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DIREITO PENAL II
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 AULA 18.DIREITO PENAL II.
CRIMES CONTRA A VIDA.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO E AUXÍLIO AO SUICÍDIO.
INFANTICÍDIO
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 OBJETIVOS AULA
O aluno deverá ser capaz de:
► Compreender a relevância da proteção ao bem jurídico-penal vida, intra ou extra-uterina.
 ► Diferenciar, nos casos concretos apresentados, os delitos de induzimento, instigação e auxílio ao suicídio de outras figuras típicas, tais como: homicídio no caso de pacto de morte, abandono de incapaz e abandono de recém-nascido qualificados pelo resultado morte.
► Analisar, nos casos concretos apresentados, a possibilidade de ocorrência de concurso de pessoas no delito de infanticídio. 
► Diferenciar, nos casos concretos apresentados, as condutas típicas aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante e os delitos previstos no art. 129, §§ 1° e 2°, incisos IV e V do Código Penal.
 
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 CONTEÚDO
  
Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio.
 Análise das Elementares do tipo penal. Consumação e Tentativa. Figuras típicas. Questões Controvertidas.
2. Infanticídio. 
Análise das Elementares do tipo penal. Consumação e Tentativa. Figuras típicas. Questões Controvertidas.
 
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Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio.
 1.1. A autolesão e o sistema jurídico-penal vigente.
► Princípio da Alteridade. 
 O A Legislação Penal não sanciona a conduta de destruir
 a própria vida por questões de Política Criminal.
 Segundo Nélson Hungria, apud Fernando Capez, são duas as razões de Política Criminal:
 1. caráter repressivo da sanção penal (não pode recair sobre um cadáver);
 2. caráter preventivo da sanção penal ( a ameaça da pena queda-se inútil ante aquele indivíduo que nem sequer teme a morte).
 (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Especial, v.2.10. ed. pp 121)
	 	
 
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1.2. Elementos do tipo.
► Induzir significa inspirar, incutir, sugerir, persuadir (...) fazer brotar no espírito de outrem a idéia suicida (PRADO, Luiz Regis. Material Didático). 
► Instigar “é estimular, incitar (...) a idéia suicida preexiste e o instigador impulsiona sua concretização (PRADO, Luiz Regis. idem)
► Auxiliar é “fornecer os meios necessários para que a vítima alcance o propósito de matar-se”. (idem)
1.3. Sujeitos do delito.
 ► Indispensável que seja pessoa certa e determinada.
 ► O sujeito passivo e a necessidade de capacidade de discernimento.
 
 
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1.5. Consumação e tentativa. 
 1ª Corrente: trata-se de delito instantâneo e de mera conduta, logo os resultados lesão corporal grave ou morte configuram mera condição de punibilidade. Neste caso, é correto afirmar que o delito se consuma com o mero induzimento, instigação ou auxílio. (Luiz Regis Prado).
2ª Corrente: trata-se de delito material, logo os resultados lesão corporal grave ou morte configuram elementares do tipo penal e o delito só se consuma com sua ocorrência. Caso contrário, a conduta será atípica. (Fernando Capez. Op. Cit, pp 127).
► Em ambos os casos a tentativa é inadmissível.
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1.6. Figuras Típicas
► Simples
Art. 122, CP. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
► Majoradas.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Obs. Estupro de vulnerável - Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos
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 Pacto de Morte. Caracterização e distinção do delito de homicídio.
 Narrativa: Casal que firma o pacto de morte a ser concretizado mediante a utilização de gás de um aquecedor doméstico; para tanto, tranca-se em um banheiro, o rapaz veda as aberturas da janelas e porta, abre a torneira de gás enquanto a moça assiste a tudo deitada na banheira.
Hipótese 1. Ambos sobrevivem com lesões leves.
Hipótese 2. Ambos sobrevivem com lesões graves.
Hipótese 3. O rapaz morre.
Hipótese 4. A moça morre.
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2. Infanticídio.
2.1. Elementos do tipo.
 ► Bem Jurídico tutelado. Início da vida extrauterina. 
 
 2.2. Sujeitos
 Ativo: delito especial próprio.
 Passivo: neonato.
► É indiferente a capacidade de vida autônoma. 
Art. 123, CP. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
 
 
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 Natureza jurídica do estado puerperal.
 Critério fisiopsíquico a ser aferido mediante laudo pericial com vistas à atenuação da culpabilidade.
 ► Exposição de Motivos do Código Penal.
Item n. 40. O infanticídio é considerado um delictum exceptum quando praticado pela parturiente sob a influência do estado puerperal. Esta cláusula, como é óbvio, não quer significar que o puerpério acarrete sempre uma perturbação psíquica: é preciso que fique averiguado ter esta realmente sobrevindo em conseqüência daquele, de modo a diminuir a capacidade de entendimento ou de auto-inibição da parturiente. Fora daí, não há por que distinguir entre infanticídio e homicídio. Ainda quando ocorra a honoris causa (considerada pela lei vigente como razão de especial abrandamento da pena), a pena aplicável é a de homicídio. 
 
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► O Estado Puerperal configura elementar do tipo penal – distinção do delito de homicídio.
 Para Guilherme de Souza Nucci, o estado puerperal “é o estado que envolve a parturiente durante a expulsão da criança do ventre materno (...) sendo uma hipótese de semi-imputabilidade que foi tratada pelo legislador (...) sendo o puerpério o período que se estende do início do parto até a volta da mulher às condições pré-gravidez”. (NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado, 9 ed. pp 612).
 ► Caso seja retirada total ou parcialmente a capacidade de entendimento ou de autodeterminação da parturiente em decorrência do grau de desequilíbrio fisiopsíquico, aplicar-se-ão as disposições do art. 26, caput ou parágrafo único do CP. (CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 2 ed. pp 38)
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 Lapso temporal: durante o parto ou logo após
 Para Genival Veloso de França Puerpério, sobreparto ou pós-parto é “o espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a involução total do organismo materno às suas condições anteriores ao processo gestacional. Dura, em média, seis a oito semanas. Seu diagnóstico é muito importante nas questões médico-legais ligadas a sonegação, simulação e dissimulação do parto e da subtração de recém-nascidos, principalmente nos casos em que se discute a hipótese de aborto ou de infanticídio, ou ainda de parto próprio ou alheio” .(FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2001. Página 225)
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Acerca do tema, vide decisão proferida em sede de Recurso em Sentido Estrito pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro: 
Ementa. Crime de homicídio triplamente qualificado. Sentença de pronúncia. Recurso defensivo objetivando a absolvição sumária ou a desclassificação para o crime de infanticídio.Absolvição sumária. Inexistência de prova de circunstância que exclua o crime ou isente de pena. Alegação da recorrente no sentido de que o bebê já estaria morto quando foi jogado no rio, sem respaldo na conclusão do Auto de Exame Cadavérico,
que atestou como causa da morte asfixia por afogamento. Desclassificação para o crime de infanticídio. Impossibilidade. 
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 Laudo psiquiátrico forense atestando a capacidade da recorrente de entendimento e determinação de conduta à época dos fatos, bem como a ausência de estado puerperal.Autoria confessada e materialidade comprovada pela prova técnica. Teses de absolvição e desclassificação delitiva não caracterizadas de forma incontestável. Submissão da recorrente a julgamento pelo Tribunal do Júri. Fundamentação adequada e suficiente da decisão de pronúncia.Desprovimento do recurso. (Recurso em sentido estrito n. 2007.051.00161. Terceira Camara Criminal. Rel. Des. Marco Aurelio Bellizze; julgado em 13/11/2007
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2.3. Consumação e tentativa
 Crime material: consuma-se com a morte do nascituro, sendo admissível a tentativa, haja vista tratar-se de crime plurissubsistente.
2.4. Questões controvertidas.
 ► Distinção entre o delito de infanticídio e outras figuras típicas, tais como: homicídio e crimes de perigo.
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 134, CP.Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
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► Concurso de pessoas no delito de infanticídio: possibilidade e comunicabilidade do estado puerperal. 
Narrativa: Mãe que, sob a influência do estado puerperal, mata o próprio filho e a possibilidade da interferência de conduta de terceiro. (Material Didático pp 74)
 Hipótese 1: mãe e terceiro realizam
 dolosamente o núcleo do tipo. Ambos
 respondem pelo delito de infanticídio
 por força do art.29, CP; 
 Hipótese 2: mãe mata o nascente e é
 ajudada pelo terceiro; ambos respondem pelo delito de infanticídio por força do art.30, CP. Ele, entretanto, na condição de partícipe.
 
 
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 Hipótese 3: o terceiro mata a criança, com a participação da mãe. Neste caso, há a quebra da teoria unitária do concurso de pessoas, sendo o terceiro responsabilizado pelo delito de homicídio e a mãe, infanticídio por força do disposto no art.67, CP.
Art. 30, do Código Penal. 
 Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Art. 67, do Código Penal. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência
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CASO CONCRETO
 Arlete, em estado puerperal, manifesta a intenção de matar o próprio filho recém nascido. Após receber a criança no seu quarto para amamentá-la, a criança é levada para o berçário. Durante a noite, Arlete vai até o berçário, e, após conferir a identificação da criança, a asfixia, causando a sua morte. Na manhã seguinte, é constatada a morte por asfixia de um recém nascido, que não era o filho de Arlete.Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a responsabilidade penal da mãe. (OAB/FGV . 2010.2)
a) Crime de homicídio, pois, o erro acidental não a isenta de responsabilidade.
b) Crime de homicídio, pois, uma vez que o art. 123 do CP trata de matar o próprio filho sob influência do estado puerperal, 
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 não houve preenchimento dos elementos do tipo.
c) Crime de infanticídio, pois houve erro quanto à pessoa.
d) Crime de infanticídio, pois houve erro essencial.
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