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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ELETROTÉCNICA Experiência 09: Parâmetros do circuito equivalente do motor de indução trifásico. Objetivo: Determinar os parâmetros do circuito elétrico equivalente do motor de indução trifásico. 1.0 Introdução O circuito equivalente de um motor de indução é obtido agrupando os circuitos do estator e do rotor e introduzindo no circuito do estator o ramo magnetizante. Esse ramo é constituído de uma resistência Rc, traduzindo as perdas no núcleo (magnéticas), em paralelo com uma reatância jXm, responsável pela produção do fluxo magnético girante. Como a transferência de energia do estator para o rotor se faz de forma indutiva, essa parte do circuito é semelhante a um transformador ideal, resultando no circuito equivalente do motor, por fase, referido ao estator, conforme Figura 1. sI sV ' r r I I k cI mI I ss r k E E ' rR s a) sI sV ' r r I I k mI ss r k E E ' rR s b) Figura 1 – Circuito equivalente, por fase, do motor de indução trifásico. (a) Circuito completo considerando a resistência de perdas no núcleo; (b) circuito simplificado desprezando a resistência de perdas no núcleo (considerada juntamente com as perdas rotacionais). Os parâmetros do circuito equivalente são determinados mediante ensaios. A resistência do estator Rs é obtida diretamente através de medições de resistência. Os outros parâmetros são determinados a partir dos ensaios a vazio e rotor bloqueado. 2.0 Ensaios em motores de indução trifásicos 2.1 Teste a vazio O ensaio deve ser realizado com tensão nominal. O motor deve ser ligado a uma rede balanceada operando em vazio durante algum tempo, para lubrificação dos mancais. Em seguida, a tensão, a corrente e a potência ativa absorvida são medidas. Quando o motor gira a vazio, o escorregamento é bem próximo de zero. O pequeno conjugado gerado será apenas o suficiente para compensar as perdas rotacionais (no ferro, nos mancais de atrito e na ventilação). Sendo assim, a parcela ' rR s é muito maior que a reatância Xm. A rede enxerga o motor como uma impedância o o oZ R jX e, por fase, têm-se (Figura 2): 2 0I oV 0 3 P 0I oV Figura 2: Circuito equivalente para o ensaio a vazio. 2 2 20 0 0 0 0 0 0 0 0 02 0 0 (1) (2) (3) 3 (4) (5) 3 rotacional s s m V P Z R X Z R P P R I X X X I I sendo: P0 , R0 perdas no cobre do estator e perdas rotacionais. 2.2 Teste de rotor bloqueado Aplica-se Vrb tal que circule corrente nominal Inom nos enrolamentos do motor, mantendo o rotor travado. Nesta situação o escorregamento é unitário e a resistência do rotor referida ao estator reduz-se a R’r. A rede enxerga o motor como uma impedância rb rb rbZ R jX , e assim têm-se: nom rbI I rbV3 rbP nom rbI I rbV Figura 3: Circuito equivalente para o ensaio rotor bloqueado. 2 2 2 (6) (7) (8) 3 rb rb rb rb rb rb rb rb rb V P Z R X Z R I I A impedância Zrb pode ser obtida como: '2 ' '2 ' ' ' 2 2'2 ' '2 ' / / (9) m r r m rm rb s s r r m s r s r m r r m r X R X X XX Z R jX R jX jX R R j X R X X R X X Considerando que Xm >> R’r e Xm >> X’r tem-se que (9) pode ser aproximada para: 2 2 ' ' ' ' ' ' ' (10)m m mrb s r s r s r s r m r m r m r X X X Z R R j X X R R j X X X X X X X X Assim de (10) tem-se: 2 2' ' ' ' ' (11) (12) m m r rb s r r rb s m r m rb r s X X X R R R R R R X X X X X X 3 Deve-se observar que não é possível realizar uma medida adicional da qual Xs e X’r possam ser determinadas de forma única. A norma IEEE 112 recomenda a distribuição empírica mostrada na Tabela 1. Se a classe do motor for desconhecida é prática assumir que Xs e X’r sejam iguais. Tabela 1: Distribuição empírica de reatâncias de dispersão em motores de indução Classe do motor Fração de Xrb= Xs+X’r Xs X’r A e D 0,5 0,5 B e N 0,4 0,6 C e H 0,3 0,7 Rotor bobinado 0,5 0,5 3.0 Parte Prática 3.1 Verificação do princípio de operação do MIT 3.1.1 Anotar os dados de placa do MIT. 3.1.2 Conectar os terminais do motor em e montar o circuito da Figura 4. Aplicar tensão nominal. 3.1.3 Observar e anotar os valores, da tensão, da corrente de linha e da rotação. 3.1.4 Conectar os terminais do motor em Y, aplicar a mesma tensão anterior. 3.1.5 Observar e anotar os valores da tensão, da corrente de linha e da rotação. 3.1.6 Inverter uma das fases e ver o que acorre. 3.1.7 Desligar uma das fases (simulação da perda de um alimentador), observar o que ocorre, anotar as correntes absorvidas pelo motor. 3.1.8 Desligar uma das fases e dar partida no motor, observando o que ocorre. 3.2 Ensaio a vazio 3.2.1 Conectar os terminais do motor em e montar o circuito da Figura 4. 3.2.2 Alimentar o motor através da rede trifásica, com tensão nominal. 3.2.3 Registrar os valores da potência ativa, da corrente e da tensão. 3.3 Ensaio rotor bloqueado 3.3.1 Conectar os terminais do motor em e montar o circuito da Figura 4. 3.3.2 Travar o eixo do rotor (segurar firme com a mão), alimentar o motor através da rede trifásica, com tensão reduzida de valor tal que circule na fase corrente nominal. 3.3.3 Registrar os valores da potência ativa, da corrente e da tensão. 4 31 2 3 cosL LW W P V I 5A Figura 4 - Circuito elétrico para os ensaios a vazio e em rotor bloqueado. 3.4 Medição da resistência ôhmica do enrolamento do estator 3.4.1 Medir a resistência de cada fase do estator, através do ohmímetro. 3.4.2 Calcular a resistência de estator média. 4.0 – Relatório 4.1 Comparar e justificar os valores da corrente e rotação nos itens 3.1.3 e 3.1.5. 4.2 O que aconteceu no item 3.1.6. 4.3 O que aconteceu com as correntes observadas no item 3.1.7. 4.4 O que aconteceu no item 3.1.8. 4.5 Calcular os parâmetros do circuito equivalente, por fase, do MIT. 4.6 Desenhar o circuito equivalente simplificado referido ao estator. 4.7 Descrever o significado físico de cada um dos parâmetros do circuito equivalente referido ao estator. Prof. Fábio Prof. Malange Adilson – Técnico Everaldo - Técnico
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