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40 Unidade II Unidade II Continuaremos estudando o membro superior, evoluindo para o complexo articular do cotovelo e, a seguir, o complexo articular do punho e da mão, passando pelo exame físico, pela inspeção e pela palpação dessas articulações e suas estruturas. Também falaremos sobre como realizar a goniometria dessas articulações em todos os movimentos estudados, sobre a avaliação da força muscular e alguns testes especiais. 3 COMPLEXO ARTICULAR DO COTOVELO 3.1 Descrição O complexo do cotovelo é uma articulação do tipo gínglimo ou dobradiça e apresenta quatro articulações que se ligam entre si. Os movimentos principais do cotovelo são a flexão e a extensão, que acabam facilitando o ajuste dos movimentos de vida diária do membro superior. As articulações são: umeroulnar, umerorradial, radioulnar proximal e radioulnar distal. As duas primeiras se articulam e fazem os movimentos do cotovelo; as outras, do antebraço. 3.2 Exame físico Inspeção É necessário verificar algumas informações da região cutânea do cotovelo: aspecto, coloração, volume, relevo muscular, alterações ósseas e cicatrizes. • Vista lateral: — volume articular, atrofia muscular (artrites/epicondilites); — côndilos, epicôndilo lateral, cabeça do rádio (testar com pronossupinação, 80º de cotovelo); — musculatura extensora/supinadora, ligamento lateral; — dor difusa na cabeça do rádio (neuropatia), dermátomos de polegar e indicador. 41 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA Figura 19 – Vista lateral do cotovelo • Vista medial: — epicôndilo medial, nervo ulnar (formato cilíndrico); — musculatura flexora/pronadora (de lateral para medial); — ligamento colateral média (epicôndilo medial); — sensibilidade pelos dermátomos (dedo mínimo e anular). Figura 20 – Vista medial do cotovelo • Vista anterior: — ângulo de carregamento entre úmero e antebraço em extensão, sempre comparativo (alterações da placa de crescimento, deformidades, valgo, varo): homem: 10º; mulheres: 13º; 42 Unidade II — fossa cubital com músculos braquial e pronador redondo; — nervo cutâneo lateral, tendão do bíceps, artéria braquial e nervo medial (de lateral para medial). Figura 21 – Vista anterior do cotovelo • Vista posterior: — articulação umeroulnar/umerorradial (alterações ósseas: epicôndilo lateral, epicôndilo medial, olécrano, formando o triângulo equilátero a 90º, com cotovelo fletido e uma linha reta com cotovelo em extensão); — fossa olecraniana (bursites), nódulos, massa muscular; — aponeurose do músculo tríceps, tecido adiposo. Figura 22 – Vista posterior do cotovelo 43 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA Lembrete A inspeção do cotovelo deve considerar as alterações presentes no complexo articular do ombro e na articulação do punho e da mão, devido à sua direta inter-relação. Palpação do cotovelo O cotovelo pode ser palpado muito facilmente com o paciente sentado ou deitado em supino. O clínico deve flexionar o cotovelo do paciente em, aproximadamente, 70º a 90º e suportar o antebraço com uma mão enquanto faz a palpação com a outra. Todas as estruturas são facilmente palpáveis nessa posição. E A B C D A: Epicôndilo medial B: Epicôndilo lateral C: Olécrano D: Sulco do nervo ulnar E: Tendão do tríceps braquial Figura 23 – Estruturas da região posterior do cotovelo Epicôndilo medial e lateral Ainda na região distal do úmero, temos os epicôndilos medial e lateral. O epicôndilo medial é maior e mais bem definido que o epicôndilo lateral. Logo acima dos epicôndilos, temos as cristas supracondilianas lateral e medial, sendo que a medial necessita de uma palpação mais profunda que a lateral. • Olécrano: o processo olécrano está localizado na região mais distal do braço, na região posterior, entre os dois epicôndilos. O olécrano torna-se mais proeminente com a flexão de cotovelo. • Sulco do nervo ulnar/nervo ulnar: entre o epicôndilo medial e o olécrano, temos o sulco no nervo ulnar. O nervo ulnar está localizado no sulco e pode ser facilmente palpado com o cotovelo semifletido e deslizando os dedos sobre o sulco. 44 Unidade II A: Cabeça do rádio B: Tendão do bíceps C: Fossa cubital B CA Figura 24 – Estruturas da região anterior do cotovelo • Cabeça do rádio: na região lateral do cotovelo, abaixo do epicôndilo lateral, temos a linha articular e, logo abaixo, podemos palpar a cabeça do rádio, sendo essa uma estrutura lisa e arredondada. Com o cotovelo semiflexionado e realizando um movimento de pronação e supinação, a palpação torna-se mais acessível. • Bíceps braquial: o seu ventre muscular está localizado em toda a região anterior do braço. Para evidenciar as porções do bíceps, é necessária uma contração isométrica de flexão de cotovelo. Com uma mão, deve-se palpar o ventre do bíceps, separando a cabeça longa, posicionada mais lateralmente, e a cabeça curta, posicionada mais medialmente. Na região mais distal, podemos palpar o tendão da inserção do bíceps na fossa cubital. • Tríceps braquial: na região posterior do braço, temos o músculo tríceps braquial. Com uma extensão isométrica resistida, conseguimos evidenciar melhor as suas porções, tendo a cabeça longa medialmente, começando lateralmente à prega axilar. Entre a cabeça longa e a lateral, é possível visualizar um sulco, onde se localiza a cabeça medial na distal e medial da parte posterior do braço. Ambas as porções se unem no terço distal da região posterior do braço para formar o tendão, que irá se inserir no processo olécrano. • Ligamentos colaterais: na extremidade lateral e medial da articulação do cotovelo, estão localizados os ligamentos colaterais. O ligamento colateral radial se estende do epicôndilo lateral até a cabeça do rádio. E o ligamento colateral ulnar vai do epicôndilo medial até a região anterior do terço proximal da ulna, próximo à incisura troclear. Esses ligamentos podem não ser diretamente palpáveis, mas a área na qual eles se localizam podem estar sensíveis ao toque em caso de uma inflamação local. 45 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA • Fossa cubital: na região anterior do cotovelo, temos a fossa cubital, que é uma área triangular e côncava, limitada superiormente por uma linha que interliga os epicôndilos do úmero, medialmente pelo músculo pronador redondo e lateralmente pelo músculo braquiorradial. O conteúdo da fossa cubital é, de medial para lateral, o nervo mediano, a parte terminal da artéria braquial e o tendão do bíceps braquial. Observação Em casos de tendinites, a palpação associada com a contração isométrica do músculo respectivo ao tendão a ser palpado sensibiliza a avaliação para um diagnóstico mais preciso. Testes de mobilidade ativa do cotovelo Quando um paciente se encontra com queixa de dor no cotovelo, é necessário pedir que ele realize de forma ativa todos os movimentos do cotovelo. Devemos observar o ângulo em que o paciente começa a sentir a dor e analisar se há alguma alteração importante de desvio do trajeto ou qualidade do movimento. Inicialmente, o clínico deve instruir o paciente a flexionar o cotovelo de maneira que o punho seja direcionado para o ombro. Em seguida, deve pedir para que realize a extensão de cotovelo, voltando o braço para a posição de repouso. A) B) Figura 25 – Mobilidade de flexão e extensão do cotovelo Com o paciente com os braços relaxados ao lado do corpo, mantendo os cotovelos flexionados, ele deve ser instruído a pronar e supinar ao longo de todo o curso do movimento. 46 Unidade II A) B) Figura 26 – Mobilidade de pronação e supinação Goniometria do cotovelo A goniometria dos movimentos do cotovelo é realizada para avaliar de forma quantitativa os movimentos do complexo articular do cotovelo, sendo esses a flexão/extensão do cotovelo, envolvendo a articulação umeroulnar, e a prono/supinação, sendo específica da articulação radioulnar. A descrição da avaliação e os valores normativos de cada movimento estão descritos no quadro a seguir: Quadro 3 – Goniometria de cotovelo Movimento anatômicoPosição do teste Eixo Braço fixo Braço móvel Valor normativo Flexão Paciente em decúbito dorsal ou sentado com a mão supinada e o braço paralelo à linha média do corpo. Epicôndilo lateral do cotovelo. Paralelo ao úmero, em direção ao acrômio. Paralelo ao rádio, em direção ao processo estiloide. 0º a 150º Extensão Paciente em decúbito dorsal com a mão supinada. Pode ser necessário um travesseiro abaixo do braço em casos de hiperextensão. Epicôndilo lateral do cotovelo. Paralelo ao úmero, em direção ao acrômio. Paralelo ao rádio, em direção ao processo estiloide. 0º – 10º de hiperextensão Pronação Paciente sentado com o braço ao lodo do corpo, o cotovelo flexionado a 90 graus e o antebraço na posição neutra. Um truque simples é fazer com que o paciente segure uma caneta ou um lápis para facilitar a medição. Sobre a terceira articulação metacarpofalangeana. Paralelo ao eixo longitudinal do úmero. Paralelo ao eixo do lápis ou polegar (abduzido). 0º a 90º Supinação Paciente sentado com o braço ao lado do corpo, o cotovelo flexionado a 90 graus e o antebraço na posição neutra. Sobre a terceira articulação metacarpofalangeana. Paralelo ao eixo longitudinal do úmero. Paralelo ao eixo do lápis ou polegar (abduzido). 0º a 90º 47 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA 3.3 Avaliação da força muscular Teste de força dos flexores de cotovelo Os principais músculos responsáveis por flexionar o cotovelo são o braquial e o bíceps braquial. O bíceps braquial é um músculo biarticular, tendo uma de suas origens no tubérculo supraglenoidal e inserção na tuberosidade do rádio, influenciando no movimento de flexão do ombro. O braquial tem origem na diáfise do úmero e se insere no processo coronoide, sendo uniarticular e agindo somente na flexão de cotovelo. Os músculos do antebraço têm um papel auxiliar na flexão do cotovelo. Entre esses músculos, o que mais se destaca é o braquiorradial, mas os flexores/extensores do punho, assim como o pronador redondo, também auxiliam esse movimento. • Posição inicial: paciente sentado ou deitado com cotovelo flexionado a 90°. • Fixação: o avaliador apoia o braço contra a maca caso o paciente esteja deitado. Se o paciente estiver em pé, o avaliador estabiliza o braço do paciente de modo a evitar a flexão do ombro durante a extensão do cotovelo. Figura 27 – Avaliação muscular dos flexores de cotovelo • Teste: o avaliador realiza uma força no sentido de estender o cotovelo. Teste de força dos extensores do cotovelo Os músculos responsáveis pela flexão de cotovelo são o ancôneo e o tríceps braquial. O tríceps braquial, por ser um músculo biarticular, tendo a origem de sua cabeça longa no tubérculo infraglenoidal e sua inserção sobre o aspecto posterior do ancôneo, auxilia na extensão e adução do ombro. O ancôneo tem origem no aspecto distal do úmero e inserção no aspecto lateral do acrômio. Tem como principal função a extensão de cotovelo. 48 Unidade II • Posição inicial: paciente deitado em supino com o ombro fletido a 90° e cotovelo estendido ou semifletido. • Fixação: o avaliador apoia o braço do paciente de modo a evitar a flexão de ombro durante o teste. Figura 28 – Avaliação muscular dos extensores de cotovelo • Teste: o avaliador aplica uma força de modo a flexionar o cotovelo do paciente. Observação Na avaliação de força e mobilidade do membro superior como um todo, deve-se perguntar ao paciente qual é a dificuldade ou queixa na sua rotina, pois, durante a avaliação, ele pode não mostrar algum déficit importante, caso a natureza de sua lesão não seja compatível com os métodos padrões de avaliação. Por exemplo: atletas de alto rendimento devem ter uma avaliação mais específica. 3.4 Testes especiais Teste de estresse em valgo O teste de estresse em valgo é utilizado para avaliar a instabilidade do ligamento colateral medial do cotovelo. • Posição inicial: paciente em pé com o ombro fletido a, aproximadamente, 45° e cotovelo fletido de 20º-30°. • Teste: o avaliador apoia o úmero distal de modo a deixar os dedos próximos à porção medial do cotovelo. Com a outra mão, o avaliador estabiliza a região distal do antebraço, logo acima do punho. A mão posicionada no cotovelo faz uma força em valgo. O teste é positivo caso ocorra instabilidade em valgo ou o paciente relate dor. 49 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA Figura 29 – Teste de estresse em valgo Teste de estresse em varo O teste de estresse em varo avalia a integridade do ligamento colateral lateral ulnar. • Posição inicial: paciente em pé com o ombro em flexão de, aproximadamente, 45° e cotovelo fletido cerca de 20°-30°. Figura 30 – Teste de estresse em varo • Teste: o avaliador apoia uma mão medialmente ao cotovelo, com os dedos sobre o aspecto lateral do cotovelo. A outra mão é posicionada acima do punho lateralmente. É, então, aplicada uma força no sentido médio-lateral na altura do cotovelo. O movimento é repetido com incrementos de força. O teste é positivo quando o paciente relata dor ou alterações do movimento. Teste de Mill ou teste de epicondilite lateral O teste de Mill avalia a presença de epicondilite lateral, ou seja, a tendinite dos músculos que se inserem no epicôndilo lateral, os extensores do punho e dos dedos. 50 Unidade II • Posição inicial: paciente em pé com avaliador à frente do paciente. • Teste: o examinador flexiona o cotovelo do paciente até, aproximadamente, 60°, prona o antebraço do paciente e realiza uma flexão de punho passiva. O examinador, então, estende o cotovelo do paciente. O teste é positivo quando o paciente relata dor na região do epicôndilo lateral. Figura 31 – Teste de Mill Teste de Cozen O teste de Cozen é outra opção para avaliar a presença de epicondilite lateral. • Posição inicial: paciente sentado ou em pé com o cotovelo levemente flexionado, antebraço pronado e ombro flexionado. • Teste: o examinador, com uma mão, estabiliza o cotovelo do paciente com o polegar sobre o epicôndilo lateral do paciente. Com a outra mão, apoia a região dorso medial da mão do paciente. O paciente realiza uma extensão de punho com desvio radial. Caso seja relatada dor na região do epicôndilo lateral, o teste é positivo. Figura 32 – Teste de Cozen 51 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA Teste para epicondilite medial Este teste avalia a epicondilite medial e se assemelha ao teste de Mill. • Posição inicial: paciente em pé com o ombro flexionado a, aproximadamente, 45° e cotovelo fletido a 90°. • Teste: com uma das mãos, o examinador estabiliza o cotovelo do paciente apoiando os dedos sobre a região do epicôndilo medial. O antebraço do paciente é supinado, e o punho é estendido. O avaliador, então, estende o cotovelo do paciente. O teste é positivo caso o paciente relate dor na região do epicôndilo medial do úmero. A) B) Figura 33 – Teste para epicondilite medial Teste de Tínel O teste de Tínel avalia a sensibilidade do nervo ulnar, podendo identificar lesões locais. • Posição inicial: paciente sentado ou em pé com o ombro flexionado à frente e o cotovelo semifletido. • Teste: o avaliador realiza uma percussão no trajeto do nervo ulnar na altura do canal cubital (entre o olécrano e o epicôndilo medial). O teste é positivo quando o paciente relata uma sensação de formigamento na região de inervação do nervo ulnar até o ponto de compressão do nervo. O teste indica até onde as fibras sensórias do nervo estão se regenerando; onde houver a sensação de formigamento, indica até onde há regeneração. 52 Unidade II Figura 34 – Teste de Tínel Sinal de Wartenberg O sinal de Wartenberg indica neuropatia do nervo ulnar. • Teste: o examinador pede que o paciente posicione as mãos sobre uma mesa e afasta os dedos do paciente. O avaliador pede, então, que o paciente aproxime os dedos. A incapacidade de aproximar o dedo mínimo aos outros indica lesão do nervo ulnar. Teste para síndrome do pronador redondo Este teste avalia a presençade dedo redondo. Não há estudos bons que atestem a sensibilidade e a especificidade deste teste. • Posição inicial: paciente sentado com cotovelo a 90° de flexão. • Teste: o examinador resiste a uma força de pronação do paciente enquanto realiza uma extensão do cotovelo do paciente. O teste é positivo caso o paciente relate formigamento ou dormência no trajeto do nervo mediano. Saiba mais Para mais informações sobre a avaliação do cotovelo, leia os textos a seguir: ELBOW assessment. Physiotutors, 2019. Disponível em: https://www. physiotutors.com/assessment/elbow-assessment/. Acesso em: 6 nov. 2019. ELBOW examination. Physiopedia, 2019. Disponível em: https://www. physio-pedia.com/Elbow_Examination. Acesso em: 6 nov. 2019. 53 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA 4 COMPLEXO ARTICULAR DO PUNHO E DA MÃO 4.1 Descrição Os movimentos do punho ocorrem por meio das articulações radioulnar distal, radiocárpica e mediocárpica. Por ser uma articulação sinovial condilar, o punho permite movimentos de flexo-extensão, pronação e supinação. A articulação radioulnar distal, com a superfície convexa da ulna e côncava do rádio, possui uma estrutura de tecidos conjuntivos e um disco articular, favorecendo a completa estabilidade da articulação e a ativação dos músculos. Estruturas ósseas do carpo são dispostas em duas fileiras. A primeira fileira, ou fileira proximal, é convexa, articulando-se com a concavidade do rádio distalmente e medialmente ao lado ulnar para efeito de contenção, gerando uma estabilidade dorsal e radial na articulação radiocárpica. A segunda fileira, ou fileira distal, articula-se proximalmente com a primeira fileira, formando a articulação intercárpica, na qual há pouca mobilidade. E, distalmente, a segunda fileira articula-se com a parte face articular proximal do segundo ao quarto metacarpo, formando a articulação carpometacárpica. As principais articulações do punho são a radioulnar distal, a radiocarpeana e a intercarpeana. A mão compreende inúmeras articulações: a carpometacárpica, a metacarpofalangeana e a interfalangeana. Todas são articulações sinoviais, sendo que, estruturalmente, as articulações metacarpofalangeanas são condiloides e as articulações interfalangeanas são do tipo dobradiça (gínglimos). Tanto a metacarpofalangeana quanto a interfalangeana são reforçadas pelos ligamentos palmares e colaterais. 4.2 Exame físico Inspeção A inspeção é importante para analisar as possíveis alterações, tornando possível a identificação de diagnósticos diferenciais e uma maior compressão do quadro do paciente. Além da avaliação da região dorsal e palmar da mão, torna-se necessária a comparação de ambos os lados da mão com o membro contralateral, observando os seguintes pontos: • condições de pele (coloração, hematomas, escoriações, feridas, pelos, glândulas, calosidades); • fraturas, luxações (traumas/força); • deformidades/crepitações (congênitas, degenerativas, traumáticas e tumorais). 54 Unidade II Figura 35 – Retináculos, ossos do carpo Palpação do punho e da mão A palpação das estruturas do punho deve ser realizada com a articulação em posição neutra, para facilitar a palpação dos tendões e tecidos moles. • Processo estiloide do rádio e da ulna: nas regiões laterais do punho, no terço distal do rádio e da ulna, é possível palpar os processos estiloide do rádio e da ulna, sendo o processo estiloide localizado mais distalmente em relação ao processo estiloide medial, e o processo estiloide da ulna é palpável de forma mais acessível com o antebraço pronado. Figura 36 – Vista dorsal do punho e da mão 55 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA • Tabaqueira anatômica: a tabaqueira anatômica é uma concavidade triangular na região localizada na lateral do punho, sendo formada entre os tendões do músculo extensor curto polegar e abdutor longo do polegar, localizado mais lateralmente. Figura 37 – Palpação tabaqueira anatômica • Tendão dos flexores do punho/túnel do carpo: na região anterior do terço distal do antebraço, podemos palpar os tendões dos músculos flexores do radial e ulnar. Cobrindo essa região, temos a bainha, que recobre diversas estruturas, chamada de túnel do carpo. Dor e edema nessa região podem sinalizar uma inflamação local. Figura 38 – Vista palmar do punho e da mão • Região tenar e hipotenar da mão: ainda na superfície palmar da mão, podemos palpar a região tenar localizada na região lateral da mão, logo abaixo do polegar. Na região medial da mão, temos a região hipotenar, sendo essa menos volumosa que a região tenar. 56 Unidade II • Artéria radial: na região ventrorradial do punho, próxima ao processo estiloide, podemos palpar com maior precisão a artéria radial, importante na avaliação do pulsorradial para aferir a frequência cardíaca de forma manual. Figura 39 – Palpação pulsorradial • Estruturas ósseas da mão: na região da mão, em sua superfície palmar, identificamos os ossos carpais, os ossos metacarpais, a articulação carpometacarpal, as articulações interfalângicas proximais e distais do segundo ao quinto dedo e a interfalângica do polegar. Os ossos do carpo são divididos em fileira proximal (escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme) e fileira distal (trapézio, trapezoide, capitato, hamato). Por conta de disposição, podem ser mais facilmente palpados na vista palmar ou dorsal. Observação A forma pela qual é realizada a palpação das estruturas da mão deve ser mais pontual e padronizada, devido à maior dificuldade de palpação dos ossos do carpo e dos ligamentos e tendões localizados na região da mão. Testes de mobilidade ativa do punho e da mão Ao avaliar o paciente, é importante analisar a movimentação ativa da articulação. Caso não haja alterações no movimento ativo, a mobilidade passiva está consequentemente normal. Vejamos, nas figuras adiante, o paciente fechando e abrindo o punho e os dedos e realizando o desvio radial e ulnar. É necessário observar: sua amplitude de movimento e a sinergia com a qual eles se movem; se o paciente apresenta dor durante algum movimento, e em qual momento essa dor aparece; se há alguma alteração importante de desvio do trajeto ou qualidade do movimento. 57 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA A) B) Figura 40 – Mobilização ativa de flexão e extensão de punho A) B) Figura 41 – Mobilização ativa de desvio radial e ulnar Goniometria do punho A goniometria dos movimentos do punho é realizada para avaliar de forma quantitativa os movimentos da articulação do punho, sendo esses a flexão/extensão do punho e o desvio radial/ulnar do punho, exclusivos da articulação radiocarpal. A descrição da avaliação e os valores normativos de cada movimento são apresentados no quadro a seguir: 58 Unidade II Quadro 4 – Goniometria do punho Movimento anatômico Posição do teste Eixo Braço fixo Braço móvel Valor normativo Flexão de punho Paciente sentado com o braço em pronação e cotovelo fletido. Imediatamente acima do epicôndilo medial. Face medial da ulna. Sobre a superfície medial do quinto metacarpo. 0º a 90º Extensão de punho Paciente sentado com o braço em pronação e cotovelo fletido. Imediatamente acima do epicôndilo medial. Face medial da ulna. Sobre a superfície medial do quinto metacarpo. 0º a 70º Desvio radial do punho Paciente sentado com o cotovelo fletido e antebraço em posição neutra. No centro da articulação radiocarpal. Sobre a superfície dorsal do antebraço, apontando para o epicôndilo lateral. Sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpo. 0º a 20º Desvio ulnar do punho Paciente sentado com o cotovelo fletido e antebraço em posição neutra. No centro da articulação radiocarpal. Sobre a superfície dorsal do antebraço, apontando para o epicôndilo lateral. Sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpo. 0º a 45º Lembrete A análise da amplitude de movimento deve seguir o mesmo padrão entre os membros e o mesmo padrão na avaliação inicial e final do paciente, para umamelhor confiabilidade dos resultados. 4.3 Avaliação da força muscular Flexores de punho Os músculos responsáveis pela flexão de punho são os flexores ulnar e radial do carpo, o palmar longo, o flexor superficial dos dedos e o flexor longo dos dedos. Esses músculos, com exceção do flexor longo dos dedos, têm origem no epicôndilo medial e, quando sobrecarregados em excesso, podem gerar epicondilite medial ou cotovelo de golfista. • Posição inicial: paciente sentado com o antebraço supinado apoiado sobre a mesa, com punho fora da mesa. • Fixação: o avaliador estabiliza o antebraço do paciente contra a mesa de avaliação. • Teste: o examinador pede para o paciente realizar uma flexão de punho. Com a sua mão livre, o examinador aplica uma força na mão do paciente no sentido de estender o punho. 59 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA Figura 42 – Avaliação dos flexores de punho Extensores de punho Os músculos responsáveis pela extensão do punho são: extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, extensor ulnar do carpo, extensor dos dedos, extensor do mínimo e extensor do indicador. Desses músculos, somente o extensor do indicador não se insere no epicôndilo lateral. Esses músculos, se sobrecarregados de forma abrupta, podem sofrer um processo inflamatório em sua origem, causando a epicondilite lateral ou o cotovelo de tenista. • Posição inicial: paciente sentado com o cotovelo fletido, antebraço pronado e apoiado sobre a mesa de avaliação. • Fixação: o examinador estabiliza o antebraço do paciente contra a mesa de avaliação. • Teste: o examinador pede que o paciente realize uma extensão de punho. Com a mão livre, o terapeuta realiza uma força no sentido da flexão de punho contra a resistência do paciente. Figura 43 – Avaliação dos extensores de punho 60 Unidade II Desvio radial de punho Os principais músculos responsáveis pelo desvio radial são os extensores radiais longo e curto do carpo e o flexor radial do carpo. • Posição inicial: paciente sentado com o antebraço apoiado sobre a mesa de avaliação. • Fixação: o examinador estabiliza o antebraço do paciente contra a mesa de avaliação. • Teste: o examinador pede que o paciente realize o desvio radial do carpo. Então, com o apoio da mão acima do polegar do paciente, o examinador aplica uma força no sentido do desvio ulnar. Desvio ulnar de punho Os principais músculos responsáveis pelo desvio ulnar são: extensor ulnar do carpo e flexor ulnar do carpo. • Posição inicial: paciente sentado com o antebraço apoiado sobre a mesa de avaliação. • Fixação: o examinador usa uma das mãos para fixar o antebraço do paciente sobre a mesa de avaliação. • Teste: o examinador pede que o paciente realize um desvio ulnar. Então, o examinador, com a mão sobre o quinto metacarpo, aplica uma força em direção ao desvio radial. Figura 44 – Avaliação do grupo muscular que realiza o desvio ulnar Musculatura intrínseca da mão Os principais músculos intrínsecos da mão são: interósseos dorsais, interósseos palmares e lumbricais. O teste a seguir avalia a força dos interósseos e lumbricais. • Posição inicial: paciente em pé ou sentado, braço ao lado do corpo, cotovelo fletido em flexão máxima. Mão com flexão das articulações metacarpofalangeanas e extensão das articulações interfalangeanas. 61 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA • Fixação: o examinador fixa o punho do paciente caso este apresente fraqueza dos músculos que estabilizam o punho. • Teste: o teste é realizado em duas partes. Primeiro, o examinador aplica uma pressão na região dorsal da mão na altura das falanges distais e da articulação interfalangeana proximal, no sentido da flexão dos dedos. Depois, o examinador aplica uma força na face palmar da articulação interfalangeana proximal no sentido da extensão dos dedos. Caso o paciente apresente fraqueza, os dedos entram em posição de garra. Figura 45 – Teste de força dos músculos intrínsecos da mão Flexores superficiais dos dedos Os flexores superficiais dos dedos são os músculos responsáveis por flexionar as articulações interfalangeanas do segundo ao quinto dedo, além de auxiliar na flexão das articulações metacarpofalangeanas e na flexão do punho. • Posição inicial: paciente sentado ou em supino. • Fixação: com o punho neutro, o examinador fixa a articulação metacarpofalangeana. • Teste: o examinador pede que o paciente realize a flexão da articulação interfalangeana proximal. O avaliador, então, realiza uma força na falange média de modo a estender o dedo. 62 Unidade II Figura 46 – Teste de força dos flexores superficiais dos dedos Flexor profundo dos dedos O flexor profundo dos dedos é o músculo responsável por flexionar a falange distal do segundo ao quinto dedo, além de auxiliar na flexão da articulação interfalangeana e metacarpofalangeana. • Posição inicial: paciente deitado em supino ou sentado. • Fixação: o examinador estabiliza as falanges proximais e médias do dedo a ser avaliado. • Teste: o examinador aplica uma força na falange distal do dedo a ser avaliado no sentido de estender a articulação interfalangeana distal. Figura 47 – Teste de força dos flexores profundos dos dedos 63 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA Saiba mais Para um melhor aperfeiçoamento da avaliação do punho e da mão, leia os artigos a seguir: WRIST and hand examination. Physiopedia, 2019. Disponível em: https://www.physio-pedia.com/Wrist_and_Hand_Examination. Acesso em: 6 nov. 2019. POTTER, L. Hand & Wrist Examination – OSCE Guide. Geeky Medics, out. 2010. Disponível em: https://geekymedics.com/hand-examination/. Acesso em: 6 nov. 2019. 4.4 Testes especiais Teste de Finkelstein O teste de Finkelstein é usado para avaliar a presença de tenossinovite de De Quervain, que é uma inflamação dos tendões do abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar. • Posição inicial: paciente sentado ou em pé. • Teste: o examinador pede que o paciente cerre o punho com o polegar por baixo do segundo, terceiro, quarto e quinto dedos. O examinador pede, então, que o paciente, mantendo essa posição, realize um desvio ulnar do punho. O desvio ulnar também pode ser realizado de forma passiva pelo avaliador. O teste é positivo caso o paciente relate dor na região da tabaqueira anatômica. A) B) Figura 48 – Teste de Finkelstein 64 Unidade II Teste de Phalen O teste de Phalen é usado para avaliar a presença de síndrome do túnel do carpo. • Posição inicial: paciente sentado ou em pé. • Teste: o paciente encosta o dorso de ambas as mãos e realiza uma força de modo a aproximá-las, até que todo o dorso das duas mãos esteja em contato. A posição é mantida durante 60 segundos. O teste é positivo caso ocorra a reprodução dos sintomas na região do nervo mediano. Figura 49 – Teste de Phalen Teste de pinça Este teste avalia a integridade do nervo interósseo anterior, que é um ramo do nervo mediano que passa entre as duas cabeças do pronador redondo. • Teste: o examinador pede que o paciente realize uma pinça encostando a ponta dos dedos indicador e polegar. Caso o paciente não consiga realizar a pinça usando as pontas dos dedos encostando as polpas digitais, o teste é positivo. Figura 50 – Teste de pinça 65 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA Lembrete A realização dos testes deve ser precedida de uma boa história clínica e um exame físico do paciente, pois os testes por si só não confirmam um diagnóstico. Resumo Nesta unidade, abordamos os principais pontos para uma boa avaliação da articulação do cotovelo, destacando a importância da sua biomecânica no movimento do membro superior e como identificar possíveis alterações, de modo a ajudar na abordagem do paciente. Conhecemos a importância de uma boa inspeção dos cotovelos, analisando principalmente alterações de ângulo de carregamento, posições em varo ou em valgo e a diferença de volume e coloração entre os membros. Após uma boa inspeção, a palpação torna-se essencial para analisar melhor as alteraçõesjá observadas e outras possíveis lesões, atentando-se à região de epicôndilos e cabeça do rádio, à inserção dos músculos bíceps e tríceps braquial e à origem dos músculos flexores e extensores do punho. Com o intuito de realizar uma análise mais funcional do cotovelo, é necessária a avaliação da mobilidade ativa e passiva, na qual podemos destacar uma mobilidade esperada no plano sagital do cotovelo de, pelo menos, 0º de extensão e 145º de flexão; e, no plano transversal, de 90º de pronação e supinação. Ao examinar a mobilidade do cotovelo, deve-se avaliar a força dos músculos que atuam no movimento do cotovelo, sendo os principais o bíceps e o tríceps braquial. Também destacamos a importância dos testes especiais no exame físico do cotovelo. Eles nos ajudam a guiar de forma mais sensível o diagnóstico de uma possível patologia. Sendo assim, temos o teste de Cozen para diagnóstico de epicondilite lateral e o teste para epicondilite medial e os testes de estresse em valgo e varo para instabilidades medial e lateral, respectivamente. Durante a avaliação do membro superior, é muito importante a análise do punho e da mão, devido à sua funcionalidade em atividades de vida diária e na prática esportiva. Além disso, em uma lesão de cotovelo ou ombro, pode ocorrer uma lesão ou sobrecarga na região de punho e mão, por compensação ou desuso. 66 Unidade II Sintetizamos, nesta unidade, os principais pontos para uma avaliação adequada do punho e da mão, destacando a anatomia e biomecânica, a inspeção, a palpação, a goniometria e os testes específicos. Entendemos a importância de uma boa inspeção de toda a região para identificar alterações anatômicas ou de posicionamento e sinais inflamatórios, sempre comparando com o lado contralateral. Após essa triagem inicial, é essencial uma avaliação palpatória das principais estruturas ósseas e dos tecidos moles, buscando pontos dolorosos, além de alterações de textura e temperatura. As principais estruturas são os processos estiloides, o tendão dos flexores e túnel do carpo e os ossos do carpo. Para uma avaliação mais funcional da mão e do punho, é essencial a avaliação da mobilidade ativa e passiva da articulação do punho e interfalangeanas. Posteriormente, a análise da força dos flexores e extensores do punho e dos dedos é imprescindível para quantificar alguma diferença entre os dois membros ou um desequilíbrio muscular no próprio segmento. Por fim, com o intuito de alcançar um melhor alinhamento entre o diagnóstico médico e o diagnóstico fisioterapêutico, temos os testes específicos, entre os quais destacamos os testes de Phalen e de Finkelstein. A positividade desses testes aumenta a sensibilidade de um diagnóstico de síndrome do túnel do carpo e tenossinovite de De Quervain, respectivamente. Exercícios Questão 1. (FCC 2018) O nervo mediano fornece inervação motora e sensorial para a mão. Os grupos musculares supridos por esse nervo são: A) Extensor radial do carpo, extensor dos dedos, extensor do quinto dedo, extensor ulnar do carpo, supinador, abdutor longo do polegar, extensor curto e longo do polegar e extensor próprio do polegar. B) Flexor radial do carpo, pronador redondo, palmar longo, flexor superficial e profundo dos dedos, flexor longo e curto, abdutor curto e oponente curto do polegar e lumbricais e dos dedos médio e indicador. C) Flexor ulnar do carpo, flexor profundo dos dedos, adutor do polegar, abdutor do quinto dedos, oponente do quinto dedo, flexor curto do quinto dedo, interósseos dorsal e palmar e músculos lumbricais do quarto e quinto dedos. 67 SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA D) Extensores e flexores radial e ulnar do carpo, lumbricais dos dedos indicador, médio, quarto e quinto dedos e musculatura intrínseca do polegar. E) Flexor radial do carpo, supinador, flexor superficial e profundo dos dedos, flexor longo e curto do polegar e abdutor longo e curto do polegar e oponente do polegar. Resposta correta: alternativa B. Análise da questão O nervo mediano representa um dos ramos terminais do plexo braquial (um conjunto de nervos que inervam, ou seja, comunicam atividade motriz principalmente ao membro superior) com origem dos fascículos medial e lateral. Esse nervo é responsável pela inervação da maioria dos músculos do compartimento anterior do antebraço (chamado de compartimento flexor-pronador) e, ao chegar ao punho, passa em direção à mão para inervar também alguns músculos classificados como intrínsecos da mão, como os músculos da região tênar (três músculos localizados na elevação encontrada abaixo do nosso polegar) e o 10º e 20º músculos lumbricais (pequenos e longos músculos localizados entre a mão e os dedos). O nervo mediano possui também uma importante função na inervação sensitiva para grande parte da pele da face palmar da mão e da pele do polegar, indicador, dedo médio e parte lateral do dedo anelar. O nervo mediano, ao atravessar o punho, passa em direção à mão entre os tendões de alguns músculos: os quatro tendões do músculo flexor superficial dos dedos, os quatro tendões do músculo flexor profundo dos dedos e o tendão único do músculo flexor longo do polegar, em uma região denominada túnel do carpo. Esse túnel representa uma passagem osteofibrosa formada pelas faces anteriores côncavas dos ossos do carpo ou do nosso punho e pelo retináculo dos músculos flexores, uma faixa de tecido que protege e contém a movimentação dos tendões musculares. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/o-nervo-mediano-inerva-quase-todos-os-musculo s-flexores-do-antebraco/. Acesso em: 1 out. 2019. Questão 2. (Cespe/UnB 2013) Um paciente de vinte e cinco anos de idade foi atendido em uma clínica fisioterapêutica. Durante a avaliação do membro superior direito, o fisioterapeuta solicitou ao paciente que permanecesse com o cotovelo fletido a 90º, o antebraço em pronação, a mão fechada e o punho em extensão. O fisioterapeuta aplicou pressão, forçando a flexão do punho, com o antebraço do paciente estabilizado, e o paciente relatou dor súbita próximo à origem comum dos extensores do punho, no nível do epicôndilo lateral. Com base no resultado do teste acima aplicado, a provável síndrome do paciente em questão é: A) Tendinite da porção longa do bíceps. B) Cotovelo de tenista. C) Cotovelo de esgrimista. 68 Unidade II D) Cotovelo de golfista. E) Instabilidade ligamentar. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: a tendinite da porção longa do bíceps, também chamada de tendinite bicipital, é uma inflamação ou ruptura parcial do tendão principal que une a parte superior do músculo bíceps ao ombro. B) Alternativa correta. Justificativa: a epicondilite lateral do cotovelo é a causa mais comum de dor no cotovelo observada nos consultórios. Também conhecida como “cotovelo do tenista”, a patologia é uma síndrome dolorosa localizada na região do epicôndilo lateral, parte óssea mais proeminente no aspecto lateral do cotovelo, sendo sítio de origem dos músculos supinador do antebraço, extensores do punho e dos dedos. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o esgrimista não tem a dor propriamente em nenhuma das áreas articulares do cotovelo em que se apresenta a lesão, mas efetivamente apenas em uma pequena área da sua face externa. D) Alternativa incorreta. Justificativa: a epicondilite medial, popularmente conhecida como cotovelo do golfista, corresponde à inflamação do tendão que liga o punho ao cotovelo, causando dor, sensação de falta de força e, em alguns casos, formigamento. E) Alternativa incorreta. Justificativa: a instabilidade ligamentar pode ser uma fraqueza ligamentar congênita ou adquirida, com ou sem envolvimento das estruturas estabilizadoras adicionais (por exemplo, a cápsula articular, a cartilagem articular, os meniscos e as estruturas musculares).
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