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Autor: Prof. Ricardo Calasans Colaboradora: Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano Espaços Confinados Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Professor conteudista: Ricardo Calasans Graduado em Engenharia de Produção Mecânica pela Universidade Metodista de Piracicaba (1994), em Direito pela Universidade Paulista (2008) e em Medicina Veterinária pela UNIP – Universidade Paulista (2014). Possui especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Paulista (1996), especialização em Informática pela Universidade Paulista (1997) e mestrado profissional em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista (1999). Doutorando na Faculdade de Saúde Pública da USP em Organização dos Processos Produtivos e Saúde do Trabalhador. Diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Medicina e Segurança do Trabalho e Meio Ambiente – Abraphiset – desde 1997, órgão em que atua como consultor e perito em questões de insalubridade, periculosidade, doenças e acidentes do trabalho, cursos e treinamentos em SST. Coordenador do Congresso Brasileiro de Segurança e Medicina no Trabalho (Cobrasemt) e do Congresso Brasileiro de Perícias (Cobrape). Coordenador do Simpósio de Criminalística e Atividades Periciais e do Simpósio de Meio Ambiente. Professor‑adjunto dos cursos de graduação nas seguintes modalidades de Engenharia: Mecânica, Mecatrônica, Produção, Elétrico‑eletrônica e Civil. Nessa função, também atua nas disciplinas de Arquitetura e Urbanismo, Administração, Medicina Veterinária, Biomedicina, Gestão Ambiental e Agronegócios. É tecnólogo em Segurança do Trabalho da UNIP. Coordenador‑geral do curso de Tecnologia de Segurança do Trabalho e do curso técnico de Segurança do Trabalho – Pronatec da UNIP. Também é coordenador do curso de pós‑graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da UNIP‑Anchieta. Líder das disciplinas de Ergonomia – nos cursos de Engenharia e Gestão Laboratorial – e Controle de Qualidade – do curso de Biomedicina. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C143e Calasans, Ricardo. Espaços confinados. / Ricardo Calasans ‑ São Paulo: Editora Sol. 84 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2‑116/15, ISSN 1517‑9230. 1. Espaços confinados. 2. Segurança do trabalho. 3. Gestão de segurança. I.Título CDU 331.82 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Vitor Andrade del Mastro Juliana Mendes Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Sumário Espaços confinados APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 O QUE SÃO ESPAÇOS CONFINADOS? .........................................................................................................9 1.1 Como fazer o reconhecimento de um espaço confinado .................................................... 12 1.1.1 As três classes de espaços confinados ........................................................................................... 13 2 GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE .......................................................................................................... 13 2.1 Permissão de entrada ......................................................................................................................... 15 2.2 Análise de riscos.................................................................................................................................... 16 2.3 Das responsabilidades administrativas e pessoais .................................................................. 18 2.4 Técnicas de proteção ........................................................................................................................... 19 Unidade II 3 EPC E EPI ............................................................................................................................................................. 25 4 RISCOS ELÉTRICOS E MECÂNICOS, RISCOS ERGONÔMICOS E RISCOS AMBIENTAIS .......... 33 4.1 Riscos elétricos e mecânicos ........................................................................................................... 33 4.1.1 Encanamentos .......................................................................................................................................... 33 4.2 Riscos ergonômicos ............................................................................................................................. 34 4.3 Riscos ambientais ................................................................................................................................. 35 Unidade III 5 RISCOS BIOLÓGICOS E RISCOS RESPIRATÓRIOS ................................................................................ 43 5.1 Riscos biológicos ................................................................................................................................... 43 5.2 Riscos respiratórios .............................................................................................................................. 45 5.2.1 Monitoramento dos níveis de oxigênio e de outras substâncias ........................................ 48 6 RISCOS COMBINADOS .................................................................................................................................. 52 Unidade IV 7 EXPLOSÕES E INCÊNDIOS ............................................................................................................................ 59 8 RESGATE E SALVAMENTO............................................................................................................................. 61 8.1 Alguns requisitos exigidos dos resgatistas e seus equipamentos de resgate .............. 63 7 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 APRESENTAÇÃO Ao longo deste livro‑texto, esperamos que você, caro aluno, possa desenvolver sua compreensão sobre o tema Espaços Confinados. Então, poderá aprofundar seu conhecimento em relação aos aspectos legais, administrativos e gerenciais que devem ser seguidos pelo empregador. Buscamos, por meio do conteúdo tratado, capacitar o futuro profissional a reconhecer os espaços confinados, analisar os riscos e monitorar as atividades nesses locais específicos, prevenir possíveis acidentes, bem como indicar formas utilizadas para o resgate nessas ocorrências. A presente disciplina é muito importante para sua formação como gestor técnico em Segurança do Trabalho,pois muitas empresas contam com profissionais que atuam diretamente ligados a essa área específica, que, desde 2006, com a Norma Regulamentadora (NR 33), ganhou mais atenção das corporações. Esperamos que a obra lhe proporcione bons estudos e estimule sua curiosidade para fazer uma pesquisa individual sobre o assunto, extrapolando os limites do livro‑texto. INTRODUÇÃO Figura 1 – O espaço de trabalho em uma plataforma de petróleo As questões de segurança do trabalho são tratadas de forma criteriosa em alguns países, como nos Estados Unidos. Lá os trabalhadores são amparados por entidades, como: Osha (Occupation Safety and Health Administration), agência do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, criada em 1970 pelo Congresso Norte‑americano para garantir a segurança e saúde ocupacional; e Niosh (National Institute for Occupational Safety and Health), uma agência federal responsável pela realização de pesquisas e elaboração de recomendações para a prevenção de acidentes de trabalho e doenças profissionais. 8 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Tais entidades atuam firmemente sobre as empresas e veem na prática uma redução no número de acidentes ocupacionais. Já no Brasil, na década de 2000, o número de acidentes de trabalho ocorridos em espaços confinados vinha preocupando autoridades, especialistas, empresários e trabalhadores. Estudiosos no assunto destacavam que cerca de 90% das ocorrências nesses locais eram fatais. Em virtude disso, fez‑se necessária a publicação de uma Norma Regulamentadora (NR) que abordasse o tema de forma mais pormenorizada e estruturada. A NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados –, publicada em dezembro de 2006, preencheu esta lacuna na legislação de SST) (BRASIL, 2007). Para iniciarmos nossos estudos, precisamos entender o que pode ser considerado um espaço confinado: Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio (BRASIL, 2007). Essa é uma área muito importante para a Segurança e Saúde no Trabalho, pois proporciona alto risco ao trabalhador, na maioria dos casos, por não possuir alternativa adequada para a realização da atividade. Portanto, essa tarefa deve ser muito bem‑planejada e bem‑executada. 9 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Unidade I 1 O QUE SÃO ESPAÇOS CONFINADOS? Você pode se perguntar como identificar os espaços confinados. Para isso, você deverá atentar‑se a algumas características que veremos a seguir. Os espaços confinados geralmente são áreas fechadas que apresentam ventilação natural desfavorável e entrada e saída restritas. Esses locais não foram projetados para a ocupação contínua do homem e normalmente revelam riscos conhecidos ou potenciais. A atmosfera desses ambientes possui deficiência de O2, podendo provocar asfixia, claustrofobia ou simplesmente insegurança do trabalhador durante a realização de sua atividade laboral. Figura 2 – Tubulação Figura 3 – Caixa d’água 10 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade I Saiba mais Para saber mais sobre as definições das entidades fiscalizadoras norte‑americanas Ansi (American National Standards Institute), Niosh (National Institute for Occupational Safety and Health) e Osha (Occupation Safety and Health Administration) sobre espaços confinados, acesse: <www. portalsesmt.eng.br>. Veja a seguir alguns exemplos de áreas que se enquadram nessa descrição: • silos; • tanques; • vasos; • caixas d’água; • caminhões‑tanque; • caldeiras; • tubulações; • misturadores; • galerias; • turbinas; • reatores; • compartimentos de navio; • motores; • poços; • trocadores de calor; • bueiros. 11 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Figura 4 – Silo Figura 5 – Caldeira Vejamos algumas atividades que exigem entrada em espaços confinados: • limpeza para remoção de lama ou outros dejetos; • inspeção da integridade física e processo de equipamentos; • manutenções como jateamento abrasivo e aplicação de recobrimentos de superfícies em subterrâneos com ou sem tubulações; • instalações, inspeções, reparos e substituições de válvulas, tubos, bombas, motores, em covas ou escavações; • ajustes ou alinhamentos de equipamentos mecânicos e seus componentes; 12 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade I • verificações e leituras em manômetros, painéis, gráficos ou outros indicadores; • instalações, ligações e reparos de equipamentos elétricos ou de comunicações, bem como instalações de fibras ópticas; • resgate de trabalhadores que foram feridos ou que desmaiaram em tais espaços. 1.1 Como fazer o reconhecimento de um espaço confinado Fazer o reconhecimento de espaços confinados nem sempre é fácil. Muitas vezes os perigos não estão expostos, mas poderão ser criados futuramente naquele ambiente. Por isso, primeiro, busque identificar os riscos aparentes e, em seguida, procure reconhecer os riscos em potencial desses locais e seus processos e produtos. A principal e mais séria ameaça em espaços confinados está na atmosfera do ambiente, portanto é fundamental atentar para esse quesito. Um tanque aberto, por exemplo, pode ser considerado um espaço confinado, uma vez que a ventilação natural ali é inexistente. Entre os principais riscos que se devem observar, estão as misturas inflamáveis, o nível de concentração de O2 no ar, a quantidade de fumaça que pode ser gerada, a concentração de qualquer substância acima do limite de tolerância e qualquer condição reconhecida como prejudicial à saúde. Figura 6 – Bueiro Figura 7 – Rede de esgoto 13 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Observação Algumas substâncias não produzem efeitos perceptíveis imediatamente, por isso são ignoradas pela atenção médica, mas podem apresentar repentinas possibilidades de colapso fatal de 12 a 72 horas após a exposição. 1.1.1 As três classes de espaços confinados A entidade fiscalizadora Niosh reconhece que os espaços confinados apresentam graus de risco diferentes, por isso os dividiu em três classes: • Espaços Classe A: são aqueles que apresentam situações que são imediatamente perigosas para a vida ou a saúde do homem. Incluem os espaços que têm deficiência em oxigênio, sendo menor ou igual a 16% para a faixa de pressão de 122 mmHg ou maior que 25% para a faixa de pressão de 190 mmHg; que contêm explosivos, inflamáveis (valor igual ou maior que 20% do limite inferior de inflamabilidade) ou atmosferas tóxicas. O socorro a eventuais vítimas requer a entrada de mais de uma pessoa equipada com máscara e/ou roupas especiais, e a comunicação exige a presença de mais um indivíduo de prontidão dentro do espaço confinado. • Espaços Classe B: são aqueles perigosos à vida, porém não imediatamente. O nível de oxigênio é de 16,1% a 19,4% para a faixa de pressão de 122, 147 mmHg ou 21,5% a 25% para a faixa de pressão de 163 e 190 mmHg, com inflamabilidade entre 10% e 19% do limite inferior de inflamabilidade. A comunicação é possível por meios indiretos ou visuais, sem a presença de mais um indivíduo de prontidão dentro do espaço confinado. O socorro a eventuais vítimas requer a entrada de não mais de uma pessoa equipada com máscara e/ou roupas especiais. • Espaços Classe C: são potencialmente perigosos à vida, porém não exigem modificações nos procedimentos habituais de trabalho normal, nem socorro. A comunicação com os trabalhadores pode ser feita diretamente do lado de fora do espaço confinado. Já o nível de oxigênio deve ser mantido em 19,5% a21,4% para a faixa de pressão entre 148 e 163 mmHg. O socorro a eventuais vítimas requer a entrada de não mais de uma pessoa equipada com máscara e/ou roupas especiais. A partir dessa classificação, é possível identificar, analisar e, posteriormente, prevenir os riscos de acidentes em cada local específico. Ressalta‑se que, ao longo do processo de trabalho, o local pode sofrer alteração em sua classificação. 2 GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE As empresas devem preocupar‑se com o bem‑estar de seus funcionários, portanto precisam desenvolver um processo de gestão de segurança e saúde. 14 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade I De acordo com a NR 33, “A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada, implementada e avaliada, incluindo medidas técnicas de prevenção, medidas administrativas e medidas pessoais e capacitação para trabalho em espaços confinados” (BRASIL, 2007). Figura 8 – Turbina de avião Dessa forma, identificamos três processos fundamentais: • Processo administrativo — Conta com o treinamento, a seleção (que considera as capacidades físicas, cognitivas e psicológicas do funcionário) e a avaliação do Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP do trabalhador (um documento histórico‑laboral, instituído pelo INSS, que apresenta as características relativas às atividades que serão por ele executadas, indica a exposição desse trabalhador a agentes nocivos à saúde e reúne outras informações de caráter administrativo). • Processo pessoal — É o processo no qual o trabalhador deve desenvolver: o conhecimento sobre a atividade e as ferramentas que vai utilizar; o controle sobre questões emocionais e psicológicas que poderá enfrentar; além do desenvolvimento da capacidade de trabalhar em conjunto, dependendo de outro funcionário e confiando nele. • Processo de prevenção — Engloba a identificação dos riscos, as medidas de controle, o isolamento da área, as informações sobre a atividade, a determinação de ferramentas especiais, os treinamentos específicos, as simulações do lado de fora e o uso dos Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva (EPI e EPC), que estudaremos na próxima unidade. Lembrete O risco mais grave em espaços confinados está na atmosfera do ambiente, por isso é fundamental atentar para esse quesito. 15 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Os tópicos subsequentes serão explorados de forma mais ampla, haja vista fazerem parte dos três processos citados anteriormente. 2.1 Permissão de entrada Se o empregador, ou seu representante com habilitação legal, decidir que os trabalhadores podem entrar no espaço confinado, o empregador deverá ter desenvolvido e implantado um programa escrito de espaços confinados com permissão de entrada. O programa escrito deverá estar disponível para o conhecimento dos trabalhadores, seus representantes autorizados e órgãos fiscalizadores (ABNT, 2001). Essa permissão é um documento padronizado e deve ser conhecida por todas as pessoas envolvidas no trabalho, direta ou indiretamente. Por meio dessa licença os empregados são autorizados a entrar num espaço confinado e se estabelecem condições para que isso seja feito. De acordo com a padronização desse documento, devem ficar claros quais serão os possíveis riscos para as pessoas que adentrarem o local, além de registar a validade dessa permissão. Observação O acesso e a permanência de pessoas não autorizadas dentro de espaços confinados devem ser absolutamente proibidos. Conforme os itens 4.4 e 4.5 da NBR 14787, a coleta de dados de monitoração e inspeção deve ser realizada por parte da empresa ou de seu representante legal. Antes da entrada do trabalhador, a atmosfera interna deverá ser testada por um responsável autorizado e treinado, que utilizará um instrumento de leitura direta, calibrado e testado antes do uso, adequado para trabalho em áreas potencialmente explosivas, intrinsecamente seguro, protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequências, calibrado e testado antes da utilização [...] (ABNT, 2001). O item 5.5 dessa norma ainda destaca que essa permissão deve conter os deveres dos supervisores de entrada, vigias e trabalhadores autorizados, com os seus respectivos nomes. É obrigatório que o documento apresente a assinatura de cada um deles. É importante acrescentar que exames médicos deverão ser solicitados àqueles que vão adentrar tais áreas, de acordo com a avaliação de cada tipo de espaço confinado. 16 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade I Saiba mais A ficha com o modelo de permissão de entrada em espaço confinado pode ser facilmente obtida acessando o seguinte site: <www.areaseg.com.br>. Figura 9 – Placa de perigo 2.2 Análise de riscos A empresa tem obrigação de assegurar que todos os trabalhadores de áreas confinadas recebam treinamento apropriado e indicação quanto aos riscos aos quais se submeterão. Além disso, a organização também precisa orientar sobre quais as formas indicadas de prevenção para cada caso e quais procedimentos deverão ser realizados em uma situação real de perigo. Popularizando um método de gestão que pudesse reconhecer os riscos e extingui‑los, ou, ao menos, minimizá‑los, William Edwards Deming aperfeiçoou um processo cíclico com quatro passos: PDCA (plan – do – check – act). Observação William Edwards Deming nasceu na cidade de Sioux City, no estado americano de Iowa, em 1900. Fez contribuições significativas para a melhoria dos processos produtivos nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Contudo, foi no Japão que se tornou mais reconhecido, em razão do desenvolvimento da alta qualidade dos produtos em algumas empresas japonesas, o que lhe rendeu o título de estrangeiro que mais gerou impacto na indústria e na economia japonesas do século XX. 17 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Os estudiosos brasileiros adaptaram o ciclo para o português e o chamaram de Peva (Planejar, Executar, Verificar e Agir). E (EXECUTAR) P (PLANEJAR) V (VERIFICAR) A (AGIR) Melhoria contínua POLÍTICA SST Figura 10 – Modelo de sistema de gestão Peva (PDCA) Lembrete O Peva é um processo cíclico. Cada vez que é aplicado, aumentam‑se o conhecimento, a abrangência e a complexidade do sistema. Veja agora quais os elementos que compõem cada passo do processo: • Planejar: identificação, avaliação e controle de cada tipo de risco observado, de acordo com as especificidades de cada espaço confinado. Exemplos: se a área apresenta uma altura muito grande, há perigo de queda; se o local comporta fiação elétrica, há ameaça de choque elétrico; se o espaço apresenta corrosão em sua estrutura, há risco de haver concentração de gás metano; se a entrada da área está situada num ambiente externo, como um bueiro em uma rua, há perigo de afogamento do trabalhador, em caso de chuva. 18 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade I • Executar: considerar recursos, funções, responsabilidades, atribuições e autoridades. Deve‑se observar o risco comparando as informações colhidas no passo anterior e convertendo os dados coletados em informação e, a partir daí, quantificar o potencial de dano que ele pode causar. Implementar funções e responsabilidades, treinamentos necessários, experiências e competências, procedimentos de SST, bem como determinar a comunicação, designar os documentos e a forma de controlá‑los, definir o controle operacional, preparar e estabelecer as respostas emergenciais. • Verificar: definir e manter procedimentos para monitorar e medir periodicamente a ocorrência dos riscos que existem ou que poderão ocorrer em determinado espaço confinado, de acordo com a avaliação feita no passo anterior, planejando e estabelecendo as medidas queserão utilizadas. • Agir: atuar para que as medidas de controle e prevenção estabelecidas sejam realizadas de maneira correta, garantindo o objetivo esperado, analisando criticamente o sistema de controle e procedimentos em intervalos planejados para assegurar suas contínuas adequação, suficiência e eficácia. Esse processo deve ser sempre refinado, por isso é cíclico. Ao fim de uma operação, é importante repassá‑lo para aprimorá‑lo. 2.3 Das responsabilidades administrativas e pessoais Para evitar os riscos que comprometam a saúde dos trabalhadores de espaços confinados, é importante assegurar que empregadores e trabalhadores assumam algumas responsabilidades laborais. Cabe ao empregador: • indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento dessa norma; • identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento; • destacar os riscos específicos dos espaços confinados; • aplicar medidas técnicas de prevenção para implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, bem como definir ações administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, a fim de garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho; • assegurar a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, e as medidas de controle, de emergência e de salvamento em espaços confinados; • certificar que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da permissão de entrada e trabalho, conforme modelo constante no Anexo II da NR 33; 19 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS • fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores; • acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos funcionários das empresas contratadas, provendo os meios e as condições para que eles possam atuar em conformidade com a NR 33; • interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local; • garantir informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle antes de cada acesso aos espaços confinados. Cabe aos trabalhadores: • colaborar com a empresa no cumprimento da NR 33; • utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa; • comunicar ao vigia e ao supervisor de entrada as situações de risco que sejam do seu conhecimento, para sua segurança e saúde ou de terceiros; • cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com relação aos espaços confinados. 2.4 Técnicas de proteção As técnicas mais utilizadas para assegurar a proteção do funcionário são: • identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas; • antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados; • proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos; • prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem; • implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos em espaços confinados; • avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro; • manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado; 20 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade I • monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições de acesso e permanência são seguras; • proibir a ventilação com oxigênio puro; • testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; • usar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência. É importante explicar que a atividade laboral em espaços confinados não pode ser realizada, em hipótese alguma, de forma individual ou isolada. Portanto, é obrigatório haver acompanhamento operacional em qualquer atividade desse tipo. A gestão de segurança e saúde deverá determinar, conforme a análise de risco, qual o número de trabalhadores que deverá participar da execução da tarefa. Dessa forma, caso haja algum problema durante a realização da atividade em área confinada, haverá, no mínimo, uma pessoa fazendo o acompanhamento do lado de fora. Essa pessoa será capaz de tomar as medidas cabíveis, pois é responsável por conhecer: a localização e o manuseio de extintores e hidrantes; a localização de alarmes, chuveiros e lava‑olhos de emergência; a localização dos dispositivos de desligamento ou os meios de desenergização dos equipamentos; procedimentos em primeiros socorros. Figura 11 – Isolamento de espaço confinado A seguir vamos apresentar um excelente estudo de caso. O texto foi traduzido e adaptado do Departamento de Saúde e Recursos Humanos dos EUA. Leia o relato a seguir e analise os riscos aos quais os trabalhadores e bombeiros de resgate estiveram expostos devido à má gestão de segurança realizada pela companhia. 21 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Incidente em espaço confinado mata dois trabalhadores – operário da companhia e bombeiro Em 15 de novembro de 1984, um operário morreu após adentrar um tanque de armazenamento de tolueno. Durante a tentativa de resgate, um bombeiro foi morto quando o tanque explodiu. Sinopse dos fatos O proprietário de uma instalação de armazenamento de petróleo a granel descobriu que o tanque de armazenamento de tolueno (10 metros de diâmetro e 20 metros de altura) foi contaminado e teria de ser drenado e limpo. Uma vez que o único portal de acesso estava localizado no topo do tanque cilíndrico vertical, o proprietário decidiu criar um portal de acesso para limpeza instalado no fundo do tanque quando este estivesse esvaziado. Um empreiteiro foi chamado para fornecer estimativas de custos para a instalação do portal. O empreiteiro realizou um levantamento do local do tanque e disse ao proprietário que o tanque deveria ser drenado, ter todo o seu lodo retirado e deveria ser bem ventilado antes que ele pudesse instalar o portal. O proprietário incumbiu seu supervisor de manutenção de preparar o tanque para o empreiteiro. No dia do acidente, o supervisor e um operário não qualificado ([...] em seu primeiro dia de volta ao trabalho após ter trabalhado por aproximadamente dois meses em outra colocação) drenaram o tanque ao seu nível mínimo – deixando de 2 a 3 centímetros de lodo e tolueno no fundo – e o prepararam para a entrada (com “funcionamento a seco”) no tanque por meio do portal de acesso superior. O supervisor alugou um equipamento autônomo de respiração e instruiu o operário no uso e no procedimento que pretendia seguir. Uma vez que uma escada não se encaixaria no orifício de acesso de diâmetro de 16 polegadas, o supervisor fixou uma corda atada de 1/4 de polegada, ao tubo de ventilação na parte superior do tanque e a desceu pelo orifício. A abertura de 16 polegadas de diâmetro na parte superior do tanque não era suficientemente larga para permitir ao operário que entrasse trajando o equipamento autônomo de respiração. Dessa forma, foi decidido que o equipamento seria frouxamente preso ao operário com correias para que pudesse ser mantido sobre sua cabeça até que ele tivesse limpado a abertura. Uma vez que a entrada tivesse sido efetuada, o superior iria descer o equipamento sobre as costas do operário para que ele pudesse estar propriamente seguro. No instante anterior ao incidente, ambos os empregados estavam no topo do tanque. O operário estava sentado na borda da abertura. Osupervisor virou‑se para pegar o equipamento autônomo de respiração. Enquanto ele fazia isso, ele ouviu o operário no tanque. Ele se virou e olhou através da abertura e viu o operário no fundo do tanque. Ele disse ao operário que saísse do tanque, mas não obteve resposta. O supervisor bateu com a corda contra o peito do operário tentando chamar sua atenção. O operário estava murmurando, mas ainda assim 22 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade I não respondia aos comandos do seu supervisor. Nesse momento, o supervisor puxou a corda para fora do tanque, amarrou nela o equipamento autônomo de respiração e o desceu para dentro do tanque. Novamente, ele gritou para o operário no tanque, orientando‑o para que vestisse a máscara. Ainda não havia resposta. O operário caiu de joelhos, depois caiu de costas e continuou a murmurar. Nesse momento, o supervisor disse ao chefe de instalações (que se encontrava no chão) para chamar os bombeiros. A primeira chamada foi para o departamento de polícia, que então a retransmitiu para o corpo de bombeiros. A equipe de materiais perigosos foi incluída na resposta devido à informação recebida sobre o material presente no tanque. O corpo de bombeiros (incluindo as equipes de resgate e de materiais perigosos) chegou ao local cerca de dez minutos após a notificação inicial. Após avaliar a situação, os bombeiros decidiram pôr em prática um procedimento de resgate, em vez de uma ação de materiais perigosos. Portanto, remover a pessoa desabilitada no interior do tanque foi considerada a máxima prioridade. A abertura de 16 polegadas de diâmetro na parte superior do tanque não era grande o suficiente para descer um bombeiro vestido com o equipamento de salvamento completo. Por isso, decidiu‑se cortar a lateral do tanque para remover a vítima. Os bombeiros estavam conscientes do conteúdo do tanque (tolueno) e da possibilidade de uma explosão. O procedimento desenvolvido pelos bombeiros consistia em fazer dois cortes verticais de 19 polegadas e um corte horizontal de 19 polegadas com um disco de serra movido a gasolina. Concluídos os cortes, o retalho de aço seria puxado para baixo e a vítima seria removida. Enquanto a equipe de materiais perigosos efetuava os cortes, outros bombeiros pulverizavam água na serra pelo lado de fora para extinguir as faíscas. Pela abertura na parte superior do tanque, dois outros bombeiros pulverizavam água pelo lado de dentro. Além disso, três bombeiros com a equipe de materiais perigosos estavam efetuando o corte em si; eles estavam operando a serra alternadamente, por conta do esforço necessário para se cortar uma estrutura de aço com uma espessura de 1/4 de polegada. Em algum momento durante o corte horizontal, decidiu‑se retirar os dois bombeiros da parte superior do tanque, o que significava não haver mais spray de água no interior. Simultaneamente, o spray de água exterior foi removido para apagar a queima de líquido inflamável no chão que foi provocada pela chuva de faíscas da serra. Assim, no momento preciso da explosão, não havia água sendo pulverizada sobre a serra/o corte tanto pelo lado interno quanto pelo lado externo. Quando ocorreu a explosão, ambos os cortes verticais estavam concluídos, e o corte horizontal apresentava aproximadamente 95% de conclusão. Um bombeiro morreu instantaneamente e vários ficaram feridos. Presumiu‑se que o homem dentro do tanque já estivesse morto no momento da explosão. Fonte: US Department of Health and Human Services (1994, p. 37, tradução nossa). 23 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Resumo Nesta unidade compreendemos quais espaços podem ser considerados áreas confinadas de trabalho e suas respectivas características. Destacamos que esses espaços podem ser divididos em três classes (A, B e C), de acordo com os diferentes graus de risco. As empresas têm a necessidade de desenvolver uma gestão de segurança e saúde para garantir que seus trabalhadores não sejam de forma alguma lesados. Para isso, vimos que há três processos que precisam ser estabelecidos: o administrativo, o pessoal e o de prevenção. Apresentamos, ainda, algumas técnicas de proteção que ajudam a minimizar os perigos para os trabalhadores durante a execução de seu trabalho em áreas confinadas. Ressaltamos o quanto é importante que esses trabalhos não sejam realizados individualmente, mas sempre com supervisão. Por fim, avaliamos um estudo de caso ocorrido nos Estados Unidos, no qual você notou como acidentes desse tipo podem ocorrer em espaços confinados. Também pôde perceber como os riscos são imensos quando não são tomadas as medidas corretas de prevenção e de resgate. Exercícios Questão 1. A entidade fiscalizadora Niosh (National Institute for Occupational Safety and Health) reconhece que os espaços confinados apresentam graus de riscos diferentes e, por isso, são divididos em classes. Considerando essas divisões, leia as afirmativas a seguir: I – Espaços classe A apresentam situações que são imediatamente perigosas para a vida ou a saúde, por incluírem deficiência em oxigênio ou conter explosivos, e são inflamáveis. II – Espaços classe B não oferecem perigo à vida, pois o nível de oxigênio é semelhante ao nível do mar (o ar é comprimido) e não há inflamabilidade. III – Espaços classe C são potencialmente perigosos à vida, porém não exigem modificações nos procedimentos habituais de trabalho normal ou socorro. É correto apenas o que se destaca na(s) afirmativa(s): A) I e II. B) II e III. 24 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade I C) Todas as afirmativas estão corretas. D) I e III. E) II. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I) Afirmativa correta. Justificativa: os espaços classe A apresentam situações de perigo à saúde e à vida. As faixas de oxigênio são menores ou iguais a 16% para a faixa de pressão de 122 mmHg ou maior que 25% para a faixa de pressão de 190 mmHg, ou contêm explosivos, inflamáveis (com taxas iguais ou maiores que 20% do Limite Inferior de Inflamabilidade) ou atmosferas tóxicas. II) Afirmativa incorreta. Justificativa: os espaços classe B oferecem perigos à vida, porém não imediatamente. O nível de oxigênio é de 16,1% a 19,4% para a faixa de pressão de 122, 147 mmHg ou 21,5% a 25% para a faixa de pressão de 163 a 190 mmHg, com inflamabilidade entre 10% e 19% do Limite Inferior de Inflamabilidade. III) Afirmativa correta. Justificativa: os espaços classe C são potencialmente perigosos à vida, porém não exigem modificações nos procedimentos habituais de trabalho normal nem socorro. O nível de oxigênio deve ser mantido entre 19,5% a 21,4% para a faixa de pressão entre 148 e 163 mmHg. Questão 2. (Termobahia 2012, adaptada) A NBR 14.787, que trata sobre espaços confinados, prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção, determina que: A) A atmosfera pobre em oxigênio é aquela contendo entre 30% e 40% de oxigênio em volume. B) A permissão de entrada é válida somente para uma entrada. C) Antes de um trabalhador entrar no espaço confinado, a atmosfera interna deve ser testada pelo vigia. D) Todo e qualquer trabalho em espaço confinado, obrigatoriamente, deverá ter apenas uma pessoa – no caso, o vigia. E) Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação contínua, a qual tem meios ilimitados de entrada e saída. Resposta desta questão na plataforma. 25 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Unidade II Agora que você aprendeu o que é um espaço confinado e como reconhecê‑lo, entendendo a importância de fazer uma análise de riscos, poderá aprofundar seu conhecimento a respeito das medidas e técnicas de proteção no ambiente laboral. 3 EPC E EPI O Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), como o nome diz, é todo equipamentoutilizado para garantir a segurança de um grupo de pessoas, auxiliando para que acidentes sejam evitados ou impedindo que doenças sejam desenvolvidas durante o trabalho. É importante atentar para algumas regras fundamentais quanto ao uso dos EPCs: o equipamento deverá ser empregado exclusivamente para o fim a que se destina, e a empresa deverá treinar os trabalhadores sobre seu uso adequado, garantindo obrigatoriedade em seu uso; já os funcionários deverão ser responsáveis pela conservação do equipamento, além de ter a função de comunicar à empresa qualquer tipo de dano ou extravio, para que o dispositivo seja substituído. Veja a seguir alguns tipos de EPCs: • extintores de incêndio; • exaustores; • tripé; • iluminação; • redes de proteção; • sistema de sinalização; • bomba portátil com resistência química; • chuveiros de segurança; • capela química (cabine aerodinâmica que reduz o risco de inalação e contaminação do operador); • sprinkler (sistema de segurança que borrifa jatos de água quando identifica elevação da temperatura); 26 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II • lava‑olhos (equipamento projetado de forma semelhante aos chuveiros de segurança, mas com o objetivo específico de livrar os olhos de contaminantes). Figura 12 – Extintor de incêndio Figura 13 – Lava‑olhos Por sua vez, os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são todos os dispositivos ou produtos utilizados individualmente pelo trabalhador, com a finalidade de protegê‑lo de possíveis riscos à sua saúde ou segurança durante a realização de determinada atividade. A NR 6 explica que ainda pode ser utilizado o Equipamento Conjugado de Proteção Individual, que é “todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 2011). 27 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Lembrete É importante destacar que o uso do EPI não desobriga o uso do EPC e vice‑versa, pois eles complementam um ao outro, formando um sistema capaz de oferecer maior segurança e proteção ao trabalhador. Apresentaremos a seguir alguns tipos de EPIs. Podem ser divididos de acordo com a zona corporal a ser protegida: • capacete de segurança: tem a finalidade de proteger a cabeça do trabalhador em caso de choque elétrico, queda de uma altura elevada ou impacto de algum objeto que possa atingi‑lo: Figura 14 – Capacete de segurança • abafadores de ruídos ou protetores auriculares: são equipamentos que zelam pela proteção auditiva e devem ser utilizados em ambientes que apresentem ruídos sonoros e que, a curto, médio ou longo prazo, possam prejudicar a audição do trabalhador; Figura 15 – Protetor auditivo do tipo plugue 28 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II • máscaras: protegem a respiração do trabalhador que está exposto a um ambiente com possibilidade de contaminação; Figura 16 – Máscara facial com filtro de cartucho e proteção para os olhos • viseiras: são responsáveis por proteger a face de salpicos de elementos químicos ou fogo, além de minimizar os reflexos que ofuscam o trabalhador; Figura 17 – EPI conjugado, capacete, protetor facial e protetor auditivo do tipo concha 29 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Figura 18 – EPI conjugado composto por capacete, protetor facial que aumenta o contraste e melhora a visibilidade em ambientes com baixa iluminação e protetor auditivo do tipo concha • óculos de proteção: têm a finalidade de proteger os olhos de impactos, respingos e luminosidade intensa; Figura 19 – Óculos de proteção contra impactos 30 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II Figura 20 – Óculos de ganho de contraste e óculos contra vapores e gases Figura 21 – Óculos de sobrepor a óculos de grau • luvas e mangotes: são utilizados na proteção de mãos e braços, em caso de exposição a atividades que deixem essas regiões suscetíveis a acidentes; Figura 22 – Mangote de proteção contra cortes 31 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Figura 23 – Luva de proteção contra cortes com revestimento emborrachado Figura 24 – Luva de proteção contra cortes revestida com raspa de couro • calçados de segurança: são fundamentais na proteção de pernas e pés e devem ser apropriados a cada tipo de atividade realizada. Há, ainda, outros equipamentos importantíssimos na realização de trabalhos em espaços confinados. São eles: sistema de respiração autônoma com cilindro de fuga, roupas de proteção química, kit de salvamento em altura, entre outros. Para que um EPI seja comercializado, é necessário que possua um Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esse documento garante a qualidade do equipamento, que é submetido a testes avaliativos no que diz respeito a proteção, conforto, durabilidade etc. A empresa deverá adquirir apenas dispositivos que possuam tal certificado. 32 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II Saiba mais O site do Ministério do Trabalho e Emprego fornece uma página de pesquisa sobre o CA dos Equipamentos de Proteção Individual. Acesse o link da referência a seguir e faça uma pesquisa sobre algum tipo de EPI estudado neste livro‑texto: ___. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). CAEPI – Certificado de Aprovação de Equipamento de Proteção Individual: consulta de CA. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx#&&/ w E X A Q U F c 3 R h d G U F M 2 N v b n N 1 b H R h f G N h P X x l c X V p c D 0 5 M X x j b n B q P T Q 1 O T g 1 M z c x M D A w M T A 4 f H R w U H J v d D 0 x N q m lF7tsmOE+y94rWYRsrNKMJHoSW1UGmdg254s+FBIe>. Acesso em: 29 set. 2015. Figura 25 – Roupas de proteção química Alguns instrumentos podem ser enquadrados tanto na categoria EPI quanto na EPC. São os casos dos rádios transceptores, dos detectores de gases e também do explosímetro. Observação Todos os equipamentos elétricos, eletrônicos ou que produzam centelhas devem ser à prova de explosão, ou seja, intrinsecamente seguros. 33 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS 4 RISCOS ELÉTRICOS E MECÂNICOS, RISCOS ERGONÔMICOS E RISCOS AMBIENTAIS 4.1 Riscos elétricos e mecânicos Para o trabalho em espaço confinado, os riscos decorrentes de problemas elétricos e mecânicos dependem diretamente das atividades desenvolvidas, portanto é necessário que uma análise de riscos seja feita com intenção de prever os possíveis problemas e oferecer mais segurança ao trabalhador que desenvolverá determinada atividade. Conforme Serrão et al. (p. 5), determinadas “atividades como solda elétrica, corte oxigás, pintura, esmerilhamento, corte com abrasivo etc. têm sempre presentes os perigos elétricos ou mecânicos”. Portanto, é importante que uma inspeção sobre as máquinas e as instalações seja realizada, e que haja treinamento para que o trabalhador execute a tarefa de forma apropriada. Para isso, alguns riscos operacionais devem ser minimizados, ou seja, deverá haver espaço entre as máquinas, as ferramentas não poderão apresentar nenhum defeito, os materiais deverão ser armazenados adequadamente, as instalações elétricas irregulares não deverão ser permitidas etc. Figura 26 – Trabalho com solda 4.1.1 Encanamentos Todo encanamento conectado ao espaço confinado deve ter as válvulas bloqueadas (fechadas). Deve‑se colocar cadeado nas válvulas para evitar que elas sejam abertas acidentalmente durante a execução doserviço. No caso de materiais altamente perigosos (corrosivos, inflamáveis, explosivos, tóxicos, asfixiantes), alta pressão ou temperatura superior a 44 °C, os encanamentos devem ser fisicamente desconectados do espaço confinado. 34 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II Observação Todo sistema mecânico interno ao espaço confinado que represente perigo ao(s) executante(s), tais como pás rotativas, hélices, filtros rotativos, transportadores tipo rosca sem fim etc., deve ter sua fonte de energia (elétrica, pneumática ou hidráulica) desligada e trancada com cadeados de segurança. Figura 27 – Conjunto de cadeados de segurança e cartões de sinalização Figura 28 – Bloqueio de disjuntor 4.2 Riscos ergonômicos A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho e definida pela Organização Internacional do Trabalho – OIT como “A aplicação das 35 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem‑estar no trabalho” (LEILA; ÁVILA, 1998). Os riscos existentes na dimensão ergonômica são encontrados em locais onde o espaço a ser ocupado não é compatível com as dimensões do corpo humano, podendo acarretar distúrbios psicológicos e fisiológicos e gerar uma série de danos à saúde do empregado, que poderá desenvolver doenças como: hipertensão arterial, taquicardia, dores musculares, problema de coluna, tensão, úlcera, lombalgias etc. O desconforto e a falta de maneabilidade, além de dificultarem as ações de salvamento, podem provocar lesões como distensões, câimbras e torções, pois muitas vezes o trabalhador precisa contorcer o corpo e usar as mãos para fazer algum ajuste em maquinário ou transportar algum produto, por exemplo. Figura 29 – Operário entrando em um espaço confinado munido de um instrumento que verifica a existência e a concentração de gases perigosos Figura 30 – Detector multigás 4.3 Riscos ambientais De acordo com a NR 9, “Consideram‑se riscos ambientais os agentes químicos, físicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador” (BRASIL, 2014). 36 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II Veja alguns tipos de riscos ambientais divididos em grupos: • riscos químicos a) poeiras minerais, por exemplo: sílica, asbesto, carvão, minerais; b) poeiras vegetais, por exemplo: algodão e bagaço de cana‑de‑açúcar; c) poeiras alcalinas, por exemplo: calcário; d) fumos metálicos; e) névoas, gases e vapores (substâncias compostas, resíduos ou produtos químicos em geral). • riscos físicos a) ruído; b) vibrações; c) calor; d) radiações ionizantes; e) radiações não ionizantes; f) umidade; g) frio. • riscos biológicos a) vírus, bactérias e protozoários; b) fungos e bacilos; c) parasitas. É importante entender que o ambiente é a atmosfera à qual o trabalhador é exposto. Uma atmosfera em que a concentração de O 2 encontra‑se abaixo de 19,5% ou acima de 22%, por exemplo, é considerada um ambiente de risco. As misturas inflamáveis e a concentração de qualquer substância acima do limite de tolerância também podem deixar o ambiente inapropriado para o trabalho. É fundamental ressaltar, ainda, que a fumaça que obstrui a visão a uma distância menor ou igual a 1,52 m também gera perigos ambientais. 37 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Figura 31 – Fogo e fumaça Saiba mais Para saber mais sobre acidente com inalação de gases tóxicos em espaço confinado, assista ao seguinte vídeo: ACIDENTE com inalação de gases tóxicos em espaço confinado. Fazer Segurança T&C. Disponível em: <http://www.fazerseguranca.com/videos_ espaco_confinado_acidentes.php>. Acesso em: 27 set. 2015. Acompanhe agora um estudo de caso sobre os riscos no trabalho em silos e armazéns, adaptado de SÁ (2007, p. 63). Essa pesquisa pretende expor uma atividade específica para que você possa identificar os temas até aqui abordados, desenvolvendo sua capacidade de análise sobre os riscos potenciais e as possíveis prevenções para este caso. Os silos e os armazéns são construções indispensáveis ao armazenamento da produção agrícola e influem decisivamente na sua qualidade e preço. Entretanto, por sua dimensão e complexidade, podem ser fonte de vários e graves acidentes do trabalho. Por serem os silos locais fechados, enclausurados, perigosos e traiçoeiros, são conhecidos como espaços confinados [...] (SÁ, 2007, p. 63). O presente estudo destaca os efeitos devastadores e aborda alguns temas importantes, dentre eles o risco de explosões em locais onde existe muita poeira acumulada e que ocorrem frequentemente em instalações agrícolas ou industriais, onde são processados: 38 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II a) particulados: açúcar, arroz, chá, cacau, couro, carvão, madeira, enxofre, magnésio, eletrometal (ligas) etc.; b) farinhas: de trigo, milho, soja, cereais etc. O milho é considerado um dos grãos mais voláteis e perigosos, embora toda poeira de grãos seja considerada muito perigosa. Na agricultura, existem ainda os chamados espaços confinados móveis: os tanques que são levados para o campo, onde são armazenados os agrotóxicos usados na lavoura; e os caminhões‑tanque transportadores de combustível ou de água (carros‑pipa). Um espaço confinado causa sérios danos à saúde, sequelas e morte. São riscos físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e mecânicos, representando uma triste realidade em todo o Brasil. As indústrias que processam produtos alimentícios e as unidades armazenadoras de grãos apresentam alto potencial de risco de incêndios e explosões, pois o trabalho nessas unidades consiste basicamente em receber os produtos, armazená‑los, transportá‑los e descarregá‑los. O processo se inicia com a chegada dos caminhões graneleiros que, ao descarregar seu produto nas moegas (um dos depósitos do trapiche), produzem uma enorme nuvem de poeira, em condições e concentrações propícias a uma explosão. O acúmulo de poeiras no local de trabalho, depositadas nos pisos, elevadores, túneis e transportadores, apresenta um risco de incêndio muito grande. Isso ocorre quando uma superfície de poeira de grãos é aquecida até o ponto de liberação de gases de combustão, que, com o auxílio de uma fonte de ignição com energia, dá início ao incêndio. Além disso, a decomposição de grãos pode gerar vapores inflamáveis; se a umidade do grão for superior a 20%, poderá gerar metanol, propanol ou butanol. Os gases metano e etano, também produzidos pela decomposição de grãos, são igualmente inflamáveis e podem gerar explosões. Nos Estados Unidos, que estudam as explosões de poeira de grãos há mais tempo, recomenda‑se que a concentração máxima de poeira de grãos no ambiente de trabalho seja de 4 g/m3 de ar. A faixa mais perigosa para gerar uma explosão varia entre 20 e 4.000 g/m3 de ar. Caso uma lâmpada de bulbo (incandescente) de 25 W possa ser vista a 2 m de distância num ambiente empoeirado, isso significa que a concentração de poeira é inferior a 40 g/m3 de ar, mas, mesmo assim, dentro do limite da explosividade. Foi criado nos Estados Unidos um equipamento experimental para testar poeiras explosivas com diversos sensores, que permitem conhecer as características das poeiras explosivas. Para o trabalho em espaços confinados, existem pequenos aparelhos que indicam a concentração de gases perigosos no interior dos silos (e demais espaços confinados),que dão segurança ao operário que vai adentrar esse recinto. Algumas regras básicas devem ser observadas para que seja possível verificar se determinada poeira apresenta risco de explosão: • a poeira deve ser combustível; • ela deve ser capaz de permanecer em suspensão no ar; 39 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS • a poeira deve ter arranjo e tamanho passíveis de propagar a chama; • a concentração da poeira deve estar dentro da faixa explosiva; • uma fonte de ignição com energia suficiente deve estar presente; e • a atmosfera deve conter oxigênio suficiente para suportar e sustentar a combustão. Se todas essas condições estiverem presentes, poderá ocorrer a explosão da poeira. A melhor maneira de evitá‑la é anular a maior parte dessas precondições. Para diminuir o risco de explosões, deve‑se: 1) proceder à limpeza frequente do local; 2) evitar fontes de ignição (solda, fumo etc.); 3) fazer a manutenção periódica dos equipamentos; 4) entender que peças girantes devem trabalhar sem pó; 5) instalar um bom sistema de aterramento (eletricidade estática); 6) usar o aspirador de pó, e nunca varrer o armazém; 7) equipar elevadores, balanços e coletores de alívios contra pressões; 8) empregar sistemas corta‑fogo em dutos de transporte e outros; 9) ter cuidados com ventiladores e peças girantes (faíscas) e 10) manter umidade do local = 50% (ambiente seco é explosivo). Lembrete A maior parte dos acidentes ocorre nas regiões em que a umidade relativa do ar atinge valores inferiores a 50%, e onde se armazenam produtos de risco, como trigo, milho e soja, ricos em óleos inflamáveis. Após a apresentação desse estudo, é preciso destacar que existem outras preocupações em relação à atividade realizada nesses espaços, como os problemas com os pulmões e os olhos. Alguns grãos armazenados, como o arroz em casca, desprendem uma poeira que pode causar lesão aos olhos ou dificuldades respiratórias. 40 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II A soja, por ser uma planta de porte baixo, ao ser colhida com uma colheitadeira, leva consigo muita terra. Assim, quando é armazenada, desprende essa poeira, que pode provocar uma doença terrível chamada pneumoconiose ou o empedramento dos pulmões. Veja no quadro a seguir os equipamentos de proteção mais usados no Brasil para prevenir os acidentes nesses locais: Quadro 1 – Equipamentos de proteção EPIs EPCs Instrumentos Capacete com jugular Ventilador/insuflador de ar Detector de gases Luvas (PVC ou raspa) Rádio para comunicação Cromatógrafo Trava‑quedas e acessórios Tripé Explosímetro Botas de segurança Detector de gases e/ou poeiras Óculos de segurança Lanternas apropriadas Sistema autônomo com peça facial Resumo Nesta unidade você aprendeu o que são os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e os EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva). Além disso, conheceu os tipos mais utilizados e entendeu sua real importância para a proteção do trabalhador. Também notamos que o uso de um tipo de equipamento não exclui o uso do outro tipo. Destacamos nesta unidade que existe um Certificado de Aprovação (CA), que autoriza a venda desses equipamentos. Conhecemos alguns tipos de riscos presentes em algumas atividades laborais, principalmente em ações realizadas em espaços confinados. São eles: riscos elétricos e mecânicos, que podem ser minimizados ao se evitar problemas operacionais e garantir que a fonte de energia de seus sistemas seja desligada e o seu acesso seja trancado com cadeados de segurança; riscos ergonômicos, que são apresentados em áreas nas quais o corpo humano não encontra espaço suficiente para permanecer por muito tempo ou para desenvolver determinada atividade; e riscos ambientais, que são gerados por conta da concentração ou intensidade de algum agente físico, químico ou biológico. Para finalizar, avaliamos o estudo de caso sobre os riscos do trabalho em silos e armazéns. Nessa análise, foi possível acompanhar a dinâmica de um trabalho específico, o desenvolvimento de suas atividades, as possibilidades de perigos aos quais os trabalhadores podem estar expostos e a identificação dos tipos de riscos nessa área. 41 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Exercícios Questão 1. (UFRJ 2013, adaptada) Sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), assinale a alternativa INCORRETA. A) O lava‑olhos é um equipamento utilizado para acidentes na mucosa ocular; o jato de água deve ser forte e dirigido direto aos olhos. B) O chuveiro de emergência é utilizado em casos de acidentes em que haja projeção de grande quantidade de sangue, substâncias químicas ou outro material biológico sobre o profissional. C) No chuveiro de emergência, o jato de água deve ser forte e acionado por alavancas de mão, cotovelos ou joelhos. D) O lava‑olhos é um equipamento utilizado para acidentes na mucosa ocular, e o jato de água deve ser fraco para não lesionar os olhos. E) As cabines de segurança biológica (CSB), também chamadas de capelas de fluxo laminar, são equipamentos utilizados para proteger o profissional e o ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes. Resposta correta: alternativa D. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: o lava‑olhos é exclusivo para a área dos olhos e o indivíduo que precisar acioná‑lo deve segurar as pálpebras bem abertas com os dedos para o jato de água ser direcionado para essa região ocular por pelo menos 15 minutos. B) Alternativa incorreta. Justificativa: o chuveiro de emergência deve ser acionado por um indivíduo que sofreu alguma contaminação, que deverá tomar uma ducha por 15 minutos, além de despir‑se caso a roupa esteja contaminada. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o chuveiro de emergência deve estar posicionado embaixo do crivo e possuir uma haste tipo triângulo cujo acionamento pode ser feito por mãos, joelhos ou cotovelos. 42 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade II D) Alternativa correta. Justificativa: o jato do lava‑olhos deve ser forte para melhorar a lavagem da região ocular que foi contaminada ou afetada. E) Alternativa incorreta. Justificativa: as CSB são utilizadas para proteger o profissional e o ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes que podem se espalhar durante a manipulação dos materiais biológicos. Alguns tipos de cabine protegem também o produto que está sendo manipulado do contato com o meio externo, evitando a sua contaminação. Questão 2. (TRT 2014, adaptada) Em relação ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI, considere: I – Os capacetes de segurança são protetores do crânio somente nos trabalhos sujeitos a impactos provenientes de quedas e projeção de objetos. II – Mesmo em casos em que a atividade desenvolvida não ofereça riscos à integridade física do trabalhador, o Ministério do Trabalho não irá permitir o uso de sandálias. III – O empregado deve responsabilizar‑se pela conservação do EPI. IV – Os cremes protetores só poderão ser postos à venda ou utilizados como equipamentos de proteção individual mediante o Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. É correto apenas o que se destaca na(s) afirmativa(s): A) I e IV. B) I, II e IV. C) II e III. D) III e IV. E) Todas as afirmativas estão corretas. Resposta desta questão na plataforma. 43 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Unidade III Nesta unidade, você conhecerá mais alguns tipos de riscos possíveis em atividades em espaços confinados. Lembre‑se de relacioná‑los com os riscos estudados na unidade anterior para que você desenvolva a capacidade de identificar a combinação de todos esses agentes. 5 RISCOS BIOLÓGICOS E RISCOS RESPIRATÓRIOS5.1 Riscos biológicos Os riscos biológicos são aqueles que acontecem através do contato de microrganismos (fungos, parasitas, vírus, bactérias, protozoários, rickéttsia, vermes etc.) com o homem. Esse tipo de contato pode causar doenças. Algumas delas são: • tuberculose; • tétano; • doença de Chagas; • tifo; • encefalite; • raiva, malária e febre tifoide; • hepatite A. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais microrganismos, gerando riscos para o trabalhador. É o caso das indústrias de alimentação, dos hospitais, do serviço de limpeza pública, dos laboratórios, do trabalho em esgotos, túneis ou locais de transporte de água contaminada, minas subterrâneas etc. Várias doenças causadas por tais agentes podem ser adquiridas quando as regras básicas de proteção são desrespeitadas. A mais comum é a leptospirose, que é transmitida pela urina de rato contaminada pela bactéria Leptospira. Esta doença poderá causar a morte por hepatite aguda fulminante ou insuficiência renal aguda. Várias infecções da pele podem ser causadas pelo contato com matéria orgânica infectada desse microrganismo. Todas são evitáveis com o uso de equipamentos de proteção adequados. Outra forma de prevenção para atividades que oferecem riscos biológicos ao trabalhador é a obrigatoriedade de vacinação em determinados casos. A vacina para combater o tétano, por exemplo, é muitas vezes recomendada. O trabalho em sistema de coleta e escoamento de esgotos pluviais é uma das muitas atividades que podem expor o trabalhador a situações nas quais poderá contrair alguma doença. De acordo com Lopes (2010, p. 4), “o recebimento de esgoto sanitário, após tratamento primário ou secundário, proporciona um ambiente interno passível de aquisição de doenças diversas, risco biológico, químico e mecânico, com maior ênfase”. 44 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade III Figura 32 – Interior de um esgoto Em virtude da elevada densidade microbiana e dos riscos nas redes de esgotos, em 2002, foi elaborado o Manual de Procedimentos para Auditoria no Setor de Saneamento Básico, por meio de uma parceria do Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria de Inspeção do Trabalho (Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho) e do Grupo Especial de Apoio à Fiscalização no Setor Saneamento e Urbanismo. Esse manual aponta que os riscos biológicos encontrados nessa área específica: Procedem principalmente da exposição a microrganismos presentes nos resíduos humanos e de outras espécies animais. Quando se utiliza processo de aeração para tratamento de resíduos esses microrganismos podem estar dispersos no ar, representando fonte de contaminação. A situação de risco pode assumir maiores proporções quando do extravasamento de esgoto (BRASIL, 2002). Note que, em se tratando do sistema de saneamento e esgotos das cidades, caso os riscos não sejam controlados e o sistema não apresente segurança, os perigos durante suas atividades podem atingir, numa proporção expandida, até mesmo a população. Figura 33 – Alerta de perigo 45 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Saiba mais Para se informar melhor sobre como prevenir acidentes, leia: ZOCHIO, A. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do trabalho. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 5.2 Riscos respiratórios Para falarmos sobre os riscos respiratórios, vamos retomar a definição sobre Espaço Confinado feita no início de nosso livro‑texto. Segundo a NR 33, Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio (BRASIL, 2007). Note, portanto, que o espaço confinado, por si só, já oferece risco à respiração daquele que se encontra em seu interior, simplesmente por apresentar pouca ventilação e deficiência de oxigênio. Por esse motivo é que as empresas que realizam atividades nesse locais devem estabelecer procedimentos para contenção ou eliminação de riscos. Uma das ações mais importantes é a implantação do sistema de ventilação, que promoverá a circulação contínua de ar naquele espaço. Contudo, vale ressaltar que a ventilação em áreas confinadas jamais deve ser feita com oxigênio puro, pois “o oxigênio não é inflamável, mas altera a inflamabilidade de algumas substâncias, fazendo com que elas entrem em ignição a uma temperatura mais baixa e queimem mais rapidamente, aumentando significativamente o risco de incêndio e explosão” (BRASIL, 2007). Figura 34 – Equipamento de ventilação Já o uso dos equipamentos apropriados para cada situação assegura que o trabalhador tenha condições favoráveis para desenvolver sua atividade. Para isso, a organização deve desenvolver 46 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade III um programa de proteção respiratória, selecionando os equipamentos a serem utilizados desde que o monitoramento do ar seja permanente. Nesse controle, algumas condições atmosféricas devem ser observadas: • deverá conter o nível mínimo de oxigênio previsto na norma; • não poderá conter substâncias tóxicas ou combustíveis; • não poderá apresentar níveis muito altos de monóxido de carbono. Observação O monitoramento deve ser realizado por trabalhador qualificado, sempre sob supervisão do responsável técnico. Figura 35 – Aparelho para avaliação atmosférica Figura 36 – Proteção respiratória com filtro mecânico de cartucho 47 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Observação Esses aparelhos para avaliação atmosférica podem fazer a medição em tempo real de um ou mais gases. Também indicam quando algum deles ultrapassa o limite de segurança ou mesmo quando o ambiente atinge a faixa de risco de explosão. Após a determinação do uso de respirador pelo trabalhador, faz‑se necessária a constatação de que o equipamento esteja corretamente ajustado à sua face. Convém que haja inspeção sobre o uso de outros EPIs que possam interferir na selagem do respirador. Figura 37 – Equipamento de proteção respiratória para uso com cartuchos – Classe 1 Figura 38 – Equipamento de proteção respiratória e facial inteira para uso com cartuchos – Classe 1 48 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade III Outro procedimento essencial para a eliminação de riscos respiratórios em áreas confinadas é o treinamento, que deverá apresentar o seguinte conteúdo: • identificação dos espaços confinados; • critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos; • conhecimento sobre práticas seguras; • legislação de segurança e saúde no trabalho; • programa de proteção respiratória; • áreas classificadas; • operações de salvamento. Observação A obediência às determinações da NR 33, associada à implementação de alguns procedimentos – como a implantação de um sistema de ventilação, o uso correto de equipamentos de respiração e o treinamento oferecido pela empresa – são fatores essenciais para evitar acidentes de consequências graves nos espaços confinados. Aliado a isso está o processo de monitoramento do nível de oxigênio e de outras substâncias, que você verá a seguir. Lembrete A implantação do sistema de ventilação do espaço confinado promove a circulação contínua de ar nesse espaço. 5.2.1 Monitoramento dos níveis de oxigênio e de outras substâncias Uma atmosfera segura é compreendida pela seguinte condição: • 78,0 % de nitrogênio; • 20,9% de oxigênio; • 1,0 % de argônio; • 0,1 % de outros gases. 49 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Essa é a composição doar que respiramos. Qualquer alteração dessa composição é compreendida como uma situação de risco. Os gases que oferecem risco à saúde do trabalhador que entra em contato com eles durante sua atividade ocupacional podem ser classificados de três maneiras: os tóxicos, quando inalados, ingeridos ou absorvidos em contato com a pele, reagem quimicamente com nosso organismo, provocando desde uma simples irritação até a morte; os asfixiantes podem causar alteração da respiração, limitação da mobilidade, possível inconsciência e parada respiratória seguida de parada cardíaca; os inflamáveis são as substâncias que, em níveis elevados, podem entrar em combustão quando se misturam com o ar. Destacaremos a seguir a indicação de alguns desses gases presentes em espaços confinados. Note que determinado gás não é necessariamente apenas tóxico, asfixiante ou inflamável, podendo reunir duas ou até mesmo as três características. • Metano (CH4): é um gás inflamável e asfixiante, que pode ser formado pela decomposição de resíduos orgânicos. Quando atinge concentrações muito elevadas, acaba por deslocar o O2 do ambiente confinado. • Sulfeto de hidrogênio (H2S): é um gás tóxico, asfixiante químico e inflamável. Sua formação acontece durante o processo de biodegradação de matéria orgânica. • Monóxido de carbono (CO): é um gás tóxico e inflamável. Formado pela combustão incompleta, ou seja, a combustão que se dá quando não há oxigênio suficiente para consumir todo o combustível. • Dióxido de carbono (CO2): é um gás asfixiante simples. Assim como o metano, pode deslocar o oxigênio, quando atinge altas concentrações, porém possui valor IPVS, que é a sigla de Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde. Veja a seguir as ilustrações sobre os limites de tolerância dos gases H2S e CO: Figura 39 – Limite de tolerância para concentração de H2S 50 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade III Figura 40 – Limite de tolerância para concentração de CO Observação A medição dos gases H2S e CO só pode ser feita por meio de sensores dedicados de sulfeto de hidrogênio e monóxido de carbono. Quadro 2 – Limite de exposição e limite de concentração de CH4 Metano (CH4) Limite de exposição Limite de concentração É um gás asfixiante simples, por isso não apresenta referência de efeitos por ppm. No entanto, pode‑se afirmar que acima de 500.000 ppm pode haver morte por asfixia. A recomendação é que os níveis de oxigênio estejam acima de 18% para garantir um ambiente seguro. A concentração de gás metano no ar deve estar em torno de 1%, sendo recomendável não ultrapassar os 5%, devido ao risco de alta inflamabilidade. Quadro 3 – Limite de exposição e limite de concentração de CO2 Dióxido de carbono (CO2)) Limite de exposição Limite de concentração É um gás asfixiante simples, por isso não apresenta referência de efeitos por ppm. Porém, a NR 15 determina exposição máxima de 3900 ppm em 48 horas de trabalho semanal. Não há registro de concentração para cada situação, pois elas se dão em uma faixa muito próxima. Para que você possa entender um pouco mais sobre como é feito o monitoramento dos níveis de oxigênio e de substâncias tóxicas, considere que as condições ambientais em espaços confinados são alteradas constantemente devido à realização de algumas atividades ou à sequência de determinada atividade. Em decorrência dessas operações, o monitoramento também necessita ser feito periodicamente. De acordo com a NR 33, A atmosfera do espaço confinado deverá ser continuamente monitorada por meio de detectores portáteis transportados pelos trabalhadores autorizados e/ou por meio de detectores fixos, instalados próximos às tubulações, válvulas e demais locais onde possam ocorrer vazamentos ou formação de 51 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS contaminantes durante a execução da tarefa. O monitor deve ter capacidade de detectar todos os gases e vapores existentes no espaço confinado. Os monitores mais utilizados detectam o percentual de oxigênio, Limite Inferior de Explosividade de Inflamáveis, Monóxido de Carbono e o Gás Sulfídrico. O prazo de garantia e a vida útil dos sensores, detectores ou células devem ser verificados periodicamente (BRASIL, 2007). Lembrete Determinado gás não é necessariamente apenas tóxico, asfixiante ou inflamável, pois pode apresentar duas ou até essas três características. Algumas recomendações são importantes e devem ser seguidas pelos trabalhadores que realizarão o monitoramento, pois elas fazem toda a diferença durante o processo, podendo, inclusive, assegurar a vida dos envolvidos em tal atividade. Vejamos quais são: • antes de iniciar o procedimento, deve‑se verificar se o mecanismo está funcionando corretamente; • é fundamental seguir todas as indicações feitas pelo fabricante durante o uso do dispositivo; • o trabalhador deve zerar o seu aparelho medidor em atmosfera de ar fresco e isento de gases ou vapores; • antes de abrir totalmente a “boca de visita” para monitoramento interno, é necessário fazer uma pequena abertura utilizando a extensão que acompanha o aparelho, assim o ambiente receberá um pouco de ventilação antes da entrada do trabalhador; • é imprescindível que o monitoramento seja feito em todos os níveis de altura e de comprimento. Figura 41 – Sistema de detectores de gás para monitoramento contínuo 52 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade III Alguns instrumentos são medidores de múltiplos gases e devem apresentar uma configuração padrão composta por quatro sensores; são eles: sensor de oxigênio, que possui alarme para o caso de deficiência (quando o seu volume encontra‑se abaixo de 19,5%) ou para o caso de enriquecimento (quando o seu volume encontra‑se acima de 23%) no ambiente; sensor de explosividade, que possui um alarme que indica quando se atinge 10% do Limite Inferior de Explosividade (LIE); sensor de H2S; e sensor de CO. Figura 42 – Aparelhos de monitoramentos de gases para uso pessoal O teor de gases, vapores ou névoa tóxica no interior dos espaços confinados deve ser inferior aos limites de tolerância; porém, quando o teor for superior, o ambiente deverá ser purgado (depurado ou purificado) com vapor ou gás inerte. Portanto, é importante que o monitoramento seja feito novamente a cada vez em que houver a possibilidade de que um contaminante eleve os valores, ultrapassando o limite de tolerância. Os trabalhadores não devem ficar muito tempo expostos aos agentes que podem causar riscos à saúde ou à vida, por isso há limites máximos de exposição – que dependem do tipo de concentração do agente. Saiba mais Os limites de tolerância para cada agente químico ou poeira tóxica podem ser encontrados na NR 18: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria MTE nº 597, de 7 de maio de 2015. NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Brasília, 2015. Disponível em: <http://portal.mte. gov.br/data/files/FF8080814CD7273D014D350CBF47016D/NR‑18%20 (atualizada%202015)limpa.pdf>. Acesso em: 25 set. 2015. 6 RISCOS COMBINADOS Nesse momento você deve ser capaz de relacionar os riscos apresentados nesta obra. Agora trataremos de um tipo de risco que combina todos os aspectos que estudamos anteriormente. Os riscos combinados foram assim chamados por se tratarem da combinação dos riscos elétricos e mecânicos, ergonômicos, ambientais, biológicos e respiratórios. 53 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Figura 43 – Centelha causadora de curto‑circuito Note que a partir da combinação dos riscos apresentados nos tópicos anteriores podemos identificar alguns riscos combinados. Acompanhe a seguir o desenvolvimento de três exemplos de casos dessa mesma forma. 1) Um maquinário que apresenta um curto‑circuito é capaz de provocar uma centelha,que poderá causar uma explosão ou um incêndio, que, consequentemente, trará deficiência de oxigênio para o ambiente, podendo causar asfixia para os trabalhadores. 2) Um sistema ou maquinário elétrico que não foi corretamente inspecionado e apresenta, por exemplo, fios desencapados, pode causar um choque elétrico, que é causado pela corrente elétrica que atravessa o corpo do trabalhador. Correntes maiores que 20 mA e menores que 10 mA podem oferecer dificuldades de respiração para o trabalhador, causando asfixia, caso o socorro demore a chegar. Correntes superiores a 200 mA são capazes de causar graves queimaduras e parada cardíaca. 3) Um trabalhador que realiza uma atividade numa altura elevada e sem proteção respiratória pode ingerir algum tipo de gás em um ambiente confinado, o que pode causar náuseas, tonturas e, consequentemente, a sua queda. Note que os riscos combinados, conforme exemplificado anteriormente, são consequências de outros perigos e que essa combinação deve ser evitada para que situações críticas não sejam agravadas. Os perigos nesses casos são dobrados ou triplicados, já que a vida e a saúde do trabalhador estão expostas a situações de perigo fatal. Portanto, a análise de riscos combinados deve ser feita com muita cautela, pois, na maioria dos casos, será muito complexo avaliar todas as possibilidades. Destacaremos a seguir mais um estudo de caso. Trata‑se do relato de um acidente ocorrido em abril de 2015 com operários de uma empresa de saneamento que realizavam atividade em uma rede de esgoto. SRTE aponta contaminante em rede de esgoto em que operários morreram Um contaminante na rede de esgoto pode ter provocado o vazamento de gás que matou, por asfixia, dois funcionários terceirizados da Empresa Baiana de Águas e Saneamento 54 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade III (Embasa), que caíram em um buraco de 3 m de profundidade, e um homem que tentou entrar no local para salvá‑los. A análise inicial da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE) foi divulgada nesta tarde. O acidente de trabalho aconteceu em um esgotamento sanitário cuja obra, no canteiro central da Via Regional, em Cajazeiras VI, Salvador, era realizada pelo consórcio MRM/Passarelli. A SRTE aponta que embargou todas as atividades em espaços confinados que são realizadas pelo consórcio em Salvador e em Lauro de Freitas, na região metropolitana. Mais cedo, o Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que também começa a apurar as mortes e aponta que vistoria inicial reconhece falhas nos procedimentos básicos de segurança. De acordo com o MPT, as responsabilidades estão sendo apuradas. Foram solicitados relatórios que indiquem as condições em que o fato ocorreu. O MPT adianta que a Embasa tem acordo judicial firmado que estabelece obrigatoriedade de atendimento de normas de saúde e segurança do trabalho em todas as suas obras. Tragédia As vítimas são Antônio Pereira da Silva e José Ivan Silva, além do trabalhador do ferro‑velho Gilmário da Conceição Barbosa, 31 anos. Um outro funcionário da empresa terceirizada também entrou no buraco para tentar resgatar os operários, mas, ao perceber o forte cheiro de gás, desistiu e conseguiu sair do local. Ele foi encaminhado para um hospital pelo Samu. Em nota, a empresa de saneamento disse que as mortes foram ocasionadas por “contaminação por gás dentro de um equipamento da rede de esgotamento sanitário que está sendo implantada na localidade”. Falta de segurança De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção (Sintepav), Irailson Warnoaux, não havia equipamentos de segurança no local. “Eles deveriam ter colocado técnicos de segurança para verificar as condições de trabalho”, relata Irailson. Ele ainda informou que o sindicato denunciou a empresa terceirizada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). Segundo a Embasa, o consórcio responsável pela execução da obra está investigando a origem do gás, uma vez que a rede de esgoto ainda não está em funcionamento. O equipamento é uma caixa de concreto armado que foi implantada a três metros de profundidade. De acordo com o consórcio, o serviço estava finalizado há três meses e, nesta manhã, os técnicos foram realizar vistoria no local. 55 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS A Embasa informou que vai acompanhar o caso e apurar as responsabilidades junto ao consórcio executor da obra. Fonte: SRTE... (2014). Resumo Nesta unidade abordamos com profundidade o que são os riscos biológicos. Os microrganismos que oferecem esses perigos, ao entrarem em contato com o homem, podem lhe causar doenças perigosíssimas. Estudamos algumas dessas doenças e também as principais atividades que expõem o trabalhador a esse tipo de risco. Subsequentemente, destacamos os riscos respiratórios, que podem ser ocasionados por falta de ventilação ou baixo nível de oxigênio em um ambiente fechado. Por conta do risco de asfixia, perda da mobilidade ou até mesmo de uma parada cardíaca, pudemos notar que alguns procedimentos são fundamentais para a segurança do trabalhador, como a implantação de um sistema de ventilação, o uso apropriado dos equipamentos e o treinamento para realizar a atividade. Além disso, apresentamos como é feito um monitoramento de níveis de oxigênio e de outras substâncias. Para que você pudesse entender uma atmosfera de risco, explicamos nesta obra o que é uma atmosfera segura. Então, foram apresentadas as características dos principais gases e os seus limites de tolerância. Conhecemos, ainda, alguns aparelhos medidores e suas recomendações de uso. Depois compreendemos o que são os riscos combinados. Então, a partir das ameaças estudadas anteriormente, identificamos as inúmeras possibilidades de combinações entre eles. Observamos que esse tipo de risco pode agravar uma situação de vulnerabilidade na qual o trabalhador esteja exposto. Exercícios Questão 1. (TST 2004) Segundo o Anexo IV da NR‑05: Cipa, são considerados riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e riscos de acidentes, respectivamente: A) Poeira, calor, bacilos, jornada de trabalho prolongada e animais peçonhentos. B) Calor, gases, fungos, monotonia/repetitividade e esforço físico intenso. 56 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade III C) Calor, gases, bacilos, jornada de trabalho prolongada e névoas. D) Poeira, calor, fungos, arranjo físico deficiente e eletricidade. E) Calor, gases, bacilos, jornada de trabalho prolongada e eletricidade. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas Segundo a Portaria nº 25 do MTE, de 29 de dezembro de 1994, um dos objetivos do mapa de riscos é identificar os indicadores de saúde, tais como: • queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos. • acidentes de trabalho ocorridos. • doenças profissionais diagnosticadas. • causas mais frequentes de ausência ao trabalho. O quadro deve ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores. Grupo I Verde Grupo 2 Vermelho Grupo 3 Marrom Grupo 4 Amarelo Grupo 5 Azul Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos Acidentes Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte manual de peso Máquinas e equipamentos sem proteção Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de postura inadequada Ferramentas inadequadas ou defeituosas Radiações não ionizantes Neblinas Fungos Controle rígido de produtividade Iluminação inadequada Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos excessivos Eletricidade Calor Vapor Bacilos Trabalho em turno e noturno Probabilidade de incêndio ou explosãoPressões anormais Substâncias compostas ou produtos químicos em geral Jornadas de trabalho prolongadas Armazenamento inadequado Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes Fonte: Diário Oficial, 30 dez. 1994, Seção 1, pág. 21. 57 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS A) Alternativa incorreta. Justificativa: poeira é risco químico e calor é risco físico. B) Alternativa incorreta. Justificativa: esforço físico intenso é risco ergonômico. C) Alternativa incorreta. Justificativa: névoa é risco químico. D) Alternativa incorreta. Justificativa: poeira é risco químico; calor é risco físico; e arranjo físico deficiente é risco de acidente. E) Alternativa correta. Justificativa: calor, gases, bacilos, jornada de trabalho prolongada e eletricidade enquadram‑se nos respectivos riscos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e riscos de acidentes. Questão 2. (TST 2009) A NR 16 regulamenta as atividades e operações perigosas e, em seu escopo, determina que: I – São consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos à ação de agentes exteriores, tais como: calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos. II – São consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos à degradação química ou autocatalítica. III – É obrigatório as empresas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor da empresa, com objetivo de caracterizar e classificar, ou determinar atividades perigosas. IV – As quantidades de inflamáveis contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos não serão consideradas para efeito desta Norma. É correto apenas o que se destaca nas afirmativas: A) I e II. B) I e III. C) III e IV. 58 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade III D) I, II e IV. E) II, III e IV. Resposta desta questão na plataforma. 59 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Unidade IV 7 EXPLOSÕES E INCÊNDIOS De acordo com o Dicionário Houaiss (2009), explosão é uma “arrebentação súbita, violenta e ruidosa provocada pela libertação de um gás ou pela expansão repentina de um corpo sólido, que, no processo, se faz em pedaços”. Figura 44 – Explosão em silo Quando uma explosão acontece, algumas ondas de pressão são criadas naquele local. Essas ondas podem ser subsônicas, e, assim, o processo se dá por meio de condutividade térmica sem alteração de pressão, ou supersônicas, e, nesse caso, a energia se propaga por meio de uma onda de choque, que comprime as moléculas e eleva sua temperatura ao ponto de ignição. Já o incêndio é considerado o fogo que se alastra e devora. Portanto, o incêndio é um fogo não controlado e que pode se expandir cada vez mais. Sua consequência para o homem que se encontra exposto a esse risco é a morte por inalação de gases ou queimaduras graves. Há quatro formas de propagação de incêndio: • irradiação: ocorre quando o calor é transmitido por ondas caloríficas por meio do espaço; • convecção: dá-se quando o calor é transmitido por meio da movimentação do ar aquecido, deslocando-se em chamas e transportando calor suficiente para que haja combustão em outro local; • condução: advém quando o calor é transmitido por meio do próprio material; 60 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade IV • projeção: dá-se quando as partículas se inflamam ou na presença de explosões e fagulhas transportadas pelo vento. Uma forma de controlar um incêndio é conhecer a sua causa. Para tal, foram criadas quatro classes de incêndio: • Classe A: acontece a partir de materiais de fácil combustão, como papel, tecidos, madeira, entre outros. Sua extinção deve ser feita pelo método de resfriamento. • Classe B: ocorre por meio de materiais inflamáveis, como gasolina, tinta, óleo, entre outros. Sua extinção deve ser feita pelo método de abafamento. • Classe C: acontece em materiais ou equipamentos elétricos energizados, como fios, motores, transformadores, entre outros. Sua extinção deve ser feita, primeiro, desligando-se o quadro de força para que o incêndio passe de classe C para classe A ou B. Em seguida, deve ser usado um agente extintor não condutor de eletricidade, por isso extintores de água ou espuma jamais devem ser utilizados. • Classe D: ocorre em materiais pirofóricos, como selênio, zinco, sódio, magnésio, entre outros. São muito difíceis de serem controlados, e sua extinção deve ser feita por abafamento. Figura 45 – Incêndio Lembrete São várias as causas de explosões e incêndios em espaços confinados: os riscos elétricos, os gases inflamáveis e as poeiras explosivas são exemplos. Saiba mais Para saber mais sobre os riscos e as medidas de proteção para o trabalho em Espaços Confinados, leia: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Espaços confinados: Livreto do trabalhador. NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. Brasília: Fundacentros, 2007. Disponível em: <http://www.anest.org.br/arquivos/pdf/conest_10a/1_ EspacosConfinadosLivretoTrabalhadorNR33.pdf>. Acesso em: 19 set. 2015. 61 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Após estudar os riscos de acidente mais comuns em espaços confinados você deve conhecer os procedimentos de resgate e salvamento para os casos em que a prevenção não tiver sido totalmente eficaz e a segurança do trabalhador se encontrar em perigo. 8 RESGATE E SALVAMENTO Observação De acordo com a NR 3, “emergência é qualquer interferência (incluindo qualquer falha nos equipamentos de controle e monitoração de riscos) ou evento interno ou externo, no espaço confinado, que possa causar perigo aos trabalhadores”. Para o trabalho em espaços confinados, notamos que é necessário avaliar e gerenciar os riscos, desenvolver técnicas de proteção, além de treinar e capacitar os trabalhadores. Contudo, o planejamento de resgate é tão importante quanto essas ações, pois, em caso de emergência, esses espaços requerem algumas técnicas diferenciadas. As operações de trabalho rotineiras nesses locais já são altamente complicadas, e, no caso de um acidente, o resgatista deve estar preparado para enfrentar um ambiente em condições totalmente adversas. Alguns fatores colaboram para a adversidade do espaço, como a falta de ventilação, as aberturas limitadas de entrada e saída (que dificultam a mobilidade ou a passagem de ferramentas e equipamentos), o risco de soterramento ou desabamento, as temperaturas muito altas ou muito baixas, a presença de agentes químicos ou biológicos etc. Todos esses fatores e ainda muitos outros devem ser considerados para o resgate e salvamento em espaços confinados. Em uma situação na qual um ou mais trabalhadores se encontram em perigo e precisam ser socorridos e resgatados, é necessário seguir o Protocolo de Atendimento a Emergências em Ambientes Confinados. Toda e qualquer atividade realizada em algum desses cenários, independentemente da gravidade do risco oferecido aos trabalhadores, deverá apresentar um planejamento de resgate, que deverá contar com, pelo menos, um resgatista, ou até mesmo uma equipe inteira de resgate, de acordo com cada caso. O(s) resgatista(s) deverá(ão) estar a postos durante a execução da atividade, com todos os equipamentos necessários preparados. Esse protocolo de atendimento ou plano de emergência deve seguir alguns passos essenciais para a garantia do sucesso do resgate. Confira quais são: • 1º passo: agir em equipe; • 2º passo: identificar todos os riscos que a atividade envolve; • 3º passo: traçar um plano que equilibre as três vertentes:adequação aos recursos disponíveis, rapidez e segurança; 62 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade IV • 4º passo: ter em mente caminhos alternativos aos quais se recorrer, caso seja necessário; • 5º passo: escolher o EPI adequado e equipar-se corretamente; • 6º passo: tomar providências que garantam a manutenção de todas as manobras de segurança durante a realização do serviço. Figura 46 – Unidade móvel de treinamento Figura 47 – Teste em equipamento de resgate O treinamento de resgate deverá ser feito a partir do que é indicado no plano de emergências, e cada procedimento deve ser frequentemente treinado, para prover um alto nível de qualidade ao socorro, garantindo uma resposta calma e eficiente para todas as emergências. Além disso, os resgatistas devem ter conhecimento de primeiros socorros e também devem desenvolver técnicas de priorização de resgate e atendimento de vítimas. Alguns itens necessitam de atenção redobrada durante os procedimentos de salvamento e resgate. Para evitar que novos riscos sejam gerados e possam expor ainda mais os trabalhadores que estão em situação de emergência, uma lista de checagem é feita. Veja a seguir quais são esses itens: 63 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS • desenergizar fontes de energia elétrica e trancá-las; • interromper ou eliminar linhas de abastecimento; • purificar o ar do local; • instalar ventilação forçada; • isolar e sinalizar a área de trabalho; • providenciar os EPIs adequados; • disponibilizar os equipamentos de resgate; • identificar e providenciar as ferramentas específicas para a tarefa; • monitorar o ar do local; • identificar os encarregados da segurança; • verificar o plano de resgate. É importante notar que a comunicação entre os envolvidos acontecerá de maneiras diferentes, variando de acordo com cada situação. Em determinado caso, poderá acontecer de forma verbal direta, mas em situações que exigem o uso de máscaras faciais, por exemplo, esse tipo se torna inviável. Em outras conjunturas, poderá ocorrer apenas de forma visual. Em outras oportunidades, os envolvidos devem recorrer à comunicação tangível, que ocorre por meio de batidas sonoras ou puxões de corda. Há ainda a comunicação que é feita a partir do uso de sistemas sem fio, como o rádio, ou a partir do uso de sistemas com cabo. Lembrete O planejamento de resgate é tão importante quanto a avaliação e o gerenciamento de riscos, pois, em caso de emergência, esses espaços requerem algumas técnicas diferenciadas. 8.1 Alguns requisitos exigidos dos resgatistas e seus equipamentos de resgate A Secretaria de Estado da Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro criaram um termo sobre resgate em espaços confinados e desenvolveram um procedimento operacional padrão. 64 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade IV Observação O resgate em espaço confinado (REC) é toda operação que envolve a liberação de vítimas presas em tubos, canalizações, poços, tanques sépticos, eixos verticais, laterais, cavernas etc. Para que o resgate seja feito com sucesso, o termo aponta algumas exigências para os resgatistas que devem ser observadas não apenas no trabalho realizado pelos bombeiros, mas também nas empresas privadas. Esses requisitos se dividem em: 1) Físicos • condicionamento físico adequado; • boa flexibilidade articular; • bom alongamento muscular; • bom condicionamento cardiorrespiratório; • boa capacidade vital. 2) Psicológicos • domínio sobre a claustrofobia; • equilíbrio emocional; • resistência ao estresse prolongado. 3) Técnicos • domínio no uso de: — equipamentos de proteção respiratória autônomos (EPRA); — equipamento de extricação; — equipamentos de salvamento em geral. Há, ainda, outro procedimento operacional padrão indicado nesse termo sob recomendação da Osha, que impõe uma condição de capacitação, na qual “as equipes de resgate devem ser qualificadas 65 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS em procedimentos de salvamento e uso dos EPRs pelo menos uma vez ao ano; em locais onde haja risco de concentrações de gases inflamáveis ou venenosos, deve ser previsto treinamento mensal”. Figura 48 – Utilização de equipamento de ar durante resgate de vítima Equipamentos de resgate adequados e seu uso correto, aliados ao treinamento e aos requisitos exigidos dos resgatistas, podem garantir o salvamento das vidas que se encontram em situação de perigo. Veja a seguir algumas imagens de procedimentos de resgate em situações diversas: Figura 49 – Operação de resgate 66 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade IV Figura 50 – Operação de resgate Figura 51 – Operação de resgate Figura 52 – Operação de resgate 67 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Para que esses procedimentos de salvamento sejam executados, são necessários equipamentos como: • prancha de imobilização offshore; • ked; • colar cervical; • cinto-cadeira; • capacete; • corda estática com 50 metros; • fitas tubulares; • mosquetão; • desencarcerador hidráulico; • motocortador; • tirfor; • croque; • escada prolongável; • ferramentas pequenas (alicate, chaves de fenda, chaves combinadas etc.); Figura 53 – Sistema de resgate de topo 68 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade IV Figura 54 – Cintos tipo paraquedista Figura 55 – Equipamentos de trava 69 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS Figura 56 – Sistema de suspensão Concluindo esse tópico, é importante ressaltar mais dois pontos: o primeiro é o fato de que a colaboração entre os envolvidos, ou seja, resgatistas e resgatados, é fundamental para a boa execução da ação; e o segundo é que, quando o trabalhador se encontra em alguma situação Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde (IPVS), mas que não é tão extrema, é possível que, por meio de treinamento, o próprio trabalhador tenha a capacidade de escapar com segurança do ambiente confinado antes que a situação se agrave, realizando, portanto, um autorresgate. Saiba mais Para se aprofundar no tema Resgate, assista ao vídeo: EXEMPLO de resgate improvisado em acidente (sem o uso de equipamentos adequados). São Paulo: Fazer Segurança T&C, [s.d.]. Disponível em: <http:// www.fazerseguranca.com/videos_espaco_confinado_acidentes.php>. Acesso em: 29 set. 2015. Agora acompanhe um estudo de caso sobre um resgate recente e muito famoso, que contou com uma enorme equipe, dispositivos adequados (inclusive a construção de equipamento para esse resgate específico), um extenso protocolo de atendimento à emergência e muita técnica dos resgatistas durante a execução do salvamento. Atente também para a colaboração dos trabalhadores que estavam em perigo durante todo o procedimento. 70 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade IV Mineiros do Chile: o resgate que emocionou o mundo No dia 5 de agosto, um desmoronamento deixou 33 operários presos na mina de San José, situada no deserto do Atacama, no Chile. Eles ficaram incomunicáveis, a 700 metros de profundidade, durante 17 dias, até serem descobertos pelas equipes de sondagem. Começou, então, a ser planejada uma operação de resgate, inédita em tais condições, prevista para durar até quatro meses. Entre os dias 12 e 13 de outubro, 70 dias após o acidente, todos os mineiros foram resgatados com vida. [...] O período de 17 dias de isolamento foi o mais difícil para os 33 operários presos na mina. Para sobreviver, eles consumiam apenas duas colheres de atum em lata e meio copo de leite por dia.A água era retirada de máquinas de refrigeração e eles dormiam espalhados em túneis. No refúgio de 52 metros quadrados, a temperatura era de 35 graus e a umidade do ar atingia 85%. Havia pouca ventilação, poeira e ausência de luz solar. Neste ambiente insalubre, eram grandes os riscos de os mineiros contraírem infecções e doenças respiratórias. Além disso, não se sabia o que poderia acontecer com um ser humano submetido a um período prolongado de confinamento em grupo. Eles poderiam sofrer estresse e depressão. Os efeitos só haviam antes sido estudados em astronautas em missões espaciais. Por isso, o governo chileno contou com apoio de especialistas da Nasa, a agência espacial americana. Depois que foram descobertos no abrigo, os trabalhadores receberam alimentos, água e medicamentos por três sondas de oito centímetros de diâmetro. Eles também podiam se comunicar com familiares e ser avaliados por equipes de médicos e psicólogos. [...] Pela quantidade de pessoas, tempo de clausura e profundidade (comparável à altura de duas torres Eiffel), o resgate no Chile foi inédito no mundo. A solução escolhida para salvar os funcionários foi construir cápsulas de metal, que seriam inseridas na mina por meio de dutos. Modelos de cápsulas foram usados em pelo menos duas outras ocasiões, na Alemanha: no salvamento de três mineiros em 1955, presos a 855 metros de profundidade, e em 1963, quando outros 11 foram resgatados a 58 metros abaixo do solo. As cápsulas chilenas, porém, eram mais sofisticadas. Elas tinham radiocomunicador, cinto biométrico (que monitora as funções vitais) e tubos de oxigênio. Foram construídas três cápsulas de 58 centímetros de diâmetro, batizadas de Fênix: uma usada para teste, uma reserva e a que fez a retirada dos homens. O primeiro mineiro a ser retirado, Florencio Ávalos, saiu por volta das 0h10 do dia 13 de outubro. Em 21 horas e 44 minutos, todos os demais foram salvos. Mesmo os que saíram à noite tiveram que usar óculos escuros para não causar danos às vistas, privadas de luz por tanto tempo. 71 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS [...] A mina San José foi fechada pelo governo e os bens da mineradora foram bloqueados na Justiça. Cerca de 300 funcionários trabalhavam no local. As famílias pedem indenizações de US$ 12 milhões e o governo quer que a mineradora arque com parte das despesas da operação de resgate, de custo estimado em US$ 20 milhões. Em 2007, um trabalhador morreu no mesmo local e a mina ficou interditada por um ano. Depois do último acidente, o governo prometeu aumentar a fiscalização no setor e revisar padrões de segurança na indústria mineradora do país. Fonte: Salatiel (2010). Resumo Nesta unidade aprendemos o que é uma explosão e que ela pode ocorrer por meio de ondas subsônicas ou supersônicas. Além disso, vimos como um incêndio acontece e quais são as suas quatro formas de propagação (irradiação, convecção, condução e projeção). Observamos, ainda, que um incêndio pode ser classificado em A, B, C e D, de acordo com os materiais que o propiciam, e que, para cada classe, há um método recomendado para o seu combate e a sua extinção. Outro tema importante abordado nesta unidade foi o resgate em espaços confinados. Destacamos que o salvamento é tão importante quanto a prevenção e a avaliação de riscos, apresentando que tal operação deve ser pensada e treinada. Para tal, ressaltamos que todo trabalho nesse tipo de espaço deve contar com um protocolo de atendimento a emergências em ambientes confinados. Desenvolvendo um pouco mais o assunto, compreendemos a necessidade de treinamento dos resgatistas para a operação do salvamento, incluindo o acompanhamento de uma lista de checagem para desenvolver o procedimento. Também destacamos alguns requisitos (físicos, psicológicos e técnicos) exigidos dos resgatistas e os principais equipamentos utilizados nos resgates em espaços confinados. Por fim, abordamos um estudo sobre um famoso caso de resgate – caso da mina no Chile – para que pudéssemos avaliar os métodos, os procedimentos, os recursos e as técnicas utilizadas durante a operação. 72 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Unidade IV Exercícios Questão 1. (TST 2009, adaptada) Para a ocorrência do fogo, é necessária a presença de combustível, comburente (O2) e fonte de ignição. É o chamado triângulo do fogo. O curso de combate a incêndios é realizado em muitas empresas, pois pode-se evitar um incêndio se o fogo for controlado. Todas as alternativas apresentam procedimentos que se aplicam ao combate ao fogo, EXCETO: Sólidos Líquidos Gasosos Oxigênio acima de 13% Energia inicial que provoque calor Calor Triângulo do fogo Co m bu st íve l Com burente Disponível em: <www.googleimages.com>. Acesso em: 8 jun. 2018. A) Acionar o sistema de alarme. B) Chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros. C) Desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do desligamento não envolver riscos adicionais. D) Atacar o fogo com extintor à base de CO2 para combater incêndios da classe B e da classe C. E) Atacar o fogo pelo método de abafamento, que elimina o oxigênio, principal método de extinção de incêndio. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: os alarmes de incêndio podem ser manuais ou automáticos. Os detectores de fumaça, de calor ou de temperatura acionam automaticamente os alarmes. O alarme deve ser audível em todos os setores da área abrangida pelo sistema de segurança. 73 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 ESPAÇOS CONFINADOS B) Alternativa incorreta. Justificativa: ao perceber um princípio de incêndio, deve-se acionar o alarme, seguir o plano de evacuação e chamar o Corpo de Bombeiros. C) Alternativa incorreta. Justificativa: ao perceber um princípio de incêndio, se não houver riscos, é importante o desligamento de máquinas e aparelhos elétricos. D) Alternativa incorreta. Justificativa: a classe de extintor B é destinada a superfícies com querosene, gasolina, óleos, tintas, graxa, gases etc.; a classe C deve ser utilizada em equipamentos elétricos energizados, portanto é indicada para o combate a este tipo de incêndio. E) Alternativa correta. Justificativa: o método do abafamento consiste-se em eliminar o comburente (oxigênio) da queima, fazendo com que esta enfraqueça até apagar-se. Para exemplificar, basta lembrar que quando se está fritando um bife e o óleo liberado entra em combustão, a chama é eliminada pelo abafamento ao se colocar a tampa na frigideira, reduzindo-se a quantidade de oxigênio existente na superfície da fritura. Incêndios em cestos de lixo podem ser abafados com toalhas molhadas de pano não sintético. Extintores à base de CO2 são eficazes para provocar o abafamento. Questão 2. (VALEC 2012) A NR 33 determina as medidas de segurança em espaços confinados. Uma das determinações sobre segurança no trabalho em espaços confinados é a necessidade de disporem-se de meios para resgate e emergência. Em relação às determinações sobre resgate e emergência, com base na NR 33, é correto afirmar que: A) O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento deve possuir aptidão física compatível com a atividade. B) A capacitação da equipe de resgate está condicionada ao desenvolvimento de metodologias específicas de resgate com especial atenção às práticas de alpinismo industrial e ressuscitação cardiopulmonar. C) As medidas de resgate e salvamento devem ser implementadas mediante procedimento específico elaborado com base em cenários de acidentes analisados por meio de ferramentas de análise de riscos. D) A liberação dos trabalhos de resgate e emergência deve ser autorizada pelo responsável técnico pelo cumprimento da NR 33. 74 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on- 2 5/ 09 /1 5 Unidade IV E) O supervisor de emergência deve estar capacitado a identificar os riscos para a equipe de emergência, fazer a contagem dos profissionais envolvidos nas atividades de resgate e, a qualquer momento, se necessário, dispor de autoridade para convocar imediatamente os meios públicos de auxílio. Resposta desta questão na plataforma. 75 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 PETROLEOA.JPG. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/07-2011/petroleoA.jpg>. Acesso em: 24 set. 2015. Figura 2 FILE000611989393.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/ seriousfun/preview/fldr_2008_11_28/file000611989393.jpg>. Acesso em: 22 set. 2015. Figura 3 FILE0001039810919.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/l/ lisasolonynko/preview/fldr_2008_11_03/file0001039810919.jpg>. Acesso em: 2 set. 2015. Figura 4 FILE000889389994.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/e/earl53/ preview/fldr_2005_08_18/file000889389994.jpg>. Acesso em: 25 set. 2015. Figura 5 FILE7291279613693.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/matei/ preview/fldr_2010_07_20/file7291279613693.jpg>. Acesso em: 22 set. 2015. Figura 6 FILE6381281410498.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/ chromatoast/preview/fldr_2010_08_09/file6381281410498.jpg>. Acesso em: 26 set. 2015. Figura 7 FILE0001042514848.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/o/ o0o0xmods0o0o/preview/fldr_2008_11_28/file0001042514848.jpg>. Acesso em: 26 set. 2015. Figura 8 FILE0001226459540.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/o/ o0o0xmods0o0o/preview/fldr_2008_11_28/file0001226459540.jpg>. Acesso em: 22 set. 2015. 76 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Figura 9 NR31-1.GIF. Disponível em: <http://www.areaseg.com/nrindex/nr31-1.gif>. Acesso em: 24 set. 2015. Figura 10 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 18801: Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho – Requisitos. Rio de Janeiro, 2011. p. 10. Figura 11 1375310871B9X6B.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/p/ pippalou/07/l/1375310871b9x6b.jpg>. Acesso em: 24 set. 2015. Figura 12 13762074114U28G.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/ DodgertonSkillhause/08/l/13762074114u28g.jpg>. Acesso em: 23 set. 2015. Figura 13 LAVA1.JPEG. Disponível em: <http://www.unifal-mg.edu.br/riscosquimicos/files/image/imagens%20 site/lava1.jpeg>. Acesso em: 25 set. 2015. Figura 14 FILE0001573465344.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ mconnors/preview/fldr_2003_01_31/file0001573465344.jpg>. Acesso em: 21 set. 2015. Figura 26 FILE0002043129417.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/b/ bkornprobst/preview/fldr_2003_12_28/file0002043129417.jpg>. Acesso em: 24 set. 2015. Figura 29 DETG.JPG. Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/detg.jpg>. Acesso em: 23 set. 2015. Figura 31 785607.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/785607.jpg>. Acesso em: 22 set. 2015. 77 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 Figura 32 1434209643O7879.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/ sebastiansantanam8qnfs/06/l/1434209643o7879.jpg>. Acesso em: 24 set. 2015. Figura 33 BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Espaços confinados: Livreto do trabalhador. NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. Brasília: Fundacentros, 2007. Disponível em: <http://www.anest.org.br/arquivos/pdf/conest_10a/1_EspacosConfinadosLivretoTrabalhadorNR33. pdf>. Acesso em: 19 set. 2015. p. 1. Figura 34 BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Espaços confinados: Livreto do trabalhador. NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. Brasília: Fundacentros, 2007. Disponível em: <http://www.anest.org.br/arquivos/pdf/conest_10a/1_EspacosConfinadosLivretoTrabalhadorNR33. pdf>. Acesso em: 19 set. 2015. p. 11. Figura 43 FILE000177802211.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/ digitalexperienceproducti/preview/fldr_2008_11_11/file000177802211.jpg>. Acesso em: 21 set. 2015. Figura 44 SILO2.JPG. Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/silo2.jpg>. Acesso em: 23 set. 2015. Figura 45 FILE0002077987121.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/n/ nasirkhan/preview/fldr_2008_11_28/file0002077987121.jpg>. Acesso em: 22 set. 2015. Figura 48 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar. Secretaria de Estado de Defesa Civil. Resgate em espaços confinados. Rio de Janeiro, 8 jan. 2013. Seção Salvamento. Disponível em: <http://pop.cbmerj.rj.gov.br/arquivos/II_11_resgate_em_espaco_confinados_AN.pdf>. Acesso em: 23 set. 2015. p. 7. Figura 49 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar. Secretaria de Estado de Defesa Civil. Resgate em espaços confinados. Rio de Janeiro, 8 jan. 2013. Seção Salvamento. Disponível em: 78 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 5/ 09 /1 5 <http://pop.cbmerj.rj.gov.br/arquivos/II_11_resgate_em_espaco_confinados_AN.pdf>. Acesso em: 23 set. 2015. p. 8. Figura 50 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar. Secretaria de Estado de Defesa Civil. Resgate em espaços confinados. Rio de Janeiro, 8 jan. 2013. Seção Salvamento. Disponível em: <http://pop.cbmerj.rj.gov.br/arquivos/II_11_resgate_em_espaco_confinados_AN.pdf>. Acesso em: 23 set. 2015. p. 8. Figura 51 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar. Secretaria de Estado de Defesa Civil. Resgate em espaços confinados. Rio de Janeiro, 8 jan. 2013. Seção Salvamento. Disponível em: <http://pop.cbmerj.rj.gov.br/arquivos/II_11_resgate_em_espaco_confinados_AN.pdf>. Acesso em: 23 set. 2015. p. 9. Figura 52 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar. Secretaria de Estado de Defesa Civil. Resgate em espaços confinados. Rio de Janeiro, 8 jan. 2013. Seção Salvamento. Disponível em: <http://pop. cbmerj.rj.gov.br/arquivos/II_11_resgate_em_espaco_confinados_AN.pdf>. Acesso em: 23 set. 2015. p. 9. REFERÊNCIAS Audiovisuais ACIDENTE com inalação de gases tóxicos em espaço confinado. São Paulo: Fazer Segurança, [s.d.]. Disponível em: <http://www.fazerseguranca.com/videos_espaco_confinado_acidentes.php>. Acesso em: 27 set. 2015. EXEMPLO de resgate improvisado em acidente (sem o uso de equipamentos adequados). São Paulo: Fazer Segurança T&C, [s.d.]. Disponível em: <http://www.fazerseguranca.com/videos_espaco_ confinado_acidentes.php>. Acesso em: 29 set. 2015. Textuais ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14787: Espaço Confinado – Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção. Rio de Janeiro, 2001. ___. NBR 18801: Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho – Requisitos. Rio de Janeiro, 2011. ___. 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