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DIREITO PENAL II
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DIREITO PENAL II.
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE.
 
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 OBJETIVOS AULA
►Aplicar os institutos previstos na parte geral do Código Penal aos crimes em espécie.
 
► Identificar, nos casos concretos apresentados, a ocorrência de causas extintivas de punibilidade de modo a contemplar as missões da aplicação da sanção penal, pena ou medida de segurança, no Estado Democrático de Direito.
► Diferenciar as causas extintivas abstrata e concreta de punibilidade e seus respectivos consectários.
 
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 CONTEÚDO
 
 1. Conceito. Causas Extintivas de Punibilidade.
      1.1 Abstrata
      1.2. Concreta
 2. Disposições Gerais acerca das Causas Extintivas de Punibilidade.
 
 
 
 
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1. Conceito. Causas Extintivas de Punibilidade.
 “As causas de extinção da punibilidade implicam renúncia, pelo Estado, do exercício do direito de punir, seja pela não imposição de pena, seja pela não execução ou interrupção do cumprimento daquela já aplicada”. (GARCIA MARTIN, L.et alii APUD, PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v.1. 9 ed. pp 653).
 Fernando Capez sintetiza que causas de extinção de punibilidade “são aquelas que extinguem o direito de punir do Estado”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático. pp 586).
 
 
 
 
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 Para Guilherme de Souza Nucci compreende-se por extinção de punibilidade o “desaparecimento da pretensão punitiva ou executória do Estado, em razão de específicos obstáculos previstos em lei”. Ainda, salienta o autor que “não há que se confundir extinção de punibilidade com condição objetiva de punibilidade, condição negativa de punibilidade e condição de procedibilidade, embora sejam institutos interligados”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6 ed. pp. 577). 
 As causas extintivas da Punibilidade Concreta encontram-se previstas no art.107, incisos I a IX, do Código Penal, sendo, entretanto, o referido rol exemplificativo, haja vista a previsão em outros dispositivos legais, tais como: art. 82, 90, 236, 312,§3º, todos do CP, dentre outros.
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1.1 Abstrata
 a) Escusas absolutórias
 Na verdade, configuram condições negativas pessoais de punibilidade, ou seja, são causas especiais de isenção de pena aplicadas a determinadas pessoas e não se comunicam no caso de concurso de agentes. Podem ser absolutas ou relativas, conforme excluam a imposição de pena ou transformem-se em condições de procedibilidade da ação penal – art.181 e 182, do Código.
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Art. 181, CP - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182, CP - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
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Art. 183, CP - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
 I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
 II - ao estranho que participa do crime.
 III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
CASO CONCRETO. 
Paula Rita convenceu sua mãe adotiva, Maria Aparecida, de 50 anos de idade, a lhe outorgar um instrumento de mandato para movimentar sua conta bancária, ao argumento de que poderia ajudá-la a efetuar pagamento de contas, pequenos saques, pegar talões de cheques etc., evitando assim que a
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a mesma tivesse que se deslocar para o banco no dia a dia. De posse da referida procuração, Paula Rita compareceu à agência bancária onde Maria Aparecida possuía conta e sacou todo o valor que a mesma possuía em aplicações financeiras, no total de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), apropriando-se do dinheiro antes pertencente a sua mãe. Considerando tal narrativa, assinale a alternativa correta: (OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado 2010.2)
a) Paula Rita praticou crime de estelionato em detrimento de Maria Aparecida e, pelo fato de ser sua filha adotiva, é isenta de pena.
b) Paula Rita praticou crime de furto mediante fraude em detrimento de Maria Aparecida e, pelo fato de ser sua filha adotiva, é isenta de pena.
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 c) Paula Rita praticou crime de estelionato em detrimento de Maria Aparecida e, apesar de ser sua filha adotiva, não é isenta de pena.
d) Paula Rita praticou crime de furto mediante fraude em detrimento de Maria Aparecida e, apesar de seu sua filha adotiva, não é isenta de pena.
b) Imunidade Diplomática: configura-se como rol de “privilégios outorgados aos agentes diplomáticos consistentes em inviolabilidade, imunidade de jurisdição penal e civil e isenção fiscal” (PRADO, Luiz Regis. op.cit. pp 236)
 c) Arrependimento Eficaz e Desistência Voluntária: previstos no art.15, do Código Penal, configuram causas excludentes de tipicidade da conduta.
 
 
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1.2. Concreta (art.107, I a IX, CP)
 
            a) Morte do agente: princípio da pessoalidade da pena - art.5º, XLV, CRFB/1988. 
 Questão controvertida: falsidade de declaração de óbito apresentada no caso de sentença extintiva de punibilidade transitada em julgado: face ao princípio que veda a revisão criminal pro societate o melhor entendimento é no sentido de que só resta ao Estado responsabilizar os agentes pela falsidade.
 
 
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b)Anistia graça e indulto: espécies de indulgência soberana, na qual o Estado “desiste” de exercer o seu direito de punir. 
 
 Podemos dividir em duas espécies: de um lado a anistia, cuja competência é da União e privativa do Congresso Nacional; de outro a graça e indulto, o primeiro de caráter individual e o segundo, coletivo; são de competência do Presidente da República e apenas atingem os efeitos principais da condenação.
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 OBS. Efeitos da Condenação.
 principais:imposição de pena e seu cumprimento
 
 Penais secundários: geração de reincidência e maus
 antecedentes; lançamento do nome no rol dos
 culpados; revogação de sursis e livramento
 condicional....
 automáticos: art.91, CP (ex. reparação civil)
Extrapenais 
 específicos: art.92, CP 
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 CASO CONCRETO. 
Em relação aos institutos da graça, do indulto e da anistia, assinale a opção correta: (EXAME OAB/CESPE-UNB 2009.3.)
a) Após a concessão do indulto, benefício de caráter coletivo outorgado espontaneamente pela autoridade competente, eliminam-se apenas os efeitos extrapenais da condenação.
b) Compete, privativamente, ao presidente da República conceder graça e indulto; já a anistia é atribuição do Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República.
c) A anistia foi instituída por lei penal de efeito retroativo, que retira as consequências da ação criminosa já praticada, eliminando os efeitos penais e extrapenais da condenação.
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 d) Com a outorga da graça, benefício individual concedido mediante a provocação da parte interessada, eliminam-se os efeitos penais principais e secundários da condenação.
            c) Abolitio criminis. (art.2º, caput, CP).
d)Decadência: é a perda do direito de ação de iniciativa privada ou do direito de representação, por não terem sido exercidos no período estabelecido em lei.
        
 Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
 
 
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 e)Perempção: é a perda do direito de prosseguir com a ação penal de iniciativa privada em decorrência da inércia do querelante (art.60, CPP).
 f) Renúncia e perdão do ofendido: a renúncia configura a falta de interesse do ofendido em exercer o direito de queixa, portanto, antes da propositura da ação penal; configura ato unilateral e se comunica no caso de concurso de agentes (aplica-se a todos os agentes). 
 Por outro lado, o perdão do ofendido, ocorre no curso da ação penal de iniciativa privada e depende da aceitação do ofendido
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 ►Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. 
 Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
III - se o querelado o recusa, não produz efeito. 
 § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
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f) Retratação: “pela retratação o agente reconsidera a afirmação anterior e, assim, procura impedir o dano que poderia resultar de sua falsidade” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 5 ed. pp 279). Aplica-se, por exemplo, aos delitos de calúnia e difamação
 Art. 143, CP - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena).
 Art. 342,§2º,CP – Falso testemunho ou falsa perícia.
 Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade
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 CASO CONCRETO. 
Na hipótese do crime de falso testemunho, a retratação do agente: (Exame OAB/CESPE – UnB. 2007.2)
a) é causa extintiva de punibilidade, caso seja feita antes da prolação da sentença no processo em que foi prestado o falso testemunho.
b) não é causa de extinção de punibilidade.
c) é causa extintiva de punibilidade, caso seja feita antes da prolação da sentença do processo criminal relativo ao crime de falso testemunho.
d) feita a qualquer momento é causa extintiva de punibilidade.
 
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g) Perdão judicial: direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei; ex. art.121, §5º e art. 129,§8º, CP.
 
 Questão controvertida: natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial.
1ª corrente: decisão condenatória; subsistem todos os efeitos secundários da condenação (lançamento do nome no rol dos culpados para fins de reincidência e maus antecedentes, bem como obrigação de reparar o dano (Magalhães Noronha, Guilherme de Souza Nucci); para Guilherme de Souza Nucci é possível, inclusive, que o réu interponha recurso pleiteando a absolvição por negativa de
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autoria ou por ausência de culpa em relação ao evento danoso como forma de afastar os efeitos secundários da condenação. (NUCCI, op.cit. pp 590)
 2ª corrente: decisão absolutória imprópria, pois subsistem todos os efeitos secundários da condenação (Frederico Marques).
3ª corrente: declaratória de extinção de punibilidade não gerando qualquer conseqüência para o réu – Verbete de Súmula n.18, do Superior Tribunal de Justiça.
 Art.120, CP. “ A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência”.
Súmula n.18, do Superior Tribunal de Justiça.
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
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CASO CONCRETO.
Menina de 6 anos morre atropelada pelo caminhão do pai na Bahia.
 Fonte: O Globo On Line; disponível em http://oglobo.globo.com/cidades, acesso em 28 de julho de 2010.
Salvador - Uma criança de 6 anos foi morta e atropelada pelo próprio caminhão do pai. Desgovernado, o veículo teria descido de uma rampa onde costumava ficar estacionado, em Caravelas, no interior baiano, e atingido Joyce Rocha Pires. O incidente aconteceu no início da noite desta terça-feira, no distrito de Juerana. A morte aconteceu no mesmo instante do acidente. O corpo de Joyce Rocha Pires foi levado para o instituto médico legal (IML) de Teixeira de Freitas, para exames de medicina legal.
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Os médicos apontaram morte por traumatismo cranioencefálico. A partir da premissa hipotética de que o veículo tenha sido estacionado de forma negligente, razão pela qual teria descido de uma rampa, surge, no caso em exame, um conflito aparente de normas entre os delitos previstos nos art. 121, §3º, do Código Penal e o art. 302, da Lei n.9503/1997 (CTB). Todavia, no caso em exame, não há que se falar na incidência da Lei n.9503/1997, haja vista o fato do veículo automotor, no momento da morte da vítima, não encontrar-se em movimento por seus próprios meios (motor de propulsão) e tampouco estar sendo conduzido por um motorista, razão pela qual, a conduta anterior hipoteticamente considerada negligente, restará incursa na figura típica prevista no art. 121, §3º, do Código Penal.
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Ante o caso concreto exposto, com base nos estudos realizados sobre a teoria da pena aplicar-se-á alguma causa extintiva de punibilidade? 
 Acerca do tema, Fernando Capez (Material Didático, pp 601 e 602), sustenta que a extinção de punibilidade não atinge apenas o crime no qual se verificou a circunstância excepcional, mas todos os crimes praticados no mesmo contexto. Desta forma, as consequências da infração abrangem tanto as de ordem física, quanto moral; atingem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária; atingem o agente e seus familiares, ou os seus familiares ou amigos íntimos.
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  Ainda, o autor cita as hipóteses legais de incidência do perdão judicial, a saber:
Art.121, §5º, 129,§8º, 140,§1º, I e II, 180,§5º, 249, §2º, todos do Código Penal.
2. Disposições Gerais acerca das Causas Extintivas de Punibilidade.
 Momentos de Ocorrência.
 Antes do trânsito em julgado da sentença condenatória: desaparecem todos os efeitos do processo ou da sentença condenatória. 
Após o trânsito em julgado da sentença condenatória: apenas desaparece a obrigação de imposição de pena, desta forma, permanecem apenas os efeitos primários da condenação, subsistindo os efeitos secundários.
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