Relembrando: a camada muscular dos vasos linfáticos e da microcirculação é mais frágil do que a camada vascular de uma artéria. Assim, qualquer aumento de pressão acaba comprometendo o fluxo linfático e circulação de veias, podendo evoluir para trombose, isquemia, necrose e perfuração. o Quadro Clínico: Início com uma dor incendiosa abdominal difusa periumbilical ou epigástrio e anorexia. Após 24- 36 horas, há o quadro de dor na FID associada ao sinal de psoas. ! Além disso, em crianças terá descompressão brusca no ponto de McBurney (é um achado importante para fechar o diagnóstico). Crianças e idosos podem apresentar dor atípica. ! A dor em plastrão ocorre quando tem-se uma dor abdominal prolongada. o Sinais: ® Sinal de Rovsing: dor na FID quando comprimir o abdômen do lado esquerdo; sensibilidade rebote. ® Sinal de Psoas: dor na FID quando faz-se a flexão do quadril direito; apendicite retrocecal. ® Sinal do obturador: Apendicite pélvica. o Diagnóstico diferencial: A dor possui duas características nessa patologia, parietal e visceral (inicialmente). E por conta disso, é essencial fazer seu diagnóstico diferencial. ® É importante, que os pacientes com a suspeita de apendicite aguda realizem exames como: hemograma, PCR, beta HCG, urina tipo 1. ® O grande diagnóstico diferencial de apendicite aguda é a infecção do trato urinário e gestação. ® O diagnóstico padrão de referência é por imagem de tomografia com contraste venoso. Os exames de Raio-X e USG não possuem muita importância, pois possuem algumas situações de limitações. o Tratamento: É tratado cirurgicamente. Porém, utiliza-se também antibióticos (aeróbios e anaeróbios). • Colecistite Aguda: o Fisiopatogenia: Ocorre a obstrução da luz do infundíbulo ou ducto cístico, tendo aumento da pressão intraluminal, fortes cólicas, estase de fluxo linfático, oclusão de pequenas veias, trombose, isquemia de parede, necrose e perfuração. o Causas: ® Litíase (90%). ® Neoplasia (4%). ® Alitiásica: a colecistite é desenvolvida sem achados cálculos e neoplasias. As causas mais comuns são: nutrição parenteal prolongada, pós operatório de grandes cirurgias, politrauma (com muitos hematomas e reabsorção de hemácias e bilirrubina), pós colocação de próteses biliares e SIDA (pacientes imunossuprimidos). De uma forma geral, a causa alitiásica deve-se há uma má perfusão tecidual, comprometendo a microcirculação. o Clínica: ® Dor epigástrica em cólica contínua no HCD, escápula, náuseas, vômitos reflexos. Com evolução de dor localizada em HCD que piora com inspiração. ® Icterícia – 20%. Não é um sintoma comum, apresenta-se quando se tem uma inflamação e desaparece após 24 horas. ® Sinal de Murphy: quando se é presente, é um sinal patognomônico de colecistite aguda. o Diagnóstico: ® Exame abdominal (Murphy positivo ou dor abdominal HCD ou plastrão no HCD) + sinal sistêmico de inflamação (leucocitose ou aumento de PCR) + exame de imagem (USG abdômen, sugerindo inflamação). Observe a imagem: Nessa imagem, é possível observar uma vesícula normal e outra com colecistite aguda (com a presença de lama biliar preenchendo parcalmente a vesícula – cor acinzentada; e com sua parede de forma trilaminar – controno branco -> preto -> branco, é um edema de parede). ® TC de abdome e RM de abdômen: obesos, abscessos associados, alitiásica. ® Cintilografia de veias biliares: em causas atiliásicas; é um exame com contraste venoso que simula a produção da bile. Se caso acontecer o preenchimento da vesícula adequada pode ser de cauda alitiásica. ® Laboratório: é pouco específico; Leucocitose, aumento de PCR, aumento de BD, aumento de amilase e aumento de FAL. o Tratamento: ® Cirúrgico: Colecistectomia principalmente na fase aguda (precoce) + Antibióticos (gram negativos). • Pancreatite Aguda: Possui um amplo espectro de apresentação clínica. É a pancreática mais comum em adultos e crianças. Ademais, sua morbi mortalidade de padrão bimodal é automilimatada de 7 dias e em até 30% de mortalidade em casos graves. o Fatores de risco: sexo masculino, baixo nível socioeconômico e idade avançada. o Fisiopatogenia: ! Relembrando: o Pâncreas é um órgão exócrino e endócrino. Nessa patologia, refere-se a parte exócrina. 1- O que acontece é que na parte exócrina, haverá uma ativação prematura do tripsinogênio no interior das células pancreáticas. 2- Assim, haverá a ativação de zigmogênios e da fosfolipase A2 (que são enzimas responsáveis pelo processo de digestão – proteolíticas). 3- Dessa forma, promovendo uma autodigestão do pâncreas e de órgãos adjacentes. 4- Causando assim uma inflamação local ou sistêmica. ® Podendo ocorrer gravidades como: alterações microcirculatórias, vasoconstricção, estase capilar, shunts arteriovenosos, aumento da permeabilidade e isquemia. Assim, podendo causar extravasamento de água plasmática para o 3º espaço – chance de infecção. ® Fase tardia: tem-se infecções secundárias do tecido pancreático e peripancreático. o Diagnóstico: ® A dor abdominal (epigástrica ou no andar superior do abdômen) irradia para o dorso ou flancos, é contínua, mal definida, possui alívio na posição genupeitoral, é associada há náuseas/vômitos. Em casos graves: apresenta taxemia, respiração superficial, distensão abdominal, instabilidade hemodinâmica e íleo paralítico. Icterícia não é comum. ® Critérios diagnósticos: Paciente terá que possuir dois ou mais dos seguintes sintomas: dor abdominal + amilase e/ou lipase maior ou igual 3 vezes o limite superior da normalidade + achados de TC compatíveis. o Etiologia: o Classificação: ® A classificação é feita por dois critérios: 1- Ranson: há critérios na admissão do paciente e após de 48h iniciais. E com isso, faz-se a contagem dos itens para ver a pontuação final do paciente e sua chance de mortalidade. 0 a 2: <1% 3 a 4: 15% 5 a 6: 40% Mais de 6: 100% 2- Atlanta: Critérios que vão analisar se é leve, moderada ou grave. Além de seu prognóstico. ® Outro critério é o de prognóstico: APACHE II: É mais trabalhoso, pode ser calculado várias vezes ao longo do dia. É o somatório da avaliação de 4 sistemas que o compõe, dando o resultado final: 0 pontos: sem condições crônicas. 2 pontos: com história de condições crônicas, se o doente for admitido após cirurgia eletiva. 5 pontos: com história de condições crônicas, se o doente for admitido por cirurgia de urgência ou por outro motivo. Observe a tabela: o Tratamento: ® Medidas gerais mais analgesia. ® Reposição volêmica (sequestro de liquido no 3º espaço). ® Antibióticos em casos graves com necrose infectada (bolas no retroperitônio, persistênciade dor abdominal, dificuldade de realimentar via oral e disfunção orgânica persistente). ® Nutrição: jejum oral. Quando estável, pode-se colocar uma sonda nasojejunal, para não estimular o pâncreas. E dieta parenteral se o paciente está grave. Realimentar se caso houver melhora da dor e redução de amilase/lipase. • Diverticulite: Considerada apendicite aguda do lado esquerdo”. É uma doença diverticular com sinais e sintomas que refletem inflamação diverticular. Localizada no cólon sigmoide em mais de 90% dos casos. o Clínica: dor abdominal em QIE, febre, náuseas e vômitos. o Diagnóstico: TC de abdômen. o Tratamento: ® Ambulatorial: Hinchey I – dieta + antibióticos: o tratamento pode ser em casa. ® Internado: falha terapêutica, imunossupressos e múltiplas comorbidades. o Complicações: 1- Obstrução: tratamento clínico – cirúrgico. 2- Perfuração: Maiores dimensões; tratamento clínico – cirúrgico. 3- Hemorragia: mais frequente no colon direito; inversão do divertículo que traciona vasos ou fecalitos; tratamento com colonoscopia (só é contraindicada quando suspeita de obstrução). Doenças Crônicas • Dispepsia Funcional: o Conceito: é um grupo heterogêneo de sintomas recorrentes e crônicos localizados na parte superior do abdome. o Classificação: ® Funcional (desordem do eixo cérebro-intestinal): queixas iniciadas nos últimos 6 meses e mais frequentes nos últimos 3 meses. Ausência de lesões estruturais (EDA normal) que possam justificar o quadro clínico. Ainda, possui uma subdivisão em: 1- Síndrome da distensão pós-prandial (plenitude pós-prandial; saciedade precoce em 3x na semana). 2- Síndrome da dor epigástrica (dor e ardor epigástrico de forma intermitente). ® Orgânica: Possui um diagnóstico diferencial amplo de patologias orgânicas. Arsenal de patologias. Segundo o critério de roma IV 1- Um ou mais sintomas (plenitude pós-prandial; saciedade precoce; dor abdominal; ardor epigástrica; distensão abdominal. 2- Não há evidencias de patologias estruturais (endoscopia normal; ausência de infecção por H. pylori; ausência de patologia orgânica sistemática ou metabólica). 3- Sintomas ativos durantes os últimos 3 meses. o Fisiopatologia da dispepsia funcional: ® Multifatorial e controversa. ® Gatilhos das crises: os pacientes que possuem essa patologia, entraram em contato com alimentos que estimula a produção de ácido clorídrico (lipídios, polissacarídeos e fermentáveis). FODMAP: é um acrônimo para um conjunto de carboidratos osmóticos que podem ser de difícil digestão para algumas pessoas: Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols. 1- Gastroenterite infecciosa: O paciente teve um quadro dessa patologia por vírus, desencadeando uma dispepsia funcional. 2- Eosinofilia gastro-duodenal. ® Sempre haverá um cenário psicossocial nesse paciente: ansiedade, depressão ou surto psicológico associada a uma sensibilidade visceral exacerbada. ® Independente de qual tenha sido o gatilho, acontece uma alteração da microbiota gerando uma micro inflamação de mucosa. Essa micro inflamação será percebida pelo cérebro, por uma percepção exacerbada e a resposta efetora será a diminuição de fatores inibitórios. Dúvida: — E o que causa esses fatores inibitórios? Diminuição da motilidade antral e relaxamento do fundo. Observação: O que ficou estabelecido no critério de roma, é que quando o médico for diagnosticar um paciente com dispepsia funcional (descartando patologias orgânicas) e tiver como um único achado a presença de infecção por H. pylori, é necessário o tratamento dessa infecção (apesar de não possuir úlceras e nem gastrite). o Diagnóstico: 1- Sintomas de alarme (afastar doenças orgânicas): Início >50 anos, emagrecimento, anemia ferropriva, vômitos recorrentes, disfagia progressiva, sangramento, tumoração abdominal palpável, HF neo gástrica, úlcera péptica anterior e icterícia. Esses sinais, precisam estar negados na anamnese quando tem-se um paciente com suspeita de dispepsia funcional. 2- Exclusão de AINEs eS: redução de ácido. 3- Se sintomas de DRGE típicos: fechar esse diagnóstico provisório e iniciar tratamento empírico, de houver persistência de sintomas, DRGE improvável. Observação: Pois, às vezes não consegue fechar o diagnóstico de dispepsia funcional em uma primeira consulta. Então, se o paciente tiver sintomas dispépticos e com suspeita de DRGE, ao paciente voltar sem melhora nenhuma, se duvida de novo de dispepsia funcional. 4- Afastar Estrongiloidiase e Giasdíase. 5- Afastar doença celíaca e intolerância a lactose. 6- EDA durante período sintomático e sem uso de terapia anti-secretora: Os pacientes não devem estar em uso de IBP e antiácidos para fazer a EDA. 7- US de abdome e exames laboratoriais. 8- Abordagem ampla e global: avaliar se o paciente precisa de psicoterapia. Roma IV, novos diagnósticos: ® Síndrome da hiperemese Canabinoide: pacientes que fazem o uso exarcebado de cannabis e acabam desenvolvendo náuseas e vômitos que confundem o quadro clínico com DRGE. ® Constipação induzida por opióide; ® Síndrome Narcótica intestinal; ® Esôfago hipersensível; o Tratamento: ® Recomendação de hábitos dietéticos (exclusão de FODMAPs) e atividade física. ® ARSENAL: faz-se o uso de procinéticos, anti secretores, psicotrópicos e psicoterapia. Observe a imagem: Se o paciente tiver uma dispepsia do tipo dor epigástrica: Inicia-se o inibidor de bomba de próton; se não houver sucesso, vai para os procinéticos e depois segue a sequência da imagem acima. Se o paciente tiver uma dispepsia do tipo desconforto pós- prandial: Inicia-se com procinéticos; se não houver sucesso, vai para os inibidores de bomba de próton e depois segue a sequência. • Síndrome do intestinal irritável: o Conceito: É uma doença do eixo cérebro-intestino; possui prevalência maior em mulheres e < 45 anos. o Fisiopatologia: É uma doença que possui muitos fatores; não há cura. ® Polimorfismo genético: justificando a síndrome do intestino irritável. Isso é uma variação na sequência do DNA; essa variação é às vezes troca de apenas um nucleotídeo, que dá origem a uma nova proteína/enzima que não a efeito adequado. ® Haverá o aumento da permeabilidade intestinal, má absorção de ácidos, alteração do metabolismo (leva a produção de serotonina – bactérias intestinais produzem serotonina, o que faz ter um efeito local e sistêmico), alteração da função neuromuscular do trato intestinal, alteração do microbioma (os pacientes com síndrome do intestino irritável se beneficiam de um “transporte fecal” de pacientes eubióticos), alteração imune (ex: mudanças na IgA – é uma imonoglobulina responsável pela proteção do trato-gastrointestinal), uso de antibióticos <2 anos, consumo de gordura, baixa ingestão de fibras, baixa atividade física e estresse. É um conjunto de achados que justificam a patologia. ® Sequência de fatos: Infecções ou os alimentos FODMAP: 1- causam aumento da permeabilidade intestinal que leva 2- A alterações nas junções intracelulares, permitindo 3- A absorção do material nocivo, pois se as junções estão “frouxas” o material nocivo passa entre as junções ocasionando 4- processo de inflamação local e influxo de células inflamatórias, o que altera 5- a função neuromuscular do trato intestinal. o Diagnóstico:É através dos critérios de ROMA IV. o Tratamento: 1- Exclusão dos FODMAPS: Primeiro retirando os monossacarídeos por 3 dias; se não houver melhora, retirar os mono e os dissacarídeos pelos próximos 3 dias; se persistência, adicionar a restrição dos oligossacarídeos por mais 3 dias (se houver melhora, entende-se que o agente causador do paciente está nos oligo). ® Mantém o paciente com as restrições por 30 dias (não esquecer de fazer a suplementação de probióticos e fibras solúveis prebióticasnão fermentáveis). ® Após, faz os testes para a reintrodução (sempre feita do último para o primeiro – oli, di e mono). ® Fase de personalização da alimentação. Houve várias criticas quando essa proposta surgiu há 10 anos atrás, pois, ao retirar certos alimentos do dia a dia, iria alterar de qualquer jeito a microflora. Para da certo a restrição foi feito as seguintes fases citadas acima. 2- Redução das fibras insolúveis (não fermentáveis, para melhorar a consistência do bolo fecal) e aumento das solúveis (fermentáveis – produzem ácidos graxos de cadeia curta importantes para permanecer o trofismo das células intestinais). 3- Bifidobacterium spp. e Lactobacillus plantarum. 4- Drogas antiespasmódicas – hioscina/buscopan, pinavério e otilônio; Oleo de hortelã-pimenta. 5- Antidepressivos tricíclicos. 6- Lubiprostona. • Gastrite crônica: É uma condição pré cancerosa quando associada a atrofia avançada, metaplasia e alterações epiteliais displásicas. o Fatores causais: ® H. pylori: é a mais comum; é uma bactéria gram negativa, espiralada e que coloniza apenas o estômago; ® auto imunidade; ® irritação química (bile e AINE); ® irradiação, drogas, vasculites, glúten, crohn e sarcoidose. o Quadro clínico: Assintomático ou desconforto abdominal, dor abdominal, plenitude pós prandial, náuseas, vômitos relacionados com ingestão de certos alimentos, álcool e estresse. o Fatores de gravidade: virulência da bactéria H. pylori, suscetibilidade genética, resposta imune e fatores ambientais. o Doenças associadas: câncer gástrico, doença ulcerosa péptica, pólipos, tumores carcinoides e anemia perniciosa. o Carcinogenese: Quando a gastrite se torna crônica. Cascata de Pelayo correa: Existe dois tipos de pacientes: os que produzem alta ou baixa produção de ácido que ao longo do tempo irá estimular a metaplasia gástrica (transformação da célula epitelial intestinal em célula gástrica). ® Alta produção de ácido: leva uma carga aumentada de ácido para o duodeno e estimula a colonização da mucosa – desenvolvendo úlcera duodenal. ® Baixa produção de ácido: Quando esse paciente entra em contato com a bactéria H. pylori, desenvolve atrofia e maior probabilidade de ter úlcera gástrica: 1- O paciente com inflamação crônica quando entra em contato com a bactéria, desenvolve gastrite atrófica (perda da glândula), diminuindo a produção de ácido e pepsinogênio, o que favorece a proliferação de bactérias. 2- Formação de compostos nitrosos: compostos carcinogênicos. o Diagnóstico: Essencialmente histopatológico – evidência processo inflamatório. • Doença ulcerosa péptica: o Conceito: são soluções de continuidade da mucosa gastro-intestinal secundárias ao efeito corrosivo do HCL e da pepsina, atingindo a submucosa e muscular. Sem H. pylori não há úlcera. Erosão duodenal 5x > Úlcera gástrica o Complicações: sangramentos e perfurações são mais comuns na pequena curvatura e parede anterior do bulbo. o Etiologia: o Fisiopatologia: ® Afecção de origem multifatorial. É o desequilíbrio entre os mecanismos de defesa e agressão. ® Se há fenótipo secretor de ácido + infecção por H. pylori: 1- Alta secreção -> gastrite crônica de antro -> úlcera duodenal. 2- Baixa secreção -> gastrite crônica de corpo -> úlcera gástrica. 3- Normo secreção: gastrite crônica. Sem úlcera. o Diagnóstico: ® O sintoma básico referido pelo doente ulceroso é dor localizada no epigástrio, com característica de queimação. ® EDA: ® Diagnóstico de H. pylori: 1- Invasivos (EDA): histologia – natureza benigna e maligna, cultura, uréase. 2- Não invasivos: teste sorológico, teste respiratório, pesquisa de antígeno fecal. o Quadro clínico: o Tratamento: ® Se o paciente tem doença ulcerosa péptica sem H. pylori, trata-se a úlcera através do bloqueio de antiácidos. ® Se o paciente tiver positivo para H. pylori, trata-se a bactéria através de: AMOXILINA 1G, CLARITROMICINA 500 MG E IBP 20 MG. Todos em 12/12h por 14 dias de tratamento. E a úlcera que já vem como uma complicação, pode-se usar o plasma de argônio (irradiação de luz), tratamento através de esclerose e hemoclip. • Pancreatite crônica: o Conceito: É a substituição do parênquima pancreático normal por áreas de fibrose e pelo surgimento de estenoses e irregularidades dos ductos pancreáticos. É progressiva; quanto mais precoce intervir, melhor prognóstico do paciente. É uma mutação dos genes: FSTR, SPINK 1 e PRSS1. Doença da função exócrina (tem que ser diagnosticado antes de evoluir para uma pancreatite crônica). o Fatores de risco: álcool (apenas 5% desenvolvem PC), tabagismo e desnutrição protéica. ! Quantidade de álcool que pode consumir: Mulheres – 80ml de etanol puro diário >5 anos. Homens – 100 ml de etanol puro diário por >5 anos. o Classificação: Marselha-Roma 1988: mais utilizada 1- Calcificantes: patologias que levam ao longo do tempo calcificações no pâncreas – alcoolismo crônico e hereditária (mutação de genes). 2- Obstrutivas: obstrução benigna do ducto pancreático; estenose pós-pancreatite aguda; estenose traumática; estenose de esfíncter de Oddi; disfunção do esfíncter de Oddi; pâncreas divisum; obstrução periampular; obstrução maligna de ducto pancreático, adenocarcinoma de pâncreas, papila e duoedeno. 3- Hipercalcemia: idiopática. 4- Inflamatória: autoimune ou idiopática senil. o Quadro clínico: ! É necessário evitar que o paciente evoluía para outros quadros clíncos. Ex: Interver com suplementação de enzimas, para não se tornar diabético. Além de, melhorar a dor abdominal. ! dor é o sintoma mais precoce e mais encontrado. Ela se localiza na região epigástrica, podendo irradiar- se para as laterais e para as costas. É uma dor crônica, de caráter intermitente, por vezes contínua, e francamente piorada com a ingestão de alimentos e álcool, sendo frequentemente acompanhada de náuseas e vômitos. Apenas uma parte dos pacientes terão a chamada “dor em faixa”, classicamente associada à pancreatite crônica. o Diagnóstico: ® Laboratório: 1- Amilase e lipase normais, mas podem estar pouco elevadas. 2- Alteração na bilirrubina e fosfatase alcalina: causada por obstrução ductal? 3- Autoimune: marcadores de: ANCA, Fator reumatoide e anticorpo de músculo liso. ® Imagem: calcificação em 30% dos pacientes. 1- TC/ US / RM: identificam a calcificação, dilatação ductal, coleção de fluidos e alterações do parênquima. 2- Ecoendoscopia: pacientes com suspeita de pancreatite crônica e com insuficiência exócrina leve a moderada, é um exame mais apropriado que fornece informações (textura, cistos, dilatações e permite punções para a biópsia) quando a doença ainda está mais precoce. ® CPRE: reservada ao pré-operatório. Para pacientes com doenças obstrutivas. 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução • Quadro Clínico: o 300.000 internações nos EUA (extremamente alto); o Índice de mortalidade: 5% ® Comorbidades e idosos; o Manifestações clínicas variáveis: história clínica + exame físico com toque retal. Observação: O exame de toque retal é importante porque ele vai trazer a informação do “dedo sujo / dedo limpo”. O dedo sujo vai evidenciar um sangramento digestivo baixo enquanto o dedo limpo vai falar sobre uma hemorragia digestiva alta. • Anatomia do ângulo de Treitz: o O ângulo de Treitz é formado pela flexura duodeno jejunal, feita pelo ligamento de peritônio chamado ligamento suspensório de Treitz; o Sangramentos digestivos acima do ângulo de Treitz são causa de hemorragia digestiva alta, enquanto os sangramentos abaixo do ângulo são causa das hemorragias digestivas baixas. o A Hemorragia digestiva alta é chamada de Hematêmese Melena e a Hemorragiadigestiva baixa de Enterorragia ou Hematoquezia; Observação: há exceções! Por exemplo, quando um paciente tem trânsito intestinal acelerado e apresenta sangramento digestivo alto, mas a apresentação clínica é na forma de enterorragia é exceção, pois isso acontece apenas na minoria dos pacientes. O contrário também acontece, quando um paciente tem trânsito intestinal lento ou que tenha alguma obstrução para esse trânsito, ele pode ter algum sangramento na região do cólon e esse sangramento se apresentar não na forma de enterorragia mas na forma de melena (com sangramento de cor escura). Classificação: • Hemorragia Digestiva Alta (HDA): o Varicosa; o Não varicosa. o Localização: esôfago, estômago e duodeno. • Hemorragia Digestiva Baixa (HDB): o Aguda: hematoquezia (< 3 dias) ou enterorragia; o Crônica: PSOF positivo; o Localização: cólon, reto e ânus. • Hemorragia Digestiva Média (HDM): o Após o surgimento de um exame chamado “enteroscopia” foi possível uma nova classificação da hemorragia digestiva, surgindo também a Hemorragia Digestiva Média. A enteroscopia é um exame, uma espécie de endoscopia do intestino delgado; o Localização: entre a papila do duodenal e a válvula íleo cecal. • Quadro Clínico: o História clínica e diagnósticos mais prováveis: ® Uso de AINH ou warfarina (anticoagulante): úlcera gastroduodenal; ® Enxerto aortofemural ou aneurisma: fístula aortoentérica, íleoentérica...; ® Hepatopatia crônica: varizes esofagogástricas; ® Polipectomia prévia: HDB; ® Púrpuras e petéquias: vasculites, leucemia e plaquetopenias; ® Ausência de dor abdominal: angiodisplasias; ® SIDA: KAPOSI, CMV, herpes, fungos e micoabacterioses; ® Vômitos ou soluços intensos: Síndrome de Mallory Weiss. Hemorragia Digestiva Alta • Etiologia: o Incidência: 50-100 por 100.000hab/ano; o Mortalidade: 13,2% ® Maior número de casos em idosos e pessoas com comorbidades. o Autolimitada em 80% das vezes; o Não varicosa (85%): ® Doença ulcerosa péptica (55%); ® Má formação arteriovenosa (6%); ® Mallory-Weiss (5%); ® Tumores (4%); ® Erosões (4%); ® Outras (11%); Gastroenterologia Gastroenterologia Hemorragia Digestiva o Varicosa (15%): ® Varizes de esôfago; ® Varizes gástricas; ® Varizes duodenais. o Etiologia: causas raras. Septicemia; Leucemia; Uremia; Púrpura; Hemofilia; Terapia Anticoagulante; CA de pâncreas; Corpo estranho; Queimaduras extensas; Lesões neurológicas; 8% causa desconhecida. • Atendimento inicial: o Medidas específicas: ® Reanimação cardio-circulatória; ® Estratificação à emergência médica. ® “O famoso ABC”: 1- Proteção de vias aéreas graves: prevenção de broncoaspiração (idosos, instabilidade hemodinâmica, Hb < 10, DAC); 2- Acesso a v. periférica e/ou v. profunda (choque): solução salina imediatamente e hemoconcentrados; 3- Monitoração dos sinais vitais; 4- Coleta de exames laboratoriais; 5- Coleta de história clínica e exame físico. o Hemorragia autolimitada: 80% das vezes à EDA dentro de 24h; o Hemorragia persistente: 20% das vezes à EDA de urgência, em até 12h. • Critérios de Alto risco: o Idade acima de 60 anos; o Uso de AINEs, antiagregantes e anticoagulantes; o Comorbidades (cardíaca, hepática e renal); o Creatinina > 1,7mg/dl; o Hospitalizações; o Hematêmese ou enterorragia de vulto; o Melena persistente; o Hipotensão ortostática; ✓ Hemotransfusões: Meta: HB > 7mg/dl Se DAC: HB > 9mg/dl ✓ PAS < 100mmHg FC > 100bpm Ressangramento HTx > 4UI nas 24h e > 8UI após ressangramento. • Varizes esofágicas e gástricas: o Hipertensão Portal: ® Esquistossomose; ® Trombose venosa esplênica e venosa porta; ® Cirrose; ® Sind Budd Chiari; ® Trombose da veia cava inferior. • Suspeita de HDA Varicosa: Observação: Terlipressina, octreotide e somatostatina são vasoconstrictores esplâncnicos que diminuem o volume de sangue que está indo para o trato digestivo. Podem ajudar o paciente durante alguns dias e podem ser associados à reposição volêmica e antibiótico profilático. o Balão hemostático de Sengstaken Blackmore: Para pacientes graves (medida salvativa temporária). ® Sangramento refratário ou severo por até 24h; ® Hemostasia em 60-90% de HDA por VE; ® Ponte até o tratamento específico; ® Realizar o tratamento definitivo após a desinflação. o Derivação Portossistêmica transjugular intra-hepática – TIPS: ® Descompressão do sistema porta sem cirurgia; ® Procedimento radiológico percutâneo que consiste em estabelecer uma comunicação intra-hepática entre um ramo da veia porta e da veia cava inferior; ® Indicações: tratamentos farmacológicos e endoscopias falharam à ressangramento; 1- Child C < 14 2- Child B com sangramento 3- Ascite refratária • Tratamento clínico da HDA varicosa: o Profilaxia primária: Baveno VI. ® Sem varizes: não há indicação formal de betabloqueadores; ® Varizes de fino calibre: indicação de betabloqueadores não seletivos (BBNS) se houver sinais da cor vermelha ou Child C; ® Varizes de médio ou grosso calibre: betabloqueadores não seletivos ou ligadura elástica das VE; ® Betabloqueadores: pronanolol, nadolol ou carvedilol (todos os três são anti-hipertensivos). o Profilaxia Secundária: Baveno VI. ® Ligadura elástica da VE e betabloqueadores não seletivos; ® Falha na combinação de LE + BBNS à TIPS; Observação: Cirrose descompensada à CI BBNS. Ascite refratária à cautela com BBNS. • Úlcera Gástrica Duodenal: o Grande causa de hemorragia digestiva alta (HDA) não varicosa; o Causas de úlceras peptídicas: ® Causas comuns: 1- Infecção por HP; 2- Uso de AINEs; ® Causas raras: 1- Síndrome de Zollinger- Ellison; 2- Hiperpatireoidismo; 3- Doenças granulomatosas (Doença de Crohn e sarcoidose); 4- Neoplasias (carcinoma, linfoma, leiomioma, leiomiosarcoma); 5- Infecções (tuberculose, sífilis, herpes simples, citomegalovírus); 6- Tecido pancreático ectópico. o UD > UG; o Diagnóstico endoscópico: diferenciar lesões benignas de malignas (formato irregular, fundo do nicho é necrótico, bordos endurecidos); o Baixa incidência; o Complicações: ® Sangramentos (15-20%) e perfurações (5%) são mais comuns na pequena curvatura e parede anterior do bulbo; o A maioria cessa espontaneamente; Observação: Se houver algum tipo de sangramento após a lavagem da úlcera gástrica, faz-se o tratamento endoscópico com hemostasia utilizando: - Álcool absoluto; - Etanolamina; - Polidocanol; - Adrenalina. Analise o esquema a seguir: • Síndrome de Mallory-Weiss: o 5-10% das HDAs; o 80-90% cessa espontaneamente; o definida como uma ou mais lacerações longitudinais agudas da mucosa na região da transição esofagogástrica, lesando plexos venosos e arteriais. o Tratamento: endoscópico – cirurgia; • Lesão Aguda de Mucosa Gastro-duodenal: o 5-25% dos pacientes no CTI; o Profilaxia: método não farmacológico mais eficaz é a nutrição entera; o IBP se torna a droga escolhida; o Fisiopatologia: quebra da barreira da mucosa à concentração crítica de H+ na submucosa à alteração do fluxo sanguíneo à isquemia da mucosa; o Múltiplas lesões hemorrágicas, puntiformes, erosões superficiais. o Uma combinação de drogas também pode ser responsável por essa lesão aguda da mucosa. Por exemplo: anti-inflamatórios + álcool + AAS. Hemorragia Digestiva Média o Introdução: É a hemorragia no intestino delgado (um órgão com extensão de aproximadamente 4-6 metros). Antigamente, era denominado de sangramento gastrointestinal de origem obscura (SGOO). A HDID corresponde a 5% dos sangramentos do TGI e o íleo é a região mais acometida. o Etiologia: ® Angiodisplasias: 20-30% dos casos. ® Tumores de intestino delgado: 1- Adenocarcinomas (35-50%);2- Tumores neuroendócrinos (20%); 3- Linfomas (15%); 4- Sarcomas (13%); ® Tumores estromais (GISTs)– tumores nas células de Cajal. ® Outros: AINES, doença de Crohn, divertículo de Meckel e fístulas aortoentéricas. o Quadro clínico: Choque hipovolêmico – por conta de um sangramento; tratamento hospitalar. Sangramento culto: anemia, ferropenia e sintomas astênicos; o Diagnóstico: 1- EDA e uma colonoscopia; fácil acesso e afastar outras causas de hemorragias. Nas situações de sangramento oculto. 2- Cápsula endoscópica; nas situações de sangramento oculto. 3- Enteroscopia com duplo balão (DBE), balão único (SBE) ou em espiral; é um procedimento endoscópico de difícil acesso. 4- Enterotomografia: doença de Crohn; onde se há complicações. Hemorragia Digestiva Baixa o Conceito: ® A hemorragia digestiva baixa (HDB) era historicamente definida por conter o ponto de sangramento localizado distalmente ao ângulo de Treitz. Com a chegada dos métodos endoscópicos de investigação do intestino delgado, uma nova definição tem sido proposta, caracterizando a HDB como um sangramento que ocorre distal à papila ileocecal. ® O sangramento tende a ser autolimitado e cessa espontaneamente em cerca de 80% dos casos, com mortalidade de 2 a 4% nos principais estudos. ® 95-97% tem origem no cólon; Cólon esquerdo: vermelho rutilante. Cólon direito: sangue escuro ou marrom. o Fatores de risco: ® História familiar de câncer e Síndromes polipoides; ® HDB prévia e Radioterapia pélvica; ® Uso crônico de (AINES, salicilatos e anticoagulantes); ® Coagulopatias, colonoscopia recente e dieta pobre em fibra. o Etiologia: As duas principais etiologias são a doença diverticular e as angiectasias; verificaram como causas de sangramento: doença diverticular (30% - mais comum): cólon direito com menos frequência que o esquerdo. Porém, é onde mais tem sangramento, pois é uma parede mais fina e está associada a angiodisplasia; câncer de cólon e pólipos (18%); colites (17%); sem diagnóstico (16%); angiectasias (7% - principalmente >60 anos); pós-polipectomia (6%); causas anorretais (4%); outras causas (8%). o Classificação: A HDB pode ser classificada em aguda e crônica. A aguda é definida como de início recente (arbitrariamente com menos de três dias de duração) e pode resultar em instabilidade clínica, hematoquezia (colón esquerdo, reto e ânus), anemia e/ou necessidade de hemotransfusão. Na HDB crônica o sangramento acontece por um período mais prolongado, de forma mais lenta ou intermitente e episódios de melena no cólon proximal ou delgado. Pesquisa de sangue oculto em fezes positivo. o Quadro clínico: As principais manifestações clínicas são: 1- a pesquisa de sangue oculto positivo nas fezes (PSOF); 2- episódios de melena ou pequenos sangramentos visíveis pelo reto. 3- Aproximadamente 60% das HDB têm como causa lesões orificiais (hemorroidas e fissuras), seguidas pelo câncer colorretal em 11%, colites, pólipos e doença diverticular. o Abordagem: Irá depender se o paciente será instável ou não. ® Assim como na hemorragia digestiva alta, a principal conduta antes da realização de qualquer método diagnóstico é a reposição volêmica e estabilização do paciente. 1- O manejo dos pacientes com HDB aguda deve iniciar com uma anamnese adequada (verificar uso prévio de anti-inflamatórios, anticoagulantes, antiagregantes plaquetários, polipectomia recente, radioterapia pélvica prévia e outros), exames laboratoriais (índices hematimétricos, coagulograma) e exame clínico completo, incluindo a realização de anuscopia e toque retal, que auxiliam no diagnóstico de afecções anorretais (neoplásicas ou orificiais), além de confirmarem o aspecto do sangramento relatado pelo paciente. ® Colonoscopia: primeiras 24h (após a estabilização e preparo do cólon). É o exame de maior importância. Contraindicado em suspeita ou confirmação de perfuração gastro-intestinal. 2- Sangramento volumoso: EDA antes da colonoscopia, pois o paciente tende a instabilidade hemodinâmica, sendo um exame mais fácil para fazer no paciente. 3- Na crônica: colonoscopia e EDA eletivas. ® PSOF positivas; melena sem repercussão hemodinâmica. o Diagnóstico: 1- Cintilografia com hemácias marcadas: ® Pouco invasivo; são indicadas antes de submeter a arteriografia. Consegue perceber baixos sangramentos 0,1 – 0,5 ml. ® Desvantagem: localização imprecisa do foco de sangramento. Impossibilidade terapêutica. 2- Arteriografia mesentérica: ® Invasiva; possui localização precisa e possibilidade terapêutica; Padrão ouro. Consegue observar sangramentos >0,5 ml. 3- Cápsula endoscópica: ® Não invasivo; indicada quando o sangramento digestivo tem origem indeterminada. ® Desvantagem: não permite biópsias ou terapêutica. • Doença diverticular dos cólons: Divertículos surgem pela herniação da mucosa e submucosa através do defeito na camada muscular da parede intestinal e são mais frequentes no intestino grosso. Causa mais comum em HDB. ® Estima-se que 30% da população acima de 60 anos – e talvez 60% acima de 80 anos – apresentam a doença diverticular do cólon (DDC). ® Os divertículos se desenvolvem em áreas de fraquezas; ® causada pela diminuição do consumo de fibras, que ocasiona diminuição do volume fecal, aumento da pressão intraluminal e tensão da parede colônia. Assim, tendo uma hipertrofia muscular e divertículo de pulsão. ® A apresentação clínica mais frequente é a hematoquezia, sem dor abdominal associada. ® O diagnóstico definitivo é feito em aproximadamente 22% dos pacientes e, nesses casos, o divertículo sangrante visualizado à colonoscopia está localizado mais comumente no cólon esquerdo, de 50 a 60%. o Tratamento da doença diverticular: 1- Tratamento endoscópico: quando existe estigmas de sangramento – vaso visível. 2- Colonoscopia de urgência: ® Injeção de solução de adrenalina: apresenta taxa de sucesso imediato superior a 90%. Entretanto, em razão do risco de ressangramento, recomenda-se a combinação com outro método térmico ou mecânico. A injeção de adrenalina associada à colocação de clipes metálicos consegue interromper o sangramento em até 100% dos casos. ® Eletrocoagulação capilar; ® Plasma de argônio; ® Clipes metálicos; 3- Indicação cirúrgica: se persistência de sagramento; impossibilidade de tratamento endoscópico e impossibilidade de arteriografia. ® Faz-se colectomia segmentar com anastomose primária. • Doenças orificiais: fissuras e hemorroidas o Fissura anal: dor e sangramento, espasmo anal e dificuldade evacuatória. Localizada na região posterior do canal anal. Pode ser aguda ou crônica. ® Causas: traumática (esforço evacuatório da obstipação e objetos corto contusos no canal anal). Quanto mais profunda a lesão maior a hipertonia do esfíncter anal interno e espasmo anal. ® Complicações: infecção secundária 30%. ® Tratamento: clínico (dieta laxativa; pomadas tópicas; anestésicas, óxido nítrico e bloqueio de canais de cálcio para causar relaxamento anal temporário); cirúrgico (Esfincetrotomia anal intensa). o Hemorroida: é uma doença vascular; o paciente apresenta dor em pontada, em ardência ou latejante, além de sangramento terminal (gotejamento anal de sangramento vivo), sensação de evacuação incompleta, prolapso hemorroidário/trombose. ® Tratamento: clínico (higieno-ditéticas; pomadas tópicas e anestésicas); Cirúrgico (hemorroidectomia). • Ectasias vasculares ou angiodisplasias: São más formações arterio-venosas com dilatações submucosas ou erosões, apresentando sangramento auto-limitante. Podem ser congênitas ou adquiridas; múltiplas e raras até os 60 anos. ® As angiectasias são responsáveis por 3 a 15% das HDB e podem ocorrer em qualquer ponto do trato gastrointestinal, porém, predominam no ceco e cólon direito. Apresentam-se como pequenas lesões avermelhadas, planas, com vasos ectasiados, variando de2 a 10 mm de diâmetro. ® Causa mais comum em maiores de 60 anos. ® Síndromes relacionadas: síndrome de Heyde, IRC, doença de von Willebrandt e Rendu Osler Weber. ® Quadro clínico: anemia ferropriva, PSOF positiva, melena e hematoquezia recorrentes. o Diagnóstico: Colonoscopia e arteriografia. ® Colonoscopia com ablação de plasma argônico: por hipertemia (emissão de calor) que faz o tratamento, o que causa desvitalização do tecido. A colonoscopia pode trazer um achado incidental de blush hemorrágico. ® Embolização via arteriografia com vasopressina. • Outras manifestações da hemorragia digestiva baixa: ® Neoplasias: O sangramento secundário às neoplasias é, em sua maioria, de pequena quantidade, traduzido por anemia e sangue oculto nas fezes. Geralmente é resultado de ulcerações na superfície de lesões tumorais avançadas. O tratamento endoscópico justifica- se nos casos raros de hemorragia significativa, na tentativa de parar o sangramento para estabilização clínica do paciente, para posterior cirurgia definitiva nos casos de tumores ressecáveis. ® Colite isquêmica: A colite isquêmica é a segunda causa mais frequente de HDB aguda, acometendo de 6 a 22% dos pacientes. É o resultado de uma redução abrupta, temporária do fluxo sanguíneo mesentérico secundária à hipoperfusão, vasoespasmo ou oclusão dos vasos mesentéricos. As regiões tipicamente afetadas são: o ângulo esplênico, o cólon descendente e o retossigmoide. O quadro clínico é de dor abdominal moderada associada a hematoquezia ou diarreia sanguinolenta. ! Condições especiais na HDB: 1- Uso de aspirina: não deve interromper quando o paciente teve um evento cardiovascular prévio. ® Profilaxia secundária: não dever ser interrompida em pacientes com HDB – minimiza o risco de eventos cardiovasculares. ® Profilaxia primária: deve ser evitada em pessoas com HDB – oferece uma redução limitada no risco absoluto de eventos cardiovasculares sérios e morte. 2- Uso crônico de stent ou SCA: descontinuação do segundo agente antiplaquetário é recomendada de 1 a 7 dias, e manter aspirina. 3- Alto risco para IAM e morte: angioplastia com senst nos últimos 30 dias; SCA nos últimos 90 dias -> mantém o uso das medicações dupla antiagregação. 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução • Conceito: A obstrução intestinal é uma síndrome na qual o conteúdo do intestino, tanto delgado quanto grosso, não consegue progredir até o reto, impossibilitando sua eliminação do organismo. ® Desde o século III a.C, já se usava laxativos, ingestão de metais e sanguessugas até o século XVIII. • Classificação: Pode-se classificar de três formas. A obstrução pode ser: 1- Funcional: secundária a uma fisiologia intestinal anormal, ou por uma obstrução mecânica do interior ou exterior do intestino. 2- E completa ou parcial, no intestino delgado ou no grosso. 3- E apresentar sofrimento vascular ou não. o Causas funcionais: Parada de eliminação de gases e fezes na ausência de oclusão. Podem se associar ao quadro náuseas, vômitos, distensão abdominal, dor imprecisa e não tipo cólica como na obstrução mecânica, peristalse e ruídos abdominais diminuídos ou ausentes. Está intimamente relacionada ao íleo paralítico (é a ausência temporária dos movimentos de contração muscular normais do intestino), que há variadas sub-causas como: ® Pós laparotomias: o pós operatório imediato dessa cirurgia terá íleo paralítico, por conta da manipulação na cavidade abdominal. É como se fosse uma resposta do intestino ao estresse agudo imediato que com o passar de algumas horas irá se reverter. Drogas; Sepse; Distúrbio hidroeletrolítico; Hemorragias retroperitoneais; Isquemia intestinal; Processos inflamatórios intra-abdominais (pielonefrite e apendicite). Observação: Existe uma preocupação com a estimulação da deambulação do íleo paralítico; quanto mais precoce for a deambulação mais rápido será a saída desse quadro. ® O íleo paralítico é classificado em: Imediato; Pós-imediato; Pós-estresse imediato; Persistente; o Causas mecânicas: 1- Intraluminais: as neoplasias são causas clássicas desse tipo de obstrução, sendo o adenocarcinoma de cólon a principal causa no intestino grosso, responsável por mais de 50% dos casos. 2- Da parede intestinal: a intussuscepção é mais comum em crianças, porém pode também ocorrer em adultos. Nesse caso, tumores, pólipos e doença inflamatória, assim como divertículo de Meckel, estão com frequência presentes. 3- Extrínseco: as bridas/aderências são a principal causa de obstrução intestinal do adulto e ocorrem mais comumente em operações do andar inferior do abdome. • Conceito: Emergência da prática médica caracterizada por dor aguda e subida, que requer tratamento clínico e cirúrgico de urgência ou emergência. • Classificação segundo causas intra-abdominais: ® Para cada situação irá ter uma conduta. o Obstrutivo: O paciente se apresenta com uma alteração no ritmo do intestino. Logo, o tratamento clínico de dieta zero precisa ser instalado de imediato. Nem sempre é cirúrgico. • Classificação segundo causas extra-abdominais: 1- A primeira consequência de qualquer quadro obstrutivo é a distensão a montante (significa acima do ponto que acontece a obstrução). 2- Onde tem distensão ocorre estase venosa, assim diminuindo a funcionalidade daquele tecido, ou seja, menor absorção. Gastroenterologia Gastroenterologia Obstrução Intestinal Abdome Agudo Obstrução intestinal Distensão a montante - Estase venosa / menor absorção. - Sequestro intraluminal, intramural e peritoneal. - vômitos/ sudorese / taquipnéia/ Febre/ queda volêmica /distúrbio eletrolítico e ácido-básico Fisiopatologia 3- Assim, o intestino “entende” que deverá fazer sequestro intraluminal, intramural e peritoneal. 4- Para assim, facilitar o processo de digestão. 5- Aumentando assim a desidratação do paciente. Levando a sintomas de reação: vômitos, sudorese, taquipnéia, febre, queda volêmica, distúrbio eletrolítico e ácido-básico. Além de, parada de eliminação de gases e fezes. Dúvida: — Quando iremos saber se o paciente tem obstrução parcial ou total? Total: paciente deixa de eliminar gases e fezes. Parcial: paciente ainda elimina gases. ® É um quadro com dor abdominal em cólica, de localização variada podendo ser associada a náuseas e vômitos em quadros mais altos, distensão abdominal e incapacitação de eliminar flatos e fezes. ® Ao exame físico observa-se: taquicardia, hipotensão, febre (no infeccioso), massa palpável, descompressão brusca positiva, RHA de luta (som metálico) e evidencia de toque retal sem fezes. • Clínico: Saber quais exames solicitar: hemograma, eletrólitos, função renal, gasometria (ph e trocas gasosas), coagulograma, enzimas hepáticas e pancreáticas, urina tipo 1 e amilase. Embora os resultados não sejam específicos para o diagnóstico de obstrução do intestino delgado, esses estudos ajudam a avaliar a presença e a gravidade de hipovolemia, leucocitose e anormalidades metabólicas (hiponatremia, hipocalemia). ® Nas fases iniciais, os achados laboratoriais podem ser normais; com a progressão da doença, há hemoconcentração, leucocitose e anormalidades eletrolíticas que dependem do nível de obstrução e da desidratação. Amilase sérica, muitas vezes, encontra-se elevada. Leucocitose acentuada que não possa ser unicamente atribuída à hemoconcentração deve sugerir estrangulamento. • Radiológico: Radiografias simples do abdome, com o paciente em pé e deitado, evidenciam padrão em escala das alças de intestino delgado dilatadas com níveis hidroaéreos. o RX simples do abdome: No intestino delgado, os RHA aparecem pouco quando há obstrução, principalmente se ela for alta. Principalmente em casos iniciais. ® Sinal do empilhamentode moeda (descrito pelo radiologista): sugere obstrução alta. ® Ausência de ar em cólon ou reto: sugere obstrução total. Se ao realizar o toque retal no paciente, não perceber a presença de alças de modo que as paredes do reto estejam colabados e radiologicamente for confirmado a ausência de ar no reto ou no colo é um dos sinais de que há obstrução total. • TC de abdome: O exame de tomografia permite uma visualização muito mais completa, permitindo visualizar o intestino grosso e delgado. Além disso, através desse exame, é possível estadiar as lesões, identificar massas e o nível da lesão. Assim como, se for por conta de massas já consegue identificar o local da massa e o quadrante para fazer a abordagem cirúrgica. Observe as tabelas abaixo: Abordagem Terapêutica: O tratamento da obstrução intestinal é, em sua maioria, cirúrgico. No entanto, a obstrução parcial do intestino delgado pode ser objeto de conduta expectante, contanto que seja mantida a eliminação de fezes e gases. ® Em qualquer obstrução a abordagem será dieta via oral zero. Além de, hidratação, sondagem vesical de demora para monitorar o débito urinário e colocação de sonda nasogástrica, que proporciona conforto ao paciente e evita aspiração pulmonar. Antibióticos de largo espectro devem ser utilizados profilaticamente. Entretanto, se não houver melhora em poucos dias com o tratamento clínico ou se a obstrução for completa, ou ainda se houver suspeita de obstrução com sofrimento vascular, deve-se indicar tratamento cirúrgico imediato. ® Os fecalomas são tradados da seguinte forma: 1- Enemas repetidos (solução via retal para ter emoliência do fecaloma). 2- Caso não haja melhora fazer solução glicerinada com soro fisiológico morno, por uma sonda retal (para hidratar e ter emoliência fecal). 3- Em alguns pacientes, tem que fazer esvaziamento manual, o Indicações cirúrgicas: 1- Obstrução completa. 2- Ausência de melhora à descompressão e correção hidroeletrolítica: passou a sonda nasogástrica e não teve melhora. 3- Suspeita de isquemia (leucocitose, alça fechada, sinais de irritação peritoneal). 4- Sinais de perfuração ou de perfuração eminente (sinais de irritação peritoneal, pneumoperitônio, ceco com diâmetro > 12 cm ao raio X).nst Quadro Clínico Diagnóstico 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução • Conceito: A definição mais recente de constipação é baseada nos critérios de Roma III. Essa definição é baseada apenas em critérios clínicos, que incluem evacuações infrequentes e/ou dificultosas e/ou alterações na consistência das fezes (endurecidas ou em cíbalos). Os sintomas devem está presentes nos últimos três meses, com inicio há pelo menos seis meses. ® É um transtorno caracterizado por uma dificuldade persistente para evacuar ou uma sensação de evacuação incompleta e/ou movimentos intestinais infrequentes (a cada 3/4 dias ou com menor frequência), em ausência de sintomas de alarme ou causas secundárias. ® Frequência evacuatória normal: 3x na semana. • Fatores de risco: Baixa atividade física; baixa ingestão de fibras (< 20g/dia) e líquidos; lesões estruturais no colón e anorretal; distúrbios endócrinos (DM e hipotireoidismo); distúrbios neurológicos (EM e AVC); gravidez e distúrbios psicológicos. • Classificação: A constipação intestinal pode ser classificada como multifatorial/secundária, quando se apresenta como um sintoma associado a vários fatores etiológicos, ou como primária/funcional, quando não se encontra uma etiologia estrutural, metabólica ou farmacológica para explicar o quadro clínico. o Primária/Funcional: ® O Diagnóstico é clínico e requer seis perguntas básicas na anamnese: 1- tem esforço para evacuar? 2- tem fezes amolecidas ou endurecidas? (Bristol) 3- tem sensação de evacuação incompleta? 4- Precisa fazer manobra manual para facilitar a evacuação? 5- Tem menos de 3 evacuações por semana? 6- Tem sensação de bloqueio ou obstrução anorretal? Se o paciente responder sim para pelo menos duas dessas perguntas, ele pode ter constipação funcional. Deve se questionar também sobre o item 2 e 3 da tabela. Observação: É importante fazer o diagnóstico diferencial para a síndrome do intestino irritável. Essa síndrome apresenta-se com dor abdominal que alivia com evacuação ou desconforto no abdome. ® Estudo do tempo de trânsito colônico para constipação funcional: o paciente pode ter constipação e ter trânsito colônico normal, não necessariamente deve ter atraso na motilidade. É um estudo radiológico com ingestão de contraste, para acompanhar a velocidade que o contraste passa pelo intestino, que pode vim normal, lentificado (inércia colônica) ou com evacuação obstrutiva funcional (anismo, contração paradoxal ou discinesia do assoalho pélvico). o Secundária/multifatorial: relacionada com lesões estruturais do cólon. Tratamento • Primária/Funcional: Tripé básico: água, atividade física e fibra. ® Fibra: Aumenta o volume fecal e as deixas mais macias. Pode-se usar sintéticas (psyllium, agar-agar e metilcelulose) ou naturais (Faz um coquetel que ajuda na constipação: 4 ameixas pretas secas, 1 fatia de mamão com fiapo, suco de laranja com bagaço e uma colher de sopa de (chia + farelo de aveia + linhaça). ® Laxante osmótico: Dentre eles, existe recomendação para o uso do polietilenoglicol (PEG) e da lactulose. O mais frequente a ser utilizado é o imolac, pois não causa distensão em cólica e pode ser utilizado em diabéticos. Caso o paciente volte sem melhora: ® Utiliza-se os agentes amaciantes: óleo mineral e docusato de sódio. ® E também os laxantes estimulantes: cascata sagrada e óleo de rícino. Precisam ser utilizados pontualmente, após Gastroenterologia Gastroenterologia Constipação Intestinal estimulação de atividade física, água, alimentação e laxante osmótico, para que não cause uma dependência. Quando intervir em um paciente com constipação funcional: Em sintomas de sintomas de alarme. 1- Alteração no calibre das fezes; 2- Fezes heme-positivas; 3- Anemia ferropênica; 4- Sintomas obstrutivos; 5- Pacientes maiores de 50 ans não submetidos a triagem prévia para câncer de cólon; 6- Constipação de recente instalação; 7- Sangramento retal; 8- Prolapso retal; 9- Emagrecimento. ® Recomenda-se colonoscopia. Algumas medicações: ® Prucaloprida: agonista seletivo 5HT4. ® Lubiprostona: ativa canais de cloro. Encaminhamentos: De indicação de acompanhamento para esses pacientes, cabe a de fisioterapia do assoalho pélvico, quando há evidência de que ele tem uma evacuação obstruída funcional. Além disso, os agonistas dos receptores 5HT e probióticos. • Tratamento cirúrgico: Quando tem-se diagnóstico de inércia colônica. Em pacientes graves; Esse paciente normalmente fica mais de 10 dias sem evacuar, com quadro clínico de início na infância/adolescência, com difícil manejo. Além disso, tem-se alterações colônicas que são parecidas com alterações do megacólon. A cirúrgica consiste em colectomia total com íleo reto anastomose, a depender da situação do paciente. 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução • Conceito: Aprenda diferenciar as definições: ® Diarreia: Perda excessiva de água e eletrólitos através das fezes, resultando em aumento do volume e frequência das evacuações e diminuição na consistência das fezes. ® Diarreia aguda: possui duração inferior a 14 dias. Na maioria das vezes tem origem infecciosa. ® Diarreia persistente: Tem duração de 14 dias ou mais. ® Diarreia crônica: Se estende por período superior a 30 dias, podendo ou não haver sintomas de má absorção associada. ® Disenteria: presença de sangue nas fezes, podendo haver muco ou pus. • Morfofisiologia do Intestino delgado: ® As células do intestinodelgado se organizam em forma de vilosidades, dessa forma podendo absorver cerca de 10 litros (2000 ml de água e 8000ml de secreções) por dia, além de nutrientes e eletrólitos. ! Em pacientes com diarreia, terá uma capacidade absortiva de 600x maior do que realmente é. ® As glândulas de Lieberkulnn possuem capacidade de produzir enzimas endócrinas e exócrinas. ® Sua divisão é composta da seguinte forma: 20 cm de duodeno; 2,5 metros de jejuno; 3,5 metros de íleo. o Absorção: ® Carboidratos: Seu mecanismo de absorção é através de transporte ativo por monossacarídeos ou difusão facilitada. ® Gorduras: Seu mecanismo de absorção é através de difusão facilitada por micelas ou exocitose por lipoproteínas. ® Proteínas: Seu mecanismo de absorção é através de transporte ativo por aminoácidos ou difusão facilitada. ! Em pacientes com diarreia, no seu tratamento deve-se hidrata-lo e oferecer o tipo de alimentação adequada e que facilite a absorção. Abordagem Inicial • Anamnese: o Características das fezes: Escala de Bristol. 1- Padrão temporal da diarreia e fatores desencadeantes. 2- Antecedentes familiares e pessoais (DM2 - medicações; doenças pancreáticas; intolerância à lactose; hipertireoidismo; imunossupressão; cirurgias digestivas amplas). 3- Consumo de carne crua ou mal cozida/produtos não pasteurizados. 4- Passagem por áreas endêmicas/epidêmicas de coléra. Tipo 3 e 4 = normal. • Exame físico: ® Toque retal: sangue, muco e pus na luva. É importante quando tem-se suspeita de diarreia inflamatória ou invasiva. • Sinais de alerta: Idade > 70 anos; diarreia > 48 horas; sangue/muco nas fezes; imunossupressão (drogas e HIV); dor abdominal intensa em pacientes > 50 anos; Temperatura ≥ 38,5ºC; mais de 8 evacuações/dia; desidratação no exame físico; desnutrição; taquicardia e hipotensão. ® A presença de pelo menos um desses sinais justifica a coleta de exames. Diarreia Aguda • Epidemiologia: ® 60 a 70% das mortes se devem à desidratação; ® 2º causa de morte em crianças menores que 5 anos; ® Transmissão: via fecal-oral, principalmente pela água, alimentos, mãos e objetos contaminados. Pode ser tanto um sintoma como um sinal. No processo de diarreia aguda, existe um “insulto” a célula. Todo processo de inflamatório que tem no enterócito, vai gerar comprometimento de sua função, que é a falha na digestão de dissacarídeos, podendo assim levar a desnutrição e infecção. Gastroenterologia Gastroenterologia Diarreia Diarreia Infecção Desnutrição Desidratação aguda Agravo nutricional Highlight surgem nas criptas ex: maltase, sulcrase en: hormonios de defesa Highlight Highlight • Classificação quanto a localização: ® Diarreia alta: aquosa, volumosa e geralmente não apresenta sangue. ® Diarreia baixa: mucopurulenta e pouco volumosa. • Classificação quanto a etiologia: 90% de origem infecciosa. Dúvida: — Por que algumas pessoas desenvolvem diarreia com quadro mais importante? Pois, depende da balança de mecanismo de defesa X mecanismo agressores. A defesa é importante para definir se o paciente irá ou não ter uma diarreia com sintomas de maior gravidade. Por exemplo, a flora intestinal que cada um tem é proporcionalmente diferente. A via de parto, se houve aleitamento materno ou não, se houve uso de antibiótico nos primeiros 1000 dias de vida, a acidez gástrica e outros fatores influenciam nessa flora. • Classificação quanto ao mecanismo fisiopatológico: É comum ter mais de um mecanismo numa mesma enfermidade; ® MOTORA: reflexo gastro cólico aumentado (não é mecanismo fisiopatológico de diarreia). o Diarreia osmótica: para além dos agentes enteropatógenos, a diarreia osmótica pode acontecer por causa de uso de antiácidos com magnésio, suplementos vitamínicos, laxantes, ingestão de carboidratos pouco absorvíveis etc. A baixa digestão dos açúcares vai aumentar a fermentação pela flora intestinal; ® O pH fecal é < 5,6 e causa eritema perianal; o Diarreia secretora: nesse caso há sinalização das células causadas pelas toxinas das bactérias ou por alguns tipos de tumores; ® Geralmente esse tipo de diarreia tem um grande volume; ® Ocorrem mais no segmento delgado; ® Raramente tem sangue ou muco; ® Excesso de íons secretados para luz intestinal. o Diarreia inflamatória ou invasiva: o mecanismo depende do local da inflamação, ocorre ruptura da integridade da mucosa com exsudato ou ulceração; ® Pode não estar apenas associado a exsudação (pode ocorrer ↓ absorção de lipídios, ↓ absorção hidroeletrolítica, hipersecreção) ® Causas: salmonella, shiguela, campylobacter, amebíase; Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight • Agentes etiológicos: o Rotavírus: ® Principal causa em < 2 anos (internação: 33%); ® Osmótico: destruição das dissacaridades de células epiteliais do topo das vilosidades que tem função digestiva absortiva; ® Secretor: proteína viral NSP4 à ↑Ca intracelular; ® Período de incubação: 48-72h e duração: 28 dias; o Salmonella sp: ® Incidência: < 5 anos desinteria (infecção sistêmica: S. thypi/parathypi); ® Incubação: 6-48h, podendo até 10 dias; ® Causa mais frequente de surtos associados a intoxicação alimentar; ® Podem continuar excretando bactérias por cerca de 5 semanas – 1 ano; o E. coli enterotoxigênica (diarreia do viajante): ® Não lesam ou invadem a mucosa (via toxinas); ® Autolimitada (5 dias), podendo chegar a 3 semanas; ® Prevalente em países em desenvolvimento, surto em todas as faixas etárias; ® Juntamente com rotavírus, pp. causa diarreia (+25% dos episódios); ® Disenteria de pouco volume e muita frequência (tenesmo e cólica); ® Pode haver disseminação via hematogênica; ® Anemia microangiopática à SHU e púrpura trombocitopênica; ® S. aureus: toxina pré formada nos alimentos contaminados, manifesta-se 1-6h após a ingestão; ® Enterobactérias: incubação mais longa - 24h, geralmente em crianças e do tipo secretiva; ® Giárdias e entamoebas: mais ligadas a diarreias crônicas; ® Campylobacter jejuni e Shigella sp: SHU; ® Clostridium difficile: nosocomial, colite pseudomembranosa, cefalosporinas, ampilicina, clindamicina, metotrexate; • Diagnóstico: o A maioria não precisa de exames complementares; o Indicações: ® Evolução grave; Neonatos e lactentes; Desnutrição grave; Imunossupressores; o Hemograma, bioquímica (sódio, potássio, ureia, creatinina, TGO, TGP), gasometrial arterial, EPF, coprocultura, sangue e leucócitos nas fezes; o Diarreia bacteriana à cultura de fezes; o Rotavirus à rotazine (maioria do vírus: ELISA); o Cólera à microscopia com fundo negro; o C. jejuni à meios de culturas seletivos (skirrow); o ECEH à PCR (identificação de toxinas); o ECEH, ECEP, ECEA à provas genotípicas. o Avaliação da desidratação: • Tratamento: Manejo do paciente com diarreia: o Direcionamento para causa: ® Sintomáticos; ® Correção da desidratação; ® Realimentação precoce: 1- Shigella, Salmonella, ECEI à dieta isenta de lactose, sem irritantes gástricos, oferecer: pães, farinhas brancas e massas, arroz branco; 2- Rotavírus, ECEP à dieta semi-elementar; 3- Outros casos à Dieta habitual após a reidratação. ® Uso de antibióticos: 1- Diarreia por cólera; 2- Pacientes imunossuprimidos (HIV e outras doenças), com neoplasias malignas, hemoglobinopatias; 3- Pacientes em tratamento imunossupressor; 4- Crianças menores de três meses; 5- Diarreia do viajante; 6- Diarreia por C. difficile francamente sanguinolenta; 7- Infecção sistêmica por Aeromonas; 8- Shigelloses; 9- Campylobacter à eritromicina; 10- Salmonella à Ampilicina, amoxilina, SMZ + TMP; 11- Shigella à Ampilicina, SMZ + TMP;12- E. coli diarreinogênicas à SMZ + TMP; 13- C. difficile à metronizadol; ® Uso de probiótios: 1- S. Boulardii; 2- L. acidophilus; 3- B. lactis; 4- L caseii. ® Hidratação parental; ® Fase de expansão: SF 0,9% 30ml/kg em 30min ou RL 70ml/hora em 2h 30’’; ® Fase de manutenção: SG 5% + SF 0,9% proporção de 1:1 + 50ml/kg/dia; ® Resposta positiva: diurese clara e compatível com volume infundido; ® Queda importante da mortalidade infantil após TRO; secretora *SHIGELLA SP* : causam invasão de mucosa e produzem citoxinas e neurotoxinas (48h após) sindrome hemolitico urêmica Highlight Highlight Highlight uso relativo Diarreia Crônica A diarreia crônica se estende por período superior a 30 dias, podendo ou não haver síndrome de má absorção associada; Importante 1- Situação mais frequente de má absorção intestinal; 2- Risco potencial de desnutrição; 3- Manifestação clínica recorrente de múltiplas etiologias (doenças endócrinas, reumatológicas etc). • Mecanismos fisiopatológicos: o Osmótico: soluto não absorvível na luz intestinal, exerce força osmótica, carreando água para dentro das alças intestinais. Ex: deficiência de lactase, uso crônico de sorbitol (açúcar de adoçante) ou lactulose. o Secretório: Alteração no transporte de eletrólitos através da membrana luminal via AMPc, GMPc ou cálcio dependente, havendo perda excessiva de eletrólitos, água e nutrientes para a luz intestinal. Ex: Vibrios, E. coli, Shigella, Salmonella, Cdifficille, metais pesados, tumores neuroendócrinos etc. o Redução da superfície absortiva: Ex: Síndrome do intestino curto, ressecções intestinais (enterocolite necrotizante, volvo intestinal, atresia), doença celíaca e redução de tamanho e número de microvilosidades. o Alteração da motilidade intestinal: Ex: desnutrição, esclerodermia, DM e síndromes obstrutivas. o Inflamatórias: mediadores inflamatórios estimulam a secreção de água e eletrólitos através da mucosa. Ex: DII, alergia a proteína do leite de vaca, enterite eosinofílica e amebíase. Observação: Com relação ao leite de vaca há duas doenças diferentes. A diarreia osmótica, quando há deficiência de lactase (intolerância à lactose) e diarreia inflamatória quando há alergia a proteína do leite e o diagnóstico é dado na infância. • Etilogia: o Não disabsortivas: ® Doenças funcionais: 1- Intolerância à lactose; 2- Deficiência congênita de lactase/sacarose; 3- Dietas laxativas. o Disabsortivas: ® Desordens pancreáticas: 1- Fibrose cística; 2- Pancreatite crônica; ® Desordens gástricas: 1- Gastrite atrófica; 2- Anemia perniciosa. ® Enteropatias: 1- Infecciosas (parasitoses); 2- Doença celíaca; 3- Linfangiectasia intestinal; 4- Síndrome do intestino curto; 5- Enteropatia eosinofílica; 6- Colite isquêmica e microscópica; 7- Enterite actínica (pacientes quimioterápicos); 8- Fístulas gastro e enterocólicas; 9- Anastomoses gastro e enteroentéricas. ® Desordens biliares: 1- Hepatopatias; 2- Síndromes obstrutivas biliares; 3- Ressecção do íleo terminal; 4- Supercrescimento bacteriano. o Causas extraintestinais: ® Diabetes Mellitus (DM); ® Vipoma, gastrinoma; ® Somatostinoma, Hipertireoidismo. • Coleta da anamnese: Parasitologia • Parasitoses intestinais: • Fisiopatologia: o Mecanismos da Diarreia Crônica: ® Resposta inflamatória sem dano tecidual local (diarreia osmótica); ® Invasão da mucosa intestinal (diarreia inflamatória); ® Diarreia por hipermotilidade; o Localização intraluminal estrita: Taenia solium, Taenia saginata, Ascaris lumbricoides e Enterobius vermicularis à NÃO PROMOVEM DIARREIA. o Invasão da mucosa: Highlight Highlight Highlight Highlight ® Helmintos: T. trichiura, A. duodenale, S. stercoralis e S. mansoni. o Imunocomprometidos: Cryptosporidium parvum. o Diarreia dos viajantes: • Manifestação clínica: o Eliminação de formas adultas; o Obstrução intestinal; o Migração (obstrução biliar, apêndice); o Síndrome de Loeffler: eosinofilia + ciclo pulmonar: Necator americanus, Ancylostoma duodenale, Strongiloides stercoralis e Ascaris lumbricoides; o Clínica: ® Anemia ferropriva; ® Sangue oculto nas fezes; ® Lesão dermatológica eritematosa e pruriginosa; ® Tenesmo, prurido anal e prolapso retal; ® Diarreia aguda persistente / crônica recorrente; ® Síndrome da má absorção intestinal; ® Diarreia muco sanguinolenta, abcesso hepático amebiano; ® Colite grave (isquemia, necrose perfuração colônica). • Exames complementares: o Macroscopia das fezes; o EPF (protoparasitológico): ® Método de escolha inicial; Baixo custo, acessível; Indicar a SD no pedido e a técnica; Frasco seco: transporte imediato; Frasco com fixadores: geladeira a 4ºC; Baermann: identifica as larvas; Fita adesiva transparente: ovos de Enterobius sp ou Taenia sp aderidos à pele do períneo; ® Métodos de coloração específicos: Criptosporídeos ou Microsporídeos; ® Coleta de aspirado duodenal: Giardia sp, Larvas de Strongyloides sp; ® Resultado + à tratamento específico; ® Coleta complexa (3 amostras, com intervalo de tempo entre elas); Baixa sensibilidade; Examinador- dependente. o Pesquisa de antígenos em amostra fecal: ® G. lamblia, E. Histolytica, C parvum; ® Maior sensibilidade; ® Menos disponível, maior custo; o Para agentes bacterianos: ® Corpocultura; ® Pesquisa de toxina do C difficille por PCR; o Sorologia: ® Amebíase, Estrongiloidiase; Esquistossomose; ® Maior sensibilidade; ® Menos disponível, maior custo; o Inespecíficos: ® Hemograma; ® PSO; ® Métodos de imagem e endoscópicos. • Tratamento: o Sem obrigatoriedade de EPF; o A cada 6 meses ou 1 ano conforme a prevalência local; o Deve-se priorizar as drogas de maior espectro para tratamento em massa; Observação: Pacientes com diagnóstico de doenças reumáticas autoimunes – LES, AR, espondiloartropatias – têm maior risco de ocorrência de manifestações graves de parasitoses intestinais. Indicada a profilaxia antes da medicação imunomoduladora, imunossupressora ou imunobiológica; Doença Inflamatória Intestinal • Definição: o Resultado do desequilíbrio entre a flora bacteriana comensal e o aparato imunológico da mucosa intestinal; o Reatividade excessiva do sistema imunológico; o Expossoma: ® Protege: aleitamento materno; ® Causal: 1- Consumo de dieta mais industrializada; 2- Exposição ambiental a xenobióticos; 3- Anticoncepcional oral, vacina e estresse psíquico; 4- Dieta rica em gordura; 5- Uso de antibióticos no 1º ano de vida; 6- Hipótese da higiene; 7- Tabagismo (para Doença de Chron). migração Highlight • Quadro clínico: o Sistêmicos: ® Febre; Anorexia; Mal-estar; ® Diarreia presente em 70% dos casos associada ou não à presença de sangue ou muco. • Quadro clínico e laboratorial: o RCUI: Proctite; ® Colite esquerda (até flexura E); Extensa (proximal à flexura esplênica); Dor abdominal tipo cólica, intensidade variável, sem alívio, com eliminação de flatos ou fezes; Emagrecimento em 60% dos casos. o Doença de Chron: ® Número de evacuações, peso, bem-estar geral, dor abdominal, manifestações extraintestinais, tumoração em FID. o Hemograma: ® Anemia; Aumento de plaquetas; Leucocitose; o Provas de atividade inflamatória: ® VHS; Aumento de mucoproteína; Aumento PCR. o Marcadores sorológicos: ® Anticorpo anti neutrófilo perinuclear (p-ANCA); ® Anticorpo anti Saccharomyces cerevisiae (ASCA); o Pesquisa EAF: hemácias e leucócitos; o Pesquisa Clostridium difficille; o Dosagem de 1 anti tripsina fecal; o Calprotectina fecal > 100µg: ® Bom marcador para avaliar a recidiva de doenças; ® Correlaciona com atividade endoscópica; ® Diferencia de doenças funcionais. • Diagnóstico: o RCUI: Colonoscopia com biópsias seriadas. ® Localização no reto que se estende proximalmente,continuidade de lesões, ulcerações superficiais; o Doença de Chron: ® Colonoscopia: localização do processo inflamatório, lesões contínuas ou descontínuas, úlceras profundas e longitudinais; ® Enterotomografia ou Enterorressonância: cápsula endoscópica; ® Enteroscopia assistida por balão. o Biópsia de RCUI: inflamação às custas de infiltrado de plasmócitos, agregados linfoides, espessamento da camada muscular da mucosa, distorções e alargamentos das criptas, depleção das células caliciformes, metaplasia das células paneth. o Biópsia Doença de Chron: Granulomas estão presentes em 15-60% dos pacientes (frequência maior em peças cirúrgicas do que em biópsias de mucosa). Abcesso de cripta. Highlight • Tratamento: o RCUI: Depende da intensidade/ gravidade; ® Escore de Mayo (quanto > o grau, maior a gravidade); ® Objetivo: cicatrização da mucosa (Colono controle ou Calprotectina). o Doença de Chron: ® Os corticoesteróides são efetivos em induzir a remissão da doença; ® Manifestações sem uso de corticoesteróides são frequentes então é necessário imunossupressores; ® A maioria dos pacientes não apresentam cicatrização da mucosa com o tratamento. Doença Celíaca • Fisiopatologia e etiologia: o Multifatorial: fatores ambientais e genéticos. o Proteína presente no trigo, cevada, centeio e aveia; • Enteropatia induzida por glúten: o Hipersensibilidade ao glúten: ® Fração alfa-gliadina (pt. trigo, cevada e centeio); ® Diminuição/atrofia das vilosidades da mucosa jejuno; o Hereditariedade: ® Expressão HLA-DQ2 ou HLD-DQ8; ® Apresentação da alfa-gliadina às células do sistema imune; o Associação com doenças autoimunes: ex diabetes tipo 1, hipertireodismo; o Manifestações: ® Crianças: início após a introdução de cereais na dieta. Diarreia, emese e falha de desenvolvimento. ® Jovens e adultos: fadiga, respiração ofegante decorrente de anemia. • Quadro clínico: o Depende da extensão acometida; o Má absorção de um único nutriente; o Pandisabsorção; o Anemia: deficiência de ferro ou ácido fólico; o Hipocalcemia; o Anticorpo anti gliadina (AGA) até 18 meses; o Anticorpos anti endomísio- IgA (S: 100% E:99% monitoração da dieta); o Anticorpo anti transglutaminase: pode estar elevado em outras patologias sistêmicas ou GI; o Forma clássica: má absorção de nutrientes ou caquexia; o Forma não clássica ou atípica: atípico digestivo, atípico extra digestivo; o Forma latente; o Forma assintomática número aumentado de LIE; • Diagnóstico: o Avaliação da integridade da mucosa do intestino delgado: D-xilosemia; o História clínica: ® Anticorpos específicos: Acs anti-gliadina, anti- endomísio e anti-transglutaminase; ® Biópsia da 2ª porção duodenal: classificação de Marshall; ® Testes genéticos: mutação HLA-DQ8, HLA-DQ2; ® DD: anticorpos p-ANCA e ASCA para DII. ! Algoritmo para Conduta Diarreia Crônica 2021.2 – MED UNIFTC Laís Sena Turma A | TUT 04 | 5º Semestre Fisiologia hepática o O fígado adulto normal pesa de 1.400 a 1.600g. Ele possui suprimento sanguíneo duplo, com a veia porta fornecendo 60-70% do fluxo sanguíneo hepático e a artéria hepática fornecendo 30-40% restantes. Elas entram no fígado através do hilo e lá no interior do fígado vão se ramificando, juntamento com os ductos biliares, para formar os tratos portais. o A unidade funcional do fígado são os hepatócitos. São funções desempenhadas por essas células: Produção dos fatores de coagulação; produção de albumina e colágeno (proteínas estruturais que fazem parte das células); síntese de colesterol, glicogênio, sais biliares; detoxificação de álcool, drogas e toxinas, amônia; excreção de sais biliares; estocagem de carboidratos, vitaminas, lipidios, Fe++, Cu++. • Microarquitetura lobular o A terminologia mais comum se baseia no modelo lobular, no qual a unidade estrutural básica é o lóbulo hepático, representado como um hexágono e seus vértices são o trato portal (ramos da artéria hepática, da veia porta e canalículos biliares). O centro é a veia centro lobular. o Dentro do lóbulo, os hepatócitos são organizados em lâminas ou “placas” anastomosantes, que se estendem dos tratos portais até as veias hepáticas terminais. Entre as placas trabeculares de hepatócitos estão os sinusoides vasculares. O sangue atravessa os sinusoides e passa para as veias hepáticas terminais por meios de fenestrações (numerosos orifícios na parede da veia). Os hepatócitos são, dessa maneira, banhados nos dois lados por sangue venoso portal (com substâncias absorvidas do TGI) e arterial hepático. Os sinusóides são revestidos por células endoteliais fenestradas. o Abaixo das células endoteliais, está localizado o espaço de Disse, que é um espaço virtual no qual são encontradas as células estreladas. • Células estreladas o Na sua forma de repouso (quiescente), ela é uma célula que armazena lipídio (vitamina A). No entanto, em várias formas de lesão aguda e crônica, independente da etiologia, elas podem ser ativadas e convertidas em miofibroblastos altamente fibrogênicos. o Na sua forma ativada, tem a função de: estimular a produção de fatores inibidores, colágeno e prometaloproteases o que contribui para o estímulo da fibrólise. Explicando a imagem: A ativação da célula de Kupffer leva à secreção de diversas citocinas, dentre elas o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) e o fator de necrose tumoral (TNF) que ativam as células estreladas, bem como a contração delas por meio da endotelina-1 (ET-1) A fibrose é estimulada pelo fator transformante do crescimento-beta (TGF-beta). o Com a ativação dessas células, o processo de fibrogênese se torna muito mais volumoso do que o processo de fibrólise. Quando ativada mudam sua conformação, como demonstrado na imagem anterior. o Se a lesão persistir, a formação da cicatriz é iniciada, sobretudo no espaço de Disse. Dessa forma, ele deixa de ser um espaço virtual e passa a ser um espaço com deposição de matriz extracelular (MEC) por conta da produção de colágeno e de produtos da ativação das células estreladas. o Ela possui longas extensões citoplasmáticas que podem regular o fluxo sanguíneo (porque com a deposição da MEC no espaço de Disse há fechamento dos sinusóides fenestrados) e a hipertensão portal. o A matriz fibrilar acumula-se no espaço subendotelial, com perda da microvilosidade dos hepatócitos, perda das fenestrações e menor acesso de substâncias carreadas por proteínas aos hepatócitos. Gastroenterologia Gastroenterologia Cirrose hepática Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Note a diferença no espaço de Disse entre a primeira e a segunda imagem. Definição Representa a via final comum de uma lesão hepática crônica e persistente, num indivíduo geneticamente predisposto e que, independentemente da etiologia da lesão, acarretará fibrose e formação nodular difusa, com desorganização da arquitetura lobular e vascular do órgão. Observação Existem condições que ocasionam fibrose hepática e não são chamadas de cirrose por não promoverem essa desorganização estrutural. Ex.: Esquistossomose hepática – desenvolve fibrose e alteração do espaço periportal, mas não desenvolve a desorganização da arquitetura. o Prevalência variável na dependência de fatores causais. o 10ª-12ª causa de morte no Brasil Etiologias o A grande causa de cirrose no mundo é a hepatite C, tem também a esteato-hepatite não alcoolica que é uma das principais causas nos EUA e tende a ser do mundo. Patogênese o Os principais achados morfológicos da cirrose hepática incluem fibrose difusa, nódulos regenerativos, arquitetura lobular alterada e estabelecimento de derivações vasculares intra-hepáticas.Outras características relevantes são capilarização dos sinusoides e fibrose perissinusoidal, trombose vascular e lesões obliterativas no trato portal e veias hepáticas. Juntas, essas alterações são responsáveis pelo desenvolvimento de hipertensão portal e suas complicações. o Há a deposição de colágeno I e II no espaço de Disse e perda das fenestrações dos sinusóides (capilarização dos sinusóides – gera alteração nas substâncias que chegam nas células hepáticas e muitos hepatócitos não vão sobreviver a essa alteração). A regeneração dos hepatócitos sobreviventes resulta em nódulos de regeneração. Observação: Lembram que a definição de cirrose envolve alteração vascular e lobular? Na patogênese podemos notar como essas alterações são formadas e quem são elas: o Alteração vascular: Capilarização dos sinusóides o Alteração lobular: Formação de nódulos de regeneração • Fibrose hepática e fibrogênese o A fibrose representa o acúmulo relativo e absoluto dos componentes da matriz extracelular, em detrimento do componente celular. Esse acúmulo de tecido conjuntivo no fígado decorre de uma maior síntese e/ou menor degradação desses componentes. o Os mecanismos que determinam a reparação do tecido ou sua progressão para a fibrose são mediados pelas citocinas decorrentes da necrose e da inflamação local, liberadas pelos linfócitos e monócitos/macrófagos, que podem efetivamente estimular ou inibir a proliferação, a síntese proteica e a movimentação das células responsáveis pela síntese do tecido fibroso (fibrogênese) e de sua degradação (fibrólise). o As células efetoras do processo são os miofibroblastos que regulam tanto a fibrogênese como a fibrólise. Esses miofibroblastos são originados primariamente pela ativação das células estreladas dos sinusoides ou dos fibroblastos portais, das células derivadas da medula óssea e também da transição epitelial mesenquimal. o Além de sintetizar as proteínas da matriz extracelular, as células estreladas estão diretamente associadas à degradação da matriz. Essa fibrólise depende da ativação das enzimas metaloproteases, como as colagenases. A atividade dessas enzimas é regulada por um sistema em que a ação das substâncias ativadoras das prometaloproteases é contrabalanceada pela ação de substâncias que poderiam inibir sua liberação ou bloquear diretamente sua atividade. Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight o Dessa maneira, no caso de uma lesão hepática crônica, a progressão para a fibrose hepática ou para a reparação do tecido dependerá do tipo de estímulo desencadeado pela lesão e da genética do indivíduo. o Outros mecanismos fibrogênicos, além daquele mediado pelas citocinas, também podem ocorrer. Atualmente, tem sido estudado o papel do sistema de estresse oxidativo (EOx) hepático e da reduzida produção do oxido nítrico (ON), potente agente vasodilatador, na circulação porto- esplênica. Ambos teriam participação direta no processo fibrogênico, bem como na disfunção endotelial hepática que acompanha a progressão da doença até o estabelecimento da cirrose e da hipertensão portal (HP). Complicações Antes de falarmos do quadro clínico, é importante sabermos as complicações que esse paciente pode ter, pois muitas vezes ele apresenta essas complicações e por isso busca ajuda médica. São elas: o Insuficiência hepática (lesão celular): ® Irá comprometer as funções dos hepatócitos, gerando: Hipoalbuminemia (anasarca), icterícia (pode haver compressão dos canalículos biliares), fenômenos hemorrágicos (disfunção no papel do fígado na produção de proteínas de coagulação), síndrome hepatopulmonar e síndrome hepatorenal. o Hiperestrogenismo/hipoandrogenismo (já nas fases iniciais de cirrose): Hormônios advindos do colesterol serão comprometidos pois os hepatócitos produzem ele; o Carcinoma hepatocelular (CHC); o Obstrução das vias biliares: pela alteração da arquitetura; o Hipertensão hepática; o Encefalopatia hepática. • Hipertensão do sistema porta: ® A veia porta possui 5cm e é composta da junção das veias mesentérica superior, inferior e esplênica. Ela entra no fígado levando as substâncias absorvidas no TGI e os componentes devolvidos pelo baço para a circulação sistêmica. ® A hipertensão portal é uma síndrome clínica caracterizada pelo aumento da pressão no sistema porta (íntima relação com a alteração dos sinusóides hepáticos) com consequentes alterações hemodinâmicas, esplânicas e sistêmicas: ® Esplenomegalia congestiva; ® Varizes gastroesofágicas; ® Circulação colateral visível. o Definição técnica: Pressão na veia porta maior que 10mmHg (VR: 5-10 mmHg). o Para termos hipertensão portal temos que ter uma obstrução, ela pode ser pré-hepática, intra-hepática ou pós-hepática.Em qualquer uma dessas alterações há aumento do tônus vascular intra-hepático, o que leva a formação de derivações portossistêmicas. o Derivações portossistêmicas: Com a elevação da pressão no sistema porta, o fluxo é invertido da circulação portal para a sistêmica pela dilatação de vasos colaterais e pelo desenvolvimento de novos vasos. Os principais pontos são: ® As veias ao redor e no interior do reto (manifestados como hemorroidas), na junção gastroesofágica (produzindo varizes), no retroperitônio e no ligamento falciforme do fígado (envolvendo colaterais periumbilicais e da parede abdominal). Observação Lembrar que a circulação colateral pode ser visível ou invisível, já que a VP é formada por outras três veias que também serão afetadas por essa hipertensão. o Quando se tem derivação porto-sistêmica, necessariamente há vasodilatação esplâncnica por conta do mecanismo de obstrução a montante (antes da obstrução há engurgitamento para tentar vencer a obstrução). ® A vasodilatação arterial na circulação esplâncnica tende a reduzir a pressão arterial. Com o agravamento da vasodilatação, a frequência cardíaca e o débito cardíaco não conseguem manter a PA. Isso desencadeia a ativação de vasoconstritores, incluindo o sistema renina- angiotensina, e também aumenta a secreção do hormônio antidiurético. A combinação de HP, vasodilatação e retenção de sódio e água aumenta a pressão de perfusão dos capilares intersticiais, causando extravasamento de líquido para a cavidade abdominal. o Quadro clínico: Ascite, peritonite bacteriana espontânea (o líquido era inicialmente estéril, mas onde tem estase tem translocação de bactérias), hemorragia digestiva, encefalopatia hepática, esplenomegalia, síndrome hepatorenal e hepatopulmonar. Com relação a formação das veias colaterais, temos a síndrome Cruveilhier Baumgarten ou cabeça de medusa, na qual a formação ocorre nas veias esôfago-gástrica, retais e paraumbilicais. Na circulação hiperdinâmica, há aumento da volemia, aumento do débito cardíaco, queda PA o que repercute muito sistemicamente na perfusão renal, cardíaca com comprometimentos com achados de alteração de eletrólitos, alterações de função renal, entre outros. o Ascite: Consiste no acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. É o resultado do processo de alteração hemodinâmica sistêmica, pois há alteração do volume de débito cardíaco que chega até os órgãos centrais, o que resulta em uma transudação do plasma. ® Manejo: Primeiro temos que identificar o GASA (gradiente albumina soro - albumina ascite). Todo paciente que chega com HP, independente da etiologia, e com ascite deve ser estudada essa ascite pois ele fala a favor ou contra determinadas patologias. Então faz a paracentese Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight (5ml é suficiente), manda para a análise e também colhemos a análise do sangue para ver a quantidade de albumina no soro. Quando chegarem os resultados deve- se diminuir o valor da albumina do sangue da albumina do liquido ascítico, dependendodo valor pode-se inferir se a ascite é de causa hepática ou não hepática. OBS.: Tabela 2 está com valor errado, a peritonite bacteriana espontânea é ATÉ 250 células PMF e a secundária é acima de 250 células. ! PBE é ascite de causa HEPÁTICA. PBS é ascite de causas NÃO-HEPÁTICAS. Paciente com ascite tem mais risco de sangramento (circulações colaterais) e de fazer PBE. o Método diagnóstico de escolha: USG de abdome superior com doppler de vasos portais, no caso do paciente não se apresentar com os sintomas citados acima. • Encefalopatia hepática o Conjunto de manifestações psíquicas e neurológicas em hepatopatias crônicas, excluídas outras causas. o Diagnóstico diferencial para AVC, tumoração e intoxicação exógena, pois podem gerar o mesmo quadro clínico. o Teoria: Acúmulo de substâncias nitrogenadas (amônia) de origem intestinal (ação de bactérias, subprodutos protéicos) afetariam a função cerebral (é considerado um distúrbio de neurotransmissão no SNC). A amônia também vai interferir nos músculos, rins ... o Classificação de West – Haven o Tratamento: Dieta zero + lactulose (laxante osmótico para lavar o trato digestivo e tentar diminuir a capacidade absortiva das substâncias nitrogenadas do intestino) + metronidazol ou eritromicina VO (para ação local, diminuirá quantidade de bactérias da flora intestinal pois muitas vezes são elas que produzem amônia como subproduto do seu processo de nutrição intestinal). A melhora do paciente é ao longo de alguns dias. ® Muitas vezes usamos a sonda nasogástrica para fazer essas coisas no paciente. Diagnóstico o O diagnóstico da cirrose é, antes de tudo, anatomopatológico; o A forma mais correta de fazê-lo seria por meio da biópsia do fígado, com agulha. ® Entretanto, em decorrência das alterações da coagulação que esses pacientes apresentam e pelas Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight alterações vasculares hepáticas e peri-hepáticas, há elevado risco de complicações desse procedimento. o Em alguns pacientes, alterações encontradas no exame físico, e/ou nos exames de imagem e endoscópicos tornam a biópsia desnecessária. Nesses casos, apenas uma dúvida etiológica poderia justificar o emprego de uma biópsia por via laparoscópica ou transjugular. ® Exames físico: hepatoesplenomegalia, com fígado nodular, sinais periféricos de insuficiência hepática. ® Exame de imagem: alteração da ecogenicidade e retração do parênquima com superfície nodular e os sinais de hipertensão portal. ® Exame endoscópico: Varizes esofágicas o 45% dos casos é feito por exames clínicos ou complementares solicitados em decorrência de sintoma não relacionado à hepatopatia (investigação de causa aleatória); como exemplos: ® Elevação da aminotransferase sérica e plaquetopenia em exames rotineiros; ® Varizes esofagianas encontradas em EDA para pesquisa dispépticas; ® Sinais de hepatopatia em exames ultrassonográficos ou topográficos, solicitado para investigar outras lesões abdominais ou na propedêutica de dor abdominal; o O quadro clássico não está presente na maioria das pessoas. o De acordo com as formas clínicas de apresentação, os pacientes cirróticos podem ser classificados em compensados ou descompensados (presença de ascite, encefalopatia e/ou icterícia) ou, ainda, por meio de critérios clínicos e laboratoriais. o A classificação denominada MELD isolada ou associado à concentração sérica de sódio plasmático é considerado o melhor preditor de sobrevida nesses pacientes e tem sido adotado mundialmente como critério de alocação de órgãos para transplante hepático. (Tem calculadora para ele) • Marcadores não invasivos o Em função dos riscos da biópsia, vários marcadores não invasivos têm sido empregados no estudo dos pacientes hepatopatas, e é exatamente nos cirróticos que eles têm encontrado sua melhor aplicação. ® Biomarcadores diretos: aqueles envolvidos com a síntese e a degradação da matriz extracelular, como ácido hialurônico (sérico), pró-colágeno tipo III, metaloproteases etc. ® Biomarcadores indiretos: compostos por parâmetros não diretamente relacionados à matriz, mas que refletem as alterações bioquímicas da fibrose, como a relação AST/ALT >1; Indice APRI > 2 (AST e plaquetas); Fibrotest (haptoglobina, bilirrubinas, GGT, alfa2 macroglobulina e Highlight Highlight Highlight apolipotn A1); US Fibroscan(elastograma) que é um tipo de ultrassom que nos fornece a informação de fibrose e permite que se identifique precocemente de cirrose hepática. • Exames laboratoriais: o AST e ALT geralmente normais ou moderadamente elevadas e a relação AST/ALT>2 sugere hepatite de etiológia alcólica; o FAL e GGT aumentam nas doenças hepáticas colestáticas e são normais nas lesões hepatocelulares. o Bilirrubinas tem valores elevados, pela fração direta -> mau prognóstico. o Albumina é uma proteína sintetizada exclusivamente no fígado, sendo sua dosagem importante na definição da gravidade da cirrose. o O tempo de protombina evidencia grau de disfunção na sítese hepáticas. o Hipergamaglobunemia, pois o shunt de sangue venoso portal no intestino estimula a produção de imunoglobulinas, especialmente de IgG para proteger o organismo que está sofrendo com aquela restruturação lobular. o Pancitopenia devido ao hiperesplenismo secundário (baixa de leucócitos e plaquetas) e anemia multifatoral (baixa de folato e álcool, sangramentos). Tratamento o Tratamento da doença de base ® hepatites virais e hepatite autoimune sem hipertensão portal e sem retração tem chance reversibilidade da cirrose. o Em caso de sangramento digestivo, fazer tratamento próprio da causa do sangramento. (VIDE RESUMO SOBRE HEMORRAGIA DIGESTIVA) o Não há droga antifibrogênica: alguns recomendam antioxidantes (vit. E, metionina sulfatada), mas sem comprovação científica. Highlight Highlight Highlight 2021.2 – MED UNIFTC Laís Sena Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Definição Hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário (atração) pelo tecido hepático, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, porém com importantes particularidades. Etiologia o Devemos lembrar que além dos vírus A, B, C, D e E, existem outros vírus que podem gerar um quadro de hepatite virais como: o CMV, EBV, parvovírus, herpes e febre amarela. o No quadro abaixo está demonstrado as principais causas de hepatites agudas, sendo elas virais ou não-virais. Diagnósticos Diferenciais o Nem toda elevação de TGO e TGP corresponde a uma hepatite viral! As hepatites se confundem na maioria das vezes com outras doenças que também apresentam manifestações clínicas semelhantes, sejam elas infecciosas ou não. No quadro a seguir estão listadas algumas patologias que devemos levar em consideração durante a investigação. Epidemiologia o As hepatites virais têm grande importância pelo número de indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações das formas agudas e de médio e longo prazo quando da cronificação. o Elas virais são doenças de notificação compulsória, basta suspeitar dela que tem que ser preenchida a guia notificando a suspeita ou a confirmação da doença. o A hepatite C é a responsável pela maioria dos óbitos por hepatites, seguida pela Hepatite B. o Com relação a sua distribuição no Brasil, há uma variação da proporção de acordo com a região. Nota- se que quanto mais desenvolvida é a região, maior a quantidade das hepatites que tendem a cronificar. Nesse sentido é importante salientar que essa diferença talvez tenha relação com a falta de notificação, principalmente na região Norte e Nordeste.Hepatite A o O vírus da hepatite A (HAV) é do tipo RNA, classificado entre os picornavírus. o As principais vias de transmissão são a fecal-oral, por contato inter-humano ou através de água e alimentos contaminados. o O período de incubação dura em média 28 dias, podendo variar de 15 a 45 dias. → O HAV é excretado nas fezes por 1 a 2 semanas antes do início dos sintomas e mantém-se por uma semana após o aparecimento do quadro clínico. Esta é, portanto, a fase de maior transmissibilidade da doença. o É uma doença autolimitada e de caráter benigno, ou seja, independente do tratamento médico a doença vai evoluir para a cura na grande maioria das vezes. → Os pacientes mais velhos costumam apresentar doença sintomática e de resolução mais lenta. o A insuficiência hepática aguda grave ocorre em menos de 1% dos casos. Este percentual é maior em pacientes acima dos 65 anos. o Em regiões menos desenvolvidas, as pessoas são expostas ao HAV em idades mais precoces, apresentando formas subclínicas ou anictéricas, que ocorrem, mais Gastroenterologia Gastroenterologia Hepatites Virais Highlight frequentemente, em crianças em idade pré-escolar. Muito provavavelmente, a maioria dos adultos já teve contato com ela por conta da forma de transmissão. o Possui esquema vacinal (vírus inativado) em duas doses, a partir dos 12 meses e a dose seguinte após 6 meses. Analise o gráfico a seguir: o Essa curva é de um paciente que teve o contato com o vírus da hepatite A e desenvolveu imunidade. Podemos perceber que primeiro houve o período de incubação após o contágio. o Há a eliminação do vírus nas fezes e quando aumenta essa eliminação começa a produção dos anticorpos de infecção aguda Anti-HAV IgM e de cronicidade/cura Anti-HAV IgG. A eliminação fecal do vírus termina quando o título de IgM aumenta. o Embora sejam produzidos no mesmo momento o IgM atinge um pico de produção mais rapidamente e então cai quando o IgG já está em uma porcentagem parecida com o nível de pico dela. O IgG permanece no indíviduo e após muitos anos a tendência é que diminua a sua concentração. Hepatite B o O vírus da hepatite B (HBV) é do tipo DNA, classificado entre os hepaDNAvírus. O período de incubação da infecção é de 45 a 90 dias, podendo se estender até 180 dias. o Pode ser transmitido por via parenteral, vertical (materno-infantil) e, sobretudo, pela via sexual, sendo considerada uma infecção sexualmente transmissível. → Na transmissão vertical, o risco de cronificação dessa doença nos RNs de gestantes com evidências de replicação viral (HBEAg reagente e/ou HBV DNA > 104) é de cerca de 70 a 90%. Evidenciando, a importância de pedir corretamente as sorologias para hepatite no pré-natal; → Ele pode ser detectado no sangue, saliva, semen, secreção vaginal, exsudatos serosos de ulceras cutâneas (importante transmisão na infância), liquor e leite materno. Ele permanece estável em superfícies inanimadas (mesas, bancadas...) por 7 dias. o O HBV é divido em 8 genomas, com características específicas, que vão do A ao H. No Brasil o A,D e F possuem uma maior prevalência. o Cerca de 5-10% dos adultos infectados chegam a fase crônica da doença. A grande maioria evolui para a cura. • Mecanismo de ação viral: É realizada por meio de agressão não direta ao hepatócito. Essa agressão é feita pelo sistema imunológico. Há a ativação de células natural-killers e células citotóxicas que vão promover a agressão no hepatócito. o No envoltório externo se encontra o antígeno de superfície HBsAg, quando ele está presente indica infecção pelo HBV. Contudo não informa se é aguda ou crônica. O anticorpo relacionado a esse antígeno é o Anti-HBsAg. o Na porção central do vírus (core), se encontra o genoma viral (DNA), o HBcAg e o HBeAg. Os anticorpo relacionado a esses antígenos são o Anti-HBcAg e o Anti-HBeAg, respectivamente. o Quem tem a hepatite B aguda pode permanecer com AgHBs reagente por até 24 semanas (6 meses). Após esse período de tempo, o indíviduo passa a ser classificado com portador crônico de hepatite B. ● Padrão sorológico o AgHBs: Primeiro a aparecer –> já no período de incubação o AgHBe: Marca a replicação viral –> presente na fase aguda E na infecção crônica. o Entenda o anti-HBc como o IgG. Então o paciente foi infectado e começou a produzir muito HBsAg até o momento que ele chega no pico de produção. Pouco depois do início da produção do antígeno o corpo reconhece a presença do antígeno e passa a responder com a produção dos anticorpos maracdores de infecção aguda (Anti-HBc IgM) e de cronificação/cura (anti-HBc IgG). A partir de 32 semanas após a exposição, é desenvolvido o anti-HBs, a presença desse anticorpo, junto ao Anti-HBc IgG reagente, confirma a cura dos pacientes que tiveram contato com o VHB. O perfil sorológico do paciente curado é: AgHBs -, anti-HBc IgG +, anti-HBc IgM -, anti-HBs +. Padrão sorológico de infecção aguda pelo VHB com recuperação. Padrão sorológico de infecção crônica pelo VHB. o Paciente é infectado e tal qual o primeiro paciente, inicialmente surge o AgHBs, em seguida os anticorpos IgM e IgG. Todos atingem o seu pico e o IgM então diminui, pois é marcador de infecção recente. Diferente do primeiro paciente, não há a queda do AgHBs de maneira que o anti-HBc se mantem com uma concentração próxima para tentar controlar esse antígeno. Nesse paciente não surge o anti-HBs. O perfil sorológico do paciente crônico é: AgHBs +, anti-HBc IgG +, anti-HBc IgM -, anti-HBs -. ● Triagem sorológica o Sabendo que 90-95% dos pacientes evoluem para a cura, deve-se triar os pacientes: → Com história de hemotransfusão; → Comunicantes sexuais (se um dos dois tem, testaremos tbm o parceiro) → Comunicantes domésticos (pois a transmissão se dá tbm por exsudatos) → Filhos de mães portadoras do VHB (transmissão vertical) → Pacientes HIV + → Pacientes renais crônicos, dialíticos (possibilidade de contaminação pois mesmo com todos os cuidados, a máquina não é exclusiva do paciente). → Gestantes (em todas as gestações que essa mulher tiver) ● Vacinação: o Dependente de idade: A imunização contra a hepatite B é realizada em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose (0, 1 e 6 meses). → Em recém-nascidos, a primeira dose da vacina deve ser aplicada logo após o nascimento, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão vertical. Caso não tenha sido possível, iniciar o esquema, o mais precocemente possível, na unidade neonatal ou na primeira visita ao Posto de Saúde e crianças/ adolescentes entre 1-19 anos. o Esse esquema de vacinação foi implementado em 1992, nesse sentido pessoas que nasceram antes desse ano não foram beneficiadas por esse programa de vacinação. Dessa maneira, pessoas com vida sexual ativa devem ser vacinadas. o A vacina, após administração do esquema completo, induz imunidade em 90% a 95% dos casos. o Independente de idade: → Vitimas de abuso sexual; → Acidentes com materiais biológicos; → Comunicantes sexuais de VHB; → Profissionais de saúde (mesmo que tenham sido previamente vacinados, se a titulação estiver baixa devem ser feitas 3 doses de reforço); → Hepatopatas crônicos; → Nefropatas crônicos; → Transplantados de orgãos sólidos; → Receptores de politransfusões; → Familiares que convivem com os portadores, ente outros. ● Imunoglobulina: o A imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B (IGHAHB) deve ser aplicada por via intramuscular, dose única. É indicada para pessoas não vacinadas, após exposição ao VHB, nas seguintes situações: → Prevenção da infecção (Mãe portadora do VHB = Vacina + imunoglobulina); → Vítimas de acidentes com material biológico positivo ou fortemente suspeito de infecção por HBV, sem vacinação para hepatiteB (Vacina + imunoglobulina); → Comunicantes sexuais de casos agudos de hepatite B; → Vítimas de abuso sexual (Vacina + imunoglobulina); Imunodeprimido após exposição de risco, mesmo que previamente vacinados Hepatite C o O vírus C da hepatite (HCV) é do tipo RNA, semelhante aos flavivírus e classificado atualmente como um hepacivírus. Ele foi descoberto recentemente (1989). → Possui 6 genótipos (1-6), além de 50 subtipos (A,B,C ...). o É altamente mutante e tem a pior resposta ao tratamento, atualmente temos a capacidade de tratar 40% dos portadores do HCV, que irão receber as medicações mais modernas. o É o principal agente etiológico da hepatite crônica (=comorbidades, ex.: varizes exofágicas, hipertensão portal...), anteriormente chamada de não-A não-B. o O período de incubação da hepatite C é variável, podendo ir de 30 a 180 dias. o Mesmo com a crescente taxa de diagnósticos de esteatohepatite não-alcóolica que gera cirrose hepática, o maior responsável pela cirrose e transplante hepático no mundo ocidental. o Sua transmissão ocorre principalmente por via parenteral. → A transmissão sexual é pouco frequente – menos de 1% em parceiros estáveis – e ocorre principalmente em pessoas com múltiplos parceiros e com prática sexual de risco (sem uso de preservativo), sendo que a coexistência de alguma DST – inclusive o HIV – constitui-se um importante facilitador dessa transmissão. Não é considerada uma IST. → A transmissão por instrumentos que entram em contato com sangue ainda é questionada, como alicates e palitos. → A transmissão vertical é rara. o Populações de risco acrescido para infecção pelo HCV por via parenteral: → Indivíduos que receberam transfusão de sangue ou hemoderivados antes de 1993; → Usuários de drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) ou pipadas (crack) que compartilham os equipamentos de uso; → Pessoas com tatuagens, piercings ou que apresentem outras formas de exposição percutânea (p. exs. consultórios odontológicos, podólogos, manicures, etc., que não obedecem às normas de biossegurança -> não estão estéreis). o Nem sempre o paciente consegue identificar quando foi infectado, e não importa muito pro tratamento esse conhecimento, então procuramos na anamnese algum indicio da época de contágio, levando em consideração as formas de transmissão. Se na história clínica ele relata sobre o comportamento sexual de risco, nós passamos a contar a partir desse momento a infecção. ! A cronificação corresponde a 70-85% dos casos. Não possue vacinação! o O exame é o Anti-HCV. Ele estando reagente pode ser interpretado de 3 maneiras: → Contato prévio com HCV e está em infecção aguda; → Contato prévio com HCV e está em infecção crônica; → Contato prévio com HCV e foi curado espontâneamente; o Como ele só demonstra o contato prévio com o HCV, faz-se necessário a solicitação da carga viral do paciente. Hepatite D o O vírus da hepatite Delta (HDV) é do tipo RNA, defectivo (“incompleto”), que necessita do vírus B para sua sobrevivência. É o único representante da família Deltaviridae. o Ele é satélite do HBV, então se encontrar esse vírus em um paciente, já se imagina que ele também está infectado pelo HBV. o A infecção delta crônica é a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos jovens em áreas endêmicas da Itália, Inglaterra e na região amazônica do Brasil. o Tem mecanismos de transmissão idênticos aos do HBV, ou seja, Parenteral, sexual e pode ocorrer a transmissão vertical, mas depende da replicação do HBV. o Os portadores crônicos inativos do vírus B são reservatórios importantes para a disseminação do vírus da hepatite delta em áreas de alta endemicidade de infecção pelo HBV. o A infecção aguda pelo HDV pode ocorrer de duas formas: coinfecção e superinfecção. → Na coinfecção adquirem-se, a um só tempo, o HBV e o HDV. → Na superinfecção o portador crônico de HBV adquire a infecção aguda pelo Delta. Hepatite E o O vírus E da hepatite (HEV) também é do tipo RNA, classificado como único membro da família Hepeviridae. o Sua transmissão fecal-oral. A interpessoal não é comum. o É uma doença autolimitada e pode apresentar formas clínicas graves, sobretudo em gestantes. o Exames solicitados: Anti-HEV total ou IgG e anti-HEV IgM. ● Janela imunológica: o A janela imunológica diz respeito ao tempo entre a infecção e o aparecimento do vírus nos testes sorológicos, nesse período o paciente mesmo infectado pode negativar o resultado. Então se o contato foi com o HBV os testes sorológicos são feitos após 60 dias e se foi com HCV após 120 dias (se o teste for o Elisa da 2ª geração). o Ex.: Um estudante da área da saúde relata ter entrado em contato com o HBV, mas está devidamente vacinado, o que se pode fazer? Pode- se usar a imuniglobulina (se a titulação estiver baixa) e aguardar 60 dias pra fazer a sorologia ou 25 dias pelo teste de biologia molecular. Quadro clínico o Geralmente tem boa evolução, principalmente as agudas. o Incubação: é o período que se estende desde o momento da contaminação até o aparecimento do primeiro sintoma. É variável conforme o tipo de vírus responsável. o Podrômico: Manifestações de quadro viral inespecífico (não sabe se é hepatite viral aguda, dengue,febre amarela, lepstospirose na fase inicial, entre outros). Geralmente dura 1 semana e o paciente pode ter sintomas como fadiga, anorexia, náuseas, mal-estar geral e adinamia, elevação da ALT/TGP geralmente é maior que da AST/TGO. o Estado: → Forma ictérica (4-6 semanas): Colúria (1º sintoma) seguida de ictericia, acolia fecal, melhora dos sintomas podrômicos, hepatomegalia dolorosa (70% dos casos) e esplenomegalia. → Forma anictérica (70% dos casos): Diagnóstico não chega a ser estabelecido o Convalescença: Sintomas desaparecem e laboratoriais tendem a normalidade; a maioria até o 4º mês. Para dizer que o paciente evoluiu para a cronicidade só depois de 6 meses ou 24 semanas! Níveis mais elevados de transaminases não guardam correlação direta com gravidade da doença, só o quadro clínico tem. Tratamento Geral o Remédios sintomáticos/Repouso/ Hidratação; o Aumento da ingestão de carboidratos simples e proteínas: tem apenas o valor de maior palatabilidade em paciente que cursa com hiporexia. o Evitar emprego de drogas que tenham potencial hepatotóxico, como o Paracetamol; o As drogas consideradas “hepatoprotetoras”, associadas ou não a complexos vitamínicos, não têm nenhum valor terapêutico; o Suspender ingestão de álcool por 6 meses; o A administração de corticosteróide é totalmente contra- indicada; o Vitamina K durante 1-3 dias pode ser recomendada nos casos de queda da atividade de protrombina; o Hepatite C aguda, particularmente, necessita de avaliação para indicação ou não de tratamento visto que o anti-hcv só indica a infecção e não o estado do quadro, então tem que pedir o exame de HCV-RNA qualitativo, se identificar material genético quer dizer que a doença tá aguda. → A importância disso é que é possível tratar o paciente com HCV aguda, existem drogas que fazem o tratamento e aumenta a chance de não evoluir para a cronicidade. → Soroconversão anti-HCV documentada, em pacientes com quadro clínico de hepatite aguda = Era crônico e virou agudo, daí pode até curar. → Quadro laboratorial de anti-hcv negativo com detecção do hcv-rna por biologia molecular (qualitativo). ● Critérios de cura: o Remissão dos sintomas, podendo persistir discreta adinamia e sintomas digestivos vagos; o Normalização das bilirrubinas, do tempo de protrombina, das aminotransferases (com pelo menos duas dosagens normais com intervalo de quatro semanas, devido à possibilidade de recrudescência). o Na HB o antígeno HBs tem tbm que desaparecer (geralmente é até 4 meses, mas podemos esperaraté 6 meses) e na HC tbm tem negativar o HCV-RNA (carga viral). ! Não se esqueça! Logo após o recebimento do exame de anti-HCV reagente, solicita-se a investigação sérica do material genético do HCV. Não pode acompanhar paciente com hepatite C pelo anti-HCV porque uma vez positivo, fica sempre positivo. Hepatite B crônica o Doença necroinflamatória causada pelo VHB, com os seguintes critérios: → AgHBS + por mais de 6 meses; → DNA do VHB > 20.000 UI/mL → Elevações de transaminases e histologia compatível. → Pode ser AgHBe + ou AgHBe –. ● Quadro clínico: o Fase de tolerância: → Assintomáticos (porque o vírus não lesa diretamente o hepatócito); → Sem elevação de TGO/TGP; → Infância e adulto jovem; → Replicação intensa de VHB, elevada viremia, elevados níveis séricos de dna do VHB, expressão do AgHBe; → Limitada reatividade imunológica. o Fase de clareamento: Perda de tolerância = resposta imune celular com eliminação (morte) dos hepatócitos, flare de exacerbação ou pico de exacerbação (TGO/TGP > 10X lsn) e inicio da seroconversão (Surge antiHBe). → Paciente crônico pode apresentar durante a vida vários períodos de exacerbação e muitas vezes é em um desses períodos que há o diagnóstico de hepatite B crônico. → Quando há esse aumento exagerado do TGO/TGP ele tem sintomas de infecção aguda, como adinamia e mal-estar. o Fase de Integração e tolerância: → Os hepatócitos contendo DNA do VHB integrado continuam a expressão do AgHBs.(Uma característica desse vírus é que como ele é de DNA, ele consegue se integrar ao nosso DNA e utilizar da maquinária celular para produzir os antígenos dele). o Fase aguda: Faz os exames da imagem acima. IgM dá +, AgHBe- e AntiHBe + o Fase crônica: Faz-se a avaliação da função hepática também. Alguns pacientes precisam da biópsia, mas não são maioria. Utiliza esse exame mais em HCV do que na HBV. → A endoscopia é pra fazer acompanhamento da síndrome da hipertensão portal, que eles estão sujeitos. • Tratamento: Vai ser feito por 24 semanas. Não vão ser cobradas as drogas para o tratamento, estão listadas apenas a título de conhecimento. Hepatite C crônica o Anti HCV reagente por mais de 6 meses: é controverso porque dificilmente o paciente vai saber há quanto tempo tem o anti HCV. o Evolui de forma arrastada durante décadas. o Acarreta cirrsose, morbimortalidade alta, CHC. o Ausência de medidas profiláticas (ex.: imunoglobulinas ou vacinas) o Reversibilidade da cirrose: sem retração hepática ou HP; → Por isso é importante diagnosticar na fase aguda ou quem descobriu ao acaso e é assintomas. o Primeiro passo: Estadiar o paciente; → A biópsia hepática continua sendo o padrão-ouro para o estadiamento da hepatite crônica. o Os métodos não inavsivos são quando a biópsia não pode ser realizada, por exemplo quando o paciente tem uma coagulopatia importante: → A elastograma hepática transitória avaliada através do fibroscan (vê o grau de fibrose hepática); → A elastograma pela acoustic radiation dorce (ARFI); → A elastograma por ressonância nuclear magnética o Testes bioquímicos: mais validados; → O APRI (índice da relação AST/Plaquetas) → Fibrotest e Fibrometer → A genotipagem é importante porque alguns genótipos respondem melhor ao tto do que outros. ● Padrão sorológico: Nesse primeiro gráfico o paciente evoluiu para cura. Nesse segundo gráfico há a cronificação. As falhas nas placas dos HCV-RNA indicam os flares, a transaminase atinge os picos no momento de exacerbação e depois cai. ● Tratamento: o Os objetivos são: → Reduzir a progressão da doença; → Prevenir as complicações da cirrose; → Reduzir o risco de CHC o Orientações: → Não-consumo de bebidas alcoólicas, → Prevenção de co-infecção com HIV, → Controle de ISTs e metabólicos como hiperlipidemia, obesidade e DM. o O genótipo mais comum no Brasil é o 2,3. 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução • Morfologia das vias biliares: O hexágono é a unidade estrutural básica do lóbulo hepático, no qual o vértice é composto pelo trato portal (composto pelo ramo da veia porta, ramo da artéria hepática e o canalículo biliar) e o centro pela veia centro lobular. Os hepatócitos produzem os produtos orgânicos que compõe a via biliar e entregam as ramificações do canalículo biliar. o Distribuição dos ductos: O lobo hepático direito emprega toda a sua produção da bile para o ducto hepático direito (dessa mesma forma acontece com o lado esquerdo). Logo em seguida, formando o ducto hepático comum que se junta com o ducto cístico que se direciona para o colédoco, no qual segue até o ducto pancreático e intestino (entregando toda a bile para o processo de digestão). o Composição da bile: 85% de água; 10% de bicarbonato de sódio; 3% de pigmentos; 1% de gordura; 0,7% de sais inorgânicos; 0,3% de colesterol. Dúvida — Como o hepatócito contribui para a formação da bile? Ele tem como função de produzir os solutos orgânicos: colesterol, sais biliares, fosfolipídios e pigmentos biliares. Então, produz 4 componentes que fazem parte da bile. É uma composição variada, em que dependendo a bile será litogênica ou não litogênica. — E qual é o mecanismo de formação de cálculos biliares? O desequilíbrio na concentração dos solutos orgânicos é o que vai determinar a formação de cálculos. 1- As micelas simples de sais biliares se juntam com os fosfolipídios e com o colesterol. 2- Formando assim, vesículas unilamelares que serão armazenadas na vesícula biliar. 3- Se por acaso houver o aumento da produção de colesterol, gerará uma instabilidade das vesículas unilamelares e supersaturação de colesterol (componente mais instável da bile, é quem define se a bile será litogênica). 4- Assim, terá a diminuição da fusão de vesículas micelares, permitindo a formação de cristais de monoidrato de colesterol (cálculos). Definição A colestase consiste em uma diminuição ou interrupção do fluxo biliar. Nada mais é do que a deficiência do fluxo de bile para o duodeno. Refere-se a patologias no fígado, ducto biliar e pâncreas. Metabolismo da bilirrubina: Gastroenterologia Gastroenterologia Colestase 1- A bilirrubina é um dos solutos produzidos pelos hepatócitos. As hemácias tem um período de vida de 120 dias, depois são recolhidas pelos órgãos hemocatereticos, principalmente pelo retículoendotelial. Elas precisam sofrer hemólise. 2- A lise das hemácias gerará a bilirrubina indireta (tóxica), precisa ser encaminhada para o fígado, para assim poder circular no sangue. Os hepatócitos unem a albumina + a bilirrubina indireta/não conjugada formando a bilirrubina direta/conjugada. 3- O destino da bilirrubina direta é até o intestino, onde sofrerá um processo de digestão dando origem a um subproduto denominado de urobilinogênio. 4- Esse por sua vez, pode ser reabsorvido pelos rins dando pigmento a urina (urobilina) ou seguir o caminho do intestino e fornecer o pigmento as fezes (estercobilina). ® Na colestese, o problema está justamente na conjugação da bilirrubina, logo depois que a bilirrubina indireta é formada, falhas no processo de conjugação levam ao acúmulo de bilirrubina indireta ou direta. Classificação o Extra hepática (icterícia obstrutiva): visível. ® Obstrução dos principais ductos fora do fígado ou no hilo. ® Icterícia obstrutiva: nítida “obstrução mecânica” ao fluxo de bile. o Intra-hepática: Existe duas subclassificações: 1- Colestase por lesão dos ductos segmentares e septais. 2- Colestase pela lesão de pequenos ductos. ® Comprometimento nos ductos segmentares e septais: Litíase intra hepática e TU compressivos. ® Pequenos ductos, colangíolos, interlobulares ou septais demenor calibre: autoimunes e drogas. o Patogenia intra-hepática:® Lesão de organelas intracelulares do hepatócito ou lesão ao nível do sistema excretor do canalículo biliar. ! A colestase intra-hepática pode acontecer quando tem-se lesão dos ductos segmentares (1 ao 8) ou dos pequenos ductos (colangíolos, de menor diâmetro). Etiologia Drogas: Amoxicilina/Clavulanato, Clorpromazina, Azatioprina e Contraceptivos orais. Quadro Clínico • Extra-Hepática: Dor; febre; Icterícia é o mais prevalente (tríade de Charcot). • Intra-Hepática: Relativo bem-estar, astenia, prurido, icterícia, hiperpigmentação cutânea, Xantomas, osteopenia, esteatorréia e deficiência de vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K). Fatores de risco • Extra-hepática: o Para litíase biliar: ® Não estáveis: idade, sexo feminino, fatores genéticos e etnia. ® Estáveis: obesidade, perda rápida de peso, gravidez e multiparidade, hiper TG, nutrição parenteral, uso de hormônios femininos, tagabismo, segentarismo e dietas hipercalóricas. São fatores que podem ser modificados. Laboratório são tumores que ocorrem devido ao acúmulo de lipídios na pele ou tecido subcutâneo Diagnóstico É feito clinicamente, porém tem uma série de exames de imagem que auxiliam na etiologia. o Diagnóstico por imagem ® Ultrasonografia. (visualiza dilatações). ® Tomografia computadorizada (para ducto dilatado mais alteração no pâncreas). ® Colangiografias, em especial a CPRE. (para retirada de cálculo). ® Colangiopancreatografia por ressonância magnética. (consegue identificar se tem obstrução por cálculo ou não). ® Colangiografia per/pós-operatória. ! A eco-endoscopia tem papel relevante no diagnóstico diferencial das patologias obstrutivas associadas à litíase ou a doença pancreática. Conduta • Medidas gerais nas colestases: o Colestases cirúrgicas: Extra-hepática. Vitamina K – auxilia na formação de processo de coagulação; antibióticos – para reduzir o super crescimento bacteriano; disfunção renal – para evitar isso, faz-se hidratação intensa; avaliar anemia e hiperbilirrubinemia; o Colestases Intra-hepáticas: Prurido – utiliza-se o ácido ursodesoxicólico; tratamento de má-absorção – para emulsificação adequada; deficiência vitamínica – reposição das vitaminas lipossolúveis; tratamento de doença óssea. ! Ácido ursodesoxicólico: tem ação citoprotetora, colerética, anti-apoptótica e imunomoduladora. Auxilia no prurido. 2021.2 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A | TUT 03 | 5º Semestre Introdução Quando fala-se de neoplasia do TGI, temos as do esôfago, estômago, cólon e fígado. Envolvem a maioria das neoplasias em seres humanos, no ranking mundial tem-se em homens (1º Próstata; 2º Cólon e reto; 3º traqueia, brônquios e pulmão; 4º estômago; 5º cavidade oral; 6º esôfago) e em mulheres (1º mama; 2º cólon e reto; 3º colo do útero; 4º tranqueia, brônquios e pulmão; 5º tireoide; 6º estômago). ® Seu rastreamento é feito principalmente por: EDA, colonoscopia e USG de abdômen. Câncer de Esôfago • Classificação: ! Os tumores não epiteliais se originam abaixo da mucosa. • Afecções predisponentes no carcinoma escamo-celular (CEC) ou Carcinoma espinocelular: ® Megaesôfago (secundária a acalasia ou chagas). ® Estenose cáustica: pacientes que sofreram mucosite por conta de soda cáustica. ® Síndrome Plummer Vinson: caracterizada por anemia e formação da membrana esofágica, que causa disfagia. ® Mais frequente: em homens e maiores de 50 anos. o Fatores de risco: álcool, tabaco, cereais, mate, bebidas quentes, nitrosaminas, fungos nos alimentos e desnutrição. ® Existe uma queda do CEC comparado ao adenoCa. • AdenoCa: o Fatores de risco: obesidade, DRGE: esôfago de barret e nitritos. o Quadro Clínico: Os sintomas aparecem desde o início da lesão (82%): ® Disfagia (sintoma mais presente quando ocupa 50% da luz). O que dificulta o diagnóstico precoce. ® Progressividade rapidamente. ® Odinofagia e regurgitação. ® Perda Ponderal. ! Quando se identifica os sintomas no início da lesão, procura-se os fatores de risco para analisar se o paciente está em um quadro neoplásico. ! Nas fases mais avançadas, o paciente apresenta estruturas adjacentes comprometidas. • Diagnóstico: ® Rastreamento nos grupos de risco. ® EDA com biópsia: utiliza-se estenoses, uso de corantes, magnificação de imagem com cromoscopia. ® EREED (Estudo radiológico esófago, estômago e duodeo): Pede-se quando o paciente tem desvio do eixo esofágico, a informação do EREED pode nos trazer que o paciente tem fixação tumoral (comprometimento mais profundo) e fístula traqueoesofágica. ® Estadiamento: TC cervical, torácica e abdominal; Ecoendoscopia (para ter noção enquanto a lesões restritas a parede do órgão, profundidade da lesão, avaliação de linfonodosperiesofágicos); PET CT (tomografia por emissão de pósitrons) para identificar se a lesão tem crescimento que compromete outras regiões; Laringobroncospia, para saber se há fístulas esofágicas e comprometimento do brônquio e traqueia. ® Disseminação por contiguidade, via linfática e hematogênica (linfonodos, fígado, pulmão, adrenais e ossos). ! A mucosectomia é essencial quando tem-se o diagnóstico precoce de neoplasia. Feita com uso de endoscópico. • Tratamento: ® Melhor modalidade é ressecção cirúrgica. ® É indicado com algumas condições clínicas: nutrição (define sua evolução), extensão da linfadenectomia, estadiamento. ® Neoplasia sem marcador tumoral específico, apresenta elevação de algumas proteínas. ® Encaminha o paciente para Mucosectomia: quando lesões planas ou elevadas < 2 cm ou deprimidas sem ulceração <1 cm (até m1 ou m2). ! Baixa chance de cura: lesões múltiplas, > 2 cm, tipo difuso de Lauren (citológico). Gastroenterologia Gastroenterologia Neoplasias Diferença entre lesão epitelial X subepitelial: Epitelial: Subepitelial: Câncer de Estômago • Introdução: ® Prevalência vem diminuindo no brasil; ® Homens tem maior chance de desenvolver que mulheres. Prevalente entre 60-70 anos. ® Fatores de risco: Infecção por H. pylori (carcinógeno tipo 1), tabagismo, anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (gastrite atrófica, auto-imune, metaplasia intestinal), gastrectomia a BII que leva a gastrite atrófica, álcool, consumo excessivo de sal e nitritos. • Quadro Clínico: ® Dispepsia (Sinais de alarme: perda de peso, vômitos recorrentes, disfagia, sangramento GI, anemia, visceromegalias); ® Dor abdominal; ® Úlcera gástrica na EDA. • Cascata de Pelayo Correa: O desenvolvimento da maioria dos casos de câncer gástrico está relacionado como a progressão sequencial de gastrite superficial para gastrite atrófica, metaplasia intestinal, displasia e adenocarcinoma gástrico. Esta sequência da carcinogênese gástrica, também conhecida como a “Cascata de Pelayo Correa” usualmente tem início com a infecção gástrica pelo H. pylori. • Classificação microscópica para adenocarcinoma – LAUREN: ® Intestinal: é o mais comum. Bem diferenciado, com formação de glândulas. Predominância no sexo masculino, 55-60 anos, associação com gastrite atrófica/metaplasia intestinal. Lesões expansivas, polipoides e ulceradas na EDA. Disseminação hematogênica. Localização preferencial: antro e curvatura menor. ® Difuso: Indiferenciado, com células em anéis de sinete. Sem predileção quanto ao sexo, 40-48 anos, associação com o grupo sanguíneo A. Lesões infiltrativas, com ulceras infiltradas ou linite plástica na EDA. Disseminação transmural/linfática. Localização preferencial: fundo gástrico. Pior prognóstico. EVOLUÇÃO DIFUSO: Gastrite crônica por H. pylori Lesões Hiperplasicas Displasia • Helicobacter Pylori: ® Aumenta o risco de neoplasia até 6x; 95% adenoCA. ® Inflamação crônica do TGI + desequilíbrio na proliferação celular, podendo levar a apoptose. ® A H. pylori é considerada carcinógeno do tipo 1 por algunsfatores: produção da uréase (enzima que degrada ureia em amônia e gás carbônico, permitindo que a bactéria fique no organismo), presença da proteína CagA (altera as vias de sinalização e rearranjo do citoesqueleto), VacA (produz vacúolos), adesinas (permite que a bactéria se agregue nas células epiteliais), LPS (induz a formação na resposta inflamatória). • Diagnóstico: ® EDA; tomografia de abdômen (delimita o tumor primeiro e avalia metástase); Ecoendoscopia (avalia a profundidade e parede gástrica, acometimento dos linfonodos regionais - extensão); PET-CT; marcadores sorológicos (CEA e CA 72-4 aumentado). ® Doenças disseminadas: gânglio de Virchow, empastamento do fundo de saco de douglas (sinal de Blumer) e aumento do ovário (tumor de Krukenberg). • Tratamento: ® Achados endoscópicos: Atenção na descrição de – pequenas rugosidades, alteração de coloração, muco aderido, discreto sangramento, interrupção de vasos -> neoplasia precoce - Ecoendoscopia. ® Mucosectomia/Dissecção endoscópica da submucosa: neoplasia gástrica superficial, monobloco, com margens livres. Avaliação se há necessidade de cirurgia aberta ou não. ® Acompanhamento: EDA anual por 10 anos. o Tipos de gastrectomia: ® Parcial: 1- Billroth I: Anastomose entre o estômago e o duodeno. 2- Billroth II: Anastomose entre o estômago e jejuno. ® Bypass (RNY): faz-se quando tem tumoração do corpo do estômago. Câncer de Cólon ® Ingestão de gordura saturada é o principal fator de risco. ® Formas de apresentação clínica: sangramento anal, alteração do ritmo intestinal, dor abdominal, mucorréia, perda ponderal, Síndrome anêmica > 50 anos = investigação mandatória, Pós adenomatosa familiar, RCUI (Retocolite Ulcerativa) -> rastreamento obrigatório, HF + aumenta o risco até 20x, pólipos. — Qual tipo de pólipo maligniza? ® A maioria dos pólipos do intestino são pólipos epiteliais, que se originam a partir da camada mucosa e não da camada submucosa; ® Pólipos não neoplásicos: 1. Hiperplásico; 2. Inflamatório; 3. Linfoide; 4. Juvenis. ® Pólipos neoplásicos: 1. Adenomatosos ou adenomas (são considerados lesões pré-malignas). ® Classificação dos pólipos: os adenomas são os mais frequentes e são precursores do adenocarcinoma. Quando há um diagnóstico histopatológico de adenoma é necessário ver o grau de displasia, se for de baixo grau é considerada uma lesão pré-maligna que deve ser observado porque pode evoluir para uma displasia de alto grau e se tornar um carcinoma. Além disso, ao se retirar o pólipo – através da polipectomia – retira-se inteiro e não apenas uma parte dele para a biópsia; ® O marcador tumoral é o CEA. o Tipos de pólipo: ® Hiperplásicos (benignos); ® Adenomas (pré-malignos): 1. Viloso (maior chance); 2. Túbulo-viloso; 3. Tubular (menor chance). ® Grau da displasia: 1. Severa; 2. Moderada; 3. Leve. • Diagnóstico e tratamento: ® Exame proctológico completo com toque retal; ® Sangue oculto nas fezes – assintomáticos; ® Retossigmoidoscopia rígida: distância exata entre a borda distal do tumor e a borda anal; ® Colonoscopia: Padrão de referência para neo precoce (assintomáticos); ® Av. perioperatória; ® CEA antígeno-carcino-embrionário; ® Ressecção tumoral com margens adequadas (10cm proximal e 5cm distal) + áreas de drenagem linfática; ® Reto distal: amputação abdominoperineal: sigmoide + reto + esfíncter; ® Reto médio alto: excisão mesoretal com preservação esfincteriana + RT; ® Colectomia; Câncer de Fígado • Introdução: ® Acomete os homens cerca de 2-4x mais do que as mulheres e tem prevalência em pessoas acima de 65 anos; ® Cirrose (70-90% dos CHCs): 1. Hepatites virais C e B; 2. Etilismo (14% no Brasil); ® DHGNA (3%), criptogênica (13%), hemocromatose (20x mais); ® Maior causa de morte em cirróticos compensados; ® Dx precoce: USG abdome (+ alfa feto proteína: S – 41- 65% E – 80-90%); ® Prevenção: não ingestão de álcool e vacinação para HBV; ® Fatores de risco: • Hepatocarcinogênese: ® Tanto os vírus da hepatite B e C quanto o álcool inativam o citocromo p53, causam estresse oxidativo e processo inflamatório. Essas três maneiras causam mutagênese e alteração genética que levam ao carcinoma hepatocelular; ® Independente do agente causal vai acontecer inativação do citocromo p53 ou estresse oxidativo ou inflamação crônica (ciclo vicioso de necrose-regeneração). . o Nódulo hepático: ® Nódulos regenerativos (áreas de parênquima aumentadas como resposta a necrose e alterações circulatórias) versus displásicos (transição) versus neoplásicos (hipervascularizados – decrescem os números dos tratos portais e acentuam-se as artérias no interior das lesões); ® CHC muito precoce: CHC único + CH compensada + ausência de hipertensão portal + ≤ 2 cm à carcinoma insitu à ressecção + sobrevida 95%; ® CHC precoce: CHC único ou 3 nódulos de até 3cm + CH child A ou B à transplante, ressecção ou ablação por radiofrequência ou alcoolização à sobrevida 50-70%. • Tratamento: ® Quimioembolização; ® Radioablação. ® Cuidados paliativos. “O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida” (Cicely Saunders)