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AULA 4.2 - CLÍNICA Otites RESUMO AULA Otite Externa Aguda (OEA) - Otalgia aguda - Dor à palpação de tragus ou pavilhão auricular; - Hiperemia ou edema - Hipoacusia (se tiver edema de conduto) - Otorreia (pequeno volume ou com aspecto de descamação úmida) - Em geral, sem febre e sem queixas sistêmicas - Em geral, membrana timpânica normal (pode ter hiperemia ou descamação por causa da inflamação adjacente) - Agentes: S. aureus e P. aeruginosa. Logo geralmente é bacteriana e não viral. Na otoscopia alterada (imagem abaixo) não conseguimos visualizar a membrana timpânica só vemos o conduto auditivo externo. Características: edema, hiperemia de conduto, otorreia e dor Podemos ter casos especiais, vejamos: ● OEA localizada; ● OEA fúngica; ● Extensão da inflamação para o pavilhão auricular É localizada, logo não se tem sintomas sistêmicos e a MT nesse caso está preservada. 1 Essa OEA fúngica pode acontecer em qualquer pessoa. O segundo principal agente é a candida. Na esquerda é menos difusa do que na direita, devemos tratar como pericondrite. Os dois casos têm hiperemia/edema só que um está mais amplo, o da direita possui edema periauricular. Tratamento ● Proteção auricular por 2 semanas (tucho de algodão embebido com óleo quando for tomar banho para proteger da água); ● Medicação tópica (gota otológica)- 3 gotas 8/8 h por 7-10 dias - neomicina, polimixina B, cloranfenicol, ciprofloxacina (não usar os dois primeiros se estiver perfuração de MT); ● Controle de dor (analgésicos, anti-inflamatórios) ● Antibioticoterapia sistêmica: cefalexina 500mg, 6/6h, 7 d, nos seguintes casos: - febre; - edema acentuado de conduto auditivo externo, impedindo a visualização da MT ( a gota otológica pode não entrar ) - edema periauricular Localizada - Atb tópicos em gota, pomada, creme - compressa morna local - drenagem se houver material adequado Fúngica - Remoção completa das hifas (fungos) e do macerado epitelial → função do otorrino fazer e não do médico generalista; -Em média consegue tirar tudo em 4 semanas, pois mesmo com a aplicação do antifúngico as hifas vão se renovando, mecanicamente com cureta, aspirador; - Antifúngicos tópicos (clotrimazol, nistatina, cetoconazol, miconazol e ciclopirox olamina). - Retornos para limpezas e uso de medicações até o fim da infecção fúngica. Otite Média Aguda A infecção vai funcionar como um abscesso pois é um local mais fechado. Quadro clínico típico ● Otalgia, hipoacusia e febre ● precedida por IVAS ● otorreia (apenas se MT perfurar) ● Agentes : virais (VSR, Influenza e Adenovírus) e bacterianos (Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis) Tuba auditiva Comunicação entre a orelha média e a nasofaringe Função: ventilar a orelha média Em repouso ela fica fechada 2 Caso ela não funcione não entra ar e nao sai secreção da orelha média A base das otites médias é a disfunção da tuba auditiva. Vejamos no esquema abaixo: Refluxo gastroesofágico causa edema de mucosa = disfunção da tuba auditiva Prevalência muito maior em criança Tuba auditiva mais curta e horizontalizada creches uso de chupetas aleitamento materno é um fator protetor devido ao aumento da imunidade vacina contra Pneumococo (fator protetor) Tratamento - Higiene nasal - Controle da dor (analgésicos e anti-inflamatórios) SE OMA BACTERIANA É mandatório realizar antibioticoterapia, só que não se trata todos, vejamos mais pra frente como funciona o esquema. - Amoxicilina 80-90 mg/kg/dia, 8/8h por 7 a 10 dias - Caso tenha feito uso de amoxicilina no ultimo mês associar com clavulanato - Alérgicos a penicilinas: pode-se fazer o uso de cefalosporinas de 2ª geração (cefuroxima e cefaclor) 3 - Outras opções: macrolídeos (ruins para H. influenzae) e Sulfametoxazol + trimetoprima (ruim para S. pneumoniae e H. influenzae) - Em casos resistentes: amoxicilina + clav. 80-90 mg/kg/dia; cefalosporinas de 2ª geração; ceftriaxona IM por 3 dias. Abaixo, temos as condições especiais que comentamos anteriormente, vejamos: IMPORTANTE SABER A TABELA ACIMA!!! ● Condição especial para WW (watchfull waiting) → que nada mais, nada menos do que observação sem aplicação do atb → logo tem que garantir um canal de comunicação acessível - “o paciente tem acesso ao serviço de saúde com facilidade?” se sim, você faz a observação, caso contrário você já faz a antibioticoterapia e um responsável pela observação da criança; ● Sempre fazer tratamento de suporte: analgésicos/ anti-inflamatórios. Dos sintomas graves é considerado pelo menos 1 dos seguintes: toxemia, otalgia por mais de 48h, febre acima de 39°C; Isso é para evitar o uso indiscriminado de antibióticos. Otite Média com Efusão Podemos chamar também de otite média serosa ou secretora NÃO É UM QUADRO INFECCIOSO, E SIM UM QUADRO INFLAMATÓRIO, LOGO NÃO APRESENTA VÍRUS, BACTÉRIAS, NADA DO TIPO. - Fluido em orelha média sem evidencia de infecção - Pressão negativa dentro da OM - Disfunção da tuba auditiva - Muito comum durante IVAS e na fase de recuperação de OMA Quadro clínico - Hipoacusia, - plenitude auricular ( sensação do ouvido estar “cheio”, sons abafados) - OMA de repetição Região edemaciada, com bastante secreção e um pouco hiperemiada —> Bloqueio da tuba auditiva Nas imagens de cima temos adenoides normais (asterisco) e nas de baixo com hipertrofia. 4 A fisiopatologia segue a mesma: A otoscopia demora em torno de 1 mês para melhorar após um quadro de otite. Secreção citrina, transparente. Ângulo fibroso é o limite do tímpano. Tratamento - Cerca de 75-90% resolvem espontaneamente em até 3m. - Antibioticoterapia não é indicada - Corticosteróides orais ou nasais- resolução mais rápida e a curto prazo - Anti-histamínicos e descongestionantes- usados na prática clínica, mas sem evidência em ensaios clínicos - Quadros persistentes por mais de 3 meses- encaminhar ao otorrinolaringologista. Timpanotomia para colocação de tubo de ventilação:Consiste na colocação de um pequeno tubo “carretel” que fica ancorado na membrana timpânica, constituído de silicone ou teflon que pode ser de curta, média ou longa duração. DICAS: OEA ● História de contato com água (praia, piscina) ou manipulação (cotonete, grampo, unha) ● Prurido ● Dor a palpação de tragus OMA ● História de IVAS ● Iniciar ATB se não tiver como acompanhar o paciente ● Medicações sintomáticas OME ● História de rinite, OMA recente, refluxo gastroesofágico; ● Iniciar GC nasal/ oral (??); ● Encaminhar ao ORL se não melhorar em 3 meses. 5
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