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TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO hiperbilirrubinemia – pediatria A hiperbilirrubinemia do recém-nascido ou neonatal é uma doença que surge logo nos primeiros dias de vida do bebê, sendo causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue, e deixando a pele amarelada. Qualquer criança pode desenvolver a hiperbilirrubinemia, sendo que as principais causas são alterações fisiológicas na função do fígado, doenças no sangue, como anemia hemolítica, doenças hepáticas, provocadas por infecções ou doenças genéticas, ou até mesmo por reações no aleitamento materno. Icterícia é uma cor amarelada da pele e dos olhos, causada pelo excesso de bilirrubina no sangue. Perceptível, geralmente, quando o nível de bilirrubina ultrapassa 5mg/dL. PRODUÇÃO BILIRRUBINA BILE • A bile é uma secreção produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar durante a digestão. • Sua ação se dá principalmente no intestino onde esta secreção tem a função de emulsificar gorduras, quebrando a complexidade das moléculas em moléculas mais simples e mais fáceis de serem absorvidas pelo organismo. • Ela é formada por sais biliares, gorduras, água, ácidos e por pigmentos. • O pigmento predominante da bile é a bilirrubina. o Este pigmento amarelado é produzido pela quebra do grupo prostético heme presente nas células sanguíneas onde a hemoglobina contida nas células é catabolizada em biliverdina. o Nesse momento a biliverdina sofre ação da enzima biliverdina redutase que reduz esta, em bilirrubina. BILIRRUBINA • Dentro de células fagocíticas, como macrófagos, ocorre a lise dos eritrócitos e a degradação da hemoglobina em fração heme e globina. • A molécula globina é degradada, o anel de ferroprotoporfirina é quebrado, e o ferro parcialmente reutilizado para a síntese do heme. • Então, a hemeoxigenase é responsável pela conversão da fração heme em biliverdina, que, por sua vez, é convertida em bilirrubina pela enzima biliverdina redutase. • Tal bilirrubina é dita não conjugada/indireta pois ainda não sofreu um processo chamado de glicuronidação (o qual ocorre nos hepatócitos). • Posteriormente, na corrente sanguínea, a bilirrubina indireta realiza uma ligação reversível com a albumina, a fim de ser transportada até o tecido hepático para sofrer o processo de glicuronidação. • Após transportada pela albumina, a bilirrubina não conjugada adentra o hepatócito. • Após captada pelo fígado, a bilirrubina se liga, em parte, a uma proteína citoplasmática denominada ligandina, o que garante que a bilirrubina indireta não retorne para o plasma. https://www.infoescola.com/sistema-digestivo/bile/ https://www.infoescola.com/anatomia-humana/figado/ https://www.infoescola.com/anatomia-humana/intestino-delgado/ https://www.infoescola.com/sangue/hemoglobina/ https://www.infoescola.com/bioquimica/enzimas/ TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO • Em seguida, a bilirrubina é direcionada para o retículo endoplasmático, onde é convertida pela ação da enzima UDP-glicuronosil transferase em um composto solúvel em água – a bilirrubina conjugada ou direta. • Depois da conjugação, a bilirrubina direta é excretada nas vias biliares, sendo armazenada na vesícula biliar. • Com a alimentação, a bile é secretada no duodeno e, por ser polar, a bilirrubina conjugada não é absorvida, sofrendo hidrolise pela ação de enzimas bacterianas, transformando-se em urobilinogênio. Este é não polar e somente uma mínima parcela é absorvida no cólon. • Em condições normais essa parcela é re-excretada pelo fígado na bile (90% do total) e pelos rins (10% do total). Resumindo... • Como a bilirrubina permanece no plasma sanguíneo e tem habilidade de se ligar a albumina, este pigmento então é responsável pelo transporte da albumina pelas células, principalmente os hepatócitos. • Depois que internalizada na célula, a bilirrubina se dissocia da albumina e se liga às proteínas Y e Z formando um complexo proteico, que é transportado para a membrana celular e é então excretada chegando até o intestino. • Lá, a bilirrubina que está conjugada às proteínas e que sofreu algumas modificações de enzimas, é usada pelas bactérias e microrganismos do intestino sendo metabolizada e gerando o estercobilinogênio. • Esta bilirrubina que foi metabolizada pelos microrganismos é excretada nas fezes, e outra parte é reabsorvida e pode ser excretada pelos rins ou pode voltar à bile. https://www.infoescola.com/sangue/plasma-sanguineo/ https://www.infoescola.com/bioquimica/albumina/ https://www.infoescola.com/histologia/hepatocitos/ https://www.infoescola.com/bioquimica/proteinas/ https://www.infoescola.com/citologia/membrana-plasmatica/ https://www.infoescola.com/reino-monera/bacterias/ https://www.infoescola.com/sistema-urinario/rim/ TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO ALTERAÇÕES BILIRRUBINA • Alguns problemas tanto metabólicos como injurias do organismo podem gerar problemas hepáticos e alterações na bilirrubina sérica. Por isso a quantidade excretada dessa substancia é um indicador importante para diagnostico de certas doenças. • O aumento da bilirrubina sérica indica alterações em seu metabolismo podendo ser causado tanto pelo aumento de células sanguíneas perdidas como excesso de produção ou baixa capacidade de catabolizar a substancia pelas células. o Esse aumento de bilirrubina circulante causa o acumulo do pigmento em diversas regiões do corpo, principalmente pele e mucosas, fazendo com que estas regiões tornem-se amareladas. o É o que acontece por exemplo com os recém-nascidos que possuem icterícia, pois não possuem fisiologia hepática completamente madura. • Os altos níveis de bilirrubina circulantes são extremamente tóxicos e prejudiciais à saúde. o Em bebês recém-nascidos por exemplo, é possível que a bilirrubina se acumule em certa região do cérebro, pois a barreira hematoencefálica não está totalmente desenvolvida, causando danos irreversíveis. • Também é possível que o acúmulo da bilirrubina se dê por motivos de destruição das células hepáticas e biliares causado por infecções virais (hepatites) e também pelo consumo em excesso de certas drogas. • O aumento da bilirrubina indireta (bilirrubina não conjugada a albumina) é observado na icterícia neonatal, na síndrome de Crigler-Najjar, na síndrome hemolítica e na doença de Gilbert. o Estes casos estão relacionados com a velocidade de produção e de remoção do pigmento na circulação e não estão relacionados com aumento da bilirrubina na urina. • Já o aumento da bilirrubina direta (conjugada a albumina), cujo aumento é observado na excreção pela urina, são relacionados com a capacidade de excreção deste pigmento pelo fígado e, portanto, refletem sobre a integridade e funcionalidade das células hepáticas. o As doenças relacionadas com o aumento da bilirrubina direta na urina são as hepatites, as reações à drogas e obstruções no trato biliar. https://www.infoescola.com/bioquimica/metabolismo/ https://www.infoescola.com/histologia/mucosa/ https://www.infoescola.com/doencas/ictericia-do-recem-nascido/ https://www.infoescola.com/doencas/hepatites/ TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO ICTERÍCIA NEONATAL ICTERÍCIA FISIOLÓGICA ICTERÍCIA PATOLÓGICA ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO Esse tipo de icterícia surge cerca de 48 a 72 horas após o nascimento do bebê, dura, em média, sete dias e, de uma maneira geral, é benigna e reversível. O tratamento se faz com fototerapia e exposição ao sol. É o tipo de icterícia mais comum, pois o fígado do bebê está pouco desenvolvido e pode apresentar algumas dificuldades em transformar e eliminar a bilirrubina do sangue através da bile. Pode ser desencadeada por problemas na circulação hepática, deficiências na captação, excreção e conjugação da bilirrubina ou aumento da produção dessa substância. Esse tipo de icterícia, diferentemente da icterícia fisiológica, surgeaté 24 horas após o nascimento. É desencadeada em razão de anormalidades hepáticas, biliares ou metabólicas, infecções e incompatibilidade no sistema ABO e Fator Rh. Este tipo de aumento da bilirrubina pode acontecer por volta de 10 dias após o nascimento, em alguns bebês que estão em aleitamento materno exclusivo, pelo aumento de hormônios ou substâncias do sangue que elevam a reabsorção de bilirrubina no intestino e dificultam a sua eliminação, apesar de ainda não se saber a forma exata. ICTERICIA NEONATAL FISIOLÓGICA • A hiperbilirrubinemia indireta ocorre em quase todos os recém nascidos. • Fenômeno de transição normal. o Renovação Hb. o Imaturidade hepática. o Aumento da circulação entero-hepática. o Flora bacteriana escassa. VALORES BILIRRUBINA Existem dois tipos principais de bilirrubina que podem ser medidos: • Bilirrubina indireta ou não conjugada: é a substância que se forma no momento da destruição dos glóbulos vermelhos no sangue e que depois é transportada para o fígado. Por isso, sua concentração é maior no sangue e pode estar alterada quando existe alguma condição envolvendo as hemácias, como a anemia hemolítica, por exemplo; • Bilirrubina direta ou conjugada: corresponde à conjugação entre a bilirrubina e o ácido glicurônico, um açúcar, no fígado. A bilirrubina direta sofre ação da bile no intestino, sendo eliminada na forma de urobilinogênio ou estercobilinogênio. Assim, a concentração de bilirrubina direta está alterada quando há alguma lesão hepática ou obstrução biliar. https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/sistema-abo.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/sistema-abo.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/fator-rh.htm TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO FATORES DE RISCO • Icterícia nas primeiras 24-36 horas após o nascimento. • Incompatibilidade materno-fetal Rh (antígeno D), ABO ou antígenos irregulares • IG de 35, 36 e 37 semanas (independentemente do peso ao nascer). • Clampeamento de cordão umbilical 60 segundos após o nascimento. • Aleitamento materno com dificuldade ou perda de peso > 7% em relação ao peso de nascimento. • Irmão com icterícia neonatal tratado com fototerapia. • Presença de céfalo-hematoma ou equimoses. • Descendência asistica. • Mãe diabética. • Sexo masculino. • BT sérica ou transcutânea na zona de alto risco (> percentil 95) ou intermediária superior (percentis 75 a 95) antes da alta hospitalar. NEUROTOXICIDADE • Peso ao nascer < 1000g. • Apgar < 3 no 50 minuto. • Pressão arterial de oxigênio <40 mmHg por >2 horas. • pH <7,15 por mais de 1 hora. • Temperatura corpórea <35°C por >4 horas. • Albumina sérica <2,5 g/dL. • Sepse. • Rápido aumento de BT sugerindo doença hemolítica. • Deterioração clínica - apneia e bradicardia que requer ventilação/intubação ou hipotensão com necessidade de tratamento nas últimas 24 horas. ICTERICIA NEONATAL PATOLÓGICA • Aumento da produção Hb. • Icterícia do leite materno. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO • Redução da depuração Hb. • Obstrução intestinal. • Aumento da Circulação entero-hepática da bilirrubina. • Icterícia do aleitamento materno. ETIOLOGIA DA HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA SOBRECARGA DE BILIRRUBINA AO HEPATOCITO ➢ DOENÇAS HEMOLITICAS HEREDITARIAS • Imunes: Incompatibilidade Rh (antigeno D), ABO ou antigenos irregulares (c. e, E, Kell, outros). • Enzimáticas: deficiência de G-6-PD, piruvato-quinase, hexoquinase Mbrana eritrocitária: esferocitose, eliptocitose. • Hemoglobinopatias: alfa-talassemia. ADQUIRIDAS: • Infecções bacterianas (sepse, infecção urinária) ou virais. ➢ COLEÇÕES SANGUÍNEAS EXTRAVASCULARES • Cefalohematoma, Hematomas, equimoses. • Hemorragia intracraniana, pulmonar, gastrintestinal. ➢ POLICITEMIA • Recém-nascido pequeno para a idade gestacional. • Recém-nascido de mãe diabética. • Transfusão feto-fetal ou materno-fetal. • Clampeamento de cordão umbilical após 60 segundos. ➢ CIRCULAÇÃO ENTERO HEPATICA AUMENTADA DE BILIRRUBINA • Anomalias gastrointestinais: obstrução estenose hipertrófica do piloro. • Jejum oral ou baixa oferta enteral. • Ictericia por "oferta inadequada de leite materno”. ➢ DEFICIENCIA OU INIÇÃO DA CONJUGAÇÃO DE BILIRRUBINA • Hipotireoidismo congênito. • Sindrome da ictericia pelo leite materno. • Sindrome de Gilbert. • Sindrome de Crigler Najjar tipos 1 e 2. QUANDO SOLICITAR BT EM RN >35 SEMANAS ANTES DA ALTA HOSPITALAR? • Icterícia nas primeiras 24-36 horas de vida. • Incompatibilidade tipo sanguíneo materno-fetal Rh. • Incompatibilidade tipo sanguíneo ABO (Mãe O com RN A ou B). • Icterícia em RN com 35 e 36 semanas (independentemente do peso ao nascer). • Icterícia em RN com dificuldade de amamentação e/ou perda de peso >7% em relação ao peso de nascimento. • Icterícia em RN termo abaixo do nível da linha mamilar. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO EXAMES LABORATORIAIS • Bilirrubina total e frações. • Hemoglobina e hematocrito com morfologia de hemácias, reticulocitos e esferocitos. • Tipo sanguíneo da mãe e recém-nascido para sistemas ABO e Rn (antigeno D). • Coombs direto no sangue de cordão ou do recém-nascido. • Pesquisa de anticorpos anti-D (Coombs Indireto) se mãe Rh (D) negativo. • Pesquisa de anticorpos anti-A ou anti-B, se mãe tipo O (teste do eluato). • Pesquisa de anticorpos maternos para antígenos irregulares (anti-c, anti-e, anti-E, anti- Kel, outros) se mãe multigesta/ transfusa sanguínea anterior e RN com Coombs direto positivo. • Dosagem sanguínea quantitativa de glicose 6-fosfato desidrogenase (G-6-PD). • Dosagem sanguínea de hormônio tireoidiano e TSH (exame do pezinho). • Ultrassonografia cerebral em recém-nascido pré-termo. COMPLICAÇÕES • Encefalopatia bilirrubinica aguda -> crônica (Kernicterus). • Sintomas relacionados aos núcleos da base. o Movimentos involuntários. o Espasticidade assimétrica. o Rigidez. o Ataxia. o Perda auditiva. colestase A colestase consiste em uma diminuição ou interrupção do fluxo biliar. Aumento da bilirrubina direta (>1mg/dL). Redução da secreção biliar por 'alterações anatômicas ou funcionais. ETIOLOGIA RNs e lactentes: propensão colestática por imaturidade dos mecanismos relacionados à produção da bile. ALTERAÇÕES DOS DUCTOS BILIARES EXTRA- HEPÁTICOS Atresia biliar. Cisto de colédoco. Coledocolitiase. Perfuração espontânea das vias biliares extra-hepáticas. Colangite esclerosante neonatal. DOENÇAS HEPATOCELULARES (COLESTASES FAMILIARES) Deficiência de alfa-1-antitripsina Alteração na sintese dos ácidos biliares. Defeito na conjugação dos ácidos biliares. Colestases intra-hepáticas familiares 1,2,3,4e5. Colestase neonatal transitória. DOENÇAS MULTISSISTÉMICAS Sindrome de Alagille. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO Sindrome da artrogripase-disfunção renal. Distúrbio congénito da glicolisação. Fibrose cística. Doença mitocondrial. Sindrome colangite esclerosante neonatal com Ictiose Pan-hipopituitarismo. Trissomia 21. ERROS INATOS DO METABOLISMO Defeito no ciclo da ureja: - Deficiência de citrina. - Deficiência de ornitinatranscarbamilase. Alteração no metabolismo de carboidrato: - Galactosemia. Alteração no metabolismo dos aminoácidos: - Tirosinemia. Alteração no metabolismo dos lipideos: - Niemann-Pick tipo C. - Deficiência da lipase ácida lisossomal (doença de Wolman). CAUSAS INFECCIOSAS Infecção do trato urinário. Sifilis. Toxoplasmose. Rubéola. Citomegalovirus. Herpes vírus. Virus das hepatites A, BeC. APRESENTAÇÃO CLÍNICA • Ictericia isolada ou associada a colúria e acolia fecal - atresia de via biliar. • Baixo peso ao nascimento, microcefalia, corioretinite – TORCHS. • Irritabilidade, vômitos, letargia, hipoglicemia, acidose metabólica – EIM. • Dismofismo doenças genéticas (Allagile, Trissomias18 e 13). • Edema, hidropsia fetal - Fibrose cística. INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA IDENTIFICAÇÃO DA COLESTASE NEONATAL Exames nível 1 • Objetivos: definir gravidade da doença hepática e etiologia da colestase. • Sangue: Hemograma, reticulocire, e plaquetas, eletrólitos, calcio, fosfato, magnésio, ureia, creatinina. • Urina: análise de urina, cultura, substâncias redutoras. o Considere culturas bacterianas de sangue, urina e outros fluidos, especialmente se a criança estiver clinicamente "doente". • Imagem: Ultrassonografia de abdome. o Rx de tórax (doença pulmonar e cardíaca) Rx de doluna: anomalias da coluna vertebral, como vértebras de borboleta. o Ecocardiograma. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO o DISIDA: cintilografia de vias biliares (avaliar obstrução das vias biliares extra- hepáticas). o Teste do suor. o Avaliação oftalmológica (geral, lâmpada de fenda e fundo de olho). TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO icterícia por hepatites virais A icterícia é um sinal clínico que se caracteriza pela cor amarelada da pele, mucosas e olhos. Ela surge quando há excesso de uma substância chamada bilirrubina. A icterícia não é uma doença, mas sim um sinal de doença. BILIRRUBINA • As hemácias velhas são destruídas no baço, um dos produtos liberados é a Bilirrubina; • A bilirrubina produzida pelo baço é a Bilirrubina Indireta ou não conjugada; • Ligada com a Albumina é transportada pela sangue até o fígado; • No fígado é metabolizada e se transforma em Bilirrubina Direta ou conjugada; • A bilirrubina direta é eliminada através das vias biliares em direção ao trato gastrointestinal, onde será eliminada nas fezes; • A bilirrubina direta chega ao intestino onde é metabolizada pelas baterias intestinais, tornando-se um pigmento marrom (responsável pela cor das fezes); • Uma pequena parte extravasa a corrente sanguínea e filtrada pelos rins e eliminada pela urina; • Os valores normais de bilirrubina no sangue nos adultos são os seguintes: - Bilirrubina total: 0,2 a 1,1 mg/dl. - Bilirrubina indireta: 0,1 e 0,7 mg/dl. - Bilirrubina direta: 0,1 a 0,4 mg/dl. • Então a icterícia surge quando, por algum motivo, ocorre um acúmulo de bilirrubina direta e/ou indireta, no sangue, seja por uma produção excessiva ou uma deficiente eliminação da mesma. • Quando as concentrações de bilirrubina ultrapassam 1,5 a 2,0 mg/dl, esse excesso de pigmento extravasa para pele, mucosas e para a membrana que recobre a esclera (parte branca dos olhos), levando a característica aparência amarelada da icterícia. CAUSAS 1. ICTERÍCIA POR AUMENTO DE BILIRRUBINA INDIRETA • Uso de fármacos, como ribavirina, benzocaína, dapsona, fenazopiridina, paraquat, gás arsênico e chumbo. • Infecções, como malária ou leptospirose. • Defeitos na própria hemácia, como na esferocitose hereditária, hemoglobinúria paroxística noturna, anemia falciforme, talassemia, etc. • Doenças autoimunes. • Síndrome de Gilbert e a Síndrome de Crigler-Najjar. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO 2. ICTERÍCIA POR AUMENTO DE BILIRRUBINA DIRETA • Hepatites virais. • Esteatose hepática grave. • Cirrose hepática. • Cirrose biliar primária. • Obstrução das vias biliares por cálculos. • Câncer do fígado ou das vias biliares. • Câncer do pâncreas com obstrução das vias biliares. SINAIS E SINTOMAS QUE ACOMPANHAM A ICTERÍCIA: • Prurido; • Colúria; • Acolia fecal; • Dor em hipocôndrio direito; • Náuseas e vômitos; • Perda de peso. HEPATITES VIRAIS: • São um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo; • Trata-se de uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves; • O impacto dessas infecções acarreta aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites; • A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada às do HIV e tuberculose; • Acredita-se que as hepatites virais sejam a maior causa de transplantes hepáticos no mundo; • A hepatite B é responsável por aproximadamente 780.000 óbitos ao ano no mundo; • No Brasil, apesar da introdução da vacina e dos esforços progressivos em imunização e prevenção no Sistema Único de Saúde (SUS), a transmissão da hepatite B ainda é uma realidade. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO HEPATITE A (HAV) • O HAV é um Picornavírus (Picornaviridae). • Gênero Hepatovírus (enterovírus) . • RNA fs. • Não envelopado . • Muito pequenos (27 nm). • Existem sete genótipos sendo que três infectam naturalmente primatas não humanos e quatro genótipos que infectam o homem. Os genótipos mais frequentemente encontrados nas infecções humanas são os genótipos I e III. CARACTERISTICAS CLÍNICAS: • Período de incubação 3 a 5 semanas. • Mais leve do que hepatite B. • A pessoa exposta ao vírus adquire imunidade. • Infecções assintomáticas comuns em crianças. • Adultos (em particular gestantes) doença severa. • Convalescença pode ser prolongada (pode durar até 6 meses). • Não há casos crônicos. • Complicações: hepatite fulminante (rara, 0,1% dos casos). TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO TRANSMISSÃO • Transmissão (fecal-oral): - Alimentos mal preparados e água contaminada por fezes; - Frutos do mar provenientes de água contaminadas com esgotos; • Pessoa para pessoa: Surtos em viajantes (adultos). ASPECTOS CLÍNICOS • Dor no lado direito do abdome. • Febre. • Icterícia. • Distúrbios digestivos. • Urina escura (colúria). • Cansaço. • Vômito. • Náuseas. EPIDEMIOLOGIA • Endêmica na maioria dos países. • Declinando nos países desenvolvidos. • Alta incidência em populações economicamente mais pobre. • Associada a baixas condições de sanitarismo. DIAGNÓSTICO • Vírus não cultivável rotineiramente. • IgM anti-HAV no soro. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO PREVENÇÃO • Lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos; • Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos; • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e carne de porco; • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras; • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto; • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d'água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros. • Vacinação (vacina inativada, cepa GMB). o É segura. o Brasil: introduzida no calendário infantil em 2014. - Nas Unidades Básicas de Saúde, para crianças de 1 5 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade. - Nos serviços privados de vacinação, para crianças a partir de 12 meses, adolescentes e adultos. HEPATITE B (HBV) • Vírus da família Hepadnaviridae. • Gênero Ortohepadnavirus: vírus da hepatite B. • Afeta somente humanos (não há outros reservatórios). • Fita dupla parcial de DNA. • Envelopado. • Transcrição reversa. • É considerado um vírus oncogênico. EPIDEMIOLOGIA • Estima-se que aproximadamente dois bilhões de indivíduos tenham tido contato com o HBV; desses, 240 milhões têm hepatite B crônica; • Maior prevalência de hepatite B em populações de locais com menor complexidade urbana; TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO• Em áreas em que a assistência está presente e é de fácil acesso para a população, há grupos populacionais específicos que, independentemente da oferta de serviços de saúde, ainda enfrentam obstáculos a esse acesso; • No período de 1999 a 2020, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 689.933 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes 254.389 (36,9%) aos de hepatite B, 262.815 (38,1%) aos de hepatite C ; • A distribuição proporcional dos casos variou entre as cinco regiões brasileiras. Na região Sudeste verificam se as maiores proporções dos vírus B e C, com 34,2% e 58,9%, respectivamente. MARCADORES SOROLÓGICOS: • Antígenos do HBV: - HBsAg: proteína do envelope (surface). - HBcAg: antígeno interno (capsídeo). - HBeAg: proteína secretada, não estrutural, função desconhecida (denominada antígeno e). • Anticorpos do HBV: - anti-HBc (IgM e IgG). - anti-HBe. - anti-HBs TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO TRANSMISSÃO • Através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados. Tatuagens, piercings, no dentista, sessões de depilação, manicure. • Relação sexual (DST): profissionais do sexo e homossexuais. • Perinatal: mães positivas para HBeAg. • Grande quantidade de vírus no plasma de portadores. ASPECTOS CLÍNICOS • Concentração de HBV em alguns fluidos corporais: o Alta: sangue, soro, exsudatos de feridas; o Moderada: sêmen, fluido vaginal, saliva; o Baixa ou não detectável: urina, fezes, suor, lágrimas, leite Materno. • Período de incubação 45-100 dias (média 70). • Hepatite que persiste por > 6 meses é definida como hepatite crônica, embora essa duração seja arbitrária. • Hepatite B aguda geralmente se torna crônica em cerca de 5 a 10% dos pacientes imunocompetentes. Contudo, quanto menor a idade da ocorrência da hepatite B aguda, maior o risco de desenvolver hepatite B crônica: o Para recém-nascidos: 90%. o Para crianças com 1 a 5 anos: 25 a 50%. o Para adultos: cerca de 5%. • A hepatite B aguda torna-se crônica em cerca de 40% dos adultos sob hemodiálise e em até 20% das pessoas imunocomprometidas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Febre; • Fraqueza; • Mal-estar; • Dor ou desconforto abdominal; • Náuseas; • Vômito; • Perda de Apetite; • Coluria (cor de café); • Icterícia (olhos e pele amarelados); • Acolia fecal (fezes esbranquiçadas). LEMBRANDO QUE: ➢ A maioria das vezes é assintomática. ➢ A hepatite B crônica, a maioria das vezes, porém, quando os pacientes procuram o médico, já há sinais de insuficiência hepática crônica: icterícia, esplenomegalia, ascite, encefalopatia hepática. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO DIAGNÓSTICO São gratuitos e estão disponíveis no SUS com acesso através das Unidades Básicas de Saúde. • Clínico + provas de função hepática. • Laboratoriais: testes rápidos e sorologias (ELISAs anti-proteínas virais). - anti-HBsAg; - anti-HBcAg; - antiHBeAg. • IgM presente até 6 meses após infecção aguda. PREVENÇÃO • Usar camisinha em todas as relações sexuais; • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings. • O preservativo está disponível na rede pública de saúde. Caso não saiba onde retirar a camisinha, ligue para o Disque Saúde (136). • Vacina: O exame que indica a eficácia da vacina contra hepatite B é o Anti-hbs que fica positivo quando a vacina consegue ativar a proteção contra o vírus. o Recém-nascidos devem receber a 1ª dose nas primeiras 24 horas de vida, preferencialmente nas primeiras 12 horas ou na primeira visita no centro de saúde em até 30 dias. A continuidade do esquema vacinal será garantida com a aplicação da vacina Pentavalente (que protege contra hepatite B, difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus influenzae) em três doses, com intervalo de 60 dias entre as doses; o Indivíduos a partir dos 5 anos de idade e sem comprovação vacinal, administra- se três doses da vacina hepatite B, com intervalo de um mês (30 dias) entre a TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO primeira e a segunda dose e de seis meses (180 dias) entre a primeira e a terceira dose. TRATAMENTO • A hepatite B tem tratamento disponível gratuitamente pelo SUS e pode ser controlada, evitando a evolução para cirrose e câncer. Todas as hepatites virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar; • O diagnóstico preciso e precoce da infecção pelo HBV permite o tratamento adequado da doença e tem impacto direto sobre a qualidade de vida do indivíduo, sendo ainda um poderoso instrumento de prevenção de complicações como a cirrose e o CHC; • Devido às características fisiopatológicas da infecção crônica pelo HBV, é necessário que as consultas sejam realizadas, no mínimo, duas a quatro vezes ao ano; • O paciente portador de hepatite B deve ser imunizado para a hepatite A. HEPATITE C (HCV) • Família Flaviviridae. • Gênero Hepacivirus. • RNA fs polaridade positiva de 9,5 kb. • Envelopado. • Difícil cultivo in vitro. • Tipos: 1 a 6. • Vários subtipos (1a, 1b, etc). EPIDEMIOLOGIA • A hepatite C é uma doença transmissível causada pelo vírus HCV, • Em geral não possui sintomas na fase inicial, porém quando evolui para as formas crônicas pode levar a complicações como a cirrose, o câncer de fígado, transplante e óbito. • Infecta 3% da população mundial (dados da OMS) 185 milhões de pessoas com 350 mil mortes por ano. • Descoberto na década 80. • Até então Hepatite não A não B. • De 1999 a 2020, foram notificados no Brasil 262.815 casos confirmados de hepatite C no Brasil, sendo 58,9% no Sudeste, 27,5% no Sul, 6,5% no Nordeste, 3,6% no Centro- Oeste e 3,5% no Norte. TRANSMISSÃO • Transfusão ou transplante de doador infectado. • Uso de drogas injetáveis. • Hemodiálise (anos de tratamento). • Acidentes com agulhas e frascos quebrados. • Exposição sexual / domiciliar a contatos anti-HCVpositivos. • Parto de mãe infectada. • O alcoolismo é um agravante. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO ASPECTOS CLÍNICOS • Incubação: média 6-7 semanas. • Doença clínica (icterícia): 30-40%. • Hepatite crônica: 70% (cirrose e carcinoma hepatocelular). • Predomínio: infecção persistente. • Imunidade: sem indução de anticorpos protetores. • Usualmente subclínica. • Agudas: começo insidioso. - Anorexia, dores abdominais, náusea, vômitos, icterícia. • Anticorpos anti-HCV. • ALT ou TGP alta. SINAIS E SINTOMAS • Febre; • Fraqueza; • Mal-estar; • Dor ou desconforto abdominal; • Náusea; • Vômito; • Perda de Apetite; • Coluria (cor de café); • Icterícia (olhos e pele amarelados); • Acolia fecal (Fezes esbranquiçadas) • Sangramento no estômago ou esôfago. DIAGNÓSTICO • É realizado através de testes rápidos, de exames sorológico e teste complementar biologia molecular (HCV-RNA). • Todos são gratuitos e estão disponíveis no SUS com acesso através das Unidades Básicas de Saúde. • Anticorpos anti-HCV : - sangue com Ac anti-HCV: descartar com exame de carga viral (HCV-RNA). - sangue com ALT elevada: descartar. • ELISAs: peptídeos sintéticos (derivados NS4). • Detecção do genoma por RT-PCR. PREVENÇÃO • Evitar contato direto com sangue; • Usar camisinha em todas as relações sexuais; • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings; • O preservativo está disponível na rede pública de saúde. • Triagem de sangue, órgãos e doadores. • Toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os examespara detectar a hepatites B e C, o HIV e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO filho. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. HEPATITE DELTA VÍRUS (D) • Família não classificado. • Gênero: Deltavirus. • Genoma RNA. • Antígeno Delta. • Vírus defectivo, incapaz de produzir seu próprio envelope proteico. • Precisa utilizar a proteína do vírus da hepatite B. • Sua replicação suprime a síntese de proteínas do vírus da hepatite B. • É uma inflamação do fígado causada pelo vírus da Hepatite Delta (VHD). • O VHD é um vírus incompleto e, por isso, depende do vírus da Hepatite B (VHB) para desenvolver seu ciclo. Desta forma, a Hepatite Delta só ocorre em quem tem também a Hepatite B. • A Hepatite Delta é a menos comum das hepatites virais, mas ao mesmo tempo, a mais grave, pois é a que mais frequentemente e rapidamente progride para as complicações, tais como cirrose (destruição, cicatrização e perda de função do fígado) e câncer primário do fígado ou carcinoma hepatocelular (CHC). SINTOMAS • A Hepatite Delta pode ocorrer de duas formas: 1- AGUDA (quando foi recentemente adquirida) 2- CRÔNICA (de evolução ao longo de anos). • Na forma aguda, ela pode passar despercebida, com sintomas vagos ou ausentes, ou pode se manifestar com sintomas típicos, tais como: febre, urina escura, fezes esbranquiçadas e coloração amarelada da pele e olhos (icterícia). As formas agudas podem se manifestar também como um quadro de hepatite aguda grave ou fulminante, com elevado risco de óbito. • Após a resolução de um quadro agudo, os pacientes podem entrar na fase crônica da doença, quando geralmente tendem a apresentar nenhum ou poucos sintomas. • A fase crônica pode evoluir para cirrose e câncer de fígado, quando aparecem os sintomas de emagrecimento, acúmulo de líquido na barriga (ascite) e nos membros inferiores, icterícia, sonolência, perda da atenção e memória e risco de sangramento digestivo. TRANSMISSÃO • Exposição percutânea. - Uso de drogas injetáveis. - Compartilhar objetos perfuro-cortantes. • Transmissão vertical. • Contato sexual. QUEM ESTÁ SOB RISCO? • Aqueles pacientes que já têm Hepatite B e adquirem a Hepatite Delta. • Os que não estão imunizados contra a Hepatite B e adquirem as duas Hepatites B e Delta ao mesmo tempo. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO • Como o VHD no Brasil circula quase exclusivamente na região amazônica, na prática estão sob risco os pacientes susceptíveis que moram ou viajam pela região. DIAGNÓSTICO • A infecção pelo VHD é diagnosticada por meio de exames de sangue que detectam a presença do seu material genético (carga viral) e dos anticorpos (sorologia) contra o vírus. - Anticorpos IgM anti-Delta no soro - Ag Delta no soro ou fígado (biópsia) • O diagnóstico do grau de acometimento do fígado, pode necessitar de outros exames tais como a biópsia do fígado. • Métodos chamados não invasivos, que dispensam a biópsia, estão em crescente uso para auxiliar nessa avaliação. PREVENÇÃO • A primeira e mais importante medida é ser vacinado contra a Hepatite B. Os imunizados contra a Hepatite B também estão protegidos contra a Hepatite Delta. • Os indivíduos que já têm Hepatite B devem evitar se expor aos fatores de risco para aquisição de Hepatite delta, não compartilhando materiais perfuro-cortantes e praticando sexo seguro. • Não existe vacina específica contra o VHD. • As mulheres grávidas infectadas devem receber as medidas de prevenção contra a transmissão do VHB para o feto e, dessa forma, previne-se também a transmissão do VHD. HEPATITE E (HEV) • Família: Hepeviridae. • Gênero: Hepevirus. • Espécie: Hepatite E vírus. • Vírus RNA fs. • Não envelopado (27 – 34 nm). • Transmissão fecal-oral. PATOGENIA • Similar à hepatite A. • Transmissão oral fecal. • Replicação inicial no intestino, seguida de replicação no fígado. • Viremia passageira. • Grande quantidade de vírus necessária para estabelecer a infecção. MORTALIDADE • Geral: 1% - 3%. • Gestantes: 15% - 25%. • Gravidade da doença aumenta com a idade. • Sequelas crônicas: Nenhuma. TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO EPIDEMIOLOGIA • Ainda pouco conhecida. - surtos na China, México e norte da África. • Usualmente grande contaminação de água com fezes. • Necessita de muito vírus p/ transmissão. Há 4 genótipos do vírus da Hepatite E (HEV). Todos causam Hepatite viral aguda. o 1 e 2. - Surtos ocorreram na China, Índia, México, Paquistão, Peru, Rússia e África do Norte e Central. - Esses surtos têm características epidemiológicas semelhantes às do vírus da Hepatite A. - Casos esporádicos também podem ocorrer. - Nenhum surto de hepatite E ocorreu nos EUA e na Europa Ocidental. - A maioria dos casos no mundo desenvolvido ocorre em viajantes que regressam de um país em desenvolvimento, mas foram relatados casos esporádicos não relacionados a viagens. TRANSMISSÃO Há 4 genótipos do vírus da Hepatite E (HEV). Todos causam Hepatite viral aguda. ➢ 1 e 2 • Os genótipos 1 e 2 geralmente causam surtos transmitidos pela água que estão ligados à contaminação fecal do abastecimento de água e de transmissão fecal-oral de uma pessoa para outra. ➢ 3 e 4 • Os genótipos 3 e 4 normalmente provocam casos esporádicos em vez de surtos. A transmissão é por alimentos e pode envolver ingestão de carne crua ou mal cozida; casos foram associados ao consumo de carne de porco, veado e mariscos. • Ocorrem manifestações típicas da hepatite viral: anorexia, mal-estar, náuseas, vômitos e febre, seguidos de icterícia. • A hepatite E pode ser grave, especialmente em gestantes; nelas, o risco de hepatite fulminante e morte é maior. DIAGNÓSTICO • Teste para anticorpo IgM (quando disponível). • No diagnóstico inicial da hepatite aguda, deve-se diferenciar a Hepatite viral de outras doenças que causam icterícia. Se há suspeita de Hepatite viral aguda, os seguintes testes são realizados para triagem das hepatites virais A, B e C: - Anticorpo IgM para o vírus da hepatite A (IgM anti-HAV); - Antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg); - Anticorpo central da hepatite B (IgM anti-HBc); - Anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-VHC); - PCR para RNA da hepatite C (HCV-RNA). • Se os testes para Hepatite A, B e C são negativos, mas o paciente tem manifestações típicas de hepatite viral e viajou recentemente para uma região endêmica, anticorpo IgM para HEV (IgM anti-HEV) deve ser medido se o teste estiver disponível. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/hepatite-a-aguda https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/hepatite-a-aguda TEÓRICA HAM 12/09 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO OUTRAS HEPATITES VIRAIS: Podem ser causadas, ocasionalmente, por outros vírus: • Hepatite “G” (flavivírus; hepatite). • HSV (HHV-1 e HHV-2). • EBV (HHV-4). • CMV (HHV-5). • Febre amarela. • Rubéola.
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