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Fundamentos Éticos e Morais do Comportamento Humano A palavra ética é oriunda do grego “ethos” e pode ser definida como o estudo das ações e dos costumes. A ética é um conceito filosófico que estuda o comportamento humano. (VALLS, 2008). Uma das características principais da ética é a procura de justificativas para as regras oferecidas pela moral e pelo direito. Diferente de ambos, a ética não estabelece regras e sim visa o estudo do agir humano. Aristóteles estabelece que o ser humano possua um comportamento consciente, mantendo a conduta livre e não influenciada por fatores externos, agindo em conformidade com os valores morais. Segundo ele o homem não deve ser visto apenas como um ser individual, mas como uma peça formadora da sociedade. Marilena Chauí por sua vez, esclarece que para que exista conduta ética faz-se necessário que haja o agente consciente, ou seja, o ser deve conhecer a diferença entre certo e errado, o que é permito e o que é proibido, virtude ou vício. A moral pode ser conceituada como um conjunto de regras que determinam a conduta do ser. Estas regras são assumidas pelas pessoas, como um modo de delinear a sua boa vivência. É interessante destacar que a moral não depende das fronteiras geográficas, ao contrário da ética, a moral é temporal e cultural. O direito, por sua vez visa instituir o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado, ou seja, as leis baseiam-se em territórios e são válidas apenas em uma determinada área geográfica onde uma população vive. Ética e sua função, moral e a sociedade: O ideal ético para os gregos está alinhado em dois aspetos: o Bem e a Felicidade, ou seja, na vivência do bem, incluindo as realidades mundanas ou na felicidade compreendida como uma vida virtuosa. (VALLS, 2008). Portanto, a ética é a maneira que o ser humano deve se comportar na sociedade, ou seja, é a parte da filosofia que estuda os padrões de julgamentos morais do que é bom ou mau. A ética nos leva a ideia do que é correto e universalmente moral demonstrada através de princípios. Tendo em vista esse fatores e definições pode-se identificar que a ética tem como função determinar os níveis toleráveis de comportamento que asseveram a convivência de maneira pacífica entre os seres na sociedade. O termo moral é oriundo do latim “moris” cujo significado é comportamento e costume. A moral sempre existiu e tem sua origem vinculada à conduta ideal e eficiente para o bem da sociedade. As regras morais de uma sociedade vão variar de acordo com a condição geográfica, a cultura, a religião, os avanços tecnológicos, etc. A moral leva o ser a distinguir o bem do mal no contexto de sua sociedade e tem como objetivo regular as relações sociais entre os homens. É Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar interessante destacar que a moral estabelece a ordem e a integridade social, harmonizando os interesses coletivos e individuais. Panorama das relações humanas na sociedade O ser humano tem sua vida constituída de valores. Esses valores determinam as ações a serem tomadas e as suas escolhas. Os valores podem ser definidos como um conjunto de princípios que solidificam um ideal de moral e perfeição. Esses valores podem ser de vários tipos, tais como: religiosos, estéticos, morais, econômicos e afetivos. Os valores são construídos com o tempo e são utilizados como base e sustentação para o comportamento adotado pelo ser ao longo de sua existência. Todos esses valores são importantes e fazem parte de um mesmo contexto, entretanto os valores morais têm a sua existência vinculada aos atos e produtos humanos no que tange ao comportamento e as decisões a serem tomadas pelo ser humano e sua interação com a sociedade. Em linhas gerais pode-se definir que o ser humano é responsável pelas suas ações e tem a capacidade de prever as consequências de seus atos. Portanto, o indivíduo é consciente e responsável pelas suas ações e de que forma elas refletirão na sociedade. Sendo assim, seu dever é não ignorá-las e responder pelos seus atos. Ética como prescrição de condutas e ética na profissão A escolha por uma determinada profissão é optativa, porém feita a escolha por determinada profissão, os deveres profissionais são de caráter obrigatório. Um profissional em seu ambiente de trabalho se destaca e diferencia-se dos demais pelo seu talento e sua moral, pois a construção de um profissional está baseada nos pilares éticos e morais. Se tratando da ética destaca-se que os valores e os juízos de valores que a compreendem são de suma importância para a prática de qualquer atividade profissional. No que diz respeito à conduta profissional, a ética se baseia no agir e no fazer, onde ambos estão interligados. O fazer está relacionado à competência do profissional exercer a sua profissão. O agir por sua vez, diz respeito à conduta do profissional e suas atitudes no cumprimento da sua profissão. A formação de um profissional baseia-se no aprendizado das competências e nas habilidades que serão necessárias para o exercício da futura área de atuação. Neste contexto estão incluídas reflexões por parte deste futuro profissional antes mesmo do início dos estágios, no que diz respeito a sua responsabilidade e os riscos de seus atos no exercício da profissão. Ao completar o ciclo de formação, o profissional faz um juramento se comprometendo com a sua categoria profissional, ingressando assim formalmente na sua profissão. Este comprometimento assumido caracteriza o profissionalismo ético, onde o profissional adere às regras para exercer a sua profissão. É interessante destacar que algumas atitudes profissionais não estão escritas nos códigos de ética, mas são fundamentais para as relações profissionais. Entre elas podemos destacar a cooperação, no qual o profissional colabora com demais membros da equipe, a pró- atividade, em que o funcionário não se limita apenas as tarefas exigidas e a generosidade que associadas a outros fatores profissionais trazem um ótimo desempenho a uma equipe profissional e um bom entrosamento entre os funcionários. Ética nos Negócios Atualmente, o quadro de sobrevivência das grandes empresas está associado a algumas questões, tais como: lucratividade, produtividade, novos desafios e responsabilidade social. A aplicação da ética nos negócios é de suma importância para que a Empresa progrida de forma eficiente e satisfatória, pois o mercado está cada vez mais competitivo. O objetivo em uma atividade empresarial é a satisfação dos seus clientes e negócios bem sucedidos, neste caso para que o empresário atinja este objetivo deverá desenvolver as capacidades dos seus colaboradores, pois são estes que tornam a empresa dinâmica e ágil. De forma que toda empresa é responsável pelas suas decisões. Para alcançar qualquer objetivo em uma organização se faz necessário que alguns valores sejam praticados. Neste âmbito podemos citar o respeito nas relações internas e externas, a solidariedade, cooperação e respeito entre os membros da empresa, qualidade no serviço, cumprimento de prazos com clientes, criatividade e qualidade do seu produto. É interessante destacar que alguns negócios possuem suas próprias regras e, portanto, possuem sua própria ética. Para a gestão de uma empresa a ética esta no cumprimento da legalidade e no seguimento das leis, sendo assim, ser ético é ser legalmente correto. Para muitas organizações a ética traz credibilidade nas relações com clientes e parceiros, sendo em muitos casos um destaque no mercado competitivo. Concluindo, uma conduta e postura ética dentro de uma empresa só é possível se cada um dos funcionários da organização atuar de forma a não colocar os seus interesses pessoais à frente dos interesses da organização e da sociedade, ou seja, é colocara conduta moral e legal a frente da rentabilidade e dos ganhos financeiros. Responsabilidade Social “O homem atualmente altera a natureza de forma devastadora e de acordo com as suas necessidades. Isto é progresso? As indústrias são responsáveis pela alta poluição e pelo desmatamento. Seria o desenvolvimento econômico responsável pelo impacto ambiental? É possível crescer economicamente e tecnologicamente sem impactar o meio ambiente?” Ozeas Silva Destacar Perguntas como estas nos fazem analisar até o quanto podemos evoluir e até que ponto se pode sobreviver sem os recursos naturais e qual o papel das empresas neste cenário. Essas questões nos remetem a um conceito que reúne três importantes aspectos: econômico, social e ambiental ao qual denominamos responsabilidade social. Histórico da Responsabilidade Social O conceito de responsabilidade é muito antigo, mas se intensificou com Bowen na década 50 com a perspectiva que as empresas e seus negócios são centros vitais de poder e decisão e que suas decisões e ações podem atingir a sociedade e sua vivência em vários segmentos. Portanto, qual o papel e a responsabilidade das empresas perante a sociedade? As empresas devem entender melhor suas responsabilidades e seus impactos decorrentes de suas ações, ou seja, incorporar a responsabilidade social à sua gestão de negócios. Neste segmento em 1960 e 1970, este conceito de empresa social, ou seja, uma empresa que não visa apenas o lucro é endossada através das novas visões em que a responsabilidade das organizações vai além da responsabilidade da lucratividade. Incorpora-se a partir deste momento a necessidade de uma postura pública mediante a utilização dos recursos econômicos e humanos pertencentes à sociedade, objetivando que esses recursos sejam utilizados para fins sociais. A influência de várias correntes de pensamentos e alternativas propostas pela competitividade capitalista fizeram com que as organizações visualizassem o seu papel na sociedade. Guerreiro Ramos foi um importante sociólogo que propôs a teoria substantiva da vida humana associada como alternativa à teoria organizacional vigente. Ramos associa o mercado com a conformidade do comportamento dos indivíduos a esse mercado, destacando as relações sociais, otimizando as demandas sociais e comunitárias. Pode-se destacar a partir de 1970, a incorporação do conceito de responsabilidade social associado a algumas questões públicas, econômicas e sociais, como a poluição causada por empresas e indústrias, o desemprego, o crescimento econômico e a distribuição de renda. Em 1979, Carrol surge com um forte conceito de responsabilidade social, associando a responsabilidade da empresa junto à sociedade. O modelo proposto por este autor abrange quatro expectativas da visão de responsabilidade social, são elas: econômica, legal, ética e discricionária. De acordo com Carrol a responsabilidade econômica de uma empresa está na produção de bens e serviços que a sociedade almeja e os comercializa obtendo lucros. A responsabilidade legal está no quesito das empresas realizarem suas metas econômicas dentro da legalidade obedecendo à lei em suas negociações. A responsabilidade ética está na transparência das empresas de realizarem seus negócios seguindo os conceitos éticos e morais e não apenas visando seus interesses pessoais. A responsabilidade discricionária está Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar relacionada ao papel voluntariado que as organizações assumem orientadas pelo desejo das empresas de se engajarem em papéis sociais, os quais não são obrigatórios perante a Lei. No Brasil o conceito a respeito da responsabilidade social iniciou-se no início dos anos 90. O impulso a este conceito surgiu através da crise social do Estado. Neste cenário as empresas foram convocadas para assumir suas responsabilidades mediante a sociedade e ao meio ambiente. Outros impulsos foram o grande avanço da democracia, a cobrança da sociedade, o aumento de empresas nacionais e abertura da economia para o mercado internacional. O Conceito de Responsabilidade Social Atualmente o tema mais debatido na sociedade é o desenvolvimento sustentável. Mas o que é o desenvolvimento sustentável e a sua relação com a responsabilidade social? O desenvolvimento sustentável é uma forma de desenvolvimento onde as necessidades da geração atual são supridas, porém sem comprometer as necessidades das futuras gerações. O conceito de responsabilidade se une ao desenvolvimento sustentável pelo fato de que para se ter desenvolvimento sustentável, todos devem ser envolvidos em processos decisórios e informados sobre os possíveis impactos das escolhas de suas ações. Neste conceito temos as indústrias e empresas, sociedade e governo. Hoje as organizações de modo geral visam à lucratividade, porém dentro do novo cenário competitivo do século XXI a política institucional de uma empresa deve levar em consideração a sua responsabilidade perante aqueles que serão impactados com as suas ações. A responsabilidade social pode ser conceituada como um conjunto de ações individuais ou empresarias objetivando o desenvolvimento sustentável do planeta, ou seja, ações econômicas unidas à proteção do meio ambiente garantindo as necessidades das gerações futuras. De forma resumida podemos descrever que a responsabilidade social é uma das formas das empresas garantirem a sustentabilidade. A Ética da Responsabilidade Social A ética é um conjunto de valores, ou seja, são níveis de preferências, conhecimentos, comportamentos que levam a algum tipo de conduta. Como a ética se relaciona com a responsabilidade social? A ética deve ser a base para a responsabilidade social através dos valores adotados pela empresa. Faz-se necessário que a empresa tenha uma boa conduta perante os seus funcionários e clientes para trilhar o caminho da responsabilidade social. Neste sentido, a empresa socialmente responsável conduz seus negócios de maneira que a torna parceira do desenvolvimento social. Ou seja, é a empresa que visa não só os seus interesses próprios, mas os interesses dos seus funcionários, fornecedores, sociedade, governo e meio ambiente. A opinião dos consumidores e a imagem da empresa perante a comunidade fazem parte do seu planejamento. A ética neste sentido relaciona-se ao bem estar social. De acordo com a ABNT, a responsabilidade social empresarial é a “relação ética e transparente da organização com todas as suas partes interessadas, visando ao desenvolvimento sustentável” (ABNT, 2004, p. 3). A ética neste sentido propõe a relação da empresa com todas as partes interessadas, ou seja, apresenta um diálogo transparente contribuindo para o desenvolvimento sustentável. O Conceito de Empresa Socialmente Responsável e Estratégias nos Negócios De que forma uma empresa se torna uma organização socialmente responsável? Ser responsável socialmente é uma estratégia nos negócios? De acordo com Charnov e Montana (1998) a responsabilidade social empresarial pode ser dividida em três aspectos. O primeiro aspecto diz respeito à obrigação social, neste contexto as questões sociais estão associadas à ideia da lucratividade, ou seja, “o social” está limitado ao pagamento de salários justos, obedecerem à legislação e a geração de empregos. O segundo está associado à responsabilidade ética. O terceiro aspecto diz respeito ao verdadeiro comprometimento com a sensibilidade e bem estar social. Neste caso predomina a responsabilidade filantrópica. Em relação aos negócios uma empresa responsável socialmente e que se preocupa com o meio ambiente é mais bem vista no mercado competitivo. Ser ambientalmente correto é lucrativo e rentável. Nos dias de hoje, os consumidores procuram por empresas eticamente sérias para comprar seus produtos, ou melhor, buscam por empresas que estejam preocupadas com aqualidade de vida da população. Algumas ações podem ser destacadas, tais como: programas de qualidade de vida para os seus funcionários, qualidade nos produtos, atendimento aos seus clientes, acessibilidade para deficientes, apoiar ações ambientais como reflorestamento e a educação ambiental. A responsabilidade social sob o ponto de vista empresarial é uma mudança de atuação interna para externa, sendo assim a empresa não engloba apenas o seu funcionário como público alvo, mas alcança outros públicos, ultrapassando o interesse econômico, visando à comunidade local e toda a sociedade de modo geral. Uma atuação empresarial orientada para a Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar responsabilidade social abre canais de comunicação estabelecendo comprometimento em ações. Uma empresa que prima por este objetivo deve levar em consideração uma conduta de valorização da sociedade e do meio ambiente demonstrando transparência em suas atitudes. Organizações éticas e responsáveis fortalecem sua posição no mercado competitivo e criam uma imagem positiva na sociedade demonstrando confiança, cuidado e preocupação com o planeta. Qual a empresa que o consumidor confia? Os consumidores estão cada vez mais exigentes e a sua confiança se baseia nas premissas da quão correta uma empresa é. A credibilidade é a primeira observação a se fazer no momento de uma compra ou do fechamento de um negócio. Qual o grau de confiança nos é oferecido? A empresa investe no meio ambiente? Quais selos ela tem em sua embalagem? Ela é uma empresa verde? Essas e outras perguntas nos dão o respaldo necessário para dar credibilidade ou não de uma organização. Para que haja uma responsabilidade social atuante e contínua a organização deve buscar sempre a melhoria contínua, de forma a exercer a cooperação, a ética focando na sustentabilidade. Toda empresa deve obter uma estratégia de relações com os seus stakeholders (público estratégico). Neste contexto duas ações devem ser pensadas: 1º Qual o tipo de responsabilidade social eu posso aplicar em minha empresa e qual as demandas da comunidade? 2º Quem são os meus stakeholders? De acordo com essas ações a empresa pode desenvolver projetos voltados ao público alvo que deseja atingir, pois a responsabilidade empresarial está associada às respostas que uma organização relata a sociedade mediante as suas decisões. Os desafios da Responsabilidade Social e a Responsabilidade Social interna A atuação da responsabilidade social pode ser interna ou externa. Na atuação interna está relacionado à qualidade de vida no trabalho e dos recursos humanos da empresa. O que a empresa oferece ao seu funcionário? Alguns diferenciais oferecidos por empresas fazem a diferença na satisfação dos funcionários. Podem-se citar alguns programas como: Ginástica Laboral; Plano de Saúde; Plano de Saúde Extensivo a Dependentes; Auxílio Creche; Participação dos Lucros (PL); Plano odontológico; Ambiente de Trabalho Sadio; Boas Relações de Trabalho Acessibilidade; Relações com o meio ambiente (Apoio a Economia de água, Economia de Energia, Coleta Seletiva); Valorização dos Funcionários através de Salários Justos; Plano de Carreira. Esses e alguns outros programas internos demonstram a reponsabilidade da empresa com o seu público imediato: seus funcionários. O grau de satisfação dos funcionários é o primeiro indicativo da responsabilidade social da empresa. Vamos analisar? Imagine você sendo funcionário de uma empresa a qual oferece um plano de carreira, plano de saúde extensivo aos seus dependentes e participação nos lucros. Você sairia desta empresa para outra de mesmo salário mais que não te oferecesse estes benefícios? Provavelmente não, todo funcionário almeja por uma empresa que pense no seu bem estar físico e social. E qual o benefício de um funcionário satisfeito para a empresa? Um funcionário satisfeito é um funcionário que “veste a camisa da empresa”, que colabora e que participa das ações. Resumindo é um funcionário que se orgulha de fazer parte da organização. Um dos grandes desafios para a empresa no que diz respeito a responsabilidade social é o passo da migração da responsabilidade social internalista para externalista, o que exige mudanças dentro da empresa, a começar por investimentos financeiros, ou seja, exige um planejamento estratégico iniciando por um diagnóstico da situação atual da empresa até a meta final do conjunto de ações que a empresa tem por objetivo implantar. Uma empresa planejar significa considerar antecipadamente suas decisões. Neste sentido o planejamento avalia a situação de forma geral, verificar as dificuldades e se preparar para as possíveis dificuldades. Após esta análise será possível que a empresa apresente estratégias corretivas para os possíveis imprevistos e traças metas que possam se tornar realidade. O planejamento de uma empresa pode ser dividido em três tipos: o planejamento estratégico que dá prioridade a definição da missão e o tipo estratégia que será utilizada para que a empresa seja responsável socialmente; o planejamento gerencial que visa os tipos e a viabilidade de recursos necessários para que a meta seja posta em prática; planejamento operacional que tem objetivo garantir que as ações propostas sejam executadas. Dois grandes exemplos de estratégias de responsabilidade social são: ações sociais e ambientais. As ações sociais visam à preocupação com a sociedade de forma local, regional ou geral. Um grande exemplo é a transparência das atitudes da empresa para a população, os investimentos que a mesma faz e de que forma ela contribui para o desenvolvimento da região. Em relação ao meio ambiente a empresa deve incorporar conhecimentos e técnicas que sejam eticamente e economicamente desejáveis, mas que não intervenham na natureza, ou seja, a ação econômica não se desenvolve de forma promissora caso os recursos sejam comprometidos. Nesta linha de raciocínio a economia não deve estar voltada apenas para lucratividade, mas também nas ações sustentáveis. Resumindo, as ações ambientais em uma empresa têm por objetivo demonstrar de que forma a empresa contribui para a sustentabilidade e quais os seus projetos referentes ao meio ambiente. Um exemplo seria a empresa que investe em reflorestamento, que pratica a logística reversa ou que apoia a reciclagem. Paradigmas de Gestão das Organizações e o Terceiro Setor Quem são os setores e quais as suas responsabilidades? O primeiro setor corresponde ao governo que tem como responsabilidade as questões sociais. O segundo setor trata-se do privado, que tem como responsabilidade as questões individuais. O terceiro setor é caracterizado pelas ONG`s e organizações sem fins lucrativos. Este setor foi criado através da necessidade de ajuda ao Estado pelo setor privado em questões sociais. Quem são os personagens do terceiro setor? -Fundações -Entidades Beneficentes -Fundos Comunitários -Entidades sem fins lucrativos -Empresas com Responsabilidade Social -Empresas Doadoras -Elite Filantrópica -Pessoas Físicas Ozeas Silva Destacar -Imprensa -Empresas Juniores Sociais. Fundações: São instituições que fazem doações as instituições beneficentes. Entidades Beneficentes: São as associações que fazem os trabalhos sociais auxiliando idosos, crianças de rua, dependentes químicos, dão suporte a desabrigados, levam educação e projetos ambientais aos jovens, entre outros. Fundos Comunitários: São fundos administrados por empresários, ou seja, ao invés de cada empresa doar para uma entidade diferente todas doam para um fundo, o fundo comunitário. Entidades Sem Fins Lucrativos: São entidades sem geração de lucros. Empresa com Responsabilidade Social: São empresas que vão alémdo seu interesse pessoal promovendo uma produção com menos danos ao meio ambiente e colaborando com a sociedade. Empresas Doadoras: São empresas parceiras do terceiro setor. Elite Filantrópica: São as empresas com maior índice de parceria com o terceiro setor. Pessoas Físicas: São as pessoas que também participam deste processo e que não estão ligadas de forma direta a empresa. Imprensa: A imprensa tem o papel de divulgar as ações feitas pelo terceiro setor. Empresas Juniores Sociais: São empresas criadas por universitários com o intuito social. Nos dias atuais a alta tecnologia, a quantidade de informações que crescem a todo o momento faz cm que as empresas busquem novos desafios, para tal é necessário arriscar e inovar. A necessidade de crescimento faz com que as empresas lutem pela sua sobrevivem neste mercado competitivo e para que este objetivo seja alcançado é preciso utilizar práticas que resultem em benefícios. Há quatro paradigmas de gestão que auxiliam as empresas quando utilizados a alcançar os seus objetivos e os resultados esperados. Esses paradigmas são divididos em duas classes distintas: o paradigma de gestão e o paradigma de desempenho. O paradigma de gestão está embasado na compatibilidade e dinâmica dos valores enquanto que o paradigma de desempenho está direcionado a capacidade de promover lucros e o crescimento de forma a manter a sua sustentabilidade. Paradigma do desempenho: Neste paradigma verifica-se a capacidade da empresa gerar lucro, ou seja, o retorno deve ser maior que o capital investido. Quando uma empresa está na sua fase inicial de empreendimento será feito um estudo sobre o quão viável é esse empreendimento para que os investidores aportem seus recursos (capital de investimento). A este recurso oriundo dos investidores nomeamos de custo do capital. Para que a empresa atinja o objetivo deste paradigma e que a empresa gere lucro, se faz necessário que a taxa interna de retorno seja superior ao capital investido (custo de capital). Crescimento Sustentável: Para atingir este paradigma a empresa deve exercitar a gestão empresarial, ou seja, reinvestir parte dos lucros em sua atividade própria, não retirando para satisfação dos investidores. A prática da retirada do lucro para satisfações pessoais pode levar a desestabilização financeira. Reinvestir lucros é investir em longo prazo e manter os negócios. Paradigmas de Gestão – Compatibilização Este paradigma está voltado para o equilíbrio financeiro, ou seja, a empresa faz com que haja compatibilidade entre os prazos dos investimentos com os prazos dos recursos. Se tratando do terceiro setor neste paradigma ressalta-se que os recursos utilizados para este fim, em curto prazo devem priorizar estoques e vendas a prazo, financiando os movimentos circulantes. No caso dos recursos em longo prazo do terceiro setor prioriza-se a pesquisa, tecnologia e desenvolvimento. Dinâmica de Valores Circulantes: Neste paradigma se faz necessário que quanto maior o giro dos valores circulantes maior o retorno de recursos que foram investidos nele. Assim se estabelece vendas e lucros, ou seja, se as vendas crescem, aumenta o giro e conseqüentemente os lucros. ISO 26000 e a Responsabilidade Social A responsabilidade social faz com que a empresa tenha uma postura mais responsável demonstrando transparência em seus negócios. Neste âmbito a empresa não lida apenas com uma gestão interna que visa seus interesses pessoais, mas com uma gestão externa onde a empresa se envolve com projetos de ações sociais, culturais e ambientais. Deste modo a empresa constrói uma imagem de destaque tornando-se uma empresa diferenciada no mercado competitivo. Atualmente as empresas utilizam como base três indicadores da sustentabilidade corporativa são eles: (DSJI) Don Jones Sustainability Index, Global Reporting Initiative (GRI), Iniciativa do Instituto Ethos. O DSJI está voltado para os acionistas questionando a metodologia dos indicadores propostos. O GRI, por sua vez tem o foco nos stakeholders e o indicador do Instituto Ethos tem como base o Balanço Social do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas possuindo foco abrangente na questão social. Uma empresa pode promover a diminuição da poluição dentro e fora dela com algumas ações simples, tais como: • Melhoria da organização; • Mudanças de Procedimentos; • Substituição de Materiais e Insumos; • Programas Educacionais. ISO 26000 A ISO 26000 foi elaborada através de um processo que envolveu especialistas do mundo todo, tais como: os consumidores; governo; a indústria; os trabalhadores; as ONGs, academia entre outros com apoio de 40 organizações internacionais. Sua criação se deu pelo Working Group on Social Responsibility (ISO/TMB WG SR) com o objetivo de orientar à respeito da responsabilidade social, reconhecendo a responsabilidade social e o entrosamento das partes interessadas, os temas essenciais e as questões relacionadas à responsabilidade social. É interessante destacar que esta norma não oferece certificação e sim diretrizes para aplicação da responsabilidade social maximizando sua atuação com o desenvolvimento sustentável. A fim de esclarecer alguns aspectos ambientais esta norma conceitua alguns termos interessantes em se tratando de meio ambiente, empresa e normas. Abaixo seguem alguns desses termos e suas respectivas definições. Cadeia de suprimentos: É o nome dado a sequência de atividades que fornecem produtos ou serviços para as organizações. Organização: Entidade e instalações com um conjunto de responsabilidades e relações que possuem objetivos identificáveis. Grupo Vulnerável: É o grupo de indivíduos que compartilham uma ou várias características que são a base para discriminação ou circunstâncias adversas sociais, econômicas, culturais, políticas ou de saúde, e que os priva de meios para gozar seus direitos ou igualdade de oportunidades. De acordo com a norma a responsabilidade social na era da globalização traz mobilidade e maior acesso, pois a quantidade de disponibilidade de meios de comunicação instantânea cresceu muito nas últimas décadas. Este processo facilita a troca de informações beneficiando as empresas de forma a encontrar meios de solucionar seus problemas através da facilidade de disponibilidade de informações. Da mesma forma esta facilidade de obtenção de informações torna as organizações mais suscetíveis a avaliações de vários grupos distintos sendo comparada de maneira rápida a outra organização. Existem duas práticas da responsabilidade social que são extremamente importantes. Essas práticas são o reconhecimento da empresa da sua responsabilidade social e o seu entrosamento com as suas partes de interesse. A primeira prática, relacionada ao reconhecimento está no fato da organização identificar os impactos gerados por ela a cada decisão tomada, de que forma esses problemas são tratados e como a empresa contribui para o desenvolvimento sustentável. Destaca-se que as partes de interesse também devem reconhecer a responsabilidade social, ou seja, a organização deve se preocupar de que forma as suas decisões irão afetar as partes interessadas. As partes interessadas são aquelas que podem ser afetadas por quaisquer ações tomadas pela empresa. Neste processo existem três relações principais: A relação da organização com a sociedade, a relação da organização com as partes interessadas e a relação das partes interessadas com a sociedade. Entre as partes interessadas e a sociedade Convém que a organização compreenda a relação entre os interesses das partes interessadas que são afetados pela organização, por um lado, e as expectativas da sociedade por outro. Embora as partes interessadas sejam parte da sociedade, elas podem ter um interesse conflitante com as expectativas da sociedade. As partes interessadas têm interesses peculiares em relaçãoà organização, que podem ser distinguidos das expectativas da sociedade de comportamento socialmente responsável referente a uma determinada questão. Por exemplo, o interesse de um fornecedor em ser pago e o interesse da sociedade no cumprimento dos contratos podem ser perspectivas diferentes sobre uma mesma questão. A figura abaixo demonstra o processo entre as 3 relações. Fonte: Norma ISO 26000 Expectativas Interesses Impactos Impactos Sociedade e Meio Ambiente Organização Partes Interessadas No que tange a primeira relação, sociedade e organização destacam-se a necessidade da empresa reconhecer de que forma as suas decisões podem afetar a sociedade e o meio ambiente. A segunda relação por sua vez, organização e partes interessadas, cabe a empresa destacar e reconhecer quem são as suas partes interessadas e a terceira relação, partes interessadas e sociedade está embasada no reconhecimento dos interesses das partes interessadas que são de alguma forma afetada ou influenciada pela organização por um lado e da sociedade por outro lado, pois nem sempre as partes interessadas e a sociedade terão interesses em comum. A responsabilidade social envolve vários fatores que beneficia não só a empresa, mas também a população e as partes interessadas. Por exemplo, uma área que não apresente poluição é mais valorizada do que uma poluída, principalmente para compra e venda. A população também ganha quando a empresa disponibiliza projetos sociais na região, a população passa a usufruir de serviços de forma gratuita, alguns exemplos são cursos oferecidos a população e recuperação de áreas degradadas. A empresa por sua vez, com a prática da responsabilidade social ganha credibilidade no mercado, ganha a simpatia da população e conseqüentemente consegue mais clientes e vende mais. Introdução ao Meio Ambiente e Ecologia Geral A ecologia é a ciência que estuda o relacionamento dos seres vivos com o meio ambiente. Pode-se definir como meio ambiente o ambiente que nos rodeia, ou seja, as condições químicas, físicas e biológicas. O meio ambiente tem total relação com o clima, as mudanças climáticas podem ser afetadas pela destruição ambiental, no que diz respeito à poluição atmosférica, desmatamentos que leva a perda de habitat e poluição hídrica. O hábitat de um animal é o lugar que ele vive, onde existem condições favoráveis a sua sobrevivência, onde o animal tem condições de se nutrir, desenvolver e procriar. O nicho ecológico é como uma espécie satisfaz suas necessidades em uma comunidade. Dentro deste âmbito temos algumas definições importantes: A biosfera é a região do planeta onde vivem os seres vivos cuja vida é possível. A litosfera é a camada sólida da Terra superficial formada pelos solos e rochas e localizada acima do nível das águas. A hidrosfera é constituída pelo ambiente líquido, ou seja, rios, oceanos e lagos. A atmosfera é a camada de ar que envolve a Terra. Os recursos naturais são de grande importância, pois através deles mantemos a vida no planeta. Porém, estes recursos nem sempre são infinitos e sua inexistência pode trazer prejuízos à sociedade. Os recursos naturais são divididos em recursos renováveis e recursos não renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que pode regenerar na natureza. Os recursos não renováveis são aqueles que não podem ser recolocados na natureza. É interessante destacar que a natureza para manter o seu equilíbrio deve ter seus ciclos biogeoquímicos em equilíbrio. Os ciclos biogeoquímicos representam o movimento de elementos químicos de maneira cíclica no meio ambiente. Existem vários ciclos, mas três ciclos em especial merecem destaques: ciclo do carbono, ciclo do nitrogênio e o ciclo da água. O ciclo do carbono merece destaque em virtude da sua relação com o quantitativo de dióxido. A matéria orgânica é constituída de carbono. No ar o carbono está na forma de CO2. Neste ciclo o dióxido de carbono é fixado pelas plantas através da fotossíntese e transformado em oxigênio. Quando em contato com a água (umidade do ar) o dióxido de carbono forma ácido carbono. O ciclo do nitrogênio é essencial para o solo. No atmosférico o nitrogênio é um gás em abundância e se encontra na forma de N2. A fixação ocorre quando o nitrogênio é transformado em nitrato ou ácido nítrico, este nitrogênio é transformado em proteínas e absorvido pelos vegetais. O ciclo da água é composto de algumas etapas principais. O ciclo se inicia com a evaporação da água das camadas líquidas do solo superficiais através da radiação solar. Após esta etapa ocorre a formação das nuvens, a condensação e posteriormente a precipitação ao qual chamamos de chuva. A água oriunda da chuva pode se infiltrar no solo ou escoar superficialmente até rios, lagos e oceanos. Uso Sustentável dos Recursos Naturais, Desenvolvimento e Aquecimento Global Em uma empresa o objetivo ambientalmente responsável e a favor do desenvolvimento sustentável é garantir a preservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais. De que forma uma empresa pode fazer uso de recursos de maneira sustentável? O planejamento se inicia com a escolha da matéria prima, de onde ela vem e quais os impactos para a sua geração. Posteriormente, a análise se volta para o processamento dessa matéria prima e quais poluentes ela pode gerar neste processamento, como por exemplo, se o processamento envolve queima, quais gases geram, ao final do processo temos resíduos? Outra forma de praticar o desenvolvimento sustentável na empresa é seguir algumas normas: Em primeiro lugar a empresa deve pensar: Podemos produzir sem gerar resíduos? Caso isso não seja possível, podemos reduzir o quantitativo de resíduos gerados? Caso as duas opções anteriores não possam ser alcançadas pode-se aplicar as opções de reuso e de reciclagem. O reuso é quando o material não sofre transformação e será utilizado na mesma finalidade. A reciclagem é quando o material é transformado e recebe uma nova funcionalidade. Outro fator muito importante é sobre o tratamento e a destinação do resíduo gerado na empresa. O tratamento de um resíduo é realizado de acordo com as suas características e o mesmo deve ser disposto de forma correta. Aquecimento Global O aquecimento global é um fenômeno de aquecimento através de gases poluentes. A poluição atmosférica agrava alguns fenômenos naturais e implica em conseqüências sérias a humanidade trazendo total desequilíbrio ao ecossistema. Alguns dos fenômenos que poluem o meio ambiente causando o desequilíbrio no ecossistema são: o agravamento do efeito estufa, a chuva ácida, o buraco na camada de ozônio e o smog fotoquímico. O efeito estufa é um fenômeno natural responsável por manter e temperatura do planeta. O problema relacionado a este fenômeno está no aumento da concentração de gases estufa como dióxido de carbono, oriundo da queima de combustíveis e do metano, oriundo do lixo e da agropecuária. Estes gases formam uma camada de bloqueio retendo o calor. A conseqüência principal deste aumento de temperatura é o derretimento das geleiras. Outro fenômeno relacionado à poluição é a chuva ácida formada pela umidade do ar com gases poluentes. Essa junção forma pequenas concentrações de ácidos que precipitam na forma de chuva. É interessante destacar que quanto maior a concentração de poluentes maior a acidez dessa chuva. Este índice de acidez é medido através de uma escala de pH que varia de 0 a 14. Normalmente o pH da chuva ácida é em torno de 5,5, podendo chegar a 3,5 dependendo do grau de poluição. As conseqüências da chuva ácida são a queima da vegetação e a corrosão de estátuas. O smog fotoquímico é um fenômeno formado pela junção de três fatores: quantidade suficiente de poluentes, altas temperaturas e luz solar. O smog é uma reação de hidrocarbonetos com gases como NO e NO2.O seu principal componente é o ozônio. O buraco na camada de ozônio ocorre pela destruição do ozônio por gases conhecidos como CFC`s (clorofluorcabono) que através de reações químicas transformam o ozônio em gás oxigênio e óxido de cloro. A camada de ozônio é de suma importância para o meio ambiente, pois protege a Terra da incidência de raios ultravioletas e sua destruição aumentaria o quantitativo de entrada dessa radiação no planeta tendo como conseqüência a incidência de doenças como câncer de pele. Como se pode perceber a preservação do meio ambiente é essencial para o equilíbrio destes fenômenos e a manutenção dos recursos. Ozeas Silva Destacar Protocolo de Kyoto O protocolo foi um documento internacional com o objetivo de reduzir a emissão de gases poluentes, o mesmo foi ratificado em 15 de março de 1998. O total é de 192 países participando deste acordo ambiental, porém vale ressaltar que os Estados Unidos, país com maior índice de poluição não participou do acordo alegando que a diminuição da poluição comprometeria o seu desenvolvimento econômico. O intuito do protocolo foi a redução de alguns gases que são emitidos principalmente por indústrias. São eles: dióxido de carbono, gás metano, óxido nitroso, hidrocarbonetos fluorados, hidrocarbonetos perfluorados e hexafluoreto de enxofre. No protocolo foram instituídas ações comuns que os países participantes devem seguir como proteger suas florestas e áreas verdes, racionar energia e manter seu uso consciente e diminuir as emissões de metano oriundo em grande parte da decomposição da matéria orgânica. Gestão Ambiental nas Empresas, Estratégias e Instrumentos de Gestão Ambiental- ISO 14000 Com o intuito de minimizar custos, ter uma boa repercussão no mercado competitivo e lucratividade as empresas adotam de estratégias e instrumentos para uma melhor avaliação e manutenção dos seus resultados sociais, econômicos e culturais. Uma empresa que tem por objetivo praticar a gestão ambiental deve montar e implantar um sistema de gestão ambiental e uma política ambiental. A gestão ambiental tem como objetivo principal administrar suas atividades econômicas e sociais com o objetivo da utilização racional dos recursos naturais renováveis ou não renováveis. O enfoque da gestão ambiental está na preservação da biodiversidade, redução dos impactos ambientais negativos e a reciclagem. Para direcionar a montagem de sistema as empresas utilizam as normas da série ISO 14000. As normas desta série visam padronização as questões ambientais das organizações de qualquer tipo usando sistemas de monitoramento, avaliações, auditorias internas e externas e certificações com o objetivo de reduzir ou eliminar impactos ambientais. Destaca-se que dentro das normas da família ISO a única que possibilita a obtenção de certificação é a ISO 14001, pois, a mesma descreve os critérios de avaliação e verificação de um sistema de gestão ambiental (SGA). A certificação ISO 14001 é aplicável a qualquer de organização e não está relacionada ao porte da empresa e nem ao seja o aspecto geográfico. Porém para a busca desta certificação a empresa e todos os seus funcionários independentes de níveis hierárquicos devem estar comprometidos nesta missão. Ozeas Silva Destacar Quando minha empresa deve optar por um sistema de gestão ambiental? Existem alguns fatores importantes que devem ser considerados para indagar se a empresa necessita ou não de implantar um sistema de gestão ambiental. 1º A minha organização necessita atender alguma legislação ambiental? 2º A empresa precisa melhorar a sua visão e práticas ambientais? 3º Os profissionais da organização estão comprometendo seu tempo com as demandas ambientais? 5. Os objetivos da empresa estão relacionados com objetivos ambientais? Por que optar por um SGA? Quais as vantagens para a organização? Em primeiro lugar pode-se destacar o acesso a novos mercados e novos clientes, pois uma empresa que possui um sistema de gestão ambiental consistente e divulgado fortalece o nome da sua marca e dos seus produtos. Em segundo pode-se citar a eliminação de riscos e acidentes ambientais. A partir do momento que a empresa implanta um SGA se torna mais fácil a identificação de problemas, ou seja, a empresa apresenta um processo mais controlado. Outro fator que contribui muito para a empresa é que através deste sistema a empresa evita o desperdício o que traz lucratividade a organização. A melhoria da imagem é outra questão benéfica, pois uma empresa com este sistema torna seus funcionários mais seguros melhorando sua relação com sindicatos. Outro fator que merece destaque é que a partir da melhoria desta imagem a organização tem facilidade para obtenção de crédito e seguros mais baratos. Existe algum preparativo para a implantação do SGA? Sim, antes da efetivação do sistema de gestão ambiental a empresa deve contar com o comprometimento da alta direção, contratar ou indicar um gestor ambiental, verificar quais as necessidades humanas e financeiras, avaliar a sua situação atual através de auditorias e verificar quem serão os funcionários responsáveis. O planejamento de um SGA é essencial para assegurar a sua efetiva implantação. Neste planejamento a empresa deverá verificar se existe a necessidade de consultoria externa, definir os dias e periodicidade das reuniões com os funcionários envolvidos, quem será o órgão certificador, elaborar a política ambiental, verificar os princípios legais para a sua produção, definir suas metas ambientais, definir prioridades, treinamento dos funcionários, organização dos documentos, identificar e planejar ações emergenciais, monitorar suas ações e definir o sistema de gestão ambiental a ser implantado. Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar As agências de certificação ambiental mais conhecidas no Brasil são: American Bureau of Shipping (ABQ – QE), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Bureau Veritas Certification e Det Norske Veritas (DNV). A política ambiental de uma organização tem por objetivo estruturar ações e definir os objetivos e metas ambientais. A política ambiental de uma empresa ser apropriada à sua e aos possíveis impactos ambientais oriundos das suas atividades, da geração dos seus produtos e serviços, se comprometer com a melhoria contínua de seus processos, atender os requisitos legais aplicáveis, ou seja, seguir a legislação pertinente, fornecer estrutura para que as metas possam ser alcançadas, ser documentada e mantida, estar disponível para o público e para todos que trabalhem para a empresa, o que inclui firmas terceirizadas. Quais as características devem conter as metas e objetivos que serão estipulados pela organização? Devem ser documentados e divulgados; Precisam ser mensuráveis, ou seja, de 0 a 100%; Precisam estar de acordo com a Política Ambiental; Estar de acordo com os requisitos prescritos pela organização. Serem alcançáveis; Devem ser revisados rotineiramente; Qual a seqüência de trabalho? Nem sempre há garantia da empresa atingir eficiência de 100% e alguns resultados negativos podem ocorrer. Neste caso, verificar o que determinou o resultado negativo e desenvolver ações preventivas e corretivas, reavaliar seus objetivos e metas que muitas vezes não há condições de serem alcançáveis e por último reavaliar sua política. As ações corretivas são identificadas através do processo de monitoramento da empresa, este monitoramento se faz importante para identificar as suas principais de suas execuções que possam ter um impacto significativo e verificar as não conformidades. Como identificar as não conformidades? Identificar impactos ambientais Definir objetivos ambientais Fixar metas ambientais As não conformidades podem ser identificadas através do monitoramento ambiental, auditoriase sugestões de funcionários e reclamações de clientes. Em alguns casos a ineficiência do processo está na não uniformidade das ações e dos funcionários. Um exemplo está na falta ou na baixa rotina de treinamento de funcionários que podem ter como conseqüências acidentes de trabalho e acidentes ambientais. Quando a empresa deve oferecer treinamento aos seus funcionários? 1. Quando houver admissão de funcionários; 2. Quando um funcionário assumir uma nova função ou for deslocado temporariamente para cobrir um funcionário em outro setor; 3. Quando for verificado algum tipo de erro na produção; 4. Quando os métodos utilizados forem modernizados; 5. Quando novos equipamentos forem comprados; 6. Quando os objetivos, metas ou a política for modificada; 7. Quando as legislações sofrerem atualização; 8. Quando as metas do SGA não forem atendidas. As auditorias em uma empresa podem ser internas e governamentais. As auditorias internas são aquelas realizadas pela própria empresa ou por consultorias externas. As auditorias internas têm por objetivo assegurar que o SGA está em conformidade com os requisitos da Norma ISO 14001. As auditorias governamentais ou externas são aquelas que visam uma certificação e só devem ser solicitadas quando o sistema de gestão ambiental estiver funcionando de forma adequada. Vale ressaltar que em uma auditoria externa o auditor deverá ser ético, demonstrar cuidado profissional e abordagens baseadas sempre em evidências. Vantagens e Desvantagens de uma auditoria: Vantagens: Identificar e registrar o que está dentro das conformidades e das não-conformidades com a legislação e com a política ambiental da empresa; Melhoria da imagem da empresa junto à sociedade. Promover a conscientização ambiental dos funcionários e daqueles que agem em nome da empresa. Minimizar os resíduos gerados durante os processos. Desvantagens: Necessidade de compra de recursos para implementar o sistema de auditoria ambiental. Possibilidade de despesas inesperadas para a correção das não-conformidades. Contratação de consultorias externas. SGI- Sistema de Gestão Integrada O sistema de gestão integrada visa em uma empresa harmonizar os setores de qualidade, meio ambiente, segurança e saúde. Quais as vantagens de um SGI? A empresa consegue reduzir seus custos, pode alcançar a certificação; Promover a conscientização e comprometimento dos seus funcionários e das firmas prestadoras de serviço; Melhorar o desempenho da produção; Estabelecer indicadores de desempenho; Traz como benefício credibilidade à imagem da empresa. Qualidade A qualidade esta relacionada a um novo paradigma associado à rapidez da evolução tecnológica. A sociedade e o mercado internacional cada vez mais exigem dos produtos e principalmente das relações e diferenciais de cada empresa. Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que a comunicação passou a ser intensificada levando notícias e acontecimentos a várias partes do mundo. O marco da comunicação ocorreu na década de 70 pelo avanço tecnológico da época e pelas mudanças ocorridas no que tange os documentos de comunicação. A ISO 9000 norma internacional referente à qualidade foi aprovada no ano de 80 e está baseada nas normas britânicas de qualidade. Esta norma abrange terminologias, conceitos para evolução da qualidade. Nos dias atuais a qualidade empresarial industrial está compreendida no processo da melhoria contínua e nas atuais necessidades da população. Ozeas Silva Destacar Ozeas Silva Destacar Qualidade e o Impacto nas Organizações A qualidade em uma empresa é a busca permanente da excelência mantendo a harmonia nos processos e aumentando continuamente sua produtividade. Para atingir tal meta se faz necessário alguns processos: o custo operacional, racionar recursos, estabilidade no padrão e flexibilidade nas alterações. Por quê? Quando se trata de operação outra variável também está envolvida, “a segurança”, isto envolve custo, aumentar a demanda significa aumentar o número de maquinários e de funcionários e aumentar a quantidade de treinamentos, equipamentos de proteção e possivelmente gastos com acidentes de trabalho, se for o caso. Se tratando da estabilidade no padrão faz-se referência a empresa manter sua credibilidade no produto e no processo juntamente com o aumento da produtividade, ou seja, produzir mais com a mesma qualidade ou melhor do que a de antes. No que tange a flexibilidade nas alterações significa a empresa estar preparada para evoluir em seus produtos, mantendo sempre a qualidade, ou seja, evoluir tecnologicamente sem perder o padrão de excelência. A sigla ISO denomina Organização Internacional de Padronização, é uma organização não governamental que está presente em cerca de 120 países. Foi fundada em 1947 em Genebra e a sua função é promover a normalização de produtos e serviços, utilizando determinadas normas, para que a qualidade dos produtos seja sempre melhorada. A série de normas ISO 9000, foi publicada em 1987, e desde então já sofreu ciclos de melhoria. A ISO 9000 é uma concentração de normas que formam um modelo de gestão da qualidade para organizações que desejam certificar os seus sistemas de gestão através de organismos de certificação. Foi elaborada através de um consenso internacional sobre as práticas que uma empresa pode tomar a fim de atender plenamente os requisitos de qualidade do cliente. A ISO 9000 não fixa metas a serem atingidas pelas empresas a serem certificadas, mas sim a própria empresa quem estabelece as metas a serem atingidas. A ISO 9001-2000 combina as três normas 9001, 9002 e 9003 em uma, agora chamada 9001 sendo que a norma ISO 9001, expõe as exigências a satisfazer quando a atividade de uma empresa envolve concepção, a ISSO 9002, estabelece as exigências equivalentes quando a empresa não se dedica à concepção e desenvolvimento e a ISO 9003 é o modelo equivalente para os casos em que não se exigem controlo da concepção e controle do processo. A versão 2000 procura fazer uma mudança radical na forma de pensar, estabelecendo o conceito de controlo antes e durante o processo exigindo também o envolvimento da direcção da empresa, para fazer a integração da qualidade dentro da empresa definindo um responsável pelas ações da qualidade. Contudo a principal mudança na norma foi a introdução da visão de foco no cliente, antes o cliente era visto como externo à organização, agora o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) considera o cliente dentro do sistema da Organização. A qualidade é considerada como uma variável de múltiplas dimensões e definida pelo cliente, pelas suas necessidades e desejos. Um sistema de qualidade, por si próprio, não conduz automaticamente à melhoria dos processos de trabalho ou da qualidade do produto, nem resolve todos os seus problemas. Esta norma requer que a empresa defina por escrito a sua política de qualidade e como tal é nomeado uma pessoa com autoridade de direção para assumir a responsabilidade global pelo sistema da qualidade. Para assegurar que todo o sistema da qualidade é abrangido, deve adoptar procedimentos normalizados, que inclui nomeadamente problemas de qualidade e ações empreendidas, reclamações, como está o sistema a funcionar e se os objetivos estão a ser cumpridos. De modo a realizar todas as inspeções e ensaios finais de acordo com o plano da qualidade e para comprovar a conformidade do produto acabado com os requisitos especificados é necessário a existência de um manual da qualidade que inclua os procedimentos do sistema de qualidade estabelecendo e mantendo registos com a inspeção e os ensaios efetuados. O equipamento também deve ser controlado, calibrado mantendo o equipamento de inspeção, medição e ensaio utilizado, para demonstrar a conformidade do serviço com os requisitos especificados. A empresa deve implementar açõescorretivas e preventivas para eliminar as causas reais ou potenciais de não conformidades. A organização deve seguir alguns passos e atender a alguns requisitos da ISO 9001 para ser certificada. De entre esses requisitos podemos citar: - Padronização de todos os processos chaves do negócio, processos que afetam o produto e consequentemente o cliente; - Monitoramento e medição dos processos de fabricação para assegurar a qualidade do produto/serviço, através de indicadores de performance e desvios; - Implementar e manter os registros adequados e necessários para garantir a rastreabilidade do processo; - Inspeção de qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando necessário; - Revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para garantir sua eficácia. Só atuando dentro destes parâmetros atrás definidos, uma empresa pode ser certificada, segundo as normas ISO 9000. O Processo de certificação é efetuado por uma entidade independente devidamente credenciada, que exige que todo o processo funcione com rigor e responsabilidade. Uma empresa certificada dá garantias de possuir pessoal qualificado, meios de controlo e procedimentos de rotina, que permitem avaliar o processo a todo o momento. ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental Os impactos ambientais gerados pelo desenvolvimento industrial e económico do mundo atual constitui um grande problema para autoridades e organizações ambientais, assim no início da década de 90, a ISO viu a necessidade de desenvolver normas que falasse da questão ambiental e tivesse como intuito a padronização dos processos de empresas que utilizassem recursos tirados da natureza e/ou causassem algum dano ambiental decorrente de suas atividades. Em Setembro de 1996, foi aprovada a norma ISO 14000/14001. Esta norma estabelece as diretrizes básicas para o desenvolvimento de um sistema que gere a questão ambiental dentro da empresa, ou seja, um sistema de gestão ambiental. A norma 14000 não define de forma detalhada um conjunto de prescrições para a administração de um sistema, mas sim os requisitos estruturais para a sua implementação. A integração de questões ambientais nos sistemas de gestão das organizações desempenha um papel inquestionável na satisfação das mais variadas necessidades socio-econômicas, ao assegurar a optimização na utilização de recursos naturais, proteção do meio ambiente e a redução da poluição, pela gestão do impacto das suas atividades. A certificação de sistemas de gestão ambiental, constitui uma ferramenta essencial para as organizações que pretendam alcançar uma confiança acrescida por parte dos clientes, colaboradores, comunidade envolvente e sociedade, através da demonstração do compromisso voluntário com a melhoria contínua do seu desempenho ambiental. A ISO 14001, especifica os requisitos necessários para o estabelecimento de uma estratégia ambiental, que permite determinar os impactos ambientais de produtos, atividades e serviços, planificar objetivos ambientais, implementar e colocar em prática programas para atingir os objetivos definidos, atuações de verificação e correção, revisão do sistema implantado, etc. Toda a estratégia ambiental deve ser registada num documento escrito, bem como toda a documentação em que se indiquem os planos, objetivos e metas. A série de normas sobre gestão ambiental, ISO 14001, está dividida em oito grupos: _ Sistemas de Gestão Ambiental; _ Auditorias ambientais; Avaliação de performance ambiental; _ Ciclo de vida do produto; _ Termos e definições; _ Aspectos ambientais em normas de produtos; _ Futuras aplicações. Um dos objetivos da ISO 14001, é o de permitir uma boa relação entre a opinião pública e a empresa, garantindo um elevado nível de segurança com custos razoáveis e reduzindo o número de incidentes, o que incrementa o clima de segurança do público. São especificadas as definições para os seguintes termos utilizados na norma: melhoria contínua; ambiente; aspecto ambiental; impacto ambiental, sistema de gestão ambiental; sistema de auditoria da gestão ambiental; objetivo ambiental; desempenho ambiental; política ambiental; meta ambiental; parte interessada, organização. Os certificados de gestão ambiental da série ISO 14000 atestam a responsabilidade ambiental no desenvolvimento das atividades de uma organização. Para a obtenção e manutenção do certificado ISO 14000, a organização tem que se submeter a auditorias periódicas, realizadas por uma empresa certificadora, credenciada e reconhecida pelos organismos nacionais e internacionais. Nas auditorias efetuadas é verificado o cumprimento de requisitos tais como: cumprimento da legislação ambiental; diagnóstico atualizado dos aspectos e impactos ambientais de cada atividade; procedimentos padrões e planos de ação para eliminar ou diminuir os impactos ambientais sobre os aspectos ambientais; pessoal devidamente treinado e qualificado. A norma ISO 26000 foi publicada em dezembro de 2010, após cinco anos de debate entre especialistas oriundos de quase uma centena de países e de seis segmentos sociais (trabalhadores, governos, empresas, consumidores, organizações não governamentais e outros). A participação dos trabalhadores ocorreu por meio de especialistas vinculados às centrais sindicais de vários países, liderados pela Confederação Sindical Internacional (CSI). O Brasil foi bastante ativo na elaboração da norma, a começar pela composição da presidência do grupo de trabalho, dividido entre os representantes da ABNT e do Instituto de Normalização da Suécia (SIS – Swedish Standard Institute). Uma questão relevante é que as contribuições de especialistas brasileiros em todas as etapas do processo permitiram incorporar, ao conteúdo da norma, inúmeras sugestões e propostas vindas do Brasil. A norma fornece orientações sobre princípios e práticas de responsabilidade social dirigidas a organizações de qualquer natureza, não apenas para empresas. Sendo uma norma de orientação, a ISO 26000 não é passível de certificação, pois não contém a especificação de requisitos a serem verificados para a outorga de um certificado. A ISO 26000 tomou por base as normas, tratados, convenções e outros documentos intergovernamentais, inclusive as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), como base para a definição das suas recomendações de conteúdo. Com isso, procurou respeitar as normas obrigatórias adotadas por amplo consenso entre nações e representantes da sociedade internacional. Portanto, houve o reconhecimento da autoridade de governos e organismos intergovernamentais para a fixação dos requisitos de responsabilidade social para as organizações. Considerando o conteúdo da norma, vale destacar a definição de “responsabilidade social” que foi adotada e que se constituiu numa base para o restante do documento. Para a ISO, responsabilidade social significa: “responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades sobre a sociedade e o meio ambiente, através de comportamento ético e transparente que: o contribua para o desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e bem-estar da sociedade; o leve em consideração as expectativas das partes interessadas; o esteja de acordo com a legislação pertinente e com as normas internacionais de comportamento; e o esteja integrado à organização como um todo e praticado em seus relacionamentos. Esta definição relaciona a responsabilidade social ao comportamento diante de impactos causados pela organização sobre a sociedade e o meio ambiente, por suas atividades cotidianas ou eventuais, o que não se confunde com ações sociais e filantrópicas. Ao falar de desenvolvimento sustentável, a norma alerta para a dimensão social, que é frequentemente relegada a segundo plano pelas empresas. Mais adiante, o texto explica que o conceito de desenvolvimento sustentáveltem como foco o planeta como um todo, abrangendo o meio ambiente e a sociedade humana, e que a responsabilidade social tem a ver com a contribuição de uma organização para este desenvolvimento. As normas internacionais de comportamento relacionam-se com as expectativas de um comportamento organizacional socialmente responsável respaldado pelas leis internacionais, tratados e convenções reconhecidas universalmente. Afinal, a responsabilidade social das organizações, incluindo as empresas, deve ser definida pela sociedade através de seus mecanismos políticos e jurídicos, e não por uma interpretação autônoma por parte das empresas. Outro ponto importante da norma é o conceito de parte interessada, que na ISO 26000 é definido pelo interesse que indivíduos ou grupos mantêm em relação às atividades e decisões da organização. O interesse, neste caso, não é a mera curiosidade, mas uma relação que dê base a reivindicações ou direitos, não apenas financeiros ou legais, mas também morais e éticos. Outra parte importante da ISO 26000 é um conjunto de princípios gerais que orientam a responsabilidade social em qualquer situação, sendo eles: Accountability4; Transparência; Comportamento ético; Respeito aos interesses das partes interessadas; Respeito ao Estado de Direito; Respeito às normas internacionais de comportamento e Respeito aos direitos humanos. Reconhecimento da responsabilidade social e engajamento das partes interessadas Para que uma organização consiga identificar quais são as suas responsabilidades sociais, a ISO 26000 diz que ela deve considerar um conjunto de áreas temáticas, ou temas centrais. Estes temas, fortemente interrelacionados, são: governança organizacional, direitos humanos, práticas trabalhistas, meio ambiente, práticas operacionais justas, direitos dos consumidores, envolvimento comunitário e desenvolvimento. Para cada um destes temas, a ISO 26000 apresenta princípios de conduta, considerações e sugestões de comportamento. Vale notar que a perspectiva adotada na norma foi a de que a responsabilidade de uma organização, em certas situações, se estende às atividades de outras organizações. mantenha relacionamento (que estejam em sua esfera de influência), isto inclui partes ou toda a sua cadeia produtiva ou cadeia de valor5, órgãos associativos, parceiros e competidores. Muitas vezes, a responsabilidade de uma organização já está bem identificada nas leis e regulamentos de um país. Mas, em outros casos, a identificação das responsabilidades sociais passa também pelo diálogo e engajamento com as chamadas partes interessadas (Stakeholders). Para saber quem são as partes interessadas é preciso avaliar quem é, ou pode ser, impactado pelas atividades da organização. Em seguida, a organização também deve avaliar a relação entre os interesses dessas partes e o desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e o bem-estar social. A partir daí, deve-se estabelecer um engajamento com as partes interessadas, o que significa discussão e tratamento dos impactos reais ou potenciais. O engajamento com as partes interessadas pode assumir diversas formas, mas é basicamente um processo interativo, de mão-dupla, que pressupõe independência, autenticidade e representatividade das partes interessadas em relação à organização. Entre outras coisas, o engajamento pode contribuir para o tratamento de conflitos de interesses entre partes interessadas e a organização, subsidiar o processo decisório da organização e ajudar a evitar impactos adversos de suas decisões. A prática da negociação coletiva e do diálogo social entre empregadores e trabalhadores pode ser considerada como forma de engajamento das partes interessadas.
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