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Anatomia dos dentes permanentes e deciduos

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Anatomia dos Dentes Permanentes e Decíduos 
da Teoria à Prática 
 
 
Anatomia dos Dentes Permanentes e 
Decíduos: da Teoria à Prática 
 
1ª Edição 
 
Selma Siessere 
Luiz Gustavo de Sousa 
Ligia Maria Napolitano Gonçalves 
Fernando José Dias 
Paulo Batista de Vasconcelos 
Hermano Teixeira Machado 
Chiarella Sforza 
Gianluca Tartaglia 
Marcelo Palinkas 
Saulo Fabrin 
Karina Fittipaldi Bombonato-Prado 
Marisa Semprini 
Simone Cecilio Hallak Regalo 
 
 
Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia de 
Ribeirão Preto – FORP-USP 
 
 
Ribeirão Preto 
2020 
 
Biografia dos Autores 
 
 
Selma Siessere Graduada em Odontologia pela Universidade de São 
Paulo (1991), Mestre e Doutora em Reabilitação Oral pela Universidade 
de São Paulo (FORP/USP). Professora Associada 2 do Departamento de 
Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto 
da Universidade de São Paulo (FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil. 
 
 
 
 
Luiz Gustavo de Sousa Graduado em Ciências Biológicas pelo Centro 
Universitário Barão de Mauá (1993). Especialista em Laboratório do 
Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia 
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP/USP). Ribeirão 
Preto, Brasil. 
 
 
 
Ligia Maria Napolitano Gonçalves Graduada em Odontologia pela 
Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP - 1995), Mestre em 
Odontopediatria (FORP/USP – 2012) e Doutora em Odontologia 
Restauradora (FORP/USP - 2017). Pós-doutoranda do Departamento de 
Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto 
da Universidade de São Paulo (FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil. 
 
 
 
 Fernando José Dias Graduado em Odontologia pela Universidade de 
São Paulo (FORP/USP - 2006), Mestre em Biologia Oral pela 
Universidade de São Paulo (FORP/USP - 2010) e Doutor em Ciências 
Morfofuncionais pela Universidade de São Paulo (ICB/USP-2014). 
Professor Associado do Departamento de Odontologia Integral Adultos 
da Faculdade de Odontologia da Universidad de La Frontera (UFRO). 
Temuco, Chile. 
 
 
 
 
 
 Paulo Batista de Vasconcelos Graduado em Ciências Biológicas pelo 
Centro Universitário Barão de Mauá (1993). Especialista em 
Laboratório do Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade 
de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 
(FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil. 
 
 
 
 
Hermano Teixeira Machado Trabalha como fotógrafo profissional 
desde o ano de 1968, e no ano de 1982 foi contratado pela 
Coordenadoria do Campus da USP em Ribeirão Preto, para atender 
todas as unidades de ensino desse Campus, inclusive o Hospital das 
Clínicas, na Seção de Documentação Científica. Em 1992 foi 
transferido para a FORP-USP, local onde presta serviços de fotografia 
e vídeo aos docentes dessa unidade. 
 
 
 
 
 Chiarella Sforza Graduada em Medicina - Università Degli Studi di 
Milano (1986). Obteve seu Mestrado e Doutorado na Università degli 
Studi di Milano (Itália –1986) e sua residência em Medicina do Esporte 
pela mesma universidade (1989). Professora Titular de Anatomia 
Humana no Departamento de Ciências Biomédicas da Saúde da 
Università degli Studi di Milano, Itália. 
 
 
 
 
 Gianluca M. Tartaglia Graduado em Odontologia e Doutor em 
Ciências Morfológicas pela Universidade de Milão (Itália – 1996). 
Professor Adjunto em Odontologia no Departamento de Ciências 
Biomédicas, Cirúrgicas e Odontológicas da Università degli Studi di 
Milano, Itália. 
 
 
 Marcelo Palinkas Graduado em Odontologia pela Universidade de 
Ribeirão Preto – UNAERP (1992), Mestrado em Biologia Oral 
(FORP/USP), Doutorado em Odontologia Restauradora (FORP/USP). 
Professor nível A da Faculdade Anhanguera de Ribeirão Preto e 
Pesquisador Colaborador do Departamento de Biologia Básica e Oral 
da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São 
Paulo (FORP/USP), Ribeirão Preto, Brasil. 
 
 
 
 Saulo Fabrin Graduado em Fisioterapia pelo Claretiano Centro 
Universitário (2016), Mestre em Ciências pela Universidade de São 
Paulo (FMRP/USP). Professor do Curso de Fisioterapia no Claretiano 
Centro Universitário, Unifafibe e Especialização em Fisioterapia 
Cardiorrespiratória da Unaerp. Doutorando do Departamento de 
Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto 
da Universidade de São Paulo (FORP/USP). Batatais, Brasil. 
 
 
 
 
 Karina Fittipaldi Bombonato Prado Graduada em Odontologia pela 
Universidade de São Paulo (1995), Mestre e Doutora em Reabilitação 
Oral pela Universidade de São Paulo (FORP/USP). Professora 
Associada 2 do Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade 
de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 
(FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil. 
 
 
 
 
 Marisa Semprini Graduada em Odontologia pela Universidade 
Júlio de Mesquita (1984), Mestre e Doutora em Reabilitação Oral 
pela Universidade de São Paulo (FORP/USP). Professora Titular do 
Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade de 
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 
(FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil. 
 
 
 
 
 Simone Cecilio Hallak Regalo Graduada em Odontologia pela 
Universidade Estadual de Londrina (UEL - 1988), Mestre e Doutora 
em Biologia e Patologia Buco-Dental (FOP/UNICAMP). Professora 
Titular do Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade de 
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 
(FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SIESSERE, Selma 
Anatomia dos Dentes Permanentes e Decíduos: da Teoria à Prática 
_____________________________________________________________ 
© Direitos reservados para os Autores - Ribeirão Preto, junho de 2020 
Perse Portal de Publicação: www.perse.com.br 
 
Projeto Gráfico: Equipe FORP/USP 
Capa: Saulo Fabrin 
 
 
 
Endereço dos Autores: Departamento de Biologia 
Básica e Oral. Laboratório de Anatomia. Av. 
Bandeirantes, 3900 - Monte Alegre Ribeirão Preto-SP, 
Brasil. 
E-mail: selmas@forp.usp.br 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Índices para catálogo sistemático: 
 
1. Anatomia dentária : Ciências médicas 611.314 
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária – CRB-8/7964 
 
Anatomia dos dentes permanentes e decíduos : da 
teoria à prática / [organização] Selma 
Siessere. – São Paulo : Perse, 2020. 
 
Vários autores. 
 Bibliografia 
ISBN 978-65-86045-58-1 
 
1. Anatomia 2. Dentes. 3. Dentes – Cuidados dentários 4. 
Dentes – Cuidados e higiene – Obras de divulgação 5. Dentes 
decíduos – Anatomia 6. Odontologia I. Siessere, Selma. 
 
20-38246 
 CDD-611.314 
 NLM-WU 101 
 
 
 
 
 
 
Prefácio 
 Para o estudante de Odontologia a disciplina de Anatomia Dental é de 
fundamental importância para o conhecimento das características 
morfológicas do elemento dental e estruturas adjacentes. Devemos lembrar 
que, para o estudo dos dentes, é importante observar as características 
anatômicas gerais do grupo estudado e as características específicas de cada 
dente, notando assim as semelhanças e diferenças entre eles. Isto facilita o 
estudo da Anatomia Dental e consequentemente o reconhecimento ou a 
identificação dos dentes. 
Na prática, quanto maior o conhecimento da anatomia de cabeça e 
pescoço maior será a habilidade do profissional quanto à utilização de 
técnicas anestésicas, assim como no caso da Anatomia Dental, quanto mais 
conhecimento se tem das características anatômicas dos dentes, maior será a 
habilidade do profissional em devolver a função e estética do paciente. Assim, 
na atividade clínica do cirurgião dentista, independente de sua especialidade, 
este conhecimento faz-se necessário para realização de um bom diagnóstico 
e tratamento de qualquer intervenção, desde a simples avulsão de um 
elementodental até a cirurgia para a colocação de implante ou ainda, de uma 
simples restauração a uma reabilitação total da cavidade oral. Esses são 
alguns dos argumentos que justificam a dedicação do aluno no estudo 
morfológico destas estruturas. 
Objetivando facilitar o reconhecimento e a diferenciação dos dentes, 
bem como dos acidentes anatômicos, é que este livro foi elaborado. Este foi 
redigido tendo por base os livros textos especializados na área, todos 
referenciados ao final, mas de forma mais objetiva e com várias ilustrações 
coloridas, tornando o estudo mais atraente para o estudante de Odontologia. 
Agradecimentos 
 
À Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de 
São Paulo. 
Agradecemos ao Fotógrafo Hermano Teixeira Machado por 
fotografar todos os dentes que ilustraram esse livro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos esse livro às nossas famílias, colegas e aos estudantes de 
Odontologia. 
 
SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ....................................................................................... 13 
1.1 TERMOS APLICADOS AO ESTUDO ANATÔMICO DOS DENTES ............ 16 
CAPÍTULO 2 - MORFOLOGIA DOS DENTES PERMANENTES ............................ 22 
2.1 GENERALIDADES ................................................................................................... 22 
CAPÍTULO 3 - DENTES INCISIVOS PERMANENTES ............................................. 36 
3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES INCISIVOS ................................... 36 
3.2 INCISIVO CENTRAL SUPERIOR ........................................................................... 44 
3.3 INCISIVO LATERAL SUPERIOR ........................................................................... 51 
3.4 INCISIVO CENTRAL INFERIOR ............................................................................ 56 
3.5 INCISIVO LATERAL INFERIOR ............................................................................ 62 
CAPÍTULO 4 - DENTES CANINOS PERMANENTES ............................................... 67 
4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES CANINOS ..................................... 67 
4.2 CANINO SUPERIOR ................................................................................................ 75 
4.3 CANINO INFERIOR ................................................................................................. 79 
CAPÍTULO 5 - DENTES PRÉ-MOLARES PERMANENTES .................................... 84 
5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES PRÉ-MOLARES ........................... 84 
5.2 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR ..................................................................... 91 
5.3 SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR ..................................................................... 98 
5.4 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR INFERIOR .................................................................... 104 
5.5 SEGUNDO PRÉ-MOLAR INFERIOR .................................................................... 109 
CAPÍTULO 6 - DENTES MOLARES ........................................................................... 115 
6.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES MOLARES PERMANENTES ... 115 
6.2 MOLARES SUPERIORES – MORFOLOGIA GERAL .......................................... 116 
6.3 PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR ........................................................................... 123 
6.4 SEGUNDO MOLAR SUPERIOR ........................................................................... 134 
6.5. TERCEIRO MOLAR SUPERIOR .......................................................................... 140 
6.6 MOLARES INFERIORES – MORFOLOGIA GERAL .......................................... 144 
6.7 PRIMEIRO MOLAR INFERIOR ............................................................................ 150 
6.8 SEGUNDO MOLAR INFERIOR ............................................................................ 159 
6.9 TERCEIRO MOLAR INFERIOR ............................................................................ 163 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 7 - DENTES DECÍDUOS .......................................................................... 168 
7.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES DECÍDUOS ................................ 168 
7.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES INCISIVOS DECÍDUOS ............ 172 
7.3 INCISIVO CENTRAL SUPERIOR DECÍDUO ...................................................... 177 
7.4 INCISIVO LATERAL SUPERIOR DECÍDUO ...................................................... 184 
7.5 INCISIVO CENTRAL INFERIOR DECÍDUO ....................................................... 187 
7.6 INCISIVO LATERAL INFERIOR DECÍDUO ....................................................... 191 
7.7 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES CANINOS DECÍDUOS .............. 194 
7.8 CANINO SUPERIOR DECÍDUO ........................................................................... 198 
7.9 CANINO INFERIOR DECÍDUO ............................................................................ 204 
7.10 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES MOLARES DECÍDUOS .......... 209 
7.11 PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR DECÍDUO ....................................................... 210 
7.12 SEGUNDO MOLAR SUPERIOR DECÍDUO ....................................................... 218 
7.13 PRIMEIRO MOLAR INFERIOR DECÍDUO ....................................................... 219 
7.14 SEGUNDO MOLAR INFERIOR DECÍDUO ....................................................... 227 
CAPÍTULO 8 - CAVIDADE PULPAR .......................................................................... 230 
8.1 GENERALIDADES ................................................................................................. 230 
8.2 CAVIDADES PULPARES DOS DENTES PERMANENTES ............................... 239 
8.3 CAVIDADES PULPARES DOS DENTES DECÍDUOS ........................................ 248 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 250 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 
 
Antes de iniciarmos o estudo dos dentes permanentes, devemos 
definir o que significa dente e, além disso, dar algumas definições básicas 
importantes para este estudo. 
 Os dentes são órgãos mineralizados, resistentes, esbranquiçados e 
implantados em osso próprio, os ossos alveolares, anexados à maxila e à 
mandíbula. Dispõem-se em duas fileiras harmônicas, superior e inferior, 
formando as arcadas dentárias. Estas arcadas e os respectivos ossos suportes 
separam a cavidade da boca em vestíbulo e cavidade da boca propriamente 
dita. 
 
Classificação por grupos de dentes 
Dentição decídua: 
• Incisivos 
• Caninos 
• Molares 
 
Dentição permanente: 
• Incisivos 
• Caninos 
• Pré-molares 
• Molares 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Número de dentições 
O Homem é difiodonte, ou seja, possui dois tipos de dentições, a 
decídua e a permanente. 
Número de dentes 
Dentição decídua: 20 dentes e 3 grupos dentais (incisivos, caninos e 
molares). 
Dentição permanente - 32 dentes e 4 grupos dentais (incisivos, 
caninos, pré-molares e molares). 
Localização dos dentes 
Os dentes são fixados nos alvéolos dos processos alveolares da 
mandíbula no caso dos dentes inferiores, e da maxila nos dentes superiores 
(Figuras 1.1 e 1.2). A articulação gonfose é um termo utilizado na anatomia 
que significa a articulação específica entre os dentes e seus respectivos 
alvéolos dentais. 
Figura 1.1: Corte longitudinal dos dentes implantados em mandíbula 
macerada. 
 
 
 
 
 15 
Figura 1.2: Corte transversal do processo alveolar em maxila 
macerada. 
 
Função dos dentes 
As funções dos dentes são: apreensão, mastigação, proteção, 
sustentação de tecidos moles, articulação das palavras e estética. 
Notação dental 
 A notação dental é um sistema de código ou numeração para os dentes. 
Para o registro dos dentes utilizamos o sistema de doisdígitos proposto pela 
Federação Dentária Internacional (FDI). Este sistema consiste em linhas 
gerais em numerar os dentes permanentes e decíduos, com dois algarismos 
arábicos, os quais representam cada elemento de uma hemiarcada. Os dentes 
permanentes correspondem às dezenas de 11 a 18 e de 21 a 28, para os dentes 
superiores; de 31 a 38, e de 41 a 48, para os dentes inferiores. Os números 
dispõem-se em forma de fração, correspondendo os numeradores aos dentes 
superiores e os denominadores aos dentes inferiores (Figura 1.3). 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Figura 1.3: Notação dental por dois dígitos da dentição permanente. 
 
Para os dentes decíduos, as dezenas iniciam-se em 51 e terminam em 
85, assim distribuídos em cada hemiarcada (Figura 1.4): 
Figura 1.4: Notação dental por dois dígitos da dentição decídua. 
 
1.1 TERMOS APLICADOS AO ESTUDO ANATÔMICO DOS DENTES 
Os termos aplicados ao estudo dos dentes, da mesma forma que os 
acidentes anatômicos, permitem identificar e descrever o elemento dental e 
também podem ser classificados em elevações ou depressões. 
Cúspides: são elevações, que de forma geral, apresentam volume 
variado e quanto mais próximas do plano medial mais volumosas serão. As 
cúspides são denominadas de acordo com a relação que apresentam com as 
faces proximais (mesias e distais) e livres (vestibulares e linguais ou 
palatinas) (Figura 1.5). 
 
 
 
 
 
 17 
Figura 1.5: Cúspides mésio-palatina (MP); mésio-vestibular (MV); disto-
vestibular (DV) e disto palatina (DP) do primeiro molar superior 
permanente. 
 
 
 
Do ponto de vista geométrico as cúspides são comparáveis a uma 
pirâmide de base quadrangular apresentando uma base voltada para cervical, 
um ápice voltado para oclusal, quatro facetas ou vertentes (planos inclinados), 
sendo duas voltadas para a face oclusal que fazem parte desta face 
denominadas facetas ou vertentes triturantes ou oclusais e duas voltadas para 
as faces livres das coroas e denominadas facetas livres ou lisas, localizando-
se no lado lingual/palatino ou vestibular. Em uma mesma cúspide, as facetas 
triturantes são separadas das facetas livres pelas arestas transversais, de 
direção mésio-distal, e as facetas livres e triturantes mesiais são separadas das 
 
 
 
18 
 
suas homônimas distais pelas arestas axiais, de direção vestíbulo-lingual 
(Figura 1.6). 
Figura 1.6: Representação das facetas triturantes (T) e livres ou lisas (L), 
arestas transversais (em preto) e axiais (em vermelho) da cúspide mésio-
vestibular do primeiro molar superior permanente. 
 
 
Sulcos: São depressões lineares mais ou menos pronunciadas, 
existentes nas faces das coroas dentais resultantes da fusão das cúspides ou 
ainda como pequenas ranhuras nas facetas oclusais das cúspides. Dividem-se 
em: 
• Sulcos Principais: Se originam a partir da fusão de lóbulos ou 
cúspides. São vestígios deixados por essas fusões. São de 
comprimentos variáveis, apresentam-se de forma curvilínea ou 
retilínea. Originam-se de uma fosseta principal e se dirigem a outra 
fosseta principal ou secundária, pode ainda continuar-se pelas faces 
livres. 
 
 
 19 
• Sulcos Secundários ou Acessórios: São depressões menos marcadas, 
que partem das fossetas secundárias para delimitar bordas marginais 
ou lóbulos. São de número variado e não apresentam denominações 
específicas. Os sulcos encontrados na face oclusal podem continuar 
pelas faces livres de todos os molares. Nas faces linguais dos 
incisivos e caninos superiores se encontram sulcos que separam o 
lóbulo e as cristas marginais da depressão lingual. 
 
Fóssulas ou Fossetas: São depressões circunscritas à pequenas 
regiões, situadas nos cruzamentos ou términos de sulcos principais. 
Aparecem com maior frequência nas faces oclusais dos dentes posteriores e 
faces vestibulares dos molares superiores. São denominadas de acordo com 
as suas localizações em: fossetas ou fóssulas em forma de losango ou 
triângulo mesial, distal, etc. 
Fissuras ou Cicatrículas: Entende-se por fissuras, as depressões do 
esmalte, existentes no fundo dos sulcos. Nesse caso, não há presença de 
esmalte em sua parte profunda. Essa falha do esmalte é determinada pela falta 
de coalescência dos prismas, nos locais de união dos lóbulos e cúspides. 
Nesses locais a dentina fica exposta aos fluídos bucais e consequentemente, 
facilmente acometida pelos processos cariosos. 
Cristas Marginais: São elevações de secção triangular ou cilindroide, 
que aparecem nas faces oclusais dos pré-molares e molares e faces linguais 
dos incisivos e caninos. Nos dentes anteriores e posteriores as cristas 
marginais se apresentam em número de duas e denominam-se cristas 
marginais mesial e distal. Nada mais são que a união das arestas transversais 
de cúspides opostas, constituindo um anel de esmalte que dá grande 
resistência às faces oclusais ou às faces lingual/palatina. 
 
 
 
20 
 
Ponte de Esmalte: São saliências de esmalte de secção transversal 
triangular, resultantes da união de arestas longitudinais ou axiais de cúspides 
opostas, V e L. Essas cristas chegam a interromper o sulco principal e 
aparecem com maior frequência na face oclusal do 1° Molar Superior e face 
oclusal do 1° Pré-molar Inferior. 
Tubérculos: São saliências de esmalte que apresentam as mais 
diversas localizações. Eles diferem das cúspides, por não possuírem formas 
nem localizações constantes, ou seja, podem aparecer em qualquer face das 
coroas dentais, ao contrário das cúspides que têm formas piramidais e se 
localizam nas faces oclusais dos dentes posteriores. Estes tubérculos são 
comuns nas cúspides mésio-palatinas dos primeiros molares superiores 
permanentes e no terço cervical das faces vestibulares dos primeiros molares 
inferiores decíduos. 
Fossas: são depressões amplas, de profundidade variável, existentes 
nas faces linguais dos incisivos, sendo estas delimitadas pelas cristas 
marginais e cíngulo. 
Cíngulos: São saliências do esmalte encontradas nos terços cervicais 
das faces palatinas ou linguais dos dentes anteriores (incisivos e caninos). 
Esses acidentes anatômicos representam cúspides em involução ou atrofia. 
Os cíngulos podem aparecer divididos em duas ou três partes, por pequenos 
sulcos secundários. 
Periquimáceas: São pequenas ondulações horizontais localizadas nos 
terços cervicais das faces vestibulares dos dentes anteriores. Ocorrem devido 
às estrias de Retzius durante a formação do esmalte. São importantes na 
refração da luz que incide sobre as coroas. Nos trabalhos artificiais essas 
periquimáceas dão naturalidade aos trabalhos protéticos, principalmente. 
 
 
 21 
Ameias: São espaços em forma de pirâmides, localizadas entre dentes 
do mesmo arco, visíveis por oclusal ou incisal. Estes espaços piramidais terão 
suas bases voltadas para vestibular ou lingual, dependendo da ameia 
considerada. 
Espaços Interdentais: Denominam-se espaços interdentais, as áreas 
situadas entre as faces proximais de dois dentes adjacentes, quando analisadas 
no sentido cérvico-incisal ou cérvico-oclusal. Estes espaços têm forma 
piramidal, de base cervical e em condições normais da cavidade oral acham-
se preenchidos pelas papilas gengivais. 
Ponto de Contato: é o local onde as faces proximais de dois dentes 
adjacentes de mesmo arco se tocam quando analisados no sentido (vertical). 
Esses pontos se localizam nos ápices das pirâmides que representam o espaço 
interdental. Com a mastigação e consequentemente abrasão das bordas 
incisais e faces oclusais esses pontos sofrem pequenos desgastes, 
transformando-se em pequenas áreas ou facetas de contato, com aspectos 
ovoides. Essas pequenas áreas de contato têm fundamental importância na 
manutenção da saúde gengival, protegendo as papilas do impacto dos 
alimentos, além de manterem os dentes em equilíbrio nos arcos dentais. 
Forame Cego: orifício com fundo cego, resultante do prolongamento 
daporção superior da fossa palatina sob o cíngulo. 
Bossa ou Tuberosidade: áreas elevadas com maior espessura de 
esmalte localizadas no terço cervical das faces vestibulares e no terço 
oclusal/incisal das faces proximais. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
CAPÍTULO 2 - MORFOLOGIA DOS DENTES PERMANENTES 
 
2.1 GENERALIDADES 
Do ponto de vista anatômico e descritivo, o dente é formado por três 
porções distintas: a coroa, o colo, e a raiz ou raízes (Figura 2.1). 
 
Figura 2.1: Porções de um dente. 
 
Coroa 
A coroa é a porção visível do dente quando implantado no alvéolo. A 
sua superfície é lisa, polida e brilhante, propriedades advindas do esmalte 
dental que, além do mais, lhe confere grande resistência. 
 
 
 23 
 Esquematicamente, uma coroa qualquer pode ser comparada a um 
cubo (Figura 2.2). Semelhante configuração francamente admissível para os 
dentes molares, não deixa de ser verdadeira para os caninos e incisivos. A 
disposição cuneiforme das coroas destes dentes invalidaria toda e qualquer 
semelhança com as coroas cúbicas, se não se admitisse a atrofia do segmento 
posterior ou lingual dos mesmos, representado apenas por um simples 
tubérculo. 
Figura 2.2: Conformação cuboide dos molares. 
 
 
Os dentes, como todos os órgãos pares, são assimétricos. A assimetria 
atinge não só o conjunto do dente, mas também todos os seus detalhes, 
particularidades estas que permitem diferenciar com certeza, o lado a que 
!
 
 
 
24 
 
pertence um dente, mas complicam infinitamente o estudo de sua morfologia. 
Os dentes são formas biológicas e como tal exibem somente superfícies 
curvas mais ou menos acentuadas, sendo impossível precisar os limites de 
uma determinada face (faces: paredes da coroa dentária que se orientam de 
maneira diferente; também recebem os nomes de faces os lados das raízes 
dentárias); não se pode representar uma face qualquer, sem ao mesmo tempo 
visualizarmos uma porção maior ou menor das faces vizinhas. Porém, a fim 
de facilitar o estudo dos dentes, estes são descritos face por face, como se 
estas fossem planas e se reunissem por arestas e ângulos vivos. 
 A comparação da coroa dental a um cubo permite definir nesta a 
presença de seis faces, oito ângulos triedros (ângulo: união de duas ou três 
superfícies dentárias), doze ângulos diedros (arestas ou margens – dispostas 
entre duas faces contíguas). 
 São faces da coroa: vestibular, lingual, mesial, distal, oclusal/incisal e 
cervical. 
• Face vestibular: todos os dentes, anteriores ou posteriores, superiores 
ou inferiores, têm uma superfície voltada sempre para o vestíbulo da 
boca. Abreviadamente é designada pela letra V (Figura 2.3). 
Figura 2.3: Face vestibular do incisivo central superior. 
 
 
 
 25 
• Face lingual/palatina: é a face oposta à face vestibular. Está sempre 
voltada para a cavidade da boca propriamente dita. Para melhor 
acentuar as relações desta face com as estruturas vizinhas, a maioria 
dos autores utiliza os seguintes termos: face palatina para os dentes 
superiores e face lingual para os dentes inferiores. Estas se abreviam 
com as letras P e L respectivamente (Figuras 2.4 e 2.5). 
Figura 2.4: Face palatina do incisivo central superior. 
 
Figura 2.5: Face lingual do incisivo central inferior. 
 
 
 
 
26 
 
• Faces proximais: corresponde ao conceito de faces que estão próximas 
ou em contato na mesma arcada. As faces proximais são duas: mesial 
e distal. A face mesial é a superfície de qualquer dente voltada para o 
plano sagital mediano da face, que passa entre os incisivos centrais. 
Este plano divide as arcadas dentárias em dois segmentos, direito e 
esquerdo. Abrevia-se a face mesial com a letra M (Figura 2.6). A face 
distal é a face que se opõe à face mesial, pois está mais distante do 
plano mediano. Difere da mesial por ser mais convexa. Nesta relação 
entre faces de contato mesial e distal temos como exceção os incisivos 
centrais que mantêm contato entre si somente pelas faces mesiais, lado 
a lado da linha sagital mediana, e os terceiros molares, cujas faces 
distais são livres. Abrevia-se com a letra D (Figura 2.7). 
 
Figura 2.6: Face mesial do incisivo central superior. 
 
 
 
 27 
Figura 2.7: Face distal do incisivo central superior. 
 
• Face oclusal/incisal: é a que mantém relações diretas com as faces 
semelhantes do arco oposto. As faces oclusais, as mais complexas de 
todas, têm como correspondentes nos dentes anteriores, as margens 
cortantes dos incisivos e caninos. Nestes dentes, a terminologia mais 
condizente com suas funções é margem incisal. Abrevia-se face 
oclusal com a letra O e incisal com a letra I (Figura 2.8). 
 
Figura 2.8: Face distal do incisivo central superior. 
 
 
 
 
28 
 
• Face cervical: é a que se opõe à face oclusal. É uma face virtual, 
representada por um plano de secção passando pelo colo (zona 
limítrofe entre a coroa e a raiz) do dente. Abrevia-se com a letra C 
(Figura 2.9). 
 
Figura 2.9: Face cervical do canino superior. 
 
 
As faces mesial, distal, vestibular e lingual, apesar de diferentes nas várias 
categorias de dentes, variam apenas pelas dimensões relativas dos elementos 
que a constituem, e por alguns detalhes morfológicos. No entanto, quando 
comparamos as coroas dos incisivos e caninos com as dos pré-molares 
observa-se que elas são diferentes, particularmente por suas faces oclusais. 
Esta face da coroa adaptada a um papel mecânico particular, modifica-se 
consideravelmente na sua configuração. São, por isso, as faces oclusais, as 
que sofrem as modificações mais profundas. 
 
 
 29 
Direção das faces das coroas 
 A direção das faces das coroas obedece a um plano geral de construção 
geométrica que é a mesma em todos os dentes. 
No sentido vertical as faces livres, vestibular ou palatina/ lingual 
convergem em direção à margem incisal ou face oclusal (Figura 2.10). 
 
Figura 2.10: Faces livres com convergência para a face oclusal. 
 
No sentido horizontal ambas as faces livres, vestibular ou palatina/ 
lingual convergem em direção distal (Figura 2.11). 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Figura 2.11: Faces livres com convergência para a face distal. 
 
No sentido vertical, as faces proximais (mesial e distal) convergem 
em direção cervical. O maior diâmetro mésio-distal está no terço incisal ou 
oclusal (ponto de contato) (Figura 2.12). 
 
Figura 2.12: Faces proximais com convergência para a região cervical. 
 
 
 
 31 
No sentido horizontal: as faces de contato, mesial e distal convergem 
para lingual/palatina (Figura 2.13). 
 
Figura 2.13: Faces proximais com convergência para a face palatina. 
 
 
Divisão das faces da coroa em terços 
 Qualquer das faces livres da coroa (vestibular e lingual) pode ser 
dividida em terços, não só no sentido da altura (cérvico-oclusal) como 
também no sentido da largura (mésio-distal). Deste modo, as faces vestibular 
e lingual, no sentido vertical, apresentam os seguintes terços: terço oclusal 
(incisal para os incisivos), terço mediano (ou inter-cérvico-oclusal) e terço 
cervical (ou gengival). No sentido mésio-distal, isto é, na largura, estas faces 
podem ainda ser divididas em terço mesial, terço inter-mésio-distal e terço 
distal (Figura 2.14). 
 
!
 
 
 
32 
 
Figura 2.14: Divisão em terços da face vestibular. 
 
 
As faces proximais (mesial e distal) recebem a mesma denominação 
estabelecida para a face vestibular ou lingual e podem ser divididas na altura 
em terço oclusal, terço mediano e terço cervical. No sentido da largura, isto 
é, no sentido vestíbulo-lingual/palatino em terço vestibular, terço vestíbulo-
lingual/palatino e terço lingual/palatino (Figura 2.15). 
 
 
 33 
Figura 2.15: Divisão em terços da face proximal. 
 
 
 As faces oclusais de pré-molares e molares podem ser divididas no 
sentido mésio-distal em terço mesial, terço inter-mésio-distal e terço distal, e 
no sentido vestíbulo-lingual/palatinoem terço vestibular, terço inter-
vestíbulo-lingual/palatino e terço lingual/palatino (Figura 2.16). 
 
 
 
 
 
34 
 
Figura 2.16: Divisão em terços da face oclusal. 
 
 
Colo 
 Como já citado anteriormente, o colo é a zona limítrofe entre a coroa 
e a raiz. É uma linha convencional, onde tomam contato a substância própria 
da coroa e da raiz. A linha de colo é uma linha sinuosa, de aspecto variável, 
segundo o dente considerado. É muito acidentada nos incisivos, atenua-se 
ligeiramente, a partir dos caninos, para tornar-se quase retilínea nos molares. 
 
 
 
 
 35 
Raiz 
 Fixa o dente no seu osso alveolar. Sua conformação geralmente é 
cônica, possui cor amarelada, sem brilho e encontra-se alojada em cavidade 
própria no interior do osso. A raiz é mais longa que a coroa e sofre maior 
número de variações morfológicas. A raiz nem sempre é única. De acordo 
com o tipo de dente, ela pode ser dupla ou tripla, como acontece com os dentes 
situados mais posteriormente nas arcadas dentárias. Também pode ser 
dividida em terços: terço cervical ou basal (porção radicular correspondente 
ao colo), terço médio (representado pelo corpo, ou seja, porção intermediária 
entre a base e o vértice) e terço apical (é a porção do vértice ou ápice, ou seja, 
extremidade da raiz) (Figura 2.17). 
 No ápice ou na sua proximidade há um orifício principal, o forame 
apical, por onde passam vasos e nervos pulpares. Outros orifícios menores 
também situados no terço apical da raiz são denominados de forames 
acessórios. Nestes também passam vasos e nervos. 
 
Figura 2.17: Divisão em terços da raiz. 
 
 
 
 
36 
 
CAPÍTULO 3 - DENTES INCISIVOS PERMANENTES 
 
3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES INCISIVOS 
Os dentes incisivos estão situados na parte mediana dos arcos dentais. 
Esta denominação deriva da palavra latina incidere que significa cortar, e que 
bem caracteriza a função exercida por estes dentes. Além de cortar os 
alimentos como duas lâminas de tesoura, os incisivos também têm por função 
possibilitar a fala (pronúncia das consoantes dentais), ajudar no apoio dos 
lábios mantendo uma aparência estética e ajudar a guiar a mandíbula 
posteriormente durante a fase final de oclusão, imediatamente antes do 
contato dos dentes posteriores. 
 Os incisivos são dentes simples e unirradiculares, em número de oito, 
sendo quatro superiores (dois incisivos centrais e dois incisivos laterais) e 
quatro inferiores (dois incisivos centrais e dois incisivos laterais). Geralmente 
os incisivos centrais superiores possuem tamanhos maiores que os incisivos 
laterais superiores e nos incisivos inferiores o inverso acontece, os incisivos 
laterais inferiores são maiores que os incisivos centrais inferiores. 
 A forma geral da coroa dos incisivos é de uma cunha ou prisma 
quadrangular, adaptada para a especial função de cortar os alimentos (Figura 
3.1). A coroa apresenta seis faces. Cada uma destas faces é delimitada por 
margens mais ou menos salientes, recebendo a mesma denominação das faces 
que lhe estão mais próximas. O encontro de duas margens forma um ângulo 
diedro, mais ou menos arredondado, segundo o dente em questão. 
 
 
 
 
 
 
 37 
Figura 3.1: Vista mesial da coroa do Incisivo Superior. 
 
 A face vestibular é trapezoidal, com eixo vertical ligeiramente maior 
que o transversal, de lados e ângulos arredondados e alarga-se perto da 
margem incisal. É convexa tanto no sentido vertical como no sentido 
transversal. Nesta encontramos sulcos de desenvolvimento que separam 
lóbulos mais ou menos desenvolvidos. É limitada por quatro margens mais 
ou menos arredondadas e mais ou menos nítidas: a margem cervical, 
curvilínea, de convexidade voltada para a raiz; a margem oclusal retilínea ou 
ondulada (denticulada), margens mesial e distal retilíneas, divergentes para a 
margem incisal e mais ou menos arredondadas, continuam-se sem limites 
precisos com as faces mesial e distal. No encontro das várias margens 
formam-se ângulos diedros e triedros, sempre arredondados, dos quais o 
ângulo distal e o mesial são os mais característicos (Figura 3.2). 
 
 
 
38 
 
Figura 3.2: Face vestibular do Incisivo Superior. 
 
 
A face lingual/palatina é geralmente menor que a vestibular, 
irregularmente quadrilátera ou trapezoidal e alargada junto à margem incisal. 
É mais ou menos escavada e esta escavação seguida ou não de um 
prolongamento em um fundo cego constitui respectivamente, a fossa lingual 
e o forame cego. A fossa palatina/lingual é limitada do lado cervical e dos 
lados proximais, por margens mais ou menos nítidas e é aberta ao nível da 
margem incisal do dente onde ela se alarga (Figuras 3.3 e 3.4). 
 A face lingual/palatina é limitada por três pilares de reforço: as cristas 
marginais mesial e distal que se unem ao nível da margem cervical a um 
terceiro pilar, no ponto correspondente ao atrofiado lobo lingual, onde 
formam o cíngulo, que é uma saliência um tanto acentuada na face 
lingual/palatina dos dentes anteriores. O cíngulo pode apresentar-se sulcado 
e dividido em duas metades ou com uma ou mais saliências que se prolongam 
em toda a face lingual/palatina. 
 
 
 39 
 Também é limitada por quatro margens como a face vestibular 
(Figuras 3.3 e 3.4). 
Figura 3.3: Face palatina do Incisivo Superior. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Figura 3.4: Face lingual do Incisivo Superior. 
 
 
 As faces proximais são triangulares e mais ou menos convexas nos 
sentidos longitudinal e transversal. As margens que as delimitam são 
arredondadas e continuam-se com as faces vizinhas. Os ângulos são agudos e 
arredondados. A margem cervical é em forma de V, de ápice voltado para a 
margem incisal e sua angulação é um pouco maior que noventa graus (Figura 
3.5). 
 
 
 
 41 
Figura 3.5: Face mesial do Incisivo Superior. 
 
 A margem incisal é cortante nos dentes jovens ou com pouco desgaste. 
Quando desgastada esta margem transforma-se em uma verdadeira face. Nos 
primeiros anos de vida é provida de três pequenos tubérculos denominados 
dentículos e estes são separados por dois sulcos (Figura 3.6). Com o tempo 
de uso, os dentículos se desgastam e a margem incisal, de sinuosa e ondulada, 
transforma-se numa pequena faceta plana. 
 
Figura 3.6: Margem incisal do Incisivo Superior. 
 
 
 
 
42 
 
 O colo dos dentes incisivos é representado por uma linha sinuosa 
irregular que ao nível das faces vestibular e lingual, é semicircular, de 
convexidade voltada para a raiz. Nas faces proximais, o colo configura um V 
de abertura angular voltada para a raiz. A reunião destas várias porções forma 
uma linha contínua denominada linha de colo (Figuras 3.7 a 3.10). 
 
Figura 3.7: Face vestibular do Incisivo Superior. 
 
Figura 3.8: Face palatina do Incisivo Superior. 
 
 
 
 43 
Figura 3.9: Face mesial do Incisivo Superior. 
 
Figura 3.10: Face distal do Incisivo Superior. 
 
 Os dentes incisivos são unirradiculares e raramente podem apresentar 
duas raízes. As raízes apresentam geralmente uma forma cônica, 
frequentemente achatadas no sentido mésio-distal, podendo conter sulcos, 
mais ou menos profundos, indícios de sua divisão. O ápice (extremidade da 
raiz) é quase sempre arredondado e inclina-se para o lado distal (Figura 3.11). 
 
 
 
44 
 
Na extremidade da raiz encontra-se um orifício principal, denominado forame 
apical. 
Figura 3.11: Vista vestibular da raiz do Incisivo Superior. 
 
3.2 INCISIVO CENTRAL SUPERIOR 
Coroa 
 É o mais característico e o maior do grupo dos incisivos, com coroa 
volumosa. São em número de dois e estão dispostos lado a lado da linha 
mediana. 
 Na cavidade da boca, quando observado no sentido vestíbulo-palatino, 
a coroa deste dente mostra-se quase verticalmente disposta. Tem como os 
demais, um aspecto cuneiforme quando observado por uma de suas faces 
proximais (Figura 3.12). 
 
 
 45 
Numa oclusão normal o incisivo centralsuperior relaciona-se com o 
incisivo central inferior e a metade mesial do incisivo lateral inferior. 
 
 
Figura 3.12: Vista mesial do Incisivo Central Superior Direito (11). 
 
 
Face Vestibular 
É alargada, apresenta a forma de um trapézio onde o maior lado é 
incisal e o menor lado é cervical. Esta face apresenta pouca desproporção 
entre largura e altura. A face vestibular é convexa tanto no sentido vertical 
como no sentido transversal, porém a convexidade é sempre mais acentuada 
no sentido transversal. Esta convexidade não é uniforme, pois no sentido 
longitudinal alcança o seu máximo junto ao terço cervical, determinando o 
 
 
 
46 
 
aparecimento de uma bossa vestibular. A convexidade diminui 
progressivamente à medida que se aproxima da margem incisal, até tornar-se 
plana. Disto resulta que a metade ou os dois terços incisais da face vestibular 
mostram-se, muitas vezes, completamente planos (Figura 3.13). 
 
Figura 3.13: Face vestibular do Incisivo Central Superior Direito (11). 
 
 
Nos dentes recém-irrompidos observamos sulcos longitudinais, 
denominados sulcos de desenvolvimento, que dividem a coroa em três 
segmentos desiguais ou lóbulos denominados lóbulo mesial (maior volume), 
lóbulo mediano (menor volume) e lóbulo distal (volume médio). Os sulcos e 
lóbulos são mais bem visualizados na metade inferior da coroa, 
desaparecendo à medida que se aproximam da margem cervical. 
Quatro margens limitam a face vestibular: a margem cervical, bastante 
curvilínea, cuja convexidade está voltada para a raiz; a margem distal oblíqua 
 
 
 47 
e convergente para a raiz, mais inclinada e menor que a margem mesial; 
margem mesial, igualmente oblíqua para a raiz, porém bem menos inclinada 
que a margem distal; a margem incisal, mais ou menos retilínea nos dentes 
jovens e que vai se tornando inclinada para o lado distal à medida que o dente 
continua a sofrer a ação do desgaste. Estas margens continuam-se entre si 
formando ângulos arredondados. O ângulo distal formado pelo encontro da 
margem incisal com a distal é arredondado enquanto o mesial formado pelo 
encontro da margem incisal com a mesial é mais aguçado, quase em ângulo 
reto (Figura 3.14). 
 
Figura 3.14: Face vestibular do Incisivo Central Superior Direito (11). 
 
 
Face Palatina 
 Também pode ser inscrita num trapézio cujo lado maior é o incisal. 
Apresenta-se bastante escavada nos 2/3 inferiores de sua extensão, 
constituindo a fossa palatina. A fossa palatina é limitada superiormente pelo 
cíngulo e lateralmente por duas cristas marginais discretas. O cíngulo pode 
 
 
 
48 
 
adotar diversos aspectos, indo desde a forma sulcada até os bipartidos ou 
tripartidos que se prolongam na fossa palatina. As cristas marginais são largas 
ao nível do cíngulo e vão se tornando estreitas à medida que se aproximam 
da margem incisal. Em alguns casos, aparece o forame cego. Nesta face 
também encontramos quatro margens e quatro ângulos (Figura 3.15). 
 
Figura 3.15: Face palatina do Incisivo Central Superior Direito (11). 
 
Face Mesial 
 Pode ser inscrita num triângulo de base cervical e ápice incisal. 
Apresenta maior convexidade no terço incisal do dente, sendo que nos dois 
terços restantes apresentam-se quase planas. É maior e mais plana que a face 
distal (Figura 3.16). 
 
 
 
 
 
 49 
Figura 3.16: Face mesial do Incisivo Central Superior Direito (11). 
 
 Três margens limitam esta face: margem vestibular, convexa no terço 
cervical, plana e vertical no restante de sua extensão; a margem palatina, 
côncavo-convexa, com a concavidade ocupando os dois terços incisais da 
margem; a margem cervical é curvilínea e de concavidade voltada para a raiz 
(Figura 3.17). 
 
Figura 3.17: Face mesial do Incisivo Central Superior Direito (11). 
 
 
 
 
50 
 
 
Face Distal 
 A face distal repete a mesma configuração da precedente, porém é 
menor e mais convexa em todos os sentidos. 
Margem Incisal 
 Nos dentes jovens a margem incisal é provida de três dentículos e estes 
são separados por dois sulcos. Com o tempo de uso, os dentículos se 
desgastam e a margem incisal, de sinuosa e ondulada, transforma-se numa 
pequena faceta plana e inclinada para distal. 
Colo 
 É sinuoso e irregular. Semicircular de convexidade voltada para a raiz 
nas faces vestibular e palatina. Apresenta-se conformado em V, de ápice 
arredondado, nas faces proximais. 
Raiz 
 A raiz é cônica, volumosa, relativamente curta, com um certo grau de 
achatamento mésio-distal, apresentando aspecto triangular quando vista em 
corte. Suas faces são em número de três: a face vestibular, convexa nos dois 
sentidos; as faces mésio-palatina e disto-palatina, aproximadamente planas e 
convergentes para o lado palatino. A raiz no sentido mésio-distal, na sua 
grande maioria, inclina-se discretamente para o lado distal, enquanto no 
sentido vestíbulo-palatino, inclina-se fortemente para o lado palatino (Figura 
3.18). 
 
 
 
 
 
 
 51 
Figura 3.18: Vista vestibular da raiz do Incisivo Central Superior Direito 
(11). 
 
 
3.3 INCISIVO LATERAL SUPERIOR 
Coroa 
 São em número de dois e estão localizados do lado distal dos centrais e 
mesial dos caninos. Na cavidade da boca, a face vestibular da coroa mostra-se menos 
verticalizada quando comparada com o incisivo central. A coroa pode exibir aspectos 
morfológicos diversos, porém as formas típicas apresentam coroa cuneiforme, com 
uma tendência na sua extremidade distal de apresentar uma conformação de lança à 
semelhança do canino (Figura 3.19). 
 
 
 
 
 
 
52 
 
Figura 3.19: Vista vestibular do Incisivo Lateral Superior Esquerdo (22). 
 
Face Vestibular 
Apresenta a forma de um trapézio cujo ângulo distal é bem mais arredondado 
que o incisivo central. Os sulcos são mais rasos e os lóbulos menos proeminentes 
quando comparados ao incisivo central. A convexidade geral da face é mais 
acentuada que nos incisivos centrais devido às suas dimensões mais reduzidas 
(Figura 3.20). 
Figura 3.20: Face vestibular do Incisivo Lateral Superior Direito 
(12). 
 
 
 
 53 
Das margens que delimitam esta face, a cervical é a mais convexa por 
apresentar um raio de curvatura menor; a incisal é bastante inclinada para cima e 
para o lado distal, apresentando-se com dois segmentos: um mesial, pouco inclinado, 
e um distal bem mais inclinado, dando a esta metade do dente o seu aspecto 
tipicamente caniniforme. A margem distal é bastante inclinada e menor, enquanto a 
mesial tende mais para vertical, ou seja, sua inclinação é discreta. 
O ângulo mesial desta face é agudo, ligeiramente arredondado, diferindo do 
ângulo mesial do incisivo central que é sempre mais vivo. O ângulo distal é muito 
arredondado e obtuso (Figura 3.21). 
 
Figura 3.21: Face vestibular do Incisivo Lateral Superior Direito (12). 
 
 
 
 
 
54 
 
Face Palatina 
 É acentuadamente côncava e muito irregular devido sua dimensão ser menor 
que a face lingual do incisivo central. A fossa lingual é bastante profunda, bem 
limitada pelas cristas marginais e pelo cíngulo proeminente. O cíngulo é de 
conformação bastante variável como descrito para o incisivo central. O forame cego 
é mais frequente que no incisivo central (Figura 3.22). 
Figura 3.22: Face palatina do Incisivo Lateral Superior Direito (12). 
 
 
Face Mesial 
 Apresenta forma triangular com lado e ângulos arredondados. A face mesial 
é maior e menos inclinada que a distal, discretamente convexa em toda a sua 
extensão, exceto junto ao colo, onde pode apresentar ligeira escavação (Figura 3.23). 
 
 
 55 
Figura 3.23: Face mesial do Incisivo Lateral Superior Direito (12). 
 
Face Distal 
 É semelhante à face mesial, porém é menor e mais convexa. 
Margem Incisal 
 É muito reduzida nos dentes sem desgaste, configurando uma 
verdadeira margem. Pode assemelhar-se à margem incisal do incisivo central. 
Mas em outros dentes separece com a do dente canino, devido à grande 
inclinação do segmento distal desta margem. Quando isto acontece, notam-se 
dois segmentos bem distintos: um mesial, quase horizontal, e um distal, 
bastante inclinado, existindo entre ambos um ângulo arredondado. 
Colo 
É semelhante ao incisivo central, porém, com raios de curvaturas 
menores, e com um maior achatamento no sentido mésio-distal. 
 
 
 
56 
 
Raiz 
 A raiz é relativamente mais longa que a do incisivo central superior, 
porém, mais delgada e frequentemente achatada no sentido mésio-distal. Este 
fato é bem evidenciado por meio do corte feito na parte média da raiz, que 
assim assume a forma ovalar. Possui as faces mesial e distal que são 
ligeiramente convexas e que apresentam sulcos laterais com maior frequência 
que o incisivo central. O desvio distal do ápice radicular evidencia-se mais 
neste dente. Algumas vezes, verifica-se o desvio disto-palatino da raiz (Figura 
3.24). 
Figura 3.24: Vista vestibular da raiz do Incisivo Lateral Superior Direito 
(12). 
 
3.4 INCISIVO CENTRAL INFERIOR 
Coroa 
São em número de dois e estão dispostos lado a lado da linha mediana, 
correspondem aos incisivos centrais superiores, com os quais ocluem 
inteiramente. Este é o menor dente humano, sendo bem mais simples e mais 
simétrico que o seu homólogo do arco superior. A sua coroa é bastante 
 
 
 57 
achatada no sentido vestíbulo-lingual e apresenta a forma de cinzel ou de 
cunha. 
 Na cavidade da boca, quando observado no sentido vestíbulo-lingual, 
a face vestibular da coroa deste dente é acentuadamente inclinada para o lado 
lingual. 
Face Vestibular 
Apresenta a forma de um trapézio alongado de grande base incisal ou 
de um triângulo isósceles. É ligeiramente convexa no sentido vestíbulo-
lingual e mésio-distal, possuindo também maior convexidade no terço 
cervical, no qual se observa uma discreta bossa vestibular. A partir do terço 
cervical, a superfície torna-se plana e inclinada para o lado lingual. Tal 
inclinação faz com que, na oclusão dentária normal, as faces vestibulares 
inferiores fiquem recobertas pelas faces palatinas dos dentes superiores. Esta 
inclinação da face vestibular dos dentes inferiores para o lado lingual é 
característica comum de todo e qualquer dente do arco inferior (Figura 3.25). 
Figura 3.25: Face vestibular do Incisivo Central Inferior Direito (41). 
 
Os sulcos de desenvolvimento e os lóbulos desta face são muito 
discretos (Figura 3.26). 
 
 
 
58 
 
 
Figura 3.26: Face vestibular do Incisivo Central Inferior Esquerdo (31). 
 
 
 
Das quatro margens que delimitam esta face, a cervical é semicircular, 
de convexidade voltada para a raiz e de pequeno raio de curvatura. As 
margens proximais são discretamente convergentes para a raiz, e a mesial é 
menor que a distal (o inverso do que acontece com os outros dentes), em 
virtude do desgaste ser mais acentuado nesta metade da margem incisal. No 
dente sem desgaste, a margem incisal é quase retilínea. Os ângulos mesial e 
distal desta face são sempre retos ou agudos, mesmo com o desgaste 
acentuado da margem incisal, fato este que permite diferenciá-lo do incisivo 
lateral inferior (Figura 3.27). 
 
 
 
 
 59 
Figura 3.27: Face vestibular do Incisivo Central Inferior Direito (41). 
 
 
Face Lingual 
 É semelhante à face vestibular, quase da mesma altura, porém mais 
estreita. Nesta pode-se observar uma fossa lingual pouco profunda, limitada 
por cristas marginais pouco salientes e por um cíngulo pouco desenvolvido, 
praticamente nunca se constitui o forame cego. Os sulcos de desenvolvimento 
e os lóbulos desta face são ainda mais discretos que os da face vestibular 
(Figura 3.28). 
 
 
 
 
 
60 
 
Figura 3.28: Face lingual do Incisivo Central Inferior Direito (41). 
 
 
Face Mesial 
 É triangular e alongada, de lados e ângulos arredondados e de base 
muito larga voltada para o colo do dente. É plana no sentido vertical e convexa 
no sentido transversal. Esta face é menor (pelo menos nos dentes desgastados) 
e menos inclinada que a distal (Figura 3.29). 
 
 
 
 
 61 
Figura 3.29: Face mesial do Incisivo Central Inferior Direito (41). 
 
Face Distal 
 Apresenta as mesmas características que a face mesial, porém é mais 
convexa e de configuração mais nítida. 
Margem Incisal 
 É representada por uma simples margem retilínea nos dentes jovens e 
com pouco desgaste. Transforma-se numa faceta plana e oblíqua para o lado 
mesial no dente desgastado. Esta margem é biselada para o lado vestibular, 
ao contrário do que acontece com os incisivos superiores onde o bisel aparece 
do lado palatino. Este fato ocorre na normo oclusão dos arcos dentais. 
Colo 
 É muito achatado no sentido mésio-distal, e de aspecto ovalar, quando 
visto em secção transversal. Semelhante ao colo dos outros incisivos, o deste 
dente mostra curvas mais fechadas, isto é, com raios de curvatura menores. 
 
 
 
 
62 
 
Raiz 
 É pequena, alargada no sentido vestíbulo-lingual, bastante achatada 
no sentido mésio-distal e sulcada. Os sulcos mesial e distal são tão evidentes 
que muitas vezes chegam a separar a raiz, parcial ou totalmente, em dois 
segmentos, vestibular e lingual. Apresenta um discreto desvio distal (Figura 
3.30). 
Figura 3.30: Vista lingual da raiz do Incisivo Central Inferior Direito (41). 
 
 
3.5 INCISIVO LATERAL INFERIOR 
Coroa 
São em número de dois e estão dispostos lateralmente aos centrais. 
São maiores que os incisivos centrais e apresentam bastante semelhança com 
estes. A sua coroa é maior que a do incisivo central e também apresenta a 
forma de cinzel ou de cunha. 
 
 
 63 
 Na cavidade da boca, quando observado no sentido vestíbulo-lingual, 
a face vestibular da coroa deste dente é pouco mais inclinada para o lado 
lingual que a face correspondente do incisivo central. 
Face Vestibular 
É convexa no sentido mésio-distal, mais larga próximo à margem 
incisal mostrando as mesmas características da face vestibular do incisivo 
central inferior (Figura 3.31). 
Figura 3.31: Face vestibular do Incisivo Lateral Inferior Direito (42). 
 
É acentuadamente inclinada para lingual a partir do terço cervical. 
Apresenta a sua metade distal semelhante ao segmento mesial do canino 
inferior. Os sulcos de desenvolvimento e os lóbulos desta face são um pouco 
mais evidentes que no incisivo central. Observa-se com nitidez, e isto 
constitui seguro meio de diferenciação entre os dois incisivos inferiores, que 
o ângulo distal da margem incisal é sempre arredondado e obtuso, enquanto 
o mesial é reto. Das margens que delimitam esta face, a incisal apresenta dois 
 
 
 
64 
 
segmentos bem distintos: um mesial, quase horizontal, e um distal, menor e 
bastante inclinado, existindo entre ambos uma ponta mais ou menos marcada 
(Figura 3.32). 
 
Figura 3.32: Face vestibular do Incisivo Lateral Inferior Direito (42). 
 
 
Face Lingual 
 É ligeiramente mais escavada que a do incisivo central inferior, mas seus 
detalhes são pouco nítidos (Figura 3.33). 
 
 
 
 
 65 
Figura 3.33: Face lingual do Incisivo Lateral Inferior Direito (42). 
 
Face Mesial 
 É triangular, de lados e ângulos arredondados. É maior e mais plana que a 
face distal (Figura 3.34) 
 
Figura 3.34: Face mesial do Incisivo Lateral Inferior Direito (42). 
 
 
 
 
66 
 
 
Face Distal 
 Também é triangular, de lados e ângulos arredondados. É menor e 
mais convexa que a face mesial. 
Margem Incisal 
 Esta margem cortante não é retilínea no dente jovem, porém, com o 
desgaste progressivo, a inclinação distal vai aumentando a ponto de separá-la 
em dois segmentos distintos, dando o formato de “V”, sendo o segmento 
distal maior e mais inclinado que o mesial. Esta margem é um pouco mais 
larga que a margem incisal do incisivo central inferior. 
Colo 
 Apresenta um ligeiro aumento nos raios de curvatura da linha de colo 
se comparadoao incisivo central inferior. 
Raiz 
 É maior que a do incisivo central. Também é achatada no sentido 
mésio-distal e sulcada lateralmente. O desvio distal é bem notado, ou seja, é 
mais acentuado que no incisivo central inferior (Figura 3.35). 
Figura 3.35: Vista lingual do Incisivo Lateral Inferior Direito (42). 
 
 
 
 67 
CAPÍTULO 4 - DENTES CANINOS PERMANENTES 
 
4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES CANINOS 
 Os dentes caninos, superiores e inferiores, completam com os 
incisivos o grupo dos dentes anteriores. Localizam-se distalmente ao incisivo 
lateral e mesialmente ao primeiro pré-molar, ou seja, são os terceiros dentes 
a partir da linha mediana. Sua denominação deriva da palavra latina canis que 
significa cão, pela analogia que apresentam com os dentes pontiagudos deste 
animal. Na espécie humana tem por função cortar alimentos que exijam 
grande força mastigatória e esse trabalho é facilitado pela forma de sua coroa 
que, com o ápice da margem incisal, atua como ponta aguda e dilacerante. 
Além disso, juntamente com os incisivos ajudam a apoiar o lábio e os 
músculos faciais. Os caninos atuam como indicadores importantes na 
oclusão. Sua sobreposição vertical profunda serve como um mecanismo 
protetor, aliviando os dentes posteriores das forças horizontais excessivas e 
potencialmente prejudiciais durante os movimentos de lateralidade da 
mandíbula (oclusão protegida pelos caninos). 
 São os dentes humanos mais longos. As pontas mais ou menos 
aguçadas que se encontram em suas margens incisais, ultrapassam o plano 
dos demais dentes, assim como sua raiz atinge tal volume que determina na 
maxila e na mandíbula, saliências vestibulares nítidas, conhecidas por 
eminência canina. São em número de quatro, sendo dois superiores e dois 
inferiores. Os quatro caninos são, justificadamente, denominados de alicerces 
dos arcos dentais, porque estão localizados nos cantos da boca ou dos arcos 
dentais. 
 A forma geral da coroa dos caninos é de uma lança, quando vista pela 
face vestibular ou lingual/palatina. A coroa pode ser alongada ou alargada, 
 
 
 
68 
 
segundo se trate de um dente superior ou inferior, assumindo no seu aspecto 
geral a forma cônica (Figura 4.1). Como qualquer outro dente, a coroa 
apresenta seis faces. 
Figura 4.1: Vista vestibular do canino inferior. 
 
 A face vestibular é pentagonal e convexa em todos os sentidos 
(Figuras 4.2 e 4.3). 
Figura 4.2: Face vestibular do canino inferior. 
 
 
 
 69 
Figura 4.3: Face vestibular do canino inferior. 
 
Nesta encontramos sulcos de desenvolvimento bem evidentes que 
separam três lóbulos de volume desigual, denominados mesial, mediano e 
distal. Na parte mediana existe uma crista longitudinal que termina na ponta 
da cúspide. A face vestibular é limitada por quatro margens, sendo as 
proximais arredondadas e convergentes para a raiz, apresentando-se a distal 
mais inclinada e menor. A margem cervical é curva, de convexidade voltada 
para a raiz e a este nível a face vestibular é mais convexa que em qualquer 
outro ponto. A margem incisal é dividida, por uma ponta mediana e aguçada, 
em dois segmentos de comprimento desigual, denominadas arestas 
transversais: a distal maior e mais inclinada e a mesial menor e menos 
inclinada. O ângulo distal é muito arredondado e mais próximo da margem 
 
 
 
70 
 
cervical, enquanto o mesial é mais vivo e mais distante da margem cervical 
(Figura 4.4). 
Figura 4.4: Face vestibular do canino inferior. 
 
 A face palatina/lingual também tem forma pentagonal, discretamente 
menor que a face vestibular e irregularmente convexa devido à presença dos 
três lóbulos (saliências), que são separados por sulcos, dos quais o mediano é 
o mais desenvolvido. As cristas marginais mesial e distal, confluem para o 
cíngulo, que é bem volumoso. A face lingual apresenta o forame cego quando 
o cíngulo é bem desenvolvido e destaca-se desta, deixando um 
prolongamento em fundo cego. As margens proximais, arredondadas e pouco 
salientes, convergem para o colo dental. A margem incisal é muito mais 
arredondada e menor que a correspondente da face vestibular (Figura 4.5). 
 
 
 
 71 
Figura 4.5: Face palatina do canino superior. 
 
As faces proximais são de forma triangular, de lados e ângulos 
arredondados, convexas no sentido vestíbulo-lingual que se acentua no terço 
incisal. A face distal é menor e mais convexa que a face mesial, 
particularmente ao nível do ângulo distal onde se desenvolve uma bossa 
acentuada. A face mesial mostra-se mais plana, menos escavada no terço 
cervical e com modelado mais discreto que o da face distal (Figura 4.6). 
Figura 4.6: Face mesial do canino inferior. 
 
 
 
 
72 
 
A margem incisal tem aspecto de lança apresentando-se em forma de 
V, com segmentos mesial e distal desiguais, sendo a porção distal maior e 
mais inclinada, enquanto o segmento mesial é mais plano. A ponta na margem 
incisal desaparece rapidamente devido ao desgaste natural destes dentes 
(Figura 4.7). 
Figura 4.7: Face vestibular do canino inferior. 
 
O colo é curvo, formado por uma linha sinuosa e irregular, de 
convexidade voltada para a raiz, ao nível das faces vestibular e lingual, em 
forma de V, de ramos muito abertos, ao nível das faces proximais (Fig. 4.8 a 
4.11). 
Figura 4.8: Face vestibular do canino inferior. 
 
 
 
 73 
Figura 4.9: Face lingual do canino inferior. 
 
 
Figura 4.10: Face mesial do canino inferior. 
 
 
 
 
 
 
74 
 
Figura 4.11: Face distal do canino inferior. 
 
A raiz do canino é a maior de todas as raízes dentárias. Seu volume é 
tal que faz saliência bem acentuada na face vestibular do osso alveolar, 
chegando às vezes, a perfurar a delgada camada compacta desse osso. É 
cônica com discreto grau de achatamento mésio-distal (Figura 4.12). A raiz 
apresenta sulcos mais ou menos profundos situados nas faces proximais. 
 
Figura 4.12: Vista vestibular da raiz do canino inferior. 
 
 
 
 75 
4.2 CANINO SUPERIOR 
Coroa 
Este dente possui a forma de lança e é o mais longo e mais robusto do 
arco, ultrapassando os dentes vizinhos em altura, tanto pela coroa como pela 
raiz. A implantação deste dente no processo alveolar determina na face 
vestibular do osso, a formação de uma saliência chamada bossa canina. Situa-
se na boca, no sentido vestíbulo-lingual praticamente na posição vertical e a 
raiz é fortemente inclinada para o lado palatino. 
A coroa do canino, quando vista pela face vestibular, apresenta-se 
com aspecto de lança, destinada a perfurar ou dilacerar os alimentos. O maior 
diâmetro está na junção do terço médio com o terço cervical (Figura 4.13). 
Figura 4.13: Vista vestibular do canino superior esquerdo. 
 
 
 
 
76 
 
 Face Vestibular 
A face vestibular é limitada por quatro margens. 
A margem cervical, semicircular, de pequeno raio de curvatura, é de 
convexidade voltada para raiz. A margem mesial divergente no sentido 
oclusal, é convexa e desce até os três quartos da altura da coroa. A margem 
distal, mais convexa mais divergente menos longa, desce até dois terços da 
altura da coroa. A margem livre é em forma de V, bem aberto e desiguais 
sendo a porção distal mais inclinada, deslocando a cúspide do dente para o 
lado mesial. Os ângulos são arredondados e obtusos, sendo o distal mais 
arredondado e mais próximo da margem cervical (Figura 4.14). 
Figura 4.14: Face vestibular do canino superior esquerdo. 
 
 
 
 77 
Face Palatina 
A face palatina é ligeiramente menor que a face vestibular em virtude 
da convergência das faces mesial e distal para a região palatina. Possui a 
forma pentagonal, o cíngulo bem desenvolvido na região central do terço 
cervical e as cristas marginais mesial e distal que convergem para o cíngulo. 
Quanto às margens proximais, as observações são as mesmas que foi dito na 
face oposta (Figura 4.15). 
Figura 4.15: Face palatina do caninosuperior direito. 
 
 
Face Mesial 
A face mesial é triangular, de lados e ângulos arredondados, de base 
voltada para o colo e convexa no sentido vestíbulo-lingual. O plano da face 
mesial forma com o plano mesial da raiz um ângulo obtuso, de abertura 
 
 
 
78 
 
mesial. A borda cervical em forma de “V” possui abertura angular maior que 
90 graus (Figura 4.16). 
Figura 4.16: Face mesial do canino superior esquerdo. 
 
 
Face Distal 
É muito semelhante a face mesial, porém menor e mais convexa 
particularmente ao nível do ângulo distal onde se desenvolve uma bossa mais 
acentuada. 
Margem Incisal 
Esta face ou margem tem aspecto de lança, com forma em V e com 
segmentos desiguais. A porção distal dessa margem é maior e mais inclinada, 
enquanto o segmento mesial é mais plano. 
Raiz 
É a maior raiz dentária, seu volume é tal que faz saliência na face 
vestibular do osso alveolar. É cônica com discreto grau de achatamento 
mésio-distal, com discretos sulcos mesial e distal. Apresenta desvio distal e o 
 
 
 79 
ângulo que se forma entre ela e a face distal da coroa torna-se fácil saber a 
que lado o dente pertence. As faces vestibular e palatina são semelhantes e as 
proximais são largas, planas e mais sulcadas (Figura 4.17). 
Figura 4.17: Vista palatina da raiz do canino superior direito. 
 
 
4.3 CANINO INFERIOR 
Coroa 
O canino inferior, de volume menor que o superior, apresenta forma 
mais alongada devido à diferença ou falta de proporção entre as medidas da 
coroa, sendo a distância mésio-distal bem menor que a do canino superior 
enquanto a distância cérvico-incisal é quase igual (Figura 4.18). 
 
 
 
80 
 
Figura 4.18: Vista vestibular do canino inferior direito. 
 
 
Face Vestibular 
Como ocorre nos demais dentes inferiores, essa face apresenta uma 
acentuada inclinação lingual. As características dessa face são semelhantes as 
do canino superior onde a maior diferença está no aspecto mais alongado 
dessa face, o qual facilita o diagnóstico diferencial entre os caninos superiores 
e inferiores. Esta face é convexa nos dois sentidos, longitudinal e transversal, 
sendo no nível cervical onde encontra-se sua maior convexidade (Figura 
4.19). 
 
 
 
 
 81 
Figura 4.19: Face vestibular do canino inferior direito. 
 
 
Face lingual 
Essa face difere muito pouco da face vestibular, sendo um pouco mais 
estreita e os acidentes anatômicos mais discretos, porém verifica-se a 
presença do cíngulo, das cristas marginais, da fossa lingual e dos sulcos de 
desenvolvimento (os quais são pouco marcados). Guardadas as devidas 
proporções, pode-se afirmar que a face lingual do canino inferior simula a 
face lingual dos incisivos inferiores (Figura 4.20). 
 
 
 
82 
 
Figura 4.20: Face lingual do canino inferior direito. 
 
 
Faces Proximais 
Triangulares e ligeiramente convexas no terço incisal, são escavadas 
no restante. O canino inferior apresenta a margem cervical mais baixa no lado 
lingual que no lado vestibular (Figura 4.21). 
Figura 4.21: Face mesial do canino inferior direito. 
 
 
 
 
 83 
Margem Incisal 
A margem incisal tem aspecto de V, porém o que a distingue da 
margem incisal do canino superior é a grande inclinação para a face 
vestibular, que é acentuada pelo desgaste observado na normo-oclusão. 
Raiz 
A raiz do canino inferior é menor e mais achatada que a do superior, 
não raro verifica-se a existência de bifurcação do ápice radicular devido ao 
maior grau de achatamento mésio–distal ou até mesmo duas raízes (Figura 
4.22). 
 
Figura 4.22: Vista lingual da raiz do canino inferior direito. 
 
 
 
 
 
 
84 
 
CAPÍTULO 5 - DENTES PRÉ-MOLARES PERMANENTES 
 
5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES PRÉ-MOLARES 
Os dentes pré-molares ou bicuspidados estão situados atrás dos 
caninos e à frente dos primeiros molares constituindo elementos de transição 
entre os dentes anteriores unicuspidados e unirradiculares e os molares 
multicuspidados e multirradiculares. Partindo da linha média para o lado 
distal recebem a denominação de primeiro e segundo pré-molares. Os pré-
molares irrompem em substituição aos molares decíduos. Assim como os 
molares, estes dentes têm por função a trituração dos alimentos e apoiar as 
paredes laterais da boca (bochecha). 
 São em número de oito, sendo dois para cada hemiarcada. Dispõem-
se em volume decrescente no sentido mésio-distal para a arcada superior, e 
em volume crescente no mesmo sentido para a arcada inferior, ou seja, os 
primeiros pré-molares superiores são maiores em volume que os segundos 
pré-molares superiores, na arcada inferior os primeiros pré-molares inferiores 
são menores em volume que os segundos pré-molares inferiores. 
 A forma geral da coroa dos pré-molares é a resultante da fusão de dois 
cones, um palatino e outro vestibular unidos pelas cristas marginais mesial e 
distal (Figura 5.1). Apresentam forma cuboidal e como todos os outros dentes 
também apresentam seis faces. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 85 
Figura 5.1: Vista proximal do pré-molar superior. 
 
 A face vestibular tem a forma de uma lança, é convexa e lisa, 
semelhante à face vestibular do canino com sulcos de desenvolvimento e 
lóbulos menos evidentes (Figura 5.2). 
Figura 5.2: Vista vestibular do pré-molar superior. 
 
 
 
 
86 
 
É limitada por quatro margens arredondadas: a margem cervical, 
curvilínea, de convexidade voltada para a raiz; a margem oclusal que 
apresenta a forma de um V composta por dois segmentos desiguais, e as 
margens mesial e distal que são divergentes para a margem oclusal (Figura 
5.3). 
Figura 5.3: Face vestibular do pré-molar superior. 
 
 
A face lingual/palatina apresenta o formato de um pentágono, com 
convexidade tanto no sentido transversal como no sentido longitudinal, sendo 
mais acentuada no sentido transversal. As quatro margens que limitam esta 
face são menos perceptíveis que as da face vestibular, por serem mais 
arredondadas (Figura 5.4). 
 
 
 
 
 87 
Figura 5.4: Face palatina do pré-molar superior. 
 
 As faces proximais apresentam formato quadrilátero, com lados e 
ângulos arredondados, convexas próximo à margem oclusal e planas próximo 
à margem cervical. Cada uma é limitada por quatro margens: cervical, 
ligeiramente curva com concavidade voltada para a raiz; vestibular e lingual 
côncavas, e a margem oclusal que é dividida em dois segmentos os quais 
correspondem às cúspides vestibular e lingual. As faces proximais são 
semelhantes, porém a face distal apresenta-se menor, mais convexa e com 
características mais evidentes (Figura 5.5). 
Figura 5.5: Face distal do pré-molar superior. 
 
 
 
 
88 
 
 A face oclusal apresenta duas cúspides de volume variável de acordo 
com o elemento considerado. 
As cúspides desenvolvidas têm o formato de uma pirâmide 
quadrangular com ápice (ponta da cúspide), base, arestas (transversais e 
axiais) e planos inclinados. Separando as cúspides vestibular e lingual, há um 
sulco principal, disposto no sentido mésio-distal com concavidade vestibular, 
que pode apresentar-se retilíneo ou curvilíneo e mais ou menos profundo. Este 
sulco termina junto das cristas marginais, determinando o aparecimento das 
fossetas triangulares mesial e distal. Deste sulco principal partem sulcos 
secundários superficiais que ou desaparecem próximo às margens das faces 
proximais ou as invadem. As cristas marginais são bem evidentes e unem as 
duas cúspides vestibular e lingual (Figura 5.6). 
Figura 5.6: Face oclusal do pré-molar superior. 
 
 
 
 89 
 O colo dos dentes pré-molares é representado por uma linha irregular 
curvilínea côncavo-convexa de acordo com as faces em questão e é mais 
sinuoso que o dos molares. Nas faces vestibular e palatina/lingual é de 
convexidade voltada para a raiz e nas faces proximais é de concavidade 
voltada para a raiz (Figuras 5.7 a 5.10). 
Figura 5.7: Face vestibulardo pré-molar superior. 
 
Figura 5.8: Face palatina do pré-molar superior. 
 
 
 
 
90 
 
Figura 5.9: Face mesial do pré-molar superior. 
 
 
Figura 5.10: Face distal do pré-molar superior. 
 
 
 
 
 91 
 Os dentes pré-molares geralmente são unirradiculares, com raiz 
geminada e muito achatada no sentido mésio-distal, com sulcos profundos 
quando não bifurcadas. 
 Nos dentes superiores é comum a raiz apresentar-se bifurcada, sendo 
uma delas palatina e a outra vestibular, e divergentes. A raiz apresenta-se 
cônica e achatada no sentido mésio-distal e a secção transversal é ovalada, 
em ambas as condições, simples ou bifurcada (Figura 5.11). 
Figura 5.11: Vista proximal da raiz do pré-molar superior. 
 
5.2 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR 
Coroa 
 É o quarto dente do arco relacionando-se pela face mesial com o 
canino e pela face distal com o segundo pré-molar. 
 É o mais volumoso do grupo dos pré-molares; sua coroa é achatada 
no sentido mésio-distal, e como já foi dito anteriormente, com forma de um 
cubo ou mesmo de um cilindro, devido à continuidade entre suas faces por 
meio de suas arestas muito arredondadas. A coroa é mais larga próximo à 
 
 
 
92 
 
margem oclusal e mais estreita ao nível do colo (Figura 5.12). Suas faces 
vestibular e palatina são praticamente paralelas e quando comparada com o 
canino a face vestibular do pré-molar é cerca de 1/4 mais curta. Nas faces 
proximais a maior convexidade encontra-se próximo da margem oclusal. Na 
cavidade bucal, quando observado no sentido vestíbulo-palatino, a coroa 
deste dente mostra-se verticalmente disposta. A cúspide vestibular apresenta-
se mais volumosa e mais alta que a palatina. 
Figura 5.12: Vista vestibular do primeiro pré-molar superior direito (14). 
 
Face Vestibular 
É convexa tanto no sentido vertical como no sentido transversal, 
porém a convexidade é sempre mais acentuada no sentido transversal. 
Os sulcos de desenvolvimento, que dividem a coroa em lóbulos são 
pouco visíveis, sendo o lóbulo mediano o de maior volume que se dirige do 
colo à cúspide. 
Quatro margens limitam a face vestibular: a margem cervical 
curvilínea, cuja convexidade está voltada para a raiz; as margens distal e 
mesial são arredondadas e divergentes em direção à margem oclusal; a 
 
 
 93 
margem oclusal é dupla por apresentar-se dividida pela cúspide em dois 
segmentos: o mesial (aresta transversal mesial) e o distal (aresta transversal 
distal), o que deixa a face vestibular com formato pentagonal (Figura 5.13). 
 
Figura 5.13: Face vestibular do primeiro pré-molar superior direito 
(14). 
 
 
Face Palatina 
 Comparada à face vestibular é menor, mais curta, mais estreita e por 
apresentar-se lisa, sem sulcos e lóbulos, com cúspide arredondada e sem 
limites com a face mesial e distal, mostra-se diferente daquela. Apresenta-se 
bastante convexa nos dois sentidos, vertical e transversal. No terço cervical 
apresenta uma bossa palatina; a partir desta saliência a face inclina-se para o 
lado vestibular (Figura 5.14). 
 
 
 
 
94 
 
Figura 5.14: Face palatina do primeiro pré-molar superior direito (14). 
 
Face Mesial 
 Pode ser inscrita num quadrilátero alongado no sentido vestíbulo-
lingual, convexa próximo da margem oclusal, achatada ou mesmo côncava 
junto ao colo, onde se continua com o sulco da raiz. É mais larga do que alta. 
 Quatro margens limitam esta face: a margem vestibular, arredondada 
e mais convexa no terço cervical; a margem palatina, mais baixa que a 
margem vestibular, é curvilínea e mais convexa na região cervical; a margem 
cervical é curvilínea e de concavidade voltada para a raiz; a margem oclusal 
tem o formato de acento circunflexo de ápice cortado, por onde passa a crista 
marginal (Figura 5.15). 
Figura 5.15: Face mesial do primeiro pré-molar superior direito (14). 
 
 
 
 95 
Face Distal 
 A face distal repete a mesma configuração da precedente, porém é 
menor e mais convexa em todos os sentidos e apresenta uma bossa distal mais 
pronunciada no terço oclusal (Figura 5.16). 
Figura 5.16: Face distal do primeiro pré-molar superior direito (14). 
 
Face Oclusal 
 Tem a forma de um trapézio, em consequência da convergência das 
faces mesial e distal em direção à face palatina, com grande base vestibular e 
pequena base palatina. Duas cúspides volumosas emergem dessa superfície, 
e a sensação de desvio da cúspide palatina para o lado mesial, se deve ao fato 
da face mesial ser menos convergente que a face distal no eixo vestíbulo-
palatino. Essas cúspides mostram-se cada uma como uma pirâmide de base 
quadrangular, com planos inclinados, lados separados por arestas 
arredondadas, ápice aguçado no dente jovem, sendo duas faces 
necessariamente oclusais e as outras duas vestibulares ou linguais de acordo 
com a cúspide observada. Cada cúspide apresenta quatro arestas: duas no 
 
 
 
96 
 
sentido vestíbulo-lingual (aresta axial vestibular ou palatina e aresta axial 
oclusal) e duas no sentido mésio-distal (aresta transversal mesial e aresta 
transversal distal). O sulco principal mésio-distal, retilíneo, que divide a 
superfície oclusal apresenta-se em posição para-central, deslocado mais para 
a face palatina, o que leva à diferença de tamanho das cúspides, vestibular 
mais volumosa que a palatina. Olhando o dente por uma de suas faces 
proximais observa-se que a cúspide vestibular é mais alta que a cúspide 
palatina. Esse sulco principal tem início e término em duas fossetas 
triangulares, a mesial e distal, e separando essas fossetas das faces proximais 
temos as cristas marginais que nesse dente apresentam-se delgadas. Pode-se 
ainda observar que, do sulco principal partem pequenos sulcos, que sobem 
pelas faces oclusais das cúspides vestibular e palatina (Figuras 5.17 e 5.18). 
Figura 5.17: Face oclusal do primeiro pré-molar superior direito (14). 
 
 
 
 
 97 
Figura 5.18: Face oclusal do primeiro pré-molar superior direito (14). 
 
Colo 
 É sinuoso e irregular, nos lados vestibular e palatino curva-se com 
convexidade voltada para raiz, nos lados mesial e distal, curva-se mais 
suavemente com concavidade voltada para a raiz. 
Raiz 
O primeiro pré-molar superior apresenta-se na maioria das vezes com 
duas raízes. Raízes duplas ou triplas (às vezes duas raízes vestibulares), a 
divisão não é completa, unidas ao nível da base constituem o bulbo radicular. 
Quando única, é muito achatada no sentido mésio-distal, e sua secção é 
ovalada, com as faces laterais marcadas por sulcos profundos. Quando a raiz 
é bifurcada, muito mais frequente, apresenta formato cônico, muito larga no 
 
 
 
98 
 
sentido vestíbulo-palatino em seu terço cervical (bulbo), dividindo-se em raiz 
vestibular e raiz palatina, sendo a palatina mais volumosa, mais cônica e com 
forte inclinação para o lado palatino. A característica de bifurcação radicular 
é o que diferencia o primeiro pré-molar superior do segundo pré-molar 
superior. A raiz também pode aparecer trifurcada. Nestes casos, a raiz palatina 
conserva-se cônica, enquanto as raízes mésio-vestibular e disto-vestibular 
apresentam-se muito achatadas e delgadas (Figura 5.19). 
Figura 5.19: Vista proximal das raízes do primeiro pré-molar superior 
direito (14). 
 
 
5.3 SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR 
Coroa 
O quinto dente do arco posiciona-se pelo lado distal do primeiro pré-
molar e mesial do primeiro molar. 
Sua coroa, menor que a do primeiro pré-molar, é também achatada no 
sentido mésio-distal, e com formato de cubo ou mesmo de cilindro, devido à 
continuidade entre suas faces por meio de suas arestas muito arredondadas. 
 
 
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Muito semelhante ao primeiro pré-molar, além de mostrar-se menor, tem as 
formas mais arredondadas e detalhes de anatomia menos nítidos que este, 
lembrando que os pré-molares superiores têm volume decrescente no sentido 
mésio-distal (Figura 5.20). 
Na cavidade bucal, quando observado

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